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A sociedade de maneira geral pode ser definida como um grupo de indivíduos, em que há relações
econômicas, políticas e culturais. Suas principais características são a unidade de idioma pátrio e
costumes em que os membros têm de obedecer a um conjunto de leis características de cada região.
Augusto Comte fundamentou seu estudo sobre a formação da sociedade em três pilares: que é de acordo
com a Filosofia Positivista é a Lei dos Três Estágios.O Estado Teológico é marcado pela incapacidade do
homem de conseguir explicações científicas para os fenômenos: o espírito humano trata-os como
misteriosos, e por isso, procura-lhes uma explicação transcendente nas divindades ou forças ocultas de
qualquer espécie (Comte, Augusto).O primeiro seria a sociedade teológica fundamentada na propriedade
e exploração do solo. Assim o primeiro estágio é marcado pela Idade Média em que a Igreja Católica
ditava as regras de acordo com os seus dogmas e das leis do Cristianismo.“O Estado Metafísico resultou
do aperfeiçoamento do primeiro. Neste as divindades foram substituídas por entidades ou conceitos
abstratos” (Augusto Comte).O segundo estágio seria a sociedade legista aonde o homem é quem dita as
regras através do Governo Absolutista em que o Príncipe é o centro das atenções. “O Estado Positivo
revela a maturidade da humanidade por vários motivos. O homem submete a imaginação à verdadeira
observação que de acordo com as necessidades efetivas da humanidade, se atém rigorosamente aos
fatos”.(Comte, Augusto).Epor último a sociedade positivista aonde há o surgimento da industrialização, do
crescimento das cidades, da divisão do trabalho em que a sociedade não é mais regida pelas leis da
Igreja e sim pelo sistema capitalista.Já para Karl Marx e Friedrich Engels a sociedade era baseada nas
relações capitalistas de produção em que tinha a produção de bens materiais e os homens estavam
envolvidos nesta relação independente de sua vontade. Marx e Engels dividiram a sociedade em seis
grupos: a comunidade tribal, a sociedade asiática, a sociedade antiga, a germânica, a feudal, a capitalista
e por último ainda a comunista. Do ponto de vista puramente biológico, o que é normal para o selvagem
não é sempre para o civilizado e vice-versa (Durkheim, Émile). Para ele, a sociedade é um organismo em
que há a presença de dois estados um normal e outro patológico. Seu objetivo máximo é a harmonia
consigo mesma e com as outras sociedades por meio de um consenso. Assim, um fato social normal algo
que pode ser generalizado pela sociedade que vive dentro de um conjunto de regras e valores. Um crime,
por exemplo, é visto como um estado normal, pois é comum a todas a s sociedades em todos os tempos.
Portanto, o crime é punido de acordo com as leis de cada sociedade pelo fato de ser considerado como
um ato ofensivo. Já os fatos patológicos são aqueles que se contrapõem à ordem social e a moral
vigente. Então, a conduta imposta por facções criminosas ou terroristas pode ser considerada como um
fator social patológico.Ainda de acordo com a teoria de Durkheim existe a solidariedade mecânica e a
orgânica. Na solidariedade mecânica há a semelhança entre os sentimentos, valores e crenças como na
Idade Média em que todos partilhavam da idéia de que o ser humano não estava na terra para ser feliz e
ter prazer, mas sim para pagar todos os seus pecados e ser feliz somente na vida eterna. Já na
solidariedade orgânica há a predominância da diferença que faz parte do universo da Sociedade
Moderna.Há também outros tipos de sociedade como: anônima, de amigos, civis e comerciais, secreta,
de capital autorizado, aberto e com a participação do estado. A sociedade anônima é caracterizada por
ser uma empresa formada por sete sócios em que o capital se divide no mesmo valor nominal. Ela tem
como finalidade o lucro podendo exercer qualquer tipo de atividade comercial, industrial ou de prestação
de serviços.As sociedades civis e comercias são organizações de pessoas em que há esforços de
natureza contratual e institucional e tem como base um contrato em que seu registro é necessário para a
regulamentação de pessoa jurídica. Sua finalidade é o lucro que a diferencia de instituições sem fins
lucrativos como instituições beneficentes, culturais e religiosas.A sociedade secreta é um movimento
hierarquizado que é regido por normas e rituais. Elas podem ser religiosas, políticas, racistas etc. dentre
as sociedades secretas mais conhecidas estão a Ku Kluz Klan, a Maçonaria e a Máfia.
