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Professor: Rodrigo Sisto


DIREITO PROCESSUAL CIVIL
BIBLIOGRAFIA

1. Curso de Direito Processual Civil – Vol. I – Humberto Teodoro Júnior;


2. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil – Vol. I – Moacir Amaral dos Santos (linguagem
simples);
3. Mizael Montenegro;
4. Lições de Direito Processual Civil – Vol. I – Alexandre Freire Câmara.

Jurisdição

Ação Processo

Lide: nada mais é do que um conflito de interesses.


Jurisdição: é a função do Estado de declarar e realizar, de forma prática, a vontade da lei
diante de uma situação jurídica controvertida. Esta função é desenvolvida na pessoa do magistrado.
Ação: é o direito de ação. É o direito de procurar o judiciário para solucionar um conflito. O
direito de ação depende de três condições:
1. Legitimidade: só pode exigir uma ação aquelas pessoas que participaram do conflito;
2. Interesse de agir: precisa necessariamente de um juiz para agir naquele caso;
3. Possibilidade do pedido: há necessidade de saber se a lei dá previsão legal para o pedido
desejado.
A ausência de uma das condições da ação acarretará ausência, o que fará com que o juiz
declare extinta a ação.

Partes do processo

Autor: é aquele que dará início ao processo. É ele o pólo positivo da ação. É aquele que vai
acusar.
Réu: ou requerido, suplicado, executado, etc. É o pólo negativo da ação, é aquele que vai
se defender.
Juiz: é o representante do Estado que vai decidir sobre o conflito, e, será sempre imparcial.

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Há outras pessoas que se envolvem no processo como é o caso do MP (Ministério


Público), que tem a função de fiscal da lei. Temos ainda os auxiliares do juiz (oficial de justiça,
perito, escrevente, etc.)

CAPÍTULO V
DO LITISCONSÓRCIO E DA ASSISTÊNCIA

SEÇÃO I
DO LITISCONSÓRCIO

É um fenômeno que ocorre quando duas ou mais pessoas figuram como autoras ou réus no
mesmo processo (CPC, art. 46). As razões pelas quais a lei o admite são a economia processual e a
harmonia de julgados.
O litisconsórcio será ativo quando houver dois ou mais autores. Se houver dois ou mais réus
o litisconsórcio será passivo. Porém se houver dois ou mais autores e dois ou mais réus,
simultaneamente, será litisconsórcio bilateral ou misto.
Salvo disposição em contrário, os litigantes serão considerados distintos (independentes), ou
seja, os atos e as omissões de um não prejudicarão nem beneficiarão o outro (CPC, art. 48).
O litisconsórcio multitudinário é a possibilidade de o juiz limitar o número de litisconsorte
no processo (CPC, art. 46, § único), desde que verificado:
1. Quando se tratar de litisconsórcio facultativo;
2. Quando o número de litigantes seja tal que comprometa a rápida solução do litígio ou cause
prejuízo ao direito de defesa.
A lei não estabelece um máximo de litigantes. Essa limitação pode ser determinada de ofício
pelo juiz – quando comprometida a rápida solução do litígio – ou a requerimento do réu – caso
dificulte sua defesa. Jamais a pedido do autor, pois foi ele quem propôs a demanda.
Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os
prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos (CPC, art. 191).
No caso da revelia (CPC, art. 320, I), a contestação da ação por um dos litisconsortes pode
ajudar aquele que não se manifestou.

PRESSUPOSTOS DO LITISCONSÓRCIO – (CPC, art. 46, I a IV)

1. Comunhão de direitos ou obrigações – as partes envolvidas têm o mesmo direito ou obrigação;

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2. Conexão de causas (mesmo pedido ou mesmo fato) – duas ou mais partes pretendem o mesmo
bem ou os mesmos fatos que embasam o pedido;
3. Afinidade de questões: é o mínimo de liame que deve haver entre os postulantes para que
possam ir juntos a juízo.

