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MÁQUINAS AGRÍCOLAS
9°PERÍODO
Anápolis - GO
NOVEMBRO/2010
DANIEL MAX LEONÍDIO
Anápolis – GO
NOVEMBRO/2010
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Sumário
Professor: Elton Fialho dos Reis ..............................................................................................................................................3
COLHEITA ..............................................................................................................................................................................................5
Colheita de cana inteira ..................................................................................................................................................................6
Colheita de cana picada ..................................................................................................................................................................8
CORTE DE BASE DAS COLHEDORAS ....................................................................................................................................11
Perdas provocadas pela colheita mecanizada .................................................................................................................12
Classificação das colhedoras .....................................................................................................................................................12
Componentes e fluxo da cana-de-açúcar ............................................................................................................................13
Componentes ...............................................................................................................................................................................13
Sistema de Corte de Pontas .............................................................................................................................................14
Divisor de Linhas ..................................................................................................................................................................14
Cortador de Base...................................................................................................................................................................14
Rolo Alimentador..................................................................................................................................................................15
Rolo Tombador ......................................................................................................................................................................15
Sistema do Picador...............................................................................................................................................................16
Cesta do Elevador .................................................................................................................................................................16
Extrator Primário .................................................................................................................................................................17
Elevador.....................................................................................................................................................................................17
Extrator Secundário ............................................................................................................................................................18
Fluxo da cana-de-açúcar ........................................................................................................................................................19
ENSAIOS...............................................................................................................................................................................................19
- Comprimento médio e diâmetro dos colmos ...........................................................................................................19
- Densidades médias de colmos e de matéria estranha vegetal por metro lineal ....................................19
- Porte do canavial .....................................................................................................................................................................20
- Teor de água do solo .............................................................................................................................................................20
Desempenho operacional ...........................................................................................................................................................21
1. Capacidade de colheita ......................................................................................................................................................21
2. Qualidade de processamento do produto ................................................................................................................22
3. Funcionalidade mecânica .................................................................................................................................................23
SISTEMA DE TRANSPORTE .......................................................................................................................................................23
Referências Bibliográficas ..........................................................................................................................................................25
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A CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR
A cana-de-açúcar (Sacharum officinarum L.) pertencente à família das gramíneas, desde a
época do descobrimento do Brasil, é considerada uma das culturas mais importantes em termo
sócio-econômico.
O Brasil é considerado o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e o único país do
mundo a produzir em larga escala um combustível alternativo aos derivados do petróleo. Segundo o
JORNALCANA (2005), na safra 2004/2005, foram produzidas 380 milhões de toneladas de matéria
prima, num total de 24 milhões de toneladas de açúcar e 14 bilhões de litros de álcool. Assim, o
agronegócio sucroalcooleiro movimenta cerca de R$ 40 bilhões por ano, o que corresponde a
aproximadamente 4% do PIB nacional, gerando 3,6 milhões de empregos diretos e indiretos.
Atualmente, o parque sucroalcooleiro nacional possui 326 indústrias em atividade, sendo 220 na
região Centro-Sul, 76 na região Norte-Nordeste, as quais sustentam mais de 1.000 municípios
brasileiros e ainda conta com 30 projetos em andamento.
O Brasil, devido as suas dimensões continentais, proporciona à cultura canavieira as mais
variadas condições climáticas. Possivelmente, é o único país do mundo com duas épocas de colheita
anual: uma no norte-nordeste (setembro-abril) e outra no centro-sul (maio-dezembro).
A cana-de-açúcar é plantada em sulcos a uma profundidade que varia entre 300 e 500 mm,
com espaçamento entre sulcos de 1,3 a 1,5 m. O primeiro corte é realizado aproximadamente a 18
meses, caso não seja usado maturadores químicos para forçar a maturação precoce. O ciclo da
cultura da cana-de-açúcar pode variar de 6 (cinco cortes) a 9 anos (oito cortes), dependendo das
condições de manejo adotadas.
