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FENÔMENOS DE
TRANSPORTE
NOTAS DE AULA
ITAJUBÁ - 2009
Estas Notas de Aula
têm por finalidade exclusiva servir de material de apoio
da disciplina
Fenômenos de Transporte,
Universitas
1.1 – FLUIDO
A matéria pode apresentar-se sob, pelo menos, três formas diferentes.
Estas formas, também chamadas de estados físicos fundamentais, são os estados sólido,
líquido e gasoso.
A matéria no estado líquido ou no estado gasoso é chamada de FLUIDO.
A definição mais elementar de fluido diz:
Fluido é uma substância que não tem forma própria, assumindo a forma do recipiente que
o contém.
1.2 – TEORIA CINÉTICA MOLECULAR
Esta teoria define fluido da seguinte maneira:
Fluidos são corpos onde as moléculas trocam de posição continuamente, ao passo que,
sólidos são corpos onde as moléculas oscilam em torno de posições fixas.
Nos líquidos há uma força de atração intermolecular que impede que haja grandes
variações de volume numa mesma condição ambiental, mas estas forças não são
suficientes para manter as moléculas em posições fixas. Assim, os líquidos assumem a
forma dos recipientes que os contêm.
Nos gases essas forças de atração intramolecular são fracas, permitindo que haja
variações de forma e volume. Assim, os gases ocupam todo o volume dos recipientes que
os contêm, assumindo, em conseqüência, suas formas
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Fenômenos de Transporte
1. Para o estudo de um gás, cujo mol ocupa volume de 22,4 l e possui 6,02 x 1023
moléculas de gás, nas CNTP, será utilizado um volume elementar de tal gás
encerrado em um cubo de aresta 10-3 mm;
2. Um mol de vapor de mercúrio possui 6,02 x 1023 moléculas e tem massa de 200
g.Pode-se aplicar a hipótese do contínuo para um volume elementar encerrado em
um cubo de aresta 10-3 mm, no interior de um barômetro (parte superior), sabendo
que a massa contida neste volume elementar é de 2,14 x 10-25 UTM?
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Dimensionalmente:
M F ⋅ L−1 ⋅ T 2
[ρ] = 3 = 3
= F ⋅ L− 4 ⋅ T 2
L L
Onde:
M = massa;
L = comprimento;
T = tempo;
F = força.
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Fenômenos de Transporte
É a relação entre a massa específica de uma substância com relação a de outra, tomada
como referência. É adimensional.
ρ
δ=
ρ0
Onde:
δ = densidade relativa;
ρ = massa específica do fluido em estudo;
ρ0 = massa específica do fluido tomado como referência.
Dimensionalmente:
F
[γ ] = 3
= F ⋅ L−3
L
Onde:
L = comprimento;
F = força.
Ou, ainda:
G m⋅g
γ= =
V V
γ = ρ⋅g
Onde:
γ = peso específico do fluido;
g = aceleração da gravidade;
ρ = massa específica do fluido.
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Dimensionalmente:
3
[VS ] = L = F −1 ⋅ L3
F
Onde:
L = comprimento;
F = força.
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Figura 3 – Fluido entre duas placas planas paralelas, uma inferior fixa e a superior móvel.
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Considere-se, agora, a Figura 4, onde uma força F é aplicada sobre uma superfície de
área A.
Analisando novamente as duas placas, o fluido junto à placa superior possui velocidade
V0 e o fluido junto à placa inferior possui velocidade nula, pois a mesma é fixa. Os pontos
de um fluido em contato com uma superfície sólida, aderem à superfície.
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dV τ
τ∝ ou = constante
dy dV
dy
Dimensionalmente:
[τ ] = F2 = F ⋅ L−2
L
dV L −1
dy = T × L = T
−2
[µ ] = F ×−L1 = F × L− 2 × T
T
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A viscosidade dinâmica varia de fluido para fluido e, num mesmo fluido, varia
principalmente com a temperatura.
Nos líquidos a viscosidade diminui com o aumento da temperatura, enquanto nos gases a
viscosidade aumenta com o aumento da temperatura.
