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Física I

Disciplina T (H) TP (H) P (H) ECTS Área Cient. Sector


Física I 3 0 1,5 6,5 Física DF
(Informática)

Regras

Funcionamento da disciplina
Aulas Teóricas em 2 blocos de 1,5 h cada (com resolução de
problemas)
Aulas Laboratoriais (Práticas) em blocos de 3h, sala 101 – edificio I

Bibliografia (também para Física II e III):


Halliday, Resnick & Walker, Fundamentals of Physics (6th ed)
Halliday, Resnick & Walker, Fundamentos de Física, vol.1, 2 (6ª ed)
Guiões, Manual e Problemas (enunciados) disponíveis no arquivo de
www.df.fct.unl.pt
Resoluções de alguns problemas e enunciados e resoluções de
exames de anos anteriores em www.df.fct.unl.pt
Site:

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Física, Avaliação

Meios de avaliação
• Relatórios de 5 trabalhos práticos, realizados nas aulas práticas, a que
corresponderá uma nota, NL , dada pela média das notas de todos os relatórios
(os relatórios não efectuados ficarão com nota igual a zero);
• Dois testes de avaliação a que corresponderá as notas NT1 e NT2 e a sua média
aritmética NT.
1. T1 a 20Abr05
2. T2 a 1Jun05
• Exame de Recurso, a que corresponderá uma nota, NE.
• A Nota Final é NF

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Regras de Avaliação

Critério de Frequência: NL ≥10


Nota: É reconhecida a frequência (i.e. NL - nota dos laboratórios positiva) obtida
em anos anteriores.

Critério de Aprovação:

Para os alunos que obtêm frequência em 2004/2005


NL ≥10 e NT ≥8 (desde que NT1 e NT2 ≥6) e NF ≥10 com NF =0,5 NL+0,5 NT ,
ou
NL ≥10 e NE ≥8 e NF ≥10 com NF =0,5 NL+0,5 NE ,

Para os alunos que obtiveram frequência de anos anteriores


NL ≥10 e NT ≥10 (desde que NT1 e NT2 ≥6) e NF ≥10 com NF =NT ,
ou
NL ≥10 e NE ≥10 com NF =NE

Cálculo das Notas; a nota NL será dada em unidades da escala (1 a 20); as outras notas
poderão ser dadas com aproximação às décimas ou centésimas; o arredondamento será feito
apenas na nota final.

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Programa

Conceitos Gerais: Grandezas, medidas, incertezas, dimensões e unidades. O espaço


e o tempo. Referenciais. Os modelos da mecânica.
Cinemática: Os conceitos de velocidade e aceleração. Determinação da velocidade e
do vector posicional a partir da aceleração. Movimento relativo de translação uniforme,
transformação de Galileu.
Dinâmica da Partícula: Referenciais de inércia. Conservação do momento linear, do
momento angular e da energia de uma partícula. Referenciais não inerciais.
Interacção Gravitacional: Forças centrais. Leis de Kepler. Lei da gravitação universal.
Campo gravítico. Energia potencial gravítica. A terra como referencial não inercial:
efeito centrífugo e de Coriolis.
Dinâmica de Sistemas de Partículas: Centro de massa e referencial do centro de
massa. Conservação do momento linear, do momento angular e da energia. Colisões.
Sistemas de massa variável.
Introdução à Mecânica Estatística: Lei de distribuição de Maxwell Boltzman. Noções
estatísticas de temperatura e de entropia.
Dinâmica de Fluidos: Fluidos em repouso; leis de Pascal e Arquimedes. Fluidos em
movimento; equações de continuidade e de Bernoulli.
Movimentos Oscilatórios: Movimento oscilatório harmónico, amortecido e forçado
(ressonância).

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Física I

Coordenadora de Física I: Profª. Adelaide Pedro de Jesus, ajesus@fct.unl.pt


Teóricas: Prof. Carlos J. Dias, Gab 104-I, dias@dcm.fct.unl.pt
Secretaria do Departamento de Física I, sala 202, edificio I
Inscrições nos testes e exames obrigatória.

Site Física IA
www.df.fct.unl.pt
Informática: http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm

Inscrições manual nos turnos práticos: para todos aqueles que por algum motivo
não se tenham inscrito. Quarta-feira, 2Mar05 á tarde 14H-16H, sala 101, edificio I.
Aulas práticas começam a 07Mar05
Na 1ª aula prática preencher a ficha de aluno. É necessário uma fotografia. Não é
facultativo.

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Leis da Física

O que é uma Lei Física?


Relação quantitativa entre grandezas físicas.

Por exemplo a relação entre a força e a aceleração. F = ma

Natureza da lei física


A lei física é a melhor aproximação possível aos dados experimentais.
Quando existem dados os quais não são correctamente descritos por uma lei física
esta deve ser modificada de forma a incluir também os novos dados.
Este método, chamado científico, depende da medição de grandezas físicas.

Em que consiste uma medição?


Consiste na comparação de uma grandeza com uma unidade padrão.

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Sistema Internacional de Unidades

Termómetro de gás
Compreende sete grandezas fundamentais:
Comprimento (metro [m])
Padrão da massa

Tempo (segundo [s])


Massa (quilo [kg])
Temperatura (kelvin [K])
Intensidade de corrente eléctrica (ampere [A])
Quantidade de matéria (mole [mol])
Intensidade luminosa (candela [cd])

(entre parênteses estão as unidades e respectivas abreviaturas


utilizadas no sistema SI)
Todas as outras grandezas físicas são derivadas destas
grandezas fundamentais
As grandezas a itálico são aquelas que serão abordadas nesta
cadeira.

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Unidades e Padrões

Porque é que precisamos de unidades de medida?

Inicialmente, para fins sociais, pois facilitava a troca de bens.


Hoje em dia, a forma de interagirmos com o mundo depende
em larga medida da exactidão com que determinadas
teorias explicam o mundo e predizem o seu comportamento
futuro.

Definições das unidades fundamentais


O metro é o comprimento da trajectória percorrida pela luz no vácuo durante um
intervalo de tempo de 1/299 792,458 de um segundo
Um segundo é o tempo gasto para que ocorram 9 192 631, 770 oscilações da luz (de
um comprimento de onda específico) emitidas por um átomo de Césio-133
O padrão SI de massa é um cilindro de Platina/Iridio mantido na Agência Internacional
de Pesos e Medidas.

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Prefixos

Para expressar grandezas físicas muito grandes ou muito


pequenas, empregam-se prefixos ás unidades. Estes
prefixos encontram-se tabelados

Por exemplo um (milí)metro é 10-3m

Factor Prefixo Simbolo

1012 Tera- T

109 Giga- G

106 Mega- M

103 Quilo- k

10-2 centi- c

10-3 Mili- m

10-6 micro- µ

10-9 nano- n

10-12 pico- p

10-15 femto- f

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Dimensões

As dimensões das grandezas derivadas


podem ser expressas em função das
dimensões das grandezas fundamentais. Exemplo
A força de atracção gravitacional entre
Por exemplo,
duas massas separadas da distância d
é dada por,
M 1M 2
F =G
Grandeza Unidades SI Dimensões d2
Comprimento m [L]
Quais as dimensões da constante
Tempo s [T]
universal de gravitação G? E as suas
Massa kg [M] unidades no sistema SI?
Frequência Hz [T-1]
Velocidade m/s [LT-1]
Força N [MLT-2]
Pressão N/m2 [ML-1T-2]
Energia J [ML2T-2]

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Algarismos significativos

3 km é muito diferente de 3,00 km. Porquê?


O número de algarismos significativos informa-nos sobre a incerteza que
existe relativamente ao resultado experimental.

Regras

Contagem. Começa-se pela esquerda e ignorando os zeros. Contam-se os números até


áquele em relação ao qual temos dúvidas (mas incluindo-o). Se o primeiro algarismo do
número for 5, ou maior, conta por dois.

Numa soma ou subtracção retém-se o valor até à casa decimal sobre a qual existem
dúvidas

Num produto ou divisão o resultado deve ter um número de algarismos significativos


igual ao menos preciso dos factores

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Unidades e Medidas. Problemas

8P. Nos Estados Unidos uma casa de bonecas está na escala de 1:12 em relação a uma
casa real (ou seja cada comprimento é 1/12 do correspondente numa casa real) enquanto
que uma casa-miniatura é construída numa escala 1:144. Suponha que uma casa real
(ver figura) possui uma largura de fachada de 20 m, uma profundidade de 12 m, uma
altura de 6,0 m e um telhado tradicional de duas águas (faces triangulares verticais nas
extremidades) com 3,0 m de altura. Em metros cúbicos, quais os volumes (a) da casa de
boneca e (b) da casa-miniatura? (R: 1,042 m3; 6,03x10-4 m3)

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Unidades e Medidas. Problemas

13P. Cinco relógios estão sendo testados num laboratório. Exactamente ao meio-dia,
determinado pelo sinal WWV, as leituras dos relógios em dias seguidos de uma
semana são tabelados com se mostra a seguir. Classifique os relógios de acordo com o
seu valor relativo como bons cronómetros, do melhor para o pior. Justifique a sua
escolha. (R: C, D, A, B, E)

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Unidades e Medidas. Problemas

15P. Uma unidade astronómica (UA) é a distância média do Sol á Terra,


aproximadamente 1,5x108 km. A velocidade da luz é aproximadamente 3,0x108 m/s.
Expresse a velocidade da luz em termos das unidades astronómicas por minuto. (R:
0,12 UA/min)

19E. A Terra possui uma massa de 5,98x1024kg. A massa média dos átomos que
compõem a Terra é de 40 uma (1 uma = 1/12 da massa de um átomo de carbono =
1,6605402x10-27 kg). Quantos átomos existem na Terra? (R: 9,0x1049 átomos)

21P. (a) Supondo que cada centímetro cúbico de água possui uma massa de
exactamente 1g, determine a massa de um metro cúbico de água em quilogramas. (b)
Suponha que demora 10,0h para esvaziar um recipiente com 5700 m3 de água. Qual a
taxa de escoamento mássico da água em quilogramas por segundo? (R: 103kg; 158
kg/s)

Qual a velocidade em m/s de um carro cujo velocímetro indica 90 km/h? E em mph


(i.e. milhas por hora; 1 mi=1,609 km)? (R: 25 m/s; 55,9 mph)

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Cinemática a uma dimensão. Velocidade média

A velocidade média é,

deslocamento x − x ∆x
vmed = = 2 1=
intervalo de tempo t2 − t1 ∆t

Gráfico da posição de um corpo


x no eixo x em função do tempo
Atenção que, físicamente,
o corpo está sempre x2
sobre o eixo do x. ∆x
x1
∆t
t1 t2 t3 t

Q: Quando é que a velocidade é negativa?


