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QUÍRON

Ângela Nunes, Celisa Beranger, Deborah Camacho, Dilza Teixeira, Eliana Grass Xavier, Juliana Dôse.
(Grupo Eixo 3/9)
Elaboração: Deborah Camacho - Coordenação: Celisa Beranger
 
Há uma enorme controvérsia a respeito de Quíron. Alguns autores defendem eloqüentemente sua
utilização na interpretação e outros o ignoram completamente devido às características atípicas de sua
órbita que não é estável. E por isto não pode ser acompanhada por mais de 200 anos. De todo modo,
não se pode negar que a curiosidade a respeito de Quíron aumenta a cada dia, a julgar pela quantidade
de artigos e publicações a este respeito

Astronomia
Quíron foi descoberto em 1º de novembro de 1977 pelo astrônomo Charles Kowal. Embora não se
enquadrasse completamente em nenhuma categoria astronômica, foi primeiramente classificado como
asteróide.
Muito brilhante e de coloração avermelhada, Quíron leva cerca de 50 anos para percorrer sua órbita,
extremamente elíptica, que chega próxima da órbita de Saturno, sua posição de aproximação máxima
do Sol.
No final dos anos 80, os astrônomos notaram que Quíron estava envolto em uma névoa de gás, como
aquela que geralmente acompanha os cometas. A de Quíron eqüivale à distância entre a Terra e a Lua
( 380.000 km). Este fato o fez também ser classificado como um cometa, entretanto seu tamanho é
muito maior que aquele de um cometa típico (seu diâmetro de 200 km é 25 vezes maior que os 8 km do
cometa Halley).
O telescópio Hubble revelou em 1993, características de Quíron diferentes daquelas dos cometas. Sua
força gravitacional mantém a poeira e os gases bem presos a ele, enquanto nos cometas, a medida que
se aproximam do Sol, os gases e a poeira são empurrados para trás pela pressão da luz solar.
Em 1995, uma equipe da universidade de Cambridge, descobriu que havia uma coleção de corpos
celestes similares a Quíron, criaram então uma nova categoria, denominada asteróide-centauro, na qual
já foram contabilizados 29 corpos.
Há varias hipóteses para a origem de Quíron. A mais aceita foi formulada pelo astrônomos Julio
Fernandez, concluindo que a origem poderia ser o Cinturão de Kuiper (uma região de asteróides
localizada a cerca de 5 bilhões de km do Sol, não muito além de Plutão) Quirón teria sido capturado pelo
sistema solar atraído pela gravidade de Netuno.

Mito
Na mitologia grega, o centauro Quíron é filho de Saturno e Filira. Ao crescer refugiou-se nas montanhas
e nas florestas, onde, caçando com Artêmis, adquiriu o conhecimento da Botânica e do Céu. Aprendeu
sobretudo as virtudes das plantas medicinais. A gruta que habitava, na Tessália, transformou-se numa
escola famosa onde Quíron ensinou Medicina e cirurgia a muitos heróis, como Hércules. O centauro
utilizava a música para curar moléstias, e conhecedor do céu, prevenia a humanidade quanto às
influências funestas dos corpos celestes. Por toda essa gama de conhecimentos Quíron era chamado "o
sábio."
Um dos mitos conta que na guerra promovida por Hércules contra os centauros, estes, esperando
desarmar o furor do herói pela presença do seu antigo mestre, refugiaram-se onde Quíron habitava.
Nem por isso, contudo, Hércules deixou de atacá-los e uma de suas flechas, embebida no sangue da
Hidra de Lerna, errou o alvo e feriu Quíron no joelho.
Desesperado, Hércules aplicou um remédio que o mestre lhe ensinara, mas verificou que a ferida era
incurável. Quíron, então, sentindo dores terríveis suplicou a Zeus que o matasse. Emocionado com sua
prece, Zeus transferiu para Prometeu a imortalidade conferida a Quíron e catasterizou o centauro na
constelação de Sagitário.

Simbolismo
A figura do centauro também nos revela algo importante à respeito do simbolismo de Quíron. Metade
homem, metade cavalo, Quíron é associado ao conflito fundamental entre mente e corpo, intelecto e
instinto. Segundo Howard Sasportas, "Quíron combina instinto e inteligência".

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Pelo fato de sua órbita chegar entre aquelas de Saturno e Urano, Quíron é tido por alguns como a
ligação entre os significados associados a estes dois planetas.
Segundo Zane Stein, grande estudioso de Quíron, Saturno nos protege do mundo exterior, mas também
pode nos impedir de viver experiências novas e crescer, e assim promover estagnação. Já Urano
representa o mundo novo que nos espera lá fora. No entanto, se nos recusarmos a esta abertura, Urano
pode se tornar uma força destruidora. Quíron representa a chave que abre uma porta no muro
saturnino, a passagem que nos permite entrar no mundo de Urano e descobrir o que nós precisamos
para o reequilibro, sem suprimir brutalmente a proteção de Saturno.
Algumas palavras-chave associadas a Quíron, ainda segundo Stein são: Ferida Incurável, Curador,
Mentor, Marginal, Passagem, União dos Opostos.