µ
ν=
ρ
Dimensionalmente:
−2
F × L−2 × T
[ν ] = F × L ×T
−3
= −4
= L2 × T −1
M ×L F × L ×T 2
Dimensionalmente:
F M × L × T −2
[ p] = 2
= 2
= M × L−1 × T − 2
L L
Sabe-se que:
N/m2 = Pascal = Pa
dina/cm2 = bária
Ou ainda:
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Da figura: l.senα = h
Então:
pN - pM – γ.h = 0
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5. Nos gases, como o peso específico é pequeno, se a diferença de cotas não for
muito grande, pode-se desprezar a diferença de pressão entre eles.
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Na Figura 13, a pressão no ponto A será γ.hA e a carga de pressão será hA e a pressão no
ponto B será γ.hB e a carga de pressão será hB.
3.4.1 – BARÔMETRO
A pressão atmosférica é medida pelo barômetro. A Figura 15 esquematiza um barômetro.
Que consiste de um tubo de vidro graduado cheio de líquido e virado de cabeça para
baixo dentro de um recipiente, aberto para a atmosfera, e cheio do mesmo líquido. O
líquido dentro do tubo de vidro descerá até uma certa posição, a ser posteriormente lida
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Figura 15 – Barômetro
3.4.3 – PIEZÔMETRO
Consiste de um tubo de vidro graduado ligado diretamente à tomada de pressão.
Sabendo-se o peso específico do fluido, calcula-se a pressão. Somente usado para
pequenas pressões e para pressões efetivas positivas de líquidos.
Figura 17 – Piezômetro
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No ramo esquerdo:
PA + γA (h1-h2) + γMh2
No ramo direito:
PB + γB (h4-h3) + γMh3
Como o fluido está em repouso, a pressão na base dos dois ramos é igual, assim:
Desta forma, pode-se estabelecer uma regra prática para cálculo de pressões utilizando a
manometria, qual seja:
“Começando-se pelo ramo esquerdo do manômetro, soma-se à pressão pA a pressão das
colunas descendentes e subtrai-se a pressão das colunas ascendentes.”
3.6 – FORÇA EM SUPERFÍCIE PLANA SUBMERSA
Um fluido em repouso não está sujeito a forças tangenciais, mas somente a forças
normais.
Considerando-se os líquidos, se a superfície submersa for horizontal, a força normal a
esta superfície será o produto da pressão pela área da superfície e terá seu ponto de
aplicação no centro de gravidade da superfície.
Neste caso a pressão terá uma distribuição uniforme.
Se a superfície submersa for vertical, como mostra a Figura 21, a pressão efetiva será
zero na superfície livre e atinge seu valor máximo no fundo da superfície.
Neste caso a pressão terá uma distribuição variável linearmente, como comprova o
Teorema de Stevin, e não será possível obter-se a força normal pela multiplicação da
pressão pela área da superfície.
A força resultante será, portanto, o somatório dos produtos das áreas elementares pela
pressão nelas atuantes. O ponto de aplicação desta força resultante será o CP (centro de
pressão), que se localiza abaixo do centro de gravidade da superfície submersa.
Considerando-se os gases, mesmo quando a superfície é vertical, a variação de pressão
nesta direção é muito pequena, pois o peso específico dos gases também é muito
pequeno. Desta forma, a força normal será sempre o produto da pressão pela área da
superfície.
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Integrando-se, vem:
F = γ.senθ.∫y.dA
Logo:
F = γ.senθ. y .A
Substituindo:
F = γ. h . A = p .A
Desta forma, pode-se dizer que a força resultante é obtida pelo produto da área da
superfície que sofre a força pela pressão no centro de gravidade da superfície.
3.7 – CENTRO DAS PRESSÕES
Centro das pressões é o ponto de aplicação da força resultante das pressões sobre uma
certa área.
Considerando o eixo Ox da Figura 22 para o cálculo do momento das forças, tem-se para
a força elementar dF, a seguinte expressão:
y.dF = γ.y2.senθ. dA
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Assim:
γ ⋅ sen θ ⋅ I 0 I
yCP = = 0
γ ⋅ sen θ ⋅ y ⋅ A y ⋅ A
Esta é a distância entre o ponto de aplicação da força resultante, ou centro das pressões,
ao eixo de intersecção da superfície imersa com a superfície livre do líquido, sendo:
A = área imersa da superfície que sofre a força
y = distância da superfície livre do líquido, no eixo Ox, ao centro de gravidade da
área imersa.
