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PROVA COMENTADA – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MPU – 2007

LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLESIA

As questões de números 1 a 15 referem-se ao texto seguinte.


A propósito de uma aranha
Fiquei observando a aranha que construía sua teia, com
os fios que saem dela como um fruto que brota e se alonga de sua
casca. A aranha quer viver, e trabalha nessa armadilha caprichosa e
artística que surpreenderá os insetos e os enredará para morrer. Tua
morte, minha vida − diz uma frase antiga, resumindo a lei primeira
da natureza. A frase pode soar amarga em nossos ouvidos delicados,
enquanto comemos nosso franguinho. Sua morte, vida nossa.
Os vegetarianos não fiquem aliviados, achando que, além
de terem hábitos mais saudáveis, não dependem da morte alheia
para viver. É verdade que a alface, a cenoura, a batata, o arroz, o
espinafre, a banana, a laranja não costumam gritar quando
arrancados da terra, decepados do caule, cortados e processados na
cozinha. Mas por que não imaginar que estavam muito bem em suas
raízes, e se deleitavam com o calor do sol, com a água refrescante da
chuva, com os sopros do vento? Sua morte, vida nossa.
Mas voltemos à aranha. Ela não aprendeu arquitetura ou
geometria, nada sabe sobre paralelas e losangos; vive da ciência
aplicada e laboriosa dos fios quase invisíveis que não perdoam o
incauto. Uma vez preso na teia, o inseto que há pouco voava debate-
se inutilmente, enquanto a aranha caminha com leveza em sua
direção, percorrendo resoluta o labirinto de malhas familiares. Se
alguém salvar esse inseto, num gesto de misericórdia, e se dispuser a
salvar todos os outros que caírem na armadilha, a aranha morrerá de
fome. Em outras palavras: a boa alma tomará partido entre duas
mortes.
A cada pequena cena, a natureza nos fala de sua primeira
lei: a lei da necessidade. O engenho da aranha, a eficácia da teia, o
vôo do inseto desprevenido compõem uma trama de vida e morte, da
qual igualmente participamos todos nós, os bichos pensantes. Que
necessidade tem alguém de ser cronista? − podem vocês me
perguntar. O que leva alguém a escrever sobre teias e aranhas?
Minha resposta é crua como a natureza: os cronistas também
comem. E como não sabem fazer teias, tecem palavras, e acabam
atendendo a necessidade de quem gosta de ler. A pequena aranha,
com sua pequena teia, leva a gente a pensar na vida, no trabalho, na
morte. A natureza está a todo momento explicando suas verdades
para nós. Se eu soubesse a origem e o fim dessas verdades todas,
acredite, leitor, esta crônica teria um melhor arremate.
(Virgílio Covarim)

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1. A observação de uma aranha e sua teia levam o cronista a


tratar
(A) da crueldade e da irracionalidade das leis naturais.
(B) do universo extravagante em que vivem os insetos.
(C) do princípio da necessidade, pelo qual se regula a
natureza.
(D) da dificuldade de se relacionar a vida com a morte.
(E) das leis da natureza, que só o homem consegue desafiar.
COMENTÁRIO.
A resposta fundamenta-se, sobretudo, na seguinte passagem do
texto: “A cada pequena cena, a natureza nos fala de sua primeira lei:
a lei da necessidade”, presente no início do último parágrafo.
Ainda no último parágrafo, o autor nos informa que “O engenho da
aranha, a eficácia da teia, o vôo do inseto desprevenido compõem
uma trama de vida e morte, da qual igualmente participamos todos
nós, os bichos pensantes”. Portanto, ele desconsidera que as leis
naturais sejam irracionais (A); relaciona sem dificuldades a vida com
a morte (D) e indica que também os insetos são capazes de se
relacionar com as leis da natureza (E). Isso desmonta as respostas
contidas na alternativa.
As expressões “pequena cena”, “pequena aranha”, “pequena teia”
indicam um universo comedido, moderado, em que vivem os insetos.
GABARITO: C

2. Atente para as seguintes afirmações:


I. A frase tua morte, minha vida sintetiza uma lei que se aplica
sobretudo a determinadas espécies do reino animal.
II. A lei da necessidade, tal como a enuncia o texto, expressa o
nosso desejo de sobrepujar a força dos instintos naturais.
III. A teia da aranha e o texto do cronista são tratados como
trabalhos movidos pela força de uma necessidade.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) II, apenas.
(E) III, apenas.
COMENTÁRIO.

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Item I: não é isso o que expressa a frase; seu significado tem alcance
amplo, geral, abrangente – aplicando-se inclusive a espécies vegetais
(segundo parágrafo), sem qualquer tipo de ênfase.
Item II: não se trata de desejo (no sentido natural da palavra: anseio ou
ambição por alguma coisa; aspiração de ter, de conseguir ou de que algo
aconteça; mas sim de necessidade de sobrevivência (aquilo que não se
pode evitar, o que é indispensável à vida).
Item III: o comentário do item anterior corrobora a proposição deste item.
GABARITO: E

3. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o


sentido de frase ou expressão do texto em:
(A) armadilha caprichosa e artística (1º parágrafo) = cilada
cruel e atraente.
(B) não perdoam o incauto (3º parágrafo) = não consideram o
medroso.
(C) percorrendo resoluta (3º parágrafo) = dirigindo-se
orgulhosa.
(D) compõem uma trama (4º parágrafo) = articulam uma
relação.
(E) um melhor arremate (4º parágrafo) = uma conclusão
hipotética.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: os adjetivos “caprichosa” e “artística” tem a ver com a
engenhosidade da armadilha, suas sutilezas e modo de elaboração,
que chega a ser atraente e interessante por causa disso. Mas o
adjetivo “cruel”, no contexto em que se insere, destoa desse
significado, pois aponta para algo que é “terrível, horrível,
implacável”.
Alternativa B: “incauto” é quem age sem cautela, que é ingênuo, sem
malícia e não guarda afinidade com “medroso” (= covarde;
temeroso).
Alternativa C: o adjetivo “resoluta” expressa a característica de ser
determinada em seus propósitos, desembaraçada, de ânimo pronto,
decidida, determinada; nada tem a ver com o sentido da palavra
“orgulhosa”: vaidosa, soberba; presunçosa.
Alternativa D: de acordo com o contexto, está correta a assertiva. O
segmento original exprime uma articulação entre a vida e a morte.
Alternativa E: “arremate” significa conclusão, desfecho, término,
finalizado e afasta-se do sentido da palavra “hipótese”: fato ou ação
que podem vir a ocorrer ou não, eventualidade, possibilidade.

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GABARITO: D

4. Estabelece-se, no primeiro parágrafo, uma comparação


direta entre estes dois elementos:
(A) um fruto e sua casca.
(B) os fios da teia e um fruto.
(C) a aranha e o franguinho.
(D) os fios da teia e a aranha.
(E) a aranha e um fruto.
COMENTÁRIO.
A comparação é estabelecida por meio do conectivo “como”: “Fiquei
observando a aranha que construía sua teia, com os fios que saem
dela como um fruto que brota e se alonga de sua casca.
Entre os elementos “fruto” e “casca” (A), a ideia presente é a de
origem, assim como na alternativa D. Na alternativa C, a ideia
contida é a de oposição: a aranha captura a sua vítima; o franguinho
é a vítima capturada. Não é ruim pensar que na alternativa E a ideia
marcante é a de origem, pois há aproximação entre o fruto e a teia.
Aquele brota de sua casca, este sai da aranha.
GABARITO: B

5. A concordância verbal está plenamente respeitada na


frase:
(A) Nem a banana, nem a laranja, nem a batata, nenhum
desses vegetais escolheria morrer, se lhes fosse dada uma
escolha.
(B) Não devem aliviar os vegetarianos a presunção de que
eles não matam nada para comer.
(C) Os fios de uma laboriosa e artística teia de aranha
costuma enredar fatalmente um inseto desprevenido.
(D) Atribuem-se às aranhas um comportamento cruel, como
se elas pudessem escolher qualquer outro.
(E) Entre as leis que regulam a vida natural, competem-nos
obedecer, em primeiro lugar, à da própria sobrevivência.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: o sujeito composto articulado pela conjunção aditiva
“nem” foi resumido pelo pronome “nenhum”, que obriga o verbo a
flexionar-se no singular.

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Alternativa B: o núcleo do sujeito da locução verbal “devem aliviar” é


o termo “a presunção”, que obriga o verbo dever a flexionar-se na
terceira pessoa do singular: “deve”.
Alternativa C: agora o sujeito tem como núcleo o substantivo plural
“fios” e por isso a flexão correta do verbo é “costumam”.
Alternativa D: o que é atribuído às aranhas? Obviamente, “um
comportamento cruel”, sujeito do verbo atribuir, que se encontra na
voz passiva sintética (ou pronominal). Para que não haja dúvida,
experimente construir a voz passiva analítica: Um comportamento
cruel é atribuído às aranhas...
Alternativa E: outra vez surge um caso de sujeito sob forma de
oração: ...obedecer (...) compete-nos. Nesse caso, o verbo da oração
principal flexiona-se na terceira pessoa do singular.
GABARITO: A

6. A frase que NÃO admite transposição para a voz passiva


é:
(A) Fiquei observando a construção caprichosa da teia da
aranha.
(B) Os vegetarianos não fiquem aliviados.
(C) Tudo isso compõe uma trama de vida e morte.
(D) Eu teria reservado um melhor arremate para esta crônica.
(E) A natureza vai explicitando suas verdades o tempo todo.
COMENTÁRIO.
Naturalmente, a voz passiva é construída a partir de verbos
transitivos diretos. Então a dica é procurar um e fazer as devidas
transformações (o sujeito vira agente da passiva e o objeto direto
vira sujeito paciente). Repare as transformações:
– alternativa A: A construção caprichosa da teia da aranha ficou
sendo observada por mim.
– alternativa B: aqui não é possível, pois estamos diante de verbo de
ligação (“fiquem”) e predicativo do sujeito (“aliviados”).
– alternativa C: Uma trama de vida e morte é composta por tudo
isso.
– alternativa D: Um melhor arremate para esta crônica teria sido
reservado por mim.
– alternativa E: Suas verdades vão sendo explicitadas pela natureza o
tempo todo.
GABARITO: B

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7. Está clara, coerente e correta a redação da seguinte frase:


(A) Assim como um fruto parece sair de sua casca, à medida
que a aranha tece sua teia, que em suas malhas acabam
aprisionando o inseto desprevenido.
(B) Sempre houveram os que não se lembram que a morte se
verifica tão somente no reino animal, ao passo que os
vegetais não.
(C) Não adianta de nada salvar-se um inseto, conquanto
algum outro virá a cair igualmente em cuja armadilha o
primeiro foi salvo.
(D) Não imagine o homem que, por ser um animal racional,
esteja imune às mais cruas leis da natureza.
(E) Todo escritor almeja de que compor um texto tão belo e
eficaz assim como uma teia da aranha, é uma tarefa de
cuja tem muita necessidade.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: período sem coerência textual; falta-lhe o segundo
elemento da comparação iniciada pela expressão “Assim como”. Além
disso, não há um segmento que sirva de consequência à ideia
desencadeada pela locução conjuntiva de valor semântico causal “à
medida que”.
Alternativa B: o verbo haver se flexiona na terceira pessoa do
singular quando se equivale ao verbo existir. A palavra denotativa de
limitação tão-somente (= unicamente, apenas, somente) era grafada
com hífen (o novo acordo o aboliu). A tentativa de estabelecer uma
relação de adversidade entre a oração “ao passo que os vegetais não”
e a oração anterior falhou. Devido à má estruturação, parece-nos que
melhor seria: ao passo que no [reino] vegetal não (entenda-se: a
morte não se verifica no reino vegetal).
Alternativa C: estão empregados inadequadamente a conjunção
“conquanto” e o pronome relativo “cuja”. A conjunção tem valor
semântico concessivo (exprime um fato que se concede, que se
admite, em oposição a outro), o que não se verifica na passagem
(antes, percebe-se nela uma justificativa do que foi declarado
anteriormente). O pronome relativo “cuja” deve estabelecer uma
relação de posso/dependência entre dois substantivos (antecedente e
conseqüente); mas isso também não é verificado.
Alternativa D: não se verifica erro na passagem. Destaque para o
emprego do imperativo negativo “imagine” (terceira pessoa do
singular), que concorda com o sujeito “o homem”, e para o modo
subjuntivo “esteja”, que exprime noção de possibilidade, hipótese.
Alternativa E: o verbo almejar é transitivo direto e dispensa a
preposição “de”; também prejudica a coesão o conectivo “que” (Todo

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escritor almeja compor...). A tentativa de relacionar comparativa-


mente o que todo escritor almeja e “uma teia da aranha” falhou
devido à ausência de coesão entre os segmentos. Observe ainda que
a vírgula separa o predicado do que seria o sujeito: “uma teia da
aranha”. O relativo “cuja” não estabelece a devida relação de posse/
dependência entre dois substantivos. Por fim, parece ter faltado um
pronome “se” antes do verbo “tem” (de cuja.... se tem necessidade),
o que contribuiria para a coesão de período.
GABARITO: D

8. Está adequada a correlação entre os tempos e os modos


verbais na frase:
(A) Nenhum inseto acabaria aprisionado numa teia, caso esta
não tivesse sido tecida com tanto engenho e arte.
(B) Os vegetarianos não deveriam alegar que não matassem
nada, apenas porque não viessem a comer a carne dos an-
imais.
(C) Se um inseto cair na teia, a aranha terá caminhado para
ele com a segurança de quem soubesse o que fazer.
(D) Não costuma ocorrer aos que se insurgissem contra a
morte de animais que também os vegetais morreriam.
(E) O autor da crônica lamentara que não tenha um melhor ar-
remate para seu texto, uma vez que desconheça as razões
e os fins da natureza.
COMENTÁRIO.
Alternativa B: Os vegetarianos não deveriam alegar que não matam
nada, apenas porque não comem a carne dos animais.
Alternativa C: Se um inseto cair na teia, a aranha caminhará para
ele com a segurança de quem sabe o que fazer.
Alternativa D: Não costuma ocorrer aos que se insurgem contra a
morte de animais que também os vegetais morrem.
Alternativa E: O autor da crônica lamentara que não tivesse um mel-
hor arremate para seu texto, uma vez que desconhecia as razões e
os fins da natureza.
GABARITO: A

9. A expressão com que preenche corretamente a lacuna da


seguinte frase:
(A) Os fios ...... se vale a aranha para tecer sua teia são
praticamente invisíveis.

