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Tenho observado em algumas estruturas organizacionais do varejo de médio e grande porte,

diferentes papéis desempenhados pelas áreas de Prevenção de Perdas, Gestão de Riscos e Auditoria.
Este artigo tem como objetivo traçar um paralelo de conceitos, sinergias e conflitos entre essas 3
áreas o qual tive o prazer de gerenciar em algum momento da minha carreira profissional, que na
minha opinião, possuem papéis bastantes diferentes mas com objetivos similares.
Primeiramente alguns conceitos Básicos

GESTÃO DE RISCOS
Ciência que tem como objetivo conhecer os riscos em que as empresas estão expostas, através de
uma análise detalhada do ambiente interno e externo da organização, no âmbito estratégico,
operacional e financeiro, para que a empresa possa tomar decisões no presente que possam trazer
resultados mais satisfatórios no futuro, desde que as ações tomadas sejam viáveis do ponto de vista
operacional e financeiro. Essas decisões (planos de ação) tem como objetivo a mitigação do risco,
administração ou sua eliminação.
A Gestão de Risco tem sua aplicação baseada em normas internacionais e nacionais, além de ser
uma boa prática de Governança Corporativa o qual as empresas que possuem capital aberto e estão
no Novo Mercado, precisam se enquadrar.
Além dos aspectos legais e formais, a Gestão de Riscos, permite a empresa uma Administração com
transparência tanto dos seus resultados financeiros quanto dos controles internos, diminuindo as
incertezas e surpresas que podem afetar os negócios para resultados indesejados, que podem até
ensejar no fechamento da empresa.
Pelo aspecto legal, deve possuir Diretoria independente, reportando-se ao Presidente e/ou Conselho
de Administração / Comitê de Auditoria.
Tem atividade de staff, portando não deve fazer parte do PROCESSO interno da organização, sendo
responsável pelas seguintes atividades dentro da organização:

• Auxilia na identificação de riscos inerentes às operações


• Define metodologia para mensuração e sistemática de acompanhamento
• Acompanha as operações de forma independente
• Avalia o grau de exposição e assegura que os limites estabelecidos sejam observados
• Comunica os resultados para a alta administração

AUDITORIA
Área que tem como responsabilidade auxiliar a Alta Administração a alcançar seus objetivos
estratégicos e operacionais através do acompanhamento e revisão das atividades internas da
empresa objetivando avaliar se estão em conformidade com as políticas internas, resoluções e
legislação.
Assim como a Gestão de Riscos, a Auditoria Interna é mais uma função assessorial que de linha e
principalmente independente, para que tenha liberdade para revisar e avaliar as normas, os planos,
procedimentos, registros e recomendar melhorias.
As atividades da área de Auditoria são as seguintes:
• Revisar e avaliar a eficácia, suficiência e aplicação dos controles contábeis, financeiros e
operacionais.
• Determinar a extensão do cumprimento das normas, dos planos e procedimentos vigentes.
• Determinar a extensão dos controles sobre a existência dos ativos da empresa e da sua
proteção contra todo tipo de perda.
• Determinar o grau de confiança, das informações e dados contábeis e de outra natureza,
preparados dentro da empresa.
• Avaliar a qualidade alcançada na execução de tarefas determinadas para o cumprimento das
respectivas responsabilidades.
• Avaliar os riscos estratégicos e de negócio da organização.
• Auxilia a companhia a melhorar seus processos de negócio
Pela independência, a Auditoria Interna não deve planejar nem implantar procedimentos, escriturar
registros ou ter participação em atividades que, normalmente, deve revisar e avaliar.

