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Prova dos Negócios

Jurídicos

Universidade Católica de Pernambuco


Recife, 02 de dezembro de 2010
Alunas: Isabella Nóbrega do Santos
Maria Eduarda Salazar da Mota
MD5 - Direito Civil I
Professor: Daniel Meira
Sumário:

1. Introdução
2. Conceito de forma
2.1 Conceito de Prova
3. Meio de prova
3.1 Confissão
3.2 Documento
3.3 Testemunha
3.4 Presunção
3.5 Perícia
4. Bibliografia

1. Introdução
O Trabalho proposto em classe, pelo professor de Introdução ao Direito Civil
ou Direito Civil I, Daniel Meira, tem como objetivo principal apresentar a parte
doutrinária e normativa das provas dos negócios jurídico, desde o conceito até os
exemplos, ainda, fazendo uma breve introdução e conceituação da forma do negócio
jurídico.

2. Conceito da Forma
Começaremos conceituando forma do negócio jurídico para melhor
entendimento dos tópicos seguintes.
Forma é o modo pelo qual a vontade se expressa e ela só poderá ser levada em
conta no campo jurídico se, de qualquer modo, houver uma expressão externa. Vendo
a forma deste ângulo, apenas o raciocínio não é suficiente, há uma necessidade da
expressão de vontade que ocorre de maneira mais usual por intermédio de palavras,
ora um sim ou não, ora proposições mais complexas. Também é comum por gestos,
sinais mímicos ou comportamentos voluntários, como o sinal afirmativo ou negativo
com a cabeça.
O silêncio também tem seu valor como exteriorização de vontade.
É por meio da forma que existe a comunicação. Ao mesmo tempo que serve
para manifestar a vontade, a forma serve como prova para a legitimidade do negócio
jurídico.
Sobre essas premissas na definição de Clóvis (1980:242), “forma é o conjunto
das solenidades, que se deve observar para que a declaração da vontade tenha eficácia
jurídica”.
Ainda, quando a lei impõe determinada forma, o ato não se pode provar
enquanto não obedecido.

2. 1 Conceito de Prova dos Negócios Jurídicos

Prova é o meio pelo qual validamos a existência do negócio jurídico. De


acordo com Clóvis (1980:245), “prova é o conjunto dos meios empregados para
mostrar, legalmente, a existência de um ato jurídico”. Ela deve obedecer regras gerais,
tem que ser admissível (não proibida por lei e aplicada ao caso em questão),
pertinente (de acordo com os fatos em análise) e concludente (esclarecedora).
Não basta alegar: é preciso provar, pois allegar nihil et aligátor non probare
paria sunt (nada alegar e não provar querem dizer a mesma coisa). O que se prova é o
fato alegado, não o direito a aplicar, pois é atribuição do juiz conhecer e aplicar o
direito. Por outro lado, o ônus da prova incumbe a quem alega o fato e não a quem o
contesta, ou seja, é principio fundamental em campo probatório que quem alega o fato
deve prová-lo: ei incumbit proba tio qui dicit non qui negat. sendo que os fatos
notórios independem de prova.
Quando a lei exigir forma especial, como o instrumento público, para a
validade do negócio jurídico, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode
suprir-lhe a falta. Por outro lado, não havendo nenhuma exigência quanto à forma,
qualquer meio de prova pode ser usado, desde que não proibido.

“Art. 332 do Código de Processo Civil: “Todos os meios legais, bem como os
moralmente legítimos, ainda que não especificados nesse Código, são hábeis para
provar a verdade dos fatos, em que se funda ação ou defesa.”

Lembre-se ainda, que os fatos notórios e os incontroversos não precisam ser


provados.