P- O que é a Sociedade Metafísica?
R- Alguns, e entre eles está o conhecimento e entendimento das leis da física e das leis
naturais que regem a mátéria.
R- Não. A Sociedade Metafísica nada tem de secreto, ou não estaria respondendo a estas
perguntas. Mas a própria metafísica sabe guardar seus segredos. Proteger-se da
vulgaridade e da especulação infrutífera.
R- Quer dizer que a metafísica está ao alcance de todos que buscam, mas que estejam, é
claro, ao alcance de compreende-la.
R- Para o conhecimento todos estão preparados, basta querer saber mais. Mas, se faz
necessário que esteja capacitado ao entendimento daquilo que busca conhecer. São duas
coisas totalmente diferentes. Conhecer não é o mesmo que entender. Como querer que
um aluno do ensino fundamental entenda os conceitos mais avançados de uma
universidade?
R- Não é princípio nem prioridade dessa sociedade fazer divulgação ou convite a quem
quer que seja. Existem muitos e variados caminhos que levam ao conhecimento, e cada
um sabe exatamente do que precisa.
P- Se é algo tão bom e verdadeiro, por que não divulgar e agregar mais pessoas?
P- Quais seriam essas metas e objetivos das quais falastes mais acima?
P- Como se dá isso?
R- Não. Todos são livres para ir e vir. Aceitar ou não. Temos sim, princípios
determinados que devem ser entendidos e respeitados. Preservados e cumpridos por
todos. Mas isso não é imposto a ninguém. O verdadeiro metafísico já o intui quando
aceita a causa, os conceitos e o pensamento metafísico.
R- Não se trata de acreditar, mas sim de uma intuição forte, inata a todo ser humano.
Diante dessa inconcebível estrutura universal infinitamente organizada, algo nos alerta e
chama nossa atenção a uma força inteligente. O nada ou o acaso não pode ser
responsável por tal efeito organizado. É preciso uma causa inteligente, e entendemos
essa causa como sendo Deus, que preferimos chamar de Eterno.
R- Não conceituamos a natureza de Deus. Apenas nos permitimos intuir algo para alem
de nossa compreensão, e respeitamos esse mistério.
R- O Eterno não poderia ser nada disso se junto acrescentássemos a Ele uma forma, ou
estar em algum lugar específico, preso aos conceitos e vontades humanas. As vezes
conceituamos e cremos no que nos parece ser o mais apropriado e conveniente a nossa
necessidade e segurança, e as vezes simplesmente nos deixamos aceitar os conceitos dos
outros. No geral são conceitos formados para nos servir, e como tal, escravos de nossa
vontade e conveniência. Não parece ser muito apropriado buscarmos conceitos mais
amplos quando já existem outros prontinhos a nos agradar e sem criar nenhum tipo de
conflito. Mas a verdade tem muitas e variadas faces, cada um constrói a sua, apropriada
a seu tempo, sua necessidade e lugar.
P- Pode dizer com mais clareza esse conceito metafísico sobre Deus?
R- Concebemos o Eterno como uma força inteligente, geradora, o que não deve ser
tomado como criadora. Para nós são conceitos diferentes. O axioma "em Deus existimos
e nos movemos" diz muito mais que qualquer outra definição que possamos dar.
R- A maneira como a pergunta foi colocada dá a entender que alma e espírito sejam a
mesma coisa. Não entendemos dessa forma.
P- E de que forma entendem?
R- Por alma entendemos ser uma das mais nobres manifestações Divina. Imortal e
atemporal. As almas não nascem nem são criadas, é uma emanação do Deus Eterno.
Divina e imortal. É uma entidade celeste quando em sua natureza original, e alma
humana quando em afinidade estreita com um corpo físico. A alma é uma manifestação
Divina e sem forma, energia emanada do próprio Deus.
R- A alma não entra e nem sai. Age e atua no campo das energias, das afinidades e dos
conflitos. Sendo a alma uma emanação Divina, uma das infinitas manifestação do
Eterno, ela não tem forma definida segundo nossos padrões. Não interfere diretamente
na autonomia, desejos, vontades e necessidades do corpo. Como podemos atribuir a
alma os desejos perniciosos, as vontades viciosas e as atitudes degradantes do corpo
humano a Divindade da alma? O que chamas de livre arbítrio refere-se a autonomia do
corpo físico e não da alma. O acúmulo de experiências genéticas ou culturais geram a
consciência que processada pela mente humana decide o que fazer. A natureza da alma
não é afetada por isso, se não na simples impressão de bem estar ou mal estar.
