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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE

DEPARTAMENTO DE COMÉRCIO EXTERIOR

APOSTILA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Professor: Airton Nagel Zanghelini

Joinville

2011
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 4
1.1 PLANO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA DISCIPLINA RELAÇÕES INTERNACIONAIS
(RINT) ........................................................................................................................... 4
1. 2 O ESTUDO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS ............................................................... 5
1.3 PARADIGMAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS........................................................... 6
2. PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918). ...................................................... 10
2.1 ANTECEDENTES DA PRIMEIRA GUERRA .................................................................... 10
2.2 O CONFLITO ............................................................................................................ 11
2.3 UM NOVO PANORAMA MUNDIAL............................................................................... 13
3. SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1939-1945) ........................................................ 15
3.1 ANTECEDENTES DA SEGUNDA GUERRA .................................................................... 15
3.2 O INÍCIO DO CONFLITO ............................................................................................. 15
3.3 DESENVOLVIMENTO DO CONFLITO E FATOS HISTÓRICOS IMPORTANTES:................... 15
3.4 O FINAL DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS ......................... 17
4. ORIENTE MÉDIO .................................................................................................... 18
4.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 18
4.2 BERÇO DAS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES HUMANAS ...................................................... 19
4.3 O JUDAÍSMO E A HISTÓRIA DO POVO HEBREU ............................................................ 20
4.4 O ISLAMISMO E A EXPANSÃO ÁRABE ....................................................................... 21
4.5 O CONFLITO ÁRABE-ISRAELENSE .............................................................................. 23
5. A NOVA ORDEM GEOPOLÍTICA INTERNACIONAL ....................................... 26
5.1 A GUERRA FRIA (A VELHA ORDEM) .......................................................................... 26
5.2 A NOVA ORDEM INTERNACIONAL............................................................................. 27
5.3 OS BLOCOS ECONÔMICOS ......................................................................................... 30
5.4 OS BRIC – BRASIL, RÚSSIA, INDIA E CHINA ............................................................ 32
5.5 TERRORISMO E CHOQUE DE CIVILIZAÇÕES ............................................................... 33
6. PAÍSES E SUAS CULTURAS................................................................................... 38
6.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 38
6.2 DADOS SOCIOECONOMICOS DOS PAÍSES .................................................................... 39
6.3 CULTURA DOS PAÍSES .............................................................................................. 55
7. DADOS E INDICADORES SOCIOECONOMICOS ............................................... 68
7.1 DISTRIBUIÇÃO DE RENDA ........................................................................................ 68
7.2 A DESIGUALDADE DE RENDA NA AMÉRICA LATINA E NO BRASIL............................... 71

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8. COMÉRCIO EXTERIOR EM 2010: BRASIL, SC E JOINVILLE. ....................... 74


8.1 COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO EM 2010 .............................................................. 74
8.2 COMÉRCIO EXTERIOR DE SANTA CATARINA EM 2010 ............................................... 77
8.3 COMÉRCIO EXTERIOR DE JOINVILLE EM 2010 ........................................................... 79
9. INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS ........................................................ 81
9.1 MULTINACIONAIS BRASILEIRAS ............................................................................... 81
9.2 WEG: UMA MULTINACIONAL DO NORTE DE SANTA CATARINA.................................. 82

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Plano de ensino e aprendizagem da disciplina relações


internacionais (RINT)

Objetivo geral da disciplina

Ao final da realização do programa de Relações Internacionais, o estudante


deverá ser capaz de entender, analisar e avaliar os fenômenos políticos,
econômicos e sociais contemporâneos no mundo e nas relações internacionais,
demonstrando ter adquirido competências para decidir sobre o modo de agir
como profissional de comércio exterior.

Objetivos específicos da disciplina

 Discutir as grandes questões internacionais, através da apresentação dos


diferentes enfoques, para que o aluno possa entender e formar opinião;
 Exercitar o planejamento de negócios e de empresas voltadas para
comércio internacional em função das relações políticas e econômicas do
Brasil com os outros países;
 Simular situações de mercado e as decisões mais convenientes para os
agentes econômicos em cada caso;
 Discutir a influência das diferenças culturais nos negócios internacionais.

Contribuição da disciplina para a profissão

 Visão do ambiente geopolítico e econômico global;


 Entendimento das diferentes culturas dos países e regiões;
 Capacidade de agir diante das diferenças políticas e ideológicas dos países
e regiões;
 Competência crítica diante dos grandes temas econômicos do Brasil e do
mundo;
 Visão macroeconômica dos cenários nacionais e internacionais que lhe
confira maior capacidade de tomar decisões com baixo risco;
 Conhecimento técnico das políticas econômicas do Brasil e sua influência
nos negócios internacionais.

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Bibliografia básica

GARCIA, Eugênio Vargas. Cronologia das relações internacionais do Brasil.


Rio de Janeiro: Contraponto Editora, 2006.

OLIVEIRA,Odete Maria de. Relações Internacionais: estudos de introdução.


2.ed. Curitiba: Juruá, 2004.

RIBEIRO,Wagner Costa. Relações internacionais: cenários para o século XXI.


São Paulo: Scipione, 2000.

RODRIGUES, Gilberto M. A. O que são relações internacionais. São Paulo:


Brasiliense, 2001.

1. 2 O estudo das relações internacionais

O estudo das Relações Internacionais objetiva entender e analisar, de


forma sistemática, relações políticas, econômicas e sociais entre países e atores
internacionais como Estados, organismos internacionais, organizações não-
governamentais e empresas transnacionais.

Para alcançar um objetivo tão abrangente, o estudo das Relações


Internacionais abrange diversas áreas do conhecimento, como Ciências Políticas,
História, Geografia, Economia, Direito internacional entre outras.

As guerras, a paz, a diplomacia, as interações econômicas e culturais entre


diferentes povos são alguns dos elementos que compõem a esfera do
internacional e que têm implicações e efeitos sobre os homens. Dadas essas
características, as RI são definidas como uma disciplina do campo das ciências
sociais, que investigará a dimensão do internacional. Embora hoje seja
considerada uma disciplina fundamental para o estudo desse objeto específico, as
Ri são uma matéria de estudo relativamente recente. Até as duas Guerras
Mundiais, pensar o internacional era uma tarefa distribuída entre as demais
Ciências sociais, não havendo identidade particular na área. (PECEQUILO, 2004).

Desde quando se estudam Relações Internacionais?

Do ponto de vista acadêmico, a disciplina de Relações Internacionais


nasceu na Universidade de Gales (Grã Bretanha), no início da década de 1920,
logo após o fim da Primeira Guerra Mundial.
No Brasil, o primeiro curso de Graduação em Relações Internacionais foi
criado em 1974 na Universidade Nacional de Brasília (UNB) e o primeiro programa
de Doutorado em Relações Internacionais foi instituído em 2001 na PUC-Rio.

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Porém, a Disciplina de Relações Internacionais percorreu longo trajeto


antes de poder posicionar-se como conhecimento. Não é possível identificar uma
data exata e nem mesmo aproximada do surgimento das Relações Internacionais
já que estas se deram desde os primeiros relacionamentos humanos em suas
ainda recentes comunidades, tendo seguimento através de outros fatos de
entrosamento, como guerras, religião e comércio.
Posteriormente, com o surgimento dos tratados e acordos, formou-se o
Direito das Gentes concomitante, curiosamente, com relações de poder e de
conquistas dominantes dessas épocas, assinaladas por grandes impérios.
Com o aparecimento do Estado-Nação poderoso e soberano, após a Idade
Média, os povos aproximaram-se, estabelecendo interessante interação entre os
indivíduos e suas sociedades, fortalecendo, como conseqüência, suas relações,
chamadas Relações Internacionais, pois até essa época os relacionamentos
verificados entre as comunidades tinham natureza meramente circunstancial.
Desconheciam-se o princípio do equilíbrio de poder ou da força, a manutenção do
status quo e da defesa coletiva, emergindo apenas dos séculos XV e XVI as
primeiras alianças políticas de competição pelo poder.
Estudos e reflexões sobre essa complexa temática reúnem-se em torno de
um rico acervo teórico, legado por juristas, filósofos, cientistas sociais e políticos
ligados a esse âmbito. Na conquista de sua independência científica, as Relações
Internacionais foram antecedidas por outros conhecimentos, como o Direito
Internacional, a História dos Tratados, a História da Diplomacia e o conhecimento
da própria Diplomacia como disciplina. (OLIVEIRA, 2004).

1.3 Paradigmas das relações internacionais

Thomas S. Kuhn inaugurou o uso da expressão paradigma no estudo dos


fenômenos científicos, a partir de sua obra A estrutura das revoluções científicas,
em 1962. Ele se referia às suposições fundamentais que os especialistas fazem
sobre o fenômenos que estão estudando .
Um paradigma das Relações Internacionais é portanto, uma visão, uma
interpretação, uma perspectiva dos fenômenos internacionais ou mundiais,
amparada em algum método, cuja pretensão é explicar e dar sentido para os fatos
que estão se desenrolando no cenário internacional.
Assim, o termo paradigma (de origem grega, com o significado de modelo,
padrão) quando aplicado ao campo de estudo das Relações Internacionais, tem o
sentido de modelo mais adequado à compreensão da realidade internacional que
está sendo analisada.
Entre as décadas de 1970 e 1980, quando a discussão dos paradigmas
das Relações Internacionais foi objeto de diversas publicações, emergiram alguns
modelos de classificação das relações internacionais.

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Modelo Idealista

O período idealista das Relações Internacionais situa-se entre os dois


grandes conflitos mundiais.
Este modelo ficou conhecido como idealista porque buscava introduzir
projetos inspirados em regras éticas e que, transformadas em princípios jurídicos,
serviriam como padrões às Relações Internacionais. Caracterizava-se por um
conjunto de princípios universais que defendia a necessidade de estruturar o
mundo buscando o entendimento, através de condutas pacifistas, onde a
confiança e a boa vontade sejam os motores que movimentam a História.

Foram destaque do período idealista as ações do presidente Woodrow


Wilson, dos EUA e o surgimento da Liga das Nações.
A eclosão da Segunda Guerra Mundial representou o fim do paradigma
idealista e deu lugar ao Modelo Realista.

Modelo Realista

O Realismo político consolidou-se com o início da Guerra Fria a partir de


1947 e tem suas raízes nos pensamentos de Nicolau Maquiavel (1532) em sua
obra O Príncipe, e de Thomas Hobbes (1615), em Leviatã.
Os historiadores das Relações Internacionais consideram o tratado de
Vestfália, em 1648, que estabeleceu o Sistema Europeu de Estados e criou um
equilíbrio de poder entre as potências da época, como o ponto de partida das
relações internacionais modernas segundo os padrões do realismo político.
Hans Morgenthau (conhecido como o novo Maquiavel) consolidou nos EUA
a teoria do realismo político em sua obra Política entre as nações.

Características principais:

a) A política interna e a política externa são consideradas duas áreas distintas e


independentes entre si.

b) Reconhece como único ator internacional relevante o Estado.

c) O poder e o uso da força constituem o traço forte do paradigma realista.

d) A cooperação internacional é problemática.

e) A ordem é imposta ou é resultado de acordo entre as grandes potências.

f) O surgimento de novas potências tende a perturbar a ordem estabelecida.

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Modelo da Dependência

Com a criação da CEPAL, na década de 1960, a intelectualidade latino-


americana começou a produzir a partir de uma visão autóctone, teorias a respeito
do desenvolvimento econômico. Desse esforço surgiu aquela que viria a ser a
maior contribuição do chamado Terceiro Mundo para a disciplina Relações
Internacionais: a Teoria da Dependência.
Esse novo modelo centra sua atenção nas relações econômicas
internacionais e observa que entre elas se estabelecem termos de desigualdade e
dominação, de natureza desequilibrada e injusta do sistema internacional, de
dependência entre muitos Estados que são explorados por poucos.
O Paradigma da Dependência (de inspiração estruturalista ou neomarxista)
defende também que os Estados são atores importantes do sistema, mas não são
os únicos. Organizações Internacionais, empresas multinacionais e movimentos
de libertação nacional são reconhecidos, e tidos como de extrema importância.
Passou-se a utilizar os termos centro para designar os países ricos e periferia para
referir-se a países pobres.
A CEPAL inspirou vários pensadores a analisar a problemática do
subdesenvolvimento dos países sul-americanos buscando ir além da visão
puramente econômica. Dentre estes, destacam-se os cientistas sociais brasileiros
Celso Furtado, Fernando Henrique Cardoso e Helio Jaguaribe e o uruguaio
Eduardo Galeano.
Este paradigma é pessimista em relação à possibilidade de convivência
harmônica entre os atores internacionais, permanecendo a idéia de haver sempre
no jogo internacional um ganhador e um perdedor.

Modelo Neo-Realista

Durante os anos 1980, inspirados pela política externa do presidente


Ronald Reagan, os autores realistas ressurgiram, agregando novas características
ao modelo, o que lhes conferiu a possibilidade de adaptar-se aos novos fatores
das Relações Internacionais. Esta nova versão do paradigma realista incorporou
métodos científicos e matemáticos de análise, dando mais credibilidade à visão
realista.
Em 1983, Kenneth Waltz, publicou a Teoria das relações internacionais
onde procurou estabelecer uma verdadeira teoria geral sobre a política
internacional.
O neo-realismo buscou restabelecer a primazia do Estado e de seu poder
de força militar nas Relações Internacionais dentro de um contexto agora
globalizado, mantendo o papel de subordinação dos atores não-estatais.

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Modelo Interdependente

Surgiu no final dos anos sessenta juntamente com o modelo dependente,


em consequência da insatisfação intelectual estabelecida face ao paradigma
realista. É também denominado paradigma do Transnacionalismo, do
Multicentrismo ou do pluralismo, ou ainda sociedade global ou mundial.
Este paradigma passa a analisar a importância da dimensão econômica
mundial. Segundo a tese de Marshall McLuhan, em sua obra O Meio é a
Mensagem, de 1967, os meios de transporte e de comunicação em massa vieram
transformar o mundo numa imensa aldeia global. Este fato motivou as bases
desse novo paradigma, pois os fenômenos internacionais não poderiam mais ser
interpretados na visão dos modelos realista ou dependente, pois o planeta havia
entrado em uma nova era de globalização da economia.
As bases desse paradigma não são novas. Alcançam reflexos no
pensamento dos estóicos, evoluindo às formulações de Kant. O que traz de novo
é o modo de ver a realidade global de nossos dias, diferente daquela que originou
o desenvolvimento do paradigma realista, que se apegou ao princípio da
segurança nacional, além das influências diplomáticas e das forças militares,
pressupostos agora inúteis em face da proliferação dos organismos internacionais,
surgimento da interdependência, dos atores não-estatais e das corporações
transnacionais.

Fontes:

1. OLIVEIRA,Odete Maria de. Relações Internacionais: estudos de introdução.


2.ed. Curitiba: Juruá, 2004.

2. PECEQUILO, Cristina Soreanu. Introdução às Relações Internacionais:


temas, atores e visões. Petrópolis. Vozes, 2004.

3. RODRIGUES, Gilberto M. A. O que são relações internacionais. São Paulo:


Brasiliense, 2001.

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2. PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918).

2.1 Antecedentes da Primeira Guerra

A Primeira Guerra Mundial causou o colapso de quatro impérios e mudou de


forma radical o mapa geopolítico da Europa e do Oriente Médio.

O período compreendido entre 1871 e 1914 foi definido por alguns historiadores
como um momento de "Paz Armada". Havia um certo otimismo, marcado pela
crença de que a humanidade atingira a maturidade necessária à resolução
pacífica dos conflitos internacionais, apesar de dispor de uma grande quantidade
de armas e soldados. No entanto, a configuração da economia européia originada
do desenvolvimento industrial e da expansão imperialista, calcada na disputa entre
as potências industrializadas por territórios, principalmente na Ásia e na África,
apontava para um clima de instabilidade e insegurança.

A Tríplice Aliança e a Tríplice Entente

Depois do ano de 1905, começou a se configurar um sistema de alianças entre as


nações da Europa, que acabaram se dividindo em dois blocos: Alemanha, Áustria-
Hungria e Itália, que formavam a Tríplice Aliança, e Inglaterra, França e Rússia,
que compunham a Tríplice Entente.

