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1 – INTRODUÇÃO
A população carcerária
Uma pesquisa feita em 1964, demonstra que 90% dos ex-detentos pesquisados
procuram emprego nos dois primeiros meses, após libertado. Depois de
encontrarem fechadas as portas, voltaram a praticar o crime. Estudos mostram
que 70% daqueles que saem da cadeia, reicidem no crime. Mais uma vez é
necessário lembrar, que embora este numero tenha sido apresentado em 1964,
a realidade hoje ainda continua sendo esta, pois a sociedade teme em ocupar
dos serviços de uma pessoa que possui passagem pela policia, tendo cumprido
pena.
FOCAUT, nos mostra que as causas das rebeliões, não difere das nossas
atuais:
Quem quiser tem toda a liberdade de ver nisso apenas reivindicações cegas ou
suspeitar que haja aí estratégias estranhas. Tratava-se bem de uma revolta, ao
nível dos corpos, contra o próprio corpo da prisão. O que estava em jogo não
era o quadro rude demais ou ascético demais, rudimentar demais ou
aperfeiçoado demais da prisão, era sua materialidade medida em que ele é
instrumento de vetor de poder; era toda essa tecnologia do poder sobre o
corpo, que a tecnologia da “alma” – a dos educadores, dos psicólogos e dos
psiquiatras – não consegue mascarar nem compensar, pela boa razão de que
não passa de um de seus instrumentos. É desta prisão, com todos os
investimentos políticos do corpo que ela reúne em sua arquitetura fechada que
eu gostaria de fazer a história. Por puro anacronismo? Não, se entendemos
com isso fazer a história do passado nos termos do presente. Sim, se
entendermos com isso fazer a história do presente
Alimentação
Trabalho
Além do mais, isso é considerado uma ofensa ao direito à vida e à honra das
pessoas, a questão do duplo grau de culpa ou dolo nas condutas ilícitas. Nesse
duplo grau, encontra-se a figura do advogado. Quem tem bom advogado tende
a receber punição mais branda em relação a quem não dispõe de meios
econômicos para sua defesa. O processo criminal do réu pobre corre mais
rápido que o do delinqüente ou inocente com poder econômico. A assistência
jurídica é de direito de todos os presos, mas parte destes são de classe baixa,
tendo que esperar o serviço de assistência gratuita, que possui um numero
muito baixo de defensores públicos, o que não resta a estes esperar por uma
oportunidade. No sentido da assistência social, o preso deve receber amparo
para ser preparado para sua liberdade. O assistente social deverá realizar
trabalhos, para instruí-lo como na conquista de um emprego, na regularização
de documentos e na sua socialização. Atualmente, o numero de assistentes
também é muito baixo, sendo que os serviços muitas vezes são prestados por
voluntários como jovens, religiosos e alguns outros que sente compaixão pelo
detento.
CONCLUSÃO
Feito este estudo, através de pesquisas e assim podendo criar meu trabalho
acadêmico, pude concluir que nosso país possui um sistema prisional falido e
longe de poder adequar, de poder proporcionar segurança a nossa sociedade.
As prisões que teriam por objetivo corrigir, tornam cada vez mais uma fabrica
de delinqüentes, e também colabora para a corrupção de nossos servidores.
Pude notar sim, que muitas mudanças ocorreram da antiguidade para o
presente. Mas mudanças não muito benéficas, a não ser o fato de não existir
mais pena de morte, o que violaria nossa Constituição. Mas o que de proveito
ocorreu? Os poderosos continuam a mandar, continuam a impor regras sobre
os mais fracos, e o Estado somente dita regras, e não fiscaliza o poder por ele
demandado.
A sociedade não acredita mais que está segura, pois de dentro das maiores
penitenciarias, consideradas de segurança máxima, assassinos e criminosos
comandam o crime lá de dentro.
Este é o retrato do Brasil para mim. Um país sem dono, como um filho sem
pai para educá-lo e corrigi-lo.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFIA
BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e das Penas. 2ª ed. rev. e atual. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 1997.
“Temos como urgências a delegacia da Lapa, Pinhais, Ponta Grossa, Arapongas, o 9º e o 12º
distrito”, afirma. No Paraná, a subdivisão de Londrina, a delegacia de Paranaguá, Pinhais, Lapa
e o 9º, 11º e 12º distrito já foram interditados, alguns mais de uma vez, e muitos ainda
continuam funcionando. A delegacia de Paranaguá tem capacidade para 27 pessoas, mas
comporta atualmente cerca de 270 presos. “Esta cadeia pública exemplifica o que não se deve
fazer nunca. Infelizmente, esta não é uma exceção mas uma regra geral em todo o estado”,
lamenta o presidente da OAB/PR, José Lucio Glomb.
Entre as medidas apontadas como alternativas, para minimizar problema, estão a atuação
efetiva do poder executivo e da defensoria pública, com um corpo técnico trabalhando para a
melhoria do sistema carcerário, um canal de comunicação aberto entre as secretarias de
segurança pública e da justiça e cidadania e a atuação conjunta do poder judiciário e do
Ministério Público.
A criação de 6 mil vagas no sistema penitenciário é um dos objetivos do governo Beto Richa
estabelecidos para o período 2011 a 2014, informou nesta quarta-feira (12) a secretária de Estado da
Justiça e Cidadania, Maria Tereza Uille Gomes, no Palácio das Araucárias. A secretária também listou
medidas emergenciais para desafogar, de início, o sistema prisional do Estado do Paraná.
De imediato, informou a secretária, foi criado um grupo de trabalho entre a Secretaria da Justiça (Seju), a
Secretaria de Segurança Pública, Ministério Público e o Poder Judiciário para montar um banco de dados
e um diagnóstico da situação nos distritos policiais e penitenciárias do estado. “Primeiramente, toda ação
depende de um diagnóstico. Com esses números, poderemos entender a situação e tomar as atitudes
cabíveis”, afirmou Maria Tereza.
ALTERNATIVA - Com base no banco de dados, a equipe poderá executar um projeto para a construção
de galpões industriais e alojamentos para abrigar os presos em regime semi-aberto, criando assim,
aproximadamente mil novas vagas, já no ano de 2011. “A minha intenção é verificar a implantação de
regime semi-aberto de maneira descentralizada no interior do estado. Alguns municípios mostraram
interesse na instalação de unidades do regime”.
Atualmente, três novas unidades penitenciárias estão em obras: em Maringá, Cruzeiro do Oeste e
Piraquara. Elas estão sendo executadas com recursos do estado, deverão ser entregues este ano e
abrirão outras vagas para reduzir o número de presos nas delegacias do estado.
A secretária informou ainda, que está em trâmite o repasse pelo Ministério da Justiça de R$ 79 milhões,
para a execução de obras das Casas de Custódia. O projeto arquitetônico será levado a Brasília nos
próximos dias.
Maria Tereza destacou a necessidade de integração entre todos os responsáveis pela ação penal, e
levantou a questão da regulamentação da Defensoria Pública. Adiantou que o projeto está em análise
para possíveis adequações. “Em caráter emergencial, precisamos da institucionalização da Defensoria
Pública. Ela será importante para oferecer um apoio jurídico adequado”, destacou a secretária.
Maria Tereza Uille Gomes acrescentou ainda a necessidade da realização de concursos públicos para a
ampliação do quadro efetivo dos agentes e servidores administrativos, visando potencializar a estrutura,
hoje composta por 4.500 servidores para 14 mil presos no sistema penitenciário.