O momento de inércia da área A, I0, pode ser tomado em relação ao eixo que passa pelo
centro de gravidade da área, em vez do eixo Ox, utilizando a seguinte expressão:
2
I 0 = I CG + y ⋅ A
Assim, pode-se escrever:
I CG
y CP = y +
y⋅A
Desta expressão conclui-se que o centro das pressões se localiza abaixo do centro de
gravidade e que, ao aumentar a profundidade, os dois pontos (CP e CG) se aproximam.
Resumindo, pode-se escrever que o Centro das Pressões se localiza abaixo do Centro de
Gravidade, em superfícies imersas verticais ou inclinadas, e coincide com o Centro de
Gravidade, em superfícies imersas horizontais.
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Vol A ⋅ s
Q= = = A ⋅V
t t
Onde:
Q = vazão em volume do fluido
Vol = volume do fluido
t = tempo
s = deslocamento do fluido
A = área da seção transversal do tubo
V = velocidade do fluido
Q = Vm ⋅ A
Onde:
Vm = velocidade média na seção de escoamento do fluido
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m ×V 2
Ec =
2
c) Energia de pressão (Epr)
É a energia correspondente ao trabalho potencial das forças de pressão que atuam no
escoamento do fluido.
Seja a Figura 29, a seguir.
Admitindo-se que a pressão seja uniforme na seção, então a força aplicada pelo fluido
externo, na área A, será F = p x A.
No intervalo de tempo dt, o fluido irá se deslocar ds, sob a ação da força F, produzindo
um trabalho:
dW = F x ds = p x A x ds = p x dv
Ou: E pr = ∫ p × dv
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m ×V 2
E = m× g × z + + ∫ p × dv
2
Na seção 1:
2
dm1 × V1
dE1 = dm1 × g × z1 + + p 1 ×dv1
2
Na seção 2:
2
dm2 × V2
dE 2 = dm 2 × g × z 2 + + p 2 ×dv 2
2
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dE1 = dE 2
Então:
2 2
dm1 × V1 dm2 × V2
dm1 × g × z1 + + p 1 ×dv1 = dm 2 × g × z 2 + + p 2 ×dv 2
2 2
Como:
dm dm
ρ= e dv =
dv ρ
Tem-se:
2 2
dm1 × V1 dm dm2 × V2 dm
dm1 × g × z1 + + p 1 × 1 = dm 2 × g × z 2 + + p2× 2
2 ρ1 2 ρ2
Como na Equação de Bernoulli considera-se o fluido incompressível:
ρ1 = ρ 2
e considera-se também regime permanente:
dm1 = dm2
Então:
2 2
V1 p1 V2 p
g × z1 + + = g × z2 + + 2
2 ρ 2 ρ
Dividindo a equação por g e lembrando que:
γ = ρ×g
tem-se:
2 2
V p V p
z1 + 1 + 1 = z 2 + 2 + 2
2g γ 2g γ
Que é a Equação de Bernoulli, que permite relacionar cotas, velocidades e pressões entre
duas seções do escoamento do fluido. E o significado de seus termos é:
m ⋅ g ⋅ z Ep
z= = energia potencial por unidade de peso ou energia potencial de uma
m⋅ g G
partícula de peso unitário;
V 2 mV 2 mV 2 E c
= = = energia cinética por unidade de peso ou energia cinética de
2 g 2 gm 2G G
uma partícula de peso unitário;
p pV pV E pr
= = = energia de pressão por unidade de peso ou energia de pressão
γ γV G G
de uma partícula de peso unitário.
Nota-se, também que a Equação de Bernoulli expressa que a soma das energias na
seção (1) é igual à soma das energias na seção (2), sendo mantida constante a energia
total do sistema no percurso de (1) para (2).
Outra observação é que as energias z, V2/2g e p/γ, são expressas em unidades de
comprimento, mas não deixam de ser energia por unidade de peso.