Existem diversas características que são desejáveis nas variedades de cana-de-açúcar:
• Produtividade elevada;
• Elevado teor de sacarose;
• Boa brotação e longevidade das socas. No caso de brotações tardias será comprometida a
uniformidade de maturação do canavial;
• Rápido desenvolvimento inicial e adequado fechamento de entrelinhas para minimizar a
competição com plantas daninhas;
• Colmo uniforme e com diâmetro médio suficiente para impedir a quebra de ponteiros, devido à
ação do vento;
• Variedades que apresentem perfilhamento ereto, que favorecerão o corte. O excessivo
acamamento ou tombamento pode provocar enraizamento de colmos, quando em contato com a
superfície do solo; e apresentar espalha fácil ou natural para favorecer a colheita de cana crua.
• Florescimento adequado para a variedade, pois, se excessivo poderia provocar perdas na
qualidade da matéria prima, em virtude dos efeitos da isoporização dos colmos, aumento da
percentagem de fibra, diminuição do caldo extraído pelas moendas e paralisação do
desenvolvimento vegetativo dos colmos floridos;
• Boa tolerância às principais doenças e pragas.
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COLHEITA
A colheita da cana-de-açúcar pode ser realizada de forma manual, semi-mecanizada e
mecanizada.
O sistema manual é aquele onde tanto o corte como o carregamento do material são
realizados por mão-de-obra braçal.
O corte é realizado utilizando-se lâminas cortantes denominadas facões, podões ou folhões.
Normalmente é precedido da queima, que visa eliminar o excesso de palha para melhorar o
rendimento do corte. O rendimento do corte manual de cana crua é muito baixo, em torno de 2,5
toneladas de cana por homem dia e o do corte manual de cana queimada varia de 6 a 13 t homem-
1dia-1 no centro-sul. No nordeste e leste do Brasil varia de 5 a 7 t homem-1dia-1. Na Figura 1 é
apresentado mostrado a realização do corte manual.
Normalmente cada cortador corta simultaneamente 3,5 ou 7 linhas. O mais comum é levar 5
linhas de corte esteirando a cana transversalmente na linha central para evitar problemas com o
rastelo da carregadora.
Simultaneamente ou após o corte pode ser feito a operação de desponte, que objetiva
eliminar a ponteira da cana que apresenta menor teor de sacarose. Quando a cana destina-se a
fabricação de álcool não é necessário realizar a operação de desponte. O transporte do material
colhido é realizado por animais ou máquinas.
De maneira geral as carregadoras estão formadas por garra e empurrador. Na Figura 4 são
apresentados diversos tipos de empurradores, eles podem ser convencionais, flutuantes, copiasolo
e rotativos.
FIGURA 4 – Empurradores convencionais (a), flutuantes (b), copiasolo (c) e rotativos (d).
Esta colhedora tem como vantagens, eliminar o uso de carregadoras, depositando a cana
picada diretamente no sistema de transporte. Assim, o sistema de transporte apresenta-se mais
eficiente e melhor programado, e as interrupções na operação não provocam cana cortada e
deixada no campo sujeita a deterioração.
Infelizmente as perdas de açúcares são maiores neste tipo de colhedora, pois, os pedaços de
cana são deixados no campo junto com a palha. Parte do suco é perdido durante o processo de
corte, picagem e ventilação, e se o órgão picador não apresentar-se eficiente, o rachamento dos
rebolos resultará em deteriorações mais rápidas da matéria prima.
A eliminação da palha, folhas e da ponteira da cana-de-açúcar é muito importante, pois a
presença destas aumentam o índice de impurezas na matéria prima. As ponteiras têm baixo grau de
sacarose e seu suco de baixa pureza e alto grau de não açúcares, compromete a qualidade do açúcar
produzido. As folhas removem a sacarose do suco, aumentam a quantidade de fibra na matéria-
prima, promovendo desgaste dos rolos da moenda e aumentando o custo de processamento.
O sistema de limpeza da colhedora está formado pelo despontador (Figura 13), constituído
basicamente por dois discos ou tambores acionados por motores hidráulicos e dois extratores, um
primário e outro secundário, encarregados da extração de impurezas (Figura 14).
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Divisor de Linhas
Os divisores de linhas (Figura18), são projetados para ajudar na separação de linhas de
cana deitadas ou embaraçadas. Os rolos que levantam a cana funcionam com um movimento de
rosqueamento, que levanta a cana e separá-las das linha seguinte.