Figura 1: Alianças militares em 1914


A Tríplice Aliança está representada em castanho, a Tríplice Entente em verde e
as nações neutras em pêssego.

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Exacerbação do nacionalismo

O período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial foi marcado por uma
exacerbação do nacionalismo. As potências, de modo geral, cultivavam um
discurso e uma mentalidade baseados em suas glórias militares, no poder bélico e
na supremacia nacional. Ao mesmo tempo, ocorre uma expansão da indústria
bélica e um desenvolvimento tecnológico que aumenta a eficácia das máquinas de
guerra.

A essa conjuntura acrescentou-se uma série de disputas em regiões fronteiriças,


com populações formadas por mais de uma nacionalidade, como na Alsácia e na
Lorena (entre a Alemanha e a França), no Trentino em Trieste (Itália e Império
Austríaco), e na península Balcânica (disputada pela Rússia e pela Áustria).

Estopim da guerra: assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando

No período entre 1905 e 1914, ocorreram vários incidentes diplomáticos, que


contribuíram para abalar a relação entre os países europeus, culminando com o
assassinato, por um ativista sérvio, do arquiduque Francisco Ferdinando, provável
herdeiro do Império Austro-húngaro. O incidente, ocorrido em Sarajevo, capital da
Bósnia, gerou uma crise entre a Áustria-Hungria e a Sérvia.

O império Austro-húngaro fez um ultimato à Sérvia, exigindo a investigação do


crime e o combate aos movimentos subversivos com a colaboração de oficiais
austríacos, que foi recusado. A resposta sérvia desencadeou o rompimento das
relações diplomáticas entre as duas nações e, em 28 de julho, a Áustria declarou
guerra à Sérvia.

2.2 O conflito

O Império Austro-Húngaro começou o bombardeio à Belgrado (capital sérvia) em


29 de Julho. No dia seguinte, a Rússia, que sempre tinha sido uma aliada da
Sérvia, deu a ordem de locomoção a suas tropas. Os alemães, que tinham
garantido o apoio ao Império Austro-Húngaro no caso de uma eventual guerra
declararam guerra à Russia.

Além disso, a Alemanha colocou em prática o “Plano Schlieffen” que previa a


invasão da França, Inglaterra e Rússia, começando por invadir a Bélgica para,
através dela, invadir a França. Esse ato fez com que o Império Britânico saísse da
sua posição neutra e declarasse guerra à Alemanha em 4 de Agosto.

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A guerra ganhou proporções nunca vistas anteriormente, envolvendo 27 nações,


um contingente de 40 milhões de soldados aliados e 21 milhões de combatentes
dos Impérios Centrais (Alemanha e Áustria-Hungria), com um número de mortes
superior a 15 milhões.

O uso das novas tecnologias

Ao contrário das guerras tradicionais, cujos resultados dependiam principalmente


do tamanho dos exércitos, a Primeira Guerra Mundial caracterizou-se pela luta de
trincheiras, bombardeios e pelo emprego das novas tecnologias: aviões,
submarinos, tanques e metralhadoras, fruto do desenvolvimento industrial.

A capacidade técnico-industrial foi, portanto, um fator fundamental para dar


suporte a uma guerra que os estadistas não esperavam que durasse tanto. A
Inglaterra teve uma participação fundamental através do emprego de sua
poderosa marinha no cerco à Alemanha que, por sua vez, recorreu ao uso de
submarinos para romper o bloqueio que lhe foi imposto.

A entrada em cena dos EUA e o fim da guerra

Após o bombardeio de um navio por um submarino alemão, o que provocou a


morte de 1.200 pessoas, dentre os quais cidadãos americanos, os Estados Unidos
se posicionam contra os alemães e, em abril de 1917, entraram na guerra.

A entrada dos norte-americanos no conflito rompeu a situação de equilíbrio entre


as forças até então envolvidas, que, de ambos os lados, apresentavam sinais de
exaustão. Em 29 de setembro de 1918, os militares alemães declararam a seu
governo que seria impossível vencer a guerra e iniciaram-se as negociações para
a rendição, que ocorreu a 11 de novembro daquele ano.

Com a vitória dos aliados, os Impérios Centrais entraram em colapso e passaram


por processos de fragmentação, dando origem a uma série de repúblicas
independentes: Iugoslávia, Checoslováquia, Hungria, Áustria, Polônia e Bulgária.
Na Alemanha, o regime monárquico foi substituído pelo republicano, com a
instalação da chamada República de Weimar.

O Tratado de Versalhes

Os aliados, por seu lado, investiram sobre os espólios dos vencidos: a França
reivindicava a devolução da Alsácia-Lorena, a Inglaterra tencionava eliminar o
poderio naval alemão, a Itália queria a anexação da "Italia irredenta" (Região de
Trento), as nações balcânicas reivindicavam independência e o Japão
empenhava-se em empenhar seu poder no Pacífico.

O presidente Wilson apresentou ao Congresso Norte-americano 14 pontos que


julgava importantes para o estabelecimento da paz, que resultaram no Tratado de

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Versalhes, assinado em junho de 1919 e que formalizou o término da Primeira


Guerra Mundial. Um dos pontos propostos pelos EUA foi a criação de uma
associação de nações para garantir a independência dos países, que resultou na
criação da Liga das Nações, em 16 de janeiro de 1920, com sede em Genebra,
na Suíça.

O Tratado de Versalhes, bem como os outros que vieram a seguir, determinaram


severas medidas de reparação de guerra contra os países vencidos, como a perda
de direitos comerciais e de exploração de territórios colonizados. Além de um
endividamento absurdo, a título de indenização para os países vencedores,
estabeleceram-se restrições pesadas à soberania política e militar aos derrotados.

2.3 Um novo panorama mundial

Por fim, com o término da guerra, houve uma mudança substancial no panorama
da economia mundial. Os países europeus, que ocupavam lugar de destaque,
sofreram um esgotamento de suas economias, em razão dos gastos com a
guerra. Duas nações passaram a ocupar o lugar privilegiado que antes era dos
países europeus, emergindo como novas potências: Estados Unidos e Japão.

O conflito rompeu definitivamente com a antiga ordem mundial criada após as


Guerras Napoleônicas, marcando a derrubada do absolutismo monárquico na
Europa. Dinastias imperiais europeias como as das famílias Habsburgos,
Romanov e Hohenzollern, que vinham dominando politicamente a Europa e cujo
poder tinha raízes nas Cruzadas, também caíram durante os quatro anos de
guerra.

Três impérios europeus foram destruídos e consequentemente desmembrados:


Alemão, o Austro-Húngaro e o Russo. Nos Bálcãs e no Médio Oriente o mesmo
ocorreu com o Império Turco-Otomano.

O fracasso da Rússia na guerra acabou contribuindo para a queda do sistema de


Czares e para a Revolução Russa (1917) que inspirou outras em países tão
diferentes como China e Cuba, e que serviu também, após a Segunda Guerra
Mundial, como base para a Guerra Fria. No Oriente Médio o Império Turco-
Otomano foi substituído pela República da Turquia e muitos territórios por toda a
região acabaram em mãos inglesas e francesas.

Na Europa central novos estados (Tchecoslováquia, Finlândia, Letônia, Lituânia,


Estônia e Iugoslávia) "nasceram" depois da guerra. Áustria, Hungria e Polônia
foram redefinidos. Pouco tempo depois da guerra, em 1923, os Fascistas tomaram
o poder na Itália. A derrota da Alemanha na guerra e o fracasso em resolver
assuntos pendentes no período pós-guerra, alguns dos quais haviam sido causas
da Primeira Guerra, acabaram por criar condições para a ascensão do Nazismo e
para a Segunda Guerra Mundial em 1939, vinte anos depois.

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Fontes:

1. UOL Educação. Disponível em:


http://educacao.uol.com.br/historia/primeira-guerra-mundial-estopim-foi-
assassinato-de-arquiduque.jhtm .

2. Wikipedia: Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial.

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3. SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1939-1945)

A Segunda Guerra Mundial refletiu a disputa econômica e política dos grandes


países industrializados, mas também um confronto em torno do melhor modelo
ideológico capaz de orientar, naquele momento histórico, o desenvolvimento da
humanidade. Em campos diferentes se defrontavam três sistemas
políticoeconômicos: as democracias liberais capitalistas, os nazi-fascistas e os
comunistas.

3.1 Antecedentes da Segunda Guerra

No ambiente geopolítico, o mundo apresentava um equilíbrio precário desde o fim


da Primeira Guerra, em 1918. Vários fatores influenciaram o início deste conflito
que se iniciou na Europa e, rapidamente, espalhou-se pela África e Ásia.
Dentre eles destacam-se a grave crise econômica que afetava EUA e Europa na
década de 1930 e o surgimento de governos totalitários com ideologias militaristas
e expansionistas, como o nazismo, liderado por Hitler na Alemanha e o fascismo,
liderado por Benito Mussolini na Itália. Na Ásia, o Japão também possuía fortes
desejos de expandir seus domínios para territórios vizinhos e ilhas da região.

Estes três países se uniram e formaram o Eixo, um acordo com características


militares e com planos de conquistas para expansão dos seus territórios. Em 1938
a Alemanha deu início a seu plano de expansão invadindo a Áustria e parte da
Tchecoeslováquia.

3.2 O Início do conflito

Em setembro de 1939, tropas alemãs invadiram a Polônia. De imediato, a França


e a Inglaterra declararam guerra à Alemanha. Desde o início ficou claro que as
ações de Hitler visavam exterminar os povos que o nazismo considerava inferiores
ou indesejáveis, como judeus, eslavos, ciganos, além de homossexuais e
deficientes físicos e mentais, em nome da formação da raça ariana. A maioria dos
milhões de judeus exterminados nos campos de concentração vivia na Polônia.

3.3 Desenvolvimento do Conflito e Fatos Históricos Importantes:

 Depois da rápida vitória sobre a Polônia, as tropas alemãs não pararam


mais. Atacaram primeiramente a França, que também sucumbiu em poucos
dias, e depois a Inglaterra, que resistiu heroicamente e enfrentaria os
alemães e seus aliados, italianos e japoneses, até o fim da guerra, na
Europa, no norte da África e no Oriente. O primeiro-ministro britânico
Winston Churchill foi o primeiro estadista ocidental a perceber a ameaça
nazista e a ela se opor tenazmente.

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 Entre 1939 e 1941, a Alemanha havia conquistado, além da Polônia e da


França a Iugoslávia, Ucrânia, Noruega e territórios no norte da África. O
Japão anexou a Manchúria, enquanto a Itália conquistava a Albânia e
territórios da Líbia.

 No Ásia, o Japão desenvolvia uma política expansionista similar à de Hitler.


Havia conquistado parte da China em 1937 e em seguida o Exército e a
Marinha Imperial do Japão invadiram também a Indochina, Indonésia,
Malásia, Filipinas e Birmânia). No final de 1941, bombardeou a ilha de Pearl
Harbour, pertencente aos Estados Unidos. Atacados por um aliado de
Hitler, os americanos, que até então só prestavam ajuda econômica e
forneciam armamentos aos ingleses, decidiram entrar na guerra, que se
estendeu pelo mundo inteiro. Assistiu-se então a um velocíssimo
desenvolvimento bélico norte-americano, o que colocaria o país na posição
de maior potência militar do século 20.

 Na Europa, a guerra envolvia a população civil, além da militar, e provocou


uma grande devastação humana operada pelo avanço nazi-fascista. Já nos
oceanos Pacífico e Índico, as batalhas se travavam entre navios e aviões
ou em territórios cuja população local - muitas vezes indígena - não se
envolvia no conflito. Mesmo assim, o número de mortos e feridos foi grande
entre os militares, em especial do Japão e dos Estados Unidos, os
principais protagonistas das batalhas nessa região.

 Em meados de 1941, rompendo um acordo que tinha com Stálin, Hitler


atacou a União Soviética. Contrariando as estratégias de seus generais,
que queriam primeiro tomar Moscou, fez questão de invadir Leningrado,
símbolo da Revolução Russa de 1917. Porém, Leningrado resistiu
bravamente durante meses, até que, em fevereiro de 1943, os alemães,
não acostumados ao frio intenso da Rússia, foram vencidos pelos
soviéticos. A partir daí os russos deram início à contra-ofensiva,
pressionando alemães a retrocederem para seu país, enquanto, na Europa
ocidental, americanos e ingleses reconquistavam posições na Itália e na
França.

 Em 6 junho de 1944 (o chamado Dia D), ocorreu o desembarque das tropas


aliadas na Normandia (França). Ao mesmo tempo, as populações dos
territórios invadidos pelos nazistas organizavam movimentos de resistência
à ocupação, sabotando os alemães e cooperando com os aliados.

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3.4 O Final da Segunda Guerra Mundial e suas Consequências

O Eixo, formado pela Alemanha, Itália e Japão, foi derrotado pelos aliados depois
de seis anos de conflito. Na Alemanha, ocupada pelos aliados, Hitler suicidou-se e
seus generais se renderam incondicionalmente em 8 de maio de 1945. Na Ásia, o
Japão resistiu mais alguns meses, até que as cidades de Hiroshima e Nagasaki
foram destruídas pelas bombas atômicas norte-americanas, em agosto do mesmo
ano. Foi a primeira vez que se usou armas nucleares num conflito e seu poder de
devastação obrigou os japoneses à rendição .

Mais de 40 milhões de pessoas morreram no conflito. Os prejuízos foram


enormes, principalmente para os países derrotados: além dos mortos e feridos,
cidades destruídas, indústrias e zonas rurais arrasadas e dívidas incalculáveis.

Com o final do conflito, em 1945, foi criada a ONU ( Organização das Nações
Unidas ), cujo objetivo principal seria a manutenção da paz entre as nações.

Novas relações geopolíticas se configuraram após a guerra, já que seus principais


vencedores eram adversários ideológicos e possuíam uma capacidade bélica
equivalente, o que os impedia de partir para um conflito aberto. Iniciou-se, assim,
o período conhecido como Guerra Fria, colocando agora, em lados opostos,
Estados Unidos e União Soviética. Uma disputa geopolítica entre o capitalismo
norte-americano e o socialismo soviético, onde ambos países buscaram ampliar
suas áreas de influência sem entrar em conflitos armados.

___________________

Fontes:

1. UOL Educação / história: Disponível em:


http://educacao.uol.com.br/historia/segunda-guerra-mundial-1-conflito-matou-
milhoes-de-pessoas.jhtm

2. Wikipedia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial

3. Segunda Grande Guerra. Disponível em: http://pt.worldwar-two.net/

17
18

4. ORIENTE MÉDIO

4.1 Introdução
Região localizada no sudoeste da Ásia, tem como climas predominantes o
desértico e o semiárido. No que se refere ao relevo destacam-se os planaltos. Os
principais rios são o Tigre, o Eufrates e o Jordão.

A maioria da população do Oriente Médio, estimada de 270 milhões de habitantes,


professa a religião muçulmana (ou islamismo). Contudo, além do islamismo, o
Oriente Médio foi também o berço do judaísmo e do catolicismo.

O Oriente Médio é uma das regiões mais conflituosas do mundo. Diversos fatores
contribuem para esse fato, como:
•sua posição no contexto geopolítico mundial, entre três continentes (Europa, Ásia
e África);
•suas condições naturais, pois a maior parte dos países ali localizados dependem
de água de países vizinhos;
•a presença de recursos estratégicos no subsolo, como o petróleo;
•a origem dos conflitos entre árabes e israelenses.

ORIENTE
MÉDIO

Oriente Médio
tradicional

Grande Oriente
Médio
(definição do
G8)

18
19

4.2 Berço das primeiras civilizações humanas


As primeiras civilizações humanas nasceram e se desenvolveram nas
proximidades dos grandes rios, no Oriente.
A aridez do clima e a baixa fertilidade do solo obrigaram essas sociedades a
utilizarem, com racionalidade e eficiência, os recursos hídricos disponíveis para a
prática da agricultura.
Entre elas destacaram-se Egito e Mesopotâmia.