Descoberta
Para melhor compreendermos a natureza de um corpo celeste é fundamental que observemos os
principais acontecimentos ocorridos no mundo na época de sua descoberta.
A descoberta de Quíron correspondeu a um grande desenvolvimento na esfera das terapias alternativas
e da Medicina natural e holística. A partir daí, desenvolveu-se uma preocupação maior da humanidade,
quanto ao consumo de alimentos mais saudáveis. Enfim, a necessidade de preservar a vida passou a
fazer parte da consciência humana.
Na Engenharia Genética ocorreram avanços extraordinários exatamente por volta da descoberta de
Quíron. Em 1977 aconteceu a primeira clonagem de um gene humano, e, em 1978, nasceu Louise
Brown, o primeiro bebê de proveta. Também neste ano foi determinado o genoma do vírus SV40, o
primeiro passo para a descoberta do genoma humano.

Astrologia
Segundo Candy Hillenbrand, a posição de Quíron no mapa natal indica onde buscamos integração,
sentido, propósito e aprimoramento.

Para Sasportas: "A posição por casa pode nos mostrar onde fomos feridos ou machucados de algum
modo e, através dessa experiência, adquirimos um tipo de sensibilidade e de auto-conhecimento que nos
capacita a entender e ajudar melhor os outros." O autor observa ainda que Quíron aparece em
posicionamento forte nos mapas de muitos curadores e terapeutas.

Sasportas também faz uma comparação entre Quíron e Saturno: "Saturno mostra onde você é fraco,
vulnerável e inadequado. Quíron é mais cruel. Existe uma ferida, você foi prejudicado e tem um buraco.
E então você se torna um sábio e realmente cresce como pessoa tentando lidar com o problema. Mas o
fato é que a ferida não passará. Com Saturno é diferente, você pode curar-se e então você não tem mais
o problema, ele se torna uma força".

Liz Greene enfatiza que não se pode confundir Saturno com Quíron . Segundo ela, "Saturno comumente
reflete algo da estrutura familiar, da figura dos pais. Quíron, no entanto, parece nos indicar uma outra
fonte de sofrimento, usualmente um problema coletivo, externo, do qual não podemos culpar ninguém
em particular".

Com relação aos aspectos de Quíron no mapa natal, Melanie Reinhart nos diz: "quando Quíron aspecta
qualquer planeta até Saturno, o significado deste pode representar uma ferida, um ponto cego na
psíque, onde fazemos pelos outros o que não podemos fazer por nós mesmos". E prossegue :"nos
aspectos com Urano, Netuno e Plutão, em algum momento da vida, encontraremos Quíron e seu
significado, geralmente quando o aspecto é tocado pelo trânsito do próprio Quíron ou de outro planeta,
deflagrando-o".

Quíron em trânsito com os planetas ou ângulos do mapa, bem como em seu próprio ciclo, nos leva, do
mesmo modo que Urano, a uma virada, a um despertar, nas palavras de Greene, "mesmo que possa vir
na forma de uma experiência dolorosa". Já para Sasportas, teremos que lidar com algum sofrimento,
inclusive através de outra pessoa. Por exemplo, quando se encontra em trânsito pelo Descendente,
Quíron pode representar "o curador", ou ser aquele que é curado num relacionamento.

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Há muita polêmica quanto à regência de Quíron. Uns sustentam que ele é o regente de Sagitário,
porque, como já vimos no mito, foi catasterizado nesta constelação. Outros associam Quíron à Virgem. E
há ainda os que o relacionam aos signos de Escorpião e Libra.

Greene não o associa a nenhum signo. Para ela "Quíron não pertence realmente ao nosso sistema, ele
foi capturado pela força gravitacional do Sol. Eventualmente ele poderá nos deixar como um cometa.
Por causa desta qualidade "alienígena" eu não me sinto confortável para enquadrá-lo em qualquer
esquema de regências planetárias e assim eu trabalho sem associá-lo a qualquer signo". Sasportas era
da mesma opinião: "ainda é muito cedo para saber a regência do signo de Quíron".

Bibliografia Recomendada:
P. Commelin - Mitologia Grega e Romana
Liz Greene e Howard Sasportas - Os planetas Interiores
Melanie Reinhart - Quíron e a Jornada em busca da Cura
Howard Sasportas - As Doze Casas
Howard Sasportas - Direction and Destiny in the Birth Chart (CPA Press)
Site:
Zane Stein - www.zanestein.com/chiron.htm
Rio de Janeiro, 3 de Maio de 2001
Proibida a reprodução parcial ou total deste artigo.

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