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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS DE PALMAS

Disciplina: Direito do Trabalho II – 2010/2


Profª Joilma Fortes Leão

ASSUNTO: DIREITO COLETIVO

1ª PARTE – ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

1) Nomenclatura

1ª Corrente – Direito Sindical – confunde-se com a história do sindicalismo


(Defensor – Amaury Mascaro do Nascimento)

2ª Corrente (majoritária no Brasil) – Direito Coletivo – mais apropriado por


retratar a essência da disciplina jurídica e por diferenciar do Direito do Trabalho
Individual (Defensores – Sérgio Pinto Martins, Vitor Russomano, Octavio Bueno
Magano, etc.)

2) Conceito

- Direito Coletivo do Trabalho é a parte do Direito do Trabalho que estuda a


organização sindical dos empregados e empregadores, o desenvolvimento das
negociações coletivas, os conflitos coletivos de trabalho e suas soluções, bem,
como, a representação dos empregados nas empresas.

2) Finalidade

- Tutelar, proteger e defender os interesses das categorias profissionais e


econômicas.

● CATEGORIA (Art. 8º, II da CF e Art. 511 e seguintes da CLT)

– Existem diversos setores de atividade econômica. Exemplos: Industriais;


Comerciais; de Serviços; Financeiro; etc. Nestes setores há inúmeras
subdivisões. Exemplo: Indústrias Alimentícias; Indústrias Têxteis; Indústrias
Metalúrgicas; Setor de Serviços de Telecomunicações; Setor de Serviços de
Transporte; Comércio Hoteleiro; Comércio pesqueiro; etc.

- As “pessoas” que exercem a sua atividade econômica num desses setores ou


subsetores formam uma CATEGORIA ECONÔMICA.

- As “pessoas” que exercem seu trabalho num desses setores ou subsetores


formam uma CATEGORIA PROFISSIONAL.

- As “pessoas” que exercem a mesma profissão por força de Estatuto


Profissional Especial ou em conseqüência de condições de vida singulares
formam uma CATEGORIA PROFISSIONAL DIFERENCIADA (Art. 511, § 3º da
CLT)

3) Histórico

3.1) No Mundo
1ª FASE – Proibição

● 1799 – Na Inglaterra - O “Conbination Act” declarou ilegais as coalizões de


trabalhadores.
● 1817 – o “Sedition Meetings Act” definiu as coalizões como crime de sedição
ou conspiração.

● 1803 – na França – Lei 12 de Abril proibiu e puniu as coalizões.


● 1810 - Código Penal Francês manteve a proibição, fazendo depender do
governo as associações de mais de 20 pessoas.

2ª FASE – Tolerância
● 1824 - Inglaterra – primeiro país a suprimir o delito da coalizão. Depois os
outros.
● 1848 – No campo intelectual – Manifesto comunista de Marx e Engels –
instigando...

● 1848 – França – liberdade de associação e depois em 1849 restabeleceu a


repressão.
● 1864 – A Lei 25 de maio suprimiu o delito de coalizão.

3ª FASE – Reconhecimento

● 1884 – França – Lei 21 de Março reconheceu as associações profissionais.

● 1918 – Alemanha – reconhecimento do direito de associação profissioanal.

● 1917 – México – CF foi a primeira a reconhecer o direito de livre negociação.

● 1919 – Alemanha – 1ª Constituição européia a tratar de matéria trabalhista e


do direito coletivo do trabalho e o direito de associação foram reconhecidos.

●1919 – Criação da OIT pelo Tratado de Versalhes – organização que se


preocupa em adotar instrumentos voltados à proteção dos direitos humanos
fundamentais do trabalhador.

3.2) No Brasil

● Brasil Colônia (1500 – 1822)


● Brasil Império (1822 – 1889)
● Brasil República (1889 – 1930)
- 1891 – 1ª CF republicana. Garantiu o direito de livre associação sem armas.
- o STF reconheceu o direito de sindicatos e o direito de greve.
- a partir de 1903 o termo sindicato foi generalizado.
- liberdade sindical
- pluralidade sindical
- sindicato misto

● Era Vargas (1930 a 1945)


- implantação do sindicato corporativo
- unicidade sindical
- distinção entre sindicatos de empregados e empregadores
- organização sindical – ramo de atividade econômica
- categorias agrupadas pelo critério de profissões idênticas, similares e
conexas
- exigência de reconhecimento oficial – personalidade jurídica se o MT
reconhecesse.
- 1934 – 1ª CF a tratar de Direito do Trabalho bem como de Direito Sindical.
- 1937 – incorporou oficialmente o corporativismo. (considerava que o sindicato
exercia função delegada de poder público; proibiu os instrumentos de
autotutela e proibiu a greve e o lock-out)

● 3ª República (1945 – 1964)


- derrubada de Getúlio Vargas e restabelecimento da democracia
- livre associação profissional e sindical
- lei infraconstitucional manteve a mesma organização sindical
- assim, manteve-se em pleno quadro democrático, a sobrevivência de um
regime corporativo facista.