EGITO

O rio Nilo foi responsável pelo florescimento da civilização egípcia. Suas margens
eram aproveitadas para o cultivo de alimentos que sustentavam uma população
organizada em comunidades camponesas, controladas por um Estado fortemente
centralizado, a quem deveriam pagar pesados impostos.
As obras de irrigação (diques, depósitos de água, canais), realizadas por
numerosa mão-de-obra escrava, permitiram o desenvolvimento da civilização.

MESOPOTÂMIA

Situada entre os rios Tigre e Eufrates, a Mesopotâmia foi um importante império


na Antigüidade. Alvo de permanentes ataques e invasões, sua história é marcada
pela sucessão de dominações de povos de diversas origens: sumérios, assírios,
babilônios...
Essas civilizações produziram rica cultura, cujos vestígios ainda hoje podem ser
vistos como as grandes pirâmides do Egito. Ambas acabaram sendo dominadas
pelos persas, povo militarista e guerreiro que construiu vasto império no Oriente.

Figura 4: Mesopotâmia e o Império Persa


Figura 3: EGITO e o Oriente médio tradicional

19
20

Outras civilizações do Antigo Oriente

Ainda no Oriente, desenvolveram-se civilizações onde a agricultura não


desempenhou papel econômico significativo, mas se destacaram em outros
aspectos: os povos fenícios, persas e hebreus.

FENÍCIOS

A principal atividade econômica dos fenícios foi o comércio marítimo. Dotada de


vantagens geográficas e naturais, a Fenícia foi a civilização dos navegadores e
mercadores da Antigüidade.
A talassocracia (governo dos comerciantes) era diferente do restante doOriente,
onde predominava a aristocracia.
Da cultura fenícia herdamos o alfabeto com 22 letras. A Fenícia tornou-se
província do Império Persa no século I a.C.

PERSAS

Povo militarista e guerreiro, os persas conheceram o apogeu durante o reinado de


Dario I, idealizador de um sistema administrativo altamente eficiente.
Além de manterem uma postura de respeito aos usos e costumes dos povos
dominados, os persas contavam com boa rede de estradas, moeda única,
governadores leais ao poder central... elementos que lhes permitiram garantir o
império durante séculos.
Foi somente no século I a.C. que o Império Persa foi subjugado por Alexandre da
Macedônia.

HEBREUS

A história hebraica é marcada por constantes deslocamentos, fixando-se durante


séculos no território denominado Palestina.
O solo pouco apropriado para a agricultura fez deles um povo de pastores.
Sua característica mais conhecida foi o fato de, ao criar a sua religião, o judaísmo,
terem se tornado a primeira civilização monoteísta da História.

4.3 O judaísmo e a história do povo hebreu


Povo de origem semita (descendentes de Sem, filho de Noé), os hebreus fixaram-
se na Mesopotâmia onde se organizaram em tribos. Seu primeiro Patriarca foi
Abraão que abandonou o politeísmo e converteu-se ao monoteísmo.
Abraão conduziu seu povo para a Palestina, porém, a aridez e a escassez de
terras férteis na região levaram os descendentes de Abraão a abandonar a
Palestina e migrar para o Egito, onde permaneceram como escravos por cerca de
500 anos.

20
21

Liderados por Moisés, os hebreus retornaram à Palestina por volta de 1250 a.C,
num processo conhecido como Êxodo. Mas a região já havia sido ocupada por
outro povo: os filisteus. A unidade religiosa dos hebreus auxiliou-os na vitória
sobre os filisteus, que foram subjugados, e lhes permitiu a reocupação do
território.
A partir de então, os hebreus viveram o período mais glorioso de sua história. As
tribos se unificaram e passaram a respeitar um único chefe.

Sob o reinado de Salomão, os hebreus atingiram seu apogeu. Todavia, o império


não sobreviveu à morte de Salomão. Seus filhos dividiram o território: Israel, ao
norte, e Judá, ao sul. O cisma enfraqueceu o império e favoreceu o domínio de
diferentes povos sobre a região como os babilônios, os persas, os macedônicos e
os romanos.
Quando a Palestina tornou-se província do império romano, nasceu Jesus, que
criou uma nova religião monoteísta: o cristianismo.

Os cristãos, mesmo sendo alvo de terríveis perseguições pelos imperadores


romanos, já que renegavam a divindade do imperador, aumentaram
consideravelmente em número nos primeiros séculos da Era Cristã e sua religião
acabou se convertendo na religião oficial do Império Romano.
Ainda durante o domínio romano sobre a Palestina (por volta de 70 d.C.), ocorreu
a Diáspora hebraica. Os hebreus abandonaram a Palestina e se dispersaram pelo
mundo.

Assim, entre os séculos I e XX de nossa era, os hebreus foram um povo sem


território, sem pátria, sem Estado, vítimas de grandes perseguições como as da
Inquisição e do Nazismo. Sonhavam, contudo, em retornar à terra que Deus lhes
havia prometido.
Somente após a segunda guerra mundial, diante do extermínio de 6 milhões de
judeus, a recém criada ONU concordou em dar aos judeus o território e o Estado
tão desejado. Em 1948, foi criado o Estado de Israel em território palestino,
acarretando sérios conflitos na região.

4.4 O Islamismo e a Expansão Árabe

Os árabes, povo de origem semita como os hebreus, viviam em tribos, não


possuindo, portanto, um Estado unificado. Praticavam uma religião politeísta que
cultuava ídolos cujas imagens estavam agrupadas na Caaba (templo), em Meca.
Peregrinos de toda a Arábia realizavam peregrinações à cidade para adorar seus
ídolos.
Isso, até o surgimento do islamismo, uma religião monoteísta que nasceu nessa
região, durante a Idade Média, e se difundiu pelo Mediterrâneo ao longo dos
séculos VII e VIII.

21
22

Maomé foi um órfão criado por um tio que lhe deu uma boa formação. Ao viajar
com caravanas, conheceu culturas e religiões variadas, que acabaram por
influenciá-lo na formulação de sua doutrina.
Em 610, Maomé recebeu revelações divinas que o convenceram de que só há um
Deus, que é Alah, e ele, Maomé, é o seu profeta.
Mao, já que a defesa do monoteísmo ameaçava os negócios dos ricos
mercadores da cidade.

Em 622, Maomé teve que fugir e refugiou-se em Medina, onde foi acolhido por
seus habitantes que adotaram sua doutrina. Esse episódio, chamado Hégira,
marca o início do calendário islâmico. mé iniciou suas pregações entre os
habitantes de Meca, mas acabou sendo perseguido
Os ensinamentos de Maomé foram reunidos no livro sagrado do islamismo, o
Alcorão. Dentre eles, o profeta destaca o esforço para conquistar adeptos,
denominado jihad (guerra santa).
Em 630, os seguidores de Maomé ocuparam e dominaram a cidade de Meca,
realizando, de uma só vez, a unificação religiosa e política da Arábia.

Após a morte do profeta, em 632, o poder passou a ser exercido pelos califas
(sucessores do profeta) que construíram um vasto império que se estendia da
Pérsia até a Península Ibérica, incluindo o Oriente Médio e o norte da África.
Além de controlarem toda a atividade comercial da região, impedindo o acesso
dos cristãos, os árabes adotaram uma política de tolerância cultural em relação
aos povos dominados. Assim, além de influenciar e receber influências desses
povos, os árabes contribuiram muito para a preservação do legado cultural
clássico.

Disputas políticas e religiosas entre os califas que governavam o império


acabaram por enfraquecê-lo, tornando-o vulnerável a invasões e ataques como os
dos turcos, mongóis e cruzados, que fragmentaram o poder dos árabes.
A religião islâmica, porém, mesmo com o declínio político dos árabes, enraizou-se
em diversas partes do mundo.

Sunitas e Xiitas

A morte de Maomé, em 632, dividiu seus seguidores em dois grupos: os sunitas e


os xiitas. Os sunitas seguem os ensinamentos de Maomé contidos em um
conjunto de textos chamado SUNA que, para eles, é uma importante fonte de
verdade ao lado do Alcorão. Os xiitas só admitem o Alcorão como fonte sagrada.
São defensores intransigentes dos fundamentos da fé islâmica e contrários à
ocidentalização.

Os sunitas correspondem a 85% dos muçulmanos e os xiitas, aos restantes 15%.


Os xiitas são maioria em poucos países como o Irã, o Iraque e o Bahrein.

22
23

4.5 O conflito árabe-israelense

Origens do conflito

O conflito entre árabes e judeus é relativamente recente, ao contrário do que


muitos acreditam. Até o final do século 19, judeus e diferentes povos árabes
viviam em relativa harmonia. Os problemas ganharam corpo com a crise dos
grandes impérios, ao término do século 19, que permitiu o avanço de inúmeros
movimentos nacionalistas. Entre os novos movimentos estavam o nacionalismo
árabe que defendia a criação de um grande Estado árabe independente dos
turcos, e o sionismo (referência à Colina de Sion, em Jerusalém), defensor da
volta dos judeus à Palestina.

A 1ª Guerra Mundial (1914-1918) selou o fim dos grandes impérios e redesenhou


o mapa do Oriente Médio, que antes era dominado pelos turcos. Os ingleses
receberam um mandato da Liga das Nações para ocupar por 30 anos os atuais
Iraque, Jordânia e Palestina. A França ficou com o que hoje são a Síria e o
Líbano. Árabes e judeus passaram então a disputar espaço na Palestina sob
mandato britânico. Os sionistas traziam jovens pioneiros da Europa Oriental para
cultivar terras compradas dos árabes por milionários judeus. E os nacionalistas
árabes lançavam ataques armados contra as novas comunidades judaicas. Os
britânicos ficavam no meio do caminho, ora limitando a imigração judaica, ora
restringindo os ataques dos militantes árabes.

Criação do Estado de Israel

Entre os anos 1930 e 1940, intensificou-se consideravelmente a imigração judaica


para a Palestina. Porém, o descontrolado ingresso de judeus na Palestina
acarretou sérios problemas já às vésperas da Segunda Grande Guerra: as áreas
de assentamento judeu e palestino não foram delimitadas e grupos de
características étnicas e religiosas tão diferentes tiveram que compartilhar o
mesmo território, de onde resultaram graves hostilidades entre ambos.

Após o holocausto promovido pelos nazistas durante a Segunda Guerra, houve


consenso na recém criada ONU sobre a criação de um Estado judeu na Palestina.
A medida foi apoiada pelos Estados Unidos e Inglaterra, interessados em
estabelecer um aliado na região, já que não confiavam nos Estados árabes que a
cercavam. Os palestinos, por sua vez, também almejavam a criação de um Estado
independente em território palestino e, para isso, contavam com o apoio dos
países árabes.

Em 1947, a ONU estabeleceu a divisão do território palestino entre judeus, que


ocupariam 57% das terras com seus 700 mil habitantes, e palestinos, cuja
população de cerca de 1,3 milhão de habitantes ocuparia os restantes 43% do
território. Em maio de 1948, o futuro primeiro-ministro David Ben Gurion anunciou
a criação do Estado de Israel.

23
24

As guerras entre Israel e países árabes

Com a retirada das tropas britânicas que ocupavam a região, começou, em 1948,
uma guerra entre Israel e a Liga Árabe, criada em 1945 e que reunia Estados
Árabes que procuravam defender a independência e a integridade de seus
membros. A guerra foi liderada pela Jordânia e pelo Egito. Israel venceu o conflito
e ocupou áreas reservadas aos palestinos, ampliando para 75% o domínio sobre
as terras da região. O Egito assumiu o controle sobre a Faixa de Gaza e a
Jordânia criou a Cisjordânia.

Desde então, houve três grandes guerras entre Israel e os países árabes: em
1956, 1967 e 1973.

Em 1956, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser declarou guerra à Inglaterra,


França e Israel com o objetivo de assumir definitivamente o controle sobre o canal
de Suez, em mãos européias desde sua construção. Para isso contou com o apoio
da União Soviética, país que, no contexto da Guerra Fria, apoiava todas as
iniciativas de libertação nacional a fim de conquistar aliados para o bloco
socialista. Durante o conflito, Israel ocupou a Península do Sinai, mas, devolveu-a
logo em seguida, devido à pressão norte-americana.

Para defender a luta palestina no sentido da criação de um Estado autônomo, foi


criada a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em 1964, tendo como
líder Iasser Arafat . Nas fileiras da OLP, surgiu o Al Fatah, braço armado da
organização que prega a luta armada e o terrorismo para destruir Israel. A OLP só
recentemente foi reconhecida por Israel como representante dos interesses
palestinos na questão territorial.

Em 1967, eclodiu a “guerra dos 6 dias”. Após a retirada das tropas da ONU que
guardavam a fronteira entre Egito e Israel, soldados israelenses avançaram sobre
a Península do Sinai, a Faixa de Gaza e as colinas de Golã. A população palestina
teve que se refugiar em países vizinhos - sobretudo ao sul do Líbano. A OLP
adotou o terrorismo como estratégia de luta contra Israel que, por sua vez, com
amplo apoio das potências ocidentais, desenvolvia respeitável aparato bélico.

A Guerra do Yom Kippur, em 1973, tive início no feriado judeu que leva esse
nome. Egito e Síria desfecharam ataque simultâneo a Israel e conseguiram
avançar nas primeiras 48 horas. Mas, na segunda semana de guerra os sírios
foram expulsos das colinas de Golam e o exército egípcio teve que retroceder
para o seu território, do outro lado do canal de Suez. que revidou prontamente,
vencendo as forças agressoras. Nas áreas que iam sendo ocupadas por Israel,
principalmente em Gaza e na Cisjordânia, surgiram colônias judaicas protegidas
por soldados israelenses. A estratégia visava consolidar o domínio sobre o
território.

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25

Acordos de paz

Quando o presidente Anuar Sadat assumiu a presidência do Egito, assumiu uma


postura de distanciamento da União Soviética e de aproximação dos Estados
Unidos. Daí surgiram conversações de paz entre egípcios e israelenses que
resultaram num acordo formalizado em Camp David (EUA), em 1979. O acordo
não agradou nem aos judeus instalados nas colônias do Sinai, de Gaza e da
Cisjordânia, nem aos árabes que esperavam maiores concessões por parte dos
israelenses. Por isso, Sadat, considerado por muitos, traidor da causa árabe no
Oriente Médio, foi assassinado em 1981.

Na década de 1980, depois do atropelamento e morte de quatro palestinos por um


caminhão do exército israelense, em 1987, jovens árabes, munidos de paus e
pedras, enfrentaram, nas ruas, os soldados de Israel e o levante se alastrou. A
repressão israelense foi brutal. Desde então, os choques entre palestinos e
colonos nas áreas de ocupação israelense têm sido freqüentes.

As conversações de paz entre árabes e israelenses só foram retomadas em 1993,


quando o Primeiro Ministro de Israel Itzhak Rabin e o líder da OLP Arafat
realizaram um encontro em Oslo, onde ficou decidido que, de forma gradual, Israel
devolveria a Faixa de Gaza (área pobre onde se espremem 800 mil palestinos) e
de Jericó, na Jordânia, para a administração direta e autônoma dos palestinos. Os
cerca de 100 mil colonos judeus ali instalados permaneceriam protegidos pelo
exército israelense. Ao acordo, opuseram-se as facções palestinas hostis a Arafat.
Para piorar o quadro, em 1995, durante um comício pela paz em Tel Aviv, um
estudante judeu de 27 anos, membro de uma organização extrema direita,
assassinou Itzhak Rabin.

Em 2000 os conflitos entre palestinos e judeus aumentaram, tendo início uma


nova intifada. A situação, piorou quando, no início de 2001, o conservador Ariel
Sharon foi eleito Primeiro Ministro de Israel, revelando o sentimento dominante
entre os israelenses de não retomar as negociações para a criação do Estado
Palestino enquanto durar a intifada. Diante da violência dos atentados terroristas
promovidos pelo Hamas e pelo Hezbolah, grupos extremistas árabes que pregam
o extermínio dos judeus, as ações do exército israelense também têm sido cada
vez mais cruéis, atingindo, inclusive, a população civil das regiões dominadas.