CLASSIFICAÇÃO DO LITISCONSÓRCIO

1. Litisconsórcio facultativo: (CPC, art. 46);


2. Litisconsórcio necessário: (CPC, art. 47).

Em duas hipóteses o litisconsórcio será necessário:


1. Quando houver lei determinando sua obrigação;
2. Quando a natureza da relação jurídica for tal que o juiz tenha de decidir a lide de modo igual
para todas as partes.
Como exemplo tem a ação de usucapião (CPC, art. 942), onde se deve citar o proprietário,
os confinantes e os terceiros interessados. A ação que versa sobre direito rela imobiliário (CPC, art.
10, § 1º), que determina a citação de ambos os cônjuges.
Na ausência do litisconsorte o processo não terá eficácia. O litisconsórcio será necessário
quando houver unitariedade de lide que tenha dois ou mais titulares, caso em que nem será preciso
haver lei determinando a sua formação.
O litisconsórcio necessário por força de lei poderá ser unitário ou simples. O litisconsórcio
necessário unitário é aquele em que a solução do litígio deverá ser igual para todos. Um exemplo é
o caso de dissolução e liquidação de sociedade comercial, onde o juiz não pode dissolver a
sociedade comercial para alguns e não para os demais, a sentença tem que ser uníssona os litigantes.
Será litisconsórcio necessário simples, quando a lei determina que ele se forme. Por exemplo, nas
ações de usucapião (CPC, art.942).

O litisconsórcio facultativo ocorre quando há a opção de formá-lo ou não. Em regra a


decisão incumbe ao autor, pois é ele quem apresenta a demanda e indica quem são as partes. Mas há
casos em que a formação do litisconsórcio depende da vontade do réu, como, por exemplo, no
chamamento ao processo do devedor principal, em caso de fiança, ou dos co-devedores solidários.
O litisconsórcio facultativo pode ser unitário, se a relação jurídica uma e incindível, apesar
de vários titulares, puder ser defendida em juízo por apenas um. Mas o mais comum é que ele seja
simples (CPC, art. 48), onde a sentença proferida pelo juiz não precisa ser igual para todos os
litisconsortes. É o que ocorre nas ações de usucapião onde o pedido poderá ser acolhido em relação
a alguns confrontantes, mas não a outros.
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MOMENTO DE FORMAÇÃO DO LITISCONSÓRCIO

Em princípio a regra é o litisconsórcio originário, aquele formado no início do processo,


por vontade do autor. Porém nada impede que, em caráter excepcional, ele seja criado no meio do
processo, formando assim o litisconsórcio superveniente.

CAPÍTULO V
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS (CPC, arts. 50 a 80)

São situações em que permite a entrada de um terceiro (pessoa que não é parte no litígio) no
processo por ter interesse na decisão judicial.
Essa intervenção pode ser de iniciativa do próprio terceiro (assistência, recurso de terceiro e
a aposição) ou ser ele compelido pelas partes (denunciação da lide, chamamento ao processo e a
nomeação à autoria). Não é aceita em procedimento sumário (CPC, art. 280), salvo na assistência.
São espécies de intervenção de terceiros:
1. Assistência: é quando o terceiro intervém para auxiliar uma das partes, pois tem interesse no
resultado;
2. Oposição: é quando um terceiro entra sem ser chamado no processo, pois tem a mesma
pretensão que as partes:
3. Nomeação a autoria: é a forma de corrigir o pólo passivo da ação, mas não modifica a
pretensão;
4. Denunciação da lide: é para trazer ao processo o terceiro para pagar aquilo que deve;
5. Chamamento ao processo: o fiador e o devedor solidário têm a pretensão de reembolsar-se do
devedor principal.

ASSISTÊNCIA

É o terceiro que se convida para entrar no processo.