R- Primeiro que morte no sentido restrito da palavra não existe para a mente metafísica,
e sim uma transformação, uma metamorfose que proporciona a existência da Vida em
outros níveis, não de consciência mas de existir. Ou melhor dizendo, de prosseguimento
da Vida. Sendo a mente um atributo do cérebro, quando cessa a atividade cerebral cessa
também a atividade mental.
R- Sim. Mas ha que se entender que a consciência é como um livro de memórias, Não é
uma entidade, e por isso mesmo é consciência e não consciente. É preciso um cérebro
humano, que em suas conexões neuronais processe esse acúmulo de experiências
chamados de consciência. É a função da mente. A mente sendo um atributo do cérebro
deixa de existir juntamente com a forma física do corpo humano, e a consciência fica
preservada na forma energética do corpo extra-físico. Passa a existir como pensamento,
desassociado do corpo.
P- E onde pairam esse pensamento? Onde fica quando não há mais o corpo?
R- Em camadas sutis acima do orbe terrestre, assim como as ondas de rádio e tv,
podendo ser captadas por outras mentes em atividades, de acordo com o grau de
interesse e afinidades estabelecidos.
R- O corpo físico é o que proporciona a experiência física para a alma, sendo ela de
natureza completamente diferente da matéria. O mundo físico é por assim dizer o
laboratório de experiências do corpo humano, assim também o corpo humano é o
laboratório no qual a alma tem a experiência física. Isso de dá pela ligação do corpo
extra-físico, no qual reside a consciência e do qual a alma recebe as impressões, as
vezes agradáveis as vezes conflitantes. Ha que se entender que quanto mais experiência
o corpo físico adquire menos influência a alma tem sobre ele. Quanto mais formada a
consciência, mais autonomia. E também quanto mais experiência tem a alma, mais
autonomia tem o corpo físico.
R- Embora o corpo seja uma das infinitas manifestações Divina, assim como tudo o que
há, sua natureza é terrena. Ele passa por transformações desde o seu aparecimento no
globo terrestre. Cresce e evolui através de adaptações, como já foi dito. Isso se dá
devido ele ser de natureza material, e como tal, sujeito as leis que regem a matéria.
Constrói uma consciência individual que mais tarde pertencerá a totalidade humana.
P- Não é o corpo físico então uma vestimenta para a alma, e a reencarnação não é o que
proporciona a evolução desta?
R- Isso é espiritismo. A metafísica não está restrita aos conceitos espíritas, ela vai mais
alem, buscando um entendimento supra-humano. No espiritismo o corpo físico não tem
outro valor ou finalidade se não o de receber uma alma, onde ele o corpo morre e a alma
herda o que chamas de carma. Observas o desenvolvimento humano, sua evolução e os
níveis de adaptações pelos quais a humanidade já passou. Olhas com mais atenção a
quase totalidade de independência do corpo físico, e mais, atentas para os níveis cada
vez mais alto de consciência e para a livre escolha da mente humana, e vejas se pordes
atribuir todos os desejos, vontades, tendências e necessidades do corpo físico a
manifestação da alma, fazendo essa uma presa fácil dos vícios e degradação moral e as
vezes intelectual humana, ao ponto de torná-la refém e devedora das falhas e faltas
humanas para com a própria existência. Não somos espíritas, somos metafísicos. E
como tal, não nos prendemos as aparências dos efeitos, buscamos o entendimento das
causas.
P- A evolução da alma não depende da reencarnação?
R- É através dele que a alma recebe as impressões da matéria. É preciso entender o Ser
humano como autônomo, mas nunca como independente dos laços de afinidades com a
alma, e suas respectivas influências. Não é a toa que se diz alma humana.
R- Como já disse a evolução humana é o fator determinante para que a alma dirija sua
atenção e vontade a outras experiências que não a física e humana. Encontrará
afinidades mais condizente com sua natureza a cada novo ciclo.
P- Está dizendo que chegará um dia em que o corpo não estará mais ligado a uma alma?
