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2 Números Complexos 48
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
2.2 Forma algébrica dos números complexos e sua representação geométrica . . . 49
2.3 Operações com números complexos na forma algébrica . . . . . . . . . . . . 53
2.4 Forma trigonométrica dos números complexos e sua
representação geométrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
2.5 Operações com números complexos na forma trigonométrica . . . . . . . . . 61
2.6 Domínios planos e condições em variável complexa . . . . . . . . . . . . . . . 66
2.6.1 |z1 − z2 | como distância entre dois pontos . . . . . . . . . . . . . . . . 68
2.6.2 |z − z1 | = |z − z2 | como mediatriz de um segmento de recta . . . . . . 70
2.6.3 arg (z − z1 ) = θ como semi-recta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
2.7 Exercícios Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
2.8 Soluções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
1 Trigonometria
1.1 Introdução
"A palavra trigonometria é uma combinação de duas palavras gregas, trigonon, que significa
triângulo e metron, medir. A palavra apareceu na imprensa em finais do século XVI quando
foi usada como título de um trabalho de Bartholomaeus Pitiscus, publicado pela primeira
vez em 1595 como suplemento de um livro sobre esferas. A palavra grega para ângulo é
gonia, e antes falava-se de goniometria como sendo a ciência da medida dos ângulos."in Tom
Apostol, Os Primórdios da História da Humanidade, Boletim da SPM-no 47.
Definição 1 Um ângulo plano é a inclinação mútua de duas rectas que se cruzam num
mesmo plano.
Basicamente o conceito de ângulo mede a inclinação relativa de duas rectas que se intersec-
tam.
Diz-se que a rotação plana de uma recta em torno dum seu ponto descreve um ângulo
positivo se a rotação se verificar no sentido anti-horário. Se a rotação se verificar no sentido
horário o ângulo descrito diz-se negativo.
1 M a io d e 2 0 0 6
Quando através de uma rotação plana, em sentido anti-horário, de uma recta orientada
em torno de um seu ponto, esta volta pela primeira vez à posição inicial o ângulo descrito é
igual a 360◦ (trezentos e sessenta graus), 2π radianos ou 400 grados.
Se a rotação plana da recta anterior descrever apenas 180◦ , π radianos ou 200 grados, a recta
fica disposta na mesma direcção embora com uma orientação oposta. É habitual designar
este ângulo por ângulo raso.
α
Figura 3: Ângulo raso α = 180◦ = π rad = 200 grados.
π
Se a rotação plana da recta em questão descrever 90◦ , 2
radianos ou 100 grados o ângulo
descrito diz-se recto.
π
Figura 4: Ângulo recto α = 90◦ = 2
rad = 100 grados.
2 M a io d e 2 0 0 6
Exemplo 1 Exprima em graus e radianos, 50 grados.
Resolução:
π
Como se sabe, 90◦ e 2
radianos correspondem a 100 grados. Assim,
x 90◦
= ⇒ x = 45◦
50 grados 100 grados
e π
x radianos π
= 2 ⇒ x = radianos.
50 grados 100 grados 4
B γ
α
A
C β
c β
a
α π
2
b
Figura 6: Triângulo rectângulo.
Notemos igualmente que o triângulo ilustrado, apresenta mais dois ângulos internos aqui
denotados pelas letras gregas α e β. As letras a, b e c representam respectivamente os
3 M a io d e 2 0 0 6
comprimentos dos diferentes lados do triângulo. O lado oposto ao ângulo que é recto designa-
se por hipotenusa. Os restantes lados são designados habitualmente por catetos.
c2 = a2 + b2 .
Uma das importantes propriedades dos triângulos planos que interessa assinalar, pelo seu
alcance, é a que caracteriza a soma dos ângulos internos.
Propriedade 2 A soma dos ângulos internos de um qualquer triângulo é igual a 180o , isto
é, a dois ângulos rectos.
Na Figura 7 podemos observar uma construção geométrica que pode servir de base à demons-
tração deste resultado.
λ
β α r
α β
C
Figura 7: α + β + γ = 180◦ .
Com efeito, se fizermos passar uma recta paralela ao lado C, neste caso a recta r, pelo vértice
do triângulo que se lhe opõe, facilmente concluímos que
α + β + γ = 180◦ .
4 M a io d e 2 0 0 6
Exemplo 2 Suponha que num triângulo rectângulo um dos ângulos internos tem 35◦ . Qual
o valor do outro ângulo α não-recto?
Resolução:
Teremos de ter
α + 35◦ + 90◦ = 180◦
donde resulta α = 90◦ − 35◦ = 55◦ .
A B
a1
b1 = ra1
Ai e Bi com 1 ≤ i ≤ 3
Podemos afirmar, com um pequeno abuso de linguagem que triângulos semelhantes são
proporcionais entre si.
A propriedade seguinte permite-nos reconhecer triângulos semelhantes recorrendo à noção
de ângulo interno.
Por outro lado, para verificar com base na observação dos ângulos internos de dois triângulos,
que estes são semelhantes, basta assegurar que dois dos ângulos internos de um triângulo
são iguais a dois dos ângulos internos de outro. Mais formalmente:
5 M a io d e 2 0 0 6
γ
γ
α
β
α
β
β*
β
α γ γ*
Exemplo 3 Na Figura 10
podemos observar que β = β∗ e γ = γ∗ . Estas igualdades, bastam para determinar a
semelhança destes triângulos.
Na Figura 10 podemos também inferir que lados homólogos definem ângulos internos idên-
ticos. Mais precisamente:
Os triângulos planos podem ser agrupados em grupos de triângulos que são semelhantes
entre si. Triângulos semelhantes partilham muitas propriedades interessantes.
α β
c*
Então
a∗ b∗ c∗
= = ,
a b c
6 M a io d e 2 0 0 6
donde
a∗ a
= ,
c∗ c
b∗ b
= e
c∗ c
a∗ a
∗
= .
b b
Este facto mostra que triângulos semelhantes partilham entre si idênticos quocientes de com-
primentos de lados adjacentes.
π
1.4 As funções Seno e Coseno de ângulos entre 0 e 2
Dados dois quaisquer triângulos rectângulos semelhantes, como os da Figura 12,
c
β a
α π
2
c* β
b
a*
α π
2
*
b
Figura 12: Triângulos rectângulos semelhantes.
7 M a io d e 2 0 0 6
c β
a
α π
2
b
Figura 13: Triângulo rectângulo.
A função coseno, designada Coseno, define-se como sendo o quociente entre o comprimento
do cateto adjacente ao ângulo α e o comprimento da hipotenusa, isto é:
cateto adjacente b
cos α = = .
hipotenusa c
Exemplo 5 Determine o valor da função seno de α supondo que α tem o valor de 0, π6 , π4 ,
π
3
e π2 radianos.
Resolução:
Comecemos por observar que quando α tem o valor de 0 radianos o seu cateto oposto tem
um comprimento nulo. Desta forma sen 0 = 0c = 0.
Quanto ao valor da função seno quando α tem o valor de π6 radianos, consideremos o triân-
gulo equilátero da Figura 14.
c α c
π
2 β
c c
2 2
Figura 14: Determinação de sen π6 .
Como é sabido a soma dos ângulos internos de um qualquer triângulo plano é igual a π
radianos. Assim, os ângulos internos dum triângulo isósceles são iguais a β = π3 . Desta
π
forma, no triângulo da figura α = 23 = π6 . Donde se deduz, atendendo à definição de Seno,
c
π 1
sen = 2 = .
6 c 2
Por outro lado, deduz-se também, atendendo ao Teorema de Pitágoras, que
q ¡ ¢2
π c2 − c2
sen =
3 q c
3c2 √
4 3
= = .
c 2
Consideremos, agora, o quadrado de lado a, seguinte:
8 M a io d e 2 0 0 6
α
c
π
α
2
a
Figura 15: Determinação de sen π4 .