O assistente será o terceiro, que tanto poderá auxiliar o autor como o réu. Já a pessoa que
ele for auxiliar será o assistido. Entretanto, não será cabível a intervenção nos Juizados Especiais
Cível, devido à celeridade do processo, só o é permitido na justiça comum.
O terceiro deve demonstrar interesse jurídico para poder entrar no processo (CPC, art. 50),
intervenção essa que pode ocorrer em qualquer tempo do processo e em qualquer grau de jurisdição
(CPC, art. 50, § único). Autorizada sua entrada passa a ter os mesmos poderes das partes

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originárias. Entretanto, não poderá pedir para rever os atos já praticados no processo. A assistência
é dividida em dois institutos distintos que são a assistência simples (CPC, art. 50) e a assistência
litisconsorcial (CPD, art. 54).

ASSISTÊNCIA SIMPLES (CPC, art. 50)

É tratada no CPC, art. 50, onde o terceiro/assistente tem interesse em que a sentença seja
favorável a uma das partes, a assistida. Nesse caso ele não poderia ser parte no processo. O
terceiro/assistente está subordinado ao assistido, mas o assistente simples pode atuar livremente no
processo, praticando todos os atos que normalmente a parte pratica, salvo aqueles dos quais o
assistido tenha desistido expressamente.
Se o réu for revel o assistente passa a ser seu gestor de negócio (CPC, art. 52, § único). Se o
réu foi citado por edital ou hora certa, o assistente não será seu gestor de negócio, tendo em vista a
necessidade de nomeação de curador ao réu revel. Se o assistido perder a causa, o assistente será
condenado ao pagamento proporcional das custas (CPC, art. 32), no entanto o assistente não será
obrigado a pagar os honorários advocatícios.
São três os requisitos para preencher o interesse jurídico da assistência e justificar o ingresso
de terceiro na qualidade de assistente simples:
1. Relação jurídica com uma das partes;
2. Que essa relação seja distinta da que foi ajuizada;
3. Que tenha a expectativa de ser a sentença favorável ao assistido.

ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL (CPC, art. 54)

Na assistência litisconsorcial a relação existe entre o assistente e o adversário do assistido. É


aquela onde o terceiro/assistente é o próprio titular da ação, ou seja, ele poderia ter sido parte, mas
não foi por opção do autor, ou, quando poderia ter sido litisconsórcio facultativo unitário e não o
foi, porque optou por não propor ação conjuntamente. Ele terá, desde o seu ingresso, os mesmos
poderes que um litisconsorte, devendo respeitar os atos processuais já praticados.
Quando houver um acordo no processo, pelas partes, o terceiro/assistente tem que consentir.
Somente o réu poderá ser considerado revel, e, nesse caso o terceiro/assistente passará a ser
o seu gestor de negócios, ou seja, passa a substituir o réu (CPC, art. 52, § único).

PROCEDIMENTO DE INGRESSO DO ASSISTENTE

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Fará petição ao juiz indicando o seu interesse jurídico. Se o juiz verificar que não cabe ou
não há interesse jurídico, indeferirá de plano o pedido. Do contrário ouvirá as partes, em cinco dias,
e havendo interesse jurídico deferirá o pedido.

OPOSIÇÃO (CPC, art. 56)

A oposição pressupõe a existência em curso, de uma ação, na qual um bem ou interesse é