R: Quando, no intervalo de tempo ∆t considerado, o valor algébrico do
deslocamento ∆x, fôr negativo.
NOTA: A velocidade NÃO DEPENDE da posição.
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Velocidade Instantânea

A velocidade instantânea é o limite da velocidade média quando o intervalo


de tempo tende para zero.

x − x1 ∆x dx
v = lim = lim =
∆t →0 t − t1 ∆t →0 ∆t dt

Gráfico da posição de um corpo


x no eixo x em função do tempo

x1

t1 t

A velocidade é pois a derivada da posição x(t) em ordem ao tempo.


É o declive da tangente da curva x(t) no ponto t=t1

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Aceleração a uma dimensão

A aceleração representa a taxa de variação da velocidade no tempo.

∆v
Aceleração média amed =
∆t
Aceleração (instantânea)
Atenção que, físicamente,
o corpo continua sempre dv
sobre o eixo do x. a=
amed dt
v a
A aceleração é pois a derivada
∆t da velocidade em ordem ao
∆v tempo.

t Queda dos
t1
graves

Q: Quando é que a aceleração é negativa?


y
R: Quando há uma variação algébrica negativa (∆v) da velocidade,
∆v
no intervalo de tempo considerado. = −g
∆t
Q: O que é que se entende por desaceleração na linguagem
corrente?
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Determinação da Aceleração e da Velocidade

Se tivermos x = x(t )

dx A velocidade é a primeira
A velocidade é dada por, v=
dt derivada da posição

dv d 2 x A aceleração é a segunda
E a aceleração é dada por, a= =
dt dt 2 derivada da posição

Suponha que a posição de um carro obedece á seguinte equação: x = 3t 2 + 4t + 2


Esquematize a posição num gráfico x(t).
Qual a velocidade e aceleração desse carro em função do tempo?

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Velocidade e Posição a partir da Aceleração

E o inverso? Sabemos a aceleração e queremos saber a velocidade?

dv
a= ⇒ dv = a dt e integrando
dt
v t t

∫ dv = ∫ a dt ⇒ v − vo = ∫ a dt
vo to to

t
v = vo + ∫ a dt
to

Por analogia a posição do corpo pode ser determinada a partir da sua


velocidade,
t
dx
v= ⇒ x = xo + ∫ v dt
dt to

vo e xo são respectivamente a velocidade e a posição do corpo no instante t=t0.


Chamam-se as condições iniciais do problema porque é frequente que t0=0.
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Caso particular: quando a aceleração é constante

Se a=constante. Obtém-se para a velocidade, Sabendo-se a velocidade, a posição é dada por,


t
t x = xo + ∫ v dt
v − vo = ∫ a dt to
to t
v − vo = a(t − to ) x = xo + ∫ [vo + a(t − to )]dt
v = vo + a (t − to ) to

a(t − to )2
x = xo + vo (t − to ) +
2

a = constante
Se t0=0,
(i.e. Se t0 coincidir com o inicio da v = vo + at ; recta
contagem dos tempos) at 2
x = xo + vot + ; parábola
2

a = −g y
Aplicação à Queda dos graves v = vo − gt
É costume, mas não obrigatório, ∆v
= −g
orientarmos o eixo para cima. Assim, gt 2 ∆t
y = yo + vot −
2

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Áreas

t
O deslocamento x-xo é, por definição: x − xo = ∫ v dt
to

x-x0 é numéricamente igual á área delimitada pela curva da velocidade


entre os instantes to e t.

v
t
x − xo = ∫ v dt
to

t0 t

Casos particulares:
a) Velocidade constante.
b) Velocidade aumentando ou diminuindo linearmente no tempo.

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Movimento rectilíneo. Problemas

2.1 Você dirige uma pick-up mal-conservada numa estrada recta de 8,4 km a 70 km/h,
quando a pick-up pára por falta de gasolina. Nos 30 min seguintes você caminha outros
2,0 km pela estrada até chegar a um posto de gasolina.
(a) Qual o deslocamento total desde a saída com a pick-up até chegar ao posto? (b)
Qual o intervalo de tempo desde o inicio da viagem até à chegada ao posto? (c) Qual a
sua velocidade média entre o inicio e o fim da viagem? (d) Determine numericamente e
graficamente. (e) Suponha que para colocar gasolina, pagar e voltar à pick-up leva 45
min. Qual a velocidade escalar média do inicio até ao instante em que chega de volta à
pick-up?

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Movimento rectilíneo. Problemas

20P. Um electrão que move-se ao longo dos eixo dos xx tem a sua posição dada por
x=16 t e-t m, onde t está em segundos. A que distância da origem está o electrão
quando ele pára momentaneamente? (R: 5,89 m/s)

24P. A cabeça de uma cascavel pode acelerar até 50 m/s2 ao golpear uma vítima. Se
um carro pudesse ter essa aceleração, quanto tempo levaria para ele atingir uma
velocidade de 100 km/h partindo do repouso? (0,56 s)

33P. Um carro circulando a 56,0 km/h está a 24,0 m de uma barreira quando o motorista
pisa com força no travão. O carro bate na barreira 2,00 s depois. (a) Qual a
desaceleração constante do carro antes do impacto? (b) Com que velocidade se
desloca o carro quando se dá o impacto? (-3,56 m/s2; 8,44 m/s)

36P. No instante em que o sinal de trânsito fica verde, um automóvel parte com uma
aceleração a de 2,2 m/s2. No mesmo instante um camião, circulando com velocidade
constante de 9,5 m/s alcança e ultrapassa o carro. (a) A que distância do sinal é que o
carro ultrapassará o camião? (b) Qual será a velocidade do carro nesse instante? (82 m;
19 m/s)

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Movimento rectilíneo. Problemas

11E. (a) Se a posição de uma partícula é dada por x = 4 – 12t + 3t2 (onde t está em
segundos e x em metros), qual a velocidade no instante t=1 s? (b) Nesse momento
exacto ela desloca-se no sentido positivo ou no sentido negativo do eixo dos xx? (c)
Qual o módulo da velocidade nesse instante? (d) O módulo é maior ou menor em
instantes posteriores? (Tente responder as próximas perguntas sem efectuar cálculos)
(e) Existe algum instante em que a velocidade se chegue a anular? (f) Existe um
tempo após t=3 s no qual a partícula se desloque no sentido negativo do eixo dos xx?
(R: -6 m/s; no sentido negativo; 6 m/s; primeiro é menor e depois é maior; sim (t=2);
não)

16E. Uma avestruz assustada move-se em linha recta com uma velocidade descrita
pelo gráfico velocidade-tempo da figura. Faça um esboço da aceleração versus tempo.

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Movimento rectilíneo. Problemas.

42P. Um rapaz atira uma pedra para cima na direcção vertical com uma velocidade
inicial de 12,0 m/s do telhado de um prédio, 30,0 m acima do chão. (a) Quanto tempo
leva a pedra a chegar ao chão? (b) Qual a velocidade da pedra no instante do impacto?
(3,99 s; 27,1 m/s)

51P. Uma bola de argila húmida cai 15,0 m até ao chão. Ela fica em contacto com o
chão durante 20,0 ms antes de parar. Qual a aceleração média da bola até parar? (857
m/s2 para cima)

53P. Para testar a qualidade de uma bola de ténis você deixa-a cair de uma altura de
4,00 m. Ela pula de volta até uma altura de 2,00 m. Se a bola estiver em contacto com o
piso durante cerca de 12,0 ms qual a aceleração média durante o contacto.
(1,26x103m/s2 para cima)

55P. Está a pingar água de um dos furos de um chuveiro situado a 2,00 m de altura.
Caem gotas a intervalos regulares com a primeira gota batendo no piso no instante em
que a quarta gota começa a cair. Ache as posições em que se encontravam a segunda e
a terceira gotas quando a primeira bateu no piso. (22cm e 89 cm)

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Vectores. Problemas.

r
6E. Um vector de deslocamento r no plano xy tem um comprimento igual a 15m
e tem a orientação mostrada na Figura. Determine (a) a componente x e (b) a
componente y do vector (R: 12.99; 7.5)

r
r

θ = 30°

10E. (p.44) Um carro dirige-se para leste numa distância de 50 km, em seguida
para norte ao longo de 30 km e depois numa direcção de 30º para o nordeste a
partir do norte durante 25 km. Construa o diagrama vectorial e determine (a)
módulo e (b) o ângulo de deslocamento total do carro desde o seu ponto de
partida. (63.8 km; 54º)

