Professional Documents
Culture Documents
Henri YugoMihara ± nº 19
Lucas Sá Ribeiro ± nº 30
2011
c
c
c
Ê
ÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎ
Ê
ÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎ
ÊÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎ
c
ÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎÎ
Èc
c
ï
O existencialismo foi uma das mais vastas correntes filosóficas contemporâneas. Prova disso é
que abrigou em suas ideias desde pensadores cristãos e extremamente religiosos e dedicados
como Kierkgaard (filósofo dinamarquês, extremamente religioso, um dos percursores do
existencialismo), passando por grandes pensadores como Fiódor Dostoievski (escritor russo) e
Sartre (filósofo francês) até ateus radicais como Friedrich Nietzsche (filósofo alemão, percursor
da doutrina niilista, que propôs µa morte de Deus¶).
Importante notar também que a maior parte da filosofia existencialista foi gerada e
desenvolvida em meados do século XX, uma era de profundo descontentamento e incertezas
com o Mundo.
A essência do existencialismo procura analisar o homem como ser que faz sua própria
existência.Percebe-se, portanto, a preocupação em explicar o sentido das vidas humanas de
uma forma subjetiva e pessoal, ao invés de se preocupar com verdades científicas relativas ao
universo, o que antes fora o centro das mais diversas correntes filosóficas.
È Ê
È
Nietzsche criticou a tradição filosófica ocidental dizendo que Sócrates, ao separar o princípio
apolíneo (que valorizava a clareza e a ordem ), do principio dion isíaco (que tinha como valores
a fantasia e a desordem ) e escolhendo a razão, fez com que a criatividade filosófica vinda da
dimensão dionisíaca acabasse.O u seja, Nietzsche acredita que Sócrates, ao optar pela razão
apolínea, fez com que houvesse uma quebr a de um pensamento criativo, diferente que era
proporcionado pela dimensão dionisíaca.
Nietzsche também fez críticas aos valores morais. Para ele, as concepções morais são
criações do ser humano, a partir de seus interesses, suas necessidades, suas vontade s, nada
mais do que produtos histórico -culturais. Ele também acredita que não existe o bem e o mal,
porque também acha que essas noções de bem e mal também foram criações humanas para
benefício ou para implicar sentimentos de culpa pelos atos cometidos.
Nietzsche foi muito crítico com relação à religião. Criou a expressão µ Moral de Rebanho¶
quando se referia aos valores que a religião impunha sobre os cristãos e judeus, que eram
submetidos a valores morais µpor vontade de Deus¶ e em um dado momento chega até a
declarar a µmorte de Deusµ, falando da rejeição da ideia de um ser absoluto e transcendental e
propõe ao ser humano a viver por sua própria conta e risco, sem levar em consideração,
valores morais, bem e mal, Deus, dentre outras influências sobre -humanas .
Kc
c
Ocexistencialismo cé uma doutrina ético -filosófica que destaca a liberdade cindividual,
acresponsabilidade ce acsubjetividade cdo ser humano. O existencialismo considera cada homem
como um ser único que é mestre dos seus atos e do seu destino.
Jean Paul Sartre utiliza muito dessas concepções de existencialismo em sua filosofia, visto que
o próprio declarou que µ O homem é aquilo que ele faz de si mesmo¶. Além disso, Sartre afirma
também que não existe destino (no sentido de prede stinação), mostrando que o homem é
responsável por seus atos e seu futuro. Faz críticas aos conceitos de Aristóteles sobre ato e
potência, porque pra ele µ O ente em-si (conceito criado por Sartre, que determina qualquer
objeto existente e com essência definida) , não é ativo, nem passivo, mas repousa
simplesmente em si¶, contrário ao conceito de ato em que o ente já é algo em potencial, nasceu
algo e a potência é aquil o que o ente pode vir a ser. Além disso, Sartre cria também o conceito
de para-si, que pode ser definido como um em -si que constrói um sentido para o Mundo; a
consciência humana. Quanto à liberdade individual, Sartre afirma que estamos condenados a
ser livres; condenados a escolher, pois até mesmo a não-escolhaé uma escolha (visto que
quaisquer escolhas afetam terceiros, e que as escolhas de terceiros nos afetam). Diante disto,
Sartre nos apresenta a ideia de que as escolhas são a grande angústia da humanidade, pois o
homem, notando que suas escolhas envolvem toda a humanidade (e não somente a si mesmo)
e que a responsabilidade dessa sescolhasé sua, e somente sua, se sentirá extremamente
angustiado. Só alguém com má -fé consegue disfarçar sua angústia, dissimulando as
responsabilidade sencobertas por suas escolhas . Dissimular e mentir sãoescolhas. Ao transferir
nossas responsabilidade s, estamos escolhendo a mentira . ³O homem que nega a angústia tem
na angústia a sua própria forma de existir ´.1
È &'
(
)'
*
+ '
,
-
.