ângulo Seno
0 0
π 1
6 2
√
π 2
4 2
√
π 3
3 2
π
1
2
Tabela 1: Seno de alguns ângulos entre 0 e π2 .
c β
a
α π
2
b
Figura 16: Triângulo rectângulo.
9 M a io d e 2 0 0 6
Por definição
a
sen α = e
b
a
cos β = .
b
Por outro se α e β representam os ângulos internos adjacentes à hipotenusa então
π
β= − α,
2
donde ³π ´
a
sen α = = cos β = cos −α .
b 2
Isto é, ³π ´
sen α = cos −α .
2
Por outro lado, se na expressão anterior fizermos
π
β= −α
2
então
π
α= − β.
2
O que nos permite obter a expressão equivalente
³π ´
sen − β = cos β.
2
Estas importantes expressões permitem-nos obter o Seno ou o Coseno de um ângulo α se
conhecermos, respectivamente, o Coseno ou o Seno do ângulo π2 − α (este último diz-se, o
complementar de α para π2 ).
Resolução:
Sabemos que
π π
0 = − α, com α = ,
2 2
π π π
= − α, com α= ,
6 2 3
π π π
= − α, com α= ,
4 2 4
π π π
= − α, com α= e
3 2 6
π π
= − α, com α = 0.
2 2
10 M a io d e 2 0 0 6
Por outro lado ³π ´
sen α = cos −α .
2
Então, atendendo à Tabela 1, temos sucessivamente
³π π´ π
cos 0 = cos − = sen = 1,
2 2 2 √
π ³π π ´ π 3
cos = cos − = sen = ,
6 2 3 3 √2
π ³π π´ π 2
cos = cos − = sen = ,
4 2 4 4 2
π ³π π ´ π 1
cos = cos − = sen = e
3 2
³π 6´ 6 2
π
cos = cos − 0 = sen 0 = 0.
2 2
11 M a io d e 2 0 0 6
Donde obtemos a Tabela 2:
ângulo Coseno
0 1
√
π 3
6 2
√
π 2
4 2
π 1
3 2
π
2
0
Tabela 2: Coseno de alguns ângulos entre 0 e π2 .
π
1.5 As funções Secante e Cosecante para ângulos entre 0 e 2
π
As funções Secante e Cosecante podem ser definidas, para ângulos entre 0 e 2
radianos, com
base nas funções Coseno e Seno, atrás definidas.
c β
a
α π
2
b
Figura 17: Triângulo rectângulo.
pode constatar-se que a Secante e a Cosecante de um dado ângulo α poder-se-ia ter definido
directamente a partir do triângulo rectângulo acima representado. Com efeito se
1 b
sec α = e cos α = ,
cos α c
então
1 1 c
sec α = = b = .
cos α c
b
Analogamente se mostra que
c
csc α = .
a
12 M a io d e 2 0 0 6
π
Exemplo 7 Determine o valor da Secante e Cosecante quando α assume os valores 0, 6
,
π π
, e π2 radianos.
4 3
Resolução:
Tendo por base as tabelas dos valores do Seno e Coseno para os ângulos referidos e as
definições das funções Secante e Cosecante, deduz-se facilmente:
1
ângulo Coseno Secante= Coseno
1
0 1 1
=1
√ √
π 3 1 2 3
6 2
√
3
= 3
2
π
√
2 1
√
4 2
√
2
= 2
2
π 1
3 2
2
π
2
0 não definida
e
1
ângulo Seno Cosecante= Seno
0 0 não definida
π 1
6 2
2
π
√
2
√
4 2
2
√ √
π 3 2 3
3 2 3
π
2
1 1
π
1.6 As funções Tangente e Cotangente para ângulos entre 0 e 2
As funções Tangente e Cotangente constituem outras duas importantes funções trigonométri-
cas. Estas últimas podem ser definidas, para ângulos entre 0 e π2 radianos, recorrendo às
funções Seno e Coseno, atrás referidas.
13 M a io d e 2 0 0 6
A partir das definições anteriores e tendo por base a figura 18
c β
a
α π
2
b
Figura 18: Triângulo rectângulo.
pode observar-se que a Tangente e a Cotangente de um dado ângulo α poder-se-ia ter definido
directamente a partir do triângulo rectângulo acima representado. Com efeito se
sen α
tg α = cos α
,
a
sen α = c
e
b
cos α = c
então a
sen α c a cateto oposto
tg α = = b
= = .
cos α c
b cateto adjacente
Analogamente se mostra que
b cateto adjacente
cotg α = = .
a cateto oposto
π 1
√
3
1 √
3
√
6 2 2
√2
3
= 3
3
2
√ √
π 2 2
4 2 2
1 1
√
π
√
3 1
3 √ √
3
3 2 2
2
1 = 3 3
2
π
2
1 0 não definida 0
14 M a io d e 2 0 0 6
1.7 O círculo trigonométrico
O círculo trigonométrico é um círculo de raio unitário, centrado na origem de um referen-
cial cartesiano. Os ângulos são medidos entre o semieixo positivo dos xx e um apropriado
raio vector aplicado na origem. Se a medição for efectuada no sentido anti-horário o ângulo
é positivo. Caso contrário é negativo. Neste círculo, como veremos, será possível identi-
ficar com certos comprimentos adequadamente escolhidos, os valores das principais funções
trigonométricas para os ângulos considerados.
Adicionalmente o círculo trigonométrico permite-nos generalizar os funções trigonométricas
atrás definidas para argumentos entre 0 e π2 radianos a outros ângulos.
c =1 a = senα
α
x
b = cos α
15 M a io d e 2 0 0 6
Para outros ângulos as funções Seno e Coseno são definidas da mesma forma, isto é, como
sen α = a e
cos α = b
16 M a io d e 2 0 0 6
Comecemos por notar, por exemplo que
π 0 −1
3π
2
−1 0
2π 0 1
Outro facto particularmente interessante que se pode registar observando a evolução dos
comprimentos dos catetos do triângulo da Figura 19 à medida que o ângulo α varia, é a
periodicidade, com período 2π, das funções Seno e Coseno. Nas Figuras 22 e 23 pode ser
verificada esta propriedade.
17 M a io d e 2 0 0 6
Tem-se, assim, para qualquer ângulo α
Isto é,
Isto é, a função seno é uma função ímpar e a função coseno é uma função par. Nas Figuras 24
e 25 verificam-se, como base na interpretação do círculo trigonométrico estas propriedades.
y
(0,1)
senα
α (1,0)
−α x
sen(−α )
y
(0,1) cos α
α (1,0)
−α x
cos(−α )
18 M a io d e 2 0 0 6
Por outro lado pode também observar-se que
sen (π − α) = sen α e
sen (π + α) = − sen α.
y
(0,1)
sen(π - α ) senα
π −α α (1,0)
x
y
(0,1)
senα
α (1,0)
π +α x
sen(π + α )
E também
cos α = − cos (π − α) = − cos (π + α) ,
como se pode observar na Figura 28.
y
cos(π − α ) cos α
(− 1,0) π −α α (1,0)
π +α x
cos(π + α )
19 M a io d e 2 0 0 6
Tendo em conta o Teorema de Pitágoras, observando o círculo trigonométrico, deduz-se a
chamada Fórmula Fundamental da Trigonometria
1 = c2 = a2 + b2 = sen2 α + cos2 α,
isto é
sen2 α + cos2 α = 1
para todo o ângulo α.
y c = sec α
a = tgα
x
b =1
c
sec α = 1
= c.