PREVENÇÃO DE PERDAS
Área responsável pelo gerenciamento e monitoramento das atividades da empresa geradoras das
perdas físicas, financeiras, ruptura e quebras operacionais.
Possui papel semelhante à área de Controles Internos pois implementa processos para garantir que
as perdas tenham o menor impacto possível aos negócios.
Suas principais atividades são:
• Mapeamento, Revisão e Implementação dos Processos geradores de Perdas
• Criação e monitoramento dos indicadores de perdas
• Realização de Treinamentos dos processos internos
• Avaliação de investimentos em tecnologias
• Realização de Auditorias Preventivas nos processos geradores de perdas

PONTOS SIMILARES
Ambas são áreas de staff, isto é, que não fazem parte de forma direta da operação, embora a
Prevenção de Perdas possua algumas atividades operacionais dentro das lojas como a participação
no processo de recebimento de mercadorias.
Também realizam testes nos controles, objetivando a identificação de não conformidades.
Geralmente utilizam a mesma metodologia de Auditoria, através da definição de uma amostra,
walktrougt, formalização dos testes e geração de relatórios.
Outro ponto em comum está relacionado à melhoria dos processos. As três áreas se preocupam com
a conformidade dos processos internos em relação às políticas da empresa, realizando mapeamentos
e avaliações de forma permanente e sempre que possível, recomendam mudanças com base nas
boas práticas, riscos identificados e oportunidades.

PONTOS DIVERGENTES E CONFLITANTES


O âmbito de controle da Prevenção de Perdas é mais limitado em relação ao da área de Gestão de
Riscos que tem uma função mais corporativa embora algumas empresas tenham uma estrutura única
para o gerenciamento dessas áreas.
A Prevenção de Perdas tem como foco a gestão sobre as perdas físicas nas lojas e centros de
distribuição, já a Gestão de Riscos é responsável pelos riscos relacionados aos processos logísticos,
de segurança, de crédito, de governança além de poder assumir a gestão sobre as perdas físicas.
Já a Auditoria, possui uma função mais abrangente e independente. Tem a função de Auditar todas
as áreas da empresa inclusive Gestão de Riscos e Auditoria.
Um exemplo perfeito dessa segregação está relacionado com a Auditoria de Estoques, através do
processo de Inventário. Como indicador principal, a área de Prevenção de Perdas é medida pela
redução das perdas e o principal instrumento para a identificação desse índice é o processo de
inventário.
Sendo responsável direto pelo resultado do inventário, não é recomendado que a execução seja
realizada pela área de Prevenção de Perdas. Nesse contexto a Auditoria é a área mais indicada para
a realização desse trabalho.
Embora os papéis possam se conflitar, muitas empresas possuem em sua estrutura organizacional o
compartilhamento dessas atividades em uma única área, em razão da maturidade, apetite para
investimentos e principalmente do porte da empresa. Uma política bem estruturada definindo papéis
e responsabilidades, pode diminuir o impacto desses conflitos, por outro lado, ambientes informais,
podem comprometer resultados e objetivos traçados.

As perdas estão presentes nos quatro macro processos de uma loja, representados pelo Recebimento
de Produtos, Estoque, Área de Vendas e Bateria de Caixa.

Em cada Macro Processo, encontramos várias causas de perdas cuja relevância pode variar de
acordo com o segmento do varejo, porém, as perdas oriundas das operações de frente de caixa,
possuem similaridades, independente do segmento.

Dentre as principais operações geradoras de perdas na frente de caixa, temos os cancelamentos de


venda que podem ser realizados por item antes do fechamento do cupom fiscal ou por completo
após o seu fechamento.

Os cancelamentos de venda podem ocorrer em razão de falha operacional, porém o presente artigo
tem como objetivo tratar das possibilidades de origem fraudulenta, que podem ocorrer da seguinte
forma:

1- Registro do produto com Apropriação Indébita.

O operador de caixa efetua o registro do produto, realiza o fechamento da compra, recebe o


pagamento do produto, entrega o produto ao cliente e realiza o cancelamento se apropriando
ilicitamente do dinheiro.

