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CURSO DE DIREITO
TEORIA GERAL DO PROCESSO
AS CONDIÇÕES DA AÇÃO
Manaus, AM
2008
CAIO TASSO GAMA SAMPAIO CALLADO
Manaus, AM
2008
SUMÁRIO
1. CONDIÇÕES DA AÇÃO..............................................................................................................04
2. TEORIAS DA AÇÃO....................................................................................................................04
3.TEORIA CONCRETISTA...................................................................................................04
4.TEORIA ABSTRATA DA AÇÃO.......................................................................................04
5. TEORIA ECLÉTICA..........................................................................................................04
6. INTERESSE PROCESSUAL OU DE AGIR.................................................................................05
7. LEGITIMIDADE DAS PARTES...................................................................................................05
8. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO.................................................................................06
9. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO.............................................................................................06
CONDIÇÕES DA AÇÃO
TEORIAS DA AÇÃO
TEORIA CONCRETISTA
Esta teoria é também chamada de Teoria Concretista e foi desenvolvida por Adolf Wach.
Segundo esta corrente doutrinária, o direito de ação consistiria no direito a um provimento
jurisdicional favorável. Nas palavras de Alexandre Câmara, "defendem seus adeptos que a ação
seria o direito de se obter em juízo uma sentença favorável". Desta forma, somente a decisão que
reconhecesse ser o autor detentor do direito material que alegou ter em sua demanda denunciaria o
legítimo exercício do direito de ação.
Também chamada de Teoria do Direito Abstrato de Agir, cujos adeptos defendem que o
direito de ação seria o direito a um provimento jurisdicional, independente do seu resultado. Nesse
diapasão, seus seguidores conceituam o direito de ação como o direito a um provimento
jurisdicional, o direito de provocar a intervenção do Poder Judiciário, implementando e efetivando a
heterocomposição dos conflitos de interesses. Para o desenvolvimento do estudo aqui proposto,
adotaremos a Teoria Abstrata do Direito de Ação.
TEORIA ECLÉTICA
Teoria desenvolvida por Liebman e adotada pelo nosso Código de Processo Civil. Na mesma
esteira de raciocínio da Teoria Abstrata, a Teoria Eclética desvincula o direito de ação da existência
de um direito material ou da obtenção de um provimento favorável. Outrossim, restringe o direito
de ação a existência de algumas condições, as chamadas condições da ação, cuja ausência
implicaria a extinção do feito sem exame do meritum causae.
No sistema do CPC, o autor é o polo ativo, é aquele que se diz titular de direitos e requer
proteção da justiça, ao passo que o réu, é o polo passivo, aquele a quem caiba cumprir obrigações
decorrente do pedido ou objeto da ação. O artigo sexto do CPC, o autor deve ser o titular da
situação jurídica afirmada em juízo e a outra parte legítima no processo, o réu, é preciso que haja
relação de sujeição à pretensão do autor.
Forma-se a relação jurídica processual entre autor e Juiz, de forma angular, com a
propositura da demanda. No entanto, esta somente se completa quando o réu integra a lide, após ser
citado, formando, assim, a figura triangular da relação jurídica processual, já que entre autor e réu
existe o dever de boa-fé e lealdade processual.
A relação jurídica processual deve ser composta pelas mesmas partes que compõem a
relação jurídica de direito material que originou a lide. Sendo assim, autor e réu devem ter uma
relação jurídica de direito material que os una para que sejam partes legítimas para integrarem a
relação jurídica processual. Outrossim, como exceção a esta regra tem-se os casos de legitimação
extraordinária previstos em lei, nos quais uma parte pleiteia, em nome próprio, direito alheio, a
exemplo dos casos de substituição processual, na forma do art. 8º, III, da Constituição Federal.
Existe também a chamada legitimação extraordinária, situação em que os sujeitos da lide
não são os sujeitos do processo, como por exemplo, o acionista majoritário que em nome próprio
pode demandar em favor da sociedade ou o marido que tem legitimidade para promover, em nome
próprio, ações em prol dos bens da mulher no regime dotal ou a legitimidade que possui o credor da
falência para promover, em favor da massa, ação revocatória de bens alienados no período suspeito.
Concluindo, a legitimidade é uma atribuição específica para agir concretamente, conferida
exclusivamente pelo direito objetivo aos titulares da lide, podendo, às vezes, ser conferido a outras
pessoas que não integram diretamente a relação jurídica afirmada em juízo.
Pressupõe por possibilidade jurídica que o pedido está previsto em lei é porque não é
vetado, o que não quer dizer que se não houver previsão legal o pedido seja considerado impossível,
pois o legislador, quanto a este assunto, vale-se do princípio da liberdade jurídica, em que é lícito
pedir se não há vedação legal.
Porém, o melhor entendimento seria o de que não existe pedido juridicamente impossível.
Pode haver, sim, uma pretensão deduzida em juízo que não tenha guarida no ordenamento jurídico,
o que equivale a dizer que o demandante não tem o direito material alegado.Vale ressaltar que a
doutrina costuma tratar a possibilidade jurídica do pedido como uma das nuances do interesse de
agir. Neste sentido VICENTE GRECO FILHO, em seu Manual de Direito Processual Civil
Brasileiro, ao tratar da possibilidade jurídica do pedido:
CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. Rio de Janeiro : Lumen Juris, 2004, Vol. I, 10ª
ed.
FILHO, Vicente Greco. Direito Processual Civil Brasileiro. São Paulo : Saraiva, 2003, 17ª ed., 1º vol.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2004, Volume
III, 31ª ed.