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ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA

MARÉ NA DINÂMICA DO
FÓSFORO NA LAGOA
COSTEIRA DE JACAREPAGUÁ,
RIO DE JANEIRO.
VEIGA, L.H.S.; FERNANDES, H.M.
INTRODUÇÃO
 O saneamento básico não tem acompanhado o
crescimento da população, aumentando assim o
lançamento de esgotos sem tratamento prévio
nos corpos d’água.

 Com base em dados de 1977 do complexo


lagunar de Jacarepaguá, Medeiros (1982)
estimou o lançamento de esgotos domésticos
como sendo da ordem de 210Kg/dia, e 9Kg/dia
dos efluentes industriais.
 Este trabalho se propôs a realizar um balanço da
massa de fósforo na Lagoa de Jacarepaguá,
considerando-se o aporte advindo de seus
principais rios tributários e o montante
exportado para o restante do sistema lagunar,
durante semi-ciclos de maré.

 Também foi avaliada a dinâmica do transporte


do elemento.

 A evolução cronológica dos seus níveis de


concentração foi avaliada através de perfilagem
do sedimento de fundo.
ÁREA DE ESTUDO
 A Baixada de Jacarepaguá está localizada
na zona urbana do município do Rio de
Janeiro.

 Compreende o Complexo Lagunar de


Jacarepaguá, costituído de quatro lagoas:
Jacarepaguá, Camorim, Tijuca e
Marapendi.
 O complexo possui uma única comunicação com
o mar através do canal da Barra da Lagoa da
Tijuca. E a Lagoa de Jacarepaguá é a mais
distante do mar.

 Possui como rios tributários principais: Marinho,


Camorim, Caçambé, Pavuninha, Arroio Pavuna -
sendo que este drena uma sub-bacia com alta
taxa de ocupação – e Arroio Fundo, que
desemboca na Lagoa de Camborim e é
responsável pela maior carga de fósforo e DBO
de todo sistema.
MATERIAIS E MÉTODOS
 As campanhas foram realizadas em
setembro de 89 (semi-ciclo de sizígia) e
em março e junho de 90 (semi-ciclos de
quadratura).

 Cada campanha teve duração média de 12


horas, com amostragens realizadas em
intervalos de 30 minutos.
 Foram realizadas medidas de: oxigênio
dissolvido, temperatura, condutividade,
pH, velocidade e altura d’água para
posterior calculo de vazão e coleta de
água para determinação do fósforo total
dissolvido e particulado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Na segunda amostragem, realizada num
semi-ciclo de quadratura, apresenta alta
taxa fotossintética ocasionada pela
floração de Mycrocystis sp..
 Os valores médios de fósforo dissolvido e
particulado para esse semi-ciclo foram
inferiores aos observados na primeira
amostragem.

 A depleção do fósforo dissolvido pode ser


atribuída a um aumento de sua
assimilação pelo fitoplâncton e/ou a uma
possível precipitação com o cálcio (fosfato
de cálcio), dado os altos valores de pH.
 Em relação a menor concentração de
fósforo particulado, este vai ser dominado
por material fitoplanctônico com níveis
intrínsecos mais baixos na maré de
quadratura. Já na maré de sizígia o
material particulado sofre forte
contribuição do material ressuspenso do
fundo.
 A terceira amostragem também esteve
sujeita a um processo de floração, porém
de menor intensidade.

 A variação de oxigênio e pH variam


semelhante ao da segunda amostragem,
como também os valores médios de
fósforo são igualmente inferiores aos da
primeira amostragem.
 Em ambas amostragens de quadratura as
maiores concentrações de oxigênio
dissolvido foram registradas em período
de maior intensidade luminosa (de 11:00
às 16:00).
 Os resultados obtidos através da
perfilagem vertical mostram um
incremento na concentração de fósforo ao
longo do tempo.

 As concentrações nas camadas superiores


chegam a ser até 4 vezes maiores do que
nas camadas mais profundas.
CONCLUSÃO
 A Lagoa de Jacarepaguá está
caracterizada como sistema eutrófico,
sendo os despejos domésticos os
principais contribuintes para este quadro.

 A lagoa funciona como um meio


acumulador para o fósforo.
 O processo de renovação das águas
esperado na maré de sizígia mostrou não
ser eficiente, uma vez que a entrada do
Arroio Fundo com a maré traz consigo
uma maior carga de fósforo para o
sistema.
 O mecanismo de ressuspensão do
sedimento mostrou ser importante para o
aumento das concentrações de fósforo
particulado em sizígia. Já em quadratura a
ocorrência da floração foi o responsável
pela depleção nas concentrações de
fósforo dissolvido e pelos altos valores de
oxigênio dissolvido.

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