Fontes:

1. RIBEIRO, Wagner Costa. Relações Internacionais: cenários para o século XXI. São
Paulo: Scipione, 2000.

2. UOL Educação / Colégio Stockler. Disponível em:


http://educacao.uol.com.br/historia/index-o.jhtm

3. Wikipedia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Conflito_árabe-israelense

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26

5. A NOVA ORDEM GEOPOLÍTICA INTERNACIONAL

Geopolítica é uma disciplina das Ciências Humanas que mescla a Teoria Política
à Geografia, considerando o papel político internacional que as nações
desempenham em função de suas características geográficas: localização,
território, posse de recursos naturais, contingente populacional.
As constantes alterações que têm ocorrido no mapa da Europa nos últimos anos
são o sinal de que vivemos um período de transição. É a estruturação da chamada
nova ordem geopolítica internacional, que vem substituir a velha ordem, que
era marcada pela oposição entre Estados Unidos e União Soviética, em um
período conhecido como guerra fria.

5.1 A Guerra Fria (a velha ordem)

A guerra fria começou a se desenhar após a Segunda Guerra Mundial. A partir de


então, o cenário geopolítico internacional ficou marcado pela bipolaridade entre as
duas grandes potências vencedoras - a capitalista, representada pelos Estados
Unidos, e a socialista (ou comunista), representada pela União Soviética. Não foi
por acaso que esses dois países se transformaram nas superpotências
dominantes do cenário mundial. Eles foram decisivos para vencer a guerra contra
o Eixo (Alemanha, Itália e Japão), quando se uniram à Inglaterra e aos outros
países aliados.
No caso dos Estados Unidos, o seu território e a sua população ficaram a salvo de
ataques militares, porque estavam longe do palco da guerra, que se desenvolveu
na Europa e na Ásia. Assim, enquanto as bases industriais da Europa e do Japão
foram destruídas, as indústrias americanas atuaram em plena capacidade de
produção fornecendo armas, tanques e aviões. Já a União Soviética se destacou
pela grande capacidade militar, principalmente quando conseguiu expulsar as
tropas alemãs do seu território e as empurrou de volta às fronteiras do seu próprio
país. Devido ao importante papel da União Soviética na derrota do exército
nazista, desde de fevereiro de 1945 os soviéticos transformaram todo o leste
europeu em uma grande área ocupada, alegando a necessidade de manter a
segurança junto às suas fronteiras.
A partir desse momento se estabeleceu a chamada "cortina de ferro", com a
divisão da Europa em duas regiões geopolíticas: a Europa Ocidental, sob a
influência dos Estados Unidos, e a Europa Oriental, sob a influência da União
Soviética. A própria Alemanha foi dividida, em 1949, em dois países: República
Federal da Alemanha (RFA), capitalista, e República Democrática Alemã (RDA),
socialista. O símbolo maior dessa divisão foi a construção do muro de Berlim.
Construído em 1961 pelos soviéticos, para consolidar a divisão da capital,
evitando a fuga de alemães orientais para o lado capitalista, o muro foi o grande

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símbolo da bipolaridade na disputa ideológica e militar entre os dois grandes


vencedores da Segunda Guerra Mundial.
Alegando a necessidade de defender seus aliados, as duas superpotências se
posicionavam como inimigas e criavam estratégias para se proteger uma da outra.
Para conter a influência Soviética, os Estados Unidos financiaram a reconstrução
e o fortalecimento econômico da Europa, através do Plano Marshal e instalaram
um arsenal nuclear nos países da Europa Ocidental e bases militares na Àsia e na
Oceania. Por seu lado, já em 1948 a União Soviética transformou as áreas de
ocupação do Leste em governos pró-soviéticos, controlando-os de forma
absolutamente autoritária, e também criou mecanismos de auxílio e cooperação
econômica no interior do bloco socialista, através do Comecon.
Nesse período, do ponto de vista do equilíbrio do poder, foram criadas duas
grandes Organizações militares: a Otan, em 1949, que tinha como principal
objetivo impedir a expansão dos sistemas socialistas e o Pacto de Varsóvia, em
1955, que visava conter a expansão capitalista. Essas organizações, bem como
as guerras localizadas entre as duas superpotências, foram expressão clara de
como o controle mundial efetivou-se através do chamado "equilíbrio do terror". A
corrida tecnológica que colocou os dois países em posição militar de destruir o
mundo todo, principalmente através das armas nucleares, serviu como eficaz
mecanismo de controle mundial.
Do ponto de vista ideológico, se estabeleceram dois pontos de vista antagônicos
entre países, organizações e indivíduos: ou se era alinhado ao capitalismo, ou ao
socialismo. Enquanto os Estados Unidos, ao defender os princípios capitalistas do
livre mercado, buscavam o controle do mercado mundial, a União Soviética
buscava implantar o seu projeto de revolução comunista, através da tomada do
poder em cada país. Essa luta por manter e ampliar os aliados de cada um dos
lados é que ficou conhecida como Guerra Fria.
Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, essa velha ordem mundial começou a
ruir. Muitos consideram que a queda do muro marcou o fim da guerra fria. Outros
consideram como o marco final da guerra fria a desarticulação do império
soviético, a partir da independência da Estônia, da Letônia e da Lituânia, no início
da década de 1990. Outros ainda, defendem que a guerra fria acabou quando a
União Soviética foi formalmente extinta, em 1991, dando lugar à independência da
Rússia e das demais ex-repúblicas soviéticas, que viriam a formar a Comunidade
de Estados Independentes (CEI).

5.2 A Nova ordem internacional

O cenário internacional mudou, no final do século XX, quando passaram a


prevalecer valores como a democracia representativa, a economia de mercado.
Além disso, o sistema internacional passou a ser o resultado da interação dos
Estados-nação e das empresas transnacionais, mas também de outros atores

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internacionais como as Organizações Não-governamentais (ONGs). Este novo


cenário passou a ser conhecido como a Nova Ordem Internacional.
Se durante a Guerra Fria o mundo era bipolarizado, sob o ponto de vista político-
ideológico, a nova ordem é multipolar. Nela, o mundo está dividido em áreas de
influência econômica. As alianças militares perderam o sentido, pelo menos no
que se refere à oposição capitalismo-comunismo. Hoje, tem lugar a expansão das
alianças econômicas: União Européia, Nafta, ALCA, Mercosul, APEC. No contexto
da economia globalizada, os blocos econômicos são um grande impulso para a
otimização do crescimento econômico integrado. Os Estados-Nação perderam
espaço para a ação das transnacionais.
A nova ordem internacional acabou com vários conflitos diretamente ligados à
ação das superpotências. Mas fez surgir outros, na sua maioria de origem étnica,
religiosa e nacional. No contexto econômico, prevalece a abertura dos mercados,
o fim de restrições comerciais e a implantação de um comércio mais amplo,
regulado pela OMC – Organização Mundial do Comércio. A palavra de ordem é a
inserção no mercado mundial. Os capitais estão cada vez mais livres e, perante
uma variada gama de possibilidades de investimentos, deslocam-se facilmente de
um país para outro, de uma economia menos atraente para outra mais atraente,
até que uma outra surja, num fluxo contínuo de investimentos que se movimentam
ao sabor dos ventos da economia.

Características da velha e da nova ordem geopolítica

Velha Nova
Poder político Bipolaridade Multipolaridade
Ameaças Radicalização Terrorismo
Poder militar 2 superpotências Hegemonia EUA
Divisão Cortina de ferro Blocos
Economia Hegemonias G-7 G7 e emergentes
Fronteiras Fechadas Abertas
Ideologias Nacionalismos Inserção global
Políticas Protecionismo Abertura
Crises Confinadas ao país Contagiantes
Agentes Estado-nação Supranacionalismo
Governança Pouco relevante Muito relevante

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29

Transformações geopolíticas no século XX

A velha geopolítica: divisões

A nova ordem geopolítica: multipolaridade

29
30

5.3 Os blocos econômicos

Os blocos são associações de países cujo objetivo é estabelecer relações


comerciais privilegiadas entre si. Esse processo é iniciado com a abolição de
tarifas comerciais e pode chegar, no limite, ao fim de fronteiras e até a uma união
econômica, com uma moeda comum. Assim, de acordo com o seu nível de
evolução, os blocos econômicos são classificados em quatro tipos.

A formação de blocos econômicos regionais em modalidades semelhantes às


existentes no mundo atual ocorreu, pela primeira vez, próximo ao final da 2ª
Guerra Mundial, com a criação do Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo).
Após a guerra, a idéia de integração econômica baseada em uma economia
supranacional começou a ganhar força na Europa Ocidental.

Diante da perspectiva de concorrer com os Estados Unidos, fazer frente ao


crescimento da União Soviética e reduzir o risco de os nacionalismos provocarem
novos conflitos, os países europeus firmaram uma série de acordos com o objetivo
de unir o continente, reestruturar, fortalecer e garantir a competitividade de suas
economias.

Posteriormente, a experiência européia foi estendida a outros continentes e foram


desenvolvidas várias iniciativas de integração regional. Entretanto, a única que
teve permanência e consistência em suas ações foi a Comunidade Econômica
Européia (CEE), transformada em 1992 em União Européia (UE).

Modalidades de integração regional

Zona de livre-comércio – Redução ou eliminação das tarifas alfandegárias entre


os países membros.

União aduaneira – Além de abrir os mercados internos, regulamenta o comércio


do bloco com as nações de fora.

Mercado comum – Permite ainda a livre circulação de capitais, serviços e


pessoas no interior do bloco.

União econômica e monetária – Evolução do mercado comum. Os países


adotam a mesma política de desenvolvimento e uma moeda única. É o atual
estágio da União Européia.

30
31

Principais blocos econômicos

Nº DE
PRINCIPAIS BLOCOS ECONÔMICOS PAÍSES- OBJETIVOS
MEMBROS

1. NAFTA. Tratado de Livre Comércio da


3 Zona de livre comércio.
América do Norte.

2. MCCA. Mercado Comum Centro


6 União alfandegária.
Americano.

3. CARICOM. Comunidade Econômica do União aduaneira.


5
Caribe. Coordenação de políticas públicas.

Mercado comum.
4. PA. Pacto Andino. 5
Atuação conjunta para desenvolvimento.

Mercado comum.
5. MERCOSUL. Mercado Comum do Sul. 4
Coordenação de políticas industriais.

Zona de livre comércio.


6. UE. União Européia. 25 Harmonização de políticas públicas.
União monetária.

Nº DE
PRINCIPAIS BLOCOS ECONÔMICOS PAÍSES- OBJETIVOS
MEMBROS

7. EFTA. Associação Européia de Livre


6 Área de livre comércio.
Comércio.

8. CEI. Comunidade de Estados


12 Acordos multilaterais militares e econômicos.
Independentes.

Coordenação de políticas públicas.


Acordo multilateral de defesa e não-
9. UEA. União dos Estados Africanos. 38
agressão.
Constituição de fundo de desenvolvimento.

10. AFTA. Associação das Nações do


5 Acordo de livre comércio.
Sudeste Asiático.

11. APEC. Cooperação Econômica Ásia- Fórum de cooperação econômica.


18
Pacífico-América. Área expandida de livre comércio.

12. ALCA. Associação de Livre Comércio das Área de livre comércio.


34
Américas. Acordo multilateral de integração.

Bloco expandido: Mercosul e Andinas.


13. CESA. Comunidade Econômica Sul-
9 Atuação conjunta para desenvolvimento.
Americana
Integração física.

31
32

5.4 OS BRIC – Brasil, Rússia, India e China

O acrônimo BRIC foi criado por Jim O'Neill, economista-chefe do banco Goldman
Sachs em Nova York. O'Neill argumentava que, nos próximos 50 anos, essas
quatro nações viriam a dominar a economia mundial.

Somadas, elas compreendem hoje 25% da área habitável, 40% da população e


15% da economia do planeta.
Será que se trata de uma esperança realista? Hoje os BRIC somados respondem
por apenas 12% do PIB mundial. Mas juntos detêm US$ 3 trilhões em reservas
cambiais.

Há fortes indícios de que os quatro países do BRIC têm procurado formar um


"clube político" ou uma "aliança", buscando converter seu crescente poder
econômico em uma maior influência geopolítica.

Em junho de 2009, os líderes dos países do BRIC realizaram sua primeira reunião,
na Rússia, e emitiram uma declaração apelando para o estabelecimento de uma
ordem mundial multipolar. Os líderes dos países participantes do BRIC sugeriram
que as economias emergentes e em desenvolvimento devem ter mais voz e
representação nas instituições financeiras internacionais e que os seus líderes e
diretores devem ser designados por meio de processos seletivos abertos,
transparentes e baseados no mérito.

Os líderes do BRIC pedem, ainda, apoio aos países pobres e o suporte às


energias renováveis. Em declaração anexa sobre segurança alimentar, os BRICs
defenderam a transferência de tecnologia para a produção de biocombustíveis e o
desenvolvimento técnico da produção agrícola.

A ênfase, porém do encontro, foi voltada para a cooperação para a reforma do


sistema financeiro mundial.

32
33

5.5 Terrorismo e Choque de Civilizações

Terrorismo: o que é isso?

Terrorismo é um método que consiste no uso de violência, física ou psicológica,


por indivíduos, ou grupos políticos, contra a ordem estabelecida através de um
ataque a um governo ou à população que o legitimou, de modo que os estragos
psicológicos ultrapassem largamente o círculo das vítimas.

Atentados no século XXI

11 de setembro de 2001: World Trade Center - USA

Ícones da identidade nacional norte-americana foram alvejados com


desconcertante facilidade. Dois aviões sequestrados por terroristas da rede Al-
Qaeda puseram abaixo as torres gêmeas do World Trade Center. Uma terceira
aeronave foi lançada sobre o Pentágono, sede do poder militar dos EUA, nos
arredores de Washington.
No total, mais de 5.000 pessoas morreram. Os ataques mudaram a cara do terror
internacional.

11 de março de 2004: bombas nos trens em Madri

Uma série de bombas explodidas em trens metropolitanos matou mais de 200


pessoas e deixou quase 1.500 feridos em Madri. O crime monstruoso, perpetrado
contra vítimas inocentes a caminho do trabalho, deixou uma dúvida: o autor.
Inicialmente, o governo espanhol acusou o grupo separatista basco ETA. Mais
tarde surgiram indícios de que se poderia tratar de nova investida dos fanáticos da
Al Qaeda.

2004: Terrorismo em escola da Rússia

Cerca de 30 terroristas invadiram o ginásio de uma escola, onde pais e alunos


comemoravam o primeiro dia de aula do ano letivo russo.
A ação terrorista durou três dias e só terminou quando forças policiais russas
mataram a maioria dos terroristas e libertaram os reféns sobreviventes. Foram
encontrados mais de 200 mortos e mais de 700 feridos.
O ataque foi perpetrado por terroristas chechenos e árabes.

Julho de 2005: bombas em Londres

Ocorreram 4 explosões de bombas, três delas em trens do metrô e a última dentro


de um ônibus. Detonadas de forma coordenada no horário de maior movimento no
centro da cidade, deixaram mais de 50 mortos e 700 feridos.

33
34

Londres constituiu-se em alvo óbvio por reunir características que o


fundamentalismo muçulmano abomina: centro financeiro mundial, síntese do
Ocidente e do capitalismo moderno, metrópole cosmopolita, tolerante com a
diversidade humana.

2008: ataques na Índia

Um grupo de cerca de 30 terroristas se espalhou pela área turística de Mumbai


realizando massacres em diferentes pontos da cidade.
Depois, os terroristas se entrincheiraram em três locais: os hotéis Taj Mahal e
Oberoi-Trident, os mais luxuosos da cidade, e em um centro religioso judaico
localizado em uma galeria comercial, fazendo centenas de reféns. O saldo final
ultrapassou os 200 mortos e 400 feridos.

Maiores organizações terroristas

Brigadas vermelhas

Organização política terrorista da extrema-esquerda italiana que desenvolveu a


sua actividade durante os anos 70 e o início da década de 80.
Tratava-se de um grupo de guerrilha clandestino que esteve implicado em atos de
sabotagem, sequestros e atentados. Foi responsável, entre outras, pela morte do
democrata-cristão e primeiro-ministro Aldo Moro (1978). Duas dezenas de
membros do grupo foram condenados a prisão perpétua.