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(B) As mais duras leis da natureza, . . .... é impossível para nós


combater, são ditadas pela necessidade de viver e de mor-
rer.
(C) Pergunto-me . .... armas pode contar essa aranha, afora os
fios da magnífica teia que sabe tecer.
(D) A necessidade de escrever, . . ....... o autor nos confessa ao
fim do texto, é compreendida como uma lei também nat-
ural.
(E) A comparação . .... o cronista estabelece entre uma teia de
aranha e um texto não deixa de ser justificável.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: a regência do verbo valer exige a preposição de: “de
que se vale”.
Alternativa B: não há termo regente que exija a preposição com, o
que a torna dispensável.
Alternativa C: quem conta, conta com algo. Assim, surge a
preposição com reclamada pelo verbo contar.
Alternativa D: aqui também é dispensável a preposição; o pronome
relativo “que” funciona como objeto direto do verbo confessar e, como
tal, não vem regido pela preposição.
Alternativa E: mais uma vez estamos diante de um verbo transitivo
direto (estabelecer) e, portanto, sem necessidade de usarmos pre-
posição para reger seu complemento (“que” = “comparação”).
GABARITO: C

10. Está inteiramente correta a pontuação do período:


(A) Sejam animais, sejam vegetais, tudo o que se alimenta e é
alimento está sujeito, não há dúvida, à lei da necessidade
de sobreviver.
(B) Sejam animais sejam vegetais, tudo o que se alimenta, e é
alimento está sujeito, não há dúvida, à lei, da necessidade
de sobreviver.
(C) Sejam animais, sejam vegetais, tudo, o que se alimenta, e
é alimento, está sujeito − não há dúvida à lei da necessid-
ade de sobreviver.
(D) Sejam animais; sejam vegetais: tudo o que se alimenta e é
alimento, está sujeito, não há dúvida, à lei da necessidade
de sobreviver.
(E) Sejam animais; sejam vegetais, tudo o que se alimenta e é
alimento, está sujeito não há dúvida: à lei da necessidade
de sobreviver.
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COMENTÁRIO.
Alternativa A: a primeira vírgula separa segmentos de valor sintático
equivalente. A oração “não há dúvida” intercalou-se entre o nome e
seu complemento, por isso a necessidade das vírgulas.
Alternativa B: faltou uma vírgula entre “Sejam animais sejam
vegetais”. A segunda vírgula separou indevidamente o sujeito e o
verbo “está”. A última separou o nome do seu adjunto.
Alternativa C: as vírgulas, a partir da terceira, causam fragmentação
indevida do sujeito e separação entre ele e o verbo “está”. Termos
intercalados podem ser separados por travessões, desde que haja um
antes e outro depois. “– não há dúvida –“.
Alternativa D: o erro está no emprego da primeira vírgula, que
separou o sujeito do verbo.
Alternativa E: a segunda vírgula, como já disse, separou
incorretamente o sujeito do verbo. A expressão “não há dúvida”
precisa ser isolada, pois caracteriza uma intercalação. Os dois-pontos
estão igualmente equivocados; no lugar deles deveria vir uma
vírgula, que ajudaria a isolar a intercalação já mencionada.
GABARITO: A

11. Quando a aranha tece sua teia, ela faz sua teia com fios
muito finos, de modo que os insetos não vêem esses fios,
e não conseguem desvencilhar-se desses fios.
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituin-
dose os elementos sublinhados, respectivamente, por
(A) faz-lhe − lhes vêem − deles
(B) a faz − vêem eles − dos mesmos
(C) faz ela − os vêem − deles
(D) lhe faz − vêem-lhes − daqueles
(E) a faz − os vêem − deles
COMENTÁRIO.
De início você deve perceber que o verbo fazer é transitivo direto.
Isso impede que o pronome oblíquo lhe seja seu complemento.
Descarte, portanto, as alternativas A e D.
Em relação à opção C, o pronome pessoal “ela” ou funciona como
sujeito de verbo ou, antecedido de preposição, como objeto indireto;
mas nunca como objeto direto de verbo transitivo (direto ou direto e
indireto). Descarte-a também.
Alternativa B: assim como o pronome “ela”, “ele(s)” não figura como
objeto direto. Descarte esta opção.

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Só restou a última alternativa. Destaque para o uso dos pronomes


oblíquos a e o, que, como complementos de verbo, funcionam como
objetos diretos.
GABARITO: E

12. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa


forma do plural para preencher corretamente a lacuna da
frase:
(A) Não ............ (dever) espantar-nos o fato de que mesmo os
grandes insetos não consigam escapar dos fios de uma
teia.
(B) Os desenhos formados pelos fios de uma teia . ..
(assemelhar-se) à trama dos fios de uma rede de pescar.
(C) . .... (queixar-se) dos incômodos de uma teia quem
precisa demovê-la do alto de uma cumeeira.
(D) Tal como as aranhas fazem com seus fios, ...... (fazer) com
as palavras todo aquele que se dispõe a articular um texto
com precisão.
(E) Não nos . .... (caber) atribuir adjetivos como cruéis ou
maldosos aos atos praticados pelos animais.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: obrigatoriamente, o verbo destacado fica no singular
por integrar a locução “deve espantar-nos”, de cujo sujeito é a oração
“o fato de que mesmo os grandes insetos não consigam escapar dos
fios de uma teia”.
Alternativa B: o verbo vai para o plural em razão da concordância
com o termo “desenhos”, núcleo do sujeito.
Alternativa C: o singular é de rigor. O sujeito é a oração iniciada pelo
pronome “quem”.
Alternativa D: semelhantemente, o verbo também fica no singular, pois o
sujeito apresentou-se sob forma de oração: “todo aquele que se dis-
põe a articular um texto com precisão”. Observe que a estratégia da
FCC é embaralhar a ordem dos termos para confundir os candidatos.
Alternativa E: o sujeito do verbo caber também é uma oração (“atribuir
adjetivos...”), o que obriga o verbo a flexionar-se na terceira pessoa
do singular.
GABARITO: B

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13. É preciso corrigir a redação da seguinte frase:


(A) Qualquer assunto − inclusive uma aranha e sua teia −
pode despertar o interesse de um cronista que está em
busca de um tema.
(B) Nas disputas entre os insetos, o vencedor pode ser o mais
habilidoso e não, necessariamente, o mais forte.
(C) É possível que, para muitos leitores, proceda a
comparação que o autor faz entre o trabalho de uma
aranha e o de um escritor.
(D) Muita gente acredita de que as aranhas são perniciosas
quando suas teias são elaboradas, tendo preso os insetos.
(E) Não deixa de ser um espetáculo, para um observador
atento, a segura caminhada que faz a aranha em direção à
sua presa.
COMENTÁRIO.
A regência do verbo acreditar não admite a preposição “de” (quem
acredita, acredita em). Quando seu complemento é uma oração, a
preposição é dispensada. A vírgula é desnecessária, pois o advérbio
oracional reduzido de gerúndio está em posição regular. O uso da
vírgula chega a quebrar o ritmo frasal.
Nas demais alternativas, não se percebem erros. Na alternativa A,
destaque para os travessões que isolam termo de caráter elucidativo.
Na alternativa B, as vírgulas destacam palavra denotativa. Na opção
C, as vírgulas marcam o deslocamento de segmento de valor
adverbial. Na alternativa E, ocorre um caso semelhante ao anterior.
GABARITO: D

14. Justifica-se o uso do sinal de crase apenas em:


(A) As aranhas tecem à toda hora, seja para construir, seja
para reforçar a teia.
(B) Os vegetais também ficam à desfrutar o sol, a chuva, o
vento.
(C) A aranha assiste pacientemente à luta do inseto
para livrar-se da teia.
(D) A conclusão à que aspira o cronista seria a explicação da
vida e da morte.
(E) Os vegetarianos levam à sério a idéia de que não matam
nada para comer.
COMENTÁRIO.

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Alternativa A: a crase na ocorre antes de palavra de sentido


indefinido, vago, impreciso.
Alternativa B: a crase nunca ocorre antes de verbo.
Alternativa C: o verbo assistir foi usado com o sentido de presenciar,
observar. Nesse caso, possui regência transitiva indireta e seu
complemento é regido pela preposição a. Como o termo regido é
feminino e admite a presença do artigo feminino a, a crase surge
naturalmente. A dica é trocar a palavra “luta” por uma do gênero
masculino e perceber a presença de preposição e artigo (ao duelo).
Alternativa D: quem aspira, aspira a. A preposição deve mesmo ser
empregada antes do relativo “que” (termo regido). Mas onde se
encontra o outro a para permitir a ocorrência da crase? Como ele não
existe, o acento grave foi empregado erroneamente.
Alternativa E: a crase também não ocorre antes de nome masculino.
GABARITO: C

15. Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas


na frase:
(A) O cronista dá a entender que jamais interveio para
libertar um inseto.
(B) Se não convisse matar para comer, a natureza não o
determinaria.
(C) Nunca me aprouveu matar para comer; aguardo que
matem por mim.
(D) Se a natureza revesse sua principal lei, que tipo de vida
haveria?
(E) Se a vida não se compor com a morte, romper-se-á todo
o equilíbrio.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: a flexão do verbo intervir, que é derivado do verbo vir,
está correta (veio > interveio – pretérito perfeito do indicativo).
Alternativa B: também o verbo convir é derivado do verbo vir (viesse
>conviesse – pretérito imperfeito do subjuntivo). Portanto está
errada a forma “convisse”.
Alternativa C: no pretérito perfeito do indicativo o verbo aprazer
(causar ou sentir contentamento, prazer) conjuga-se da seguinte
forma: eu aprouve, tu aprouveste, ele aprouve, nós aprouvemos, vós
aprouvestes, eles aprouveram. Logo a forma “aprouveu” está errada.
Alternativa D: o verbo rever é derivado do verbo ver (visse > revisse
– pretérito imperfeito do subjuntivo). Consequentemente a flexão
“revesse” é descabida.
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Alternativa E: o verbo compor é derivado do verbo pôr (puser >


compuser – futuro do subjuntivo). Assim está errada a forma
“compor”.
GABARITO: A

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RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO
PROFESSOR VÍTOR MENEZES

16) Dado um número inteiro e positivo N, chama-se


persistência de N a quantidade de etapas que são necessárias
para que, através de uma seqüência de operações
preestabelecidas efetuadas a partir de N, seja obtido um
número de apenas um dígito. O exemplo seguinte mostra que
a persistência do número 7 191 é 3:

Com base na definição e no exemplo dados, é correto afirmar


que a persistência do número 8 464 é
(A) menor que 4.
(B) 4
(C) 5
(D) 6
(E) maior que 6.
COMENTÁRIO.
Primeiro multiplicamos os algarismos do número 8.464:
8 × 4 × 6 × 4 = 768
Esta foi a primeira etapa.
Agora multiplicamos os algarismos de 768:
7 × 6 × 8 = 336
Esta foi a segunda etapa.
Dando sequencia, multiplicamos os algarismos de 336:
3 × 3 × 6 = 54
Esta foi a terceira etapa.
Em seguida, temos:
5 × 4 = 20
Que é a quarta etapa.
Por fim, na quinta etapa, temos:
2× 0 = 0
Foram necessárias cinco etapas para chegarmos a um número de um
dígito. A persistência é igual a 5.

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Gabarito: C
17. Ao longo de uma reunião, da qual participaram o
presidente de certa empresa e alguns funcionários, foram
servidos 28 salgadinhos em uma bandeja. Sabe-se que:
– todos os participantes da reunião sentaram-se ao redor de
uma mesa circular;
– o primeiro a ser servido dos salgadinhos foi o presidente e,
após ele, sucessivamente, todos os demais também o foram,
um a um, a partir da direita do presidente;
– a cada passagem da bandeja, todas as pessoas se serviram,
cada qual de um único salgadinho;
– coube ao presidente ser servido do último salgadinho da
bandeja.
Considerando que as pessoas podem ter comido mais de um
salgadinho, o total de participantes dessa reunião poderia ser
(A) 4
(B) 9
(C) 10
(D) 13
(E) 15
COMENTÁRIO.
Seja ‘n’ o número de pessoas ao redor da mesa. Seja ‘k’ o número de
voltas completas que a bandeja deu ao redor da mesa.
A figura abaixo representa a situação.