● No Regime Militar – (1964 – 1985)


- foi outorgada a CF de 1967, sem grandes alterações no direito sindical.

● 4ª República (a partir de 1985)


- alicerçado em bases diversas do sindicalismo populista dos anos 30.

- inicialmente, assentava-se nos trabalhadores das indústrias de ponta (auto),


serviços sociais públicos e do meio rural.

- Na região do Estado de São Paulo denominada de ABC, por reunir as cidades


de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, altamente
industrializada, principalmente a automobilística - MOVIMENTO
REINDICATIVO, ao mesmo tempo que cresceu o PARTIDO DOS
TRABALHADORES, combinando ação sindical com a política.
(em virtude da corrosão dos salários pela inflação, o movimento sindical
promoveu greves com assiduidade que há muito não se via).
- O movimento sindical sofreu um impacto com uma nova atitude assumida
pelos metalúrgicos de São Paulo, que passaram a assumir um SINDICALISMO
DE RESULTADOS, voltados para bons contratos coletivos.
- Assim, ficaram claras as ideologias sindicais que se destacaram na época: A
REVOLUCIONÁRIA, seguida pela CUT, e a reformista, dos metalúrgicos de
São Paulo, Confederação Nacional dos Metalúrgicos.
- Constituição de 1988- No Caput do art. 8º foi afirmada a liberdade de
associação profissional ou sindical e mantidos os aspectos estruturantes do
sistema corporativista, combinados com uma maior autonomia sindical.

2ª PARTE – ESTRUTURA JURÍDICA SINDICAL PÓS CF/88

- Há controvérsias sobre quais os artigos da CLT teriam sido revogados pela


CF/88, já que a essência da liberdade Sindical foi implantada em antagonismo
à estrutura corporativista contida na CLT.

- A maioria das edições de Consolidações de Legislações Trabalhistas utilizam


o termo “artigo prejudicado pelo art. 8º da Constituição Federal.

- Como ainda não foi realizada a reforma sindical, predomina o entendimento


jurisprudencial e doutrinário de que alguns parâmetros contidos na CLT
continuam sedo utilizados. Ex.: o número máximo de 7 dirigentes e 7 suplentes
respectivamente, com direito à estabilidade provisória.

1) Princípios Sindicais na CF/88


(CF art. 8º, “b”)

I- Auto organização limitada pela unicidade sindical


● sistema em que, por imposição estatal, há a possibilidade de existência de
uma única entidade sindical, representativa do mesmo grupo, em determinada
base física.

II- Sindicalização por categoria


● categoria econômica e profissional é uma criação, no Direito Coletivo,
segundo a qual os empregados ou empregadores, exercentes de atividades
idênticas, similares ou conexas, fazem parte, cada qual, de uma dada
categoria.

III- Base territorial mínima


● é o território em que o sindicato é legitimado a atuar, definida pelos
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área
de um município.

2) Sistema Confederativo

- sistema confederativo é a construção de uma organização sindical


verticalizada: sindicato, federação e confederação.

2.1) Sindicato

a) Definição
- “é a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus
interesses econômicos ou profissionais de empregadores e trabalhadores”.
(Art. 511 da CLT) - (união voluntária)
b) Finalidade
- defesa e a promoção dos interesses do grupo que representa.

c) Natureza Jurídica
- Pessoa Jurídica de Direito Privado, integrante do gênero associação, com
personalidade jurídica de direito sindical.

2.2) Federação

a) Conceito
- entidade sindical, de âmbito estadual, que congrega pelo menos cinco
sindicatos da categoria. (CLT Art. 534)

b) Finalidade
- coordenar os interesses dos sindicatos a ela filiados, não obstante os possa
representar.

- entretanto, o § 2º do Art. 611, combinado com o Parágrafo Único do Art. 857,


da CLT, permitem a forma supletiva de representação para fins de contratação
coletiva e ajuizamento de dissídio coletivo, em relação a empregados e
empregadores de categorias não organizadas em sindicato.

c) Natureza jurídica
- pessoa jurídica de direito privado, integrante do gênero associação, com
personalidade jurídica de direito sindical.

2.3) Confederação

a) Conceito
- entidade sindical, sempre de âmbito nacional, formada pela união de no
mínimo 3 federações. (CLT art. 535)

b) Objetivo
- coordenar os interesses das federações a ela filiadas, não obstante não as
possa representar.

- entretanto, é permitida a forma supletiva de representação para fins de


contratação coletiva e ajuizamento de dissídio coletivo, em relação a
empregados e empregadores de categorias não organizadas em sindicato, tão
pouco exista federação que possa representá-las.

c) Natureza jurídica
- a confederação é pessoa jurídica de direito privado, integrante do gênero
associação, com personalidade jurídica de direito sindical.