IRA - Exército Republicano Irlandês

As rivalidades entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte remontam ao


século 17. É uma história de confrontos entre a maioria protestante, identificada
com os interesses do domínio britânico e, de outro, a minoria católica, que luta
pelo fim da dominação inglesa.

A Irlanda se tornou independente em 1922. Mas, a parte católica, conhecida com


Irlanda do Norte, continuou sob domínio do Reino Unido. Em 1969 a Irlanda do
Norte foi ocupada pelo exército britânico.

Em 1972, mais de uma dezena de jovens irlandeses católicos foram mortos no


Domingo Sangrento (Bloody Sunday). Cerca de 3.600 pessoas morreram na
Irlanda em 30 anos de conflitos entre o IRA e grupos paramilitares protestantes. O
conflito só terminou em 2005, quando o IRA anunciou o fim da "luta armada" e
entregou as armas.

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Organização pela Libertação da Palestina (OLP)

Organização política formada em 1964 com o objetivo de lutar pela independência


da Palestina, território que fora ocupado por Israel.
De 1968 a 2004 teve como presidente Yasser Arafat, líder do Al Fatah (uma das
forças de libertação da Palestina que se juntaram para criar a OLP, e se tornou o
seu braço armado).
Em 1993 Arafat e Yitzhak Rabin, primeiro-ministro israelita, assinaram o acordo de
paz que permitiu a criação da Autoridade Nacional Palestina, governada pela OLP.

Al Fatah x Hamas

Porém, o outro principal grupo terrorista, o Hamas, acusou a Al Fatah de


conivência com Israel e os dois grupos se tornaram rivais.
O Hamas assumiu o comando da Faixa de Gaza e se tornaram comuns os
confrontos entre os dois grupos pelo poder na Palestina.
O Hamas intensificou também os conflitos com Israel, dificultando a manutenção
do acordo de paz, que veio a ser quebrado em 2000.

Jihad Islâmica

A palavra "jihad" significa luta e é utilizada por alguns grupos terroristas do Oriente
Médio como "guerra santa" contra a existência do Estado de Israel.
A Jihad Islâmica é um grupo fundado no início dos anos 80, no Egito, e assumiu a
responsabilidade pela morte de 18 soldados em um ponto de ônibus em Beit Lid,
em 1995. Diversos ataques terroristas suicidas foram atribuídos a esse grupo.

ETA -Euskadi Ta Azkatasuna (Pátria basca e liberdade)

Em 2009 o grupo separatista basco, ETA, completou 50 anos. Neste período,


cometeu 825 assassinatos e feriu centenas de pessoas, apresentando como
justificativa a luta contra o governo da Espanha pela completa independência de
um território de 20.000 km² e população que mal supera 2 milhões de habitantes.

Surgiu como um movimento de resistência estudantil, que se opunha radicalmente


à ditadura militar do general espanhol Francisco Franco. Após a morte de Franco
em 1975, o País Basco se tornou uma Comunidade Autônoma com direito a
arrecadar os próprios impostos, ensinar a língua basca nas escolas e eleger
Parlamento e presidente próprios. Porém, o ETA continuou a praticar atos
violentos, reclamando independência total.

Muitas das vítimas são membros da polícia, juízes franceses e espanhóis,


políticos que se opõem às reivindicações do ETA. O auge foi o assassinato do
primeiro-ministro Carrero Blanco, em 1973.

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36

O choque de civilizações

Em O Choque de Civilizações, publicado em meados dos anos 90, Huntington


previa que os conflitos globais no século XXI não seriam mais motivados por
desavenças entre países, mas entre civilizações, caracterizadas estas por valores,
instituições e, sobretudo, religiões.
O choque mais iminente, escreveu, era aquele que contraporia o Ocidente ao
mundo muçulmano.
"Os fatos estão provando que minha tese tem certo grau de veracidade", diz o
professor. "Gostaria que não fosse assim."

Principais civilizações:

Civilização confuciana ou sínica

Inclui principalmente a China, mas também o sudeste asiático, como Coréia,


Tibete, Vietnã, etc.

Civilização japonesa

O Japão há muito já possui uma cultura autônoma. A civilização nipônica seria a


única civilização que abrange um pais só e é formada por elementos da civilização
sínica e dos povos altaicos, de onde é oriunda. Atualmente recebe forte influência
da civilização ocidental. Em tese, tal civilização englobaria também a Coréia do
Sul, mas esta seria considerada sínica mais por questões políticas.

Civilização hindu

Expandiu-se a partir do vale do rio Indo e seria representada hoje principalmente


pela Índia, embora inclua outros países hindus como o Camboja.

Civilização Islâmica

A civilização do mundo islâmico teria surgido na Arábia e assimilado as culturas,


turca, libanesa, persa, malaia entre outras. A Civilização Islâmica também estaria
profundamente presente no Norte da África.

Civilização ocidental

Civilização grego-romana, judaico-cristã. Englobaria toda a Europa e a chamada


"anglosfera" (Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia).

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Civilização ortodoxa

A região vizinha à Rússia.

Civilização latinoamericana

Híbrido da civilização ocidental com a população indígena local.

Civilização da África subsaariana

A civilização africana, ou mais especificamente subsaariana já que o norte da


África pertence à civilização muçulmana, teria a África do Sul como seu estado-
núcleo.

Fontes:
1. RIBEIRO, Wagner Costa. Relações Internacionais: cenários para o século
XXI. São Paulo: Scipione, 2000.
2. Algosobre.com. Disponível em
http://www.algosobre.com.br/geografia/capitalismo-e-socialismo-da-guerra-fria-a-
nova-ordem.html
3. UOL Educação / Geografia. Disponível em
http://educacao.uol.com.br/geografia/blocos-economicos.jhtm.

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6. PAÍSES E SUAS CULTURAS

6.1 Introdução

A cultura está para um povo assim como a personalidade está para o indivíduo .

Qualquer povo tem uma maneira muito peculiar de viver e de compreender a vida.
Ou seja, a cultura é mutável, dinâmica, passa de uma pessoa para a outra sem
fazermos força. Ela determina nossa forma de pensar, de amar, de decidir e de
agir.

Os preconceitos e estereótipos são comuns na vida internacional. Temos uma


tendência natural a julgar os outros com base em nossas vivências e padrões. A
capacidade de primeiro ouvir, observar, analisar e só depois julgar é fundamental
nas relações internacionais.

Assim, o primeiro passo para administrar o choque cultural e ter sucesso em uma
negociação internacional ou até mesmo em uma viagem turística, é conhecer o
outro país.

Para auxiliá-lo nessa tarefa, são apresentadas a seguir algumas informações


sobre os países mais importantes economicamente, ou com os quais o Brasil,
Santa Catarina e Joinville mantêm maior volume de comércio exterior.

Inicialmente são apresentados alguns dados econômicos, demográficos, históricos


e geográficos dos países selecionados. Na sequência, chama-se a atenção para
algumas características peculiares da cultura de cada um deles. Por último, são
relacionadas também as características desejáveis para se tornar um bom
negociador internacional.

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6.2 Dados socioeconomicos dos países

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Capital Washington, D.C.

Cidade mais populosa Nova Iorque

Língua oficial Inglês


Governo República federal presidencialista
- Presidente Barack Obama
- Vice-presidente Joe Biden
Independência do Reino da Grã-Bretanha
- Declarada 4 de julho de 1776 (234 anos)
- Reconhecida 3 de setembro de 1783 (227 anos)
- Constituição atual 21 de junho de 1788
Área
- Total 9 372 610 km² (4.º)
População
- Censo 2010 308 745 538 hab.
- Densidade 33 hab./km² (143.º)

PIB Lista 2010 do FMI


- Total US$ 14,62 trilhões (1.º)
- Per capita US$ 47.123 (6º)
Indicadores sociais
- Gini (2007) 46,3 – alto
- IDH (2010) 0,902 (4.º) – muito elevado
- Esper. de vida 78,2 anos (38.º)

O país tem enormes recursos minerais, com grandes depósitos de ouro, petróleo,
carvão e urânio. Na agricultura, está entre os maiores produtores mundiais de
milho, trigo, açúcar e tabaco, entre outras produções. A indústria de manufatura
americana é diversificada, com automóveis, aviões e produtos eletrônicos. O
maior setor econômico, no entanto, é o de serviços: cerca de três quartos dos
habitantes dos Estados Unidos trabalham nesse setor.

Hispânicos constituem uma considerável parcela da população americana, sendo


atualmente a maior minoria étnico-racial dentro dos Estados Unidos, compondo
cerca de 13,4% da população americana.

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CHINA (República Popular da China)

Capital Pequim
Cidade mais populosa Xangai

Língua oficial Chinês Mandarim

Governo República Socialista unipartidária²


- Presidente Hu Jintao
- Primeiro-ministro Wen Jiabao
Estabelecimento
- República Popular 1 de outubro de 1949
Área
- Total 9.596.960 km² (3.º)
População
- Estimativa de 2010 1.338.612.968 hab. (1.º)
- Densidade 139.6 hab./km²
PIB Lista 2010 do FMI
- Total US$ 5,75 trilhões (2.º)
- Per capita US$ 7.518 (93.º)

Indicadores sociais
- Gini (2007) 41,5 – alto
- IDH (2010) 0.663 (89.º) – médio
- Esper. de vida 73,0 anos (82.º)

Com 1,3 bilhões de habitantes (22% do planeta), a China desempenha um papel


importante no comércio internacional, por ser o maior consumidor mundial de aço
e concreto (usa, respectivamente, um terço e mais da metade daqueles insumos)
e o segundo maior importador de petróleo. É o terceiro maior importador do
mundo e o segundo maior exportador, em termos globais.

Desde 1978, o país implementa reformas para adotar, em alguma medida, uma
economia de mercado, o que ajudou a tirar 400 milhões de pessoas da pobreza.
Entretanto, o país enfrenta outros problemas econômicos, inclusive o rápido
envelhecimento da população e uma crescente disparidade entre a renda urbana
e a rural.

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JAPÃO

Capital Tóquio
Língua oficial Japonês

Governo Monarquia constitucional


- Imperador Akihito
- Primeiro-ministro Naoto Kan
Fundação Nacional 11 de fevereiro, 660 a.C.
- Constituição Meiji 29 de novembro de 1890
- Constituição do Japão 3 de maio de 1947
Área
- Total 377.873 km² (62.º)
População
- Estimativa de 2007 127.433.494 hab. (10.º)
- Densidade 337 hab./km² (30.º)

PIB Lista 2010 do FMI


- Total US$ 5,39 trilhões (3.º)
- Per capita US$ 33.828 (24º)

Indicadores sociais
- Gini (2002) 38,1
- IDH (2010) 0,884 (11.º) – muito elevado
- Esper. de vida 82,6 anos (1.º)

O Japão possui a nona maior população do mundo, com cerca de 128 milhões de
habitantes. A Região Metropolitana de Tóquio é a maior área metropolitana do
mundo, com 37 milhões de habitantes.

Com um PIB de 4,9 trilhões de dólares,o Japão é a segunda economia mundial


(dados de 2008). Essa posição é resultado da cooperação entre o governo e a
indústria, de uma profunda ética do trabalho, investimentos em alta tecnologia e
baixos gastos com sua defesa.

Dentre as principais atividades industriais estão: engenharia, produção de


automóveis, eletrônica, informática, siderurgia, metalurgia, construção naval e
química, com destaque para as indústrias com tecnologia de ponta nesses
setores.

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ALEMANHA (República Federal da Alemanha)

Capital Berlim

Cidade mais populosa Berlim

Língua oficial Alemão


Governo República Federal
Parlamentarista
- Presidente Christian Wulff
- Chanceler Angela Merkel
Formação
- Unificação 18 de Janeiro de 1871
- República Federal 23 de Maio de 1949
Entrada na UE 25 de Março de 1957

Área
- Total 357 051 km² (63.º)
População
- Estimativa de 2010 81 757 600 hab. (15.º)
- Densidade 229 hab./km² (55.º)
PIB Lista 2010 do FMI
- Total US$ 3,31 trilhões (4.º)
- Per capita US$ 35.930 (19.º)

Indicadores sociais
- IDH (2010) 0,885 (10.º) – muito elevado
- Esper. de vida 79,4 anos (23.º)

Desde a revolução industrial o país tem sido criador, inovador e beneficiário de


uma economia globalizada. A Alemanha é a maior economia da Europa e a quarta
maior do mundo.

Um dos principais fatores da riqueza alemã é a exportação de bens produzidos no


país, principalmente na área de engenharia, como automóveis, máquinas, metais
e produtos químicos. A Alemanha é o maior produtor de turbinas eólicas e de
tecnologia de energia solar do mundo.

As maiores feiras internacionais comerciais são realizadas todos os anos em


cidades alemãs como Hannover, Frankfurt e Berlim. Frankfurt é o centro financeiro
do país e um dos centros financeiros da Europa.

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FRANÇA (República francesa)

Capital Paris

Cidade mais populosa Paris

Língua oficial Francês


Governo República unitária
semipresidencial
- Presidente Nicolas Sarkozy
- Primeiro-ministro François Fillon
Formação
- Estado francês 843 (Tratado de Verdun)
- Constituição atual 1958 (5ª República)
Entrada na UE 25 de Março de 1957

Área
- Total 543 965 km² (40.º)
População
- Estimativa de 2010 65 447 374 hab. (20.º)
- Densidade 115 hab./km² (89.º)
PIB Lista 2010 do FMI
- Total US$ 2,55 trilhões (5º)
- Per capita US$ 34.092 (23.º)

Indicadores sociais
- Gini (2005) 28 – baixo
- IDH (2010) 0,872 (14.º) – muito elevado
- Esper. de vida 80,7 anos (10.º)

A França tem sido uma grande potência por muitos séculos, com forte influência
mundial nas áreas econômica, cultural, militar e política.

Destacam-se no parque industrial francês as grandes montadoras de automóveis


e aviões, as indústrias mecânicas, elétricas, químicas e alimentícias, geralmente
situadas perto dos centros urbanos. A França também desenvolveu uma
extraordinária tecnologia de ponta: informática, eletrônica e aeronáutica.
Por ser uma potência militar, destaca-se também a indústria de armamentos.

É o país mais visitado no mundo, recebendo 82 milhões de turistas estrangeiros


por ano.

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REINO UNIDO DA GRÃ-BRETANHA E IRLANDA DO NORTE

Capital Londres

Cidade mais populosa Londres

Língua oficial inglês


Governo Sistema parlamentarista e
monarquia constitucional
- Monarca Elisabete II
- Primeiro-ministro David Cameron
Formação
- Tratado de União 1 de maio de 1707
- Tratado Anglo-Irlandês 12 de abril de 1922
Entrada na UE 1 de janeiro de 1973

Área
- Total 244.820 km² (79.º)
População
- Estimativa de 2007 60.975.000 hab. (22.º)
- Densidade 246 hab./km² (48.º)
PIB Lista 2010 do FMI
- Total US$ 2,26 trilhões (6º)
- Per capita US$ 35.053 (20º)

Indicadores sociais
- Gini (2005) 34 – médio
- IDH (2010) 0,849 (26.º) – muito elevado
- Esper. de vida 79,4 anos (22.º)

A indústria química e farmacêutica é forte no Reino Unido. Porém, o setor de


serviços representa 73% do PIB com predomínio dos serviços financeiros,
especialmente bancos e empresas de seguros.

Londres é o maior centro financeiro do mundo com a Bolsa de Valores de


Londres, a Bolsa Internacional de Opções, o Mercado de Contrato de Futuros
(LIFFE), e o Mercado de Seguros Lloyd's of London.

O Reino Unido é classificado como a sexta maior destinação turística no mundo.