15
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A mesa está em amarelo. Ao redor da mesa, temos algumas pessoas


representadas. A bandeja começa com o presidente, que pega um
salgado e passa para o Armando.
O Armando pega um salgado e passa a bandeja para o Bernardo.
Bernardo repete o processo e passa para Caio.
E assim vai. A bandeja segue por mais um número desconhecido de
pessoas (representadas pelas setas vermelhas) e chega a Fulano, que
está do lado do presidente.
Quando Fulano pegar seu salgado, a bandeja terá completado uma
volta ao redor da mesa.
Depois a bandeja continua, dando mais voltas, até que os salgados
acabem.
Sabemos que o último salgado é retirado pelo presidente.
Logo, o penúltimo salgado é retirado por Fulano.
Quando isso acontecer, a bandeja já terá dado k voltas completas.
Assim, o número de salgados retirados, até este momento, será igual
a:
k×n
Neste ponto, ainda restará mais um salgado, que será retirado pelo
presidente. Com isso, o número total de salgados é dado por:
k × n +1
O número total de salgados é igual a 28. Logo:
k × n + 1 = 28
k × n = 27
Precisamos encontrar dois números inteiros que, multiplicados, são
iguais a 27. Temos:
- 1 e 27
-3e9

Assim, podemos ter 27 participantes, sendo que a bandeja deu 1


volta na mesa.
Ou então podemos ter 9 participantes, sendo que a bandeja deu 3
voltas na mesa (possibilidade descrita na alternativa B).
Por fim, podemos ter 3 participantes, sendo que a bandeja deu 9
voltas na mesa.
Gabarito: B

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18. O Mini Sudoku é um divertido passatempo de raciocínio


lógico. Ele consiste de 36 quadradinhos em uma grade 6 × 6,
subdividida em seis grades menores de 2 × 3. O objetivo do
jogo é preencher os espaços em branco com os números de 1
a 6, de modo que os números colocados não se repitam nas
linhas, nem nas colunas, nem nas grades 2 × 3 e tampouco na
grade 6 × 6, conforme é mostrado no exemplo que segue.

Observe que, no esquema de jogo abaixo, três das casas em


branco aparecem sombreadas. Você deve completar o
esquema de acordo com as regras do jogo, para descobrir
quais números deverão ser colocados nessas casas.

A soma dos números que corretamente deverão preencher as


casas sombreadas é
(A) 7
(B) 9
(C) 11
(D) 13
(E) 15
COMENTÁRIO.
Nós já temos números 5 na quinta e na sexta colunas (ver destaque
em vermelho).

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Estes dois números 5 destacados em vermelho impossibilitam que,


nas demais células de suas colunas, haja outro número 5 (ver linhas
em vermelho). Com isso, necessariamente devemos ter um 5 na
célula com o círculo verde.

Com um raciocínio semelhante descobrimos o 3 da figura abaixo (em


verde):

Em seguida, descobrimos o 6 da figura abaixo (em verde):

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Na grade 2 x 3 em que estamos trabalhando, a célula restante só


pode ser 1:

Na primeira linha, falta o número 6. Ele só pode ser alocado na célula


com o círculo verde:

Na primeira linha falta o número 4, que só pode ser alocado na célula


em verde da figura abaixo:

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Na primeira linha ainda falta o número 1, que só pode ser colocado


na primeira célula da linha.

Na primeira coluna, falta o número 5, que só pode ser colocado na


célula em verde da figura abaixo:

A célula restante da primeira coluna só pode ser o 2. Com isso a


célula restante da quarta linha só pode ser o 1.

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Vamos mais rapidinho agora. Podemos descobrir o conteúdo das duas


células em verde abaixo:

Na quarta coluna só falta o 4.


Preenchido este 4, já podemos terminar de preencher a quinta linha
com o 2 e com o 6:

Podemos agora preencher a última linha. A última célula só pode ser


o 6. Com isso, o 2 só pode ser alocado na célula destacada em verde,
na figura abaixo:

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Já achamos duas células sombreadas (4 e 6). A soma, até agora, está


dando 10. Já dá para descartar as alternativas A e B.
Analisando as demais alternativas, a última célula sombreada poderia
ser:
c) 1 – falso, pois na grade correspondente já temos um número 1
d) 3 – falso, pois na grade correspondente já temos o número 3
e) 5 – por exclusão, esta é a alternativa correta.
Mesmo já dando para marcar a alternativa correta, vamos continuar
com a solução.
A célula restante da última linha só pode ser 4.

Com isso, temos:

Por fim, a célula sombreada restante só pode ser um 5:

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A soma das células sombreadas é: 5 + 4 + 6 = 15.


Gabarito: E

19. Floriano e Peixoto são funcionários do Ministério Público


da União e, certo dia, cada um deles recebeu um lote de
processos para arquivar. Sabe-se que:
– os dois lotes tinham a mesma quantidade de processos;
– ambos iniciaram suas tarefas quando eram decorridos
37/96 do dia e trabalharam ininterruptamente até concluí-la;
– Floriano gastou 1 hora e 45 minutos para arquivar todos os
processos de seu lote;
– nas execuções das respectivas tarefas, a capacidade
operacional de Peixoto foi 60% da de Floriano.
Nessas condições, Peixoto completou a sua tarefa às
(A) 11 horas e 15 minutos.
(B) 11 horas e 20 minutos.
(C) 11 horas e 50 minutos.
(D) 12 horas e 10 minutos.
(E) 12 horas e 25 minutos.
COMENTÁRIO
A capacidade de Peixoto é 60% da de Floriano. Assim, em 1h45
minutos, Peixoto arquivou apenas 60% dos processos.
Vamos fazer uma regra de 3 para descobrirmos o tempo gasto para
Peixoto terminar a tarefa.
Antes, vamos transformar o período para minutos.
1h 45 minutos = 105 minutos.
Fazendo a regra de 3:

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60% --- 105 minutos


100% --- x
Multiplicando cruzado, temos:
60 x = 105 × 100
x = 175
Peixoto gastou 175 minutos para terminar a tarefa. Ou ainda, gastou
2h 55 minutos.

Eles começaram a atividade quando já era decorrido 37/96 do dia.


37 37
1dia = × 24h = 9,25 horas
96 × 96
Já havia passado 9,25 horas.
Como 0,25 horas corresponde a 15 minutos, concluímos que eles
iniciaram a tarefa às 9h15 minutos.
Assim, Peixoto iniciou às 9h15 e gastou 2h55. Logo, ele terminou a
tarefa às 12h10.
Gabarito: D

20. Mensalmente, um técnico administrativo elabora relatórios


estatísticos referentes à expedição de correspondências
internas e externas. Analisando os relatórios por ele
elaborados ao final dos meses de setembro, outubro e
novembro de 2006, foi observado que:
– do total de correspondências em setembro, 20% eram de
âmbito interno;
– em cada um dos meses seguintes, o número de
correspondências internas expedidas aumentou 10% em
relação às internas expedidas no mês anterior, enquanto que
para as externas, o aumento mensal foi de 20%, em relação
às externas.
Comparando-se os dados do mês de novembro com os de
setembro, é correto afirmar que o aumento das
correspondências expedidas
(A) no total foi de 39,4%.
(B) internamente foi de 42,2%.
(C) externamente foi de 34,6%.
(D) internamente foi de 20%.
(E) externamente foi de 40%.

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COMENTÁRIO.
Vamos supor que, em setembro, são 1000 correspondências. Destas,
200 são internas e 800 externas, satisfazendo o percentual indicado
no enunciado.
interna externa
setembro 200 800
outubro
novembro
Nos meses seguintes, as correspondências internas foram
aumentando 10%. Aumentar alguma coisa em 10% é o mesmo que
multiplicar por 1,1. Assim, basta irmos multiplicando 200 por 1,1
(obtendo 220). Em seguida, multiplicamos novamente por 1,1,
obtendo 242.
interna externa total
Setembro 200 800 1000
outubro 220
Novembro 242
Para as externas, o aumento é de 20% (ou seja, multiplicamos por
1,2).
interna externa total
Setembro 200 800 1000
outubro 220 960 1180
Novembro 242 1152 1394
Comparando novembro com setembro, o aumento total foi de:
1394
− 1 = 39,4%
1000
Isto está exposto na letra A.
Gabarito: A
Apenas para treinarmos, vamos checar as demais alternativas.
O aumento nas externas foi de:
1152
− 1 = 44,00%
800
O aumento nas internas foi:
242
−1 = 21%
200

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INFORMÁTICA – PROFESSORA PATRÍCIA QUINTÃO

Instruções: Para responder às questões de números 21 a 25,


considere as informações abaixo:

OBJETIVO:

O Ministério Público do Governo Federal de um país deseja mod-


ernizar seu ambiente tecnológico de informática. Para tanto, adquirirá
equipamentos de computação eletrônica avançados e redefinirá seus
sistemas de computação a fim de agilizar seus processos internos e
também melhorar seu relacionamento com a sociedade.

REQUISITOS PARA ATENDER AO OBJETIVO:

§1º - O ambiente de rede de computadores, para troca de inform-


ações exclusivamente internas do Ministério, deverá usar a mesma
tecnologia da rede mundial de computadores.
§2º - O acesso a determinadas informações somente poderá ser feito
por pessoas autorizadas.
§3º - Os funcionários poderão se comunicar através de um serviço de
conversação eletrônica em modo instantâneo (tempo real).
§4º - A comunicação eletrônica também poderá ser feita via internet
no modo não instantâneo
§5º - Para garantir a recuperação em caso de sinistro, as informações
deverão ser copiadas em mídias digitais e guardadas em locais se-
guros.
§6º - Os textos elaborados em editores eletrônicos deverão estar cor-
retos tanto sintática quanto ortograficamente e os parágrafos deverão
estar devidamente justificados, com exceção dos títulos, que deverão
ser centralizados.
§7º - As planilhas de cálculo deverão totalizar todas as colunas de
valores. Exemplo:

A B
1 Valor
2 1
3 2
4 3

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5 4
6 Total 10

§8º - Os arquivos anexados às mensagens recebidas por meio de


correio eletrônico, em cópia oculta, deverão ser salvos em uma pasta
do computador local com identificação de Nome, Tamanho, Tipo e
Data de modificação, bem como copiados em mídia removível, que
será entregue ao supervisor do departamento.

21. Para atender ao requisito do §7º, a célula B6 do exemplo


somente estará correta se contiver a fórmula
(A) =(B2+B5).
(B) =SOMA(B2:B5).
(C) =(SOMA:B2:B5).
(D) =SOMA(A2;A5).
(E) =SOMA(B2+B5).
COMENTÁRIO.
Item A. A fórmula =(B2+B5), irá somar os valores das células B2 e
B5, retornando, portanto, o valor =(1 + 4) = 5, conforme mostra a
Figura 01, ilustrada a seguir. Item FALSO.

Figura 01

Item B. A fórmula =SOMA(B2:B5) irá somar as células de B2 até B5,


o que resulta em B2 + B3 + B4 + B5 = (1+2+3+4) = 10.

Os comandos utilizados nas fórmulas especificadas nos itens B e D


são:

: (Dois pontos) Indica um intervalo (leia-se até).

; (Ponto e Separa um intervalo de outro, ou

27
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vírgula) simplesmente células e faz a união (leia-se e).

A Figura 02, ilustrada a seguir, exemplifica a fórmula na célula B6.


Item VERDADEIRO.

Figura 02

Item C. Contém erros na fórmula =(SOMA:B2:B5). Não é possível


calcular a função da forma como está expressa nessa assertiva. Item
FALSO.

Item D. A coluna A não possui valores fazendo com que a função


=SOMA(A2;A5) retorne zero, como mostra a Figura 03, ilustrada a
seguir.

Figura 03

Item E. A função =SOMA(B2+B5), irá somar as células B2 + B5 = 1


+ 4, retornando o valor 4. Item FALSO.

GABARITO: B.

22. Os §2º e §5º especificam correta e respectivamente


requisitos de uso de

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(A) antivírus e backup.


(B) firewall e digitalização.
(C) antivírus e firewall.
(D) senha e backup.
(E) senha e antivírus.
COMENTÁRIO.
Vamos aos comentários dos itens:
Item A. Software Antivírus é um aplicativo utilizado para detectar,
anular e eliminar vírus e outros tipos de códigos maliciosos de um
computador. Item FALSO.
Item B. O firewall é um dos principais dispositivos de segurança em
uma rede de computadores. Ele realiza a filtragem dos pacotes e,
então, bloqueia as transmissões não permitidas. Tem como objetivo
evitar que ameaças provenientes da Internet se espalhem na rede
interna de um determinado ambiente.
O firewall atua entre a rede externa e interna, controlando o tráfego
de informações que existem entre elas, procurando se certificar de
que este tráfego é confiável, de acordo com a política de segurança
do site acessado. Também pode ser utilizado para atuar entre redes
com necessidades de segurança distintas.
Digitalização é o processo de conversão de um dado analógico para
um formato de representação digital. Item FALSO.
Item C. Antivírus e Firewall, conforme visto, não estão relacionados
aos itens dos §2º e §5º. Item FALSO.
Item D. Os itens senha e backup enquadram-se perfeitamente na
definição dos parágrafos 2º e 5º.
O §2º destaca que o acesso a determinadas informações somente
poderá ser feito por pessoas autorizadas.
Nesse caso, para realizar o acesso a pessoas autorizadas em
aplicações é necessário implementar controle de acesso lógico
através de usuário e senha.
O §5º destaca que para garantir a recuperação em caso de sinistro,
as informações deverão ser copiadas em mídias digitais e guardadas
em locais seguros.
Esse parágrafo está relacionado ao processo de backup que consiste
na realização de cópia de segurança de dados, com o objetivo de
permitir que dados originais sejam restaurados em caso da perda de
sinistros.
Item E. Conforme visto no item A, o antivírus não corresponde ao
que deveria ser especificado no §5º. Item FALSO.