disputado entre o autor e o réu. A oposição cabe para que terceiro demonstre que o bem ou interesse
não deve ser atribuído nem a um, nem a outro, mas a ele, opoente. Não é cabível em procedimento
sumário (CPC, art. 280). Caso o autor ou o réu não concorde com a sentença e entre com apelação,
ainda assim, é possível que o terceiro entre com a oposição, mesmo em instância superior.
É forma de intervenção espontânea de terceiro que tem natureza jurídica de ação. Pode ser
de duas espécies: interventiva ou autônoma.
Será oposição interventiva se, quando ajuizada, o processo originário estiver em fase em
fase anterior ao início da audiência. Nesse caso não formará um novo processo, mas utilizará o
mesmo da ação originária. Apenas a oposição interventiva pode ser qualifica como intervenção de
terceiros, pois somente nela haverá o ingresso de terceiros em processo alheio. O juiz proferirá uma
única sentença, mas como a oposição é prejudicial à ação originária, deve ser julgada primeiro,
porque, se acolhida implicará a improcedência desta.
A oposição autônoma é formada depois do início da audiência, no processo principal,
quando este já estiver em fase bastante adiantada. Para que não haja tumulto processual, a lei
determina que forme novo processo, que será distribuído ao no juízo que corre a ação originária,
sendo os opostos citados na forma do CPC, art. 57. O legislador autorizou o juiz a suspender por até
noventa dias o curso do processo originário, aguardando que a oposição atinja a mesma fase. Com
isso julgará simultaneamente e proferirá uma única sentença. Na oposição autônoma, isso não
ocorre, porque a demanda do terceiro forma um novo processo.

NOMEAÇÃO À AUTORIA (CPC, art. 62 ao 69)

É uma intervenção de terceiro forçada, onde o pedido é feito pelo réu, que se declara parte
ilegítima, para ser substituído no pólo passivo pelo verdadeiro legitimado. Quando o réu faz essa
intervenção, passa a ser o nomeante e o terceiro, como está sendo convocado, será o nomeado. Só é
cabível a nomeação à autoria nas hipóteses em que ele for parte ilegítima (CPC, arts. 62 e 63).
É quando o réu é processado em razão do autor não saber que aquele não é o proprietário da
coisa e sim mero detentor. O réu mostra ao autor que a ação não deveria ter sido contra ele, e sim,
contra o terceiro (exemplo CC, art. 927 – causou dano a alguém a mando do terceiro).
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O réu após ser citado terá o prazo de quinze dias para declarar quem será o nomeado, na
contestação ou em petição simples. Portanto, se o réu não apontar o verdadeiro legitimado
responderá por perdas e danos, na forma do CPC, art. 69, I.
O juiz intima o autor, na pessoa de seu advogado, para que dentro do prazo de cinco dias
aceite ou não a troca. É a única espécie de intervenção que precisa ser aceita pela parte contrária,
devido à substituição do réu. Aceitação esta que poder ser expresso ou tácito. O risco do autor não
aceitar a indicação do réu será na possibilidade do juiz dar ganho de causa ao réu.
O terceiro tem a prerrogativa de dizer se aceita ou não aceita entrar no processo. Essa
aceitação pode ser expressa ou tácita. Se autor e terceiro aceitarem a nomeação, o réu sai do
processo e o nomeado assume seu lugar. O novo réu terá quinze dias para apresentar sua
contestação. Mesmo que o terceiro se recuse a entrar no processo, mas ao seu final vislumbre que
teve participação, será ele alcançado pela sentença e será condenado junto com o réu.

DENUNCIAÇÃO DA LIDE (CPC, arts. 70 ao 76)

É o ato de chamar um terceiro para tomar ciência da lide e a participar do processo.


É uma intervenção forçada. Pode ser provocada tanto pelo autor como pelo réu. Tem como
finalidade assegurar direito de regresso.
O réu chamará o terceiro para o processo no momento da contestação.
A finalidade de denunciar um terceiro será para garantir um ressarcimento do dano causado,
assegurando a uma das partes o direito de regresso.
O denunciante está sujeito a uma perda que será ressarcia pelo denunciado.
Quando o réu esquecer de indicar o terceiro/denunciado dentro do prazo de quinze dias, o
terceiro não poderá mais entrar no processo. Nesse caso o réu terá que indenizar o autor, e, ingressar
com outro processo independente, nesse caso de perdas e danos, contra o terceiro/denunciado.
Evicção (CC, art. 447 e CPC, art. 70, I) é a perda de uma coisa por ter a ter comprada e a
paga à pessoa errada.
O possuidor direito da coisa é o inquilino de um imóvel.
O possuidor indireto da coisa é o proprietário de um imóvel.
Hipóteses de denunciação à lide (CPC, art. 70)
 Contrato de locação;
 Contrato de comodato.
A ação de regresso (CC, art. 932, III) virou Súmula do STF (Súmula 341). Um exemplo é o
art. 37, § 6º da CF/88, onde diz que o Estado indenizará o prejuízo causado por seus funcionários.
Súmula é o retrato do entendimento do STF sobre determinado assunto.