3) Funções das Entidades Sindicais

3.1) Funções de Representação – Art. 513, “a”, da CLT


- Representam, perante as autoridades administrativas e judiciárias, os
interesses gerais da categoria e os interesses individuais dos associados
relativos à atividade ou profissão exercida.

3.2) Funções de Negociação – CF, art. 8º, inc. IV e arts. 513, “b”, e 611 da
CLT

- Desenvolvem negociações, com sindicatos patronais e com as empresas,


destinadas à composição dos conflitos, mediante Convenções e Acordos
coletivos.

OBSERVAÇÃO: As Federações e, na falta destas, as Confederações podem


representar, supletivamente, para fins de contratação coletiva (convenção e
acordo coletivo), empregados e empregadores de categorias não organizadas
em sindicato, por força do Art. 611, § 2º da CLT.

3.3) Funções de Arrecadação – CF, art. 8º, inc. IV

- O sindicato esta autorizado a arrecadar contribuições para o custeio das suas


atividades e execução de programas do interesse das categorias por ele
representadas.

3.4) Funções de natureza jurídica

- O sindicato presta assistência de natureza jurídica, homologando rescisões


contratuais de empregados com mais de um ano de emprego no mesmo
serviço (Art. 477 da CLT).

- O sindicato presta assistência judiciária gratuita ao trabalhador desempregado


ou que perceber salários inferior a 5 (cinco) salários mínimos ou que declare
não ter condições econômicas para custear a demanda (Art. 789, § 10 da CLT);
e aos associações, qualquer que seja o seu salário (Art. 514, “b”, da CLT) –
aplicação controvertida em função do princípio da liberdade sindical.

- O sindicato presta aos associados serviços médicos, dentários, colônia de


férias, creches, agências de colocação, etc. (Art. 592 da CLT).

3.5) Funções de Postulação Judicial

a) Demanda em juízo na defesa de interesse próprio ( Art. 513, “a” da


CLT). Exemplo: defesa em juízo para impedir criação de outro sindicato da sua
mesma categoria e base territorial)

b) Demanda em juízo no interesse individual como substituto processual.


Exemplo: ação de cumprimento de alguma norma sentenciada em dissídio
coletivo que não esteja sendo cumprida por empresa num determinado
contrato individual de trabalho – Art. 872 da CLT.

c) Demanda em juízo no interesse da categoria (Art. 513, “a”, da CLT)


Exemplos:
● Ajuizamento de Dissídios coletivos, lembrando que: As Federações e, na
falta destas, as Confederações poderão representar supletivamente, para fins
de ajuizamento de Dissídio Coletivo, empregados e empregadores de
categorias não organizadas em sindicato, por força do § 2º do Art. 611,
combinado com o parágrafo único do Art. 857 da CLT.

● Impetrar Mandado de Segurança Coletivo (Inc. LXX, “b” do art. 5º da CF).


- Mandado de Segurança Coletivo é o que pertence a uma coletividade ou
categoria representada por partido político ou por organização sindical, por
entidade de classe ou por associação legalmente constituída e em
funcionamento a pelo menos um ano (Inc. LXX, “a” e “b” do art. 5º da CF).

- O Mandado de Segurança Coletivo deverá ser utilizado para defender direito


líquido e certo da categoria, direitos difusos, e não de um ou de outro membro
da entidade representativa. Há de se perseguir o direito de toda uma classe,
cujo objetivo seja profissional ou social. Esta entidade deve fazê-lo em nome
próprio, mas em defesa de todos os que tenham um direito ou uma prerrogativa
a defender judicialmente.

● Proposição de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Inc. IX do art. 103 da


CF).
- Esta ação pode ser proposta por Confederação ou entidade de classe de
âmbito nacional, como por exemplo, as Centrais Sindicais.

OBSERVAÇÃO:
A CLT, no art. 521, “d”, proíbe que os sindicatos exerçam função politico-
partidária e, função econômica no art. 564.

3ª PARTE – CONSTITUIÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E RECURSOS


FINANCEIROS DAS ENTIDADES SINDICAIS

1) Constituição das Entidades Sindicais

a) Por formação simples (ou originária)


- primeiro sindicato criado para determinada categoria em uma base territorial.

b) Por desmembramento (ou cisão)


- mais de uma atividade ou profissão.

Exemplo: Sindicato dos Trabalhadores em Fábricas de Calçados e Bolsas de


Couro do Município de Porto Nacional do Estado do Tocantins.

c) Por desmembramento ou divisão de base territorial


- de uma base mais ampla para uma menor.

Exemplo: Sindicato das Indústrias de Sucos Regionais dos Municípios de


Palmas e Miracema do Estado do Tocantins.
d) Por fusão de sindicatos
- é o inverso do desmembramento.