./
cccccccccccccccccccccccccccccccccccccccc cccccccccccccccc
1
L'APICCIRELLA, Nadime - O Existencialismo de Jean Paul Sartre ± Revista Eletrônica de Ciências da
UFSCar. São Carlos, 2004.
ßc
c
ser compreendido por todo homem. Assim, pode -se dizer que existe uma universalidade do
homem, mas ela é construída por ele próprio, através de suas escolhas. As escolhas são
inevitáveis. Para ele, o fato de não haver uma essência anterior à existência força os homens a
serem livres: temos que inventar regras, valores, improvisar. Portanto, só o fato de alguém
existir traz, obrigatoriamente, o fato de ele ser l ivre. A existência nos condena à liberdade.
Devido à falta de valores predeterminados, estamos sós e sem desculpas. Por isso, ninguém
pode se eximir da responsabilidade por seus atos e suas consequências. Cada um escolhe por
si mesmo, através de seu própri o julgamento, baseando sua decisão no que achar melhor.
Segundo ele, o homem é responsável por escolher para si e, com isso, para toda a
humanidade, o que causa muita angústia. É desse compromisso de escolher que ele não pode
escapar (se ele não escolhe na da, escolhe não escolher). O ser humano tem compromisso
com seu futuro, com as outras pessoas, consigo mesmo. Ele, que defendia que o
existencialismo é uma doutrina da ação, dizia que ninguém deve se esquivar de nenhum
compromisso, utilizando -se de desculpas, pois cabe a cada um fazer seu próprio destino.
Quem tentar escapar à responsabilidade ou ao compromisso estava, na opinião dele, agindo
de má-fé. Isso se confunde com o humanismo no momento em que centra no homem o poder
de decisão. Como citado anteriormente, não há escapatória: o homem é o centro do mundo, o
que é notoriamente humanista, como evidenciado na seguinte frase de Michelangelo , notório
artista que tinha nos ideais humanistas algumas de suas bases: ³O que há de mais certo é
confiarmos em nós mesmos, para nos tornarmos pessoas de mérito e de valor´.
Outros filósofos existencialistas, como Heidegger, manifestam -se abertamente contra a ideia
de que o existencialismo é humanista , por considerar o humanismo como uma visão simplista
do homem.
K Ê
O segundo conceito é que homem não foi criado para um fim , ele cria este fim (se faz em sua
essência). Ainda no existencialismo cristão kierkgaardiano, nenhum valor imposto (mesmo os
bíblicos) poderia alterar a busca de cada indivíduo em agradar a Deus de forma pessoal e
paradoxal, de certa forma até subjetiva. O terceiro conceito é que o mundo é irracional,ou ao
menos além de nossa compreensão e que nenhuma explicação final (verdade universal) pode
ser dada para o fato de o mundo ser da maneira que é .
O quarto e último conceito é tal que a falta de sentido, ou a liberdade presente na subjetividade
de nossa existência, origina um desespero e uma angústia ; ao saber que suas escolhas se
refletem em outrem.Os existencialistas enfatizam a liberdade como a propriedade humana
distintiva mais importante, da qual não se pode fugir, nem mesmo agindo-se com má-fé.
åc
c
Bibliografia
DANELON, Márcio; LIMA JUNIOR, José ³Angústia e má -fé no Ser e o nada de Sarte´ ±
UNIMEP.
http://www.mundodosfilosofos.com.br/martin -heidegger-o-humanismo.htm(Acesso em
11/04/2011, às 18h00)
*c
c