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Trata-se de uma demanda incidental, onde temos duas ações, uma autor e réu e outra réu e
terceiro, e, é aí que está a questão, só quando o ré perde a causa é que o autor vai cobrar o terceiro,
e, tudo isso será proferido em uma única sentença judicial.
Citação CPC, art. 72. – 10 dias se residir na mesma cidade ou 30 dias se residir em outra
cidade.

CHAMAMENTO AO PROCESSO (CPC, art. 77 ao 80)

 Obrigação solidária
 Exemplos
 Hipóteses do art. 77
 Ampliação subjetiva relação processual
- litisconsórcio ulterior
 Intervenção provocada somente pelo réu
 Prazo
- petição autônoma
- defesa
 Juiz – defere – suspensão
- citação – 10 dias
- 30 dias
 Restituição do prazo ao réu
 Sentença – atingirá todos
OBS: STF – súmula 492
Locadora veículos locatário

O terceiro será convidado para entrar no processo, diferente da assistência. Será uma
intervenção provocada pelo réu, pois o réu está convocando um terceiro para fazer parte do
processo.
É a modalidade na qual um terceiro receberá um convite para entrar no processo, para
integrar o pólo passivo deste processo, daí o nome convite.
Obrigação é um vínculo que vai unir duas pessoas, credor e devedor, a uma relação jurídica
entre eles, onde o devedor assume que ira realizar um compromisso, que são três dentro das
obrigações: dar, fazer ou não fazer.
A obrigação solidária se dá quando houver multiplicidade na obrigação, ou seja, mais de
um devedor. Será ativa: quando existir mais de um credor na obrigação, e, será Passiva: quando

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houver mais de um devedor na obrigação. A solidariedade dá a garantia ao credor de poder pedir a


um, a alguns ou a todos o pagamento da obrigação. Entretanto se cobrar de todos suas chance de ter
sucesso na ação será muito maior.
Na obrigação solidária o credor tem a prerrogativa de escolher de quem ele irá cobra a
dívida. Se chamar todos ao processo não terá a intervenção de terceiro. Nesse caso todos passarão a
ser réus.
O chamamento só pode ser feito pelo réu.
A ampliação subjetiva só pode ser feita pelo réu e não pelo autor. Nesse caso formará um
litisconsórcio ulterior, ou seja, depois que o processo foi formado.
Na prática: o juiz irá citar o réu, para tomar ciência que foi ajuizada uma ação contra ele. O
réu terá o prazo de quinze dias para contestar e apresentar o terceiro ao processo ou por meio de
petição. Esse chamamento poderá ser feito por petição fundamentada do motivo de seu chamado.
Passando os quinze dias haverá preclusão (perda do direito de agir no processo). Se o pedido de
chamamento foi dentro do prazo o juiz vai deferir o pedido: 1) o processo ficará suspenso, para
citação dos terceiros, e essa citação deverá ser feita em dez dias se os terceiros residirem na mesma
comarca e trinta dias se residirem em comarca diferente da que foi ajuizada a ação. Passado o prazo
de quinze dias e os terceiros não forem citados o processo correrá somente contra o réu. Se o réu fez
petição simples no 14 dia e o juiz deferiu o réu terá mais quinze dias para contestar. Quando for
apresentado junto com a contestação não será dado mais prazo, pois já foi apresentada a
contestação.
Se o juiz condenar um dos réus, a sentença vai atingir todos os outros réus, e, na sentença o
juiz vai determinar a divisão proporcional das obrigações para cada um dos réus.
Súmula 492 – acidente de transito com vítima, esta poderá acionar a locadora de veículos,
caso o este seja locado.