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ITÁLIA (República italiana)

Capital Roma

Cidade mais populosa Roma

Língua oficial Italiano


Governo República parlamentarista
- Presidente Giorgio Napolitano
- Primeiro-ministro Silvio Berlusconi
Formação
- Unificação 17 de março de 1861
- República 2 de junho de 1946
Área
- Total 301 230 km² (69.º)
População
- Estimativa de 2009 60 303 800 hab. (23.º)
- Densidade 200,12 hab./km² (39.º)
PIB Lista 2010 do FMI
- Total US$ 2,04 trilhões (7º)
- Per capita US$ 29.418 (27.º)

Indicadores sociais
- Gini (2000) 36 – médio
- IDH (2010) 0,854 (23.º) – muito elevado
- Esper. de vida 80,5 anos (12.º)

A Itália tem um número menor de corporações multinacionais do que outras


economias de mesma dimensão. A principal força econômica do país tem sido a
sua grande base de pequenas e médias empresas e o turismo.

As principais exportações da Itália são:


 Automóveis (Fiat, Aprilia, Ducati, Piaggio),
 Produtos químicos e petroquímicos (Eni),
 Tecnologia aeroespacial e de defesa (Alenia, Agusta, Finmeccanica)
 Moda (Armani, Valentino, Versace, Benetton, Dolce & Gabbana, Roberto
Cavalli, Prada, Luxottica),
 Alimentos (Ferrero, Barilla, Parmalat, Martini & Rossi, Campari,)
 Veículos de luxo (Ferrari, Maseratti, Lamborghini, Pagani)
 Iates (Ferretti, Azimut).

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BRASIL (República federativa do Brasil)

Capital Brasília

Cidade mais populosa São Paulo

Língua oficial Português


Governo República federativa
presidencialista
- Presidente Dilma Rousseff
- Vice-presidente Michel Temer
- Presidente da Câmara Marco Maia
dos Deputados
- Presidente do Senado José Sarney
Federal
- Presidente do STF Cezar Peluso
- Número de ministérios 38
Independência do Reino de Portugal
- Declarada 7 de setembro de 1822
- República 15 de novembro de 1889
Área
- Total 8 514 876,599 km² (5.º)
População
- Censo 2010 190 732 694 hab. (5.º)
- Densidade 22 hab./km² (182.º)

PIB Lista 2010 do FMI


- Total US$ 2,02 trilhões (8º)
- Per capita US$ 11.445 (71.º)
Indicadores sociais
- Gini (2008) 49,3
- IDH (2010) 0,699 (73.º) – elevado
- Esper. de vida 72,4 anos (92.º)

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ARGENTINA (República argentina)

Capital Buenos Aires

Cidade mais populosa Buenos Aires

Língua oficial espanhol


Governo República federal
presidencialista
- Presidente Cristina Fernández de Kirchner
- Vice-presidente e Julio Cobos
Presidente do Senado
Independência da Espanha
- Proclamada 9 de julho de 1816
- Reconhecida 21 de setembro de 1863
Área
- Total 2 780 400 km² (8.º)
População
- Estimativa de 2008 39 745 613 hab. (31.º)
- Densidade 14 hab./km² (165.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2007
- Total US$ 523,7 bilhões (23.º)
- Per capita US$ 15.603 (52.º)

Indicadores sociais
- Gini (2006) 49 – alto
- IDH (2010) 0,775 (46.º) – elevado
- Esper. de vida 75,3 anos (59.º)

 Possuindo um dos solos mais férteis do mundo (Pampa), destaca-se na alta


produtividade de grãos. Produz e exporta principalmente: trigo, milho e soja.
 A seguir vem a produção de erva-mate, aveia, cevada, girassol, batata,
algodão.
 A pecuária é de extrema importância para a economia argentina.
 A carne de vaca e a lã produzidas no país situam-se entre as melhores do
mundo, cabendo menção às técnicas de refrigeração e processamento de
carnes e seus subprodutos.
 Destaca-se também a vinicultura.

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CHILE (República do Chile)

Capital Santiago

Cidade mais populosa Santiago

Língua oficial Espanhol


Governo República presidencialista
- Presidente Sebastián Piñera
Independência da Espanha
- Iniciada 18 de Setembro de 1810
- Formalmente declarada 12 de Fevereiro de 1818
Área
- Total 756.950 km² (38.º)
População
- Estimativa de 2010 17.063.000 hab. (60.º)
- Densidade 22 hab./km² (194.º)

PIB (base PPC) Estimativa de 2009


- Total US$ 161,781 bilhões (44.º)
- Per capita US$ 14.982 (55º)
Indicadores sociais
- Gini (2009) 52 – alto
- IDH (2010) 0,783 (45.º) – elevado[1]
- Esper. de vida 78,6 anos (35.º)

O Chile tem a economia mais estável da América Latina, centrada nas exportações de
seus produtos, com destaque para:
 produtos semimanufaturados de cobre, de cuja exportação o Chile é grande
dependente;
 celulose, metanol, produtos químicos e insumos agrícolas;
 salmão e vinho;
 frutas e hortaliças.

Contudo, apesar de ostentar alguns dos melhores indicadores de desenvolvimento


humano, competitividade, estabilidade política e PIB per capita, o Chile apresenta,
ao mesmo tempo, uma grande desigualdade de renda.

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PAÍSES BAIXOS

Capital Amsterdam

Cidade mais populosa Amsterdam

Língua oficial Neerlandês


Governo Monarquia constitucional
- Monarca Beatriz
- Primeiro-ministro Mark Rutte
Independência da Espanha
- Declarada 26 de julho de 1581
- Reconhecida 30 de janeiro de 1648
Entrada na UE 25 de Março de 1957

Área
- Total 41.528 km² (131.º)
População
- Estimativa de 2007 16.570.613 hab. (61.º)
- Densidade 395 hab./km² (23.º)

PIB (base PPC) Estimativa de 2006


- Total US$ 541 bilhões (23.º)
- Per capita US$ 35.078 40.777 (8.º)
Indicadores sociais
- IDH (2010) 0,890 (7.º) – muito elevado
- Esper. de vida 79,8 anos (17.º)
- Mort. infantil 4,7/mil nasc. (19.º)

Os Países Baixos tem sido um dos grandes centros da economia mundial desde o
século XVII. A atividade industrial desenvolve-se predominantemente nas
indústrias de processamento de alimentos, nas indústrias químicas, no
refinamento de petróleo e em equipamentos elétricos.
Seu setor agrícola altamente mecanizado emprega apenas 4% da mão-de-obra,
mas gera grandes excedentes para a indústria alimentar e para a exportação.
Os Países Baixos são sede de grandes multinacionais, como a petrolífera Royal
Dutch Shell, o banco ABN AMRO, a empresa de eletrônica Philips, a cervejaria
Heineken, a empresa aérea KLM e a Unilever.

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FEDERAÇÃO RUSSA

Capital Moscou

Cidade mais populosa Moscou

Língua oficial Russo


Outras 31 línguas são cooficiais

Governo República Federal


Semipresidencialista
- Presidente Dmitri Medvedev
- Primeiro-ministro Vladimir Putin
Independência da União Soviética
- Declarada 12 de Junho de 1990
- Concluída 25 de Dezembro de 1991
Área
- Total 17.075.200. km² (1.º)
População
- Estimativa de 2010 141.927.297 hab. (9.º)
- Densidade 8,3 hab./km² (209.º)
PIB Lista 2010 do FMI
- Total US$ 1,48 trilhões (10º)
- Per capita US$ 15.807 (51.º)

Indicadores sociais
- Gini (2005) 30,9 – alto
- IDH (2010) 0,719 (65.º) – elevado
- Esper. de vida 65,5 anos (137.º)

A Rússia possui a maior reserva de gás natural do mundo, a segunda maior


reserva de carvão e a oitava maior reserva de petróleo.
O país é fortemente dependente de exportações de matérias-primas, que incluem,
além do do petróleo e do gás natural, metais e madeira, correspondendo a mais
de 80% do total das exportações, o que deixa o país vulnerável às oscilações dos
preços do mercado mundial.
Mesmo assim, a economia russa tem apresentado forte crescimento. Entre 1999 e
2005, o PIB cresceu cerca de 6.7% ao ano.

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COREIA DO SUL (República da Coreia)

Capital Seul

Cidade mais populosa Seul

Língua oficial Coreano


Governo República Semipresidencialista
- Presidente Lee Myung-bak
- Primeiro-ministro Kim Hwang-sik
Independência História
- Declarada 1 de março de 1919
- Constituição 17 de julho de 1948
- Governo proclamado 15 de agosto de 1948
Área
- Total 99 720 km² (108.º)
Fronteira com a Coreia do Norte
População
48 636 068 hab. (26.º)
- Densidade 493 hab./km² (12.º)
PIB Lista 2010 do FMI
- Total US$ 1 358 037 milhões (15.º)
- Per capita US$ 29.791 (25.º)

Indicadores sociais
- Gini (2008) 31,3 – baixo
- IDH (2010) 0,877 (12.º) – muito elevado
- Esper. de vida 78,6 anos (34.º

O crescimento econômico da Coreia do Sul nos últimos 30 anos foi espetacular. O


PIB per capita, que era apenas de US$ 100 em 1963, chegou a quase US$ 9.800
em 2002.
Na década de 1970 a Coreia do Sul começou a destinar recursos para a indústria
pesada e indústria química, e para as indústrias eletrônicas e de automóveis.
Entre fins dos anos 1990 e começo do século XXI, a tecnologia sul-coreana
ultrapassou a do Japão e de Taiwan, passando a dominar internacionalmente o
setor de semicondutores e tecnologia da informação. As multinacionais Samsung
e LG são exemplo do alto nível tecnológico da economia sul coreana.

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INDIA (República da India)

Capital Nova Délhi

Cidade mais populosa Bombaim

Língua oficial Hindi, inglês


e mais 21 línguas nacionais.

Governo República federal


Democracia parlamentar
- Presidente Pratibha Patil
- Primeiro-ministro Manmohan Singh
Independência do Reino Unido
- Declarada 15 de agosto do 1947
- República 26 de janeiro de 1950
Área
- Total 3.287.590 km² (7.º)
População
- Estimativa de 2008 1.132.446.000 hab. (2.º)
- Densidade 329 hab./km²
PIB Lista 2010 do FMI
- Total US$ 2,965 trilhões (4.º)
- Per capita US$ 3.290 (127.º)

Indicadores sociais
- Gini (2004) 36,8 – médio
- IDH (2010) 0,519 (119.º) – médio
- Esper. de vida 64,7 anos (139.º)

Durante as últimas décadas a economia indiana tem tido uma taxa de crescimento
anual do produto interno bruto ao redor de 5,8%, convertendo-se em uma das
economias de mais rápido crescimento no mundo. A Índia conta com a maior força
de trabalho do mundo, com mais de 513,6 milhões de pessoas.
As principais indústrias são: têxtil, máquinas, produtos químicos, aço, transportes,
cimento, mineração e o comércio de softwares.
As principais exportações incluem os derivados de petróleo, alguns produtos
têxteis, pedras preciosas, softwares, engenharia de bens, produtos químicos,
peles e couros. Entre as principais importações estão o petróleo cru, máquinas,
jóias, fertilizantes e alguns produtos químicos.

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MÉXICO (Estados unidos mexicanos)

Capital Cidade do México

Cidade mais populosa Cidade do México

Língua oficial Espanhol ou castelhano; são


reconhecidos oficialmente 68
agrupamentos linguísticos
indígenas.

Governo República presidencialista


- Presidente Felipe Calderón
Independência da Espanha
- Declarada 16 de setembro de 1810
- Reconhecida 27 de setembro de 1821
Área
- Total 1 958 201 km² (14.º)
População
- Censo 2010 112.322.757 hab.
- Densidade 55 hab./km² (142.º)
PIB Lista 2010 do FMI
- Total US$ 1,465 trilhão (12.º)
- Per capita US$ 14.266 (61.º)

Indicadores sociais
- Gini (2008) 46,1 – alto
- IDH (2010) 0,750 (56.º) – elevado
- Esper. de vida 76,2 anos (48.º)

A economia do México baseia-se no comércio, na indústria, na agricultura e na


exploração mineral. A expansão da agricultura e a criação de gado (30 milhões de
cabeças de gado bovino) tiveram um enorme impacto sobre as áreas de floresta
que, no período de 1981-90, desapareceram à razão de 6,8% em cada ano.
A indústria extrativa engloba: petróleo, ferro, zinco, cobre, chumbo, prata, ouro,
entre outros.
Os produtos industriais são: equipamentos para os transportes, produtos
alimentares, bebidas, tabaco, produtos químicos, produtos metálicos, produtos
minerais, derivados do papel e têxteis.
Os principais parceiros comerciais do México são os EUA, a Espanha, a
Alemanha, o Canadá, o Japão e o Brasil.

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ESPANHA (Reino de Espanha)

Capital Madrid

Cidade mais populosa Madrid

Língua oficial Castelhano (ou espanhol)


Com estatuto cooficial:
catalão, valenciano, galego,
basco e aranês.

Governo Monarquia Constitucional


Parlamentar
- Monarca Juan Carlos I
- Presidente do Governo José Luis Rodríguez Zapatero
Formação
- Unificação 1469
Entrada na UE 1 de Janeiro de 1986

Área
- Total 504.030 km² (51.º)
População
- Estimativa de 2008 46.063.511 hab. (27.º)
- Densidade 90 hab./km² (106.º)
PIB Lista 2010 do FMI
- Total US$ : 1,37 trilhões (12.º)
- Per capita US$ : 29.651 (26.º)

Indicadores sociais
- Gini (2005) 32 – médio
- IDH (2010) 0,863 (20.º) – muito elevado
- Esper. de vida 80,9 anos (6.º)

Tradicionalmente, a Espanha sempre foi um país agrícola e ainda é um dos


maiores produtores da Europa ocidental. Mas, desde a sua adesão à União
Européia em 1986, a Espanha tornou-se um país altamente industrializado.
Destaca-se na construção naval, siderurgia, indústrias químicas e no setor têxtil. A
produção de vinho e de azeite e a pesca também têm forte participação na
economia.
Além disso, a Espanha tornou-se um dos principais destinos turísticos do mundo.

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6.3 Cultura dos países

Estados Unidos

Os Estados Unidos gostam de se considerar um país multicultural, de liberdade,


democracia e oportunidade para todos, embora enfrentem graves problemas
sociais. São hábeis negociadores, pragmáticos, diretos, às vezes um tanto rudes
para nós brasileiros, não acostumados à assertividade (*).

A grande maioria das pessoas fala apenas inglês, embora o país seja realmente
um caldeirão de raças e religiões. Em geral, por não sentirem necessidade, as
pessoas acabam acomodando-se ao próprio idioma, desconhecendo os esforços
necessários do estrangeiro para comunicar-se e compreender os demais.

Costumam falar rápido e usam muitas gírias. São bem humorados e gostam de
piadas, mas evitam incursões nas áreas étnicas ou raciais, dois dos grandes tabus
do país. São grandes apreciadores dos esportes. Em ordem de importância o
basquete, o beisebol, futebol e golfe, este último mais popular entre mais velhos e
pessoas de negócios.

São desconfiados e qualquer pergunta informal sobre se uma mulher é casada


pode ser vista como interesse sexual. O contato físico é evitado e a distância para
conversas também deve ser grande. São conservadores e práticos na forma de
vestir. Rejeitam roupas muito curtas ou apertadas. Certifique-se de não expor
demais o corpo porque também pode ser visto como vulgar ou exibicionista.

Muitos consideram os americanos a sociedade mais litigiosa do mundo, tanto que


há advogados prontos para a briga em qualquer segmento da sociedade. Tem a
produtividade como a regra número um e não compreendem gestos e atitudes
lentas.

O conceito de privacidade é altíssimo, por isso espere sempre que eles digam se
você pode ou não entrar em determinado ambiente, se pode ou não pegar algo
emprestado se há possibilidade de pedir algum favor ou gentileza (mesmo que
remota). Assim como eles são “egoístas” aos nossos olhos, nos somos invasivos e
prevalecidos para eles.

Pode parecer agressivo para os brasileiros, mas os americanos falam de maneira


direta e clara do que gostam e não gostam e o que esperam ou não do
comportamento das pessoas.