2) Procedimentos p/ fundação de Sindicatos

2.1) Atos Pré-Constitutivos

● Averiguar o princípio da unicidade sindical

● Edital de Convocação da Assembléia


- publicado no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação diária na
base territorial, com antecedência mínima de 10 dias da assembléia para
entidades com base municipal, intermunicipal ou estadual e 30 dias para
entidades com base interestadual ou nacional;
- local, horário da assembléia em 1ª e 2ª convocação, pauta e o nome de quem
a está convocando.

● Assembléia de Fundação
- presidência diferente da diretoria eleita provisória;
- quorum (Jurisprudência TST, OJ nº 13, SDC: 1ª Convocação 2/3, 2ª
convocação 1/3);
- escrutínio secreto para eleição da diretoria e Conselho Fiscal).

2.2) Atos Externos

a) Registro no Cartório de Registro de Pessoa Jurídica (personalidade


jurídica civil)
(Arts. 44, 45 e 46 do Código Civil)
● inscrição do ato constitutivo (denominação, os fins, a sede, o tempo de
duração, nome e individualização dos fundadores e dos diretores, o modo
como se administra e representa, as condições de alteração do estatuto e
da dissolução, etc.)

b) Registro no Min. Trab. e Emprego (personalidade sindical) (Portaria nº


186 de 2008) – no Cadastro Nacional das Entidades Sindicais

● pedido de registro e de alteração estatutária;


(acessar o CNES www.mte.gov.br, preencher formulário e protocolizar o
expediente para formação do processo administrativo na Superintendência
Regional do Trabalho e Emprego da unidade da Federação).

● Documentos para formação do expediente: edital de convocação para


assembléia geral de fundação; ata da assembléia geral; estatuto social
aprovado e registrado em cartório; comprovante original de pagamento da
Guia de Recolhimento da União (custo Diário Oficial da União); CNPJ.
● análise do pedido: é feita pela Coordenação Geral de Registro Sindical
para verificar o princípio da unicidade sindical, insuficiência ou
irregularidades nos documentos e formalidades;

● publicação do pedido: no Diário Oficial da União com abertura de prazo


para impugnações (30 dias contados da data da publicação no protocolo no
MTE);

● impugnações: analisadas pela CGRS (poderão ser arquivadas se não


obedecer a Portaria nº 186/2008, poderão ser solucionadas mediante
autocomposição – Secretaria das Relações de trabalho – ou pelo controle
judicial trabalhista. O pedido fica sobrestado até notificação do resultado
final). Obs.: Graus diferentes não podem se impugnar, salvo se tiver
procuração.

● ato do registro: é o ato do MTE pelo qual uma entidade sindical é incluída
no Cadastro Nacional das Entidades Sindicais – Certidão de Registro –
Publicação no Diário Oficial da União.

● Cancelamento do Registro: via judicial ou administrativa (vício de


legalidade na concessão, a pedido, fusão, incorporação).

3) Administração das entidades sindicais

- Os artigos da CLT que tratam da matéria estão prejudicados pelo Art. 8º da


CF. Entretanto, na prática, a maioria das entidades sindicais segue a estrutura
básica quanto à estruturação dos principais órgãos.

3.1) Sindicato
a) Assembléia Geral
- Órgão soberano. Tem o poder de decisão. É o poder legislativo do sindicato.

b) Diretoria
- Constituída de no máximo 7 (sete) membros (há controvérsias), dentre os
quais, um será eleito pelos demais diretores como presidente do sindicato.

c) Conselho Fiscal
- Integrado por e (três) membros eleitos pela assembléia geral, a quem
compete a fiscalização financeira.

3.2) Federação e Confederação


a) Conselho de Representantes
- Formado por 2 (dois) membros das delegações das entidades filiadas.

b) Diretoria
- Formada por 3 (três) membros eleitos pelo Conselho de Representantes.

c) Conselho Fiscal
- Formado por 3 (três) membros eleitos pelo Conselho de Representantes.
4) Recursos Financeiros para administração sindical
- As entidades sindicais necessitam de determinados elementos para cumprir
suas funções, tais como: bens móveis e imóveis, recursos humanos, material
de expediente, entre outros.

a) Contribuição Sindical (CF inc. IV do art. 8º, parte final e CLT art. 578 e ss)
- A forma de cálculo obedecerá aos seguintes critérios:

● para os empregados, corresponderá a 1 (um) dia de trabalho, qualquer


que seja a forma da referida remuneração;
- Será descontada, de uma só vez, anualmente, no mês de março e
recolhida para a CEF no mês de abril.

● para os empregadores, corresponderá à uma importância proporcional


ao capital social da firma ou empresa, registrado nas respectivas Juntas
comerciais ou órgãos, mediante aplicação de alíquotas, conforme tabela
constante na CLT.
- Será recolhida no mês de fevereiro.