2- Conluio com o Cliente

Nessa modalidade, o operador de caixa, registra o produto, para que o “cliente” tenha um
comprovante e posteriormente, realiza o cancelamento.
Nos dois casos, há a devida baixa no estoque em razão da confirmação do cupom fiscal, porém, em
razão do cancelamento, o produto é reintegrado ao estoque contábil e como fora entregue ao
“cliente”, gera-se uma diferença física x contábil.

A fragilidade desse processo é facilmente identificada pelos clientes fraudadores e pelos


colaboradores mal intencionados. Em razão dessa vulnerabilidade, as empresas costumam
implementar medidas preventivas de controle e monitoramento dessas operações com o objetivo de
identificar a fraude no ato (conceito de auditoria continua) ou através de monitoramento posterior
(controle detectivo). A seguir algumas medidas preventivas e detectivas para identificação dessas
fraudes:

a) Aprovação do Cancelamento por alçada superior

Algumas empresas estabelecem em suas políticas, que todo o cancelamento de cupom deva ser
aprovado por um colaborador de alçada superior (Ex. Supervisor de Caixa). Nesse caso, o
responsável pela aprovação avalia o motivo do cancelamento, registra o motivo para fins de
auditoria e criva o documento. E, quando o sistema de automação comercial esta parametrizado
para uma aprovação mediante leitura de cartão, senha e/ou outro meio de identificação, o processo
torna-se mais eficiente e seguro.

b) Acompanhamento da Produtividade

O procedimento de estabelecer em política que todo o cancelamento tenha aprovação superior para
alguns segmentos, pode engessar o processo, em razão de quadro reduzido de colaboradores,
número de check-outs, atraso no atendimento, etc. Porém, não podemos esquecer o ditado “Aquilo
que não é medido, não é Controlado”, pois mesmo que a empresa assuma o risco de delegar ao
operador a responsabilidade pela aprovação, é importante que na retaguarda da loja, os
cancelamentos sejam monitorados. Uma das formas utilizadas é estabelecer um ranking de produtos
mais cancelados ou de operadores que mais cancelam, sempre utilizando como base comparativa o
tempo de operação X volume de registro de vendas. O objetivo é o de obter o nível médio de
registro, identificando colaboradores que estão fora da curva, sendo um indicador de alerta
importante para um trabalho específico a ser realizado.

c) Análise dos Cancelamentos X Falta de Inventário

A sincronização dos Bancos de Dados de Inventário e Cancelamento de Cupom é uma das formas
de Auditoria mais eficientes para identificação de fraudes. Esse trabalho consiste no levantamento
do histórico de cancelamentos efetuados no período compreendido entre os inventários e também
das faltas constatadas. Caso sejam identificadas igualdades próximas, isto é, se o número de
cancelamento de cupom for semelhante à falta do inventário, a possibilidade de fraude torna-se
provável e quando todo o cancelamento é realizado pelo mesmo operador, essa possibilidade é
potencializada, porém, cabe um estudo mais detalhado através da adoção de Sindicância Interna
para a obtenção de uma parecer mais preciso.

Essas são algumas das práticas preventivas e detectivas para a prevenção de perdas nos
cancelamentos de venda. Algumas soluções tecnológicas estão disponíveis para auxiliar a prevenção
de perdas no monitoramento dessas operações, como exemplo cito as ferramentas de businnes
inteligence, softwares para a geração de relatórios de exceção, ferramentas de auditoria contínua e
softwares de integração do CFTV e sistemas de automação comercial para monitoramento das
operações. A reunião dessas soluções, complementam as medidas preventivas relacionadas a
processos e gestão de pessoas.

Este artigo tem o objetivo de colocar em pauta a importância da aliança necessária entre as áreas operacional ,
comercial e prevenção de perdas. O apoio destas e outras áreas de um empresa varejista será fundamental para o
sucesso do Programa e principalmente na obtenção dos resultados no segmento varejista.

