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História

Prática pedagógicaHistória do Brasil

Edição 186 | 10/2005

Memória viva da educação


Para explicar o passado, o presente e o futuro da escola no Brasil a partir da década
de 1930, quatro mulheres que escolheram o magistério como carreira contam seus
desafios, realizações e sonhos

Roberta Bencini (Roberta Bencini)

A história da educação é contada por documentos, datas e relatos. Ao conhecer a memória e os planos
de três professoras e de uma estudante de pedagogia, você vai compreender um pouco da trajetória do
ensino brasileiro a partir da década de 1930. As opções, os desafios e as realizações de cada uma têm
ligação direta com as lutas de poder, as leis, a participação do Estado na Educação e a valorização
profissional do magistério.

No tempo da professora Iracema Noemia Farina, de São Paulo, era forte a participação da Igreja no
ensino, e estudar era um privilégio de poucos. Se a paulistana Juliana Piauí, 19 anos, filha de uma
diarista e de um porteiro, fosse contemporânea da professora, provavelmente não estaria cursando uma
faculdade. Experiências diferentes e igualmente interessantes são contadas por Consuelo Carvalho, 60
anos, diretora de escola em Brasília, e Sonia Beatriz Leal Silva Rossi, 42 anos, professora em Salvador.

Além das fontes oficiais e de depoimentos, as imagens também são uma rica fonte para reconstruir a
história de nossa escola. No início do século passado, as professoras eram retratadas ao lado dos
estudantes de maneira séria, distante e formal. Já no final da década de 1980, elas apareciam
descontraídas e sorridentes.

Nossa primeira escola foi fundada pelos jesuítas em 1542, na Bahia. O objetivo era propagar a fé e
salvar a alma daqueles que não temiam a Deus, como os índios. Menos de 200 anos separam a partida
dos jesuítas expulsos do Brasil pelo marquês de Pombal em 1759 do ingresso de Iracema no curso de
magistério. Se nesses dois séculos pouca coisa mudou, a partir dos anos 1960 a revolução tecnológica
transformou a escola e o papel do professor.

Esta reportagem é uma homenagem de ESCOLA aos professores brasileiros e um exercício de


reflexão. Que escola está sendo construída para as próximas gerações?

Anos 1930

A Escola Nova luta pelo ensino público


"Acredito no poder trans-
formador da educação"
Iracema Noemia Farina,
idade não declarada
Foto: Ricardo Benichio

"Quando iniciei o curso de magistério era raro ver uma moça se formar em direito ou seguir outra
carreira que não a de professora. Mas não foi por isso que optei pela sala de aula. Fiz uma escolha
consciente e jamais me arrependi dela. Ser professora era um ideal. Acho que me inspirei nos mestres
maravilhosos que tive durante a minha formação. Até hoje guardo muitos deles na lembrança, como
Maria José Duarte, uma mulher inesquecível que lecionava sociologia. Depois que ela faleceu, eu
ocupei sua cadeira no curso de pedagogia. Surpreendo-me, muitas vezes, repetindo seus gestos e
trejeitos em sala de aula. Esse é um exemplo da importância do professor na vida de seus alunos. Nosso
trabalho deixa marcas para sempre!

No magistério, descobri minha vocação religiosa e comecei a dar aulas para crianças e jovens.
Impressionada com a forma como Dom Bosco [1815-1888], um padre e professor italiano, lecionava,
resolvi fazer pedagogia. Não parei mais de estudar: fiz sociologia e teologia e fui trabalhar em
faculdades no interior do estado.

Sempre fui dinâmica em sala de aula. No começo, eu só utilizava o gogó e os livros para ensinar.
Depois, descobri o slide e hoje não consigo lecionar sem passar um filme.

Sou professora há 66 anos. Dou aulas de sociologia, antropologia e história da arte e sou vice-diretora
das Faculdades Integradas Coração de Jesus, em Santo André. O que eu quero do futuro? Transformar
o mundo, ora bolas! Acredito no que façoe não foi à toa que cheguei até aqui."

A vida da professora Iracema Noemia Farina se confunde com os caminhos da educação nas últimas
seis décadas. Ela tinha apenas 12 anos quando um grupo de educadores publicou um manifesto a favor
do ensino público, obrigatório e laico. A necessidade de uma escola pluralista veio à tona com o
crescimento das indústrias e a explosão demográfica na zona urbana. A rede de colégios religiosos em
que Iracema iria estudar mais tarde atendia apenas à classe média alta.