18P (p.45) São dados dois r vectores,


r
a = 4,0uˆ x − 3,0uˆ y m e b = 6,0uˆ x − 8,0uˆ y m
Quais são os módulos e os ângulos (relativos a û x )
r r r r r r r r
(a,b) do vector a ? (c,d) do vector b (e,f) de b + a ? (g,h) de b − a ? (i,j) de a − b ? (k)
r r r r
Qual o ângulo entre os vectores a − b e b − a ?
(R: 5; 36,9º; 10; 53,1º; 14,9; 47,7º; 5,38; -68,2º; 5,38; 111,8º; 180º)
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Vectores. Problemas.

r r
31P. Use a definição de produto escalar a ⋅ b e o facto de que,
r r
a ⋅ b = a x bx + a y b y + a z bz
para calcular o ângulo entre os r dois vectores dados por,
r
a = 3,0uˆ x + 3,0uˆ y + 3,0uˆ z m e b = 2,0uˆ x + 1,0uˆ y + 3,0uˆ z m
(R: 22,2 º)

r r
33P. Mostre que a área do triângulo delimitado por a e b e pelo segmento que
une as
r pontas destes vectores na Fig. 3.30 é igual a
r
1a
2
×b
r
b
φ
r
a

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Equações do movimento uniformemente acelerado

Derivação

a = constante v = vo + at ; recta at 2
x = xo + vot + ; parábola
2

Integração

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Equações do Movimento Uniformemente Acelerado

Derivação

a = constante v = vo + at ; recta at 2
x = xo + vot + ; parábola
2

Integração

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Cinemática, Movimento a 2D e 3D.

Se o movimento da partícula for a três dimensões,


O vector posição em coordenadas cartesianas é,
r
r (t ) = x(t ) uˆ x + y (t ) uˆ y + z (t ) uˆ z

O vector velocidade é a derivada do O vector aceleração é a


vector posição, derivada do vector velocidade,
r r
r dr (t ) r dv (t )
v (t ) = a (t ) =
dt dt
r dx dy dz dv dv y dv
v (t ) = uˆ x + uˆ y + uˆ z r
a (t ) = x uˆ x + uˆ y + z uˆ z
dt dt dt dt dt dt
r
v (t ) = v x (t ) uˆ x + v y (t ) uˆ y + v z (t ) uˆ z r
a (t ) = a x (t ) uˆ x + a y (t ) uˆ y + a z (t ) uˆ z

Verificamos que a relação entre a posição, a velocidade e a aceleração em cada


eixo é independente do que se passa nos outros dois eixos. i.e.,
dx dvx dy dv y dz dv z
vx = e ax = vy = e ay = vz = e az =
dt dt dt dt dt dt

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Aplicação ao Movimento de Projécteis.

A aceleração da gravidade é 9,8 m/s2 no sentido de cima para baixo.


Se orientarmos o eixo dos y para cima será negativa.

r CONDIÇÕES INICIAIS
vo g O corpo no instante t=0 tem a
y
velocidade inicial vro = vox uˆ x + voy uˆ y
r
ro
e está na posição inicial
x r
ro = xouˆ x + youˆ y

Integrando o movimento nas duas


direcções do espaço x e y, entre os 1. Os movimentos em x e em y são
instantes 0 e t, independentes.
r
a (t ) = 0 uˆ x − g uˆ y
2. No eixo x o projéctil percorre distâncias
r
( )
v (t ) = (vox ) uˆ x + voy − gt uˆ y iguais em tempos iguais, i.e. a velocidade é
r  gt 2 constante
r (t ) = ( xo + voxt ) uˆ x +  yo + voy t −  uˆ y
 2 
3. No eixo y o movimento é acelerado e
portanto a velocidade varia,
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Um caso particular do lançamento de projécteis

O objecto é projectado com uma velocidade vo com um ângulo de lançamento α e parte


da origem dos espaços.
Posição final
g
O corpo no instante t=0 tem a velocidade inicial, y ( R ,0 )
r
vo = vo cosθ uˆ x + vo sin θ uˆ y r
vo
e está na posição inicial rro = 0 θ
x

r
Integrando obtemos, a (t ) = 0uˆ x − g uˆ y
r
v (t ) = (vo cosθ ) uˆ x + (vo sin θ − gt ) uˆ y

r  gt 2
r (t ) = (vot cosθ ) uˆ x +  vot sin θ −  uˆ y
 2 

Questões:
Mostre que o valor do alcance é vo2 sin (2θ )
R=
g

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Trajectória do movimento

A trajectória é a curva descrita por um trajectória y = y(x )


móvel no espaço. y
Se o movimento se efectuar a duas
dimensões, elimina-se o tempo das eqs
x=x(t) e y=y(t) para obter uma função do
tipo y=y(x),
r r r
Mostre que a trajectória descrita por um r + ∆r ∆r ∆y uˆ y
projéctil é uma parábola.
r ∆x uˆ x
r

x
O vector velocidade é tangente à
trajectória. i.e. r
r ∆r
r Por definição v (t ) = lim
v (t ) = v(t )uˆt ∆ t → 0 ∆t

Quer dizer que o vector velocidade é colinear


Onde ut é o vector unitário tangente r
com ∆r que, por construção é
á trajectória e v(t) o módulo da
tangente á trajectória (ver figura).
velocidade.

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Movimento a duas e três dimensões

17E. Uma carabina é apontada na horizontal para um alvo distante 30 m. A bala acerta
o alvo a 1,9 cm abaixo do ponto visado. Quais são (a) o tempo de voo da bala? (b) o
módulo da sua velocidade ao sair da carabina? (R: 62 ms; 480 m/s)
18E. Uma bola rola horizontalmente para fora do tampo de uma mesa de altura 1,2 m.
Ela toca o chão a uma distância de 1,52 m da extremidade da mesa medida na
horizontal. (a) Quanto tempo fica a bola no ar? (b) Qual a velocidade escalar no
instante em que ela sai da mesa? (0,495 s; 3,07 m/s)
22E. Nos Campeonatos Mundiais de Atletismo de Pista e de Campo de 1991 em
Tóquio, Mike Powell saltou 8,95 m, batendo o recorde 23 anos do salto em distância
estabelecido por Bob Beamon por 5 cm. Suponha que a velocidade de Powell ao sair
do chão foi de 9,5 m/s (quase igual à de um velocista) e que g=9,80 m/s2 em Tóquio.
De quanto é que o alcance horizontal de Powell era menor que o máximo possível para
uma partícula com a mesma velocidade escalar de 9,5 m/s. (0,26 m)

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Movimento a duas e três dimensões

28E. Você arremessa uma bola em direcção a uma parede com uma velocidade
de 25,0 m/s fazendo um ângulo de 40,0 º acima da horizontal. A parede está a
22,0 m do ponto de lançamento da bola. (a) A que distância acima do ponto de
lançamento a bola bate na parede? (b) Quais as componentes horizontal e vertical
da sua velocidade quando ela bate na parede? (c) Quando ela bate, ela já passou
do ponto mais alto da sua trajectória? (12; 19,2ux+4,8 uy; não)

40P. Durante uma partida de ténis um jogador serve a bola a 23,6 m/s, com o
centro da bola deixando a raquete horizontalmente a 2,37 m acima da superfície
da quadra. A rede está afastada 12 m e tem 0,90 m de altura. Quando a bola
alcança a rede (a) ela consegue passar sem tocá-la? (b) Qual a distância entre o
centro da bola e o alto da rede? (c e d) Suponha agora que a bola sai da raquete
fazendo um ângulo de 5,00 º abaixo da horizontal. Responda ás questões (a) e (b)
nestas circunstâncias. (+20 cm; -85.4 cm)

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Equações do movimento uniformemente acelerado, 3D

Aceleração Velocidade Posição


 a xt 2
Derivação  x = xo + vox t +
 2
a x uˆ x v x = vox + a xt
   a yt 2
r a y uˆ y r r v y = voy + a y t r r  y = yo + voy t +
a  v = ∫ adt  r = ∫ v dt  2
a z uˆ z v z = voz + a z t  azt 2
 z = zo + voz t +
Integração  2

r
vo g
Aplicação ao Lançamento de Projécteis, 2D y
r
ro

Derivação x
 x = xo + vox t
0 v x = vox 
r  r  r  gt 2
a − guˆ y v v y = voy − gt r  y = yo + voy t −
   2
  

Integração
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Movimento Circular

O corpo descreve uma trajectória circular.

R – raio [m] do circulo descrito pelo corpo.

T – período [s]. Tempo necessário para completar um ciclo

No movimento circular uniforme, um


corpo descreve uma trajectória circular
levando sempre o mesmo tempo a r
v
completar uma volta ou ciclo.

θ
f - frequência [Hz]. É o número de R
ciclos por unidade de tempo

1
f =
T

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Velocidade angular

A velocidade angular instantânea ω [rad/s] é o ângulo descrito por unidade de tempo.