29
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GABARITO: D.

23. Considerando o ambiente Microsoft, as operações usadas


para atender respectivamente aos requisitos de correção e
justificação especificados no §6º são feitas em Ortografia e
gramática do menu
(A) Ferramentas e Configurar página do menu Arquivo.
(B) Editar e Parágrafo do menu Formatar.
(C) Ferramentas e Parágrafo do menu Formatar.
(D) Editar e Parágrafo do menu Arquivo.
(E) Exibir e Configurar página do menu Formatar.
COMENTÁRIO.

§6º - Os textos elaborados em editores eletrônicos deverão estar


corretos tanto sintática quanto ortograficamente e os parágrafos
deverão estar devidamente justificados, com exceção dos títulos, que
deverão ser centralizados.

O trecho “corretos tanto sintática quanto ortograficamente” do §6º


está relacionado aos itens de correção encontrados no menu
Ferramentas do MS-Word, como mostra a Figura 4, ilustrada a seguir.

Figura 04

30
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O trecho “os parágrafos deverão estar devidamente justificados” está


relacionado à parte de alinhamento do parágrafo que é encontrado no
menu Formatar -> Parágrafo, como mostra a Figura 05.

Figura 05.

O único item que corresponde ao §6º é o item C.


GABARITO: C.

24. Os §1º, §3º e §4º correspondem correta e


respectivamente a
(A) intranet, chat e e-mail.
(B) intranet, e-mail e chat.
(C) navegador, busca e chat
(D) navegador, e-mail e intranet
(E) internet, e-mail e chat
COMENTÁRIO.

§1º - O ambiente de rede de computadores, para troca de


informações exclusivamente internas do Ministério, deverá usar a
mesma tecnologia da rede mundial de computadores.

Esse texto refere-se à definição de intranet, que pode ser definida


como uma “miniatura” da Internet dentro da empresa, ou seja, uma
rede corporativa interna, baseada nos protocolos e serviços da
Internet, de acesso restrito dos funcionários. O protocolo em questão
é o TCP/IP. A Intranet é utilizada para facilitar o acesso às
informações corporativas e agilizar os processos internos, reduzindo
custos e aumentando a produtividade.

§3º - Os funcionários poderão se comunicar através de um serviço de


conversação eletrônica em modo instantâneo (tempo real).

31
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Chat significa “conversação" ou "bate-papo" em português. É o


mecanismo utilizado para designar aplicações de conversação em
tempo real. Esta definição inclui programas de conversação em
página Web como chats do terra, UOL etc, e mensageiros
instantâneos como MSN, ICQ etc.

§4º - A comunicação eletrônica também poderá ser feita via internet


no modo não instantâneo

E-mail é um exemplo de mecanismo que permite criar, enviar e


receber mensagens através de sistemas eletrônicos de comunicação
em que o usuário não precisa estar em um ambiente de comunicação
instantânea, como o MSN.

GABARITO: A.

25. São termos e elementos que podem ser observados


mediante entendimento dos requisitos especificados no
§8º:
(A) Cc e pen-drive.
(B) e-mail e chat.
(C) impressora e scanner.
(D) navegador e disco rígido.
(E) Cco e disquete
COMENTÁRIO.

§8º - Os arquivos anexados às mensagens recebidas por meio de


correio eletrônico, em cópia oculta, deverão ser salvos em uma pasta
do computador local com identificação de Nome, Tamanho, Tipo e
Data de modificação, bem como copiados em mídia removível, que
será entregue ao supervisor do departamento.

Item A. Cc significa cópia carbono ou cópia carbonada. Ao se criar


uma mensagem de e-mail, no campo Cc da mensagem digitaremos o
endereço de e-mail do (s) destinatário(s) que deve(m) receber uma
cópia do e-mail enviado. É utilizada quando precisamos copiar um e-
mail para outras pessoas. Pen-drive é um dispositivo removível de
armazenamento de dados. Item FALSO.

Item B. Os itens e-mail e chat não estão relacionados ao solicitado no


§8º. Item FALSO.

32
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Item C. Impressora é um periférico conectado a um computador ou


a uma rede de computadores que tem a função de imprimir textos,
gráficos ou qualquer outro resultado de uma aplicação. Scanner é
um periférico utilizado para digitalizar imagens, fotos e textos
impressos para o computador. Item FALSO.

Item D. Navegador Web é um aplicativo utilizado para acessamos


páginas Web. Internet Explorer e Mozilla Firefox são exemplos de
navegadores Web.
Disco rígido é um dispositivo que tem a função de armazenar os
arquivos em seu computador. Item FALSO.

Item E. Cco significa cópia carbono oculta ou cópia carbonada


oculta. Ao se criar uma mensagem de e-mail, no campo Cco da
mensagem digitaremos o endereço de e-mail do (s) destinatário(s)
que deve(m) receber uma cópia do e-mail enviado, quando não se
desejar que os outros destinatários da mensagem saibam que este
também é um destinatário. O trecho do §8º “em cópia oculta,”
remete a cópia por Cco.

Disquete é uma mídia removível utilizada para armazenar dados, e


esse termo está relacionado ao trecho do §8º “copiados em mídia
removível, que será entregue ao supervisor do departamento.” Item
VERDADEIRO.

GABARITO: E.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU – PROFESSOR ERICK MOURA

26) Dentre os princípios institucionais do Ministério Público, a


indivisibilidade significa que seus membros
(A) devem acatar as decisões dos órgãos da administração
superior, sob pena de perderem os respectivos cargos.
(B) integram um único órgão sob a direção do Procurador-
Geral da República.
(C) não se encontram subordinados a nenhum outro órgão ou
poder quando desempenham seus deveres
(D) somente podem ser removidos compulsoriamente de seus
respectivos cargos mediante decisão do colegiado
competente.
(E) podem ser substituídos uns pelos outros, não
arbitrariamente, mas conforme a forma estabelecida
COMENTÁRIO.
Os PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS estão previstos no art. 127, §
1º, da CF/88, assim como no art. 4º, da LC.
Assim, são PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS a
INDIVISIBILIDADE, a UNIDADE e a INDEPENDÊNCIA
FUNCIONAL.
O princípio da indivisibilidade determina que:
• o Ministério Público consiste em “um todo orgânico, não
estando sujeito a rupturas ou fracionamento”
• os membros do Ministério Público podem ser substituídos uns
pelos outros sem que haja alteração subjetiva na relação
jurídica processual
GABARITO: E

27) É certo que o Conselho Nacional do Ministério Público


(A) poderá, dentre outras atribuições, destituir, pelo voto de
dois terços de seus membros, os Procuradores-Gerais que
atentem contra os princípios constitucionais.
(B) possui, dentre outras atribuições, o controle da atuação
administrativa e financeira do Ministério Público e do
cumprimento dos deveres funcionais de seus membros.
(C) compõe-se de quinze membros com mais de trinta e cinco
e menos de sessenta e seis anos de idade, com mandato de
dois anos, admitida uma recondução.

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(D) escolherá, em votação secreta, um Corregedor Nacional,


dentre os membros do Ministério Público que o integram, para
um mandato de dois anos, admitida a recondução.
(E) compõe-se de dezesseis membros nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela
maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois
anos, admitida uma recondução.
COMENTÁRIO.
O item “a” não está previsto no texto constitucional, nem em
qualquer normativo. Assim, o Conselho Nacional do Ministério Público
não destitui, pelo voto de dois terços de seus membros, os
Procuradores-Gerais que atentem contra os princípios
constitucionais.
O item “b” está de acordo com a literalidade do art. 130-A, §
3º, da Constituição Federal de 1988.
Em relação ao tema, o Conselho Nacional do Ministério
Público – CNMP foi uma inovação trazida pela Reforma
Constitucional do Judiciário, mais conhecida como a Emenda
Constitucional nº 45/2004.
O CNMP possui 14 MEMBROS nomeados pelo Presidente da
República, após prévia aprovação em escolha por maioria absoluta do
Senado Federal, para um mandato de 2 anos, permitida 1
recondução.
Os 14 MEMBROS são o Procurador-Geral da República, que o
preside; 4 membros do MPU, assegurada a representação de cada
uma de suas carreiras; 3 membros do Ministério Público dos
Estados; 2 juízes, sendo 1 indicado pelo STF e 1 pelo STJ; 2
advogados, indicados pelo Conselho Federal da OAB; e 2 cidadãos de
notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara
dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
Com esses comentários, já descartamos os itens “c” e “e”, pois
os mesmos dizem, respectivamente, 15 e 16 membros, ao invés de
14.
Por fim, o item “d” está em desacordo com o art. 130-A, § 3º,
da Carta Magna de 1988, pois o CNMP escolherá, em votação secreta,
um Corregedor nacional, entre os membros do Ministério Público que
o integram, VEDADA A RECONDUÇÃO.
GABARITO: B

28) O Procurador da República, mesmo que em estágio


probatório, dentre outras funções,

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(A) poderá interceptar comunicações telefônicas, para a


produção de prova em investigação criminal ou inquérito civil,
mesmo sem autorização judicial.
(B) exercerá a consultoria jurídica de entidades públicas e rep-
resentará judicialmente os interesses patrimoniais da União.
(C) presidirá, obrigatoriamente, os inquéritos policiais
que versem sobre crimes contra o meio ambiente.
(D) promoverá, concorrentemente, a ação penal pública,
o inquérito civil e a ação civil pública.
(E) poderá requisitar diligências investigatórias e a instaur-
ação de inquérito policial, indicando os fundamentos jurídicos
de suas manifestações processuais.
COMENTÁRIO.
O fato de um Procurador-Geral ainda estar em estágio
probatório não impede que ele exerça normalmente suas atribuições
como membro do Ministério Público.
A questão no seu todo tratou das FUNÇÕES INSTITUCIONAIS
DO MINISTÉRIO PÚBLICO, de acordo com a interpretação do texto
constitucional.
O item “a” corresponde a uma ilegalidade, pois a produção de
provas pelo Ministério Público só poderá ser feita pelos meios legais
permitidos.
No item “b”, que está errado, o art. 129, § 2º, da CF/88, prevê
que é VEDADA a representação judicial e a consultoria jurídica de
entidades públicas.
Quanto ao item “c”, o erro se deve ao fato de que o Ministério
Público, por meio dos Procuradores da República, não preside qualquer
inquérito de natureza policial.
Conforme prevê o art. 129, VIII, da CF/88, observa-se que o
Ministério Público apenas REQUISITA A INSTAURAÇÃO DE IN-
QUÉRITO POLICIAL, ou seja, não preside.
Já o item “d”, houve uma mistura de conceitos em relação
aos incisos I e III do art. 129, da CF/88. Vejamos:
“São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma
da lei;(.....)
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a
proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros
interesses difusos e coletivos;”

36
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Assim, observa-se que, não se promovem concorrentemente a


ação penal pública, o inquérito civil e a ação civil pública.
Por fim, o item “e” corresponde a uma das funções
institucionais do Ministério Público, cujo fundamento está no art. 129,
inciso VIII, da Carta Magna de 1988.
GABARITO: E

29) O órgão do Ministério Público Federal competente para


determinar o afastamento preventivo do exercício de suas
funções, do membro do Ministério Público Federal indiciado
ou acusado em processo disciplinar, e o seu retorno, é
(A) o Colégio de Procuradores da República.
(B) o Conselho Nacional do Ministério Público.
(C) o Conselho Superior do Ministério Público Federal.
(D) a Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal.
(E) a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público
Federal.
COMENTÁRIO.
O item corresponde à literalidade do art. 57, inciso XVI da Lei
Complementar nº 75/1993.
O Conselho Superior do Ministério Público Federal – CSMPF é
composto pelo PGR, que o preside; pelo VICE-PGR, ambos como
membros natos; por 4 Subprocuradores-Gerais da República
eleitos pelo COLÉGIO DE PROCURADORES DA REPÚBLICA para
um mandato de 2 anos, permitida 1 REELEIÇÃO; e, por fim, 4
Subprocuradores-Gerais da República eleitos por seus pares,
mediante voto plurinominal, facultativo e secreto para um mandato
de 2 anos, permitida 1 REELEIÇÃO.
Os mais votados na eleição, em ordem decrescente e
observados os critérios gerais de desempate, serão suplentes dos
Subprocuradores-Gerais da República eleitos que compõem o CSMPF.
O CSMPF elegerá seu Vice-Presidente, a fim de substituir o
Presidente em seus impedimentos e em caso de vacância.
GABARITO: C

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LEI 8.112 – PROFESSOR FABIANO PEREIRA


30) Em relação aos Servidores Públicos Civis da União, é
INCORRETO afirmar que eles têm o dever, dentre outros, de
(A) tratar com urbanidade as pessoas.
(B) guardar sigilo sobre assunto da repartição.
(C) cumprir as ordens superiores, exceto quando
manifestamente ilegais.
(D) recusar fé a documentos públicos.
(E) representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de
poder.
COMENTÁRIO.
O art. 116 da Lei 8.112/90 prevê como deveres do servidor
público federal, dentre outros, tratar com urbanidade as pessoas (inc.
XI), guardar sigilo sobre assunto da repartição (inc. VIII), cumprir as
ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais (inc. IV) e
representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder (XII).
Entretanto, é importante destacar que “recusar fé a
documentos públicos” não é um dever dos servidores públicos, mas
sim uma proibição. Desse modo, deve ser marcada como alternativa
correta a letra “D”.
GABARITO: D

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NOÇÕES DE DIREITO CIVIL – PROFESSOR DICLER

31. Poderão os interessados requerer que se declare a


ausência e se abra provisoriamente a sucessão se decorrido
(A) um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele
deixou representante ou procurador, em se passando seis
meses.