O assunto perdas está estreitamente ligado ao setor de operações, pois não compartilhamos da ótica aplicada a
Prevenção de Perdas apenas no aspecto patrimonial, como agia a antiga Segurança de Loja. Entendemos que muito
embora não possamos descartar o aspecto patrimonial, pela sua grande relevância na participação no total das perdas,
destacamos que este não é o único nem mesmo o principal aspecto a ser considerado pelo Depto. Prevenção de
Perdas. O aspecto operacional aparece como o principal motivo a ser tratado na recuperação das perdas.

Estamos convictos de que o grande vilão das perdas é efetivamente a ineficácia nas tarefas cotidianas. Erros
causados desde um simples descuido causado pela não aplicação da etiqueta de preço na gôndola até o
esmagamento de mercadorias causado pelo empilhamento acima da quantidade recomendada pelo fabricante. Estas
falhas são motivadas via de regra por falta de treinamento e falta de valorização das funções de base no varejo.

Mas afinal, quais são os maiores motivos de tantas perdas ? Seria a falta de comprometimento das pessoas,
falta de monitoramento pela empresa ou falta de treinamento? Seria a falta de líderes na operação que estejam
conscientes de seu papel como apoiadores da Prevenção de Perdas ? Seria a resistência e falta de apoio que as
equipes de operação e comercial exercem em relação aos Programas de Prevenção de Perdas? Qual destes é a
principal razão do atual volume de perdas no varejo? Em nossa visão, são todos estes e mais alguns, mas sempre
defenderemos que as pessoas podem fazer a diferença. Se as pessoas estiverem conscientes de seu importante papel
no combate e na redução das perdas, temos convicção de que somente assim conseguiremos realizar um efetivo
trabalho de combate as perdas.

A equipe de Prevenção de Perdas deve estar “fechada” com a equipe de operações e comerciais, ou seja
apesar da óbvias divergências ocasionadas pela postura de auditoria, ambos os lados devem assumir parceria, pois
somente com a união das três áreas, o Programa alcançará os resultados desejados, colocando os objetivos
profissionais corporativos acima das rivalidades setoriais que não levam a lugar algum.

Encerramos esta abordagem destacando que numa empresa moderna e com visão focada em gestão de
resultados através das pessoas, as equipes de Prevenção, Comercial e Operação devem estar alinhadas cientes de
que para atingir os objetivos será preciso que todos sejam parceiros sempre e aprendam a contornar com habilidade e
profissionalismo as divergências que surgem no cotidiano

A GESTÃO DE PESSOAS E A PREVENÇÃO DE PERDAS.

Como já comentamos em artigos anteriores, a Prevenção de Perdas é uma ferramenta que consiste em processos bem
definidos, tecnologia, treinamento, indicadores de performance e pessoas. De todos estes fatores, as pessoas
materializam os resultados dos demais itens, de acordo com a estratégia definida pela empresa.

É fundamental que em um programa de Prevenção de Perdas, a Gestão de Pessoas seja tratada com prioridade
estratégica e este será o nosso assunto desta edição. Os membros da organização devem primeiro estar inseridos na
cultura de prevenção de perdas – que deve ser patrocinada pela alta administração – para que tenham em seu dia-a-dia
o sentido do trabalho que deve ser executado e quais serão os objetivos a serem atingidos.

Quando a empresa e divulga seu programa de prevenção de perdas, por ser um assunto estratégico, tem nas pessoas
a base primordial para que todas as propostas e metas possam ser entendidas, absorvidas e praticadas. Os líderes
estratégicos dependem da homogeneidade das informações em todas as faixas da estrutura organizacional, pois sabem
que, pessoas devidamente treinadas, trabalhando em um clima organizacional que proporcione criatividade para as
ações e sobretudo, comprometimento e envolvimento com a empresa, são a peça fundamental deste tipo de ação
estratégica.