ω=
dt

Se a velocidade angular fôr constante no tempo obtemos depois de


integrar,
r
v
θ t

∫ dθ = ∫ ωdt
θo to
θ − θ o = ω (t − to )
θ
R
Relação entre a velocidade angular e a frequência angular

θ −θo 2π
ω= = = 2πf
t − to T

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Aceleração angular

Se a velocidade angular ω variar no tempo então existe aceleração angular (α rad/s2)


α=
dt

Se a aceleração angular fôr constante obtemos depois de integrar,

ω t

∫ dω = ∫αdt
ωo 0
ω = ω o + αt Nota: Nestas eqs. fixámos to=0 v = vo + at
1 at 2
θ = θ o + ω ot + αt 2 x = xo + vot +
2 2

Repare na correspondência com as expressões para


α é análogo a a
o movimento uniformemente acelerado 1D. Quais as ω é análogo a v
grandezas equivalentes ou análogas? θ é análogo a x

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O módulo da velocidade no Movimento Circular

O módulo da velocidade ao longo do circulo, v (m/s), algumas vezes


imprópriamente chamada velocidade linear, está relacionada com a velocidade
angular e com o raio do circulo,

r
∆ l 2π R v
v= = = ωR
∆t T

O vector velocidade no movimento circular uniforme é:


1. Tangente á trajectória (como sempre)
2. Constante em módulo
3. Varia continuamente de direcção

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Aceleração centrípeta

No movimento circular uniforme existe um tipo especial de aceleração chamada


centrípeta, responsável pela mudança na direcção da velocidade

uˆ t + ∆ uˆ t
A derivada da velocidade
r
v = vuˆt
r û t
dv dv duˆ
= uˆt + v t
dt { dt { dt
0
r
ac ∆θ
r R
dv duˆ duˆ ûr
= v t = v t (− uˆr )
dt dt dt uˆ t + ∆ uˆ t = uˆ t = 1

Qual a derivada de um vector unitário?


d 2
dt
( )
uˆt = 0 A direcção do vector aceleração centrípeta
é perpendicular á tangente da trajectória. É
d 2
dt
( ) d duˆ duˆ
uˆt = (uˆt ⋅ uˆt ) = 2uˆt ⋅ t = 0 ⇒ uˆt ⊥ t
dt dt dt
paralelo ao vector radial.
Tem o sentido negativo do vector radial
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Aceleração centrípeta (cont.)

uˆ t + ∆ uˆ t

r
dv duˆ duˆ
û t = v t = v t (− uˆr )
dt dt dt 2a ∆ût
∆θ
∆θ 2
û t
R uˆ t + ∆ uˆ t
ûr
uˆ t + ∆ uˆ t = uˆ t = 1
 ∆θ 
∆uˆt = 2 sin  
 2 

A aceleração centrípeta é
perpendicular á direcção da
 ∆θ  velocidade e aponta sempre para
2 sin  
duˆt ∆uˆt  2  ∆θ 2 v dentro do circulo,
= lim = lim = lim =ω =
dt ∆t → 0 ∆ t ∆t → 0 ∆t ∆ t → 0 ∆t 2 R
r v2
ac = − uˆr
R
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Aceleração tangencial e total

Se o módulo da velocidade linear variar então existe


aceleração tangencial,
No caso geral:
r dv
r
v = vuˆt at = uˆt
dt
r
dv dv duˆ
= uˆt + v t
dt { dt { dt
r r
at ac O vector aceleração tangencial é colinear com a velocidade
e portanto tangente à trajectória.

Movimento circular
Aceleração total
O vector aceleração (total) é a soma
vectorial das acelerações centrípeta e r r
a at
tangencial.
O seu módulo é dado por, r
ac
r
a = ac2 + at2

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Movimento circular

34E. Um satélite terrestre move-se numa órbita circular a 640 km acima da superfície da
Terra com um período de 98,0 min. Quais são os módulos (a) da velocidade (b) e da
aceleração centrípeta do satélite? (7.49x103 m/s; 8,00 m/s2)

51P. Um garoto rodopia uma pedra num circulo horizontal com um raio de 1,5 m e a uma
altura de 2,0 m acima do nível do chão. O fio parte-se e a pedra desprende-se
horizontalmente e bate no chão após percorrer uma distância horizontal de 10 m. Qual o
módulo da aceleração centrípeta da pedra enquanto estava em movimento circular? (163
m/s2)

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Movimento Relativo

Um passageiro (S2), viajando de comboio, atira uma bola para outro passageiro com
uma velocidade v2.

Qual a velocidade v1 da bola, relativa a um observador (S1) que esteja parado na


estação?

comboio
S2
estação
S1

r r
v1 v2

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Transformação de Galileu

comboio
Temos para os vectores posição, S2
estação
r r r
r1 = r21 + r2 S1
r r
Onde r21 é a posição do comboio r1 r2
relativamente á estação.
r
r21

Derivando em ordem ao tempo, comboio


estação S2
r r r
dr1 dr21 dr2 S1
= +
dt dt dt r r
v1 v2

r
r r r v21
Simplificando, v1 = v21 + v2

Esta é a Transformação de Galileu:


A velocidade num referencial 1 é igual á velocidade no referencial 2 mais a
velocidade relativa do referencial 2 relativamente a 1.
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Aceleração no movimento relativo

Se um objecto tiver uma aceleração a2 no referencial S2 qual será a aceleração a1,


no referencial S1, sabendo-se que a velocidade relativa entre os referenciais é
constante (em módulo, direcção e sentido).
r r r comboio
v1 = v21 + v2 S2
estação
S1
Derivando a equação das velocidades,
r r
v1 v2
r r r
dv1 dv21 dv2
= + r
dt dt dt v21

r
dv21
=0 se a velocidade relativa entre os referenciais é constante. Assim,
dt r r
a1 = a2

Este resultado é muito importante no contexto da leis de Newton.

Dois referenciais cuja velocidade relativa é constante medem a mesma aceleração.


(Não é necessário que estejam em repouso entre si)

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Movimento Relativo

56E. Pelas regras do rugby um jogador pode passar a bola legalmente para um
companheiro de equipe desde que o passe não seja para a frente. Suponha que o
jogador corre paralelamente ao comprimento do campo e no sentido do golo da
equipe adversária com uma velocidade de 4,0 m/s, enquanto passa a bola á
velocidade de 6 m/s em relação a ele mesmo. Qual é o menor ângulo contado a
partir da direcção do avanço que mantém o passe legal. (48,2º)

61P. Dois navios A e B, saem do porto ao mesmo tempo. O navio A navega para o
noroeste a 24 nós e o navio B navega a 28 nós numa direcção sudoeste fazendo
40º com o sul. (1 nó é igual a 1 milha marítima por hora) (a) Quais são o módulo, a
direcção e o sentido da velocidade do navio A em relação a B? (b) Após quanto
tempo os navios estarão afastados de 160 milhas marítimas? (c) Qual será o rumo
de B (a direcção da posição de B) em relação a A nesse tempo? (38 nós 1,5º na
direcção nordeste medido a partir do norte; 4,2 h; 1,5º na direcção sudoeste,
medido a partir do sul)

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Movimento Relativo

Um elevador eleva-se com uma aceleração de 4 ft/s2. No instante em que a


velocidade é 8 ft/s um parafuso cai do tecto do elevador situado a 9 ft do solo (1 m =
3.28 ft). Quanto tempo demora o parafuso a atingir o solo? Que distância viajou o
parafuso relativamente ao prédio até esse instante?

Uma pessoa sobe uma escada rolante parada, com 15 m de comprimento, em 90 s.


Se a escada rolante estiver em movimento a pessoa leva 60 s. Quanto tempo leva a
mesma pessoa a ser transportada até ao cimo da escada rolante se subir a escada ao
mesmo tempo que a escada rolante está em movimento? A sua resposta depende do
tamanho da escada? (36 s)

Está a cair neve verticalmente com uma velocidade de 7.8 m/s. (a) Qual o ângulo com
a vertical e (b) a velocidade dos flocos de neve relativamente a um carro cuja
velocidade é 55 km/h?

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Leis de Newton

1ª Lei de Newton ou Lei da Inércia


Na ausência de uma força resultante não nula todos os corpos tendem a manter o seu
movimento.

Quer dizer que:


Estando o corpo em repouso, permanecerá em repouso.
Se estiver em movimento, continuará em movimento rectilíneo e uniforme.

No entanto,
Sob a acção de uma FORÇA RESULTANTE não nula, o vector velocidade do corpo
terá necessáriamente que variar.

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Segunda Lei de Newton

A resultante das forças que actuam sobre um corpo isolado é igual ao produto da
massa pela aceleração do corpo, i.e.,

r
F5
r r
∑ F = ma r
r
m r
F4
F1 a
r
F2 r
F3

Esta é uma equação vectorial e por isso compreende um sistema de três equações
escalares:
∑ Fx = max
∑ Fy = ma y
∑ Fz = maz

A massa m de um corpo é uma quantidade escalar e relaciona a força aplicada com


a aceleração de um corpo.

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Terceira Lei de Newton

Para cada força de acção existe uma força de reacção igual e oposta.

Se F21 é a força aplicada no corpo 2 pelo corpo 1, então existe uma força F12 aplicada
no corpo 1 pelo corpo 2, igual à primeira em módulo e direcção, mas de sentido
contrário. Estas forças tomam o nome de par acção-reacção.

Corpo 2
Corpo 1 r r
F12 F21

Sistema

MUITA ATENÇÃO: as forças F21 e F12 têm pontos de aplicação diferentes.

Chama-se sistema a um conjunto de dois ou mais corpos. As forças de interacção


entre corpos de um mesmo sistema chamam-se forças internas.
Forças aplicadas por corpos externos ao sistema denominam-se forças externas

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Diagrama do corpo livre

Consiste em isolar no espaço o corpo que nos interessa, substituindo por forças as
interacções e ligações com os outros corpos, pela sucessiva aplicação da Terceira Lei
de Newton.