Rateio da arrecadação referente à Contribuição Sindical - Anual


- De acordo com a Lei 11.648 de 31/03/2008 - cuja matéria está sub judice –
ADIN 4067, o rateio é feito da seguinte forma:

a) Entidades das Categorias dos Trabalhadores


● 60% da arrecadação para o Sindicato
●15% “ para a Federação
● 5% “ para a Confederação
●10% “ para a Central Sindical (indicada pelo Sindicato)
●10% “ para Conta Especial Emprego e Salário

OBSERVAÇÕES:
● Inexistindo Sindicato os 60% para a Federação
● Inexistindo Federação os 15% para a Confederação
● Inexistindo Confederação os 5% para a Federação
● Inexistindo Central Sindical os 10% para Conta Especial Emprego e Salário
● Inexistindo Sindicato, Federação, Confederação e Central Sindical os
respectivos percentuais vão para a Conta Especial Emprego e Salário.

b) Entidades das Categorias dos Empregadores


● 60% da arrecadação para o Sindicato
●15% “ para a Federação
● 5% “ para a Confederação
●20% “ para Conta Especial Emprego e Salário
OBSERVAÇÕES:
● Inexistindo Sindicato os 60% para a Federação
● Inexistindo Federação os 15% para a Confederação
● Inexistindo Confederação os 5% para a Federação
● Inexistindo Sindicato, Federação e Confederação os respectivos percentuais
vão para a Conta Especial Emprego e Salário.
b) Contribuição dos associados

- Também denominada de mensalidade sindical.

c) Contribuição assistencial

- Prevista em acordo, convenção ou sentença normativa.

d) Contribuição confederativa

- CF inc. IV do art. 8º, parte inicial.

4ª PARTE – NEGOCIAÇÕES COLETIVAS

1) Aspecto Preliminar

- Conforme estudado, as negociações coletivas são fontes formais do Direito


do Trabalho.

2) Conceito

- É a forma de desenvolvimento do poder normativo dos grupos sociais de


forma consensual, com fundamento no pluralismo jurídico como sistema que
não reduz a formação do direito à elaboração do Estado.

3) Histórico no Brasil

● 1932 – O Decreto nº 21.761 instituiu a Convenção Coletiva.


● 1934 – A CF reconheceu as Convenções Coletivas.
● 1937 – A CF atribuiu ao sindicato o direito de estipular Contratos Coletivos de
Trabalho.
● 1943 – A CLT disciplinou o Contrato Coletivo de Trabalho, impondo a
participação dos sindicatos representantes das categorias profissionais e
econômicas.
● 1946 – A CF transferiu para lei ordinária dispor sobre a representação do
sindicato nas Convenções Coletivas do Trabalho.
● 1988 – A CF tratou da matéria no inciso VI do art. 8º, tornando indispensável
a participação do sindicato nas negociações coletivas do trabalho.

- Conforme esclarece o Prof. Amauri Mascaro Nascimento, a expressão


“Contrato Coletivo de Trabalho” às vezes assume sentidos diferentes, ou seja,
pode ser aplicado no sentido amplo, como gênero do qual o Acordo Coletivo e
a Convenção Coletiva são espécies ou no sentido estrito, como já utilizado pela
Lei dos Portuários de nº 8.630/93 que prevê o Contrato Coletivo Nacional dos
Portuários.
4) Conveção e Acordo Coletivo

a) Conceito

- Constitui o ponto de acertamento entre capital e trabalho, que se materializa


num instrumento com força de lei, após avanços e recuos, renúncias e
concessões, tipificando autêntico trata de paz, contando, par tanto, com o
incentivo e a proteção do Estado.

- O Art. 611 da CLT diz que: “Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de


caráter normativo pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de
categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho
aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais
do trabalho.”

- O §1º do Art. 611 da CLT diz que “Acordo Coletivo de Trabalho é o acordo de
caráter normativo firmado por sindicatos de categorias profissionais com uma
ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem
condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das empresas
acordantes às respectivas relações de trabalho.

b) Finalidade

- A negociação coletiva visa suprir a insuficiência do contrato individual de


trabalho, não sendo essa, no entanto, a sua única finalidade, mas é um de
seus principais objetivos.

- “O trabalhador sozinho não tem condições de negociar a contento com o


empregador, salvo raras vezes ou em casos muitos especiais, situação essa
reconhecida sem contestação pelos especialistas. É que o vínculo de emprego
apresenta como característica básica a subordinação, que é exatamente a
dependência em que se põe o trabalhador diante do empregador, e que pode
ser de várias ordens: econômica, técnica, hierárquica e jurídica.”
(NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 32.ed. São
Paulo: LTr, 2006.)

c) Procedimentos de Negociação

1- Assembléia do sindicato de trabalhadores, convocada especificamente


para autorizar a diretoria a iniciar as negociações (Art. 612 da CLT);

2- Discussões entre os dirigentes dos sindicatos de empregados e de


empregadores no caso de Convenção, e entre os dirigentes dos
sindicatos dos empregados e os diretores da empresa no caso de
Acordo coletivo (Art. 616 da CLT);