(B) um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele


deixou representante ou procurador, em se passando três
anos.

(C) seis meses da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele


deixou representante ou procurador, em se passando um ano.

(D) seis meses da arrecadação dos bens do ausente, inclusive


se tiver deixado representante ou procurador.

(E) três anos da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele


deixou representante ou procurador, em se passando seis
meses.
COMENTÁRIO.

A morte no Direito Civil pode se dar através de duas formas:


a) Morte real: quando há a certeza de que a pessoa morreu, ou seja,
existe um cadáver para provar o óbito; e
b) Morte presumida: quando não há certeza sobre a morte da
pessoa.
A morte presumida por sua vez se divide em dois tipos:
1) morte presumida sem ausência, nos termos do art. 6º do CC; e
2) morte presumida com ausência, nos termos do art. 7º do CC.
Segue esquema sobre o assunto.

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SEM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA – São os casos de:

- extrema probabilidade de morte de quem se encontrava em


perigo de vida; e

- desaparecimento em campanha ou aprisionamento após 2


‐ MORTE PRESUMIDA anos do término da guerra.

COM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA: pessoa com paradeiro


desconhecido. Existe a necessidade de que alguém represente
os bens do ausente. Fases:

- curadoria dos bens do ausente Î o curador administra os


bens do ausente.

- sucessão provisória Î os herdeiros se imitem na posse dos


bens do ausente.

- sucessão definitiva Î os herdeiros adquirem a propriedade


dos bens do ausente.

Na sucessão definitiva que o ausente é declarado morto.

A morte presumida com decretação de ausência atravessa três fases,


entretanto é necessário tecermos comentários sucintos sobre cada
uma:
1) Curadoria dos bens do ausente: nesta fase o juiz, após analisar
a petição inicial e se convencer do desaparecimento de certa pessoa,
deverá nomear um curador para administrar os bens do ausente,
caso ele não tenha deixado um procurador. A escolha do curador
deverá obedecer a ordem do art. 25 do CC, ou seja, primeiro o
cônjuge e depois os pais ou os descendentes e, caso não existam tais
pessoas, a escolha cabe ao juiz.
O juiz também arrecadará os bens do ausente, entregando a
administração deles para o curador; e, mandará publicar editais
durante um ano, reproduzidos de dois em dois meses, anunciando a
arrecadação e chamando o ausente a entrar na posse dos bens.
Após um ano da publicação do primeiro edital, ou três anos no caso
de haver deixado procurador ou representante, permanecendo a
ausência, avança-se para a segunda fase (art. 26 do CC).
2) Sucessão provisória: esta fase é aberta pela sentença do juiz
após o julgamento das habilitações dos herdeiros. Com exceção dos
ascendentes, dos descendentes e do cônjuge, os demais herdeiros
para se imitirem na posse dos bens do ausente devem prestar uma
caução de garantia.

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Havendo certeza de morte ou persistindo a ausência após dez anos


contados a partir do trânsito da sentença de abertura da sucessão
provisória, ou então, dentro de cinco anos a contar das últimas
notícias, se o ausente contava oitenta ano de idade, avança-se para a
terceira fase (arts. 35, 37 e 38 do CC).
3) Sucessão definitiva: tal sentença acarreta a presunção da morte
do ausente devendo ser averbada no Cartório de Registro Civil. Os
herdeiros deixam de ter a posse e passam a ter a propriedade
resolúvel dos bens do ausente. É resolúvel porque o retorno do
ausente em até dez anos após a abertura da sucessão definitiva
provoca a extinção da propriedade (art. 39 do CC).
Percebemos que, em regra, não é possível um intervalo de tempo
menor que onze anos (1 + 10) entre a curadoria dos bens e a
sucessão definitiva, pois deve-se publicar editais durante um ano e
aguardar dez anos da sucessão provisória até a sucessão definitiva.
O gabarito da questão está no art. 26 do CC.
GABARITO: B

32. A respeito das pessoas jurídicas analise:


I. As autarquias, os partidos políticos e as organizações
religiosas são pessoas jurídicas de direito público interno.
II. Em regra, se a pessoa jurídica tiver administração coletiva,
as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes.
III. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz,
a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á
administrador provisório.
IV. As fundações somente poderão constituir-se para fins
religiosos, morais, culturais e de assistência.
É correto o que consta APENAS em:
(A) I, II e III
(B) I, II e IV
(C) II e III
(D) II, III e IV
(E) II e IV
COMENTÁRIO.
As pessoas jurídicas, também chamadas de pessoas morais, pessoas
coletivas, pessoas civis ou pessoas sociais, são associações ou
instituições formadas para a realização de um fim e reconhecidas
pela ordem jurídica como sujeitos de direitos.
Análise das alternativas:

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I. Errada. Nos termos do art. 44 do CC, os partidos políticos e as


organizações religiosas são pessoas jurídicas de direito privado.
II. Certa. Segundo o art. 48 do CC, se por lei ou pelo contrato social
vários forem os administradores, as deliberações deverão ser
tomadas por maioria de votos dos presentes, contados segundo o
valor das quotas de cada um, exceto se ato constitutivo dispuser de
modo contrário.
III. Certa. Tendo como base o art. 49 do CC, a pessoa jurídica precisa
ser representada, ativa ou passivamente, em juízo ou fora dele,
deverá ser administrada por quem o estatuto indicar ou por quem
seus membros elegerem. Por isso, se a administração da pessoa
jurídica vier a faltar, o magistrado, mediante requerimento de
qualquer interessado, deverá nomear um administrador provisório,
que a representará enquanto não se nomear seu representante legal,
que exteriorizará sua vontade, no exercício dos poderes que lhe
forem conferidos pelo contrato social.
IV. Certa. Através do art. 62, parágrafo único do CC, conclui-se que a
fundação não pode ter finalidade lucrativa e apenas poderá ser
constituída para a consecução de objetivos religiosos, morais,
culturais ou assistenciais.
GABARITO: D

33. De acordo com a classificação dos bens adotada pelo


Código Civil brasileiro, é correto afirmar:
(A) Os rios, mares, estradas, ruas e praças são considerados
bens públicos de uso especial.
(B) Consideram-se bens móveis, para os efeitos legais, os
direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram.
(C) Consideram-se bens imóveis para os efeitos legais, as
energias que tenham valor econômico.
(D) São infungíveis os móveis que podem substituir-se por
outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
(E) Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se
indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das
partes.
COMENTÁRIO.
Análise das alternativas:
(A) Errada. Com base no art. 99, I do CC, os rios, mares, estradas,
ruas e praças são considerados bens públicos de uso comum do
povo.

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(B) Errada. Os direitos reais sobre imóveis (ex: hipoteca) e as ações


que os asseguram são classificados como bens imóveis por força do
art. 80, I do CC.
(C) Errada. As energias que tenham valor econômico (ex: energia
elétrica) são bens móveis por força do art. 83, I do CC.
(D) Errada. Os bens móveis que podem ser substituídos por outro de
mesma espécie, qualidade e quantidade são fungíveis, conforme
salienta o art. 85 do CC.
(E) Certa. Segundo o art. 88 do CC, a indivisibilidade pode ser de três
tipos:
a) por natureza, se não puderem ser partidos sem alteração na sua
substância ou no seu valor (ex: um cavalo vivo dividido ao meio
deixa de ser semovente);
b) por determinação legal, se a lei estabelecer sua indivisibilidade
(ex: um terreno de 200m2 quando o lote mínimo estabelecido por lei
é de 125m2).
c) por vontade das partes, pois uma coisa divisível poderá
transformar-se em indivisível se assim o acordarem as partes, mas a
qualquer tempo poderá voltar a ser divisível.
GABARITO: E

34. Em uma sala encontram-se cinco pessoas: Mário, Maria,


Márcia, Mariana e Marcos. Mário é pródigo; Maria, por causa
transitória, não pode exprimir a sua vontade; Márcia é
excepcional, sem desenvolvimento mental completo; Mariana,
por deficiência mental, tem o discernimento reduzido e Marcos
conta com dezessete anos de idade. É absolutamente incapaz
de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
(A) Maria.
(B) Mário.
(C) Márcia.
(D) Mariana.
(E) Marcos.
COMENTÁRIO.
A questão quer que o candidato saiba identificar os absolutamente
incapazes e os relativamente incapazes. Tal classificação é
encontrada nos arts. 3º e 4º do CC.
- Mário: relativamente incapaz;
- Maria: absolutamente incapaz;
- Márcia: relativamente incapaz;

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- Mariana: relativamente incapaz;


- Marcos: relativamente incapaz.
GABARITO: A

35. Pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a


tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o
valor, a coisa recebida em virtude de contrato comutativo.
Com relação aos vícios redibitórios é certo que
(A) o adquirente, em regra, decai do direito de obter a
redibição no prazo de sessenta dias se a coisa for móvel,
contado da entrega efetiva.
(B) o alienante restituirá o que recebeu com perdas e danos,
inclusive se não conhecia o vício ou defeito da coisa.
(C) a responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa
pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já
existente ao tempo da tradição.
(D) o adquirente deverá rejeitar a coisa, quando constatado o
vício ou defeito oculto, redibindo o contrato, não podendo
reclamar abatimento no preço.
(E) o adquirente, em regra, decai do direito de obter a
redibição no prazo de dois anos se a coisa for imóvel, contado
da entrega efetiva.
COMENTÁRIO
A questão trata dos vícios redibitórios que são defeitos ocultos que
tornam a coisa adquirida imprópria ao uso ou com valor menor. É o
caso de você comprar um carro Gol 2008 com um motor de Brasília
1978 sem saber.
A existência de vício redibitório autoriza duas atitudes por parte do
comprador:
1) redibir o contrato: cancelar a aquisição; ou
2) pedir abatimento no preço.

Análise das alternativas:


(A) Errada. Segundo o art. 445 do CC, o adquirente decai do direito
de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias
se a coisa for móvel.
(B) Errada. O alienante só restituirá o que recebeu com perdas e
danos se sabia do vício redibitório, o que caracteriza uma má-fé por
não avisar ao adquirente (art. 443 do CC).
(C) Certa. Literalidade do art. 444 do CC.

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(D) Errada. Conforme o art. 442 do CC e comentários iniciais da


questão, existem duas soluções para o adquirente.
(E) Errada. Conforme o art. 445 do CC, o adquirente decai do direito
de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de um ano se
for imóvel.
GABARITO: C

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NOÇÕES DE DIREITO PENAL – PROFESSOR PEDRO IVO

36. Dispõe o artigo 1º do Código Penal: "Não há crime sem lei


anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação
legal". Tal dispositivo legal consagra o princípio da
(A) ampla defesa.
(B) legalidade.
(C) presunção de inocência.
(D) dignidade.
(E) isonomia.
COMENTÁRIO.
O art. 1º, do Código Penal, consagra o princípio da legalidade ao
destacar que não há crime sem lei anterior que o defina e não há
pena sem prévia previsão legal.
Tal princípio é aplicado como uma forma de garantia do particular,
pois o Estado, apesar de atuar em uma posição de supremacia, só
pode considerar uma conduta delituosa e aplicar uma pena, no caso
de haver expressa previsão legal. Do exposto, correta a alternativa
“B”.
GABARITO: B

37. Em matéria penal, a lei posterior, que de qualquer modo


favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores,
(A) desde que o representante do Ministério Público não tenha
apresentado a denúncia.
(B) desde que a autoridade policial ainda não tenha
instaurado inquérito policial a respeito.
(C) ainda que decididos por sentença condenatória transitada
em julgado.
(D) desde que ainda não tenha sido recebida a denúncia
apresentada pelo Ministério Público.
(E) desde que a sentença condenatória ainda não tenha
transitado em julgado.
COMENTÁRIO.
Essa questão exige do candidato o conhecimento do parágrafo único
do art. 2º do Código Penal que dispõe:

Art. 2º [...]
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Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo


favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores,
ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado.