Diagrama do corpo livre do livro


Vamos isolar o livro assente sobre a mesa…
Força aplicada pela mesa
r r
Flm = N sobre o livro
Situação inicial
r
P Força gravítica aplicada pela
Terra sobre o livro
livro

mesa r Força aplicada pelo


Fml
livro sobre a mesa

Terra Terra
r
−P Força gravítica aplicada
Qual a resultante das forças aplicadas ao livro? pelo livro sobre a Terra
r r
N+P
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Força Gravitacional

Um corpo abandonado de uma altura h, acima da superfície terrestre cai em


direcção à Terra com a aceleração da gravidade. Porquê?
R: Porque de acordo com a Segunda Lei de Newton existe uma força que puxa o corpo
para baixo. Qual o valor desta força?

r r

r
F = ma
P = −mg uˆ y y − g uˆ y

r
P

A Força Gravitacional aplicada pela Terra sobre o corpo está, aplicada no centro de
massa do corpo, orientada no sentido do centro da Terra e vale mg.

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Peso aparente de um corpo

1. Qual o peso de uma pessoa dentro de um elevador que tem uma


aceleração para cima de 2 m/s2?
2. E se aceleração do elevador fôr para baixo e com o mesmo valor?
3. Em que condições é que existirá imponderabilidade?

r
Pap

r
Fg

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Quantidade de movimento linear

Definição:
A quantidade de movimento linear é uma grandeza vectorial dada por,

r r
p = mv

Qual a direcção e sentido da quantidade de movimento?


E as suas unidades?

A segunda Lei de Newton é na verdade escrita da seguinte forma:

r dv d (mv ) r dpr
∑ F = ma = m
dt
=
dt
∑ F = dt

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Conservação da quantidade de movimento

Resolvendo em ordem à quantidade de movimento obtemos,


r dpr
∑ F = dt
r
t p
r
∫∑( F )dt =
r
∫ dt
p
r
0 po
t r
= ∫ (∑ F )dt
r r
p − po
123
variação da 0 424
1 3
quantidade de impulsão
movimento

Se a resultante das forças aplicadas no corpo fôr nula então a quantidade de


movimento conserva-se.

r r
p = po = cte

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Força e Movimento I

19E. Um trenó foguete experimental pode ser acelerado a uma taxa constante partindo
do repouso até atingir 1600 km/h em 1,8 s. Qual é o módulo da força resultante
necessária se o trenó possuir uma massa de 500 kg.

29P. Uma esfera de massa 3,0 x10-4 kg está suspensa por um fio. Uma brisa sopra
ininterruptamente na direcção horizontal empurrando a esfera de tal forma que o fio faz
um ângulo constante de 37º com a vertical. Determine (a) o módulo daquele empurrão
e, (b) a tracção no fio.

31P. Dois blocos estão em contacto sobre uma mesa sem atrito. Uma força horizontal
é aplicada ao bloco maior, como se mostra na figura. (a) Se m1= 2,3 kg, m2= 1,2 kg e
F=3,2 N, determine o módulo da força entre os dois blocos. (b) Mostre que se a força
for aplicada no sentido contrario mas no bloco menor a força entre os dois blocos é 2,1
N e portanto diferente do calculado na alínea anterior. (c) Explique a diferença

r
F m1 m2

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Força e Movimento I

35P. Uma pessoa de 80 kg salta de pára-quedas e sentindo uma aceleração de 2,5 m/s2. A
massa do pára-quedas é de 5,0 kg. (a) Qual é a força para cima que o ar exerce sobre o
pára-quedas aberto? (b) Qual a força para baixo que a pessoa exerce sobre o pára-
quedas?

36P. Na figura, três blocos estão ligados e são puxados para a direita sobre uma mesa
horizontal sem atrito por uma força com um módulo de T3=65,0 N. Se m1= 12,0 kg, m2=
24,0 kg, m3= 31,0 kg, calcule (a) a aceleração do sistema e as tracções (b) T1 e (c) T2 nos
fios de ligação entre os blocos.

43P. Um bloco de massa m1= 3,70 kg, sobre um plano inclinado de 30,0º está ligado por
um fio que passa por uma roldana sem massa e sem atrito a um segundo bloco de massa
m1= 2,30 kg, suspenso verticalmente (ver figura). Quais são (a) o módulo da aceleração de
cada bloco e (b) a direcção e sentido da aceleração do bloco suspenso? (c) Qual é a
tracção no fio?

T1 T2 T3
m1 m3 m3

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Força e Movimento I

47P. Um macaco de 10 kg sobe por uma corda sem massa pendurada num galho de
árvore. A corda tem presa do outro lado num caixote de 15 kg no chão. Qual o módulo
da menor aceleração que o macaco deve ter para que consiga levantar o caixote do
chão? (b) Se depois do caixote ter sido levantado, o macaco parar de subir quais serão a
aceleração e (c) a tracção na corda?
56P. Uma lâmpada está suspensa na vertical por um fio num elevador que desce e
desacelera a 2,4 m/s2. (a) Se a tracção no fio é de 89 N, qual é a massa da lâmpada?
(b) Qual será a tracção no fio quando o elevador subir com uma aceleração para cima de
2,4 m/s2?

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Atrito sólido-sólido

Fio que puxa r r


2ª Lei de Newton ∑ = ma
F

em y : N − P = 0 ⇒ N = mg
Atrito depende da natureza das
superfícies e da força de ligação que em x : T − f s = ma
comprime uma superficie contra a outra.
Em y: não existe aceleração e
Diagrama do corpo livre como o corpo em y está
y r inicialmente em repouso vai
N = N uˆ y continuar em repouso.
x
r Em x: Para que o corpo se
T = T uˆ x movimente é necessário que a
r
f s = − f s uˆ x r tensão do fio T seja maior que a
P = − P uˆ y força de atrito.

fs é a força de atrito e é sempre


contrária ao movimento

Porque é que a força de atrito é, em módulo, sempre menor que T?

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Propriedades do Atrito Estático

As equações do movimento são:

em y : N − P = 0 ⇒ N = mg fs Força de atrito em função da


em x : T − f s = ma Tensão aplicada pelo fio

Enquanto o corpo estiver em repouso é f s ,max = µ s N


porque a força de atrito equilibra a força
T aplicada no corpo pelo fio, i.e. fk = µk N
fs = T
T T

fs Tabela de coeficientes de atrito estático e cinético

A força de atrito estático pode ter


Superficies µs µk
qualquer valor até a um máximo que Madeira sobre Madeira 0,25-0,5 0,2
depende das superficíes e da força Vidro sobre Vidro 0,9-1,0 0,4
normal dado por:
Aço sobre aço, sup. limpas 0,6 0,6
f s ,max = µ s N
Aço sobre aço, lubrificadas 0,09 0,05
Então a partir do instante em que T>µsN Borracha sobre betão 1,0 0,8
o corpo iniciará o seu movimento.
Teflon sobre Teflon 0,04 0,04
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Atrito cinético

Depois do corpo iniciar o seu movimento a força de atrito diminui para um


valor menor denominado o atrito cinético,

Diagrama do corpo livre


fs Força de atrito em função da
y r
N = N uˆ y Tensão aplicada pelo fio

x f s ,max = µ s N
r
T = T uˆ x
r
f s = − µ k N uˆ x r fk = µk N
P = − P uˆ y

As equações do movimento do bloco deslizando nestas condições são,

em y : N − P = 0 ⇒ N = mg
T − µ k N T − µ k mg
em x : T − f k = ma ⇒ a = =
m m

A força de atrito cinético mantém-se presente enquanto o corpo se estiver em


movimento.
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Atrito sólido-fluido http://www.engineeringtoolbox.com/21_627.htm

Um sólido que se desloque, no interior de um fluido, com uma velocidade v


suficientemente rápida, sente uma força de resistência FD oposta ao movimento.

r
FD

FD = − 12 Cd ρAv 2 uˆt r
v

r
FD é a força de resistência do ar P
Cd é o coeficiente de arrasto (drag coefficient).
ρ é a massa específica do fluido (exemplo: ar)
A é a área da secção transversal efectiva
v é a velocidade relativa entre o sólido e o fluido

Quais as unidades de Cd?

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Coeficiente de arrasto e a forma dos objectos

OBJECTO CD

Corpo aerodinâmico 0.1

Carro desportivo 0.2 - 0.3

Esfera 0.47

Carro (típico) 0.5

Station Wagon 0.6

Cilindro 0.7-1.3

Ciclista 0.9

Camião 0.8 - 1.0

Motorciclista 1.8

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Coeficiente de arrasto e a Lei de Stokes.

No trabalho prático o escoamento do liquido em torno do sólido (esfera) é laminar


(i.e. sem remoinhos) dando lugar a uma dependência linear da força de atrito com a
velocidade do corpo,

r r
FD = −(6πR )ηv r
FD
r
v

Sendo η a viscosidade do meio.


Qual a unidade da viscosidade? r
P

A força de resistência do ar quando o escoamento é laminar é do tipo viscoso.


Quando a velocidade aumenta acima de um certo limite a força de resistência é
essencialmente aplicada na massa de ar para que este saia do caminho.

A viscosidade da glicerina depende da temperatura sendo 1.49 Pa⋅sec a 20ºC, e


0.95 Pa⋅sec a 25ºC.

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Velocidade terminal na queda livre dos graves

Um corpo que cai no ar, tem aplicadas três forças (ver figura):
1. Força da gravidade, P
2. Força de resistência do ar, D
3. Força de impulsão hidrostática, I (vamos considerá-la desprezável) r
D
r r
Pela Segunda Lei de Newton, ∑ F = ma
r r r
r I ≈0
P + D = ma
no eixo y : mg − 12 Cd ρAv 2 = ma
y
2
Cd ρAv
∴ a = g − 12
m r
P
A aceleração no inicio da queda é 9,8 m/s2, e vai diminuindo á medida que
aumenta a velocidade. A aceleração será nula quando,

2mg
vterm = Velocidade terminal
Cd ρA

Faça o cálculo da velocidade terminal de um pingo de chuva de raio 1,5 mm.


