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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE

DIAMANTINO – MATO GROSSO, ITINERANTE DE NOVA MUTUM,

PROCESSO N. 0005500-63.2010.5.23.0056

MADEVALE COMÉRCIO VAREJISTA DE


MADEIRAS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, devidamente inscrita
no CNPJ sob número 09.019.114/0001-58, com sede na Avenida
Amazonas, 2199S, bairro Menino Deus, Lucas do Rio Verde, Mato Grosso,
CEP 78.455-000, por seu advogado (mandado procuratório incluso), com
escritório profissional na Rua dos Cedros, 129N, centro, Nova Mutum, Mato
Grosso, CEP 78.450-000, onde receberá notificações e intimações
processuais futura, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência,
nos autos da Reclamação Trabalhista que lhe move EDSON CARLOS DA
SILVA, já qualificado no exordial, apresentar sua

CONTESTAÇÃO

com fulcro no artigo 847 da CLT, combinado com o artigo 300 do CPC,
pelos motivos de fato e de direito que passa a aduzir.
Rua dos Cedros, 129N, centro, Cep 78.450-000 Nova Mutum – MT
1 – RESUMO DA INICIAL

Conforme se infere na leitura da inicial, o


Reclamante foi admitido aos préstimos da Reclamada em 07 de Maio de
2009, para exercer a função de marceneiro, recebendo a quantia mensal de
R$ 1.700,00 (um mil e setecentos reais), calculado sobra a produção, com
salário fixo de R$ 707,00 (setecentos e sete reais). A demissão do obreiro
se deu por iniciativa do empregador, ou seja, sem justa causa em
07/12/2010, alegando que teria o empregador, “erroneamente, feito
constar no TRCT a data de 06/11/2008”.

Consta ainda na inicial que sua jornada de trabalho


iniciava-se das 06:30 às 11:00, e das 13:00 às 17:30 de segunda à
sábados, contudo, laborava extraordinariamente por três vezes na semana
até as 19:30. Embora residisse na própria empresa, cumpria horários que
lhe eram determinados pelo empregador. Alegando também que “por
ocasião do acerto, fizeram com que o obreiro assinasse 7 (sete)
cartões em branco, para que fossem utilizados posteriormente”. Ainda
quanto às horas extraordinárias, alega que os direitos à horas extras, não
foram corretamente pagas, pois se somadas aos valores indicados nos
demonstrativos de pagamento de salário, as horas extras superavam as 46
horas extras mensais, contudo, “ apresentavam o pagamento de apenas
36 horas”.

Alegou também na inicial que na rescisão de


contrato, não se contabilizou uma hora sequer, sendo devido os reflexos

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das horas extras sobre todo o período, inclusive com a incidência nas
verbas rescisórias.
Alegou também, que o empregador não efetuou o
pagamento do aviso prévio, alegando que o obreiro teria laborado
ininterruptamente desde 07/10/2009 à 07/12/2009, sendo essa sua data de
saída. Alegando ainda, que o obreiro não teria recebido seu 13. Salário e
as férias proporcionais do período laborado, no que pede o pagamento
dobrado desse salário, com integração das comissões, e horas extras.

Ainda na inicial, alega que o reclamante faz jus ao


direito de perceber multa dos artigos 477 e 467 da CLT, com a alegação de
que “Embora tenha entregado o TRCT não houve o pagamento correto
das verbas rescisórias e indenizatórias devidas além das diferenças
nele apontadas”.

O Reclamante afirmou fazer jus, ainda, ao


pagamento adicional de insalubridade, pois o trabalho do obreiro estava
relacionado a montagem de portas e janelas.

Na inicial o obreiro alega ter direito ao recebimento


das seguintes verbas trabalhistas:
1) Aviso prévio;
2) Adicional de insalubridade;
3) Diferença de férias proporcionais;
4) Diferença de 1/3 sobre férias;
5) Diferença do 13. Salário proporcional;
6) Multa do artigo 477 e 467 da CLT;

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7) Diferença de Horas Extras com acréscimo de
50% sobre todo o período;
8) Reflexo de horas extras sobre as diferenças
salariais de todo o período, e incidência nas
verbas rescisórias;
9) Indenização pelo seguro desemprego;
10) Diferenças de FGTS;
11) Honorários advocatícios em 20% (vinte por
cento).

Por fim, o Reclamante, deu à causa o valor de R$


15.377,67 (quinze mil trezentos e setenta e sete reais e sessenta e sete
sentavos).