Em 1937, quando se formavam os primeiros professores do ensino secundário, Iracema estava


ingressando no curso de magistério. Era o início da ditadura de Getúlio Vargas período conhecido
como Estado Novo e que durou até 1945. Foi nessa época que ela se tornou freira e conheceu de perto a
desigualdade social.

Nos anos 1960, Iracema teve notícias sobre as campanhas de alfabetização no campo e se encantou
com as idéias de Paulo Freire. Na mesma época, defendeu tese sobre a exploração do trabalho no
regime capitalista. Assim como o educador pernambucano, que foi exilado, a professora foi punida
pelos militares por discutir em sala de aula a conscientização popular, mas não abriu mão de suas
convicções. Nessa fase, o currículo refletia a ditadura Educação Moral e Cívica era disciplina
obrigatória. "Hoje em dia, é muito bom poder falar sem medo dos problemas sociais e dos direitos
humanos."
Tempos de Estado Novo e expansão da escola secundária

1930 Criação do Ministério da Educação e Saúde.

1932 Publicação do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, liderado por Fernando de Azevedo
(1894-1974) e assinado por 26 educadores, entre eles, Anísio Teixeira (1900-1971). O documento
defende o ensino integral, público, laico e obrigatório.

1934 A nova Constituição Federal institui pela primeira vez a educação como um direito de todos. Os
saberes escolares se voltam para conhecimentos científicos e comportamentais, baseados em valores
morais. Os currículos privilegiam os temas relacionados à higiene e aos cuidados com a saúde.

1937 O golpe do presidente Getúlio Vargas (1883-1954) interrompe as mudanças educacionais que
vinham sendo discutidas desde 1932. Há um impulso na formação do magistério, com a reorganização
de algumas escolas secundárias.

1938 Criação da União Nacional dos Estudantes (UNE) e do Instituto Nacional de Estudos de
Pedagogia (Inep).

De 1942 a 1946 O curso secundário passa a ser constituído do ginásio, de quatro anos, e do colegial, de
três, dividido em curso clássico e científico. É estabelecido o ensino profissionalizante mantido pelo
Estado e pelas indústrias. A legislação recomenda que as mulheres freqüentem escolas exclusivamente
femininas.

As imagens contam que...

As mulheres começam a ocupar cargos no magistério. Pela primeira vez, as moças que moram nos
grandes centros urbanos saem de casa para trabalhar em escolas fora de suas cidades. Essas professoras
têm uma postura formal e distante das crianças. As fotos, todas oficiais, remetem à disciplina dos
alunos.

Anos 1960

Durante a ditadura, a rede cresce, mas sem qualidade

"Sou de uma época em que a carreira do magistério começava a perder o prestígio, e a mulher já tinha
conquistado outros campos de trabalho. Minha mãe sonhava ter uma filha médica ou advogada e tive
de enfrentá-la para ser professora. Não me via fazendo outra coisa. Desde pequena eu queria lecionar, e
as bonecas foram minhas primeiras alunas. Em 1960, dei o primeiro passo para o magistério, com a
ajuda do meu pai. Ele me matriculou em uma escola normal, em Belo Horizonte. O colégio pertencia a
uma congregação religiosa e eu era bolsista. Tinha 18 anos quando comecei a lecionar em uma escola
de periferia. Apesar de ser bem nova, a diretora me contratou porque na época a falta de professores era
um dos principais problemas do ensino.

Novata, não tive escolha. Fiquei com a turma mais indisciplinada e que apresentava as maiores
dificuldades de aprendizagem. As classes eram divididas assim: a de alunos considerados nota 10, a
dos regulares e a conhecida como a sala do 'só Deus para ajudar'. Eu tinha muitas limitações e não
havia trabalho em equipe. A primeira orientação que recebi foi: 'Seja bastante enérgica e se mostre
brava'. No final de 1970, me mudei para Brasília, onde estudei pedagogia e comecei a trabalhar em
escolas particulares. Hoje sou bem diferente daquela menina de 18 anos: dirijo a Escola Cresça, da rede
particular, tenho mais experiência e a mesma convicção de que só seria feliz no magistério! Meu
desafio agora é mostrar aos jovens que vale a pena ser íntegro e ético na atual fase histórica do nosso
país, marcada pela descrença e corrupção."