Suponha que Cd=0.6 e que a massa específica do ar é 1,2 kg/m3

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Força centrípeta

Um corpo em movimento circular uniforme tem uma aceleração centrípeta:

r v2
ac = − uˆr
r

Pela Segunda Lei de Newton, a Resultante das r mv 2


Fc = − uˆr
Forças aplicadas nesse corpo terá r
necessariamente que ser uma força centrípeta com
a mesma direcção da aceleração, (i.e. orientada
para dentro do círculo) e que verifica:

r r
∑ F =ma c

ûr
r mv 2
Fc = − uˆr
r

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Forças de Inércia

A Segunda Lei de Newton pode escrever-se da seguinte forma:

r r
∑ − ma = 0
F

r r r r
Se fizermos uma substituição de variáveis, Fi = − ma ⇒ ∑ F + Fi = 0

Transformamos uma equação do movimento numa equação de equilíbrio de


forças. Chama-se a Fi força de inércia. Esta força tem a mesma direcão da
aceleração mas sentido contrário sendo o seu módulo igual a ma.

Aplicação ao movimento circular,

r r
∑ F + Fci = 0 A resultante das forças aplicadas e a força
centrifuga de inércia estão em equilíbrio
r r mv 2
sendo Fci = −mac = uˆr
r

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Referências inerciais

Uma pessoa, sobre a Terra, lança uma bola na


direcção Norte-Sul.
Essa pessoa vê um desvio da bola para oeste mas não
sabe a razão da variação do vector-velocidade.
Neste caso não é válida a Primeira Lei de Newton

Um referencial inercial é um referencial onde é válida a primeira lei de


Newton.
Em contraste nos referenciais não-inerciais a primeira Lei de Newton não é
válida pois possuem uma aceleração não nula.
A Terra, em rigor, não é um referencial inercial embora, para pequenos
movimentos, possamos assumir que é um referencial inercial.
Qual a aceleração de um corpo em repouso sobre a Terra a 45º de latitude?

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Força e Movimento I

1E. Uma cómoda com uma massa de 45 kg, incluindo aí gavetas e roupas, está
apoiada sobre o chão. (a) Se o coeficiente de atrito estático entre a cómoda e o chão
for de 0,45 qual será a intensidade da força horizontal mínima que uma pessoa deve
aplicar para fazer com que a cómoda se comece a mover. (b) Se as gavetas e roupas,
que juntas possuem uma massa de 17 kg, forem removidas antes de a cómoda ser
empurrada, qual será a nova intensidade mínima? (200 N; 120 N)
2E. O coeficiente de atrito estático entre o Teflon e os ovos mexidos é de
aproximadamente 0,04. Qual o menor ângulo, medido em relação à horizontal, que
fará os ovos deslizarem no fundo de uma frigideira revestida com Teflon.
6E. Uma casa é construída no alto de um morro que apresenta um talude próximo de
45 º. Um estudo de engenharia indica que o ângulo do talude deveria ser reduzido,
pois as camadas superiores do solo do talude poderiam escorregar sobre as camadas
inferiores. Se o coeficiente de atrito estático entre as duas camadas é de 0,50, qual o
menor ângulo φ que o talude deveria ser reduzido, para evitar o deslizamento?

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Força e Movimento I. Problemas.

8E. Na figura uma alpinista de 49 kg está a escalar uma chaminé entre duas paredes de
rocha. O coeficiente de atrito estático entre os seus sapatos e a pedra é 1,2 e entre as
suas costas e a pedra é de 0,80. Ela reduziu a força com que empurrava a pedra até que
suas costas e seus sapatos estivessem na eminência de deslizar. (a) Desenhe um
diagrama de corpo livre para a alpinista. (b) Qual a força com que ela empurra a pedra?
(c) Que fracção do seu peso é suportada pela força de atrito nos seus sapatos?

20P. Uma força P paralela à superfície inclinada de 15º


para cima da horizontal, actua sobre um bloco de 45 N,
como mostrado na figura. Os coeficientes de atrito entre
o bloco e a superfície são µs=0,50 e µk=0,34. Se o
bloco está inicialmente em repouso, determine o
módulo, a direcção e o sentido da força de atrito que
actua sobre o bloco para as seguintes intensidades da
força P: (a) 5,0 N, (b) 8,0 N e (c) 15 N.

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Forças e Movimento. Problemas.

22P. Na figura dois blocos estão ligados por um fio que passa por uma polia. A massa
do bloco A é de 10 kg e o coeficiente de atrito cinético entre A e a rampa é de 0,20. O
ângulo de inclinação da rampa é de 30º. O bloco A desliza para baixo com velocidade
constante. Qual a massa do bloco B?
25P. Os dois blocos (com m=16 kg e M=88 kg) mostrados na figura não estão presos
um ao outro. O coeficiente de atrito estático entre os blocos é de ms=0,38, mas a
superfície em baixo do bloco maior é lisa e sem atrito. Qual a menor intensidade da
força horizontal F necessária para evitar que os blocos escorreguem entre si? (490N)

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Forças e Movimento. Problemas.

37E. Suponha que o coeficiente de atrito estático entre os pneus de um carro de corrida
de Fórmula 1 seja de 0,6 durante um Grande Prémio de Automobilismo. Que velocidade
deixará o carro na eminência de derrapar ao efectuar uma curva horizontal de raio 30,5
m de raio? (cerca de 48 km/h)

42P. Um ciclista desloca-se num circulo de raio 25,0 m a uma velocidade constante de
9,00 m/s. O conjunto bicicleta-ciclista possui uma massa total de 85,0 kg. Calcule a
intensidade (a) da força de atrito que a pista exerce sobre a bicicleta, (b) da força
resultante que a pista exerce sobre a bicicleta.

43P. Um estudante pesando 667 N passeia numa roda-gigante que gira a uma
velocidade constante ( o estudante está sentado com as costas erectas). No ponto mais
elevado, a intensidade da força normal N que o assento exerce sobre o estudante é de
556 N. (a) O estudante sente-se mais leve ou mais pesado nessa posição? (b) Qual a
intensidade de N no ponto mais baixo? (c) Qual a intensidade N se a velocidade com que
a roda gira for duplicada? (leve; 778 N)

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Forças e Movimento. Problemas.

41P. Um disco de hóquei no gelo de massa m desliza sobre uma mesa sem atrito,
enquanto permanece ligado a um cilindro em repouso de massa M, pendurado por
um fio que passa por um buraco feito na mesa. Que velocidade do disco mantém o
cilindro em repouso? Mgr m

47P. Como é mostrado na figura, uma bola de 1,34 kg está ligada, por dois fios de
massa desprezável, a uma haste que gira em torno de um eixo vertical. Os fios
estão ligados à haste e estão esticados. A tracção no fio de cima é de 35 N. (a)
Desenhe o diagrama de corpo livre para a bola. (b) Qual a tracção no fio de baixo?
(c) Qual a força resultante sobre a bola e (d) Qual a velocidade. (8,74 N; 37,9 N; na
direcção radial para dentro; 6.45 m/s)

Fig. 47P

Fig. 41P

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Trabalho e Energia. Trabalho efectuado por uma Força.

r r
Definição: O trabalho W1 realizado pela força F1 é, W1 = F1 s cos(θ )
r r
r F1 r F1
F2 F
θ 1
2

r r r r
F4 F3 s F4 r
F3

θ1 é o ângulo entre a força F1 e o vector-deslocamento s

O Trabalho Total é a soma dos trabalhos individuais efectuados por cada uma das forças

Wt = ∑Wi

Unidades: As unidades de trabalho são N.m =Joule.


O trabalho é um escalar ou um vector?

NOTA: Embora a força seja invariante para todos os referenciais de inércia, o percurso s
não é invariante. Por isso, o trabalho pode variar de observador para observador inercial.

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Exemplos de trabalhos efectuados por Forças constantes

r r
1. Trabalho realizado pela Força Normal ao plano N N
s
WN = N cos(90) s = 0
O trabalho realizado pelas forças perpendiculares ao deslocamento é nulo.

2. Trabalho realizado pela Força de Atrito Cinético r r


WFa = Fa cos(180) s = − Fa s
Fa Fa
s

O trabalho realizado pela força de atrito é negativa.

a
3. Trabalho realizado pela Força Gravítica
r b l
WP = P l cos(θ ) = mgl sin (α ) = mgh α θ h = l sin(α ) = l cos(θ )
r
O trabalho realizado pelo peso não depende do P
ângulo do plano inclinado mas apenas do desnível
entre as posições inicial e final.

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Definição de trabalho infinitésimal

Quando a força varia no percurso considerado a definição de trabalho continua


válida mas agora apenas para um percurso infinitésimal.

Se o percurso em causa fôr infinitesimal,

r r
F F
θ
r r
dr dr = ds

r r r
dW = F cos(θ ) ds = F ⋅ dr

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Forças em Molas

0 0 x1 0 x2

Fm1 Fm2

A mola aplica no objecto uma força Fm no sentido contrário da sua extensão x,


de forma a repor o seu comprimento inicial.

Quanto mais se desloca do equilíbrio maior é a força aplicada pela mola, i.e.

Fm
Fm = −kx
x

Onde x é o deslocamento da extremidade da mola relativamente ao seu ponto


de equilibrio e
k é a constante da mola cujas unidades são N/m e mede a sua rigidez.