(*) Assertividade
qualidade ou condição do que é assertivo, afirmativo. O assertivo, quando declara algo,
positivo ou negativo, assume inteiramente a validade do que disse.

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China

Características da cultura chinesa

Na milenar filosofia chinesa, a realidade está em constante mutação. Tudo o que


existe é composto por duas forças complementares: O Yin e o Yang. Eles
representam a dualidade, a polaridade de tudo o que existe. Juntos, representam
a união e complementaridade entre os opostos e estabelecem o equilíbrio da vida
e do universo.

Os chineses são extremamente ciosos de seu legado cultural. Assim,


paralelamente ao gigantismo de sua população e à pujança de sua economia, os
chineses arvoram-se em uma certa superioridade moral com respeito ao Ocidente.
Essa visão está presente em outras sociedades asiáticas, como é o caso da
indiana e da japonesa.

Como lidar com os chineses

Os chineses são calmos até demais. Não se vê chinês com cara de estressado.
E não se ouvem buzinas nos engarrafamentos. Deve-se a todo custo evitar
confrontos e a polidez de trato e a moderação dos gestos são fundamentais. Toda
e qualquer decisão deve ter uma orientação de longo prazo até como forma de
justificar a lentidão das negociações.

O chinês mais velho presente a uma reunião, ainda que se mantenha silencioso e
retraído, deve ser objeto de respeito e é a ele que as atenções devem ser
dirigidas. As decisões que importam raramente serão tomadas por ocasião das
reuniões; elas serão discutidas entre eles e só serão participadas à outra parte
quando estiverem devidamente prontas.

Deve-se a todo custo evitar confrontos e a polidez de trato e a moderação dos


gestos são fundamentais. Toda e qualquer decisão deve ter uma orientação de
longo prazo até como forma de justificar a lentidão das evoluções.

A troca de presentes é um bom pretexto para que o relacionamento se torne


melhor. Em geral, a troca é efetuada durante um banquete ou ao término das
negociações. Os presentes devem ser entregues ou recebidos com as duas mãos.
Quando recebidos não devem ser abertos na presença de quem os oferece. Na
troca de presentes deve haver equilíbrio, nada de tão pequeno valor que ofenda o
presenteado ou muito caro que possa parecer suborno. Na etiqueta da China,
antes de receber um presente a pessoa recusa ate três vezes. Insista neste limite.
Não ofereça relógios porque há conotação de doença e morte. Não ofereça nada
na quantidade de quatro que é relacionado com a morte. Na hora de embrulhar,

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tome cuidado com certas cores como a branca que é sinal de luto. As cores mais
recomendadas são vermelha e dourada.

Os chineses recusam gorjetas. Um viajante relatou que ao oferecer uma gorjeta a


uma garçonete, ela empurrou a mão dele e saiu correndo, corada de vergonha.
Quando você deixa a gorjeta na mesa, o funcionário corre atrás de você para
devolver o dinheiro.

A culinária da parte norte da China (inclusive de Pequim) se caracteriza


principalmente pela importância das massas e frituras: talharim, pastéis, bolinhos
de carne, etc. Já os pratos da região do sul do país são bastante variados. É lá
que são apreciadas as iguarias mais exóticas. Tais hábitos, bastante exóticos para
os padrões ocidentais, foram assimilados pelos chineses em virtude dos períodos
de pobreza, guerra e carência alimentar por que passaram ao longo da história. É
procedente a crença que diz que os chineses comem praticamente tudo o que se
move.
A maioria dos pratos na culinária chinesa é servido em pedaços, em tamanhos
próprios para serem comidos sem cortar. Tradicionalmente, a cultura chinesa
considera o uso de facas e garfos à mesa como uma coisa bárbara, uma vez que
esses são vistos como armas. Além disso, não é considerado cortês fazer que o
convidado tenha trabalho de cortar sua própria comida.
Pocure deixar um pouco de comida no prato, pois um prato vazio para os chineses
não significa que você gostou da comida, mas que o anfitrião
foi ineficiente ao te servir.

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Japão

Os japoneses são bastante diferentes realmente. Isso se dá por três razões


cruciais: a especificidade do idioma, o isolamento histórico e o crescimento
populacional derivado de sua condição geográfica.

Eles fazem parte de uma cultura reativa, o que significa serem silenciosos,
discretos, observadores e cautelosos no falar. Os silêncios são formas de respeito
e atenção ao interlocutor. Por isso, não force os japoneses a manterem conversas
longas e diretas nem a decidirem coisas imediatamente.

Eles primeiro observam, pensam; depois, agem. No caso de conflito com eles,
jamais seja direto, querendo resolver as questões ao nosso estilo, mais voltado
para a ação! Eles detestam confrontações e farão de tudo para evitá-las, além de
serem tímidos e por isso mesmo dificultarem as conversações. Eles têm medo de
serem ofensivos ou rudes e algumas vezes poderão responder que sim, mesmo
quando preferiam ter dito não.

A lealdade e honestidade são valores importantes nesta cultura, principalmente


em ambientes de trabalho. Caso esteja indo para um curso ou trabalho
temporário, faça o possível para conquistar a confiança de seus líderes. Isso lhe
garantirá um relacionamento duradouro com eles.
Curvar-se diante do interlocutor é uma postura mais importante do que
imaginamos. Pode significar cumprimentos, desculpas, reverência, gratidão,
indicando sempre humildade e respeito que são as tônicas da cultura japonesa. O
ângulo da curva diz respeito ao quanto se deve reverenciar a outra pessoa. Aos
iguais, igual angulação, aos mais velhos ou figuras de autoridade, uma inclinação
maior.

Espirrar ou usar lenços é visto como algo desagradável entre eles. Procure fazê-lo
em um banheiro ou longe do grupo. Já chupar ou lamber os dedos durante uma
refeição não apresenta nenhum problema.

Os motoristas de táxi dificilmente falam inglês, assim, procure ter o cartão do seu
hotel em mãos para quando precisar voltar para ele.

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Alemanha

A Alemanha não é um país multicultural como Austrália ou Brasil por isso o povo
não desenvolveu estratégias de relacionamento com os estrangeiros. Assim, seu
ajustamento será muito importante para poder inserir-se na comunidade deles.

As características básicas do povo alemão são o relacionamento rígido com o uso


do tempo, a conclusão de uma tarefa para dar início à outra, a forte crença na
honestidade, e a preferência pela clareza e formação de opiniões mais do que
pela diplomacia ou polidez. Não necessitam, nem esperam ser elogiados. Supõe-
se que tudo está satisfatório, ao menos que a pessoa mencione algum
desconforto e se o fizer, será muito discretamente.

Os trens chegam e saem pontualmente, os projetos são programados com


cuidado, e os relatórios são meticulosamente detalhados. Esta orientação para o
planejamento é o jeito de viver deles: das portas do escritório que são sempre
fechadas, aos carros que estão permanentemente limpos, as sinaleiras fechadas e
todos os carros parados, mesmo que não haja sequer um pedestre próximo.

Os sorrisos são dedicados apenas aos amigos, e ao serem apresentados a outras


pessoas os alemães poderão parecer antipáticos e bastante reservados. Ao ser
apresentado a uma mulher, espere para ver se deve estender sua mão ou não.
Isso porque os alemães mantêm um espaço pessoal maior em torno deles. A
aproximação e o contato corporal não são bem-vindos, já calorosos acenos de
mãos como cumprimentos serão sempre bem-vindos.

Cada vez que você bebe um copo, seja de cerveja ou de vinho, eles serão
preenchidos sistematicamente. Quanto mais você bebe, mais estarão oferecendo
bebida a você. Então, saiba quando parar.
Uma antiga tradição alemã consiste em nunca cortar algo em seu prato com uma
faca, desde que se possa cortar antes com um garfo (por exemplo, batatas), e
nunca cortar a salada ou a alface (e sim dobrá-la e engolir inteiro).

Você poderá estranhar bastante os alemães no começo, mas no fim, acabará


admirando eles. Acredite!

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Reino Unido

Características dos britânicos:


• Serenidade e fleugma nas piores situações
• Ridicularizam povos extrovertidos
• País conservador e controlador, submerso na história
• São introvertidos, pacientes e quietos
• Gostam de privacidade
• Planejam seus atos
• Fazem uma coisa por vez
• Criam burocracias desnecessárias
• Valorizam a qualidade de vida, sobretudo em família
• Valorizam mais suas crenças e valores do que “o que você faz”
• Não misturam trabalho com vida social
• Não gostam que você use demasiadamente o termo “eu” .

Dicas ao visitante:
• Pontualidade
• Decisões lentas
• Só aperto de mão
• Mantenha distância física ao conversar – não toque!
• Não faça perguntas pessoais
• Não encare a pessoa
• Bata discretamente no nariz para indicar que algo é segredo
• Presentes não fazem parte da cultura dos negócios
• Não trate de assuntos de trabalho no jantar
• Não brinde a pessoas mais velhas
• São os piores cozinheiros do mundo
• Bebidas são mais importantes do que a comida
• Particularmente chás e cervejas.

Como se vestir:
• Homens: ternos escuros, camisas sem bolsos e gravatas monocromáticas
• Mulheres: de forma conservadora e clássica.

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França

Comportamento

É mais importante quem você é do que o que você faz.


Trabalhe para viver, não viva para trabalhar.
Sociedade muito estratificada (competição entre classes).
Respeito à privacidade (bata antes de entrar).
Reservados e formais (não os chame pelo primeiro nome).
Objetivos de longo prazo (não são imediatistas)
Em Paris os banheiros são públicos (tenha moedinhas em mãos).

Status e liderança

Estilo de liderança autocrático


Executivos elitistas
Tolerantes com falhas e equívocos
Paternalistas
Debatem com subordinados

Como estabelecer empatia com franceses:


 Evite pensar em voz alta. Eles estão atentos;
 Eles são muito argumentativos;
 Suas verdadeiras intenções não são expostas de imediato;
 As relações custam a maturar. Nada de intimidades imediatas;
 As discussões são encaradas como exercícios intelectuais. Eles querem
conhecê-lo;
 Eles se acham intelectualmente superiores;
 O que vale é a lógica;
 Atente para a “visão francesa” a respeito do mundo e das coisas.

Vestuário

Homens
 Vestem-se de forma conservadora
 Tecidos pesados
 Cores escuras
 Evitam cores brilhantes
 Não afrouxam as gravatas
 Não retiram paletós nos escritórios
Mulheres
 Vestem-se de forma conservadora
 Evitam cores brilhantes.

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Itália

As empresas italianas

A Itália tem um número menor de corporações multinacionais do que outras


economias de mesma dimensão. Em contrapartida, a principal força econômica do
país tem sido a sua grande base de pequenas e médias empresas. Estas
empresas italianas reagem à concorrência asiática concentrando-se em produtos
mais avançados tecnologicamente, enquanto deslocam manufaturas de menor
nível tecnológico para fábricas instaladas em países onde a mão-de-obra é mais
barata. De acordo com dados do Banco Mundial, a Itália tem elevados níveis de
liberdade de investir, fazer negócios, e comércio. Por outro lado, a Itália tem muita
burocracia, altos níveis de corrupção (comparado com outros países europeus) e
altos impostos.

Características dos italianos:

Os italianos costumam cumprimentar a todos, inclusive os estrangeiros, com um


abraço. O abraço, o beijo, o toque corporal é muito bem vindo e incentivado entre
os italianos. Da mesma forma a distância entre eles é bem menor do que a do
restante dos países europeus. O contato ocular também é importante para os
italianos. Por isso não estranhe a proximidade que algumas pessoas poderão ter
ao chegar perto para conversar ou sentar.

Em geral os italianos não lidam bem com as regras. Na verdade, bem menos que
os brasileiros. É comum vê-los desorganizados numa fila, passar a linha amarela
de segurança do metrô, passar na frente de um atendimento de café num balcão.

As italianas e os italianos gostam de se vestir bem e procuram estar sempre


produzidos e elegantes. Em alguns lugares mesmo os estrangeiros serão
proibidos de entrar se estiverem de bermudas, shorts ou ombros de fora,
principalmente nas igrejas.

A hospitalidade tem um papel chave na cultura italiana e envolverá sempre fartas


refeições, geralmente um jantar em um belo restaurante. Lembre-se que na Itália a
mesa das refeições é quase um altar sagrado. Por isso, caso pense em recusar
um convite para jantar, isso será sentido como um insulto. Ao chegar num jantar,
da mesma forma que no Brasil, nunca se sente à mesa antes de ser convidado
pelo anfitrião.

Os cafés podem ser encontrados em toda a parte. São lugares para tomar o café-
da-manhã, um cafezinho despretensioso, o almoço, um aperitivo de happy-hour,
uns petiscos à noite, ou até mesmo um simples sorvete. São populares, servem
de encontros sociais, e abrem praticamente de manhã, tarde e noite.

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Argentina

Os argentinos dão muito valor às relações pessoais. Conhecendo a pessoa, pode-


se intuir como ela se comportará nos negócios. Por isso, não se surpreenda se,
em uma reunião de negócios, eles começarem querendo saber como foi sua
viagem, o que achou da cidade e outras perguntas para saber seus gostos e suas
opiniões. Muitas vezes só depois de várias reuniões é que se chega à negociação
de fato.

É importante cumprimentar a todos os presentes, quando chega e também se


despedir de cada um quando vai embora. Depois dos cumprimentos e
apresentações, recomenda-se trocar cartões de visita para todos saberem os
cargos e nomes com quem está tratando.

As decisões são tomadas pela cúpula da empresa. Por isso, a negociação


costuma ter êxito quando os executivos de alto nível participam. E, neste caso, a
pontualidade é importante.

Nas negociações, os argentinos costumam ser tranquilos e moderados, tanto no


tom de voz como nos gestos. Por isso, se o interlocutor erguer o tom de voz ou
usar atitudes agressivas, perderá pontos no conceito deles.

Se você não domina o espanhol, contrate um intérprete. Eles tem mais dificuldade
em entender o português do que nós em entender o espanhol.

México

O mexicano é caloroso e em pouco tempo já o estará convidando para conhecer


os amigos e freqüentar a sua casa.

Nas empresas percebe-se uma grande distância hierárquica: as relações patrão-


empregado são muito estratificadas.

Os mexicanos são pouco preocupados com o tempo.

Os mexicanos “aceitam” propina com muita facilidade. É preciso dar gorjeta até
para o ascensorista. O México deverá ser um dos últimos países do mundo a
abolir esta prática.

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Chile

Os chilenos tem bom senso do humor, caráter hospitaleiro, são sinceros e


tolerantes. Prova disso é a constatação de que a sociedade chilena não está
dividida por conflitos étnicos, religiosos ou regionais.
Os empresários chilenos tem valores tradicionais e dão grande valor à
honestidade e à atitude profissional. Para estabelecer relações comerciais com
empresas chilenas é necessário um intermediário (consultor ou empresa). Se
quiser um contato de negócios com altos executivos, comece a tratar com as suas
secretárias. São elas que lhe abrirão as portas dos seus chefes.

As reuniões devem ser marcadas com pelo menos 3 semanas de antecedência.


Faça uma confirmação um pouco antes da sua viagem e outra quando tiver
chegado ao destino. Os melhores horários são entre 10 e 13 horas e entre 15 e 17
horas. Fique atento também à época do ano, porque as temperaturas variam
muito no Chile. E não marque nada para Janeiro e Fevereiro, porque é o período
de férias e o verão, no Chile, dura pouco.

Quando começam de manhã, as reuniões costumam se prolongar com um


almoço, onde tanto se pode falar de negócios como de outros assuntos. A
pontualidade é imprescindível.

Os chilenos são tradicionais também na forma de se trajar. Procure usar terno


escuro, de corte clássico.

A culinária do país é especialmente baseada em frutos do mar, devido à extensa


costa que ele possui. Também destaca-se na alimentação dos chilenos o uso de
carne vermelha, frutas e vegetais.

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Espanha

Falar da Espanha não é muito fácil. Existe apenas uma França ou uma Inglaterra,
mas existem várias Espanhas. Por isso, o melhor a fazer é checar de qual origem
vem esse espanhol, e a partir daí, procurar entendê-lo.