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Anteriormente, havíamos visto que p/γ = h é a chamada “carga de pressão”, desta forma,
podemos denominar as energias da seguinte forma:
Z carga potencial ou carga geométrica;
p V2
H= + +z
γ 2g
Onde:
H energia total por unidade de peso numa seção ou carga total na seção = constante
de Bernoulli
H 1 = H 2 + H p1→2
Onde:
H1 e H2 energia por unidade de peso ou carga total nas seções 1 e 2;
Hp1→2 perda de energia por unidade de peso ou perda de carga no escoamento da
seção (1) para a seção (2).
Se for introduzida uma máquina entre a seção 1 e a seção 2, a Equação da Energia fica:
H 1 + H M = H 2 + H p1→2
Ou, ainda:
2 2
V1 p V p
z1 + + 1 + H M = z 2 + 2 + 2 + H p1→2
2g γ 2g γ
4.6 – PERDA DE CARGA
Perda de carga é a energia perdida pela unidade de peso do fluido quando este escoa.
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L V2
h pd = f ⋅ ⋅
D 2g
Onde:
L comprimento do tubo
D diâmetro do tubo
V velocidade média do escoamento do fluido
g aceleração da gravidade
f fator de resistência ao escoamento ou fator de atrito, que pode ser obtido da
seguinte forma:
• REGIME LAMINAR
64
f =
Re
• REGIME TURBULENTO
f é obtido no Diagrama de Moody com ε/D e Re
A Figura 31 apresenta o Diagrama de Moody e a Figura 32 apresenta valores de
rugosidade ε, para diversos materiais.
Fórmula de Hazen-Williams
1,85
Q L
h pd = 10,643 ⋅ ⋅
C 4,87
D
Onde:
L comprimento do tubo
D diâmetro do tubo
Q vazão de escoamento do fluido
C coeficiente que depende da natureza da superfície interna da canalização e seus
valores mais comuns são apresentados na Figura 33.
Fórmula de Fair-Whipple-Hsiao
• PARA TUBOS DE AÇO GALVANIZADO
Q 1,88
Água fria h pd = 0,002021 ⋅ ⋅L
D 4,88
Q 1,75
Água quente h pd = 0,000692 ⋅ ⋅L
D 4,75
Fórmula de Flammant
É a expressão recomendada pelos fabricantes de tubos de PVC.
Q 1,75
h pd = 0,000824 ⋅ ⋅L
D 4,75
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V2
h pl = k ⋅
2g
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Onde:
V velocidade média no conduto onde está inserida a singularidade
k coeficiente determinado experimentalmente, dado na Figura 35.
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verificamos que, para um mesmo valor de hp, é possível comparar o valor de k com o
produto f(L/D):
V2 L V2
hp = k ⋅ = f ⋅ ⋅
2g D 2g
L
k = f ⋅
D
Assim, é possível organizar uma tabela em que, uma vez fixado o material da canalização
e seu diâmetro, estabelece-se o comprimento equivalente desta canalização à
singularidade introduzida.
D
Leq = k ⋅
f
A Figura 36 e a Figura 37 apresentam valores de comprimentos equivalentes para
tubulação de materiais diferentes.
Diz-se que o orifício tem bordo delgado, ou aresta viva, quando o fluido toca apenas na
aresta do orifício, reduzindo, assim, o atrito.
Supondo-se, inicialmente, que o fluido seja ideal, ou seja, sem perdas, utilizando-se a
Equação de Bernoulli, tem-se:
H1 = H 2
V12 p1 V 22 p 2
+ + z1 = + + z2
2g γ 2g γ
Como a velocidade de abaixamento do nível do reservatório é muito inferior a velocidade
do jato na saída do reservatório e admitindo-se que a velocidade no orifício seja a
velocidade teórica, pois adotou-se o fluido como ideal, tem-se:
p − p2
V 2T = 2g h + 1
γ
Se, em particular, p1 = p2, teremos:
V 2T = 2gh
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Define-se coeficiente de contração como sendo a relação entre a área do jato na veia
contraída e a área do orifício.
