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Curso de Direito
Disciplina: Hermenêutica Jurídica
Prof. Cícero Luiz Afonso Haical
Hermenêutica Jurídica
Sistemas Interpretativos
Livre Pesquisa Científica
Beatriz Leite
Fabriciane Scheunemann
Maria Lygia Prestes
Roberta Dillmann
Sandra Bergmann Schneider
Pelotas, Outubro 2008
SUMÁRIO
1. Introdução............................................................................................................03
2. Escolas de Interpretação......................................................................................04
2.1 Escola Exegética..................................................................................................04
2.2 Escola Histórico-Evolutiva..................................................................................04
2.3 Escola Livre Pesquisa Científica.........................................................................04
2.4 Escola do Direito Livre........................................................................................05
3 Conclusão.............................................................................................................06
Notas..........................................................................................................................07
Bibliografia................................................................................................................07
Anexos
1. Decisão Judicial – Ação de Reintegração de Posse, Comarca de Passo
Fundo, Processo 02100885509. Data 17/10/2001.
2. Decisão Judicial – Ação de Livre exercício de profissão – Cadastro de
Inadimplentes. Data 01/07/2005.
3. Apresentação Seminário arquivo ppt.
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1. INTRODUÇÃO
Toda norma jurídica é objeto de interpretação, seja a lei escrita (seu campo mais
freqüente), seja a decisão judicial, seja o direito consuetudinário, seja o tratado
internacional. (1) Assim, a norma costumeira, a jurisprudência, os princípios gerais de
direito podem, e devem, ser interpretados, para se esclarecer o seu real significado e
alcance. (2)
A interpretação legal das normas e todo contexto relacionado ao Direito, implica na
evolução do Direito na sociedade. Esta interpretação deve ser feita pelo operador
jurídico através de um processo hermenêutico.
A linguagem escrita é a forma utilizada para expressar a ordem de comando
definida na lei, principal fonte do direito. O aplicador da lei precisa entender o seu
conteúdo para que possa aplicá-la com eficácia no mundo jurídico.
A aplicação do direito consiste em enquadrar um caso concreto à norma jurídica
adequada. Submete às prescrições da lei uma relação da vida real; procura e indica o
dispositivo adaptável a um fato determinado. Por outras palavras: tem por objetivo criar
o modo e os meios de amparar juridicamente um interesse humano.(3)
Toda norma jurídica deve ser interpretada, independentemente de textos claros ou
obscuros, de antigos ou recentes, pois é predisposição do direito objetivo o seu
entendimento claro para que possa ser aplicado. Já em Roma, berço do Direito
Romanista, defendia-se e utilizava-se esta idéia.
Interpretar a Norma Jurídica ou o Direito não pode ser um ato isolado, mas
correlacionado com as diversas dimensões de sua aplicação, exige criatividade e
subjetividade. Contudo não deve se ater a subjetividade exclusivamente, sob pena de
perder o foco da vida real. Os ordenamentos jurídicos servem para guiar a trajetória dos
interpretes.
A necessidade da interpretação das normas faz surgir diferentes formas de
interpretação, introduzidas por diversos juristas, filósofos entre outros. As Escolas de
Interpretação, forma pela qual serão denominadas estas diferentes linhas de
interpretação.
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2. ESCOLAS DE INTERPRETAÇÃO
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Esta corrente consagrou-se com seus ensinamentos em um repositório legislativo
bastante apreciado na Europa: o Código Civil suíço, obra do jurisconsulto Huber. Reza
o art. 1o: "Aplica-se a lei a todas as questões de Direito para as quais ela, segundo a sua
letra ou interpretação, contém um dispositivo específico. Deve o juiz, quando se lhe não
depara preceito legal apropriado, decidir de acordo com o Direito Consuetudinário, e, na
falta deste, segundo a regra que ele próprio estabeleceria se fora legislador. Inspira-se na
doutrina e na jurisprudência consagrada".
Este sistema, que apenas autoriza a dilatar a autonomia somente na falta de
preceito existente, e, ainda assim, atento à jurisprudência e à doutrina consagradas, não
se diferencia da escola histórico-evolutivo, nem da tradicional, senão em grau, ou
melhor, em audácia de expressão. Os aplicadores do Direito, excetuados os
retardatários, fanáticos da exegese, filológica, esmeram-se em compreender e também
completar o texto, suprindo as deficiências, preenchendo as lacunas.
A magistratura há pelo menos um século, preenche as deficiências dos Códigos,
sobretudo após a generalização na Europa a regra do art.4o do repositório francês, a
fonte dos arts. 4o e 5o da Lei de Introdução brasileira.
A lei, diz Gény, é a fonte mais importante do direito, mas não a única. "Pelo
Código Civil, mas além do Código Civil", segundo ele. Haveria uma conciliação entre
os dois elementos fundamentais do Direito: o dado, compreende aqueles elementos não
criados pelo legislador, os dados pela natureza e o construído, são as normas que o
jurista constrói a partir do dado. Diante de uma lacuna na legislação, o intérprete deve
recorrer a outras fontes - costume, jurisprudência, doutrina -, e não violentar a lei para
forçá-la a dizer o que ela não pôde ter previsto, como pretende a doutrina da evolução
histórica. Acrescenta ainda, que se as outras fontes forem insuficientes, incertas ou
contraditórias, cabe ao próprio intérprete criar a norma aplicável, como se fosse o
legislador. Nesse trabalho ele usará o método da livre indagação científica, procurando
uma norma que corresponda à natureza das coisas.
A maneira para tentar descobrir a intenção do legislador, faz o intérprete realizar
pesquisas da ratio legis e da occasio legis. Primeiro deve verificar as circunstâncias
sociais, econômicas, morais, para as quais a lei se originou, a ocasião em que foi criada.
Geny atribui trabalhos preparatórios apenas um valor relativo. Em todas as fases da
interpretação o exegeta deve estar orientado pelo interesse em descobrir a vontade do
legislador; não admitindo que se considerassem as vontades presumidas daquela fonte.
E quando houvesse lacunas, deveria este recorrer à analogia e aos costumes.
As restrições mais comuns feitas a essa doutrina sintetizadas por Carlos
Maximiliano são: o juiz com o poder de criar, embora com severas restrições, irá
solapando e suprimindo. Montesquieu observou que todos os poderes constitucionais
tendem a exagerar as próprias atribuições, invadindo outros campos. Acrescenta ainda,
no Brasil, onde o Poder Judiciário é o juiz supremo da sua competência, se fosse
autorizado a legislar em parte, não tardaria a fazê-lo com freqüência.
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apenas imposto pelo Estado, mas também legitimado pela sociedade em razão de suas
necessidades. O Direito não deve ser formado por dogmas inquestionáveis, mas sim,
respeitar os fatos ocorridos no âmbito social e suas conseqüências práticas.
3 CONCLUSÃO
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Assim a interpretação das formas de expressão do direito deve abandonar os
velhos caminhos do sistema dogmático, e mesmo do histórico-evolutivo, e seguir os
novos rumos da criação científica. Para tanto, não deve ir além do razoável, mas
enquadrar-se em moldes tais que a criação não desmereça o ordenamento.
NOTAS
1
Caio Mário, Instituições, vol. I, p.125.
2
Roberto de Ruggiero, Instituições de direito civil, vol I, p.118 apud Paulo Nader,
Introdução ao estudo do direito, p.284-285.
3
Cf. Carlos Maximiliano, Hermenêutica a aplicação do direito, p.5.
4
MONTORO, André Franco. Introdução à Ciência do Direito. 21. ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 1993. p. 376.
BIBLIOGRAFIA
ANEXOS