Cortador de Base
O cortador de base (Figura 19), é um conjunto de discos giratórios, em sentidos opostos,
com lâminas substituíveis projetadas para cortar a cana de forma limpa ao nível do solo sem dividí-
la. Eles direcionam o fluxo de cana para cima, dentro dos rolos de alimentação, com ajuda do rolo
levantador.
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Rolo Alimentador
Os Rolos Alimentadores (Figura 20), regulam a velocidade da cana através da colhedora e o
comprimento do tolete. A velocidade dos rolos alimentadores em relação à do picador determina o
comprimento do tolete, determinando um comprimento específico de cana por corte do picador. Os
rolos alimentadores carregam a cana desde o cortador de base até o picador e permitem que a
alimentação da cana seja feita de forma consistente no picador.
Rolo Tombador
Os rolos tombadores duplos (Figura 21), empurram a cana para frente antes de ela ser
cortada pelo cortador de base, permitindo que caia na posição ideal para alimentação para a
colhedora. Os rolos tombadores também separam a cana para que ela se alinhe à colhedora e entre
no gargalo de maneira uniforme. Esses rolos também ajudam a alimentar a cana acomodada em
grande quantidade no gargalo e para evitar que fique pendurada na frente da colhedora.
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Sistema do Picador
O sistema do picador (Figura 22), corta os toletes de forma limpa e uniforme, apanhando a
cana entre duas lâminas opostas e colocando-a no elevador. Este sistema é o mais importante no
controle de qualidade das amostras de cana.
FIGURA 22 – Picador.
Cesta do Elevador
A cesta do elevador (Figura 23), foi projetada para coletar os talos de cana do picador e
direcioná-los para a esteira do elevador.
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Extrator Primário
Usando um ventilador, o extrator (Figura 24), remove o entulho, folhas e sujeira da cana
conforme ela cai na cesta do elevador. As folhas e os detritos separados são direcionados para o
solo atrás da colhedora pela tampa do extrator primário. Essa é uma parte importante do processo
de limpeza.
Elevador
O sistema de elevador (Figura 25) conduz a cana para a parte traseira ou para os lados
esquerdo ou direito da colhedora para um sistema de transbordo. A base perfurada permite que o
material solto passe por ela, sendo este um recurso adicional do processo de limpeza.
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FIGURA 25 – Elevador.
Extrator Secundário
Esse é o estágio final do processo de limpeza. Conforme a cana cai da extremidade do
elevador no transporte, o extrator secundário (Figura 26), também usando um ventilador, remove
o material solto restante. Os detritos separados são direcionados para fora do transporte e da
colhedora pela tampa giratória do extrator secundário.
Fluxo da cana-de-açúcar
Os anéis coletores, localizados em cada lado do cortador de pontas, agrupam as pontas da
cana para alimentar a estrutura de suporte do cortador de pontas, localizado no centro do cortador.
Os divisores de linha separam então as fileiras de canas a camadas ou entrelaçadas. Os roletes de
derrubada empurram a cana para frente e para baixo no melhor ângulo de abastecimento da
colhedora. Os cortadores de base cortam a base dos talos. O rolo lançador envia então a cana para
cima e para dentro dos rolos de alimentação que regulam a velocidade da cana, determinando
assim o comprimento do corte dos toletes pelos picadores. Os picadores produzem toletes limpos e
uniformes ao cortar a cana entre duas lâminas opostas, desprendendo os toletes depois na cesta do
elevador. Deste ponto, os toletes são enviados ao elevador. Enquanto isso, o ventilador do extrator
primário retira os detritos, folhas e sujeira da cana, direcionando-os ao solo atrás da colhedora. O
sistema do elevador envia a cana para um sistema de armazenamento localizado na parte de trás,
esquerda ou direita da colhedora. Conforme a cana é depositada da extremidade do elevador para o
transporte, o material solto restante é removido pelo ventilador do extrator secundário no estágio
final do processo. Este resíduo é direcionado para fora do transporte e da colhedora pela tampa
giratória do extrator secundário.
ENSAIOS
Condições para os ensaios A condução de ensaio de máquinas colhedoras, deve ser
realizado nas condições encontradas em campo, buscando porte do canavial tendendo a ereto,
produtividade entre 80-100 t ha-1, espaçamento do plantio compatível com a bitola da máquina e
terreno em nível e sem obstáculos, além de contar com operadores com experiência e
conhecimento do processo de colheita.