A
Cc = c
Ao
Desta forma, a vazão real no orifício será:
Q = C v ⋅ V2T ⋅ C c ⋅ A0
ou:
p − p2
Q = C v ⋅ C c ⋅ Ao ⋅ 2 g h + 1
γ
Considerando que o produto do coeficiente de velocidade pelo coeficiente de contração
dá origem a outro coeficiente, chamado coeficiente de descarga e representado por Cd,
tem-se, para o cálculo da vazão que sai por orifício a seguinte expressão:
p − p2
Q = Cd ⋅ Ao ⋅ 2 g h + 1
γ
Onde:
Q = vazão que sai no orifício
Cd = coeficiente de descarga que varia com a forma do orifício, tendo valor médio de
0,61
Ao = área do orifício
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D1
A Figura 41 mostra valores de k em função da relação Do/D1 e do número de Reynolds.
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Onde:
C = coeficiente que depende do número de Reynolds e da relação D2/D1, no entanto,
seu valor varia de 0,95 a 0,99, sendo adotado o maior valor para diâmetros maiores.
4.7.3 – ROTÂMETRO
Consiste de um elemento flutuante com ranhuras helicoidais, inserido dentro de um tubo,
de tal forma que, dependendo da vazão, o flutuante se desloca ao longo de uma escala
cuja vazão correspondente foi predeterminada. A Figura 43 apresenta um esquema deste
dispositivo.
Onde:
L, H = em m
Q = em m3/s
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Como à medida que se desloca na direção do fluxo x, da maior temperatura para a menor
temperatura, a variação da temperatura é negativa, assim, pode-se escrever a equação
elementar para a condução de calor como segue:
dT
q k = −k × A ×
dx
Onde:
qk = calor transmitido por condução por unidade de tempo, expresso em kcal/h;
A = área atravessada pelo fluxo de calor, em m2;
dT/dx = gradiente de temperatura, em ºC/m;
k = condutividade térmica do material, que é uma propriedade do material e indica a
quantidade de calor que fluirá através de uma área unitária se o gradiente de temperatura
for unitário, sendo expressa em:
kcal / h kcal
=
m × °C / m h × m × °C
2
W kcal
1 = 0,86
m× K h × m × °C
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Figura 45 – Esquema ilustrando a convenção de sinais para o fluxo de calor por condução
qk
⋅ dx = − k ⋅ dT
A
Podemos integrar a equação acima com os limites ilustrados na Figura 46, para:
Tquente → x = 0 e para Tfria → x = L
Assim:
T fria
qk L
A ∫0
dx = − ∫ kdT
Tquente
× L = − k (T fria − Tquente )
qk
A
A× k
qk = (Tquente − T fria )
L
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m 2 × kcal kcal
kk = =
m × h × m × °C h × °C
e no sistema SI:
m2 ×W W
kk = =
m×m× K K
b) CILINDROS VAZADOS
Se o cilindro for de material homogêneo e de comprimento longo, para que o efeito das
extremidades não seja considerado, e a temperatura interna for constante igual a Ti,
enquanto que a temperatura da superfície externa se mantém constante igual a Te, o calor
transmitido por unidade de tempo será:
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dT
q k = −k × A ×
dr
Onde:
dT/dr = gradiente de temperatura na direção radial.
Para Te → r = re e para Ti → r = ri
r T
qk e
1 e
× ∫ × dr = − ∫ dT
k × 2 × π × L ri r Ti
Temos:
qk r
× ln e = Ti − Te
k × 2 ×π × L ri
Ou:
Ti − Te
qk =
r
ln e
ri
2 ×π × k × L
Que é a equação utilizada para o cálculo da quantidade de calor transmitida por
condução, por unidade de tempo, através das paredes de um cilindro vazado, como um
tubo.
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q c = hc × A × ∆T
Onde:
qc = calor transmitido por unidade de tempo por convecção, kcal/h;
A = área de transmissão de calor, m2;
∆T = diferença de temperaturas entre a da superfície Ts e a do fluido T∞, em um local
especificado (geralmente bastante afastado da superfície), ºC;
hc = coeficiente médio de transmissão de calor por meio de convecção, kcal/h.m2.ºC.