“Art. 334, I e III do CPC:


I - Não dependem de provas os fatos notório
III - admitidos, no processo como incontroversos;”

Fatos negativos também não podem ser provados, é uma questão que deve ser
vista como reserva, porque as negativas por vezes correspondem a uma afirmativa.
E.g: Danilo é rico; o opositor no entanto, nega tal afirmação. Mas essa negativa
equivale a afirmação de que: Danilo é pobre; suscetível a comprovação.

3. Meios de prova

“Art. 212 do CC: Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico
pode ser provado mediante:
I - confissão;
II - documento;
III - testemunha;
IV - presunção
V - perícia.”

3.1 Confissão

De acordo com o código civil, art. 212, entende-se que: “há confissão, quando
a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao
adversário. A confissão é judicial o extra judicial.” Conclui-se que, é, portanto, um
reconhecimento contra si mesmo. É o reconhecimento que alguém faz da verdade de
um fato.
Quando há conflito de interesse a confissão não é valida. Assim como
expresso no CC, art. 119.
Só pode confessar quem dispor do direito discutido, a confissão não pode ser por
terceira pessoa, pois nesse caso ele atua como testemunha.
A confissão é sempre admissão do fato contrário a o interesse do declarante. E
requer que a pessoa seja capaz. Feito por quem não seja capaz seu efeito será relativo,
entra na relatividade do processo de acordo com o grau de incapacidade.
Por fim, a anulação ocorre segundo descrito:

“Art. 214, CC: A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro
de fato ou de coação.”

3.2 Documento

Há duas formas de caráter de documentos, os público e os privados,


lembrando que existe uma diferença clara entre documento e instrumento, que são
respectivamente, gênero e espécie. O documento denota a idéia de qualquer papel útil
para provar ato jurídico e instrumento é o veiculo criador de um ato, ou seja é
formulado com a intenção de fazer prova, enquanto o documento não é criado
especificamente para tal, como observa-se no art. 215.
São públicos os de caráter emanados de autoridades públicas, como portarias,
ordem de serviços, avisos ministeriais; e , de caráter particular determinam-se as
cartas, telegramas, artigos jornalísticos etc.
Os documentos em língua estrangeira:

Art. 224 CC: Os documentos redigidos em língua estrangeiras serão


traduzidos em língua portuguesa para ter efeitos legais no país”

Lembrando ainda, que, deverá ser traduzido legalmente por um tradutor oficial
juramentado.

Art. 216 do CC: “Farão a mesma prova que os originais as certidões


textuais de qualquer peça judicial. Do protocolo das audiências, ou de outro
qualquer livro a cargo do escrivão, sendo extraídas por eles, ou sob a sua
vigilância, e por ele subscritas, assim como os traslados de autos, quando por outro
escrivão consertados”

Art. 223 do CC: “A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião


de notas, valerá como prova de declaração da vontade, mas, impugnada sua
autenticidade, deverá ser exibido o original”.

Quando o instrumento público não estiver legitimado perante a lei, vigorará


aquele de caráter particular para a prova de negócio jurídico de qualquer valor. Tal
instrumento deverá ser assinado pelo declarante capaz e tem valor apenas entre as
parte. Para a validade ocorrer em grau de terceiros é necessário que o instrumento seja
objeto de inscrição de registro público.

Art. 221 do CC: “O instrumento particular, feito e assinado, ou somente


assinado por quem esteja na livre disposição e administração de seus bens, prova as
obrigações convencionais de qualquer valos; mas os seus efeitos, bem como os da
cessão, não se operam, a respeito de terceiros, antes de registrado no registro
público”.

Os livros e documentos das empresas terão importante valos probatório e


deverão ser corretamente valorados pelo juiz:

Art. 226 do CC: “Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam
contra as pessoas a que pertencem, e, em seu favor, quando, escriturados sem vício
extrínseco ou intrínseco, forem confirmados por outros subsídios”

3.3 Testemunha

Há duas qualidades de testemunhas, as instrumentárias e as judiciárias, tais são


caracterizadas devido ao depoimento oral em juízo, pois estas viram, ouviram ou
souberam de fatos relacionados à causa.
Este tipo de prova tem caráter perigoso e é criticado pelo sistema jurídico, pois
apesar de ser necessária e importante, ela é volúvel, custosa e difícil. Existem
limitações quanto a prova testemunhal ditadas pelo Art. 401 do CPC:

Art. 401 CPC: “A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos


contratos cujo valor não exceda o décuplo do maior salário mínimo vigente no
país.”

