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Resumo
Neste artigo é possível verificar uma descrição detalhada do SCM (Supply Chain
Management), a sua transformação ao longo do tempo (dividido em várias “eras”), os
processos envolvidos no seu funcionamento. São abordados alguns dos problemas inerentes
à utilização do SCM e uma das possíveis soluções que podem ser implementadas. Por fim,
é visada a importância da utilização do SCM nas empresas nos dias de hoje, e as
consequências benéficas que a sua utilização possuí.
1. Introdução
O conceito de SCM (Supply Chain Management) surgiu como uma evolução natural do
conceito de Logística Integrada. Enquanto a Logística Integrada representa uma integração
interna de actividades, o SCM representa sua integração externa, pois estende a coordenação
dos fluxos de materiais e de informações aos fornecedores e ao cliente final. A gestão da cadeia
como um todo pode proporcionar uma série de maneiras pelas quais é possível aumentar a
produtividade e, em consequência, contribuir significativamente para a redução de custos, assim
como identificar formas de agregar valor aos produtos. No primeiro plano estariam a redução de
stock’s, compras mais vantajosas, a racionalização de transportes, a eliminação de desperdícios,
etc. O valor, por outro lado, seria criado mediante prazos confiáveis, atendimento no caso de
emergências, facilidade de colocação de pedidos, serviço pós-venda, etc.
Para possuirmos uma melhor percepção da definição de SCM ou, em Português, gestão
da cadeia de fornecimento, vejamos inicialmente a definição de logística, onde esta definição é
normalmente confundida. Logística é a área da gestão responsável por prover recursos,
equipamentos e informações para a execução de todas as actividades de uma empresa.
A SCM é mais abrangente que o conceito de logística, esta é a integração dos processos
do negócio do consumidor através dos fornecedores de produtos, serviços e informação, com o
objectivo de acrescentar valor ao cliente (1). Numa cadeia logística normal, as matérias-primas
são procuradas e os bens são produzidos numa ou mais fábricas, transportando para os armazéns
e depois para os clientes finais. As estratégias mais comuns utilizadas para obter uma cadeia
logística eficaz consistem nas interacções entre os vários níveis da cadeia logística, de forma a
reduzir custos e melhorar o serviço prestado. Assim a gestão da cadeia logística consiste numa
série de aproximações utilizadas para integrar eficazmente os fornecedores, fabricantes e lojas,
para que os produtos sejam produzidos e distribuídos em quantidades ideais, na localização
certa e no tempo exacto, com o objectivo de satisfazer o nível de serviço e diminuir custos ao
longo do sistema (2). Consiste numa gestão de uma rede de empresas interligadas envolvidas na
prestação final de embalagens de produtos e serviços exigidos pelos clientes finais (3). Assim,
SCM abrange toda a movimentação e armazenagem de matérias-primas, trabalhos em processo
de inventário e bens acabados do ponto de origem até o ponto de consumo.
Mas existem outras definições comuns: Mentzer diz-nos que “SCM é a coordenação
sistémica, estratégica das funções empresariais tradicionais e das tácticas através destas funções
de negócio dentro de uma empresa e através de negócios dentro da cadeia de abastecimento,
para fins de melhorar o desempenho a longo prazo das empresas individuais e as cadeias de
fornecedores como um todo” (5). Uma definição mais direccionada para o cliente é dada pela
Hines "as estratégias da cadeia de abastecimento exignuma visão sistémica total das ligações na
cadeia que trabalhem juntos com eficiência para criar satisfação do cliente no ponto final de
entrega ao consumidor como uma consequência os custos devem ser reduzidos ao longo da
cadeia com vista a acabar com os custos desnecessários e focar a atenção na adição de valor. A
eficiência também deve ser aumentada, com a medição de desempenho, e deve-se concentrar na
eficiência total de sistemas e distribuição equitativa. O sistema de cadeia de abastecimento deve
ser sensível às necessidades do cliente. " (6). De acordo com o CSCMP (County of Supply
Chain Management Professionals), a gestão da cadeia de fornecimento engloba o planeamento
e a gestão de todas as actividades envolvidas na contratação, aquisição de bens, conversão e
gestão logística. Também inclui os componentes cruciais de coordenação e colaboração com os
parceiros: fornecedores, intermediários, prestadores de serviços de terceiros e clientes. Em
suma, a gestão da cadeia de fornecimento integra a oferta e a gestão dentro e entre empresas.
2. Evolução da SCM
A primeira era, denominada também “do campo ao mercado”, foi iniciada no início do
Século XX, sendo a economia agrária sua principal influência teórica. A principal preocupação,
no caso, eram com questões de transporte para escoamento da produção agrícola. No entanto, o
conceito de SCM foi de grande importância, especialmente com a criação da linha de
montagem. As características desta época da gestão cadeia de fornecimentos incluem a
necessidade de mudanças em grande escala, reengenharia, downsizing impulsionado por
programas de redução de custo, e grande atenção para a prática japonesa de gestão.