20 M a io d e 2 0 0 6
Para outros ângulos as funções Tangente e Secante são definidas da seguinte forma
a
tg α = b
e
c
sec α = b
Tendo em atenção a medição dos comprimentos a e b dos catetos de acordo com os sentidos
dos correspondentes eixos deduzimos seguidamente os valores das funções Tangente e Secante
21 M a io d e 2 0 0 6
para alguns ângulos de interesse:
a c
ângulo Tangente = b
Secante = b
0 0 1
π
2
não definida não definida
π 0 −1
3π
2
não definida não definida
2π 0 1
tg α = tg (α + kπ)
para todo ângulo α e k número inteiro. Na Figura 32 pode ser verificada esta propriedade.
Também
c c
sec α = =− = − sec (π + α) = − (− sec (π + (π + α)))
b −b
= sec (2π + α) ,
o que mostra que a função secante também é periódica de período 2π. Isto é,
para todo ângulo α e k número inteiro. Na Figura 33 pode ser verificada esta propriedade.
22 M a io d e 2 0 0 6
Figura 33: Periodicidade da função secante.
tg α = − tg (−α) e
sec α = sec (−α) ,
o que mostra que a função tangente é uma função ímpar e a função secante uma função par.
Na Figura 34 ilustram-se estas propriedades.
y sec α
(0,1)
tgα
(−1,0) α
−α x
tg(−α )
sec(−α )
Figura 34: tg α = − tg (−α) e sec α = sec (−α).
tg α = − tg (π − α)
e
c c
sec α = =− = − sec (π − α) = − sec (π + α) .
b −b
23 M a io d e 2 0 0 6
y
sec α
sec(π − α )
tg(π − α )
tgα
π −α α
π +α (1,0) x
tg(π + α )
(−1,0)
sec(π + α )
c = csc α
a =1
α
x
b = cotgα
24 M a io d e 2 0 0 6
Como o cateto oposto ao ângulo α é unitário, atendendo à definição de Cotangente e Cose-
cante para ângulos entre 0 e π2 deduz-se
b
cotg α = 1
=be
c
csc α = 1
= c.
25 M a io d e 2 0 0 6
Tendo em atenção a medição dos comprimentos a e b dos catetos de acordo com os senti-
dos dos correspondentes eixos deduzimos seguidamente os valores das funções Cotangente e
Secante para alguns ângulos de interesse:
π
2
0 1
3π
2
0 −1
para todo ângulo α e k número inteiro. Na Figura 39 podemos constatamos esta propriedade.
Também
c c
csc α = =− = − csc (π + α) = − (− csc (π + (π + α)))
a −a
= csc (2π + α) ,
o que mostra que a função cosecante também é periódica de período 2π. Isto é,
para todo ângulo α e k número inteiro. Na Figura 40 pode ser verificada esta propriedade.
26 M a io d e 2 0 0 6
Figura 40: Periodicidade da função cosecante.
o que mostra que quer a função cotangente quer a função cosecante são funções ímpares
como se pode inferir a partir da Figura 41.
y
cotgα
csc α
1
α
−α x
csc(−α ) 1
cotg( −α )
Figura 41: cotg α = − cotg (−α) e csc α = − csc (−α) .
Também
cotg α = − cotg (π − α)
e
c c
csc α = =− = − csc (π + α) = csc (π − α) .
a −a
Nas Figuras 42 e 43 é possível deduzir estas propriedades.
27 M a io d e 2 0 0 6
y
cotg(π − α ) cotgα
1
π −α α
x
y
csc(π − α )
cscα
1 1
π −α α
π +α x
1 csc(π + α )
28 M a io d e 2 0 0 6
Tal redução é efectuada achando o resto da divisão inteira do ângulo dado por 2π, ou 360◦
conforme se esteja a trabalhar em radianos ou em graus. O ângulo obtido (no intervalo
pretendido) diz-se congruente com o ângulo dado mod 2π, ou mod 360◦ conforme se esteja
a trabalhar em radianos ou em graus.
29 M a io d e 2 0 0 6
Então,
µ ¶ µ ¶
29 1
sen π = sen 3 × 2π + π + π
4 4
µ ¶
1
= sen π + π
4
µ ¶ √
1 2
= − sen π =− .
4 2
sen x = sen α
para um certo ângulo α conhecido. Tendo em conta as propriedades da função seno sabemos
que
sen x = sen α
se
x = α + 2kπ, k inteiro,
já que a função seno é periódica de período fundamental 2π. Por outro lado, se
sen x = sen α,
também
sen x = sen (π − α) ,
donde se deduz novamente da periodicidade da função seno
x = π − α + 2kπ, k inteiro.
sen x = sen α
serão
x = α + 2nπ ∨ x = π − α + 2mπ, com n e m inteiros.
Na Figura 44 ilustram-se a forma das soluções indicadas.
30 M a io d e 2 0 0 6
Figura 44: Soluções da equação sen x = sen α.
π 3π
⇔x= 4
+ 2nπ ∨ x = 4
+ 2mπ, com n e m inteiros.
cos x = cos α
31 M a io d e 2 0 0 6
se
x = α + 2kπ, k inteiro,
já que a função coseno é periódica de período fundamental 2π. Por outro lado, se
cos x = cos α,
também
cos x = cos (−α) ,
donde se deduz novamente da periodicidade da função coseno
x = −α + 2kπ, k inteiro.
cos x = cos α
serão
x = α + 2nπ ∨ x = −α + 2mπ, com n e m inteiros.
Como facilmente o leitor poderá verificar, notando que sec x = 1/ cos x e csc x = 1/ sen x, as
soluções das equações do tipo
sec x = sec α
e
csc x = csc α
são respectivamente
e
x = α + 2nπ ∨ x = π − α + 2mπ, com n e m inteiros.
Quanto às equações do tipo
tg x = tg α ou
cotg x = cotg α
as soluções são
x = α + kπ, k inteiro
atendendo à periodicidade de período fundamental π destas útltimas funções.
32 M a io d e 2 0 0 6
Exemplo 17 Resolva a equação cos x = sen π3 .
Resolução: ¡ ¢
Comecemos por observar que sen π3 = cos π2 − π3 = cos π6 . Então, a equação a resolver será
equivalente à equação
π
cos x = cos
6
cuja solução será
π π
x= + 2nπ ∨ x = − + 2mπ, com n e m inteiros.
6 6
Como se pode observar esta fórmula relaciona o seno de uma soma de ângulos com o seno e
o coseno de cada uma das parcelas. Para nos convencermos que este resultado é verdadeiro
consideremos a figura 45.
Triângulo C
Triângulo B
γ
cos γ senβ =
1
cos α senβ
θ sen (α + β )
cos β
β
ϕ senα cos β
α
Triângulo A
33 M a io d e 2 0 0 6
π π
Como α = γ, já que ϕ + θ = π com ϕ = 2
−α e θ= 2
+ γ, donde resulta
π π
− α + + γ = π ⇒ α = γ,
2 2
a fórmula procurada fica
Resolução:
Tendo em conta a fórmula do seno da soma e notando que o Seno é uma função ímpar e o
Coseno uma função par deduz-se imediatamente:
Como se pode observar esta fórmula relaciona o coseno de uma soma de ângulos com o seno
e o coseno de cada uma das parcelas. Para nos convencermos que este resultado é verdadeiro
consideremos a figura 46.
Triângulo B
Triângulo C
γ
1
θ
cos β
β
ϕ
α
Triângulo A
cos(α + β ) senγ senβ =
senα senβ
cos α cos β
34 M a io d e 2 0 0 6
Esta Figura representa três triângulos: o triângulo A, o triângulo B e o triângulo C, tendo
a hipotenusa do triângulo B um comprimento unitário. Naturalmente, nestas circunstâncias
(porquê?), o comprimento do cateto adjacente ao ângulo α + β, será cos (α + β) . Ora, a
soma deste valor com o comprimento do cateto oposto ao ângulo γ (que é sen γ sen β) é o
valor cos α cos β, isto é:
Deduzimos
cos (α + β) = cos α cos β − sen γ sen β.
