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DISCIPLINA: MATERIAIS II
SEÇÃO 1
Ponta Grossa
Paraná
2003
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carboneto de ferro, porque, na prática, é este que é realmente relevante para o comportamento
da maioria dos aços.
Tabela 1.1 - Dimensão das maiores esferas possíveis nos interstícios das estruturas CCC e CFC.
o
Raio Raio no Ferro ( A )
CCC Tetraédrico 0,29r 0,36
Octaédrico 0,15r 0,19
CFC Tetraédrico 0,23r 0,28
Octaédrico 0,41r 0,51
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Figura 1-2- Localização dos interstícios na estrutura CCC (BCC) e CFC (FCC).
Figura 1-3- Estrutura ortorrômbica da cementita, esferas vermelhas são átomos de ferro e
amarelas de carbono.
aqueciment
o →
L γ + Fe3C (1.1)
←
resfriamen to
→
aqueciment o
γ ( 0,76%C ) α (0,022%C ) + Fe 3 C 6,7%C ) (1.2)
←
resfriamen to
O domínio da fase austenita é muito mais extenso do que o da ferrita, o que reflete a
muito maior solubilidade do carbono na austenita. Esta elevada solubilidade do carbono na
austenita é de extrema importância nos tratamentos térmicos, pois permite a formação de uma
solução sólida supersaturada de carbono no ferro quando, após um tratamento de solubilização
na região γ, se realiza uma têmpera rápida para a temperatura ambiente. O domínio de fase da
ferrita é extremamente limitado.
No diagrama existem várias temperaturas e pontos críticos que são importantes, tanto
do ponto de vista teórico como prático. A primeira é a temperatura A1 à qual ocorre a reação
eutetóide, a segunda é a temperatura A3 onde ocorre a transformação γ↔α e a terceira é Acm,
onde ocorre a transformação γ↔CFe3. Outro ponto interessante é o ponto de Curie onde o
ferro passa de ferromagnético para paramagnético, este ponto ocorre a 769°C para o ferro
puro. A austenita apresenta a característica de ser paramagnética.
Os aços com teores de carbono inferiores a 0,8% são, portanto ligas hipoeutetóides que
têm como constituintes principais a ferrita e a perlita. As frações volumétricas são determinadas
pela regra da alavanca e a medida que o teor de carbono aumenta a percentagem volumétrica
de perlita aumenta, atingindo 100% para a composição eutetóide com 0,76% de C. Para teores
superiores a 0,76% de C a estrutura é chamada hipereutetóide com cementita nos contornos
de grão da perlita.
*A perlita não é propriamente uma fase, mas sim uma mistura de duas fases.
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ii) Lamelas ou ripas de Widmanstätten são nucleadas no limites de grão austeníticos, mas
crescem com planos bem definidos.
iii) Cristais nucleados no interior dos grãos da austenita, apresentando formato equiaxial.
(a) (b)
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(c) (d)
(f)
(e)
Numa descrição idealizada pode-se dizer que a perlita é constituída por nódulos
esféricos, nucleados nos limites de grão da austenita e que crescem gradualmente para o
interior de um grão da austenita, como pode ser observada na Figura 1.5. Considera-se que os
nódulos de perlita se formam por nucleação lateral e crescimento longitudinal. Com relação a
temperatura de transformação e velocidade de resfriamento deve-se salientar que a distância
interlamelar diminui com a diminuição da temperatura de transformação e com o aumento da
velocidade de resfriamento, estes parâmetros, portanto, determinam uma forte influência nas
propriedades mecânicas dos aços ferríticos e perlíticos. Na Figura 1.6 observa-se a estrutura
perlítica com iluminação por campo escuro.
Figura 1-6- Fotomicrografia de uma estrutura perlítica, onde observa-se a característica lamelar
da estrutura (foto campo escuro).
2 Questionário e Problemas
4. Porque mesmo com um f.e. maior a estrutura CFC consegue apresentar maior
porcentagem de carbono em solução sólida que a CCC?