Do supracitado texto legal, percebe-se que a lei posterior que


beneficia o réu deve atingir, inclusive, fatos decididos por sentença
condenatória transitada em julgado. Assim, correta a alternativa “C”.
GABARITO: C

38. Luiz foi condenado à pena de 1 (um) ano de reclusão em


outro país por crime cometido no Brasil. Após ter cumprido
integralmente a pena, retornou ao território nacional e foi
preso para cumprir pena de 2 (dois) anos de reclusão que lhe
fora imposta, pelo mesmo fato, pela Justiça Criminal
brasileira. Nesse caso, a pena cumprida no estrangeiro
(A) será somada à pena imposta no Brasil e o resultado
dividido por dois, apurando-se o saldo a cumprir.
(B) não será descontada da pena imposta no Brasil, por se
tratarem de condenações impostas em diferentes países.
(C) será considerada atenuante da pena imposta no Brasil,
podendo o sentenciado cumpri-la em regime menos rigoroso.
(D) será descontada da pena imposta no Brasil e responderá o
sentenciado pelo saldo a cumprir.
(E) isentará o autor do delito de cumprir qualquer pena no
Brasil, por já tê-la cumprido no estrangeiro.
COMENTÁRIO.
Segundo o art. 8º, do Código Penal, a pena cumprida no estrangeiro
atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas,
ou nela é computada, quando idênticas.
Como na questão as penas aplicadas são idênticas (RECLUSÃO =
RECLUSÃO), o tempo já cumprido deverá ser descontado do período
ainda a cumprir e, portanto, a alternativa correta é a “D”.
GABARITO: D

39. No que tange à aplicação da lei penal, considere:


I. crime cometido no estrangeiro contra a administração
pública, por quem está a seu serviço;
II. crime de genocídio, quando o agente for brasileiro ou
domiciliado no Brasil;

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III. crime cometido no estrangeiro por brasileiro, que não é


punível no país em que foi praticado. Dentre os crimes acima,
ficam sujeitos à lei brasileira os indicados APENAS em
(A) I.
(B) II.
(C) I e II.
(D) I e III.
(E) II e III.
COMENTÁRIO.
A questão exige o conhecimento do art. 7º, do Código Penal, que
trata, predominantemente, dos casos de extraterritorialidade.
Analisando as afirmativas:
Afirmativa I Î Está em conformidade com o art. 7º, I, “c”, do
Código Penal, segundo o qual ficam sujeitos à lei brasileira, embora
ocorridos no estrangeiro, os crimes contra a administração pública
cometidos por quem está a seu serviço.
Afirmativa II Î De acordo com o disposto no art. 7º, I, “d”, do
Código Penal, ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro, os crimes de genocídio, quando o agente for brasileiro ou
domiciliado no Brasil. É exatamente a situação apresentada nesta
afirmativa que, portanto, está correta.
Afirmativa III Î Diferentemente do disposto nesta afirmativa, uma
ação só está sujeita à lei brasileira se for considerada crime no local
onde foi praticada.
Exemplo: Mévio viaja para Holanda e resolve experimentar maconha
(produto cuja utilização é permitida neste país). Dias depois volta
para o Brasil. Neste caso, não poderá ser ele preso por ter cometido
em um país estrangeiro um ato que, embora pelas leis brasileiras
seja crime, lá é permitido.
Como somente as alternativas I e II estão corretas, conclui-se que a
resposta da questão é a alternativa “C”.
GABARITO: C

40. É certo que se aplica a lei brasileira aos crimes praticados


a bordo de
(A) embarcações mercantes brasileiras que estejam em mar
territorial estrangeiro.
(B) embarcações mercantes brasileiras que estejam em porto
estrangeiro.

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(C) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em espaço


aéreo estrangeiro.
(D) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em pouso
em aeroporto estrangeiro.
(E) embarcação estrangeira de propriedade privada que
esteja em mar territorial brasileiro.
COMENTÁRIO.
O parágrafo 1º, do art. 5º, do Código Penal, considera como extensão
do território nacional:
• As embarcações e aeronaves brasileiras de natureza pública;
• As embarcações e aeronaves brasileiras a serviço do governo
brasileiro;
• As aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada que se achem, respectivamente, no espaço
aéreo correspondente ou em alto-mar.
Sendo assim, segundo o Código Penal, as embarcações e aeronaves
mercantes só estarão sujeitas à lei brasileira se estiverem no país ou
em alto-mar (ou no espaço aéreo correspondente), o que torna
incorretas as alternativas “A”, “B”, “C” e “D”.
Na alternativa “E” tem-se a situação em que uma embarcação
estrangeira, de natureza privada, encontra-se em mar territorial
brasileiro. Para este caso, haverá aplicabilidade do princípio da
territorialidade e, portanto, da lei penal brasileira.
GABARITO: E

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DIREITO CONSTITICIONAL
PROFESSOR VITOR CRUZ (VAMPIRO)

41) Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil,


sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania, será concedido:
a) mandado de injunção.
b) habeas-data.
c) mandado de segurança.
d) habeas corpus.
e) ação popular.
COMENTÁRIO.
Questão clássica sobre remédios constitucionais. A questão traz a
literalidade dos dispositivos constitucionais sobre o tema. Vejamos:
Letra A - Correto. Segundo a Constituição (art. 5º, LXXI), temos
as seguintes disposições sobre o mandado de injunção:
Motivo: Falta de norma regulamentadora tornando inviável o
exercício:
ƒ Dos direitos e liberdades constitucionais;
ƒ Das prerrogativas inerentes à:
o Nacionalidade;
o Soberania; e
o Cidadania.
Quem pode usar: Qualquer pessoa.
Quem pode sofrer a ação: A autoridade competente para editar
a norma em questão;
Modos de MI:
ƒ Individual: Impetrado em nome de uma única pessoa;
ƒ Coletivo: Não está previsto na Constituição, mas é admitido,
devendo cumprir os mesmos requisitos do mandado de
segurança coletivo.

Letra B - Errado. Já que segundo a Constituição (art. 5º, LXXII),


temos as seguintes disposições sobre o habeas data.
Motivo:

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a) Conhecimento de informações relativas à PESSOA DO


IMPETRANTE; (após ter pedido administrativamente e ter sido
negado)
b) Retificar dados, caso não prefira fazer isto por meio sigiloso
administrativamente ou judicialmente.
Quem pode usar: Qualquer pessoa.
Quem pode sofrer a ação: Qualquer entidade governamental ou
ainda não-governamental, mas que possua registros ou bancos de
dados de caráter público.
Custas: (LXXVII) São gratuitas as ações de "habeas-data";

Letra C - Errado. Já que segundo a Constituição (art. 5º, LXIX


e
LXX), temos as seguintes disposições sobre o mandado de
segurança:
Motivo: Proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data.
Quem pode usar: Qualquer pessoa (PF, PJ ou até mesmo órgão
público – independente ou autônomo).
Quem pode sofrer a ação: Autoridade pública ou agente de PJ no
exercício de atribuições do poder público que use de ILEGALIDADE ou
ABUSO DE PODER.
Modos de MS:
ƒ Individual: Impetrado em nome de uma única pessoa;
ƒ (LXX) Coletivo: Impetrado por:
o Partido Político com representação no CN;
o Organização sindical;
o Entidade de classe; ou
o Associação, desde que esta esteja legalmente constituída e
esteja em funcionamento há pelo menos um ano.

Letra D - Errado. Já que segundo a Constituição (art. 5º, LXVIII),


temos as seguintes disposições sobre o habeas corpus:
ƒ Motivo: Violência ou coação da liberdade de locomoção;
(Abuso contra o direito que todos possuem de ir, vir,
permanecer, estar, passar e etc.)
ƒ Quem pode usar: Qualquer pessoa;
ƒ Quem pode sofrer a ação: Qualquer um que use de
ILEGALIDADE ou ABUSO DE PODER.

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ƒ Modos de HC:
o Preventivo: Caso haja ameaça de sofrer a coação;
o Repressivo: Caso esteja sofrendo a coação.
ƒ Custas: (LXXVII) São gratuitas as ações de "habeas-corpus";

Letra E - Errado. Já que segundo a Constituição (art. 5º, LXXIII),


temos as seguintes disposições sobre o ação popular:
Quem pode propor: Qualquer CIDADÃO, ou seja, somente
aquele em pleno gozo de seus direitos políticos;
Motivo: Anular ato lesivo:
ƒ Ao patrimônio público ou de entidade a qual o Estado
participe;
ƒ À moralidade administrativa;
ƒ Ao meio ambiente;
ƒ Ao patrimônio histórico e cultural.
Custas judiciais: Fica o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência;
OBS - Não é qualquer pessoa que pode propor, mas, apenas o
cidadão, ou seja, quem está em pleno gozo de seus direitos
políticos.
GABARITO: A

42) De conformidade com a ordem constitucional vigente,


dentre os direitos sociais, é assegurado à categoria dos
trabalhadores domésticos:
a) proteção em face de automação a critério da empresa.
b) piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do
trabalho.
c) remuneração do trabalho noturno superior à do diurno.
d) pagamento de horas extras pelo serviço extraordinário
prestado.
e) repouso semanal remunerado, preferencialmente aos
domingos.
COMENTÁRIO.
Segundo o art. 7º parágrafo único, os seguintes direitos dos
trabalhadores urbanos e rurais são extensíveis aos domésticos:
- Salário Mínimo:
- Décimo terceiro salário com base no valor integral do salário ou da
aposentadoria;

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- Repouso semanal remunerado: preferencialmente aos domingos;


- Ferias anuais remuneradas: com, PELO MENOS, 1/3 a mais do que
o salário normal;
- Licença a gestante: de 120 dias, sem prejuízo do emprego e do
salário;
- Licença Paternidade: nos termos fixados em lei;
- Irredutibilidade do salário: salvo convenção ou acordo coletivo;
- Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço: mínimo de 30 dias;
- Aposentadoria.
GABARITO: E

43) Também são considerados brasileiros natos os nascidos


a) no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde
que um deles não esteja a serviço da República Federativa do
Brasil.
b) na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu
país.
c) no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira,
independente de optarem
pela nacionalidade brasileira, desde que venham a residir na
República Federativa do Brasil.
d) no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde
que ambos não estejam a serviço da República Federativa do
Brasil.
e) no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde
que venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem pela nacionalidade brasileira até a maioridade.
COMENTÁRIO.
A questão quer extrair do candidato o conhecimento sobre o art. 12
da Constituição. Antes de comentarmos, lembramos que tal artigo foi
recentemente alterado por emenda constitucional (EC 54/07).
Vejamos:
CF, art. 12, I - São brasileiros natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que
de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço
de seu país;

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b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe


brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, desde que sejam registrados em repartição
brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
(alterado pela EC 54/07)
O gabarito, então, é a letra B, pois retira a perfeita literalidade do
art. 12, I, "a" da Constituição, conforme visto acima.
GABARITO: B

44) A respeito dos servidores públicos, analise:


I. Os Ministros de Estado serão remunerados por subsídio
fixado em parcela única, com acréscimo de gratificação e
verba de representação.
II. São estáveis após três anos de efetivo exercício os
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em
virtude de concurso público.
III. Os servidores públicos titulares de cargos efetivos da
União serão aposentados compulsoriamente, aos oitenta anos
de idade.
IV. Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o
servidor estável será reconduzido ou reintegrado em outro
cargo público.
É correto o que consta APENAS em
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) II.
d) II e III.
e) III e IV.
COMENTÁRIO.
I - Errado. Realmente os agentes políticos devem ser remunerados
por subsídio de acordo com o art. 39 § 4º da Constituição. Porém,
segundo o mesmo dispositivo, a remuneração por subsídio impede
que haja qualquer acréscimo, salvo as parcelas indenizatórias (diária,
ajuda de custo, transporte e auxílio-moradia).
II - Correto. Literalidade do art. 41 da Constituição.

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III - Errado. A aposentadoria compulsória ocorre aos 70 anos, de


acordo com o art. 40 §1º, II.
IV - Errado. Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o
servidor estável será posto em disponibilidade (CF, art. 41 §3º). A
reintegração ocorre caso seja invalidada por sentença judicial a
demissão do servidor estável (CF, art. 41 §2º) e a recondução ocorre
para o eventual ocupante da vaga deste servidor reintegrado (CF,
art. 41 §2º).
GABARITO: C.

45. São privativos de brasileiro nato, dentre outros, os cargos


de
a) Presidente da Câmara dos Deputados e da carreira
diplomática.
b) Ministro do Supremo Tribunal Federal e de Governador do
Distrito Federal.
c) Ministro de Estado da Defesa e de Ministro do Superior
Tribunal de Justiça.
d) Governador do Distrito Federal e de Ministro do Superior
Tribunal de Justiça.
e) Presidente da Câmara dos Deputados e de Governador do
Distrito Federal.
COMENTÁRIO.
A Constituição em seu art. 12 §3º estabeleceu uma relação de cargos
que só podem ser ocupados por brasileiros natos. Se observarmos
bem, estabeleceu-se uma regra simples: para que o cargo seja
privativo de brasileiro nato - ele deve ser de Presidente da
República, ou alguém que possa algum dia vir a exercer tal
função durante o mandato + oficiais das forças armadas e
Ministro da Defesa + Carreira Diplomática.
Quando digo "possa algum dia vir a exercer a função de Presidente
da República", estou me referindo aos art.79 e 80 da Constituição,
segundo os quais, a assunção ocorrerá da seguinte forma:

Vice-Presidente Pres. da Câmara Pres. do Senado Pres. do STF

Assim, por exemplo, o Senador e o Deputado não precisam ser natos,


mas o Presidente do Senado e o Presidente da Câmara precisam, o
Ministro do STF precisa ser nato pois a rotatividade para assunção da
presidência do Supremo é muito maior. Dos ministros de Estado,
apenas o Ministro da Defesa precisa ser nato - não precisa ser
nato então o Ministro da Justiça e nem mesmo o das Relações

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Exteriores, este não se enquadra no conceito de "carreira


diplomática", já que não é um cargo de livre escolha do Presidente da
Rep. e não de carreira.
Outra observação: perceba que no Judiciário, o único que precisa ser
nato é o Ministro do STF.
Desta forma, baseando-se no art. 12 §3º da Constituição, o gabarito
é a letra A.
GABARITO: A

