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INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA1

Cinthia Lemke
Prof. Antônio César da Silva
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Administração/ Finanças (FIN 21) – Metodologia do Trabalho Acadêmico
08/11/04

RESUMO

Introdução à Macroeconomia diz respeito ao estudo dos principais fundamentos da política


macroeconômica, bem como seus objetivos e os recursos utilizados para alcançá-los.
Este estudo esclarece as principais dúvidas a respeito da macroeconomia, através de
uma análise simplificada de sua estrutura, dando ênfase a questões de curto prazo,
relacionadas com o nível de atividade, de emprego e de preços. Chegando a conclusão
de que sozinhas as políticas econômicas não são suficientes para alcançar os objetivos
macroeconômicos. Elas necessitam da intervenção do governo no sentido de regular a
atividade econômica e levar a economia ao pleno emprego.

Palavras-chave: Metas; Políticas; Mercados.

1 INTRODUÇÃO

A Macroeconomia, segundo Garcia e Vasconcellos (2002, p. 83), “[...] estuda a economia


como um todo, analisando a determinação e o comportamento de grandes agregados, tais como:
renda e produto nacionais, nível geral de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas
de juros, balança de pagamentos e taxa de câmbio”.

Assim sendo, a Macroeconomia faz uma abordagem global das unidades econômicas
individuais e de mercados específicos. Por exemplo, essa teoria considera apenas o nível geral de
preços, e não atende as mudanças dos preços dos bens das diferentes indústrias.

Neste estudo, pretende-se estabelecer os principais fundamentos da Macroeconomia, bem


como seus objetivos e os recursos utilizados para alcançá-los.

2 METAS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA

1
Este exemplo foi apresentado como avaliação do MÓDULO III da disciplina de Metodologia do Trabalho
Acadêmico no semestre 2002/2 e autorizado pela aluna para constar neste anexo.
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A política macroeconômica, como toda política possui metas a serem atingidas. Dentre essas
metas temos: alto nível de emprego, estabilidade de preços, distribuição da renda e crescimento
econômico.

O alto nível de emprego é importante, pois, dessa forma, as pessoas recebem um salário e
têm condições de adquirir mercadorias. Ao contrário, o desemprego gera pouca demanda, fazendo
com que os produtos permaneçam nas prateleiras. Logo, se não há procura de produtos, a produção
diminui e conseqüentemente o lucro também. Assim existe uma preocupação quanto ao nível de
emprego para que haja um equilíbrio entre a demanda e a oferta.

Um fator que influi na estabilidade dos preços é a tão famosa inflação. É ela a responsável
pelo aumento contínuo e generalizado no nível de preços. Contudo, aceita-se que um pouco de
inflação seja integrante dos ajustes de uma sociedade em crescimento, porque esse avanço
econômico dificilmente se realiza sem que ocorram elevações dos preços.

Enquanto que países em desenvolvimento enfocam a análise da inflação, os industrializados


preocupam-se com o problema do desemprego.

A distribuição justa de renda também é meta da macroeconomia, tanto em relação ao nível


pessoal quanto ao nível regional. Observa-se que a cada dia essa disparidade aumenta, ou seja, os
ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres, mais pobres. Mas, Garcia e Vasconcellos (2002, p. 86)
apontam que “[...] a renda de todas as classes aumentou. O problema é que, embora o pobre tenha
ficado menos pobre, o rico ficou relativamente mais rico [...]”.

Interessante é observar que o rico jamais perde, ao contrário, sua riqueza só aumenta. Talvez
está aí a forma de igualar a distribuição da renda, diminuindo daqueles que têm demasiadamente.

Quanto ao crescimento econômico têm-se dúvidas em relação a sua importância como meta
principal da política econômica. Tudo porque o crescimento econômico oferta à coletividade uma
quantidade de mercadorias e serviços maior que o crescimento populacional.

Juntamente com esse processo surgem novas indústrias, que trazem consigo poluição –
piorando a qualidade do meio ambiente – , aumento de renda – cuja redistribuição é em prol dos
mais ricos da população.
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Esse progresso econômico visa estimular a atividade produtiva a fim de aumentar o produto
nacional, fato que ocorre quando existe desemprego e capacidade ociosa.
3 INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA

Para atingir as metas citadas anteriormente a política macroeconômica possui alguns


instrumentos. São eles as políticas fiscal, monetária, cambial e comercial e de rendas, que envolvem
a atuação do governo.