π π
Como α = γ, já que ϕ + θ = π com ϕ = 2
−α e θ= 2
+ γ, donde resulta
π π
− α + + γ = π ⇒ α = γ,
2 2
a fórmula procurada fica
Resolução:
Tendo em conta a fórmula do coseno da soma e notando que o Seno é uma função ímpar e
o Coseno uma função par deduz-se imediatamente:
B γ
α
A
C β
35 M a io d e 2 0 0 6
Nesta figura os comprimentos dos lados do triângulo representado são A, B e C. A lei dos
senos estabelece o seguinte:
sen α sen β sen γ
= = .
A B C
Na Figura 48 as construções geométricas auxiliares permitem deduzir o resultado anterior.
L
B γ γ
B
α α
L A A
C β C β
π −α
(a ) (b )
Figura 48: A lei dos senos.
36 M a io d e 2 0 0 6
1.10.4 A lei do coseno
Consideremos a Figura 49 que representa um triângulo genérico com lados de comprimentos
A, B e C e ângulos internos α, β e γ. Do Teorema de Pitágoras deduz-se
³p p ´2
2 2 2 2 2 2
C = (C1 + C2 ) = B −L + A −L .
⎛π ⎞ ⎛π ⎞
λ =⎜ −α ⎟ + ⎜ − β ⎟
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠
B A
λ L
α β
C1 C2
L = A sen α = B sen β,
p
C1 = B2 − L2 = B cos α e
p
C2 = A2 − L2 = A cos β,
obtemos
³p p ´2
C2 = B2 − L2 + A2 − L2
p p
= A2 + B2 − 2L2 + 2 B2 − L2 A2 − L2
= A2 + B2 − 2A (sen α) B (sen β) + 2B cos αA cos β
= A2 + B2 − 2AB (sen α sen β − cos α cos β) .
Recordando que
C2 = A2 + B2 − 2AB cos (α + β)
= A2 + B2 − 2AB cos (π − (α + β))
= A2 + B2 − 2AB cos (γ) ,
isto é
C2 = A2 + B2 − 2AB cos (γ) ,
37 M a io d e 2 0 0 6
ou seja
A2 + B2 − C2
cos (γ) = .
2AB
Notemos que a lei do coseno generaliza o Teorema de Pitágoras a triângulos não rectângulos.
Exemplo 21 Suponha que conhece os comprimentos dos lados A e B de uma dado triângulo
é respectivamente 1 e 2. Sabendo que o ângulo interno oposto ao lado C é π4 determine o
comprimento do lado C.
Resolução:
Nas condições referidas
38 M a io d e 2 0 0 6
1.11 Exercícios Propostos
Exercício 1 Transforme os seguintes valores em múltiplos de π radianos:
1. 30o ;
2. 45o ;
3. 60o ;
4. 750o ;
5. −1530o ;
6. 150 grados;
7. 340 grados.
Exercício 2 Exprima os seguintes valores em graus:
π
1. 5
rad;
5π
2. 6
rad;
3π
3. 4
rad;
4. − 10π
3
rad;
5. 150 grados;
6. 340 grados;
7. −650 grados.
Exercício 3 Exprima os seguintes valores em grados:
1. 1o ;
2. 1 rad;
π
3. 4
rad;
4. 30o ;
5. −60o ;
6. 750o ;
7. − 7π
6
rad.
Exercício 4 Exprima no sistema sexagesimal (isto é, em graus, minutos e segundos):
7π
1. 6
rad;
2. −4.71 rad;
3. − 5π
24
rad;
4. 1 rad.
39 M a io d e 2 0 0 6
Exercício 5 Quais os ângulos internos de um triângulo equiângulo, isto é, com todos os
ângulos iguais?
Exercício 6 Determine o valor do ângulo interno não indicado num triângulo plano com
os seguintes ângulos internos:
1. 30◦ e 90◦ ;
π π
2. 4
rad e 6
rad.
Exercício 9 Uma pessoa observa que o ângulo de visão de uma coluna a partir do chão é
45o . Após aproximar-se 10 metros o ângulo de visão passa para 60o . Determine a altura da
coluna.
α
A M C
Calcule:
1. AM;
2. α;
3. BC.
40 M a io d e 2 0 0 6
Exercício 11 Determine um periodo diferente de zero para as seguintes funções:
1. sen (2x) ;
2. sen (2πx) ;
4. sen2 x;
5. cos2 x.
2. cos (α − π) = cos α;
1. 3π;
7π
2. 3
;
9π
3. 2
;
4. −900o ;
5. − 25π
6
;
13π
6. 4
;
7. − 10π
3
;
8. 1260o ;
27π
9. 4
;
10. 150o ;
20π
11. 3
.
41 M a io d e 2 0 0 6
Exercício 15 Resolva as seguintes equações:
1. sen x = sen π3 ;
2. cos x = 0;
3. sen x = cos π4 ;
4. sen x = cos x;
5. sen x = − cos x;
¡ ¢
6. sen x = sen x + π2 ;
7. cos x = cos (2π − x) ;
8. sen2 x − cos2 x = 1.
Exercício 16 Calcule:
¡ ¢ ¡ ¢
1. sen π6 + π4 e cos π6 + π4 ;
¡ ¢ ¡ ¢
2. sen π2 + π3 e cos π2 + π3 ;
¡ ¢ ¡ 2π π ¢
3. sen 2π3
− π
4
e cos 3
−4 .
¤ £ ¤ £
Exercício 17 Sabendo que cos α = 13 , α ∈ − π2 , 0 e sen β = 15 , β ∈ π2 , 3π
2
, calcule o valor
de cos (α + β) e apresente uma estimativa para a amplitude do ângulo (α + β) .
Exercício 18 Dois pontos A e B estão separados por um charco, e pretende-se determinar
a distância AB. Ambos os pontos são acessíveis a partir de um terceiro ponto C tal que
b é 45o . Determine a distância AB se o ângulo ABC
AC = 40 metros e o ângulo BAC b é:
1. 45o ;
2. 60o ;
3. 90o .
Exercício 19 Para cada um dos casos, determine os ângulos de um triângulo com os
seguintes lados, ou justifique porque é que esse triângulo não existe:
1. a = 20, b = 99 e c = 101;
2. a = 20, b = 99 e c = 111;
3. a = 20, b = 99 e c = 121.
Exercício 20 Dois pontos A e B estão separados por um charco, e pretende-se determinar
a distância AB. Ambos os pontos são acessíveis a partir de um terceiro ponto C tal que
AC = 30 metros e CB = 40 metros. Determine a distância AB se o ângulo ACB b é:
1. 90o ;
2. 45o ;
3. 120o .
42 M a io d e 2 0 0 6
Exercício 21 Três circunferências de raios 3, 4 e 5 são externamente tangentes. Mostre
que o triângulo com vértices nos três centros tem ângulos com cosenos 23 , 27 e 11
21
.
A B
α
D C
9
¤ π £que a área do trapézio pode ser dada por A (α) = 12 sen α −
1. Verifique 4
sen (2α) ,
α ∈ 0, 2 ;
43 M a io d e 2 0 0 6
1.12 Soluções
Solução 1 .
π
1. 6
rad;
π
2. 4
rad;
π
3. 3
rad;
25π
4. 6
rad;
5. − 17π
2
rad;
3π
6. 4
rad;
17π
7. 10
rad.
Solução 2 .
1. 36o ;
2. 150o ;
3. 135o ;
4. −600o ;
5. 135o ;
6. 306o ;
7. −585o .
Solução 3 .
1. 1. (1) grados;
2. 63.6 grados;
3. 50 grados;
4. 33. (3) grados;
5. −66. (6) grados;
6. 833. (3) grados;
7. −233. (3) grados.
Solução 4 .
1. 210o ;
2. −269o 510 4700 ;
3. −37o 300 ;
4. 57o 170 4500 .
44 M a io d e 2 0 0 6
Solução 5 60o .
