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RESUMO
Com o aumento da competição a nível global, expresso nas rápidas
inovações tecnológicas, à proliferação de produtos e serviços, à
crescente escassez de recursos humanos capacitados, tem obrigado as
empresas a um desenvolvimento sisttemático e diário com o objetivo de
se destacarem e até mesmo, sobreviverem no mercado. O trabalho foi
realizado numa pequena indústria de montagem de esquadria de
alumínio e vidros, tendo como produtos: janelas de alumínio, portões
automáticos de ferro e alumínio, estrutura metálicas para quadra de
esporte, box, e produtos customizados de vidros. O objetivo foi analisar
o processo de atuação estratégica, gerencial e operacional a partir da
integração dos Sistemas de Gestão Ambiental (NBR ISO 14000),
Gestão da Qualidade Total (NBR ISO 9001) e Saúde e Segurança (BS
8800 e Normas Regulamentadoras Brasileiras). A metodologia
utilizada compreendeu a coleta de dados, através das observações
diretas e indiretas na empresa e entrevistas semi-estruturadas com
seus colaboradores.
Os resultados apontam que na empresa analisada se faz um trabalho
mais efetivo na integração dos sistemas de gestão ambiental e de
segurança e saúde do trabalho com foco na promoção de melhorias em
relação à degradação do meio ambiente e nas condições de trabalho. E
relevante ressaltar que existe a necessidade de maior atenção ao
sistema de Qualidade, visto a não obrigatoriedade de uma certificação,
entretanto para assegurar sua sobrevivência deve estabelecer
estratégias na área de produção, vendas e finanças além de
empregarem métodos e técnicas destinadas à adoção de um modelo de
gestão da qualidade.
XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008
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XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008
1 – INTRODUÇÃO
Atualmente, as organizações devem estar preparadas para absorver mudanças culturais,
tecnológicas, econômicas e sociais de forma rápida e eficiente em um mercado competitivo,
assim, necessitando de uma verdadeira evolução nos processos produtivos e administrativos.
Em decorrência da competitividade crescente entre as empresas, a qualidade sob a ótica do
cliente passa a ser um fator de sucesso empresarial. Para sobreviver ao atual ambiente de
negócios turbulento e dinâmico as empresas devem ter reações cada vez mais rápidas, sempre
direcionando suas ações de forma a manter-se firme aos seus objetivos estratégicos.
Nesse sentido, a implantação dos sistemas de gestão integrados objetiva a gestão dos recursos
organizacionais de forma eficiente, assumido papel fundamental para a empresa,
independentemente de seu porte. Ressalta-se ainda que uma gestão integrada contribui para o
incremento da capacidade de inovação em relação aos seus concorrentes.
Com base no exposto, o presente estudo objetiva analisar o processo de atuação estratégica,
gerencial e operacional a partir da integração dos Sistemas de Gestão Ambiental, Gestão da
Qualidade Total e Saúde e Segurança numa pequena empresa de esquadrias de alumínio e
vidros. A análise considerou os parâmetros definidos pelas normas NBR ISO 14000, NBR
ISO 9000 e BS 8800.
Um sistema de gerenciamento integrado tem a capacidade de auxiliar na tomada de decisões
estratégicas e tático-operacionais relacionadas ao fluxo de produtos e informações ao longo
do processo produtivo, levando em consideração as restrições e custos existentes no sistema.
2 – A NORMATIZAÇÃO
2.1 – Sistema de gestão de qualidade
A preocupação com a qualidade, no sentido mais amplo da palavra, começou com W. A.
Shewhart, estatístico norte-americano que, já na década de 20, levantava questionamentos
acerca da qualidade e variabilidade encontrada na produção de bens e serviços. Longo (1996).
Shewhart desenvolveu um sistema de mensuração dessas variabilidades que ficou conhecido
como Controle Estatístico de Processo (CEP). Criou também o Ciclo PDCA (Plan, Do, Check
e Action), método essencial da gestão da qualidade, que foi amplamente difundido por W. E.
Deming, vindo a ser conhecido como Ciclo Deming da Qualidade.