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Trabalho efectuado pela força de uma mola

Qual o trabalho realizado pela força da mola sobre o objecto, quando este se
desloca de xi para xf?

r 0 dx x
xi
dW = Fm cos(180) dx
f

xf
Fm
∫ dW = ∫ kx(− 1) dx
xi

kx 2f kxi2
W =− +
2 2

Se a posição inicial for xi=0 (i.e. sem extensão inicial), o trabalho realizado pela
mola para elongar até x será,

kx 2
W =−
2

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Energia cinética

De acordo com a segunda Lei de Newton, Integrando entre dois instantes t2 e t1,
r r x2 v2
dv  mv 2 
∑ F = m dt ∫ (F1 + F2 + F3 + ...) dx = ∫ d  2 
x1 v1  
mv22 mv12
Se o problema tiver uma dimensão: W1 + W2 + W3 + ... = −
2 2
dv W1 + W2 + W3 + ... = Ec 2 − Ec1
∑F = m dt
(∑ F ) dx = m dv dx Chamamos energia cinética a:
dt
mv 2
Ec =
(∑ F ) dx = m dv dx dt 2
dt dt
(∑ F ) dx = mv dv dt
dt

(∑ F ) dx = m d v2 ( )dt NOTA: Pode-se provar que esta equação


2 dt é válida também para o movimento a três
 mv 2  dimensões.
(∑ F ) dx = d  
 2 

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Teorema do Trabalho-Energia: consequências

W1 + W2 + W3 = ∆Ec
WR = ∆Ec

1. O trabalho da força resultante é igual ao somatório dos trabalhos efectuados por


cada uma das forças aplicadas.

2. A soma do trabalhos efectuados pelas forças aplicadas, é igual á variação


da energia cinética da partícula.
Este é o teorema do trabalho-energia e também é válido a três dimensões.

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Potência

∆W
A potência é o trabalho realizado por unidade de tempo: P =
∆t
dW
A potência instantânea é dada por: P =
dt

r r r
A potência de uma força F cujo dW F ⋅ dr r dr r r
P= = = F ⋅ = F ⋅v
ponto de aplicação se movimenta dt dt dt
com velocidade v é dada por: r r
P = F v cos(θ )

Unidades
A unidade SI de potência é o Watt = 1 J/s
Existem outras unidades de potência regularmente utilizadas como o cavalo-vapor,
1 Cv (hp) = 746 W
É costume definir uma unidade de trabalho/energia denominada kW.h que
corresponde á energia produzida/consumida durante uma hora á taxa de 1 kW. A
quantos Joules correspondem 1 kW.h?

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Trabalho e Energia. Problemas.

11P. A Figura mostra três forças aplicadas a um baú que se move r


F2
3,0 m para a esquerda sobre um piso sem atrito. Os módulos das r
forças são F1=5,00 N, F2=9,00 N e F3=3,00 N. Durante o F1 60°
deslocamento, (a) Qual é o trabalho resultante que as três forças
r
realizam sobre o baú? (b) A energia cinética aumenta ou diminui? F3
17P. Um helicóptero eleva uma astronauta de 72 kg verticalmente,
15m a partir do oceano, por meio de um cabo. A aceleração da
astronauta é g/10. Qual o trabalho realizado sobre a astronauta? (a)
Pela força do helicóptero e (b) pela força gravitacional que age sobre
ela? Quais são: (c) a energia cinética e (d) a velocidade da
astronauta imediatamente antes de ela alcançar o helicóptero?
22P. Um bloco de 250 g é solto sobre uma mola vertical sem
deformação que possui uma constante da mola k = 2,5 N/cm. O
bloco passa a ficar preso à mola comprimindo-a 12 cm antes de
parar por um instante. Enquanto a mola estiver a ser comprimida,
qual o trabalho realizado sobre o bloco (a) pela força gravitacional
que age sobre ele e (b) pela força da mola? (c) Qual velocidade da
bloco imediatamente antes de acertar a mola? (Suponha que o atrito
seja desprezável) (d) Se a velocidade no impacto for duplicada qual
será a compressão máxima da mola?

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Trabalho e Energia. Problemas.

30E. A cabine carregada de um elevador possui uma massa de 3,0 x 103 kg e sobe
210 m em 23 s com velocidade constante. Qual será a taxa média de trabalho
realizado pela força do cabo do elevador sobre a cabine?
33P. Uma força de 5,0 N actua sobre um corpo de 15 kg inicialmente em repouso.
Calcule o trabalho realizado pela força (a,b e c) no primeiro, no segundo e no terceiro
segundos, e (d) a potência instantânea devida à força actuante no final do terceiro
segundo.

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Forças conservativas e Energia Potencial

Trabalho realizado pela força da gravidade

O trabalho realizado pelo peso é mgh como já vimos. É independente da


inclinação do plano inclinado e só depende do desnível entre as posições inicial e
final.

y
yi
yf

(
W = mg yi − y f )

O trabalho só depende das posições inicial e final.


Se o corpo voltar à posição inicial qual será o trabalho total?

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Trabalho realizado por uma mola

O trabalho efectuado por uma mola sobre um corpo, quando esta se elonga de xi
para xf, é dado por,

2
kxi2 kx f
W = −
2 2

xi xf

O trabalho só depende das posições inicial e final.


Se o corpo voltar à posição inicial qual será o trabalho total?

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Trabalho realizado pela força de atrito cinético

É sempre negativo. W = − Fac s

Mesmo que o corpo volte á posição inicial, o trabalho total não será nulo.
A que será igual o trabalho total realizado pela força de atrito cinético?

r
s

r r
Fac Fac

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Forças Conservativas

Exemplos de forças conservativas


A força da gravidade e a força da mola são forças conservativas
A força de atrito é uma força não-conservativa.

Propriedades das forças conservativas

1. Num ciclo o trabalho de uma força conservativa é nulo.

2. O trabalho realizado por uma força conservativa depende apenas das posições
inicial e final e é independente do caminho utilizado.

3. O trabalho de uma força conservativa pode, ser expresso pela variação no valor
de uma função U(r), que depende apenas da posição da partícula. A esta função
chama-se a energia potencial.

r
U (r2 ) ≡ U ( x2 , y2 , z 2 )

r
U (r1 ) ≡ U ( x1 , y1 , z1 )

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Energia Potencial

Por conveniência é costume definir-se essa função da seguinte forma:

W = U1 − U 2 = −(U 2 − U1 ) = −∆U

U2

U1

i.e. o trabalho realizado por uma força conservativa é o simétrico da variação da


energia potencial.
É portanto uma função pontual que depende apenas dos pontos inicial e final e não
do que se passa entre esses dois pontos.

Se a energia potencial diminui o trabalho realizado pela força é positivo

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Energias Potenciais

W = −∆U = U1 − U 2

TAREFA: Tendo uma equação para o trabalho de uma força, deduzir a energia
potencial que faz com que a respectiva variação seja igual ao trabalho
realizado?
1 1
Wg = mghi − mgh f Wm = kxi2 − kx 2f
2 2

h
hi Energia potencial da mola
Energia potencial gravítica 1
hf U m = kx 2
U g = mgh 2

xi xf

Verifique também que a derivada da energia potencial numa determinada direcção


dá a componente da força nessa direcção. i.e.
r r ∂U
dU = − F ⋅ dr ⇒ − uˆr = Fr uˆr
∂r
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Conservação de energia

Teorema do trabalho-energia, ∆Ec = Wg + Wm + W3 + W4 + W5


Considerou-se por hipótese, que um dos trabalhos é realizado pela força da gravidade
e o outro pela força de uma mola.
W g = − ∆U g 
Usando a definição de energia
potencial obtemos,  ⇒ ∆Ec = − ∆U g + (− ∆U m ) + Wnc ( )
Wm = −∆U m 
O trabalho Wnc é o somatório dos trabalhos excluindo os trabalhos das forças gravítica e
da mola.

Expandindo e agrupando, (Ec 2 + U g 2 + U m2 ) − (Ec1 + U g1 + U m1 ) = Wnc


Á soma das energias cinética e potenciais
denominamos energia mecânica, Emec = Ec + U g + U m

Concluimos então que a variação da energia mecânica


é igual ao trabalho das forças não conservativas, i.e., ∆Emec = Wnc

Se o trabalho Wnc, das forças não-conservativas fôr nulo então a energia mecânica
conserva-se, ∆Emec = 0

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Energia potencial. Conservação de energia. Problemas.

11. (a) Que velocidade inicial mínima deve ser dada á bola para que ela
alcance a máxima posição vertical? (b,c) Qual então as velocidades: no
ponto mais baixo e no ponto do lado direito à mesma altura do ponto
inicial? (d) Se a massa da bola duplicasse as suas respostas às alíneas
anteriores aumentavam, diminuíam ou permaneceriam constantes?
13. Um camião desgovernado, cujo freio não funciona, move-se ladeira
abaixo a 130 km/h, imediatamente antes de o motorista desviá-lo em
direcção a uma rampa de emergência sem atrito e com inclinação para
cima de 15º. A massa do camião é de 5000 kg. (a) Qual o comprimento
mínimo L que deve possuir a rampa para que o camião pare ao longo
dela? (b) Esse comprimento varia com a massa do camião? (c) E com a
sua velocidade? (d) Esta rampa, em particular, serviria o propósito para
que foi construída?
16. A figura mostra uma pedra de 8,00 kg em repouso em cima de uma
mola. A mola está comprimida de 10,0 cm pela pedra. (a) Qual a
constante da mola? (b) A pedra é empurrada para baixo mais 30,0 cm e
é então solta. Qual a energia potencial elástica da mola comprimida
imediatamente antes de a pedra ser solta? (c) Qual a variação da energia
potencial gravitacional do sistema pedra-Terra quando a pedra se move
do ponto em que foi solta até à altura máxima? (d) Qual será essa altura
máxima, medida a partir do ponto em que a mola é solta?