Solução 6 .
1. 60o ;
7π
2. 12
rad.
Solução 7 5 m.
Solução 8 .
Solução 9 23.66 m.
Solução 10 .
1. 1 cm;
2. 30o ;
√
3. 2 3 cm.
Solução 11 .
1. π;
2. 1;
3. 2π;
4. π;
5. π.
Solução 12 .
π π π 2π 3π 5π 7π 5π 4π 5π 7π 11π
α 6 √4 √3 √3 √4 6 6 4√ 3√ 3√ 4√ 6
1 2 3 3 2 1
sen α √2 √2 2 2 2√ 2√
−√12 − √22 − 23 − 23 −√ 22 −
√2
1
3 2 1
cos α 2 2 2
− 12 − 22 − 2
3
− 23 − 22 − 12 1
2 2
2
2
3
Solução 13 .
1. Verdadeira;
2. Falsa;
3. Falsa;
4. Verdadeira;
5. Falsa.
45 M a io d e 2 0 0 6
Solução 14 .
Solução 15 .
π 2π
1. x = 3
+ 2kπ ∨ x = 3
+ 2kπ, k ∈ Z;
π
2. x = 2
+ kπ, k ∈ Z;
π 3π
3. x = 4
+ 2kπ ∨ x = 4
+ 2kπ, k ∈ Z;
π
4. x = 4
+ kπ, k ∈ Z;
3π
5. x = 4
+ kπ, k ∈ Z;
π
6. x = 4
+ kπ, k ∈ Z;
7. x = π + kπ, k ∈ Z;
π
8. x = 2
+ kπ, k ∈ Z.
Solução 16 .
√ √ √ √
2+ 6 6− 2
1. 4
e 4
;
√
1 3
2. 2
e − 2
;
√ √ √ √
6+ 2 6− 2
3. 4
e 4
.
√ √
−2 6+2 2
Solução 17 cos (α + β) = 15
e α + β ' 98o .
46 M a io d e 2 0 0 6
Solução 18 .
1. 56.57 m;
2. 44.61 m;
3. 28.28 m.
Solução 19 .
3. Não existe o triângulo porque senão teriamos o coseno de um dos ângulos maior do
que 1.
Solução 20 .
1. 50 m;
2. 28.34 m;
3. 60.83 m.
Solução 21 -
Solução 23 .
1. -
√
3 3
2. α ' 60o e h ' 2
cm.
47 M a io d e 2 0 0 6
2 Números Complexos
2.1 Introdução
Suponha-se que pretendemos resolver a equação
x2 + 2x + 5 = 0
48 M a io d e 2 0 0 6
Exemplo 22 Deduza a fórmula resolvente da equação ax2 + bx + c = 0.
Resolução:
Tentemos escrever a equação anterior como o quadrado de uma soma. Teremos sucessiva-
mente:
ax2 + bx + c = 0 ⇔ x2 + ba x + ac = 0 ⇔
a6= 0
¡ b ¢2 ¡ b ¢2
⇔ x2 + ba x + 2a
+ c
a
− 2a
=0⇔
¡ b 2
¢ c
¡ b ¢2
⇔ x+ 2a
+ a
− 2a
=0⇔
¡ b 2
¢ ¡ b ¢2 c
⇔ x+ 2a
= 2a
− a
⇔
q¡ ¢
b b 2 c
⇔ x+ 2a
=± 2a
− a
⇔
√
−b± b 2 −4ac
⇔x= 2a
.
O conjunto dos números complexos C pode ser considerado uma extensão (que conserva
todas as propriedades algébricas) do conjunto dos números reais R, extensão esta que
possui as seguintes propriedades adicionais:
49 M a io d e 2 0 0 6
Repare-se que desta forma o conjunto dos números reais pode ser interpretado como um sub-
conjunto do conjunto dos números complexos e que no seio deste último, as raízes quadradas
de números negativos passam a ter significado.
Um facto semelhante a este está na base da construção do conjunto Z, isto é de todos
os números inteiros. Com efeito os números que constituem soluções de equações do tipo
x + n = 0, n ∈ N que não tinham significado no seio do conjunto dos números naturais
passam a adquirir sentido no seio do conjunto dos números inteiros.
No entanto, no conjunto C, não existe uma relação de ordem do tipo da existente em R :
"<, menor que".
Exemplo 25 Determine:
1. i3 ;
2. i4 ;
3. i5 .
Resolução:
in = iq×4+r = iq×4 × ir
= i4 × i4 × · · · × i4 × ir
= ir com 0 ≤ r < 4.
Teremos, ⎧
⎪
⎪ 1 se r = 0,
⎨
i se r = 1,
in =
⎪
⎪ −1 se r = 2,
⎩
−i se r = 3.
50 M a io d e 2 0 0 6
O afixo de um número complexo diz-se um ponto do plano de Argand (ou simplesmente
plano complexo), plano esse cujas imagens dos números reais estão associadas ao eixo Ox
e as imagens dos números imaginários puros ao eixo Oy.
y
4
2 + 3i
− 4 + 2i .
. 2
x
-4 -2 0 2 4
− 2 − 2i
. -2
.
4 − 2i
-4
y
4
2 + 3i
− 4 + 2i .
. 2
x
-4 -2 0 2 4
− 2 − 2i
. -2
.
4 − 2i
-4
z = a − bi.
51 M a io d e 2 0 0 6
3. Define-se simétrico de z, e representa-se por −z, como sendo
−z = −a − bi.
1. i;
2. −2;
3. 3 − 4i.
Resolução:
1. Temos p
|i| = |0 + 1i| = 02 + 12 = 1 e i = −i = i.
2. Temos
q
|−2| = |−2 + 0i| = (−2)2 + 02 = 2, −2 = −2 + 0i = −2 e − (−2) = 2.
3. Temos
q √
|3 − 4i| = 32 + (−4)2 = 25 = 5, 3 − 4i = 3 + 4i e − (3 − 4i) = −3 + 4i.
y
−3 + 4i 4 3 + 4i
3
2
1 i
−2 = −2 2
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4 x
-1 −i = i
-2
-3
-4
3 − 4i
52 M a io d e 2 0 0 6
2.3 Operações com números complexos na forma algébrica
Definição 10 Sejam z = a + bi e w = c + di números complexos. As operações de adição,
subtracção, multiplicação e divisão (caso w 6= 0), definem-se da seguinte forma:
1. z + w = (a + c) + (b + d) i;
2. z − w = (a − c) + (b − d) i;
3. z × w = (a + bi) × (c + di) = ac + adi + bci + bdi2 = (ac − bd) + (bc + ad) i;
z (a+bi) (c−di) (ac+bd)+(bc−ad)i
4. w
= (c+di)
× (c−di)
= c 2 +d 2
.
6. i2003 ;
√
7. −16.
Resolução:
1. Teremos
2. Teremos
(2 + 3i) × (−2 + 5i) = (−4 − 15) + (−6 + 10) i = −19 + 4i.
5. Teremos
2 + 2i (2 + 2i) (2 + 4i) (2 + 2i) (2 + 4i) (2 + 2i) (2 + 4i)
= = 2
=
2 − 4i (2 − 4i) (2 + 4i) 22 − (4i) 20
(4 − 8) + (4 + 8) i −4 + 12i 1 3
= = = − + i.
20 20 5 5
53 M a io d e 2 0 0 6
6. Comecemos por dividir 2003 por 4:
2003 = 4 × 500 + 3.
Teremos
i2003 = i4×500+3 = i4×500 × i3 = −i
pois i4×500 = 1.
7. Sabendo que as regras operatórias que se verificavam nos reais também são válidas no
conjunto dos números complexos, deduz-se
√ √ √ √
−16 = −1 × 16 = −1 × 16 = i × 4.
Dem. .
z + w = (a + bi) + (c + di) = (a + c) + (b + d) i = (a + c) − (b + d) i =
= a − bi + c − di = z + w.