As empresas compram e implantam tecnologia de ponta para reduzir suas perdas – coletores de dados para
recebimento e expedição de mercadorias, antenas de alarme para lojas, CFTV, monitoramento de frente de caixa, entre
outros – mas, se os colaboradores não forem capacitados, faltar motivação e comprometimento, as tecnologias não
trarão os benefícios ao utilizar esta tecnologia, pois não estarão aproveitando ao máximo sua capacidade.

São dicas importantes quando se fala de Gestão de Pessoas em Prevenção de Perdas:


• CULTURA ORGANIZACIONAL: Não adianta a organização ter processos bem definidos, se as pessoas não
entenderem o sentido das coisas, não estiverem envolvidas com o objetivo maior da empresa, sabendo que o
resultado obtido será compartilhado com todos. É importantíssimo que as pessoas tenham consciência que a
empresa crescerá e que cada um aumentará seus conhecimentos, sua produtividade, entre outros itens.

• TREINAMENTO: Além do envolvimento cultural, o treinamento é um dos pontos fundamentais para que as
pessoas possam contribuir com a correta aplicação dos processos. A área de treinamentos deve produzir eventos
que mexam com as pessoas, tocá-las, colocar um sentido maior nas atividades. Quando pessoas trabalham com
um sentido organizacional, o trabalho deixa de ser uma obrigação e torna-se uma arte.

• CAMPANHAS INTERNAS: Dentro da estratégia, são formas de envolver as pessoas, campanhas internas e
premiações por desempenho, que tratam de forma lúdica as ações que devem ser implementadas e motivam os
colaboradores com remuneração variável e reconhecimento.

• MOTIVAÇÃO: Colaboradores desmotivados não ligam para os processos da empresa, não se importam com
as metas e objetivos e tampouco se esforçam para alterar este quadro, levando em alguns casos, a adotarem
postura de ferir a organização de alguma forma – moral, financeira, etc. – o que leva a perdas.