3- Possibilidade de mediação do Superintendente Regional do Trabalho,


visando a aproximação entre as partes [...], ato que tem o nome de
mesa-redonda na Superintendência Regional do Trabalho (Art. 616, §1º
da CLT.
4- Havendo o ajuste de vontades, segue-se a redação do documento com
as cláusulas objeto da negociação, e que é feita pelos advogados das
partes, segundo a praxe (Art. 613 da CLT);

5- Aprovação do ajuste pelas assembléias dos dois sindicatos


convenentes;

6- Depósito e registro do documento – os sindicatos ou as empresas


acordantes depositarão dentro do prazo de 8 (oito) dias da assinatura da
Convenção ou Acordo Coletivo, uma via do mesmo, para fins de registro
e arquivo, no Departamento Nacional do Trabalho, em se tratando de
instrumento de caráter nacional ou interestadual, ou nos órgãos
regionais do Ministério do Trabalho nos demais casos (Art. 614, § 1º da
CLT);

7- Início da vigência da Convenção ou Acordo Coletivo após 3 (três) dias


da data do depósito nos referidos órgãos de registro.

8- Publicidade da Convenção ou Acordo Coletivo com afixação, de modo


visível nas sedes dos sindicatos ou empresas, dentro de 5 (cinco) dias
da data do depósito;

d) Forma

- Por escrito, sem emendas nem rasuras, em tantas vias quantas forem os
sindicatos convenentes ou as empresas acordantes, além de uma
destinada para registro (Art. 613, Parágrafo único da CLT).

e) Duração

- Duração de no máximo 2 (dois) anos (Art. 614, §3º da CLT).

f) Revisão, dunúncia e prorrogação

- Revisão é o ato em que as partes, antes do término da duração da


convenção ou acordo, resolvem reapreciar as suas cláusulas; denúncia é o
ato em que uma das partes comunica à outra a sua intenção de pôr fim
antecipadamente à Convenção ou Acordo. Prorrogação é o ato em que as
partes resolvem prorrogar todo o conteúdo do instrumento vigente (Art. 615
da CLT)

g) Penalidades por descumprimento das normas


.
- Serão fixadas multas nos próprios Acordos ou convenções nos casos de
empregados ou empregadores descumprirem o que ficou ajustado.
h) Conteúdo

- Cláusulas obrigacionais – dizem respeito a uma obrigação assumida pelo


sindicato como pessoa jurídica. Exemplo: cláusula prevendo multa sobre o
sindicato que descumprir a convenção.

- Cláusulas normativas – cria-se uma obrigação para os empregadores do


setor e um benefício para todos os empregados do mesmo setor. Exemplo:
cláusula que assegura um aumento salarial para toda a categoria
representada no instrumento coletivo negociado.

i) Data-base

- De acordo com a Lei nº 6.708/79, art. 4º, § 1º, data base é a data de início
de vigência de Acordo, Convenção ou Sentença Normativa. Cada Categoria
tem a sua data base (Mês-referência).

j) Natureza Jurídica das Convenções e Acordos Coletivos

● Contratual – a corrente que assim entende diz que decorrem do acordo


de vontades (Prof. Orlando Gomes);

● Normativa – para os defensores desta idéia, trata-se de uma


conceituação dada pela lei: acordo de caráter normativo (Prof. Amaury
Mascaro do Nascimento);

● Mista – natureza própria e particular, deixando de ser contratualista ou


normativista, mas fundamentalmente social (José Carlos Arouca).

5) Greve (CF art. 9º e Lei n. 7783/89)

a) Considerações introdutórias

- A Constituição Federal assegura e estimula a negociação coletiva, que chega


a poder mais do que a lei, quando permite no art. 7º, inc. VI a redutibilidade de
salário desde que acordado em Convenção ou Acordo Coletivo.

- Mas, a negociação coletiva pode resultar frustrada. Nessa hipótese, a greve é


uma saída para os trabalhadores (art. 9º da CF), elencada como método de
autotutela.

b) Conceito

- “É a recusa coletiva e cominada do trabalho com o fim de obter, pela coação


exercida sobre os patrões, sobre o público ou sobre os poderes do Estado,
melhores condições de emprego ou a correção de certos males dos
trabalhadores”. (Cesarino Jr.)
- É um instrumento de força da classe trabalhadora que se exerce através da
suspensão do trabalho para forçar o empregador a atender suas
reivindicações.

c) Evolução

- De maneira geral a greve foi cronologicamente considerada um delito, depois


passou a liberdade e posteriormente a direito.

d) Natureza Jurídica (CF art. 9º)

- É um direito de coerção visando à solução de um conflito coletivo. Não é um


direito absoluto (Sérgio Pinto Martins), pois só por se tratar de um direito já
existem limitações.