= z × w.
54 M a io d e 2 0 0 6
Caso w 6= 0, isto é, c e d não são simultaneamente nulos, então,
³z´ µ ¶ ∙ ¸ ∙ ¸
a + bi (a + bi) (c − di) (ac + bd) + (bc − ad) i
= = × = =
w c + di (c + di) (c − di) c2 + d2
(ac + bd) − (bc − ad) i (ac + bd) + (ad − bc) i (a − bi) (c + di)
= 2 2
= 2 2
= =
c +d c +d c2 + d2
(a − bi) (c + di) z
= × = .
(c − di) (c + di) w
z = a + bi = a − bi = a + bi = z.
Exemplo 31 Calcule:
1. z + z̄ supondo z = 10 − 4i;
2. z − z̄ supondo z = 2 + 8i;
3. z × z̄ supondo z = 2 + 4i.
Resolução:
1. Teremos
(10 − 4i) + (10 + 4i) = 20.
55 M a io d e 2 0 0 6
2. Teremos
(2 + 8i) − (2 − 8i) = 16i.
3. Teremos ³p ´2
z.z = |z|2 = |2 + 4i|2 = 22 + 42 = 20.
Recordemos que um grupo abeliano designa um conjunto munido de uma operação binária
associativa e comutativa relativamente à qual existe elemento neutro e em que todo
o elemento possui simétrico. O conjunto dos números inteiros Z munido da operação de
adição constitui um exemplo típico de um grupo abeliano.
z+0 = 0+z =z
para todo z ∈ C.
O elemento neutro de (C\{0}, ×) é o 1 (isto é o complexo 1 + 0i) pois
z×1 = 1×z = z
para todo z ∈ C.
z + w = 0.
¡ ¢
Exemplo 34 Suponha que z = a + bi. Mostre que (a, b)−1 = a
a 2 +b 2
, a 2−b
+b 2 .
Resolução: ¡ a ¢
−b
Basta mostrar que a2 +b 2 , a 2 +b 2 × (a, b) = (1, 0). Porquê?
Assim, µ ¶
a −b
, × (a, b) =
a2 + b2 a2 + b2
µ ¶
a −b a −b
= ×a− 2 × b, 2 ×b+ 2 × a = (1, 0).
a2 + b2 a + b2 a + b2 a + b2
56 M a io d e 2 0 0 6
Exemplo 35 Mostre que dois números complexos são iguais se e só se as suas partes reais
e imaginárias também forem iguais.
Resolução:
Suponha-se que z = a + bi e w = c + di são iguais. Então
(a + bi) − (c + di) = 0 ⇒
(a − c) + (b − d) i = 0 ⇒
a − c = 0 e b − d = 0,
isto é
a = c e b = d,
donde se concluí que z = w. O recíproco resulta imediatamente da definição.
b Z = ( a, b )
ρ
θ
0 a x
ou seja, ρ é o módulo de z.
57 M a io d e 2 0 0 6
Exemplo 36 Determine os argumentos dos seguintes números complexos:
1. i;
2. −2;
3. −1 + i;
4. −1 − i;
√
5. 3 − 3i.
Resolução:
π
1. arg i = 2
+ 2kπ, com k ∈ Z.
2. arg (−2) = π + 2kπ, com k ∈ Z.
3π
3. arg (−1 + i) = 4
+ 2kπ, com k ∈ Z.
5π
4. arg (−1 − i) = 4
+ 2kπ, com k ∈ Z.
³ √ ´ ³ √ ´
5. Comecemos por calcular os argumentos θ = arg 3 − 3i . Como Re 3 − 3i > 0
³ √ ´ √
Im (3− 3i ) √ √
e Im 3 − 3i < 0, então θ ∈ 4 Q. Sabe-se que tg θ = Re 3−√3i = − 33 e tg π6 = 33 .
o
( )
o π 11
Como θ ∈ 4 Q., conclui-se que θ = 2π − 6 + 2kπ = 6 π + 2kπ, com k ∈ Z.
Definição 12 Seja z ∈ C, arg z diz-se argumento principal se arg z ∈ ]−π, π]. Se
arg z ∈ ]0, 2π], então diz-se que é o argumento positivo mínimo. Se z = 0, então
|z| = 0 e diz-se que o argumento de z é indeterminado.
Exemplo 37 Determine os argumentos principais e positivos mínimos dos seguintes números
complexos:
1. i;
2. −2;
3. −1 + i;
4. −1 − i;
√
5. 3 − 3i.
Resolução:
1. O argumento principal de i é π2 . O argumento positivo mímimo é também π2 .
2. O argumento de −2 é π. O argumento positivo mímimo é também π.
3π 3π
3. O argumento principal de −1 + i é 4
. O argumento positivo mínimo é também 4
.
4. O argumento principal é − 3π
4
. O argumento positivo mínimo é 54 π.
5. O argumento principal é − π6 . O argumento positivo mínimo é 11
6
π.
58 M a io d e 2 0 0 6
Observação 2 Naturalmente a cada número complexo diferente de 0 corresponde um e um
só argumento principal ou argumento positivo mínimo.
¤ £
Escolhendo − π2 , π2 como contradomínio da função arctg x o argumento principal de um
qualquer número complexo z = x + yi pode calcular-se recorrendo às seguintes expressões:
⎧
⎪
⎪ arctg( yx ), se x > 0
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪ π
⎪
⎪ 2
, se x = 0 e y > 0
⎪
⎪
⎨
θ = arg z = arctg( yx ) + π, se x < 0 e y ≥ 0 .
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪ arctg( yx ) − π, se x < 0 e y < 0
⎪
⎪
⎪
⎪
⎩ π
− 2 , se x = 0 e y < 0
Recordando o conceito de coordenadas polares verificamos imediatamente que o módulo
e o argumento de um número complexo não são mais do que as coordenadas polares do seu
afixo.
59 M a io d e 2 0 0 6
Resolução:
1. Ter-se-á:
π
i = cis .
2
2. Ter-se-á:
−2 = 2 cis π.
3. Ter-se-á:
√ 3π
−1 + i = 2 cis .
4
4. Ter-se-á:
√ 5π
−1 − i = 2 cis .
4
5. Ter-se-á:
√ √ 11π
3− 3i = 2 3 cis .
6
Exemplo 40 Escreva na forma algébrica os seguintes números complexos:
1. cis π2 ;
2. 2 cis π2 ;
3. 4 cis 43 π.
Resolução:
1. Ter-se-á
π π π
cis = cos + i sen = 0 + i = i.
2 2 2
2. Ter-se-á ³
π π π´
2 cis = 2 cos + i sen = 2 (0 + i) = 2i.
2 2 2
3. Ter-se-á
µ ¶ Ã √ !
4 4 4 1 3 √
4 cis π = 4 cos π + i sen π = 4 − − i = −2 − 2 3i.
3 3 3 2 2
60 M a io d e 2 0 0 6
Propriedade 7 Sejam z1 = ρ1 cis θ1 e z2 = ρ2 cis θ2 . Então,
z1 = z2 ⇔
⇔ ρ1 = ρ2 ∧ θ1 = θ2 + 2kπ, k ∈ Z.
1. z = ρ cis (−θ) ;
2. −z = ρ cis (π + θ) .
Dem. .
1. z1 × z2 = ρ1 ρ2 cis(θ1 + θ2 );
2. z−1
2 =
1
ρ2
cis (−θ2 ), z2 6= 0;
z1 ρ1
3. z2
= ρ2
cis(θ1 − θ2 ), z2 6= 0.
61 M a io d e 2 0 0 6
Dem. .
z−1
2 = 1
z2
= 1
ρ2 cis θ 2
= 1 1
ρ 2 cos θ 2 +i sen θ2
=
1 cos θ 2 −i sen θ 2 1
= ρ2 (cos θ 2 +i sen θ 2 )(cos θ 2 −i sen θ2 )
= ρ2
cis (−θ2 ) .