• VISÃO SISTÊMICA E HOLÍSTICA: Uma organização que aprende, é uma organização que tem visão
sistêmica e holística para resolver seus problemas. Sistêmica porque analisa todas as inter-relações entre os
setores e processos. Holística porque leva em consideração como o ser humano irá reagir à decisão tomada para
resolver o problema.
Gerenciar pessoas, com cultura organizacional definida, um ambiente organizacional favorável, estimulando a
aprendizagem organizacional compõem um conjunto de fatores fundamentais para que o programa de Prevenção de
Perdas, já que é resultado da ação das pessoas, utilizando a tecnologia e processos definidos e com riscos mitigados,
com treinamento contínuo e reforço cultural constante, sempre monitoradas através de indicadores de performance que
mostrarão se o rumo está certo.
Você realmente sabe como seus clientes percebem a qualidade dos serviços prestados pela sua empresa?
Hoje em dia grandes diferenças tecnológicas , praticamente são inexistentes, diferenças exorbitantes de preços entre
concorrentes, também não são encontradas, então o maior patrimônio das empresas é o SER HUMANO.
Você sabia que:
• A maioria dos clientes não reclama do mau atendimento, eles simplesmente não voltam;
• Conquistar clientes novos custa entre 5 e 7 vezes mais do que manter os existentes;
• Estudos de mercado dizem que um cliente satisfeito tem o poder de atrair para a loja/marca pelo menos 6 novos
clientes em média. Já o cliente insatisfeito pode eliminar 14 potenciais clientes.
Vamos ler o discurso de Sam Walton, fundador do WAL MART, fazendo a abertura de um programa de treinamento para
seus funcionários.
“...Divirto-me vendo milhões sendo gastos todos os anos em anúncios de toda ordem, para levar-me de novo à sua
firma.
Quando fui lá, pela primeira vez, tudo o que deviam ter feito era apenas a pequena gentileza, tão barata, de me enviar
um pouco mais de CORTESIA".
"CLIENTES PODEM DEMITIR TODOS DE UMA EMPRESA, DO ALTO EXECUTIVO PARA BAIXO, SIMPLESMENTE
GASTANDO SEU DINHEIRO EM ALGUM OUTRO LUGAR."
Por este motivo as empresas estão investindo cada vez mais para conhecer seus clientes, e assim ter ações para
fidelizá-lo.
Uma destas ferramentas é o Cliente Oculto. São pessoas treinadas para abordar as empresas/lojas; seja pessoalmente,
por telefone ou via web (B2B), com o objetivo de medir a performance do atendimento prestado por esta empresa aos
seus clientes, fazendo com que os mesmos conheçam seus pontos fortes e suas deficiências, podendo assim aprimorar
os fortes e corrigir as deficiências.
Estas pessoas, conhecidas como Cliente Oculto, tem o objetivo traçado pelas normas e procedimentos estabelecidos
como padrão pela empresa, com estes parâmetros são traçados pontos de medição e dado pontos aos procedimentos
encontrados nos locais de trabalho, assim conseguimos saber quem está atuando dentro dos padrões estabelecidos
pela empresa, e quem não está, efetuando a correção.
É possível aplicar esta metodologia em diversos tipos de operações, na indústria, comércio, e até no mercado B2B.
Este trabalho é uma ferramenta de gestão imprescindível às empresas que realmente conhece o valor do cliente para
seu negócio.
Muitas empresas, hoje em dia, prestam este serviço, do mais simples aos mais especializados, onde são usados até
mini microfones e câmeras. Todavia todos os métodos são válidos e importantes para ter um termômetro do
atendimento nas empresas, também é possível medir os motivos que levam os clientes a procurarem outros
estabelecimentos que não o nosso.
O Cliente Oculto também pode ser utilizado em ações de Prevenção de Perdas, onde é possível preparar os auditores
para medir performance, e muito além, verificar se as ações de PP estão sendo seguidas, como por exemplo no
comércio varejista.
Todavia este método tem que estar bem alinhado com a equipe de PP e auditoria da empresa, para dar todo o suporte
às equipes de auditores em campo, pois os mesmos podem simular situações de furto, ou atitudes suspeitas nas lojas,
verificando assim se diante dos mesmos as equipes de loja estão utilizando as Ações Preventivas estipuladas pela
empresa.
Neste trabalho são sempre levantados, primeiramente, os pontos de risco dentro da empresa, no caso do comércio
varejista, os PDV´s, os provadores, os pontos mais “mortos” da loja, incluindo também o gerenciamento de ações
preventivas na loja, entre outros, a equipe de auditores são instruídos em relação as ações esperadas da equipe da loja
diante de atitudes suspeitas, furtos, etc.
Os auditores simulam furtos, atitudes suspeitas, violação de etiquetas eletrônicas nos provadores, peças sobrepostas
(principalmente pretas), procuram peças sem etiqueta eletrônica na área de vendas (quando a empresa utiliza), verifica
procedimentos suspeitos dos operadores de caixa, principalmente em pagamentos em dinheiro, entre outros pontos de
risco.
Se em algum momento da atuação dos auditores suas ações são reprimidas por atitudes preventivas bem colocadas e
com a abordagem correta, da equipe da loja, os mesmos se apresentam e pedem para confirmar as informações com a
equipe de apoio de Prevenção de Perdas ou auditoria, parabenizando a loja e sua gestão. Todavia se os auditores
atuam de forma livre, os mesmos trazem para a base interna da empresa, a mercadoria que foi retirada e em reunião
com a gestão das lojas que foram analisadas, os produtos são devolvidos, demonstrando a necessidade de maior
controle interno e de treinamento mais efetivo em PP.
No primeiro momento causa um grande impacto na empresa e para a gerência, pois demonstram que uma equipe que
corrige processos internos muitas vezes conseguem retirar mercadorias com valores relevantes, então podemos
imaginar um furtante profissional. As ações de PP melhoram 100% após este trabalho, e temos uma equipe mais
comprometida com os resultados de inventário.
Esta ferramenta, nova no mercado, tem se mostrado muito promissora e de grande resultado nas ações contra fraudes,
furtos, entre outras, nas empresas.
Por sabermos da grande importância de um excelente atendimento para fidelizar um cliente, como também a
importância de se ter uma equipe interna preparada para reconhecer e minimizar ações de furto e fraudes, é que nós
indicamos cada vez mais, o serviço de Cliente Oculto ao mercado.
Na edição anterior, conversamos sobre as operações de Recebimento, desde o fornecedor até o centro de distribuição.