P- Longe disso. Embora diferentes em sua natureza o corpo sempre será motivo de
afinidade para as almas, assim como as almas sempre serão movidas para a experiência
do corpo. O espiritismo conhece esse processo como reencarnação, e admite que o ciclo
reencarnatório um dia cessará. Para o metafísico quando completo esse ciclo de
experiências físicas, e que nada tem a ver com a evolução da alma, mas sim da
humanidade, a alma dirige sua vontade e atenção a outras experiências muito alem da
nossa imaginação. Mas a vida e experiência humana continuará sendo objeto de outras
almas com menos experiências.
R- Essa força não é, claro, a força física ou muscular do próprio corpo. Falo da força
divina que permeia toda a matéria, na qual tudo existe e se move. É o que entendemos
como espírito. Uma manifestação Divida, da qual toda a natureza é atributo.
R- Também é claro que não se trata do movimento normal e comum dos corpos no
espaço. Falo do movimento impulsionado pela força acima descrita. O movimento dos
componentes sub-atômicos, o que vem a constituir toda a matéria, condensando a
energia em elementos físicos e palpáveis, com formas e conteúdo. Esse movimento
proporciona todas as transformações pelas quais passa toda a matéria.
R- Não poderia ser diferente, pois que provém de Deus. Deus ou Eterno, como
gostamos de chamar, é todo consciência. Mas, isso não significa que o que chamamos
de Espírito de Deus seja algo aparte do próprio Deus, assim como a alma é aparte do
corpo. Deus é, numa linguagem mas simplificada, a eterna e infinita consciência
universal. A causa de todos os efeitos. Só Deus é ação, tudo o mais é reação. Só Ele é
causa, e tudo o mais é efeito.
R- A alma em sua natureza Divina e recém manifestada, pode ser entendida como pura
e até mesmo inocente. É, por assim dizer, essa característica que determina este ou outro
orbe seu campo de experiência. É inadmissível que a alma sendo de natureza Divina
tenha alguma tendência ou inclinação ao mal. O que existe fora do orbe terrestre e que
pode ser caracterizado de mal, são formas de vida totalmente diversa da humanidade, e
que em grau de autonomia muito superior ao da forma de vida terrestre, cometem
também como os humanos suas contravenções. Essa é a única forma do mal fora da
terra, ou campo espiritual como é costume chamar.
R- Isso é muito mais cultural do que se imagina. Ao se aceitar uma entidade maligna,
forçosamente ha que se conceber um ambiente de origem, ou propício a sua morada. Aí
está o seu inferno.
P- E o céu?
R- Como não querer se proteger de pensamentos malignos gerados por mentes atrasadas
e ainda brutalizadas, e que vagam ao Léo esperando serem atraídos por nossos
pensamentos mais obscuros?
P- A oração seria uma forma de proteção?
R- A oração é uma questão que precisa ser melhor explicada. Mas, dentro do que foi
perguntado, sim. Da mesma forma que a boa conduta e o cumprimento das leis dos
homens vos coloca em posição privilegiada diante da sociedade e das regras de
convivência pacífica, da mesma maneira a oração é uma arma poderosa diante do
pensamento maligno. A oração quando não automatizada e feita da boca pra fora,
quando é sentimento emitida do coração, ganha assim como o sentimento maldoso,
força. E, por conseqüência atua como antídoto ao que chamas de força maligna.
R- O objeto de vossa oração é tão somente um catalisador. Ao orar, o que mais importa
é o vosso sentimento.
P- O que acha o pensamento metafísico sobre Deus atender o pedido feito em oração?
R- Uma enorme pretensão humana. Deus não é uma entidade a serviço dos homens. E,
os caprichos humanos não são suficientes para motivar ou mobilizar as potencialidades
celestes a favor ou contra nada nem ninguém. Isso seria infringir as próprias leis
celestes.
R- O paraíso existe sim. Mas não é um lugar. É muito mais um estado de paz e
harmonia, de estar bem consigo mesmo e com seus semelhantes, integrado no mundo,
agindo e reagindo positivamente em conformidade com a evolução dos seres e das
coisas, onde conflitos mesquinhos seriam tão somente motivo de união para superá-los.
Assim é também a noção de céu e de inferno. Não são essas idéias exatamente um lugar.