46. A respeito da carreira da magistratura, é correto afirmar


que
a) o tribunal, na promoção por antigüidade, somente poderá
recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado da metade
de seus membros.
b) o cargo inicial, provido mediante concurso público, será o
de juiz de primeira instância.
c) a promoção de entrância, para entrância, será feita uma vez
por antigüidade e duas por merecimento e assim
sucessivamente.
d) é obrigatória a promoção de juiz que figure por três vezes
consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento.
e) a promoção por merecimento pressupõe, dentre outros
requisitos, pelo menos três anos de exercício na respectiva
entrância.
COMENTÁRIO.
Questão típica de concursos para tribunais ou Ministério Público.
Trata-se da cobrança dos incisos do art. 93 da Constituição. Nesta
questão, temos:
Letra A - Errado. Precisa do voto de 2/3 dos membros (CF, art. 93,
II,d).
Letra B - Errado. Será de Juiz Substituto.CF, art. 93, I.
Letra C - Errado. Segundo o art. 93, II, a promoção de entrância para
entrância será, alternadamente, por antigüidade e merecimento.
Letra D - Correto. CF, art. 93, II, a.
Letra E - Errado. O correto seriam 2 anos (CF, art. 93, II, b).
GABARITO: D

47. Dentre outras atribuições, compete ao Supremo Tribunal


Federal processar e julgar, originariamente,
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a) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de


Ministro de Estado.
b) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo federal.
c) a homologação de sentenças estrangeiras.
d) a concessão de exequatur às cartas rogatórias.
e) os habeas corpus, quando o coator for Comandante da
Marinha, do Exército ou da Aeronáutica.
COMENTÁRIO.
Letra A - Errado. Em se tratando de ministro de Estado, e os
mandados de segurança e habeas data, temos a seguinte regra:
• Competência do STF - Se o Ministro estiver sofrendo a
coação.
• Competência do STJ - Se o Ministro estiver promovendo a
coação.
Como estamos falando "contra ato" do Ministro (o Ministro está
promovendo a coação), a competência será do STJ e não do STF.
Letra B - Correto. Todas as ações do chamado controle direto de
inconstitucionalidade são julgadas pelo STF, são elas: ação direta de
inconstitucionalidade (ADI), ação declaratória de constitucionalidade
(ADC) e arguição de descumprimento de preceito fundamental
(ADPF). A título de complementação:
ADI - É usada para leis ou atos normativos Federais ou Estaduais.
ADC - É usada para leis ou atos normativos somente.
ADPF - É usada somente se não houver nenhum outro meio capaz de
resolver o problema. Pode ser usada contra leis ou atos normativos e
administrativos federais, estaduais ou municipais.
Desta forma, uma ADI veiculando uma lei federal é de competência
do STF.
Letra C e D - Errado. Uma das questões mais batidas em concursos
públicos. Com a EC 45/04, a competência para homologar sentenças
estrangeiras e conceder o exequatur (cumpra-se) às cartas rogatórias
passou do STF para o STJ.
Letra E - Competência do STJ - CF, art. 105, I, C.
GABARITO: B

48. O julgamento, em recurso especial, das causas decididas


em única ou última instância pelos Tribunais de Justiça dos
Estados, quando a decisão recorrida contrariar tratado ou lei
federal, ou negar-lhes vigência, compete

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a) às Câmaras Regionais dos Tribunais Regionais Federais.


b) ao Supremo Tribunal Federal.
c) aos Tribunais Regionais Federais.
d) aos juízes federais.
e) ao Superior Tribunal de Justiça.
COMENTÁRIO.
Essa questão seria facilmente resolvida se o candidato soubesse uma
cosia básica:
Recurso Extraordinário - Recurso privativo do STF
Recurso Especial - Recurso privativo do STJ.
A questão fala em recurso especial, logo, somente o STJ poderá
julgar, nem precisava ler o resto.
O enunciado, extraiu seu fundamento do art. 105, III, a da
Constituição.
GABARITO: E.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO – PROFESSOR


FABIANO PEREIRA

49. Determinado órgão público federal ligado à cultura


pretende atribuir prêmio e ofertar remuneração a trabalho
artístico, predominantemente de criação intelectual. Para a
escolha do melhor trabalho, o administrador deverá realizar a
modalidade de licitação caracterizada como
(A) leilão.
(B) tomada de preços.
(C) convite.
(D) concurso.
(E) pregão.
COMENTÁRIO.
Eis aqui uma questão muito simples, que exigiu do candidato
conhecimentos sobre a conceituação das modalidades licitatórias.
O § 4º do art. 22 da Lei 8.666/93 afirma que “concurso é a
modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha
de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição
de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios
constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência
mínima de 45 (quarenta e cinco) dias”, e, portanto, a alternativa
“D” deve ser apontada como resposta correta.
Ao responder às questões de prova, fique atento para não
confundir a modalidade de licitação denominada “concurso” com o
concurso público realizado pela Administração Pública para a
contratação de pessoal, pois são institutos com finalidades
distintas.
GABARITO: D

50. Os atos administrativos puramente de administração dos


bens e serviços públicos, e os atos administrativos que se
destinam a dar andamento aos processos e papéis que
tramitam pelas repartições públicas são classificados,
respectivamente, como atos de
(A) gestão e expediente.
(B) expediente e gestão.
(C) império e expediente.
(D) expediente e império.

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(E) império e gestão.


COMENTÁRIO.
Quanto ao objeto, os atos administrativos podem ser
classificados em atos de império, atos de gestão e atos de
expediente.
Atos de império são aqueles que a Administração pratica
valendo-se de sua supremacia sobre os administrados, a exemplo
do que ocorre nas desapropriações, nas interdições de
estabelecimentos, entre outros. Neste caso, os atos são impostos aos
administrados independentemente de concordância ou aquiescência.
Por outro lado, os atos de gestão são aqueles praticados pela
Administração sem valer-se de sua supremacia sobre os
administrados, pois são regidos, basicamente, pelo direito privado.
A título de exemplo podemos citar os atos puramente de
administração dos bens e serviços públicos (como um contrato de
locação) e, ainda, os atos negociais realizados com particulares, que
não exigem coerção sobre os destinatários (como ocorre na
concessão de uma licença).
Por último, atos de expediente são todos aqueles que têm por
objetivo dar andamento aos processos e papéis que tramitam no
âmbito das repartições públicas. São atos de rotina interna,
praticados previamente a decisões que serão tomadas pelas
autoridades competentes.
Diante das definições apresentadas, constata-se que a
alternativa que atende ao enunciado da questão é a letra “A”.
GABARITO: A

51. No que concerne aos atributos dos atos administrativos,


analise:
I. Em regra, a presunção de legitimidade autoriza a imediata
execução ou operatividade dos atos administrativos, mesmo
que argüidos de vícios ou defeitos que os levem à invalidade.
II. A imperatividade é um atributo do ato administrativo que
impõe a coercibilidade para o seu cumprimento ou execução e
está presente em todos os atos.
III. A imperatividade decorre, somente, da existência do ato
administrativo, não dependendo da sua declaração de validade
ou invalidade.
IV. A presunção de legitimidade e veracidade tem como
conseqüência a transferência do ônus da prova de invalidade
do ato administrativo para quem a invoca.
É correto o que consta APENAS em

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(A) III e IV.


(B) II, III e IV.
(C) II e III.
(D) I, III e IV.
(E) I, II e III.
COMENTÁRIO.
Item I – Como conseqüência da presunção de legitimidade, os
atos administrativos são presumivelmente legais e legítimos, isto
é, editados em conformidade com a lei e com o direito (princípios, por
exemplo).
Desse modo, os atos administrativos produzirão todos os seus
efeitos, mesmo que argüidos de vícios ou defeitos que os levem à
invalidade. Somente quando a invalidade for declarada pelo Poder
Judiciário ou pela própria Administração é que os atos deixarão de
produzir os seus efeitos. Assertiva correta.
Item II – O atributo da imperatividade assegura à
Administração a prerrogativa de impor unilateralmente aos
administrados as suas determinações, independentemente de
concordância ou aquiescência, valendo-se da coercibilidade
necessária.
É importante esclarecer que tal atributo não está presente em
todos os atos administrativos, mas apenas naqueles que impõe
obrigações aos administrados, como na aplicação de uma multa
administrativa, por exemplo. Os atos praticados a pedido dos
particulares, a exemplo da concessão de uma licença para
construção, por exemplo, não gozam de imperatividade, o que torna
a assertiva incorreta.
Item III – A imperatividade do ato administrativo independe
de o seu destinatário considera-lo válido ou inválido, pois decorre do
próprio ato em si. Somente após o Poder Judiciário ou a
Administração declarar o ato inválido é que o seu destinatário poderá
deixar de se submeter aos seus efeitos. Assertiva correta.
Item IV – Como o ato administrativo goza da presunção de
legitimidade, que é relativa (júris tantum), compete ao
administrado provar a sua ilegalidade para que sejam suspensos os
seus efeitos. A Administração não precisa provar que o ato é legal
(pois esta presunção já existe), pois recai sobre o administrado a
incumbência de provar o contrário. Assertiva correta.
Diante dos comentários apresentados, constata-se que a
alternativa “D” deve ser considerada correta.
GABARITO: D

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52. Com relação à invalidação dos atos administrativos, é


correto afirmar:
(A) A cassação é a modalidade de anulação de ato
administrativo que, embora legítimo em sua origem e
formação, tornou-se ilegal na sua execução.
(B) Como regra, os efeitos da anulação dos atos
administrativos não retroagem às suas origens, invalidando
apenas as conseqüências futuras do ato anulado.
(C) A anulação é a declaração de invalidação de um ato
administrativo legítimo e legal, mas que se tornou
inconveniente ou inoportuno ao interesse público.
(D) A administração que praticou ato ilegal não poderá anulá-
lo por seus próprios meios, devendo a anulação ser procedida
exclusivamente pelo Poder Judiciário.
(E) Anulada uma nomeação de servidor, deverá ele repor os
vencimentos percebidos ilegalmente, inclusive se estiver de
boa-fé, aplicando-se o princípio da segurança jurídica.
COMENTÁRIO.
(A) Alguns candidatos ficaram muito insatisfeitos quando a
banca examinadora apontou esta alternativa como correta. Isso
porque alegavam que a cassação não poderia ser considerada uma
espécie de anulação do ato administrativo, mas sim uma espécie
de invalidação ou extinção.
De qualquer forma, é importante que você entenda que a
cassação ocorre quando o beneficiário do ato deixa de cumprir os
requisitos necessários para que o ato continue a produzir os seus
efeitos. Em sua origem e formação, o ato é legítimo, pois o
destinatário cumpriu todos os requisitos exigidos pela Administração.
Toa, durante a sua execução, os requisitos exigidos para que o
ato continuasse a produzir efeitos são desrespeitados, o que enseja a
sua extinção.
A título de exemplo, podemos citar a concessão de uma licença
ao particular para que seja construído um prédio de 03 (três)
andares. Ora, se o particular construir um prédio de 04 (quatro)
andares, estará descumprindo um dos requisitos necessários para
que a licença continue produzindo validamente os seus efeitos, e,
portanto, será extinta.
(B) A declaração de nulidade dos atos administrativos opera-se
com efeitos ex tunc, isto é, retroativos, o que torna o texto da
assertiva incorreto.
(C) As bancas examinadoras “adoram” elaborar questões
exigindo dos candidatos as diferenças conceituais entre anulação e
revogação. Sendo assim, é importante que você entenda que

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quando um ato administrativo é legítimo e legal, poderá ocorrer a


sua revogação (com efeitos ex nunc, isto é, não retroativo), caso
seja conveniente e oportuno para a Administração. Por outro lado,
a anulação somente irá ocorrer quando o ato administrativo for
ilegítimo e/ou ilegal, gerando efeitos ex tunc (retroativos).
Desse modo, é possível constatar que o texto da assertiva está
incorreto, pois afirmou que a anulação é a declaração de invalidação
de um ato administrativo legítimo e legal (neste caso, o correto
seria a “revogação”).
(D) A anulação de um ato administrativo poderá ser realizada
pela própria Administração (princípio da autotutela), ou, ainda,
através do Poder Judiciário, o que torna a assertiva incorreta.
(E) Caso o ato de nomeação de um servidor público seja
posteriormente anulado (em virtude de fraude na realização do
concurso público, por exemplo) e fique configurada a sua boa-fé
(não teve participação alguma na fraude), a Administração não
poderá exigir a reposição dos vencimentos recebidos durante o
período, o que torna a assertiva incorreta.
Entretanto, caso o servidor tenha agido com manifesta má-fé
(comprado o gabarito da prova, por exemplo), poderá ser obrigado a
repor aos cofres públicos o valor referente aos vencimentos
recebidos.
GABARITO: A

53. É certo que os contratos administrativos


(A) não poderão prever cláusulas exorbitantes, ou seja, que
excedam o Direito Comum para consignar uma vantagem ou
uma restrição à Administração.
(B) são sempre formais, onerosos, comutativos e realizado
intui personae e, em regra, consensuais.
(C) de atribuição são aqueles em que a Administração confere
determinadas vantagens ou certos direitos ao particular.
(D) deverão prever, expressamente, o controle do contrato
pela Administração Pública, uma vez que esse controle não
está implícito na contratação pública.
(E) devem prever penalidades contratuais que só poderão ser
aplicadas pelo Poder Judiciário, em razão da segurança
jurídica existente na contratação.
COMENTÁRIO.
(A) Uma das principais características dos contratos
administrativos é justamente a existência de cláusulas
exorbitantes, que concedem à Administração Pública diversas

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prerrogativas (vantagens) frente ao particular contratado, o que


torna a assertiva incorreta.
(B) Não é correto afirmar que os contratos administrativos são
sempre formais (escritos), pois o parágrafo único do art. 60 da Lei
8.666/93 prevê que os contratos referentes a pequenas compras de
pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a
R$ 4.000,00 (quatro mil reais), feitas em regime de adiantamento,
podem ser verbais.
(C) Contratos administrativos de atribuição são aqueles têm
por causa-função atribuir uma certa vantagem ao contratado
(particular) em vista de uma atividade que interessa à Administração
Pública. Assertiva correta.
(D) Diferentemente do que foi afirmado no texto da assertiva,
não existe a obrigatoriedade de que o contrato administrativo
apresente cláusula expressa declarando a possibilidade de seu
controle por parte da Administração.
Primeiro, porque a própria Lei 8.666/93, em seu artigo 58,
declara que o regime jurídico dos contratos administrativos confere à
Administração, em relação a eles, a prerrogativa de fiscalizar-lhes a
execução. Segundo, porque esta não é uma das cláusulas
necessárias previstas no art. 55 da Lei 8.666/93, o que torna a
assertiva incorreta.
(E) Para a aplicação de penalidades aos contratados faltosos, a
Administração deve instaurar procedimento administrativo prévio,
observando sempre os princípios constitucionais do contraditório e da
ampla defesa. Entretanto, está incorreto o texto da assertiva ao
afirmar que tais penalidade somente podem ser aplicadas pelo Poder
Judiciário.
Por se tratar de penalidade administrativa, a Administração
Pública possui a prerrogativa de aplicá-las diretamente, sem
necessidade de autorização do Poder Judiciário.
GABARITO: C

54. No que toca à formalização do contrato administrativo,


analise:
I. Para a formalização de contrato administrativo que exija
concorrência e tomada de preço é obrigatório o termo do
contrato.
II. Em regra, o contrato administrativo regularmente
publicado dispensa testemunhas e registro em cartório.
III. As cláusulas contratuais que fixam o objeto do contrato
são consideradas cláusulas acessórias.