Portanto, testemunha é a pessoa estranha ao processo, que afirma em juízo a


existência ou inexistência de fatos em discussão, relevantes para a causa.
Regredindo ao inicio do tópico presente, testemunha judicial é aquela que é,
uma pessoa natural, estranha ao processo, que declare em juízo fatos relevantes para a
causa, e, instrumentárias quando se manifestam sobre o conteúdo do instrumento que
subscrevem, devendo ser duas nas escrituras públicas e cinco nas formas ordinárias do
testamento.
A lei proíbe certas pessoas de servirem como testemunha, como está descrito
no Art. 228:

Art. 228 CC: “Não podem ser admitidos como testemunha:


I- os menores de 16 anos;
II- aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, não tiverem
discernimento para a prática dos atos da vida pública;
III- os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar depende dos
sentidos que lhes faltam;
IV- os interessados no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes;
V- os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro grau
de alguma das partes, por consanguinidade, ou afinidade.”

3.4. Presunção

Presunção é a conclusão que se extrai de fato conhecido para provar a


existência de outro desconhecido.
Pode ser classificada como júris (legais) e hominis (comuns). As presunções
legais dividem-se em absolutas (iuris et de iure) e relativas (iures tantun).
As absolutas são aquelas que não admitem provas em contrário, pois a própria
lei admite-a como absoluta, como verdade indiscutível. A lei presume fato sem
admitir que se prove em contrário. E.g.: O ordenamento presume que todos conheçam
a lei.
As relativas admitem prova em contrário, também se denomina condicional.
E.g.: O Art. 8º do CC presume a comoriência, que é a morte que se presume
simultânea entre dois ou mais indivíduos. Tal presunção admite-se o contrário, pois a
morte de um pode ter antecedido a do outro.
As presunções comuns são aquelas que habitualmente acontecem na realidade
que nos rodeia. Fundam-se naquilo que, ordinariamente acontece e se impões pela
conseqüência do raciocínio e da lógica. E.g.: Presume-se que os pais amam os filhos e
nada farão que os prejudiquem. Porém isso não é conclusão absoluta. A presunção
hominis só pode ser aceita pelo juiz quando não contrariada pelo restante das provas.

3.5. Perícia

De acordo com o Art. 420 do CPC:


Art. 420 do CPC: “ A prova pericial consiste em exame, vistoria ou
avaliação.
Parágrafo único: o juiz indeferirá a perícia quando:
I- a prova do fato não depender do conhecimento especial do técnico;
II- for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III- a verificação for impraticável.”

É considerada também prova pericial a avaliação.


A pericia é prova indireta; pressupõe sempre a figura do perito - o perito é
auxiliar da justiça e uma vez nomeado, não poderá recusar-se ao mister, sem justo
motivo, ele funciona como uma real visão do juiz sobre a causa, devendo sua
manifestação ser imparcial, ao qual é descrito no art. 147 do CPC - quando o exame é
realizado pelo próprio juiz é denominada inspeção judicial, regulada pelo CPC,
artigos 440 a 443.
A prova pericial pode ser vista pelo prisma da necessidade. Os fatos
ordinários, de conhecimento comum não necessitam ser periciados.

4. Bibliografia:

1. Direito Civil, Parte Geral, Venosa, Silvio de Salvo.


2. Direito Civil Brasileiro, Gonçalves, Carlos Roberto.
3. Código Civil Brasileiro, Título V, Da Prova.
4. Código Processual Civil

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