Existem no mais íntimo de todos os humanos, como uma réplica, uma sombra distante
das harmonias celestiais quando pensamos em céu ou paraíso. E, como desarmonia e
sofrimento interior, quando pensamos em inferno.
R- Como pecado. Mas nunca contra Deus. O homem peca sempre contra as leis, sejam
terrenas, naturais ou celestiais. É inconcebível a uma mente metafísica imaginar que o
homem em sua posição possa de alguma forma ofender ou atingir a grandeza de Deus.
R- Isso é uma noção puramente humana onde o homem cria seus próprios critérios de
castigos e recompensas, e os transfere para Deus, desejoso que o que ele entende por
justiça na terra seja aplicada de forma mais perfeita nos céus. Passa a ter uma concepção
de uma entidade divina motivada a recompensar uns pelas suas ações dignas e a castigar
outros pelas suas faltas, erros e omissões. Um super juíz com todas as características
humanas, mas em forma de Deus. As vezes um pai amoroso, as vezes um carrasco
impiedoso. Essa concepção ainda pequena e vulgar não faz parte do pensamento
metafísico.
P- Aceite-se ou não, pois isso não é objeto de retórica, existe sim um sistema de castigo
e de recompensa, mas de forma alguma isso é uma ação direta de Deus. É simples de
entender porque está aplicado no dia-a-dia de cada um, basta observar e verá os
exemplos disso em você mesmo e a sua volta.
R- Sim. Quando uma pessoa infringe uma lei, seja dos homens, da natureza ou de Deus,
ela peca contra a lei, e não contra quem a estabeleceu. Assim, ele, o homem, criou uma
ação contrária as regras ou normas de equilíbrio, sejam elas sociais, naturais ou
celestiais, e toda ação exige uma reação. Não é difícil entender que para uma ação
desequilibrada e contrária, ha sempre uma reação do mesmo valor, contrária e
desequilibrada. sofre ele então as conseqüências de sua ação. Chame do que quiser,
conseqüência, reação, responsabilidade ou castigo, só não atribua isso a uma ação direta
do próprio Deus. Assim também é no que chamam de recompensa. Se uma pessoa vive
dentro das regras e normas sociais, cumprindo as leis dos homens, da natureza e de
Deus, e, suas ações estão sempre em conformidade com o equilíbrio, ele está nesse caso
produzindo uma ação positiva. É de se esperar que a reação seja do mesmo caráter e
valor. Tens ai o que vulgarmente pode se chamar de recompensa.
a) O estado teológico ou "fictício" explica os fatos por meio de vontades análogas à nossa (a
tempestade, por exemplo, será explicada por um capricho do deus dos ventos, Eolo). Este
estado evolui do fetichismo ao politeísmo e ao monoteísmo.
b) O estado metafísico substitui os deuses por princípios abstratos como "o horror ao vazio",
por longo tempo atribuído à natureza. A tempestade, por exemplo, será explicada pela "virtude
dinâmica"do ar (²). Este estado é no fundo tão antropomórfico quanto o primeiro ( a natureza
tem "horror" do vazio exatamente como a senhora Baronesa tem horror de chá). O homem
projeta espontaneamente sua própria psicologia sobre a natureza. A explicação dita teológica
ou metafísica é uma explicação ingenuamente psicológica. A explicação metafísica tem para
Comte uma importância sobretudo histórica como crítica e negação da explicação teológica
precedente. Desse modo, os revolucionários de 1789 são "metafísicos" quando evocam os
"direitos" do homem - reivindicação crítica contra os deveres teológicos anteriores, mas sem
conteúdo real.
c) O estado positivo é aquele em que o espírito renuncia a procurar os fins últimos e a
responder aos últimos "por quês". A noção de causa (transposição abusiva de nossa
expeirência interior do querer para a natureza) é por ele substituída pela noção de lei.
Contentar-nos-emos em descrever como os fatos se passam, em descobrir as leis (exprimíveis
em linguagem matemática) segundo as quais os fenômenos se encadeiam uns nos outros. Tal
concepção do saber desemboca diretamente na técnica: o conhecimento das leis positivas da
natureza nos permite, com efeito, quando um fenômeno é dado, prever o fenômeno que se
seguirá e, eventualmente agindo sobre o primeiro, transformar o segundo. ("Ciência donde
previsão, previsão donde ação").