3.1 Política Fiscal

Diz respeito aos instrumentos disponíveis pelo governo para a arrecadação de impostos e
contribuições, e o controle de suas despesas. Ela também é utilizada para estimular ou inibir os
gastos do setor privado.

Assim, se o objetivo é reduzir a taxa de inflação, as medidas fiscais empregadas são a


redução dos gastos da coletividade ou o aumento da carga tributária, o que inibe o consumo. Porém,
se a meta é o crescimento do emprego, aumentam-se os gastos públicos e diminuem-se os tributos,
elevando assim a demanda. Se o objetivo a atingir é a melhor distribuição da renda, então os
recursos utilizados devem se dar em benefício dos menos favorecidos. O governo passa, então, a
gastar em regiões mais atrasadas, impor impostos progressivos, ou seja, quanto maior o nível de
renda, maior a proporção paga do imposto em relação à renda, etc.

O Princípio da Anterioridade rege que a execução de uma medida só pode ocorrer a partir
do ano seguinte ao de sua aprovação pelo Congresso Nacional. Segundo este princípio
constitucional, a que toda política tributária deve obedecer, é proibido que as autoridades públicas
cobrem impostos ou contribuições no mesmo exercício financeiro em que a lei tenha sido
publicada.

3.2 Política Monetária

Nesta, o governo atua sobre a quantidade de moeda e títulos públicos, sendo os recursos
disponíveis a sua emissão, compra e venda de títulos, regulamentação sobre crédito e taxas de juros,
entre outros.
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Se o objetivo é controlar a inflação, por exemplo, compra-se títulos públicos, diminuindo o


estoque monetário da economia. Quando se anseia o crescimento econômico, o meio seria aumentar
o estoque de moedas.

Esta política não necessita obedecer o Princípio da Anterioridade e pode ser implementada
logo depois da sua aprovação. E é exatamente esta a vantagem da política monetária sobre a política
fiscal já que ambas representam meios diferentes para as mesmas finalidades – melhor distribuição
de renda, questão distributiva.

3.3 Política Cambial e Comercial

Ambas atuam sobre o setor externo da economia. A política Cambial diz respeito a ação do
governo sobre a taxa de câmbio. O governo fixa ou permite que a taxa de câmbio seja flexível,
através do Banco Central. A política Comercial refere-se aos instrumentos que estimulam as
exportações – estímulos fiscais e taxas de juros subsidiadas – e ao controle das importações – tarifas
e barreiras maiores.

3.4 Política de Rendas

Refere-se a interferência do governo na formação de renda, através do controle e


congelamento dos preços. Esse controle sobre os preços e salários é obtido através do combate ao
aumento persistente e generalizado nos preços, que é a inflação. As políticas antiinflacionárias
brasileiras são o salário mínimo, o congelamento de preços e salários etc.

4 ESTRUTURA DE ANÁLISE MACROECONÔMICA

A estrutura básica macroeconômica constitui-se de cinco mercados, que através de suas


ofertas e demandas determinam os agregados macroeconômicos. São eles:
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4.1 Mercado de Bens e Serviços

Determina o nível de produção agregada, bem como o nível geral de preços. Para Garcia e
Vasconcellos (2002, p. 90) “A idéia seria a de idealizarmos a economia como se ela teoricamente
produzisse apenas um único bem, que seria obtido através da agregação dos diversos bens
produzidos.”

O nível geral dos preços e do agregado da produção depende da demanda agregada –


consumidores, empresas, governo, setor externo – e da oferta agregada de bens e serviços. Para que
ao menos houvesse um equilíbrio de mercado, seria necessário que a oferta agregada de bens e
serviços fosse igual a demanda agregada de bens e serviços.

O mercado de bens e serviços define as variáveis de: nível de renda, produto nacional e de
preços, consumo, poupança e investimentos agregados e exportações e importações globais.

4.2 Mercado de Trabalho

Nesse mercado admite-se um único tipo de mão-de-obra, independente do grau de


qualificação, escolaridade, sexo etc. Ele determina os salários e o nível de emprego.