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Energia potencial. Conservação de energia. Problemas.

20. Na figura, quais são (a) a componente horizontal e (b) a


componente vertical da força resultante que age sobre o bloco no
ponto Q? (c) De que altura h, o bloco deve ser solto do repouso, de
modo que ele esteja na iminência de perder contacto com a pista no
ponto mais alto do loop? Faça um gráfico da intensidade da força
normal sobre o bloco no ponto mais alto do loop em função da altura
inicial na faixa de h=0 até h=6R.
21. Na Figura D, solta-se um bloco de 12 kg a partir do repouso numa
rampa de 30º sem atrito. Abaixo do bloco está uma mola que pode ser
comprimida 2,0 cm por uma força de 270 N. O bloco pára por um
instante, ao comprimir a mola de 5,5 cm. (a) Que distância percorre o
bloco ao longo da rampa até parar? (b) Qual a velocidade do bloco no
exacto momento em que toca a mola?
63P. Uma partícula pode deslizar ao longo de uma pista com as
extremidades elevadas e uma parte central plana de comprimento L
como se mostra na figura. Não há atrito nas partes curvas mas, na
parte plana, o coeficiente de atrito cinético é 0,2. A partícula é solta do
ponto A, a uma altura ho=L/2. Aonde a partícula irá parar?
A
ho

L 94
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Energia potencial. Conservação de energia. Problemas.

37P. A energia potencial de uma molécula diatómica (um sistema de dois átomos
como o H2 ou o O2) é dada por,
A B
U = 12 − 6
r r
onde r é a separação entre os dois átomos da molécula e A e B são constantes
positivas. Esta energia potencial está associada à força que mantém os dois átomos
juntos. (a) Encontre a separação de equilíbrio Ro, isto é a distância para a qual a
força de interacção não é nem repulsiva nem atractiva; (b) Se a distância entre os
dois átomos for maior que Ro a força de interacção é repulsiva ou atractiva?

61P. Uma pedra com peso igual w é lançada no ar para cima, na direcção vertical, a
partir do nível do solo com velocidade inicial vo. Se uma força constante f, devida á
força de arrasto do ar, actuar sobre a pedra do inicio ao fim do seu voo
(a) Mostre que a altura máxima alcançada pela pedra será, vo2
h=
2 g (1 + f w)
(b) Mostre que a velocidade da pedra imediatamente antes do impacto contra o solo
será, 12
w− f 
v = vo  
 w + f 

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Energia potencial entre dois átomos

0.5

0.4

0.3

A B
Energia potencial

0.2 U= −
r12 r6
0.1

-0.1

-0.2

1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4 2.6 2.8


distância

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Energia potencial. Conservação de energia. Problemas.

10. A mola A é mais rígida do que a mola B; isto é kA>kB. Qual das molas realizará
mais trabalho se as molas forem comprimidas (a) da mesma distância? (b) pela mesma
força aplicada?
54. Um fardo de 4,0 kg começa a subir um plano inclinado de 30º com uma energia
cinética de 128 J. Até que distância ele conseguirá deslizar para cima do plano
inclinado se o coeficiente de atrito cinético entre o fardo e o plano inclinado for de 0,30?
26. Tarzan, que pesa 688 N, salta de um penhasco balançando-se na extremidade de
uma liana de 18 m de comprimento. Ele desce 3,2 m do alto do penhasco até ao ponto
mais baixo em que larga a liana. A liana rompe-se quando a força que actua sobre ela
excede 950 N. (a) Será que a liana se rompe? (b) Caso não se rompa, qual a maior
força que actua sobre a liana durante o balanço? (c) Caso se rompa, qual será o ângulo
com a vertical no instante da ruptura?
27. Duas crianças jogam tentando atingir uma caixa no chão com um berlinde lançado
por uma mola assente sobre uma mesa. A caixa está a uma distância de 2,20 m da
extremidade da mesa medida na horizontal. Sabendo que, quando Bobby comprimiu a
mola de 1,10 cm o berlinde ficou a 0,27 cm da caixa, de quanto deverá Rhoda
comprimir a mola para que o seu tiro seja certeiro?

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Quantidade de Movimento Angular

Uma partícula que se move relativamente a um sistema de eixos tem,


Quantidade de Movimento Linear
r r
p = mv
z
r
v
r
Tem também relativamente á origem do r
sistema de eixos uma y
Quantidade de Movimento Angular
r r r r r x
l = r × p = r × mv

O vector Quantidade de Movimento Angular é r


v
perpendicular ao plano formado pelos vectores posição φ
e velocidade e o seu módulo é dado por: r
r⊥ r
l = r sen(φ ) mv = r⊥ p
Vista de topo em relação ao
plano formado pelos vectores
posição e velocidade

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A Segunda Lei de Newton na forma Angular

r dpr
Para uma partícula sabemos que, ∑
{r
Fi =
dt
Fres

i.e. A resultante das forças aplicadas é igual á taxa de variação da quantidade de


movimento linear. Se a resultante das forças for nula a variação também é nula.

r r
z F1 F2
Podemos mostrar que em relação á quantidade de
movimento angular, r r r
r F
r Torque da força i F4 3
r dl r r r

{
τ i =
dt
τ i = r × Fi
y
r x
τ res
r
i.e. Para uma partícula a resultante dos torques é F
igual á taxa de variação da quantidade de φ
movimento angular.
r⊥
Corolário: Se o torque resultante for nulo a variação
também é nula. τ = r sen(φ ) F = r⊥ F
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Movimentos Linear (1D) e de Rotação (analogias)

Linear Angular

Posição x θ

Velocidade v ω
Aceleração a α

Movimento velocidade constante


Velocidade v = cte ω = cte
Posição x = xo + vt θ = θ o + ωt
Movimento aceleração constante
Aceleração a = cte α = cte
Velocidade v = vo + at ω = ωo + αt
Posição x = xo + vot + at 2 2 θ = θ o + ω ot + αt 2 2

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Rotação

2E. Qual a velocidade angular (a) do ponteiro dos segundos, (b) do


ponteiro dos minutos, e (c) do ponteiro das horas de um relógio
analógico. Responda em radianos por segundo.

6P. A roda da figura tem oito raios igualmente espaçados e um


diâmetro de 60 cm. Ela está montada num eixo mecânico fixo e está
girando a 2,5 ciclos/s. Você quer atirar uma flecha de 20 cm paralela
a este eixo que atravesse a roda sem acertar nenhum dos raios.
Suponha que a flecha e os raios sejam bem finos. (a) Qual a
velocidade mínima que a flecha deve ter? (b) Será importante saber
o lugar para onde você mira, entre o eixo e a borda da roda? Se for
qual o melhor lugar?

9E. O prato de um gira-discos girando a 33 1/3 rpm desacelera e


pára 30 s depois de o motor ser desligado. (a) Determine a sua
aceleração angular (constante) em rotações por minuto quadrado.
(b) Quantas voltas ele completa neste tempo?

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Rotação

29P Na figura o volante de raio rA=10 cm está acoplado por uma


correia B a um volante C de raio rC=25 cm. Aumenta-se a
velocidade angular do volante A a partir do repouso a uma taxa
constante de 1,6 rad/s2. Determine o tempo para que o volante C
alcance uma rotação de 100 rpm supondo que a correia não
deslize.

32P. Um prato de um gira-discos gira a uma velocidade de 33 1/3 rpm. Uma semente
de melancia está sobre o prato a 6,0 cm do eixo de rotação. (a) Calcule a aceleração
da semente supondo que ela não desliza. (b) Qual o valor mínimo do coeficiente de
atrito estático entre a semente e o prato a fim de que a semente não deslize? (c)
Suponha que o prato atinge a sua velocidade angular partindo do repouso e sofrendo
uma aceleração angular constante durante 0,25 s. Calcule o coeficiente de atrito
estático mínimo necessário para que a semente não deslize durante o período de
aceleração.

18P. Uma roda girando em torno de um eixo fixo que passa pelo seu centro possui uma
aceleração constante de 4,0 rad/s2. Num certo intervalo de 4,0 s a roda descreve um
ângulo de 80 rad. (a) Qual a velocidade angular da roda no inicio do intervalo de 4,0 s?
(b) Supondo que a roda parte do repouso há quanto tempo ela estava em movimento
no inicio do intervalo de 4,0s?

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Gravitação

Força gravitacional de interacção


G é a constante de gravitação. Determine as suas unidades. G= 6,67 x 10-11 N.m2/kg2
r Mm
Fg = −G 2 uˆr
r

Terra

ûr
Lua

ML= 7,36x1022 kg
RL= 1,74x106 m
MT= 5,98x1024 kg
RT= 6,37x106 m
Distância Terra-Lua: 3,82x108 m

Qual a relação entre o peso e a força de atracção gravitacional?


Qual o valor da aceleração da gravidade g, em função da massa e do raio da Terra?
Qual o período de revolução de um satélite geostacionário? A que distância da Terra
se situa a órbita geostacionária?

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Energia potencial gravitacional

A energia potencial de gravitação é,

Ug Ec
Mm Emec
U g = −G
r
r
Mm
U g = −G
r
Mostre que, á superfície terrestre, a variação
da energia potencial quando nos elevamos de
h é, aproximadamente, mgh.

Qual a energia cinética necessária a um projéctil para sair do campo gravitacional


terrestre?

∂U g
Mostre que, (ver definição de força conservativa) Fg = −
∂r

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