A condição do canavial tem grande influência no desempenho operacional das máquinas,
por isso, há necessidade de se fazer uma caracterização geral do campo de ensaio. De acordo com
RÍPOLI (1996) deve-se conhecer:
separadamente. Por fim, determina-se a média aritmética e o desvio padrão dos dados obtidos,
sendo aceitável para os colmos um desviobpadrão de 15% e para as demais aceita-se 20%.
- Porte do canavial
Esta característica diz respeito a quantidade e a posição relativa em que os colmos se
apresentam em relação ao terreno.
O porte pode ser definido como, ereto, quando o ângulo formado por ele e a superfície do
terreno for igual ou maior que 45 graus, acamado, quando esse ângulo se encontra entre 22,5 a 44
graus, e deitado, quando o ângulo é menor que 22,5 graus.
Na determinação do porte do canavial deve-se coletar, aleatoriamente, 20 amostras em
diferentes fileiras de plantio. Em cada amostra, anota-se o número de colmos em cada condição,
contidos na distância abrangida pela base do triângulo disposto longitudinalmente na fileira do
plantio, como mostrado na Figura 27.
Desempenho operacional
O desempenho operacional de uma colhedora de cana-de-açúcar é entendido como o
conjunto de atributos que caracterizam o grau de habilitação da máquina para execução da
operação de colheita, sob determinadas condições operacionais. A caracterização do grau de
habilitação abrange vários aspectos que podem ser reunidos nos seguintes grupos:
1. Capacidade de colheita;
2. Qualidade do processamento do produto;
3. Funcionalidade mecânica.
1. Capacidade de colheita
A capacidade de colheita tem sido definida como a quantidade de trabalho, que um conjunto
de máquinas é capaz de executar na unidade de tempo. Nas colhedoras de cana-de-açúcar, este
parâmetro é caracterizado por meio da capacidade efetiva, que pode ser do tipo líquida ou bruta, e
a capacidade operacional.
A capacidade efetiva líquida é a quantidade de matéria-prima processada pela máquina na
unidade de tempo, na parcela padrão de ensaio, quando obtida por cálculos e tendo como base o
parâmetro qualitativo denominado eficácia de manipulação, sendo calculada por meio da equação:
em que,
CEl - capacidade efetiva líquida, kg s-1;
Dc - massa média de cana na linha, kg m-1;
Ne - número de linhas por eito colhido pela máquina;
Vens - velocidade da máquina durante o ensaio, m s-1;
EM - eficácia de manipulação, %.
em que,
CEb - capacidade efetiva bruta, kg s-1;
We - produto colhido lançado no veículo de transporte durante o ensaio, kg;
Te - tempo cronometrado de ensaio, s.
em que,
COj - capacidade operacional de jornada, t h-1;
Qj - cana colhida em um dia de trabalho da máquina, t;
Tj - duração da jornada da máquina, h.
3. Funcionalidade mecânica
SISTEMA DE TRANSPORTE
Um dos fatores responsável pelo aumento do rendimento e redução do custo de produção é
o sincronismo entre a setor agrícola e o industrial no momento da retirada da cana do campo até a
chegada à usina. Por isso há necessidade de se utilizar meios de transportes mais eficientes.
O transporte da cana até a indústria pode ser rodoviário, ferroviário e hidroviário, sendo o
primeiro o mais utilizado no Brasil. No sistema rodoviário, dependendo do conjunto utilizado pode-
se transportar de 25 a 60 toneladas de cana por viagem. Para esse fim são utilizados caminhões
com dois eixos que transportam em média 10 toneladas de cana e com três eixos que transportam
em média 15 toneladas (Figura 28).
Também são muito utilizados os reboques tracionados por caminhão ou trator (Figura 29).
FIGURA 30 – Treminhão.
FIGURA 31 – Rodotrem.
Os Transbordos (Figura 32), consitem de unidades com Sistema de Levante Hidráulico, que
auxilia no transporte da cana seja ela picada ou inteira até os caminhões transportadores ou até a
indústria.
FIGURA 32 - Transbordo
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Referências Bibliográficas