- Há, ainda, outro aspecto que deve ser analisado quanto à natureza jurídica da
greve. Diz respeito aos efeitos que provoca no contrato de trabalho:
suspensão, se não ocorre o pagamento de salários e nem a contagem do
tempo de serviço ou interrupção, quando computados normalmente o tempo de
serviço e há pagamento de salários.

e) Titularidade X Legitimidade (Lei n. 7.783/89, art. 4º)

- A titularidade do direito de greve é dos trabalhadores e a legitimidade para a


instauração da greve pertence à organização sindical dos trabalhadores, pois é
um direito coletivo. A CF estabelece que compete aos trabalhadores decidir
sobre a oportunidade e os interesses a serem defendidos por meio da greve.

- Na falta do sindicato, a assembléia geral será convocada pela federação e, na


ausência desta, pela confederação. Não havendo entidade sindical, inclusive
de grau superior, a assembléia geral dos trabalhadores interessados deliberará
sobre as reivindicações e sobre a paralisação coletiva. Trata-se da formação
da Comissão de Negociação (Art. 5º da Lei n. 7.783/89).

f) Condições para o exercício do direito de greve

● Negociação coletiva (art. 3º da Lei nº 7.783/89)


- a negociação coletiva é uma fase antecedente e necessária da greve, ou seja:
é uma condição para o exercício do direito de greve.

● Realização de assembléia geral (art. 4º da Lei nº 7.783/89)


- A assembléia geral deverá ser convocada pela entidade sindical para definir
as reivindicações da categoria, deliberando sobre a paralisação coletiva. A lei
não limita a participação somente aos associados, é estatuto do sindicato que
tratará das formalidades para a convocação da greve.

- É importante frisar que o inciso IV do art. 5º da CF prescreve o direito à livre


manifestação do pensamento, vedando apenas o anonimato. Haverá liberdade
de pensamento quanto à greve em relação aos que são contrários a ela.
g) Aviso prévio de greve (Parágrafo Único do art. 3º da Lei nº 7.783/89)

- O aviso prévio da greve deverá ser fornecido, ao sindicato patronal ou aos


empregadores, com antecedência mínima de 48 horas.

- A Lei nº 7.783/89 não menciona a forma do aviso prévio de greve. Assim,


poder feito pelo jornal, rádio, televisão, notificação por carta, etc. O que
interessa é que seja feita a prova de que a outra parte teve conhecimento de
que iria haver greve com a antecedência mínima prevista na lei.

- A contagem exclui o dia do começo e inclui o do vencimento (Código Civil, §4º


do art. 132). Se o prazo de vencimento cair em dia de feriado, considera-se
prorrogado até o primeiro dia útil (CC, §1º, do art. 132).

- OBSERVAÇÃO: Há entendimento, com base no art. 616 da CLT, de que a


entidade sindical deverá dar ciência, também, ao órgão do Ministério do
Trabalho para que este possa convocar as partes para mesa-redonda, o que
significaria apenas mediação do conflito e não qualquer interferência ou
intervenção na autonomia do sindicato.

h) Atividades essenciais (Art. 10 da Lei nº 7.783/89)

- O §1º do art. 9º da Constituição Federal de 1988 não proibiu a greve em


atividades essenciais, entretanto determinou que a lei definisse os serviços ou
atividades essenciais e dispusesse sobre o atendimento das necessidades
inadiáveis da comunidade.

- RELAÇÃO DAS ATIVIDADES ESSENCIAIS:


● tratamento e abastecimento de água;
● produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis;
● assistência médica e hospitalar;
● distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos;
● serviços funerários;
● transporte coletivo;
● captação e tratamento de esgoto e lixo;
● telecomunicações;
● guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais
nucleares;
● controle de tráfego aéreo;
● compensação bancária.

i) Garantias à população (Art. 11 da Lei nº 7.783/89)

- Nas atividades essenciais os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores


ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a paralisação, a
prestação de serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades
inadiáveis da comunidade e, se isso não acontecer, o Poder Público (Art. 12)
providenciará a prestação dos referidos serviços. A Lei não indicou como o
Poder Público cumpriria essa exigência.
- Atividades essenciais são aquelas que contemplam necessidades inadiáveis
da comunidade que, se não atendidas, pode colocar em perigo iminente a
sobrevivência, a saúde ou a segurança da população.

- No caso de greve em atividades essenciais, o Art. 13 da Lei nº 7.783/89


determina que o aviso de greve seja dado aos empregadores e aos usuários
com antecedência mínima de 72 horas

j) Proibição de contratações

● Regra geral – Art. 7º, Par. Único da Lei nº 7.783/89 – são proibidas as
contratações para mera substituição dos grevistas.

● Exceção – Art. 9º, caput, da Lei 7.783/89 – O empregador tem o direito de


manter equipe para assegurar: os serviços cuja paralisação cause prejuízo
irreparável pela deterioração irreversível dos bens, máquinas e equipamentos e
também para manutenção daqueles serviços indispensáveis à retomada das
atividades da empresa, quando da cessação do movimento. Não havendo
acordo quanto à formação de uma equipe ou recusando-se os empregados ao
cumprimento desta obrigação, é permitido, ao empregador, enquanto perdurar
a paralisação, o direito de contratar diretamente os serviços necessários.