MINISTÉRIO PÚBLICO
(CF, art. 127) e (CPC, art. 81 ao 85)

O MP como órgão é composto pelos Promotores. Órgão este que atuam no auxílio ao Poder
Judiciário, no julgamento dos processos, mas não o integra. É independente do Judiciário,
independência essa que faz com que os promotores atuem livremente.

FUNÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

1) Função de ACUSAÇÃO. No processo penal o MP atua como acusador nos crimes que
eventualmente acontece. É o autor da ação na ação penal.
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2) Função de FISCAL. No processo cível o MP atual na função de fiscal da lei, fiscalizando o


juiz, para ver se a lei está sendo aplicada. Em latim esta fiscalização tem o nome de custos
legis. Caso a lei não seja aplicada pelo juiz, o promotor poderá recorrer mesmo sendo um fiscal
da lei. Nesse caso ele apenas emiti sua opinião.
3) Função de PARTE. Outra função é ser parte no processo civil na ação civil pública que pode
ser usada pelo promotor na defesa dos interesses coletivos ou públicos. Nesse caso ele tem
direito de pedir que seja através de petição ou requerimento.

PARTICIPAÇÃO DO MP NO PROCESSO (CPC, art. 83)


O MP não decide nada, quem decide ou julga é o juiz, ele apenas manifesta ou opina através
de sua cota. Ex: menor pede para vender casa que está em seu nome.

INTERVENÇÕES OBRIGATÓRIAS DO MP (CPC, art. 84)

Quando a lei determinar que o MP obrigatoriamente tenha que participar, constitui nulidade
absoluta do processo se ele não se manifestar. Ex: lei de falência, ação de usucapião, divórcio
judicial, etc.

CONCURSO PARA O MP

O Promotor deve ser aprovado em concurso público, para desenvolver sua função.

GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DO MP

1) Autonomia administrativa: administram seu próprio orçamento;


2) Vitaliciedade: após transcorrer dois anos o cargo torna-se vitalício, assim como os juízes. Pode
perder o cargo só com sentença transitada em julgado;
3) Inamovibilidade: não é obrigado a ser transferido para outra localidade, a não ser se ele
consentir;
4) Irredutibilidade: não pode haver irredutibilidade de salário.

MP FEDERAL

O chefe do MP Federal é o Procurador Geral da República, que é nomeado pelo


Presidente da República.
1) Requisitos de sua escolha ou aprovação:
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- ser promotor;
- 35 anos de idade;
- sabatina do Senado Federal, por maioria absoluta.

MP ESTADUAL

O chefe do MP estadual é o Procurador Geral da Justiça, que será nomeado pelo


Governador de Estado.
1) Requisitos de sua escolha ou aprovação:
- ser promotor;
- 35 anos de idade;
- sabatina na Assembléia, por maioria absoluta.

DIFERENÇA ENTRE PROMOTOR E PROCURADOR

Promotor é o nome dado a quem atua em primeira instância. Quando são promovidos ao TJ,
passam a ser procurador de justiça.

RESPONSABILIDADE CIVIL (CPC, art. 85)

Se causar danos a alguém, no exercício de suas funções, será condenado a reparação por
esses danos. Desde que comprovado o dolo ou qualquer tipo de fraude que ele venha cometer (CPC,
art. 85).

IMPEDIMENTO E SUSPENSÃO DO MP (CPC, art. 138, I)

Assim como um juiz está impedido de julgar um processo em determinados casos, o


promotor também está impedido de atuar em alguns processos.
O Impedimento (CPC, art. 134) é uma presunção absoluta. Já a suspeição (CPC, art. 135) é
uma presunção relativa.