Em 1964, Consuelo Carvalho tinha apenas um ano de experiência como professora. Mesmo sem
prestar concurso público, ela já lecionava em Belo Horizonte. O Brasil enfrentava o início da ditadura
militar, que duraria até 1985. Nesse período, a educação foi marcada pela expansão da rede nas regiões
urbanas impulsionada pela larga migração da zona rural e pelo arrocho salarial do professorado. "Os
investimentos públicos se voltaram para a construção de prédios e não para a qualidade do ensino",
afirma Carlos Jamil Cury, professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Os contratos temporários e a figura do professor substituto sem concurso começavam a se difundir, o


que foi regulamentado posteriormente pela Constituição de 1967. Havia muita insatisfação profissional
e os índices de repetência e evasão eram altos.

A professora estudou o Ensino Fundamental e o Médio em um colégio religioso. Mesmo num tempo
em que o ensino já era laico, as escolas ligadas à Igreja mantinham sua força e eram consideradas
centros de excelência. Em 1962, quando ela estava concluindo o curso normal, educadores
pressionavam por uma educação popular no Nordeste. Um professor ainda desconhecido, chamado
Paulo Freire, ensinou 300 trabalhadores a ler e escrever em 45 dias, causando grande impacto na
educação. "Enquanto lá o ensino acontecia embaixo de árvores e de forma precária, nos grandes centros
urbanos o retroprojetor, o mimeógrafo e os slides começavam a ser utilizados como importantes
recursos didáticos nas salas de aula", explica o professor Armando Martins de Barros, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro. O telefone, o rádio, o cinema e a televisão também se popularizavam.

Em 1968, o movimento dos estudantes secundaristas e universitários tentou romper com o silêncio da
ditadura, mas foi combatido. A professora Consuelo, sem muita experiência, recebia orientação para
exigir disciplina dos alunos, reproduzindo a rigidez daqueles tempos.

Tempos de Educação popular e revolta estudantil

1950 Lançamento da cartilha Caminho Suave, de Branca Alves de Lima.

1959 Divulgação do Manifesto dos Educadores, assinado por mais de 190 pessoas, entre elas, o
sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995). O documento critica o discurso conservador da Igreja
Católica sobre o ensino e a lei que defendia o apoio à escola privada.

1961 Promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educacão Nacional (LDB), que determina o fim dos
exames de admissão para o colegial, tornando a escola aberta, mas não obrigatória para os concluintes
do 4º ano primário.

1962 Surge o método Paulo Freire. Para o educador pernambucano (1921-1997), a valorização da
cultura do aluno é o caminho para a conscientização política e a aprendizagem.

1967 A nova Constituição estabelece pela primeira vez a obrigatoriedade do ensino até os 14 anos. Para
combater o analfabetismo é criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral).

1968 A revolta estudantil acontece em vários países. No Brasil, alunos reivindicam mais vagas nas
universidades públicas e o fim da ditadura militar.

1969 Lei institui as disciplinas de Educação Moral e Cívica no primário, Organização Social Política
Brasileira (OSPB) no Ensino Médio e Estudos de Problemas Brasileiros (EPB) no Superior.

As imagens contam que...

O regime militar (1964-1985) impõe o civismo na educação. Momentos solenes, como o hasteamento
da bandeira e apresentações de ginástica, demonstram a ordem estabelecida, em contraste com o
movimento das ruas.

Anos 1980

Escola mais aberta pede ênfase na formação

"Lembro-me muito bem do meu primeiro dia de professora, em 1988. Como a escola era próxima à
minha casa, fui caminhando cheia de planos e sonhos... Assim que entrei na sala de aula começou a
loucura. Tinha aluno batendo no colega, alguns jogavam capoeira e outros andavam sobre as carteiras.
Fui ficando apavorada. O que eu faria com a metodologia, a didática e a psicologia aprendidas na
faculdade? A primeira coisa que compreendi foi que não basta ter boa vontade. É preciso também ter
competência técnica. E fui em busca dela: ingressei na rede municipal e participei de todos os cursos
oferecidos pela secretaria de Educação. Em pouco tempo, senti que estava ensinando melhor e que os
alunos aprendiam mais. No final da década de 1990, fui selecionada para trabalhar na Escola Municipal
Barbosa Romeo, que atende crianças e adolescentes carentes, onde leciono até hoje. Aí, sim, encontrei
meu lugar. Passei a fazer parte de grupos de estudos e a debater sobre minha prática. Ainda tenho
muitos caminhos a trilhar, como me tornar mestra em educação. Neste ano, concluí minha
especialização em educação especial. Nossa escola agora aceita crianças com necessidades especiais, e
elas também têm direito a um ensino de qualidade. Acabei de fazer um curso de libras. Ainda não
aprendi tudo que preciso para me comunicar com uma aluna surda que recebemos, mas participar dessa
formação me desequilibrou bastante.