K) Proibição de demissões

● Regra geral – Art. 7º, Par. Único da Lei 7.783/89 – são proibidas as
demissões durante a greve.

● Exceção - Arts. 14 e 15 da Lei nº 7.783/89 – é permitida a contratação em


caso de abuso de direito de greve.

l) Abuso do direito de greve

- Caracterização: O abuso do direito de greve se caracteriza pela inobservância


da Lei (Art. 14 da Lei 7.783/89). Portanto, o movimento grevista terá de cumprir
as condições para o exercício do direito de greve (item “f”); cumprir os prazos
mínimos de antecedência previstos para o início da greve; observar o disposto
no Art. 6º da referida Lei que disciplina a forma como os grevistas poderão
exercer o direito de greve: com o emprego de meios pacíficos; com respeito
aos direitos e garantias fundamentais de outrem, não impedindo o acesso ao
trabalho nem causando dano á propriedade ou pessoa.

- O abuso de greve também ocorre quando, depois de firmados Acordo ou


Convenção Coletiva ou julgado o Dissídio Coletivo, os empregados ainda
insistirem na greve. Exceção: quando houver descumprimento por parte do
empregador de cláusula ou condições estipuladas nos referidos instrumentos
coletivos ou na sentença normativa, os empregados retomarem a greve, não
caracterizará abuso do direito de greve.
- Conseqüências dos abusos de direito de greve (Art. 9º da CF e Art. 15 §2º da
Lei 7.783/89):
● Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. Os abusos
dão ensejo à responsabilidade nas áreas trabalhista, civil ou penal, conforme o
ato praticado.
● Tanto os empregados, individualmente, quanto a própria entidade sindical
poderá ser responsabilizada pelo abuso do direito de greve.

m) Proibição do LOCKOUT

● caracterização – Art. 17 caput da Lei nº 7.783/89 – é a paralisação das


atividades da empresa, por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar
ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados.

● conseqüências – Parágrafo Único - a prática do lockout dá aos


trabalhadores o direito de percepção dos salários durante o período de
paralisação.

n) Proposição de Dissídio Coletivo em caso de greve


- Possuem legitimidade para ajuizar dissídio coletivo as partes, representadas
por seus Sindicatos, o Ministério Público do Trabalho e a Comissão de
trabalhadores, quando não houver entidade sindical que os represente.
- A competência é da Justiça do Trabalho que decidirá sobre a procedência
total ou parcial ou improcedência das reivindicações; poderá apreciar a
legalidade ou ilegalidade do movimento e os abusos que forem cometidos.

6) Métodos de Solução de Conflitos

- Frustradas as negociações coletivas as partes dispõem de métodos de


solução de conflitos:

a) Autotutela

- Quando só uma parte, os empregados, parte para a solução do conflito.


Entretanto, para completar seu ciclo, precisa da outra parte. Exemplo: Greve.

Observação: O Lockout (paralisação por parte dos empregadores) é proibida


no sistema jurídico trabalhista brasileiro.

b) Hetorocomposição

- Verifica-se quando há intervenção de um agente exterior aos sujeitos originais


(empregados e empregadores) na dinâmica de solução do conflito.

● Mediação
- terceiro imparcial, busca auxiliar na composição do conflito;

- não assume poderes decisórios, contribui para o diálogo;


- antes de 1988 a mediação era compulsória, realizada pelas autoridades do
Ministério do Trabalho.

- depois de 1988 continua existindo a possibilidade, só que não compulsória,


podendo ser realizada por profissionais da vida civil, Ministério Público, etc.

● Conciliação
- Comissões de Conciliação Prévia (CLT – Arts. 625-A a 625-H)

● Arbitragem
- Lei 9.307/96;
- Art. 114, § 1º, CF – após frustrada a negociação coletiva, as partes
juscoletivas poderão passar ao caminho da arbitragem;

- caráter facultativo, submetendo-se à escolha dos sujeitos coletivos


trabalhistas;

- o terceiro é denominado árbitro;

- na arbitragem não há exercício de coerção pelo agente exterior ao conflito


original, o árbitro;

- do resultado é produzido um laudo arbitral;

- após ajustada a cláusula, as partes perdem a faculdade de buscar outra via


para resolução do litígio.

● Jurisdição

- é feita através do Judiciário;

- poder-dever conferido ao Estado de revelar o direito incidente sobre


determinada situação concreta trazida ao seu exame;

- Art. 114, §2º, CF, diz que: “Recusando-se qualquer das partes à negociação
coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar
dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir
o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho,
bem como as convencionadas anteriormente.” (Grifo meu)

- A Sentença Normativa é a decisão dos Tribunais Regionais do Trabalho ou do


Tribunal Superior do Trabalho no julgamento dos dissídios coletivos.

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