PRERROGATIVAS PROCESSUAIS DO MP

1. Custas. A regra do CPC é que quando o autor entra com ação tem que recolher as custa, porém
o MP não tem obrigação de recolher nenhuma despesa dentro do processo (diligências,
intimação, etc). Dispensa – custas (art. 19, § 2, CPC).
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O civil pode não pagar nada desde que entre com declaração de pobreza.
2. O MP pode arguir se o juiz tem ou não capacidade de julgar o processo.
3. Prazo pessoa comum 15 dias. Já para o MP a defesa tem o prazo quadruplicado (multiplicado
por quatro), ou seja, 60 dias para apresentar a defesa. Mesmo benefício dado à União, Estado,
Município e fazenda pública. Nos recurso o MP tem o prazo dobrado, ou seja, 30 dias.
Este benéfico só existe para entrar com o recurso, para se defender do recurso o MP tem o
prazo comum. (art. 188 CPC)
4. Representar o juiz, junto o Tribunal de Justiça se, por exemplo, estiver demorando para julgar
o processo.
5. Intimações: avisa alguém que ele deve fazer alguma coisa, ou seja, pratique atos judiciais.
Geralmente a intimação é feita pelo DO. O MP não tem o dever de ler o DO, ele será intimado
pessoalmente, sempre, pelo Oficial de Justiça. (art. 236, § 2º)
6. Recorrer mesmo que não seja parte, basta ser mera parte, recorrendo da decisão judicial,
visando reformar decisões. (art. 499, § 2º)
7. Abrir inventário: (60 dias para abrir, sobe pena de multa) nas condições: a) nenhum herdeiro
instaurou o inventário dentro do prazo legal; b) quando houver herdeiros incapazes.

AUXILIARES DA JUSTIÇA

O Escrivão (CPP, art. 141), expressão usada na justiça Estadual. Já na justiça federal tem a
denominação de Chefe de Secretaria. Tem como função básica guardar os processos não
permitindo que saia do Cartório.
 Funções: redigir ofícios (requisições que o juiz faz a algum órgão ou empresa), mandados
(ordens judiciais – mandado de citação, mandado de intimação, mandado de prisão, etc),
cartas (carta precatória, carta rogatória). Participar das audiências redigindo documentos.
Certificar todos os atos no processo. Autuar, pegar documentos e por dentro processo.
Registrar os documentos de entrada no cartório. Numerar e rubricar as folhas do processo.
Auxiliar os advogados e pessoas em geral.
 Fé pública: presunção que o escrivão sempre diz a verdade, tudo que ele fizer no processo é
verdade. Essa presunção é relativa, pode-se provar que o escrivão está mentindo.
 Responsabilidade civil: todos respondem pelos atos que praticarem. Não pode recusar a
cumprir atos, podendo ser processado administrativamente. Não pode praticar atos nulos,
podendo responder civil e criminalmente, podendo ser exonerado do cargo que ocupa.
 Prazos para cumprir: o escrivão tem 24 horas para remeter o processo à conclusão. O
escrivão não incorre em precluso, somente o advogado pode incorrer em preclusão.

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Oficial de justiça (Art. 143 CPC) é aquele cidadão que vai cumprir as ordens judiciais
quando se der fora do Fórum. Todos os atos praticados por ele têm fé pública.
 Funções: cumprir ordens (mandados de citação, mandados de intimação, mandado de prisão,
etc). Certificar nos autos (fé pública). Participar de audiências mantendo a ordem. Efetuar
avaliação de bens desde que tem competência (função criada em 2007).