O entendimento de Qualidade resulta de sua própria evolução enquanto acontecimento, este
resultante de contribuições da estatística, teoria de sistemas, estratégia, marketing, finanças
etc. No âmbito organizacional tem como propósito a melhoria contínua, mediante adoção de
princípios e políticas voltadas ao atendimento de expectativas dos consumidores e parceiros,
além de atenção a sociedade, seja com a adoção de uma gestão de processos, estabelecimento
de ambientes de trabalho satisfatórios, entre outras medidas adequadas a implantação de um
sistema integrado de gestão da qualidade, ambiental e segurança e saúde no trabalho.
É cunhado ainda nessa evolução o termo qualidade total, sendo abordado por Kotler (2000),
seis atributos ou dimensões básicas que lhe conferem características de totalidade, sejam elas:
qualidade intrínseca, custo, atendimento, moral, segurança e ética.
Por qualidade intrínseca entende-se a capacidade do produto ou serviço de cumprir o
objetivo ao qual se destina. A dimensão custo tem, em si, dois focos: custo para a organização
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do serviço prestado e o seu preço para o cliente. Portanto, não é suficiente ter o produto mais
barato, mas sim ter o maior valor pelo preço justo. A dimensão Atendimento contempla os
aspectos como local, prazo, quantidade e acesso que por si só demonstram a sua importância
na produção de bens e na prestação de serviços de excelência.
Por sua vez, Moral e segurança dos clientes internos de uma organização são fatores
decisivos na prestação de serviços de excelência, visto que funcionários desmotivados, mal-
treinados, inconscientes da importância de seus papéis na organização não conseguem
produzir adequadamente. Finalmente, a sexta dimensão do conceito de qualidade total, a
ética, é representada pelos códigos ou regras de conduta e valores que têm que permear todas
as pessoas e todos os processos de todas as organizações que pretendem sobreviver no mundo
competitivo de hoje.
Para Bateman e Snell (1998), sistema de gestão da qualidade extrapola a excelência do
produto, inclui a atratividade, ausência de defeitos, confiabilidade e segurança em longo
prazo. Dentro do contexto empresarial, o fator qualidade, mais precisamente a qualidade de
conformação, que seria o grau em que o bem é produzido segundo as especificações
estabelecidas pelo projeto, é visto não só como uma exigência do consumidor, mas também
como um fator de redução de custos, ou seja, quanto maior o número de produtos produzido
de acordo com as especificações, menor será o custo de perdas.
2.2 – Sistema de gestão ambiental
A gestão ambiental é motivada por uma mudança nos valores da cultura empresarial,
voltando-se para a parceria e substituição da ideologia do crescimento econômico para a
ideologia da sustentabilidade. Para Tachizawa (2004), envolve uma mudança do pensamento
mecanicista para o pensamento sistêmico e, por conseguinte, adoção de um novo estilo de
administração, conhecido como administração sistêmica, onde a percepção do mundo como
máquina cede lugar à percepção do mundo como sistema vivo.
Andrade et al. (2002) entendem por sistema de gestão ambiental um processo contínuo e
adaptativo, por meio do qual uma organização define (e redefine) seus objetivos e metas
relativas à proteção do ambiente e à saúde e segurança de seus empregados, clientes e
comunidade, assim como seleciona as estratégias e meios para atingir tais objetivos em
determinado período de tempo, por meio da constante interação com o meio ambiente
externo.
Nesse sentido Donaire (1999, p.58) apud Winter (1987) assinala seis razões principais pelas
qual um gerente deve aplicar um sistema de gestão ambiental:
a) Sem empresas orientadas para o ambiente, não poderá existir uma economia orientada para
o ambiente - e sem esta última não se poderá esperar para a espécie humana uma vida com o
mínimo de qualidade;
b) Sem empresas orientadas para o ambiente, não poderá existir consenso entre o público e a
comunidade empresarial - e sem consenso entre ambos não poderá existir livre economia de
mercado;
c) Sem gestão ambiental na empresa, esta perderá oportunidades no mercado em rápido
crescimento e aumentará o risco de sua responsabilização por danos ambientais, traduzida em
enormes somas de dinheiro, pondo dessa forma em perigo seu futuro e os postos de trabalho
dela dependentes;
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consumidores cliente.
e clientes O que quer o cliente tem Implantação de pesquisa de satisfação do
prioridade e atenção cliente.
Envolvimento Atribuição de Realização de definição de atribuições e
da mão-de- responsabilidades responsabilidades, envolvendo especialmente
obra o uso e manutenção dos equipamentos.