Por fim o Supply Chain permite uma especialização às empresas para melhorar as suas
competências gerais da mesma forma que a fabricação efectuada por terceiros e a distribuição
tem feito, permite que concentra-se nas suas competências essenciais e montar redes específicas,
os melhores parceiros do ramo contribuem para a cadeia de valor global em si, aumentando
assim a performance e a eficiência global. A capacidade de obter rapidamente e implantar esse
conhecimento de domínio específico da cadeia de abastecimento, sem desenvolvimento e
manutenção de uma competência totalmente único e complexo em casa é a principal razão por
que a especialização da cadeia de abastecimento está a ganhar popularidade.
Esta última era foi identificada também, como a última fronteira empresarial em que se
podem explorar novas vantagens competitivas, é aí que surge o conceito de SCM, cujo pano de
fundo é a globalização e o avanço na tecnologia da informação. Este período, no qual nos
encontramos, implica uma maior preocupação com as interfaces, dentro das empresas, entre as
diferentes funções, além de maior destaque das considerações logísticas no mais alto nível de
planeamento estratégico das corporações. Outra questão que ganha relevância, nos dias de hoje,
é a inclusão da responsabilidade social no projecto de novos sistemas logísticos, como por
exemplo as questões ecológicas.
É facilmente perceptível quando algo que se relaciona com a logística não está a funcionar
da melhor maneira, pois verificam-se frequentes rupturas de stocks, ordens de encomenda
desencontradas, baixas performances, disponibilizações erradas de produtos ou serviços e
colocações fora de tempo, em locais incorrectos ou em quantidades desadequadas. No entanto,
quando se verifica o seu bom funcionamento, nomeadamente, em termos de mercado nacional,
de entre todas as causas divulgadas para o seu sucesso, não é referida a logística (10).
Podemos afirmar que, a estratégia não é mais do que o conjunto de decisões e acções
tomadas por uma empresa a fim de proporcionar aos seus clientes mais valor em detrimento do
valor oferecido pela concorrência (11). A estratégia empresarial, é a forma que as empresas têm
de pensarem o seu futuro e definir objectivos. Está directamente relacionada pelo meio que
envolve a empresa, nomeadamente no que diz respeito às áreas económica e sociopolítica,
sendo sucessivamente influenciada pelas mesmas (12). Sendo a logística, cada vez mais um
factor importante no bom desempenho de uma empresa, esta apresenta-se acima de tudo como
uma questão estratégica (11).
Existem várias soluções segundo vários autores, mas entre os processos de negócios
considerados chave para o sucesso do SCM, descrevo de seguida os sete mais citados (13):
2. Fornecer um ponto de contacto único para todos os clientes, atendendo de forma eficiente as
suas requisições;
4. Atender aos pedidos dos clientes sem erros e dentro do prazo de entrega combinado;
6. Gerir relações de parceria com fornecedores para garantir respostas rápidas e a contínua
melhoria do desempenho
Existem vários modelos que têm sido propostos para a compreensão das actividades
necessárias para gerir os movimentos de material através das fronteiras organizacionais e
funcionais. O modelo SCOR (Supply Chain Operations Reference) é um modelo de gestão da
cadeia de fornecimento promovido pelo CSCMP. Outro modelo é o modelo de SCM proposto
pelo GSCF (Global Supply Chain Forum). As actividades da cadeia de fornecimento podem ser
agrupadas em níveis: estratégico, táctico e operacional (13).
• Produto gestão do ciclo de vida, de modo que os novos produtos existentes poderem ser
perfeitamente integrados na cadeia de abastecimento e gestão de capacidades;
• A partir do nível de produção para fornecer nível de contabilidade de todos os casos, os danos
de trânsito e providenciar a solução a nível de clientes, mantendo a perda da empresa através da
companhia de seguros.
7. Conculsão
Todas as organizações nos dias de hoje, cada vez mais devem confiar nas cadeias de
abastecimento eficazes, ou redes, para competir no mercado e economia global (15). Peter
Drucker em “Paradigmas da Nova Gestão”, diz que o conceito de relações de negócios se
estende além das fronteiras da empresa tradicional e busca para organizar processos de negócios
ao longo de uma cadeia de valor de várias empresas.
8. Referências
1. Lambert, Douglas M., Stock, James, R. Ellram e M., Lisa. Fundamentals of logistics
managment. Singapura : McGraw-Hill, 1998.
2. Simchi-Levi, David, Kaminsky, Philip e Simchi-Levi, Edith. Desinging and managing the
supply chain: concepts, strategies, and case studies. New York : McGraw-Hill / Irwin, 2003.
3. M., Harland C. Supply Chain Management, Purchasing and Supply Management, Logistics,
Vertical Integration, Materials Management and Supply Chain Dynamics. UK : Blackwell
Encyclopedic Dictionary of Operations Management, 1996.
5. Mentzer, J.T et al. Defining Supply Chain Management. s.l. : Journal of Business Logistics,
2001.
6. Hines, T. Supply chain strategies: Customer driven and customer focused. Oxford : Elsevier,
2004.
11. Dias, joão Carlos Quaresma. Logística global e macrologística. Lisboa : Sílabo, 2005.
12. Carvalho, José Crespo e Dias, Eurico Brilhante. Estratégias Logísticas. Lisboa : Sílabo,
2004.
16. TRIPS, Trade, and Technology Transfer. Taylor, M Scott. s.l. : Canadian Economics
Association, 1993.
17. Mintzberg, Henry. The structuring of organizations: A synthesis of the research. s.l. :
McGill University, 1979.