3. Sejam z1 = ρ1 cis θ1 e z2 = ρ2 cis θ2 . Então, com base nos resultados anteriores, deduz-
se sucessivamente:
µ ¶
z1 1 1 ρ
= z1 × = (ρ1 cis θ1 ) × cis (−θ2 ) = 1 cis(θ1 − θ2 ).
z2 z2 ρ2 ρ2
zn = ρn cis(nθ), n ∈ N.
62 M a io d e 2 0 0 6
que o resultado é válido para p = n mostremos que também é válido para p = n + 1. Com
efeito se
zn = ρn cis(nθ)
então
zn+1 = zn × z = ρn cis(nθ) × ρ cis(θ) =
= ρn+1 cis(nθ) cis(θ) =
= ρn+1 cis(nθ + θ) =
= ρn+1 cis([(n + 1) θ] .
Pelo princípio de indução matemática podemos concluir que
zn = ρn cis(nθ), n ∈ N.
Recorda-se que o Princípio de Indução Matemática resulta do Axioma da Boa Ordenação dos
números naturais e afirma o seguinte: Suponha-se que para cada n ∈ N, A(n) são proposições
tais que A(1) é verdadeira e A(n + 1) é verdadeira sempre que A(n) for verdadeira. Então
A(n) é verdadeira para todo o n ∈ N.
Exemplo 42 Utilize a Fórmula de De Moivre para provar as seguintes igualdades bem con-
hecidas: cos 2θ = cos2 θ − sen2 θ e sen 2θ = 2 sen θ cos θ.
Resolução:
Seja z = ρ cis θ. Então, tendo em conta a Fórmula de De Moivre:
z2 = ρ2 cis (2θ) = ρ2 [cos (2θ) + i sen (2θ)] .
Por outro lado,
z2 = (ρ cis (θ)) × (ρ cis (θ)) =
= ρ2 [cos (θ) + i sen (θ)]2 =
£ ¤
= ρ2 cos2 (θ) − sen2 (θ) + 2i sen (θ) cos θ .
Comparando as duas expressões obtidas deduz-se o resultado pretendido.
A Fórmula de De Moivre generaliza-se facilmente às potências de expoente negativo de
números complexos:
Propriedade 11 Seja z = ρ cis θ 6= 0 então
1 1
z−n = n
= n cis(−nθ), n ∈ N.
z ρ
Dem. Notemos que
1 1 1 (cos θ − i sen θ)
= = n =
zn ρn cis (nθ) ρ (cos θ + i sen θ) (cos θ − i sen θ)
1 (cos θ − i sen θ) 1
= n
= n cis(−nθ).
ρ 1 ρ
63 M a io d e 2 0 0 6
¯ ¯
¯ (1+i)5 ¯
Exemplo 43 Calcule ¯ i2 (1−i)3 ¯.
Resolução:
Teremos
¯ ³√ ´5 ¯¯ ¯
¯ ¯
¯
¯ (1 + i)5 ¯
¯ ¯ 2 cis π ¯ ¯ 2 52 cis ¡ 5π ¢ ¯
¯ ¯ ¯ 4 ¯ ¯ ¯
¯ i2 (1 − i)3 ¯ = ¯¯− √2 cis ¡− π ¢ ¯¯ = ¯¯ 32 ¡ 43π ¢ ¯ =
¯ 4 ¯ 2 cis − 4 ¯
¯ µ ¶¯
¯ 5 −3 5π 3π ¯
= ¯¯2 2 2 cis + ¯ = 2 |cis (2π)| = 2.
4 4 ¯
A raíz índice n ∈ N de um número complexo
√ z é, por definição, um número w tal que
n
w = z. Representa-se este número por w = z.
n
Deste proposição resulta que todo o número complexo diferente de zero tem exactamente n
raízes de índice n (também chamadas determinações da raíz de índice n).
√
Exemplo 44 Mostre que n 1 = cis( 2kπ n
), k = 0, ..., n − 1.
Resolução:
Como 1 = cis 0 então,
µ ¶ µ ¶
√
n 0 + 2kπ 2kπ
1 = cis = cis , k ∈ Z.
n n
Observe-se que
µ ¶ µ ¶
2kπ 2k0 π
cis =
6 cis se k 6= k0 e 0 ≤ k, k0 ≤ n − 1.
n n
Por outro lado µ ¶ µ ¶
2kπ 2(k + n)π
cis = cis se 0 ≤ k ≤ n − 1.
n n
Exemplo 45 Calcule as raízes complexas seguintes:
√
1. 3 1;
√
2. 4 1;
√
3. 3 − 4i.
64 M a io d e 2 0 0 6
Resolução:
1. Ter-se-á
µ ¶ µ ¶
√
3
√
3 0 + 2kπ 2kπ
1= cis 0 = cis = cis com k = 0, 1 e 2.
3 3
z1 = cis (0) = 1,
µ ¶ √
2π 1 3
z2 = cis =− +i ,
3 2 2
µ ¶ √
4π 1 3
z3 = cis =− −i .
3 2 2
2. Ter-se-á
µ ¶ µ ¶
√
4
√
4 0 + 2kπ 2kπ
1 = cis 0 = cis = cis com k = 0, 1, 2 e 3.
4 4
z1 = cis (0) = 1,
³π´
z2 = cis = i,
2
z3 = cis (π) = −1
µ ¶
3π
z4 = cis = −i.
2
|3 − 4i| = 5 e
arg (3 − 4i) ≈ 0.927rad ≈ 53.13o .
Ter-se-á, µ ¶
√ √ 0.927 + 2kπ
3 − 4i ≈ 5 cis com k = 0 e 1.
2
Isto é, obteremos as raízes cujos valores aproximados são:
µ ¶ √
√ 0.927
z1 ≈ 5 cis = 5 cis (0.463 5) ,
2
µ ¶ √
√ 0.927 + 2π
z2 ≈ 5 cis = 5 cis (0.463 5 + π) .
2
65 M a io d e 2 0 0 6
Definição 14 Seja z = ρ cis θ 6= 0, p ∈ Z e q ∈ N. Então
∙ ¸
p ¡√q
¢p p p
zq = z = ρ q cis (θ + 2kπ) , k ∈ Z.
q
p
Desta definição resulta que se for uma fracção irredutível obtêm-se exactamente q determi-
q
p ¡ √ ¢p √
nações da potência z . Nesta última situação q z = q zp . No entanto, se pq for redutível
q
¡ √ ¢p √
tem-se em geral q z 6= q zp . Estes factos aconselham alguma precaução ao trabalhar
com potências racionais de números complexos. Nos exemplos seguintes concretizamos estas
ideias.
¡ √ ¢4 √ 6
Exemplo 46 Consideremos por exemplo as expressões 6 z e z4 , z 6= 0. A primeira
4 2 ¡ √ ¢2
não é mais do que z 6 = z 3 = 3 z que tem três diferentes determinações. A segunda
apresenta seis determinações diferentes.
Resolução:
4
1. z 2 (= z2 ) = cis(2 × π2 ) = cis π = −1.
√ p p √
2. z4 = cis( π4 )4 = cis(π) = −1 = ±i.
1. Re z > 0;
2. Re (z − 1) < 2;
3. Im (z + 2i) > 1.
Representando no plano complexo os pontos que são solução de cada uma das condições
acima descritas, obtem-se graficamente o que se designa por domínio plano de cada uma
das condições:
66 M a io d e 2 0 0 6
1. Estes números complexos são todos os números da forma z = a + bi com a > 0.
Graficamente teremos:
y
4
x
-4 -2 0 2 4
-2
-4
x
-4 -2 0 2 3 4
-2
-4
x
-4 -2 -1 0 2 3 4
-2
-4
67 M a io d e 2 0 0 6
2.6.1 |z1 − z2 | como distância entre dois pontos
Tem-se que |z1 − z2 | representa a distância entre os afixos de z1 e z2 :
|z1 − z2 | = Z1 Z2 .