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IV. As leis administrativas obrigam a Administração Pública à


exigência de garantia a fim de assegurar a execução do
contrato.
É correto o que consta APENAS em
(A) III e IV.
(B) II, III e IV.
(C) II e III.
(D) I, II e III.
(E) I e II.
COMENTÁRIO.
Item I - O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de
concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e
inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites
destas duas modalidades de licitação, o que torna a assertiva correta.
Item II - Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas
repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico
dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato. Ademais,
caso seja regularmente publicado (condição de eficácia), dispensa
testemunhas e registro em cartório. Assertiva correta.
Item III - São cláusulas necessárias em todo contrato
administrativo as que estabeleçam o objeto e seus elementos
característicos (art. 55 da Lei 8.666/93), o que torna a assertiva
incorreta.
Item IV – O art. 56 da Lei 8.666/93 prevê que “a critério da
autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no
instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia
nas contratações de obras, serviços e compras”.
Perceba que o próprio texto legal estabelece que a exigência de
garantia é uma faculdade assegurada à Administração, pois fica a
critério da autoridade competente. Desse modo, o texto da assertiva
está incorreto, pois afirmou que a exigência de garantia é obrigatória.
Diante dos comentários apresentados, deve ser marcada como
resposta da questão a alternativa “E”.
GABARITO: E

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NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO – PROFESSORA DÉBORAH


PAIVA

55) É permitido o trabalho extraordinário, independentemente


de acordo escrito ou contrato coletivo, e desde que dentro de
dez dias seja comunicado à autoridade competente, na
hipótese de
a) execução de atividades consideradas insalubres ou
perigosas.
b) conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução venha
a causar prejuízo manifesto.
c) realização de atividade externa incompatível com a fixação
de horário de trabalho.
d) exercício de cargo de confiança com percepção de
gratificação de função.
e) trabalho em regime de tempo parcial.
COMENTÁRIO.
a) Na prorrogação de jornada de trabalho em atividades insalubres é
necessária, de acordo com a CLT, licença prévia das autoridades
competentes. Isto porque o art. 60 da CLT preceitua a exigência de
licença prévia das autoridades competentes, quando ocorrer
prorrogação de jornada de trabalho, nas atividades insalubres.
A assertiva abordou a CLT, nada mencionando sobre a Súmula
349 do TST. Como a tendência atual das bancas é abordar a
jurisprudência, recomendo a leitura da Súmula.

Súmula 349 do TST A validade de acordo coletivo ou convenção


coletiva de compensação de jornada de trabalho, em atividade
insalubre prescinde da inspeção prévia da autoridade competente em
matéria de higiene do trabalho (art. 7º, XIII, da CF/1988; art. 60 da
CLT).
Art. 60 da CLT Nas atividades insalubres, assim
consideradas as constantes dos quadros mencionados no
capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que
neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho,
quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante
licença prévia das autoridades competentes em matéria de
higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão
aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e
processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio
de autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais,
com quem entrarão em entendimento para tal fim.

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b) De acordo com o parágrafo 1º do art. 61 da CLT, quando ocorrer


necessidade imperiosa, devido aos motivos de força maior ou para
atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja
inexecução possa acarretar prejuízo manifesto, o acordo de
prorrogação de horas extras poderá ocorrer, independentemente, de
acordo ou contrato coletivo. Portanto, está correta a letra B.
Art. 61 da CLT Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá
a duração do trabalho, exceder do limite legal ou
convencionado, seja para fazer face a motivo de força maior,
seja para atender à realização ou conclusão de serviços
inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo
manifesto.
§ 1º - O excesso, nos casos deste artigo, poderá ser
exigido independentemente de acordo ou contrato coletivo e
deverá ser comunicado, dentro de 10 (dez) dias, à autoridade
competente, em matéria de trabalho, ou, antes desse prazo,
justificado, no momento da fiscalização sem prejuízo dessa
comunicação.
c) Os trabalhadores que exercem cargos de gerência com poderes de
mando, desde que percebam padrão mais elevado de vencimento
(40% a mais), que os demais estarão excluídos do controle de
jornada, não sendo devida hora extra eventualmente prestada.
Art. 62 da CLT Não são abrangidos pelo regime
previsto neste capítulo:
I - os empregados que exercem atividade externa
incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo
tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência
Social e no registro de empregados;
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos
de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto
neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial.
Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será
aplicável aos empregados mencionados no inciso II deste
artigo, quando o salário do cargo de confiança,
compreendendo a gratificação de função, se houver, for
inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de
40% (quarenta por cento).
d) Os empregados que exercem cargo de confiança com o
recebimento de gratificação de função não receberão o adicional de
horas extras.
e) O empregado que trabalhe em regime a tempo parcial não poderá
prestar horas extras.

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Art. 59 do CLT A duração normal do trabalho poderá ser


acrescida de horas suplementares, em número não excedente
de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e
empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.
§ 1º - Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho
deverá constar, obrigatoriamente, a importância da
remuneração da hora suplementar, que será, pelo menos,
20% (vinte por cento) superior à da hora normal. (Vide art.
7º, XVI, da CF)
§ 2º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se,
por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o
excesso de horas em um dia for compensado pela
correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não
exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas
semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o
limite máximo de dez horas diárias.
§ 3º - Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho
sem que tenha havido a compensação integral da jornada
extraordinária, na forma do parágrafo anterior, fará o
trabalhador jus ao pagamento das horas extras não
compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na
data da rescisão.
§ 4º - Os empregados sob o regime de tempo parcial não
poderão prestar horas extras. (NR).
GABARITO: B

56) Um empregado trabalhou de 15 de janeiro de 1966 a 28


de outubro de 2005. Considerando a prescrição, poderá
ajuizar reclamação trabalhista até 28 de outubro de
a) 2010, reclamando verbas do biênio anterior à data da
propositura da ação.
b) 2010, reclamando verbas do quinquênio anterior à data da
propositura da ação.
c) 2010, reclamando verbas de todo o contrato de trabalho.
d) 2007, reclamando verbas do biênio anterior à data da
propositura da ação.
e) 2007, reclamando verbas do quinquênio anterior à data da
propositura da ação.
COMENTÁRIO.
A prescrição é a extinção do direito de ação em virtude da
inércia do seu titular, em exercitá-lo dentro do prazo previsto.

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Observem o dispositivo constitucional e as Súmulas do TST que


tratam da prescrição:
Art. 7º da CF/88 XXIX - ação, quanto aos créditos
resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite
de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;

Súmula 308 I. Respeitado o biênio subseqüente à cessação


contratual, a prescrição da ação trabalhista concerne às pretensões
imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do
ajuizamento da reclamação e, não, às anteriores ao qüinqüênio da
data da extinção do contrato. II. A norma constitucional que ampliou
o prazo de prescrição da ação trabalhista para 5 (cinco) anos é de
aplicação imediata e não atinge pretensões já alcançadas pela
prescrição bienal quando da promulgação da CF/1988.

Portanto, o empregado poderá entrar com a ação até 2007 e


reclamar verbas dos cinco anos anteriores à data da propositura da
ação.
GABARITO: E

57) Considerando o disposto na Constituição Federal, é


correto afirmar que, a partir de 05 de outubro de 1988,
a) foi garantido o aviso prévio na dispensa injusta.
b) o trabalho noturno passou a ser remunerado com o
adicional de 30%.
c) o período de licença-paternidade foi ampliado.
d) o adicional de horas extras foi fixado em, no mínimo, 30%
sobre a hora normal.
e) foi proibido o exercício do direito de greve.
COMENTÁRIO.
A novidade trazida pela Constituição Federal foi estabelecer o
prazo de cinco dias para a licença-paternidade, no Ato das
Disposições Constitucionais transitórias.
GABARITO: C

58) O empregado pode considerar rescindido o seu contrato


de trabalho e exigir a indenização devida quando o
empregador

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a) deixar de fornecer os equipamentos de proteção individual


imprescindíveis ao tipo de trabalho executado.
b) exigir que cumpra regulamento da empresa.
c) conceder férias no período que melhor atenda aos
interesses da empresa.
d) determinar a transferência do local de trabalho em razão de
mudança de endereço da empresa.
e) determinar sua reversão ao cargo anteriormente ocupado,
após deixar o exercício de cargo de confiança.
COMENTÁRIO.
A Rescisão ou despedida indireta ocorre quando a falta grave é
cometida pelo empregador. Estão tipificadas no art. 483 da CLT, são
elas:
Forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por
lei, contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato.
For tratado pelo empregador ou por seus superiores
hierárquicos com rigor excessivo.
Correr perigo manifesto de um mal considerável.
Não cumprir o empregador as obrigações do contrato.
Praticar o empregador ou seus prepostos contra ele ou
pessoas de sua família ato lesivo da honra e boa fama.
Empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente,
salvo em caso de legítima defesa própria ou de outrem.
O empregador reduzir o seu trabalho por peça ou por tarefa,
de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários.

O empregador que deixa de fornecer um equipamento de


proteção individual ao empregado está descumprindo as obrigações
do contrato de trabalho.
GABARITO: A

59) O contrato de experiência transforma-se automaticamente


em contrato por prazo indeterminado quando
a) é celebrado por prazo superior a 45 dias.
b) tem por objeto a consecução da atividade-fim da empresa.
c) é prorrogado uma única vez.
d) o seu término coincide com domingo ou feriado, dando-se a
rescisão no primeiro dia útil que se seguir.

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e) é anotado na CTPS do empregado.


COMENTÁRIO.
O Contrato de experiência ou contrato de prova é uma espécie
do gênero contrato de trabalho por prazo determinado, porque é
submetido a um termo. Este termo será de no máximo 90 dias,
podendo ser celebrada, apenas, uma prorrogação dentro dos 90 dias.
Exemplificando: Um empregado celebra um contrato de
experiência com o seu empregador por 45 dias, sendo assim, caso
haja intenção de prorrogá-lo eles poderão fazê-lo, por até mais 45
dias no máximo.
É importante ressaltar que caso eles celebrem inicialmente um
contrato de experiência por 90 dias, este não poderá ser prorrogado,
uma vez que já foi celebrado no seu tempo máximo de duração
permitido por lei.
O contrato de experiência irá transformar-se em um contrato
por prazo indeterminado quando ele for celebrado por um período
superior a 90 dias, quando for prorrogado mais de uma vez ou
quando extrapolar o seu tempo máximo de duração (90 dias),
incluída dentro deste prazo a prorrogação.
O contrato de experiência irá se tornar um contrato de prazo
indeterminado quando for prorrogado mais de uma vez ou quando
extrapolar o limite máximo legal de 90 dias. Portanto está correta a
letra D.
GABARITO: D

60) A alteração na estrutura jurídica da empresa


a) afeta apenas os contratos de trabalho com duração inferior
a um ano.
b) não afeta os contratos de trabalho de seus empregados.
c) faz surgir novo vínculo de emprego.
d) é causa obrigatória de rescisão do contrato de trabalho.
e) enseja, automaticamente, pedido de demissão do
empregado.
COMENTÁRIO.
A Sucessão de empresas é uma alteração subjetiva do contrato
de trabalho, sendo uma figura regulada nos artigos 10 e 448 da CLT.
Art. 10 da CLT - Qualquer alteração na estrutura
jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por
seus empregados.

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Art. 448 da CLT - A mudança na propriedade ou na


estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de
trabalho dos respectivos empregados.
Os requisitos da sucessão trabalhista são: a) que uma unidade
econômica- jurídica seja transferida de um para outro titular; b) que
não haja solução de continuidade na prestação de serviços pelo
obreiro.
GABARITO: B

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