Professional Documents
Culture Documents
Ministrante: Jardel
Teresina
Março - 2011
Fala de justiça, é comprometer-se com outras questões afins, quais sejam, as
questões sociais, politicas, retóricas, por isso, Aristóteles também se lança na análise
pontual do problema da justiça, dedicando algumas páginas de seus principais textos, seu
tratamento, sem se falar no diálogo de autenticidade duvidosa intitulado Acerca da justiça.
Não somente o conhecimento do que seja justo ou injusto faz do indivíduo um ser mais ou
menos virtuoso, praticamente. Ciência preocupa-se com os desdobramentos individuais e
sociais dos comportamentos humanos. Pode-se dizer, os conceitos éticos e políticos
aparecem condicionados um pelo outro.
Aquele que contraria as leis contraria a todos que são por elas protegidos e
beneficiados; aquele que as acata, serve a todos que por elas são protegidos ou,
beneficiados. O justo total é a observância do que é regra social de caráter vinculativo. O
hábito humano de conformar as ações ao conteúdo da lei é a própria realização da justiça
nesta acepção, justiça e legalidade são uma e a mesma coisa, nesta acepção do termo. O
justo particular corresponde a uma parte da virtude, e não à virtude total, como ocorre com
o justo universal ou total. A justiça particular refere-se ao outro singularmente no
relacionamento direto entre as partes diferenças fundamental que permite encontrem-se as
fronteiras de aplicação terminológica entre a justiça em sua acepção particular e em sua
acepção universal.
Esclarecido a noção de justo politico e seu alcance, deve-se dizer que se trata de um
conceito abrangente de outras duas formas de justo, a saber, o justo legal, que corresponde
à parte das prescrições vigentes entre os cidadãos, e o justo natural, parte que encontra sua
fundamentação não na vontade humana preceituada, mas na própria natureza.
O justo natural é aquele que por si próprio por todas as partes possui a mesma
potência e que não depende, para sua existência, de qualquer decisão, de qualquer ato de
positividade, de qualquer opinião ou conceito. O justo legal constitui o conjunto de
disposições vigentes na cidade que têm sua existência definida pela vontade do legislador.
Tem por objeto tudo aquilo que poderia ser feito das maneiras asmais variadas possíveis,
mas uma vez que foi convencionada legislativamente, é esta que se deve obedecer.
Para Aristóteles, amizade estão estreitamente ligadas, podendo-se mesmo dizer que
a primeira é que se mostra como sendo o verdadeiro liame que mantém a coesão de todas
as cidades-estado. Se comparadas, uma e outras, aquela há de ser colocada como o
verdadeiro assento da paz nas relações entre as diversas cidades-estado, motivo pelo qual
se deve dizer que a amizade concorre preventivamente para o bem do convívio social. A
sociabilidade e a politicidade são da natureza humana, é a amizade a realização de todo
contato que une os membros de um único corpo social.
A justiça é entendida como sendo uma virtude, e, portanto, trata-se de uma aptidão
ética humana de eleger comportamentos para a realização de fins. Tudo parte da reflexão
que faz do homem um ser gregário, e isto por natureza. É certo que a cidade, na acepção
que Aristóteles confere ao termo, não é qualquer comunidade de homens; é, sim, uma
comunidade humana soberana e autossuficiente, autárquica, com vistas ao melhor e não
simplesmente à satisfação das necessidades básicas de subsistência. Justiça e injustiça são
questões atenentes ao campo da razão prática. Aristotelicamente, virtude ética, e nada
mais. Seu campo é o da ponderação entre dois extremos, o da injustiça por carência e o da
injustiça por excesso. Pode-se dizer ainda que a justiça também não é única; Aristóteles
distingue suas espécies para melhor compreender o fenômeno em sua integralidade, e de
modo a recobrir todas as aparições conceituais possíveis da justiça.