Organização de esforços Os projetos e produtos são inspecionados
pela equipe envolvida.
Estratégias desenvolvidas por Não adota o Diagrama de Similaridade.
similaridade
Introdução à ação Incremento de reuniões com as equipes
participativa técnica e administrativa.
Ações integradas de Incremento de reuniões com as equipes
envolvimento técnica e administrativa.
Quadro 1: Estratégias e ferramentas utilizadas na gestão da qualidade
Fonte: Adaptado de Paladini, Edson Pacheco. Gestão da Qualidade: teoria e prática. São
Paulo: Atlas, 2000, p. 221-264.
A consolidação do Sistema de Gestão da Qualidade tem ocorrido em função do
direcionamento estratégico da empresa. Observando-se as ferramentas implementadas e os
ganhos decorrentes deduze que esta alinhada com as estratégias da qualidade estas sustentam,
sistema de gestão. Entretanto, faz-se necessário a adoção de ferramentas específicas para o
planejamento, automação de processos na produção, estabelecimento de indicadores relativos
aos consumidores.
3.3 – Ações em SGA
A empresa optou por adotar o Programa de Prevenção de Risco Ambiental (PPRA),
regulamentado pelo Ministério do Trabalho – Portaria 3.214 de 08/06/78 e demais normas
regulamentadoras, como diretriz para sua política ambiental. Para tanto, o Plano de Ação
anual e suas revisões mensais compreendem ações de melhoria da gestão ambiental, sendo
incorporadas mudanças nas operações a partir do atendimento ou não das determinações das
normas regulamentadoras. Cabe a Gerencia Geral e equipes a análise crítica dos resultados
das intervenções planejadas, percebendo-se que na práxis da empresa uma proximidade
Modelo de Sistema de Gestão Ambiental (figura 1).
Verificou-se o cumprimento da NR-09, portaria no. 25 de 29/12/94 e publicação em 15/02/95,
entre os itens observados merecem destaque a adequação de iluminação na área de produção,
bem como o conforto térmico (ventilação adequada).
De acordo, com a NR 15, o nível de ruído ainda está acima do permitido; as tarefas por serem
diversificadas não ocasionam doenças ocupacionais devidas às repetições demasiadas; as
máquinas estão adequadas permitindo uma postura correta do trabalhador; e a freqüência de
risco é eventual.
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Ações em Ações em
SGQ SGA
Resultados
mais
efetivos
para a
Ações de Ações
Saúde de
Ocupacional SST
Neste trabalho o Sistema Integrado de Gestão (SIG) foi definido como a integração dos
sistemas de gestão da Qualidade com o Meio Ambiente e com a Saúde e Segurança no
Trabalho. Essa integração têm como objetivo aprimorar a gestão da empresa com a obtenção
de informações em tempo real, agilizando assim o processo de tomada de decisões.
O estudo apresentado mostra a necessidade da incorporação do sistema integrado de gestão ao
sistema global de gerência da pequena empresa, por que procura possibilitar uma melhor
utilização dos espaços físicos, recursos humanos, recursos de informação e de comunicação,
planejamento, acesso e uso da legislação, induz a práticas não poluidoras bem como a
destinação dos recursos financeiros. Portanto, sua implementação contribuirá para a melhoria
do desempenho de toda a organização e do atendimento às partes interessadas. IDROGO
(2003, p.322)
A pesquisa evidencia que a implantação do SIG promoveu a redução de resíduos,
minimização de agressões ambientais, aumento de produtividade do sistema, melhor
aproveitamento da matéria-prima, além de otimização do desempenho organizacional como
um todo.
Percebe-se que os maiores desafios residem nos aspectos de mudanças comportamentais, não
restritas àqueles colaboradores diretamente ligados à produção, mas aos gestores. Também
muitas das ações empreendidas possuem investimentos financeiros passíveis de serem
assumidos a partir de um planejamento.
4 – CONCLUSÕES
Grande parte das discussões acerca de Sistema Integrado de Gestão volta-se a sua utilização
em corporações de médio e grande porte, diferentemente do estudo apresentado.
Consiste num ponto de reflexão as questões da implantação de ações inerentes ao
estabelecimento da qualidade aproximam-se a consciência dos gestores quanto a sua
importância para a sobrevivência no mercado, além de efetivar adequações em seu modelo de
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