Peritos (Art. 145 CPC) são nomeados para esclarecer assuntos técnicos para o juiz. Não
existe concurso para este cargo, porém é uma função remunerada. Só pode ser perito quem tem
conhecimento específico sobre determinado assunto que o juiz não tem. Preparar a prova pericial
através de laudo, respondendo os quesitos preparados para o juiz.
Critério de escolha o juiz escolherá, nomeará uma pessoa que ele confia. Tem ele a
prerrogativa de aceitar ou não a escolha. Caso não aceite, deve ele formalizar a recusa dentro do
prazo de 5 dias.
Remuneração será mediante depósito prévio, quem pede a perícia paga os custo da mesma.
Caso o juiz ou o MP peça a perícia o autor da ação é quem paga os custos. No final do processo
esse valor entrará nas custas processuais que será paga por quem perdeu o processo. No começo
paga quem pede. No final paga quem perde.
Responsabilidade civil: todos responderão por danos causados a terceiros, por exemplo,
usando informações falsas. Nesses casos fincará inabilitado pelo período mínimo de 2 anos

Depositário ou administrador (Art. 148, CPC) pessoa que tem como função guardar por
determinado tempo certo bem até que seja determinada a devolução ao seu proprietário ou ao juiz.
Esse depositário é diferente do depositário fiel.
É uma função remuneração e será de acordo com o tempo que fique na guarda do bem.
Surgindo necessidade de contratar mais pessoas para cuidar do bem, com a autorização do
juiz, serão contratados prepostos para auxiliar na guarda do bem.
Causando danos ao bem sofrerá responsabilidade civil (art. 150, CPC).

O INTERPRETE (CPC, art. 151) poderá ser pessoa civil ou funcionário público, desde
que seja de sua confiança para lhe auxiliar. Tendo como tarefa traduzir a comunicação, gestos ou
sinais, de pessoas surdas ou mudas ao juiz. Além disso os documentos juntados ao processo de
língua estrangeira serão traduzidos pelo interprete. O interprete pode aceitar ou não a solicitação
judicial. Caso não aceite deverá fazer a recusa em 5 dias.
Não podem servir como interprete o incapaz, o perito, testemunha e o inabilitado. (CPC, art.
152).

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O CPC só menciona os auxiliares judiciais acima, porém há outros que podem ser
considerados como auxiliares judiciais, são eles: a Policia Militar, os Correios, o Diário Oficial, a
Junta Comercial, os Leiloeiros.

ATOS PROCESSUAIS

São as manifestações que causam uma das três conseqüências no processo: a) criação de um
direito no processo; b) ato que modificam um direito; c) ato que extingue um direito (sentença que
extingue um direito). Há atos que são extra processuais, exemplo, a morte do autor, a morte do juiz,
greve do judiciário.
O Artigo 154 do CPC, trata da forma que são praticados os atos processuais. Há dois tipos
de atos processuais, os solenes e não solenes.
1. Solenes: deve ser praticado exatamente como a lei determina. Ex.: todo incapaz deve ser citado
por oficial de justiça.
2. Não solenes: são atos praticados de forma livres.
Há o princípio da instrumentalidade das formas: quando praticar um ato sem a
solenidade exigida, mas atingiu a sua finalidade, considera-se válido aquele ato.
Já são admitidos outros meios de praticar atos processuais, como por exemplo, os meios
eletrônicos (e-mail) – lei 11.419/66.
Em regra os atos processuais são públicos, salvo os capitulados no art. 155, CPC, que são
os que tramitam em segredo de justiça.
Todos os atos processuais devem ser escritos no vernáculo (art. 156 CPC) – escrita em
língua portuguesa. Não se admite a juntada de documento estrangeiro sem a sua devida tradução por
tradutor juramentado (art. 157, CPC).

ATOS DAS PARTES


- petições - autor
- réu
- unilaterais / bilaterais
- 2 vias – autos suplementares
- capitais / DF não precisa
- cotas marginais e lineiras – proibidos (multa)
1. ATOS DO JUIZ (CPCart. 162)
Atos dos tribunais – art. 163

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