2 – DA VERDADE DOS FATOS

Excelência, na inicial, o Reclamante torce a


verdade dos fatos, com o fim de obter locupletamento ilícito em desfavor da
Reclamada. Passa-se a narrar, então, como, na verdade, os fatos
ocorreram.

O Reclamante realmente foi contratado pela


Reclamada, como Marceneiro, para desempenhar serviços de montagem
de portas, no dia 07 de Maio de 2009, vindo a ser dispensado no dia 06 de
Novembro 2009, pois a empresa se encontrava com dificuldades de

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continuar suas operações no mercado, tanto que em Dezembro do mesmo
ano encerrou suas atividades.
O reclamante sempre executou suas atividades a
contento da reclamada, e para tanto, também, sempre recebeu seu
respectivo salário acordado, sendo que o motivo de sua dispensa se deu
apenas pelo encerramento das atividades da empresa.

I – QUANTO AO CONTRATO DE TRABALHO – (Jornada/salário)

Conforme narrado acima, a Reclamada efetuou a


contratação do reclamante em 07 de Maio de 2009, para trabalhar como
Marceneiro, na montagem de portas que seriam comercializadas pela
empresa, onde tinham de comum acordo ajustado o salário em R$ 707,00
(setecentos e sete reais), para trabalhar de segunda á sexta feira, das
07:00 às 11:00 da Manhã, e das 13:00 às 17:00, e nos sábados das 07:00
ás 11:00.

No dia 07 de Outubro de 2009 a empresa lhe


comunicou a sua rescisão através do Aviso Prévio (documento anexo), que
fora cumprido, inclusive com a redução de duas horas diárias em seu
horário normal de trabalho, sendo feito a rescisão do contrato de trabalho
no dia 06 de Novembro de 2010, onde foram pagas todas as verbas
rescisórias devidas de acordo com TRCT em anexo.
Contudo, o reclamante diz ter trabalhado até o dia
07/12/2010, para fazer jus ao seguro desemprego, pois ficou irritado
quando descobriu não ter direito a tal beneficio, pois o período trabalhado
seria inferior ao exigido para a concessão do mesmo. Tal fato na verdade
não desprende qualquer responsabilidade da reclamada, uma vez que

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apenas cumpriu corretamente com suas obrigações ao se negar a alterar a
data da rescisão para beneficiar o reclamante, por entender isso ser fraude
a tal instituto. Assim, só nos faz presumir que o reclamante teria a intenção
de se beneficiar de parcelas que não faria jus.

Quanto ao valor salarial, em sua inicial o


reclamante distorce completamente a verdade dos fatos primeiro alegando
que recebia R$ 1.700,00 (um mil e setecentos reais), valor esse que de
maneira alguma teria sido pago ou acordado, até mesmo porque a empresa
apenas utilizaria de seus serviços na montagem de portas comercializadas
na empresa, e não na fabricação de produtos para a venda, dessa forma
não dependia da fabricação das portas pelo obreiro para então vendê-las,
por isso não fora estabelecida quaisquer comissão ao reclamante.

Na verdade Excelência, conforme pode ser


comprovado através dos recibos de pagamentos salariais, o colaborador
recebia em média a quantia de R$ 707,00 (setecentos e sete reais),
acrescidos de horas extras, o que lhe rendia em média um vencimento
mensal de R$ 890,00 (oitocentos e noventa reais), conforme pode ser
verificar dos comprovantes em anexo.

II - HORAS EXTRAS

Quanto as horas extras cumpre salientar que o


horário normal cumprido pelo reclamante era das 07:00 às 11:00 e das
13:00 às 17:00 de segunda a sexta, e nos sábados das 07:00 às 11:00.

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Ademais, informa a Reclamada ao Juízo que,
compulsando-se os recibos de pagamento (documento em anexo) denota-
se facilmente que a afirmativa da exordial de que o obreiro nunca recebeu
as horas excedentes prestadas, trata-se, na realidade, de uma verdadeira
ilação que é flagrantemente desmentida pela prova documental carreada
aos autos, senão vejamos.
De acordo com os recibos de pagamento, todos
devidamente assinados pelo Reclamante, vislumbra-se que no período
contratual o mesmo recebeu horas extras em todos os meses em que
efetivamente trabalhou no horário excedente à sua jornada contratual
como demonstra uma amostragem feita em alguns meses de trabalho,
senão vejamos:
Mês - Quantidade Valor pago
Maio/2009 - horas extras 30 R$ 152,72
Maio/2009 – horas extras RSR 06 R$ 30,54
Junho/2009- horas extras 31 R$ 157,82
Junho/2009- horas extras RSR 4,77 R$ 24,28
Julho/2009- horas extras 30 R$ 154,26
Julho/2009- horas extras RSR 4,62 R$ 23,73
Agosto/2009 – horas extras 30 R$ 154,26
Agosto/2009 – horas extras RSR 06 R$ 30,85
Setembro/2009 – horas extras 31 R$ 159,39
Setembro/2009 – horas extras RSR 6,20 R$ 31,88
Outubro/2009 – horas extras 30 R$ 154,26
Outubro/2009 – horas extras RSR 06 R$ 30,85