O caminho é longo, mas não desisto. Vou buscar novos conhecimentos, novos parceiros, novas formas
de ensinar..."

Quando Sonia Beatriz Leal Silva Rossi pensou em se tornar professora, a velha aula com giz e muita
explicação teórica já não fazia mais sentido. O computador começava a chegar à escola, e a educação
ambiental, a violência urbana e a inclusão de portadores de necessidades especiais eram os temas do
dia.

Dois grandes fatos marcaram o período: a formação e a organização sindical dos professores, que, a
partir de 1978, reivindicavam aumento salarial, e a derrubada da ditadura militar. "Na faculdade,
discutíamos o que deveria ter mais peso: a competência técnica ou o compromisso político com a
educação", conta.

No estado de São Paulo, foram implantados os Centros Específicos de Formação e Aperfeiçoamento do


Magistério (Cefams) e, em outros estados, a oferta de formação em serviço passou a ser uma prática.

Em 1980, foram retomadas as idéias da educação popular, apontando que era preciso considerar os
saberes das populações pobres e a experiência de vida dos alunos para que o conhecimento estruturado
na escola fizesse sentido. "Com a chegada dos primeiros computadores e com o impacto dessas novas
discussões, o papel do professor realmente foi colocado em xeque", afirma o professor Carlos Jamil
Cury.

Sonia Beatriz se formou em pedagogia quando o Brasil já não vivia sob o regime militar, e o país
começava a incluir na escola crianças e jovens que estavam à margem do Ensino Fundamental desde os
primórdios da educação.

Tempos de Mobilização de professores e novas teorias pedagógicas

1971 Acontece a reforma do Ensino Fundamental e do Médio. É ampliada a obrigatoriedade do ensino


de quatro para oito anos. Uma parte do currículo contempla uma educação geral e outra, conteúdos
específicos para habilitação profissional. Algumas disciplinas se tornam obrigatórias, como Educação
Artística e Programa de Saúde e Religião.

1978 Professores se mobilizam em diversos estados para recuperar as perdas salariais, regulamentar a
carreira do magistério e reivindicar melhores condições de trabalho.

1979 Promulgação da anistia aos presos políticos exilados, como Leonel Brizola (1922-2004) e Paulo
Freire.

1980 Morre o psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980). Suas idéias sobre a concepção construtivista da
formação da inteligência passam a ser discutidas no Brasil.

1982 O ensino profissionalizante deixa de ser obrigatório no nível médio, sendo retomada a ênfase para
a formação geral. A disciplina de Filosofia ressurge como optativa.

1985 O movimento estudantil assume importante papel na luta pela anistia de políticos brasileiros e
pelas eleições diretas para presidente da República. O Mobral é extinto e em seu lugar é criado o
Projeto Educar.

As imagens contam que...

A disciplina não é mais tão rígida e os alunos mostram intimidade com os professores, agora mais
próximos e amigos. O fácil acesso às máquinas fotográficas automáticas revelam o comportamento dos
adolescentes na escola.

Anos 2000

A tecnologia chega à escola, que não é mais só para a elite

"A tecnologia é um bicho-de-sete-cabeças para muitos professores. Em contrapartida, vejo crianças de


5 anos na frente de um computador dando um baile nos adultos. Essa situação deixa bem claro o quanto
as relações na escola têm que se basear na troca de experiências. A tecnologia pode, sim, aproximar as
pessoas e nunca vai substituir o professor.

