disciplina específica, a teoria dos valores ou axiologia (do grego axios, “valor”). A axiologia não se ocupa dos seres, mas das relações que se estabelecem entre os seres e o sujeito que os aprecia. Algo possui valor quando não permite que permaneçamos indiferentes.
A não indiferença é a essência do
valer. Os valores são, num primeiro momento, herdados por nós.
O mundo cultural é um sistema de
significados já estabelecidos por outros.
Conforme atendemos ou transgredimos os
padrões, os comportamentos são avaliados como bons ou maus. A partir da valoração, as pessoas nos recriminam por não termos seguido as formas da boa educação.
Nós próprios nos alegramos ou nos
arrependemos dependendo da ação praticada. Isso quer dizer que o resultado de nossos atos está sujeito à sanção, ou seja ao elogio ou à repreensão. MORAL Etimologicamente moral vem do latim mos, moris, que significa “maneira de se comportar regulada pelo uso”, daí o nome “costume” que em grego significa ética, daí a semelhança entre moral e ética Moral é o conjunto de regras de conduta admitidas em determinada época por um grupo de homens.
A ética ou filosofia moral é a parte da
filosofia que se ocupa com a reflexão a respeito das noções e princípios que fundamentam a vida moral. CARÁTER HISTÓRICO E SOCIAL DA MORAL A fim de garantir a sobrevivência, o homem transforma a natureza por meio do trabalho.
Para que a ação coletiva se torne
possível, surge a moral, com a finalidade de organizar as relações entre os indivíduos. Consideramos a moral como o conjunto de regras que determinam o comportamento dos indivíduos em um grupo social.
É impossível pensar um povo sem
qualquer conjunto de regras. Segundo o antropólogo francês Lévi Strauss, a passagem do reino animal ao reino humano, ou seja, a passagem da natureza à cultura, é produzida pela instauração da lei. CARÁTER PESSOAL DA MORAL
A moral, ao mesmo tempo que é
conjunto de regras que determinam como se deve ser o comportamento dos indivíduos do grupo, é também a livre e consciente aceitação das normas. O homem ao mesmo tempo que é herdeiro, é criador da cultura, e só terá vida autenticamente moral se, diante da moral constituída, for capaz de propor a moral constituinte, aquela que é feita dolorosamente por meio das experiências vividas. CARÁTER SOCIAL E PESSOAL DA MORAL CARÁTER SOCIAL DA MORAL X A INTIMIDADE DO SUJEITO
Se aceitarmos unicamente o caráter social
da moral, sucumbimos ao dogmatismo e ao legalismo. Essa perspectiva visa apenas inculturar nas pessoas o medo às consequências da não-observância da lei. Se aceitarmos como predominante a interrogação do indivíduo que põe em dúvida a regra, corremos o risco de destruir a moral, podendo recair no individualismo.
É preciso, portanto, considerar os dois pólos
contraditórios do pessoal e do social numa relação dialética, ou seja, uma relação recíproca entre determinismo e liberdade, entre adaptação e desadaptação à norma, aceitação ou recusa da interidção. O ATO MORAL ESTRUTURA DO ATO MORAL
A instauração do mundo moral exige do
homem a consciência crítica, que chamamos de consciência moral. É a consciência que discerne o valor moral dos nossos atos.
O ato moral é portanto constituído de dois
aspectos: o normativo e o fatual. O normativo são as normas ou regras de ação e os imperativos que enunciam o “dever ser”. Ex.: não minta, não mate, etc.
O fatual são os atos humanos
enquanto se realizam efetivamente. Ex.: Diante da norma “não minta”, o ato mentir será considerado imoral. Considera-se a-moral o ato realizado à margem de qualquer consideração a respeito das normas. Ex.: O homem “sem princípios”.
O ATO VOLUNTÁRIO
É um ato de vontade que decide pela
busca do fim proposto. O ATO RESPONSÁVEL
Responsável é aquele que reponde
por seus atos, isto é o homem consciente e livre assume a autoria do seu ato, reconhecendo como seu e respondendo pelas consequências. O DEVER E A LIBERDADE
O comportamento moral é consciente,
livre e responsável. É também obrigatório, cria um dever.
A obediência a lei livremente escolhida
não é prisão, ao contrário, é liberdade. Para sermos realmente livres, devemos ter a possibilidade de transgressão da norma. A VIRTUDE
Etimologicamente, virtude vem da
palavra latina vir, que designa o homem.
A virtude é a permanente disposição
pra querer o bem. Concluímos, que o delicado tecido da moral diz respeito ao indivíduo no mais fundo de seu “foro íntimo”, ao mesmo tempo que o vincula aos homens com os quais convive.