A oferta de mão-de-obra dá-se pelo salário e pela evolução da população economicamente


ativa. E a procura de mão-de-obra ocorre pelo seu custo à empresa e do nível de produção desejada
pela mesma. O equilíbrio nesse mercado se dá pela igualdade entre a oferta e a demanda de mão-de-
obra.

Esse mercado determina o nível de emprego e a taxa de salário.

4.3 Mercado Monetário

Existem em função de que todas as operações comerciais da economia são realizadas através
da moeda. Nele existe, portanto, uma demanda e também uma oferta de moeda – através do Banco
Central – , que juntas determinam uma taxa de juros. Aqui, a igualdade entre a oferta e a demanda
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de moeda é dá a condição de equilíbrio no mercado monetário. E é ele que impõem, além da taxa de
juros, o estoque de moeda.

4.4 Mercado de Títulos

Determina o preço dos títulos, por exemplo, do título público federal.

Ele analisa o papel dos agentes econômicos superavitários – que gastam menos e ganham
mais, podendo efetuar empréstimos – e dos agentes econômicos deficitários – que gastam mais que
ganham, que geralmente recorrem à empréstimos dos superavitários.

Quando a oferta de títulos se iguala a sua demanda, ocorre o equilíbrio desse mercado.

4.5 Mercado de Divisas

Divisas são moedas estrangeiras, dessa forma ele também é chamado de mercado de moeda
estrangeira, e cuida das transações da economia com o resto do mundo.

Para que ocorra um equilíbrio nesse mercado a oferta de divisas – gerada pelas exportações
e entrada de capital – seja iguala sua demanda – gerada pelas importações e saída de capital
financeiro. A taxa de câmbio é a variável determinada neste mercado que possui interferência do
Banco Central, que fixa ou deixa a taxa de câmbio flutuar.

Na análise macroeconômica, os gastos do governo e a oferta da moeda [...] não


são determinadas nesses mercados, mas sim de forma autônoma pelas autoridades.
[...] já que dependem do tipo de política econômica adotada pelas autoridades. [...]
Elas vão condicionar o comportamento de todos os demais agregados, [...]
(GARCIA; VASCONCELLOS, 2002, p. 92).

5 CONCLUSÃO

O estudo da Macroeconomia dá ênfase a questões de curto prazo ou conjunturais,


relacionadas com o nível de atividade, de emprego e de preços. No sentido de minimizar as
flutuações econômicas relativas a essas questões foi enfatizado, especificamente, o papel dos
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instrumentos de política fiscal, monetária, cambial, comercial e de rendas. Esses, por sua vez,
necessitam da intervenção do governo no sentido de regular a atividade econômica e levar a
economia ao pleno emprego. O governo, principalmente através de seus gastos, seria um elemento
fundamental para a inversão do quadro de recessões e de desemprego, uma vez que aumentando
seus gastos, estaria aumentando a despesa agregada e, conseqüentemente o nível de produção. Daí
observa-se o grande paradigma da Teoria Macroeconômica que tem sido a questão do grau de
intervenção do Estado na atividade econômica.

A questão da inflação também é bastante importante, pois ela acarreta distorções sobre a
distribuição da renda, sobre o balanço de pagamentos etc. Além disso, as fontes de inflação
costumam diferir em função das condições de cada país. Assim sendo, leva-se em conta, por
exemplo, o tipo de estrutura de mercado – oligopolistas, concorrencial, etc. – , que condiciona a
capacidade dos vários setores repassarem aumentos de custos aos preços dos produtos. Outro
exemplo é o do grau de abertura da economia ao comércio externo, pois quanto mais aberta a
economia à competição externa, maior a concorrência interna entre fabricantes, e menores os preços
dos produtos.

Como a abordagem do desenvolvimento deu-se sobre os fundamentos macroeconômicos,


recomenda-se uma análise mais aprofundada nas questões referentes à inflação, ao setor externo, ao
desenvolvimento e crescimento econômico, a determinação da renda e do produto nacional, para
obter uma melhor compreensão no que se refere ao estudo da Macroeconomia.

6 REFERÊNCIAS

GARCIA, Manuel Enriquez; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Fundamentos de


economia. São Paulo: Saraiva, 2002.

TAFNER, José; SILVA, Antônio César da; WEIDUSCHAT, Iris. Normas para apresentação de
trabalhos acadêmicos. 3. ed. Indaial: ASSELVI, 2004.

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