Será que vou ser uma boa educadora? Penso nos pontos positivos dos meus professores. 'Como você
está hoje Juliana? Está feliz?', costumava perguntar minha professora da 1a série. Vou levar para o
resto da vida esse olhar e esse cuidado.
Trabalho na biblioteca do Projeto Casulo, onde o livro faz a ponte entre mim e as crianças. Conheço o
contexto de vida de cada uma porque vivemos na mesma comunidade. Falamos a mesma língua, e
assim consigo chegar até elas. Tomara poder trabalhar com alunos de 1a a 4a série e ser uma boa
referência na vida das pessoas que cruzarem o meu caminho. Quero ajudar a construir um ensino de
qualidade no meu bairro e ver funcionando lá uma escola de Ensino Médio. A vida oferece muitas
possibilidades interessantes se conhecemos nossos direitos e lutamos por eles!"

A falta de recursos financeiros não impediu que Juliana Piauí, uma paulistana de 19 anos, chegasse ao
Ensino Superior. Moradora da favela Real Parque, ao lado do Morumbi, um dos bairros mais ricos de
São Paulo, cursa o 2º ano do curso normal do Instituto Singularidades, uma faculdade particular. Ela
faz parte da primeira geração de uma família de nordestinos a ir além do Ensino Médio. A mãe,
diarista, e o pai, porteiro, não passaram da 4ª série. Os avanços educacionais do país nos últimos anos
possibilitaram uma outra história de vida para Juliana.

Estudar não é mais um privilégio para poucos, como nos anos 1930. Juliana é uma das beneficiadas
pela revolução que vem ocorrendo na educação, principalmente na última década. A expansão do
acesso ao ensino nunca alcançou os níveis atuais. Em oito anos, a porcentagem de crianças de 7 a 14
anos que freqüentam a escola passou de 88% para 97%. Essa inclusão ocorreu claramente nas camadas
de mais baixa renda e nas áreas mais pobres. O Ensino Médio recebeu cerca de 3 milhões de
adolescentes de 1996 a 2002 e, no Ensino Superior, há, hoje, mais de 3,9 milhões de alunos
matriculados. Em 1960, eram apenas 95 mil.

Nunca, em toda a história brasileira, tantas empresas públicas e privadas, entidades sociais, fundações e
organizações não-governamentais se comprometeram com a educação. Foi por meio de uma ONG, o
Projeto Casulo, que Juliana conseguiu uma bolsa para estudar em uma faculdade e também um
emprego. Ela cuida da biblioteca do projeto e pesquisa que intervenções sociais seriam importantes na
favela Real Parque. Ao escolher o magistério como carreira, ela se sente útil e transforma o
conhecimento que adquire no curso superior em esperança de um futuro melhor para os moradores de
sua comunidade. "Um dia terei muito orgulho das escolas daqui", afirma.

A qualidade do ensino oferecido na rede pública é ainda o grande nó da educação, e a garota sabe de
seu papel nessa história. Outras questões farão parte da carreira da futura professora, como o acesso à
tecnologia, a formação continuada e a organização do currículo por áreas. Diferentemente de Iracema,
Consuelo e Sonia Beatriz, ela sabe, mesmo antes de formada, que nunca poderá parar de estudar. O
conhecimento é uma das marcas da atual sociedade e um elemento indispensável para a formação da
cidadania.

Tempos de Grandes avanços na educação

1992 Última grande mobilização estudantil. Os estudantes pedem o impeachment do presidente


Fernando Collor de Mello. As disciplinas de OSPB e EPB deixam de ser obrigatórias no Ensino Médio
e no Superior.

1995 O MEC lança a TV Escola, um canal para promover a atualização dos professores e cria o
Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb) e o Exame Nacional de Cursos.

1996 Criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização


do Magistério (Fundef). Aprovada a nova LDB, que dá mais autonomia às escolas, torna os conteúdos
curriculares mais flexíveis e estimula a qualificação dos professores.

1997 Morrem Darcy Ribeiro e Paulo Freire. Lançamento dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)
de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental e em seguida de 5ª a 8ª, o Referencial Curricular para a
Educação Infantil e o Referencial Curricular para as Escolas Indígenas.

1998 Criação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicado aos alunos que concluem essa
etapa da educação.

1999 Implantação do Proformação, curso de nível médio para professores leigos, principalmente do
Nordeste e Centro-Oeste.

2001 Criação do programa Bolsa-Escola, que vincula um benefício monetário para as famílias com
renda inferior a 90 reais mensais à presença das crianças na escola.

As imagens contam que...

A tecnologia está presente em muitas salas de aula. Agora mais do que nunca o professor perde o papel
de única fonte de conhecimento e informação e a qualidade do ensino depende da capacidade da escola
em se adequar às exigências da sociedade contemporânea.

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