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Sociedade e Direito
a) Fora da vida social não nos é possível alcançar a segurança, o amor, a estima e a auto-
realização (exigências básicas da vida social).
b) A sociabilidade é comum aos homens e animais irracionais, mas não é idêntica:
HOMEM → é evolutiva e consciente;
ANIMAL → é natural e estática (instintiva).
a) Não há vida social sem a presença de regras que venham a reger, com rigor, o procedimento
das pessoas.
b) Normas de conduta social são regras que disciplinam o agir, o comportamento do homem
na sociedade. As regras jurídicas são uma das espécies de normas de conduta social.
c) Toda norma de conduta social, quando for desrespeitada pelo homem, gerará uma
SANÇÃO.
d) O homem cria as normas e a elas deve obedecer sob pena de sanção.
e) As regras técnicas indicam os meios de que se serve o homem para realizar uma tarefa.
f) As normas éticas preocupam-se com os fins da ação humana, com o que o indivíduo pode ou
não pode fazer a fim de comportar-se de modo adequado aos padrões socialmente
estabelecidos.
g) As normas éticas dividem-se em regras morais, regras jurídicas, regras religiosas e regras
costumeiras.
h) As normas éticas são facultativas, mas pode haver punição no caso de descumprimento das
regras jurídicas.
As disciplinas jurídicas.
a) A ciência do Direito pode ser estudada sob três grandes acepções:
b) amplíssima – reúne estudos feitos por todas as disciplinas jurídicas;
c) ampla – reúne conhecimentos oriundos única e exclusivamente das ciências. Exclui
qualquer informação vinda da Filosofia;
d) restrita – engloba o estudo do Direito apenas enquanto regra que normatiza, que dirige o
comportamento humano. É sinônimo de Dogmática Jurídica.
a. As disciplinas jurídicas podem ser alinhadas como fundamentais e auxiliares.
e) fundamentais – Filosofia do Direito e a Dogmática Jurídica;
f) auxiliares – Direito Comparado, História do Direito, Sociologia Jurídica e Introdução ao
Estudo do Direito.
a. A Filosofia do Direito é uma disciplina de reflexão sobre os fundamentos do Direito. É a
mais profunda forma de conhecer o Direito. Preocupa-se, fundamentalmente, com o
Dever-Ser, com o melhor Direito, com o Direito justo.
b. Problemas básicos da Filosofia do Direito que devem ser abordados:
g) o problema lógico – conceitua o Direito, sem indagação de qualquer norma. Estuda os
vínculos entre o Direito e a Moral e outros conceitos e características;
h) o problema fenomenológico – examina o Direito como fato;
i) o problema deontológico – indaga o que deve ser o Direito, levando em conta a idéia de
Justiça como aspiração do espírito humano. Pergunta se o Direito em vigor é ou não
é justo.
a. A Filosofia do Direito é a única disciplina jurídica capaz de avaliar criticamente o Direito.
b. A Dogmática Jurídica é a ciência que estuda a interpretação, integração e sistematização de
um determinado ordenamento jurídico positivo, objetivando sua aplicação prática.
Estuda o Direito como ele é. Estuda o Direito Positivo de cada povo.
c. A Dogmática Jurídica tem 5 problemas básicos:
j) Interpretação do Direito – consiste em estabelecer o verdadeiro sentido e alcance de uma ou
de várias normas jurídicas vigente;
k) Integração do Direito – consiste em integrar o Direito caso não haja regulamentação legal
para algum caso que esteja em julgamento. Recorre-se, então, a outras fontes do Direito,
como costume jurídico, jurisprudências, Doutrinas, etc..., contanto que haja a solução de
um conflito;
l) Sistematização do Direito – consiste em arrumar e ordenar, coerente e logicamente, de
acordo com critérios classificatórios, de todo o conjunto de normas jurídicas que
constitui um Direito Positivo determinado. Nos dias de hoje, tem-se como principal
sistematização a Codificação.
m) Aplicação do Direito – é a preocupação de bem se aplicar a regra jurídica encontrando
solução para as dificuldades, para as controvérsias de interesse em geral e
particularmente, de buscar-se decisão para os conflitos de lei, seja no tempo ou no
espaço.
n) Técnicas jurídicas – procedimentos adotados pelo Direito e capazes de construir, com
clareza e precisão, as normas jurídicas, bem como também aptos a facilitar a interpretação,
aplicação e aperfeiçoamento das mesmas.
Definições: DIREITO ADQUIRIDO – é aquele que se tem como plenamente esgotado durante
a vigência de uma lei.
VIGÊNCIA – período de tempo em que uma lei é obrigatória.
ATO JURÍDICO PERFEITO – é uma ação praticada ao inteiro – teve começo, meio e fim -
durante a vigência de uma lei.
COISA JULGADA – é a decisão judicial da qual não cabe mais recurso.