Agora vamos avaliar as operações do centro de distribuição até as lojas ou unidades de negócio.

Neste momento, é importante avaliar diversos pontos que estão ligadosPartindo do pressuposto de corrigirmos o
problema na origem, é importante conversamos neste momento sobre as operações de Recebimento, desde o
fornecedor até o centro de distribuição.

Não é possível estabelecer um programa de prevenção de perdas sem que os processos da empresa estejam
devidamente mapeados e normatizados. Quando existe o mapeamento de processos de uma empresa é o momento
que os gestores têm uma visão de como as coisas realmente acontecem dentro da empresa. E esta é a oportunidade
de identificar os riscos existentes e implantar controles eficientes para mitigar estes riscos, reduzindo e controlando
assim suas perdas.

Alguns pontos importantes no processo de recebimento, que é um dos que possuem mais riscos inerentes são:

1. 1) Qualidade Assegurada no Fornecedor

Devem ser realizadas visitas nos fornecedores para verificação na origem dos padrões de qualidade contemplados no
processo de compra, através de peças piloto, documentos técnicos, etc. Dessa forma, o fornecedor pode ser qualificado
na origem e reduzir a chance de envio de produtos fora do padrão ideal.

1. 2) Padrão de Qualidade no Transporte

Estabelecer junto aos fornecedores um documento formal que indique quais são os padrões aceitáveis pela sua
empresa com relação à qualidade no transporte: tipo de caminhão, modelo de baú, acondicionamento dos produtos,
capacidade de armazenamento dos caminhões, perfil dos motoristas, análise de risco, monitoramento dos caminhões,
entre outros.

1. 3) Agendamento de Entrega por Fornecedor

Programação antecipada das entregas dos fornecedores, para garantir a quantidade de colaboradores no recebimento
compatível com a quantidade de volumes/unidades recebidos por dia, mantendo assim, os níveis de controle aplicáveis.

1. 4) Controle de Qualidade Amostral no Recebimento

Aplicar de forma amostral, naqueles fornecedores que não possuem nível de Qualidade Assegurada, conforme item 1,
controle de qualidade nos produtos recebidos da mesma forma, só que neste momento, no próprio centro de
distribuição.

1. 5) Conferência no Recebimento de Produtos


Todos os caminhões recebidos devem ser conferidos para garantir o correto recebimento quantitativo dos volumes de
acordo com a Nota Fiscal ou Romaneio Informativo e o correto recebimento qualitativo, para identificar avarias.

1. 6) Controle de Acesso na Área de Recebimento

Formalizar quais são os cargos e funções que podem transitar no espaço reservado ao recebimento de produtos.

1. 7) Controle Específico para Produtos de Alto Risco – PAR

A empresa deve identificar quais são seus Produtos de Alto Risco – produtos que são mais visados, têm altos índices de
perda de inventário e geralmente possuem alto valor agregado – para que sejam controlados de forma específica –
agendamento em horário controlado, doca direcionada, conferência 100% de volumes/unidades e qualidade,
armazenamento imediato no centro de distribuição, etc.