1
Rc =
hc × A
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q r = σ × A1 × T14
Onde:
qr = energia transmitida por unidade de tempo por radiação, em kcal/h;
A1 = área da superfície, em m2;
T1 = temperatura da superfície, em K;
σ = constante dimensional = 4,88 x 10-8 kcal/h.m2.K4, também chamada de constante de
Stefan-Boltzmann, em honra aos cientistas J. Stefan, que, em 1879, achou a equação
acima experimentalmente, e L. Boltzmann, que, em 1884, deduziu-a teoricamente.
A energia transmitida por dois irradiadores ideais, chamada de troca líquida de energia é
dada pela expressão:
(
q r = σ × A × T14 − T24 )
A equação acima deve ser modificada para as aplicações práticas, de modo a levar em
conta os irradiadores não-ideais e a presença de meios absorventes entre dois corpos. A
expressão geral para a transmissão de calor radiante entre dois corpos é dada por:
( )
q r = σ × A × T14 − T24 × ∈
Onde:
∈ = fator de emissividade, para levar em conta a natureza nõ-ideal da radiação (corpo
não-negro).
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Superfície Temperatura ºC Є
Filamento de platina 27 - 1227 0,036 – 0,192
Prata polida 227 – 638 0,0198 – 0,0324
Níquel, placa polida 23 0,045
Gesso (estuque), argamassa 10 – 88 0,91
Tijolo vermelho, áspero 21 0,93
Concreto 21 0,63
Vidro liso 22 0,937
Papelão alcatroado 20,5 0,91
Água 0 – 100 0,95 – 0,963
Folha de alumínio 100 0,087
Papelão de amianto 38 – 371 0,93 – 0,945
Corpo negro - 1,00
α + β +τ =1
A transmissividade sendo zero, que é o caso da maioria dos sólidos opacos à luz, diz-se
que a substância é opaca à radiação. Reciprocamente, a transmissividade sendo igual à
unidade, a substância é transparente à radiação. Nenhuma substância é perfeitamente
transparente, mas os fluidos menos densos, tais como os gases, apresentam
transmissividade elevada.
Um refletor ideal é um corpo cuja superfície reflete toda a energia radiante sobre ele
incidente. Superfícies altamente polidas constituem boas aproximações a um refletor
ideal.
Um absorvedor ideal absorve toda a energia radiante incidente sobre a sua superfície e a
sua absortividade é igual à unidade.
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A Figura 51 mostra um trocador de calor do tipo placa plana, onde os dois fluidos escoam
formando ângulos retos entre si, em correntes cruzadas. Cada um dos fluidos não se
mistura ao passar através do trocador de calor e, portanto, as temperaturas dos fluidos,
ao deixarem o trocador, não são uniformes, sendo maiores num lado que no outro.
Figura 51 – Trocador de calor do tipo placa plana com correntes cruzadas com ambos os
fluidos não misturados
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A Figura 52 mostra outro tipo de trocador de calor de corrente cruzada, neste tipo de
trocador um dos fluidos se mistura na passagem através do trocador. A temperatura do
fluido misturado será uniforme em qualquer seção e só variará na direção do escoamento.
Figura 52 – Trocador de calor de correntes cruzadas com um fluido misturado e outro não
misturado
A fim de aumentar a área superficial de troca de calor efetiva por unidade de volume, a
maioria dos trocadores de calor comerciais prevê mais de um passe através dos tubos (os
fluidos passam mais de uma vez pelos tubos) e o fluido que escoa por fora dos tubos, na
carcaça, é guiado por meio de defletores. A Figura 53 é um corte de um trocador de calor
de dois passes nos tubos e um passe nos defletores. A Figura 54 mostra alguns tipos de
defletores.
Figura 53 – Trocador de calor carcaça-e-tubos com defletores: dois passes nos tubos e
um na carcaça
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dq = U × dA × ∆T
dq = − mq × c pq × dTq = ± m f × c pf × dT f = U × dA × Tq − T f
Onde:
m = vazão em massa, em kg/h;
cp = calor específico à pressão constante, em kcal/kg.ºC;
T = temperatura média, em ºC;
Índices q e f = referentes ao fluido quente e ao fluido frio;
Sinal + = fluidos em corrente paralela;
Sinal - = fluidos em corrente oposta;
U = coeficiente global de transmissão de calor, dado na tabela da Figura 55.
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