EFICÁCIA – é o poder de regular todas as situações que ocorreram durante o tempo em que
esteve em vigor.
g. A segunda grande divisão do Direito é aquela que divide o Direito Positivo em Direito
Público e Direito Privado.
h. Há 3 correntes que tratam deste assunto:
i) Monismo Jurídico – que diz que o Direito Positivo é uno. Não existe divisão;
j) Dualismo Jurídico – que diz que o Direito Positivo se divide em Direito Público e Direito
Privado. Remonta ao Direito Romano. Utilizada no Brasil. Mais aceita;
k) Trialismo Jurídico – que diz que além do Direito Público e do Direito Privado ainda existe o
Direito Misto. Não se tem ainda registro de aceitação em nenhum país do mundo.
a. As múltiplas concepções dualistas baseiam-se ou no conteúdo (Teorias Substancialistas) ou
na forma (Teorias Formalistas):
b. As Teorias Substancialistas tomam como critério distintivo entre o Direito Público e o
Direito Privado o conteúdo da norma, o fim perseguido pela regra jurídica. São estas:
l) Teoria dos interesses em jogo (Ulpiano) – a norma é de Direito Público quando protege ou
se refere ao interesse geral. É de Direito Privado quando protege ou se refere a interesse
particular;
m) Teoria do fim (Savigny e Stahl) – uma norma será de Direito Público quando o fim é o
Estado e o indivíduo ocupa um lugar secundário;
n) Teoria do objeto imediato (Ahrens) – a norma é de Direito Público quando o seu objeto
imediato é o Estado; a norma será de Direito Privado quando o seu objeto imediato é a
pessoa humana.
a. As Teorias Formalistas tomam como critério distintivo entre o Direito Público e o Direito
Privado a forma e não o conteúdo das normas. São elas:
o) Teoria do titular da ação (Thon) – uma regra é de Direito Público quando a sua violação
enseja uma ação de competência do Estado; e de Direito Privado quando o exercício da
ação motivado pelo seu descumprimento é reservado aos particulares;
p) Teoria das normas de coordenação e subordinação (Yellinek) – uma norma é de Direito
Público quando rege relações de sujeitos que estão em plano de desigualdade, ou seja,
um manda e o outro obedece;
q) Teoria da criação autocrática e democrática do Direito – uma norma é de Direito Público
quando os direitos e deveres que surgem derivam de uma vontade, estranha e alheia à do
obrigado. É imposta; é de Direito Privado quando os direitos e deveres que dela derivam
se devem à vontade mesma dos obrigados. Resultam de acordo entre as partes
envolvidas.
As relações jurídicas
a. Direitos e deveres são noções indissociáveis. Não há direitos sem deveres, nem deveres sem
direitos.
b. Integram a ordem jurídica apenas e exclusivamente aquelas condutas perfeitas, decorrentes
da obediência às normas jurídicas.
c. Toda relação jurídica é, antes de tudo, relação social (a parte integra obrigatoriamente o
todo), é humana; torna-se jurídica quando tutelada pela lei.
d. Nem toda relação social é relação jurídica, somente as tuteladas pelo Estado que as dota de
coercibilidade.
e. São 4 os elementos de toda e qualquer relação jurídica:
r) sujeito ativo – é o titular da mesma. É quem detém o direito em um determinado momento;
s) sujeito passivo – é o devedor. É quem, em um determinado momento da mesma, tem a
obrigação de fazer;
t) vínculo normativo – é o elo que liga o sujeito ativo ao passivo, impondo, se necessário, o
cumprimento da obrigação de fazer;
u) objeto – é a essência, a motivação maior, a razão de ser do vínculo constituído entre os
sujeitos.
Definições: PODER JURÍDICO – é a faculdade conferida pela norma do Direito a alguém para, na
vida jurídica, fazer alguma coisa ou exigir de outro que faça.
DEVER JURÍDICO – é a obrigação que se tem de obedecer àquilo que a norma jurídica
determina, seja fazendo ou não alguma coisa, dando ou não alguma coisa a alguém, no caso, ao
titular do Poder Jurídico.
Personalidade Jurídica
a) Como já sabemos, não há Direito Subjetivo sem sujeito, sem o respectivo titular de uma relação
jurídica.
b) Pessoa – é o ente suscetível de direitos e obrigações. É sinônimo de sujeito da relação jurídica.
c) Além do homem, também certas organizações ou coletividades de acordo com o que estabelece
o Direito, poderão ser chamadas de pessoas, pois poderão ter condições de agir validamente
nas relações jurídicas.
d) As pessoas podem ser divididas em duas espécies:
e) pessoa física ou natural e
f) pessoas jurídicas (morais ou coletivas)
Personalidade é a aptidão fundamental para ser sujeito de direitos e obrigações.
A capacidade pode ser entendida em 2 acepções:
a) ampla (capacidade de gozo) – é sinônimo de personalidade, ou seja, capacidade genérica
de ser sujeito de obrigações, ou ainda, de exercer determinadas atividades e de cumprir
determinados deveres decorrentes da convivência em sociedade. É imanente a todo ser
humano;
b) restrita (capacidade de fato ou de exercício) – é a aptidão para exercer pessoalmente os
atos da vida jurídica. Encontra-se vinculada a diversos fatores, tais como, idade e estado
de saúde.
a. A pessoa física ou natural é o ser humano considerado como sujeito de direitos e obrigações. A
sua personalidade civil começa com o nascimento com vida. A Lei Civil brasileira põe a salvo
os direitos do nascituro.
São absolutamente INCAPAZES:
a) os menores de 16 anos;
b) os deficientes mentais sem discernimento para a prática de atos jurídicos.
Há a proibição total do exercício do direito pelo incapaz. Em caso de violação do preceito,
haverá a nulidade do ato. Os incapazes serão representados.
São RELATIVAMENTE INCAPAZES:
a) os maiores de 16 e menores de 18 anos;
b) os ébrios habituais;
c) os viciados em tóxico
d) os deficientes mentais que tenham o discernimento reduzido;
e) os excepcionais e
f) os pródigos.
Há a permissão de praticar atos da vida civil, porém, serão eles assistidos. Caso aja sem
assistência, os atos serão anuláveis.
São absolutamente CAPAZES: os maiores de 18 anos
Pessoa jurídica