1. 8) Utilização de Sistema WMS

Implantação de sistema WMS – Warehouse Management System (Sistema de Gerenciamento de Armazéns) – para
garantir maior controle sistêmico das interfaces existentes – pedidos de compra versus nota fiscal do fornecedor,
controle de posições de armazenagem no CD, etc.

Todos estes pontos devem ser analisados pelas empresas para que consigam mitigar os riscos de perdas no processo
recebimento dentro da cadeia de suprimentos. Quanto mais os processos no recebimento estão definidos pela empresa
varejista junto aos fornecedores e a empresa varejista implanta controles e os aplica de forma eficaz, como
conseqüência as perdas tendem a reduzir e a ficar controladas.

Porém, em ambientes aonde não existem controles de perdas, o risco tem mais probabilidade de concretizar-se em um
evento com impacto financeiro negativo alto que reduzirá o lucro da sua empresa.

Há mais de seis anos tenho transformando dados em informações para a tomada de decisão. Esta não é uma tarefa
fácil, mas sua Empresa poderá tomar decisões mais assertivas, diminuir tempo gasto em reuniões e é claro, mitigar os
riscos; para isso você deve ter uma equipe analítica. Se você precisa de um profissional ou uma equipe assim anote
estas dicas:

Conhecer o Negócio: O profissional deve obrigatoriamente conhecer o negócio e ser um apaixonado por processos.
Está equivocado quem procura um profissional de TI para esta tarefa, será comum que lhe traga um relatório cheio de
estilos e apresente “dashboards” apontando a quebra das frutas das Lojas de Manaus como mais alta do que Rio
Grande do Sul – ou seja, o óbvio. Quinze dias de balsa com mais três dias na carreta de um caminhão em um calor
tropical fazem com que nossos amigos Manauaras recebam frutas e legumes em um grau de amadurecimento muito
além do da Região Sul.

Ter e preocupar-se com dados saudáveis: Quais as informações que precisam ser relacionadas? Se sua empresa
precisa acompanhar as perdas de carnes nobres e não monitora este produto por CFTV, o que está fazendo o campo
“Posição das câmeras” na sua base de dados, você irá relacioná-las com o que?

Pessoas são demitidas porque fiscalmente notas são excluídas das bases, mas seus produtos não o são, e no
momento do Inventário as perdas contabilizadas mobilizam toda a Empresa para ações que não resultam em nada.
Relacionem produtos em número de nota fiscal, desta forma saberá se é um roubo ou dados órfãos.

Procure mapear e contabilizar processos e não somente as perdas, pois, desta forma estará agindo preventivamente.
Cuidado com processos mal desenhados, pois se eles não relacionam diretamente com os resultados contábeis, você
poderá cair em descrédito. Cuidado com o “bom senso de seus auditores”, eles podem “detonar sua base de dados”
com Indicadores que não mostrem a realidade dos Resultados.

Agilidade nas Informações: Ouço sempre dizer que o varejo é Dinâmico e por isso as coisas são pra ontem e não dá
para Planejar. Não acredito nisso, pois o varejo é desorganizado, pois e nossa estratégia anual muda quase que
semanalmente, por isso, decisões rápidas sim, mas com caráter assertivo. As informações que estão contidas no ERP
da Empresa são atualizadas minuto a minuto, e caso você espere sua contabilidade fechar o balanço para demitir
alguém que esteja furtando produtos na sua Loja, poderá ser indiretamente um facilitador de perdas da sua Empresa.

Amigo do Excel e Access: Excel e Access não foram construídos para montar sistemas por conta de suas limitações,
porém, o profissional de Análise de Dados obrigatoriamente deverá ter intimidades com estas ferramentas por que elas
permitem de maneira simples, fácil e barata desenvolver análises para tomada de decisões.

Um profissional analítico não deveria ser contabilizado na Folha de Pagamento com Despesas e sim no Grupo de Ativos
como Investimento, você pode até ser o Capitão dos Riscos e das Perdas, mas ele sem dúvida é a sua bússola.

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