1. |z| = 2;
2. |z| ≥ 1;
3. |z − (2 + 3i)| ≤ 1;
Resolução:
1. Este conjunto de pontos será constituído por complexos cujo módulo será igual a dois.
Suponha-se que z = x + yi, então
p
|z| = 2 ⇔ |x + yi| = 2 ⇔ x2 + y2 = 2.
Concluí-se que o conjunto de números complexos é constituído por aqueles cuja distân-
cia à origem é exactamente igual a dois. Graficamente teremos:
y
2 x
2. Este conjunto de pontos será constituído por complexos cujo módulo é maior ou igual
a um. Suponha-se que z = x + yi, então
p
|z| ≥ 1 ⇔ |x + yi| ≥ 1 ⇔ x2 + y2 ≥ 1.
68 M a io d e 2 0 0 6
Concluí-se que o conjunto de números complexos é constituído por aqueles cuja distân-
cia à origem é igual ou superior a um. Graficamente teremos:
y
1 x
y
3
1 2 x
4. Este conjunto de pontos é constituído pelos pontos a uma distância igual ou inferior à
unidade da origem e que simultaneamente estejam a uma distância da origem superior
a 12 . Graficamente teremos:
1
1/2
1/2 1 x
69 M a io d e 2 0 0 6
2.6.2 |z − z1 | = |z − z2 | como mediatriz de um segmento de recta
• |z − z1 | = |z − z2 | representa a "equidistância" entre o afixo de z1 e o afixo de z2 , ou
seja, a mediatriz do segmento de recta [Z1 Z2 ] .
Exemplo 49 Represente no plano complexo os afixos dos números complexos z que satis-
fazem as seguintes condições:
1. |z − 1 + i| ≤ |z + 2 − 3i| ;
2. Re z ≤ 2 ∧ Im z = 1.
Resolução:
70 M a io d e 2 0 0 6
2. Seja z = x + yi com x, y ∈ R.
Re z ≤ 2 ∧ Im z = 1 ⇔ Re (x + yi) ≤ 2 ∧ Im (x − yi) = 1 ⇔ x ≤ 2 ∧ −y = 1 ⇔
⇔ x ≤ 2 ∧ y = −1
y 4
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4
x
-1
-2
-3
-4
Resolução:
Este conjunto de pontos é constituído pelos números complexos cujos argumentos se situam
entre os valores indicados. Graficamente teremos:
71 M a io d e 2 0 0 6
2.7 Exercícios Propostos
Exercício 24 Calcule, indicando o resultado na forma algébrica:
1. (1 + 2i) − (3 + 5i) (1 − i) ;
(1+i)(3−i)
2. 1+2i
.
1. z = 1 + i;
√
2. w = −1 − 3i.
1. iz − 2 = 3z;
2. 2z − iz = 1 + 3i;
3. z2 − z + 3 = 0;
1+zi
4. 3−i
= 2i;
5. z.z − z = i + 1.
1. z = 1 + i;
√
2. w = −1 − 3i.
1. 5cis (π) ;
2. 4;
¡ ¢
3. −3cis 5π
2
;
√ ¡ ¢
4. 5cis 5π6
;
5. −2 − 2i.
√ √
Exercício 29 Sejam z = 2 − 2i e w = − 23 + √2 i.
3
Represente na forma trigonométrica:
1. z × w;
2. z2 × w;
z4
3. w3
.
72 M a io d e 2 0 0 6
√ ¡ ¢ √ √
Exercício 30 Sejam z1 = 1 − i, z2 = 2 2cis 5π
4
e z3 = 6 + 3 2i. Calcule:
√
1. 4
z3 ;
√
2. z1 × z2 .
2
Exercício 31 Dado o número complexo z = 1−i
− 2i97 ,
1.
√
2. A é o afixo de 2 + 2 3i.
73 M a io d e 2 0 0 6
Exercício 33 Represente no plano complexo os afixos dos números complexos z que satis-
fazem as seguintes condições:
1. |z − 3i| ≥ 3 ∧ |z − 3 − i| ≤ |z − i| ;
2. |z − 2 − i| ≤ 2 ∧ |z + 3| = |z − 4 − 2i| ;
3. 1 ≤ |z| < 4 ∧ Re (z − i) = 2;
4. 1 ≤ |z + i| ≤ 3 ∧ − π2 ≤ arg z ≤ 0;
5. − π6 ≤ arg (z − 2i) ≤ π4 ∨ |z − 1| ≤ 2;
¯³ √ ´ ¯
¯ ¯
6. ¯ 1 + 3i (−z − 1 + 2i)¯ ≤ 4 ∧ |Re (z + 1 − 2i)| ≥ 1;
π
7. |z + 2i| ≥ |z − 4 + i| ∧ Im (z − 2) > 1 ∧ 4
≤ arg (z − 4 − i) ≤ 32 π;
¯ ¯
8. ¯z − 2+i
i
¯ ≤ 3 ∧ Im z ≤ (Re z)2 ;
2. Resolver a equação z4 − 1 = 0.
tg α+i
Exercício 35 Seja z o complexo definido por: z = tg α−i
.
74 M a io d e 2 0 0 6
2.8 Soluções
Solução 24 .
1. −7;
8
2. 5
− 65 i.
Solução 25 .
√
1. Z = (1, 1) ; |z| = 2; z = 1 − i;
³ √ ´ √
2. W = −1, − 3 ; |w| = 2; w = −1 + 3i.
Solução 26 .
1. z = − 35 − 15 i;
5
2. z = 3
+ 73 i;
√ √
1 11 1 11
3. z = 2
+ 2
i ∨z = 2
− 2
i;
4. z = 6 − i;
5. z = −i ∨ z = 1 − i.
Solução 27 .
√ ¡ ¢
1. z = 2cis π4 ;
¡ ¢
2. w = 2cis 4π
3
.
Solução 28 .
1. −5;
2. 4cis0;
3. −3i;
√ √
4. − 215 + 25 i;
√ ¡ ¢
5. 2 2cis 5π4
.
Solução 29 .
¡ ¢
1. 83 cis 5π2
;
¡ ¢
2. 163
cis − 7π
6
;
27
3. 4
cis (−π) .
75 M a io d e 2 0 0 6
Solução 30 .
√ ¡π¢ √ ¡ ¢ √ ¡ ¢ √ ¡ ¢
1. 8 24cis 12 ; 8 24cis 7π
12
; 8 24cis 13π
12
e 8 24cis 19π
12
;
¡ ¢ ¡ ¢
2. 2cis − 3π
4
e 2cis π4 .
Solução 31 .
√ ¡ ¢
1. z = 1 − i = 2cis − π4 ;
√ ¡ ¢ √ ¡ 13π ¢
2. 2cis 5π 12
e 2cis 12
.
w2 (k = 1)
π x
−
( k = 2) w3 4
w1 (k = 0)
Solução 32 .
1. 1 ≤ |z − (1 + 2i)| < 2;
¯ √ ¯¯ √ ³ √ ´
¯ π
2. ¯z − 2 − 2 3i¯ < 2 3 ∧ 3
< arg z − 2 − 2 3i < π.
Solução 33 .
1.
76 M a io d e 2 0 0 6
2.
3.
4.
77 M a io d e 2 0 0 6
5.
6.
7.
78 M a io d e 2 0 0 6
8.
9.
Solução 34 .
1. −315 − 11i;
2. z = 1 ∨ z = i ∨ z = −1 ∨ z = −i.
Solução 35 .
1. -
2. z = cis (π − 2α) ;
7 24
3. z = 25
− 25
i.
79 M a io d e 2 0 0 6