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Ressalta-se que a empresa reclamante possuí
menos de 10 (dez) funcionários, e de acordo com o artigo 74 § 2 º da CLT,
não tem obrigação de manter registro ponto, cabendo ao reclamante provar
as diferenças de horas excedentes pagas.

E ainda, Excelência, diante ao acima exposto da


inexigibilidade em manter o cartão ponto, reforça mais uma vez a inverdade
nas alegações de que a empresa tenha colhido as assinaturas do obreiro
em cartões ponto em branco, primeiro porque nunca utilizou cartões ponto,
nem mesmo possui relógio ponto.

III - DAS MULTAS PREVISTAS NOS ARTIGOS 467 e 477 DA CLT

As multas pleiteadas pelo Reclamante não se


aplicam ao presente caso. A primeira (artigo 467), porque a Reclamada
reforça que de maneira alguma houve controversa nos montante das
verbas rescisórias, que foram pagas na forma correta.

A segunda (477), porque foram pagas as verbas


rescisórias, respeitando rigorosamente os prazos previstos no § 6º do artigo
477, conforme se vê do multicitado TRCT, anexo à presente defesa.

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IV – DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

O pedido de adicional de insalubridade deve


ser julgado totalmente improcedente, pois ao contrário do que diz a peça
inicial, o Reclamante não laborou em ambiente insalutífero, o mais mínimo
que seja, que justifique o pagamento do adicional.

Impugnam-se, por ausentes, os agentes e o


grau pretendido, que sequer foi demonstrado na inicial, menos ainda nos
cálculos obscuros.

Além do que, é sabido que a Reclamada


sempre forneceu os EPIs quando necessários à realização dos trabalhos,
que o Autor utilizava regularmente. Estes equipamentos eram totalmente
eficientes e capazes de elidir a presença eventual de agentes insalubres.

Entretanto, se outro for o entendimento,


perícia técnica deverá ser instalada a cargo do Autor sucumbente, para a
comprovação das alegações supra e, se eventual grau restar determinado,
requer seja tomado como base o salário mínimo, como preceitua o artigo
192 da CLT, os Enunciados 137 e 228 do C. TST, bem como entendimento
da jurisprudência dominante.

V – DO CÁLCULO APRESENTADO NA INICIAL


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Impugna a reclamada os cálculos
apresentados pelo reclamante, eis que unilaterais e totalmente fora da
realidade. Assim, requer-se a não aceitação dos cálculos do reclamante
eis que aleatórios e equivocados. E, apenas “ ad cautelam”, requer a
reclamada que, em caso de alguma verba ser deferida ao reclamante, que
o cálculo da mesma se faça por regular processo de execução em respeito
ao princípio do contraditório e da ampla defesa.

VI – DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Não há que se falar em honorários


advocatícios em 20% como pretendido na inicial, bem como em qualquer
percentual.

A Reclamada contesta o pedido de


honorários advocatícios, face aos termos do Enunciado nº 329 da lavra do
E. Tribunal Superior do Trabalho, que confirma a tese do Enunciado nº 219,
do mesmo Alto Pretório. 

VII – COMPENSAÇÃO

Invoca a Reclamada, por cautela, o instituto


da compensação previsto no artigo 767 da CLT, com relação às verbas já
pagas, que venham a ser deferidas ao Reclamante.

3 - DO PEDIDO

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Ante ao exposto requer-se:

I – A total improcedência da Reclamatória


Trabalhista, reconhecendo a inexistência de qualquer
verba a ser paga pela Reclamada ao Reclamante;

Provará o que for necessário, usando de todos os


meios permitidos em direito, em especial pela juntada de documentos,
oitiva de testemunhas e outros que se fizerem necessários.

Nestes termos,

Pede e espera deferimento.

Nova Mutum – MT, 05 de Agosto de 2010.

EDUARDO MACHADO
OAB/MT 13.065

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