A vida na Espanha é em muitas maneiras a antítese da nossa: eles são


barulhentos, fumam muito e trabalham lentamente. Entretanto de nada adiantará
queixar-se ou irritar-se. Não se deve confundir a efervescência inata de um
espanhol com raiva ou outra emoção mais profunda. Eles costumam falar alto, em
tom forte e com algumas expressões duras como dejame en paz ou callate e isso
é normal para eles.

Há uma larga escala de gestos que acompanha toda a animada conversação dos
espanhóis. A linguagem corporal é evidente – caretas de indiferença, baforadas de
raiva, mãos que se agitam para baixo para dar ênfase ao discurso, etc. Portanto,
não hesite em perguntar a um colega de confiança se você tiver dificuldade para
compreender determinados gestos.

Evite fazer observações que possam desrespeitar as tradições ou práticas


espanholas que você pode encontrar e não entender perfeitamente. Honra e
orgulho são fundamentais na cultura espanhola. Você deve evitar insultos ou
brincadeiras jocosas ou que possa ferir o ego masculino a todo custo.

A atitude espanhola para com a administração do tempo é notoriamente flexível.


Nada é feito com pressa. Assim, se um garçom não vier à sua mesa
imediatamente, você não deve condená-lo. Nas cidades do interior da Espanha, é
comum no horário do almoço encontrar o comércio local fechado por um período
médio de duas horas. Os nativos vão para casa, vestem seus pijamas, ligam o
despertador e dormem por pelo menos uma hora (la siesta) e então retornam a
suas atividades.

Dirigir na Espanha pode ser uma experiência perigosa e irritante. As regras de


trânsito são observadas, mas o volume de tráfego e o ritmo de dirigir,
especialmente nos grandes centros, podem desconcertar os brasileiros.

Um lanche popular é o bocadillo (um pão recheado com presunto, queijo, etc..)
mas a preferência espanhola, durante todo o dia, é pelas tapas. As tapas são
oferecidas em qualquer bar, café ou restaurante através de placas com suas
centenas de escolhas: tipicamente haverá azeitonas, vegetais crus e cozidos,
carnes curadas e cozidas, vários queijos, peixes ou marisco.

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Características do verdadeiro Executivo Internacional

Ele sabe se comportar.


Seja aqui, em Nova York, em Hong Kong ou em Berlim.
Sabe comportar-se de forma interculturalmente educada.
Em todo lugar que vá, seguramente será um hóspede bem recebido.

Sabe receber bem.


Comumente as pessoas pensam que devem conhecer as melhores atitudes para
serem bem-vindas em outro país.
Mas ser solidário com os recém-chegados, saber entender as diferenças culturais
do convidado estrangeiro também é fundamental.

É permanentemente curioso e criativo.


sabe encontrar as semelhanças,
e sabe que somente aceitando o outro poderá vir a ser aceito.

É um cidadão intercultural.
Quase como uma habilidade intuitiva, aprende a se comunicar no idioma local e
procura fazê-lo;
sabe apreciar a boa comida, a boa bebida e a boa música, sabe relacionar-se com
os símbolos, os hábitos e as regras locais;
acaba enriquecendo seu universo com detalhes que passariam insignificantes
para um turista desavisado.

Entende de negociação como ninguém.


Nós nos referimos aqui à negociação interpessoal, onde sem deixar de ser ele -
um brasileiro -, consegue ser ao mesmo tempo um cidadão de outros territórios e
terras longínquas.
Ele sabe que negociação é adaptação;
Vive com elegância o paradoxo do estrangeiro: como ser um deles sem deixar de
ser eu mesmo e ao mesmo tempo tornar-me um deles?

Ele não é um turista.


As pessoas que vão às compras em Nova York ou conhecem 10 países da
Europa em 2 semanas têm perfis bem diferentes do que se pode chamar de
cidadão intercultural.
O turista tende a ser superficial no seu encontro, tratando a cultura local como
uma mercadoria a ser explorada e aproveitada. A arte do encontro fica esquecida.

Mostra vontade de aprender sempre.


A vida internacional é péssima para quem acha que chegará onde pretende com
cursos esporádicos de aperfeiçoamento ou confiando “no jeitinho brasileiro”.
Quem não for movido a muita curiosidade e não estiver permanentemente aberto
ao novo somará muito pouco.

66
67

O turista em geral é superficial. Não procura entender o ponto de vista do outro.


Vê o mundo a partir de seus padrões.
Pode gostar de Madri, porque comeu pratos suculentos e viu alguns monumentos
deslumbrantes, e detestar Paris porque a vendedora da loja o atendeu mal. E
pode odiar Roma porque choveu o dia todo quando esteve lá. Quando voltar é
capaz de dizer aos amigos que a Espanha é imperdível, mas que não vale a pena
conhecer a França e a Itália.
Já o profissional de comércio exterior, ou um executivo internacional não pode tirar
conclusões a partir da ponta do iceberg como fazem muitos turistas. Ele vive um
aprendizado contínuo.
Daí a necessidade de ser curioso, de perguntar, pesquisar, de tentar entender a
cultura do outro.

Sabe ouvir e observar antes de julgar


Os preconceitos e estereótipos são comuns na vida internacional. Temos uma
tendência natural a julgar os outros com base em nossas vivências e padrões.
A capacidade de primeiro ouvir, observar, analisar e só depois julgar é
fundamental para o sucesso do Executivo Internacional.
O que diferencia o executivo internacional é a atitude que ele leva na bagagem.

Tem habilidade em comunicar.


Se no espaço restrito em que vivemos e exercemos nossas atividades, comunicar
com clareza já é vital, imagine em escala internacional!
Logo, além do domínio de mais de uma língua, habilidades de comunicação são
indispensáveis.

_______________________

Fontes:

1. SEBBEN, Andrea; DOURADO FILHO, Fernando. Os nortes da bússola:


manual para conviver e negociar com culturas estrangeiras. Porto Alegre: Ed.
Artes e Ofícios, 2005.

2. Portal São Francisco / geografia. Disponível em:


http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/materias/index-geografia.php

3. Wikipedia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_países

4. Worldbank / dados. Disponível em: http://data.worldbank.org/

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68

7. DADOS E INDICADORES SOCIOECONOMICOS

7.1 Distribuição de Renda

PNUD

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) é o órgão da


ONU que tem por mandato promover o desenvolvimento e eliminar a pobreza no
mundo. Entre outras atividades, o PNUD produz relatórios e estudos sobre o
desenvolvimento humano sustentável e as condições de vida das populações,
bem como executa projetos que contribuam para melhorar essas condições de
vida, nos 166 países onde possui representação.

Dentre os principais indicadores utilizados pelo PNUD para medir e acompanhar


as condições de vida das populações dos países do mundo estão:

 Índice (ou coeficiente) de Gini (medição da desigualdade a partir da


renda per capita);

 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), (elaborado pelo próprio


PNUD).

Índice (ou coeficiente) de Gini

O índice ou coeficiente de Gini é uma medida de concentração ou desigualdade. É


comumente utilizado para calcular a desigualdade da distribuição de renda mas
pode ser usado para qualquer distribuição.
O índice de Gini aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos
mais ricos.
Numericamente, varia de "0 a 1", onde o zero corresponde a completa igualdade
de renda, ou seja, todos têm a mesma renda e 1 que corresponde à completa
desigualdade, isto é, uma só pessoa detém toda riqueza, e as demais nada tem.

O índice ou coeficiente de Gini foi desenvolvido pelo estatístico italiano Corrado


Gini, e publicado no documento "Variabilità e mutabilità“ em 1912.

O coeficiente de Gini é expresso numericamente, variando de "0 a 1“.

O índice de Gini é expresso em pontos percentuais (é igual ao coeficiente


multiplicado por 100).

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69

IDH

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa que


engloba três dimensões: renda, educação e longevidade. É uma maneira
padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população. O índice foi
desenvolvido em 1990 pelos economistas Amartya Sen e Mahbub ul Haq, e vem
sendo usado desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento no seu relatório anual.
Todo ano, os países membros da ONU são classificados de acordo com essas
medidas.

Critérios de avaliação do IDH

Renda: A renda é calculada tendo como base o PIB per capita (por pessoa) do
país. Como existem diferenças entre o custo de vida de um país para o outro, a
renda medida pelo IDH é em dólar PPC (Paridade do Poder de Compra), que
elimina essas diferenças.

Índice de educação: Para avaliar a dimensão da educação o cálculo do IDH


considera dois indicadores.
O primeiro, com peso dois, é a taxa de alfabetização de pessoas com 15 anos ou
mais de idade;
O segundo indicador é a taxa de escolarização.

Longevidade: O item longevidade é avaliado considerando a expectativa de vida


ao nascer. Esse indicador mostra a quantidade de anos que uma pessoa nascida
em uma localidade, em um ano de referência, deve viver. Reflete as condições de
saúde e de salubridade no local, já que o cálculo da expectativa de vida é
fortemente influenciado pelo número de mortes precoces.

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70

PIB per capita dos países em 2008 - em US$


Posição
em 2008 País Pib per capita
1 Luxemburgo 111.182
2 Noruega 94.359
3 Suíca 64.011
4 Irlanda 63.178
5 Dinamarca 62.327
6 Islandia 52.549
54 BRASIL 8.400
165 Etiópia 328
166 Malawi 299
167 Guiné-bissau 273
168 Libéria 229
169 Rep. Democr. Congo 180
170 Burundi 144
Fonte: Banco Mundial

IDH dos países em 2010 (estimativas)


Posição
em 2010 País IDH
1 Noruega 0,938
2 Austrália 0,937
3 Nova Zelândia 0,907
4 Estados Unidos 0,902
5 Irlanda 0,895
6 Liechstentein 0,891
73 Brasil 0,699
169 Zimbabwe 0,140
Fonte: Wikipedia

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71

7.2 A desigualdade de renda na América Latina e no Brasil

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) advertiu que


a desigualdade é uma séria ameaça para o desenvolvimento da América Latina.
Pela primeira vez, o órgão produziu um relatório sobre distribuição de renda nessa
região - e comparou os dados com os do restante do mundo.
Conclusão: dos 15 países com maior desigualdade, 10 estão na América Latina e
no Caribe!

O relatório do Pnud também mostra que no Brasil o índice de Gini é de 0,56.


Apesar do Brasil ter aumentado sistematicamente o IDH nos últimos anos, ainda é
o 10º no ranking de países mais desiguais. Na América Latina o Brasil está igual
ao Equador e só está melhor do que a Bolívia e o Haiti. O índice de Gini foi
calculado com dados de 2006, então não considera avanços recentes da
economia brasileira. Mesmo assim, apesar do aumento ocorrido nos gastos
sociais nos últimos dez anos, o Brasil ainda apresenta uma baixa mobilidade
social e educacional entre gerações.

No entanto, o coordenador do relatório regional, Luis Felipe López Calva, salienta


que o Brasil foi "um dos países mais exitosos em reduzir a desigualdade nos
últimos anos". Para mudar a realidade do país e da região como um todo, o
relatório destaca que são necessárias "ações concretas, integrais e eficazes", com
políticas públicas que tenham alcance e envolvimento dos cidadãos. "Os planos
contra a pobreza não são suficientes. São necessárias políticas contra a
desigualdade", enfatizou López.

Estados do Brasil – PIB per capita em 2008 - em R$


Posição Mudança
em 2008 comparada Estado Pib per capita
a 2007
1 (0) Distrito Federal 45.978
2 (0) São Paulo 24.457
3 (0) Rio de Janeiro 21.621
4 +1 Santa Catarina 20.369
5 -1 Espírito Santo 20.230
6 (0) Rio Grande do Sul 18.378
23 (0) Pará 7.993
24 (0) Ceará 7.112
25 (0) Paraíba 6.866
26 (0) Alagoas 6.227
27 (0) Maranhão 6.104
28 (0) Piauí 5.373

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Municípios de Santa Catarina: maiores PIB e PIB per capita em 2008

Pos. Município PIB 2008 PIB per capita


(R$ bilhões) 2008 (em R$)
1º Joinville 13,2 26.865
2º Itajaí 10,2 59.928
3º Florianópolis 8,1 20.184
4º Blumenau 7,4 24.959
5º Jaraguá do Sul 4,8 35.226
6º Chapecó 4,3 25.003
7º São José 4,1 20.553
8º São Francisco do Sul 3,8 80.396
9º Criciúma 2,8 14.927
10º Lages 2,4 14.145
11º Brusque 2,6 23.176

Pos. Município PIB per capita (R$)


1º São Francisco do Sul 80.396
2º Itajaí 59.928
3º Treze Tílias 52.557
4º Vargem Bonita 41.649
5º Cordilheira Alta 41.185
6º Seara 39.893
7º Guaramirim 36.097
8º Jaraguá do Sul 35.226
9º Videira 32.677
10º Braço do Trombudo 32.442

Fonte: IBGE / Economia / PIB dos municípios

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Brasil: IDH, PIB per capita e expectativa de vida por estado.

Melhores indicadores
Estado IDH PIB per capita Expectativa de
(2007) (2007) vida (2007)
Distrito Federal 0,900 40.696 75,3
Santa Catarina 0,860 17.834 75,3
São Paulo 0.857 22.667 74,2
Rio de Janeiro 0.852 19.245 73,1
Rio Grande do Sul 0,847 16.689 75,0
Paraná 0,846 15.711 74,1

Piores indicadores
Estado IDH PIB per capita Expectativa de
(2007) (2007) vida (2007)
Paraíba 0,752 6.097 69,0
Ceará 0,749 6.149 70,3
Pernambuco 0,742 7.337 68,3
Piauí 0,740 4.662 68,9
Maranhão 0,724 5.165 67,6
Alagoas 0,722 5.858 66,8

Fontes:
IBGE / Economia / PIB dos municípios
Wikipedia

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8. COMÉRCIO EXTERIOR EM 2010: Brasil, SC e Joinville.

8.1 Comércio exterior brasileiro em 2010

Em 2010, o comércio exterior brasileiro registrou corrente de comércio recorde


de US$ 383,6 bilhões, com ampliação de 36,6% sobre 2009, quando atingiu US$
280,7 bilhões.
As exportações encerraram o período com valor de US$ 201,9 bilhões.
As importações foram de US$ 181,6 bilhões.
Em relação a 2009, as exportações apresentaram crescimento de 32,0% e as
importações de 42,2%.

O saldo comercial atingiu US$ 20,3 bilhões em 2010, representando queda de


19,8% sobre o saldo em 2009, de US$ 25,3 bilhões, motivado por um maior
aumento das importações em relação às exportações.
O grupo de produtos industrializados respondeu por mais da metade (55,7%) do
total exportado pelo Brasil no ano de 2010.

Do lado da importação, as compras de matérias-primas e intermediários


representaram 46,2% da pauta total, e as de bens de capital, 22,6%.
Isso demonstra que a pauta brasileira de importação é fortemente vinculada a
bens direcionados à atividade produtiva.

Por mercados de destino, destacam-se as vendas para a Ásia. As vendas


aumentaram 39,9%, garantindo à região a primeira posição de mercado
comprador de produtos brasileiros em 2010.
América Latina e Caribe e a União Européia também registraram aumento
expressivo de, respectivamente, 34,6% e 26,7%.

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Exportações do BRASIL: países de destino em 2010 – em US$ milhões

2010 % 2009
1 China 30.786 15,25 21.004
2 Estados Unidos 19.307 9,56 15.602
3 Argentina 18.523 9,17 12.785
4 Países Baixos 10.228 5,07 8.150
5 Alemanha 8.138 4,03 6.175
6 Japão 7.141 3,54 4.270
7 Reino Unido 4.635 2,3 3.727
8 Chile 4.258 2,11 2.657
9 Itália 4.235 2,1 3.016
10 Rússia 4.152 2,06 2.869

Importações do BRASIL: países de origem em 2010 – em US$ milhões

2010 % 2009
1 Estados Unidos 27.039 14,89 20.032
2 China 25.593 14,09 15.911
3 Argentina 14.426 7,94 11.282
4 Alemanha 12.552 6,91 9.869
5 Coréia do Sul 8.422 4,64 4.819
6 Japão 6.982 3,84 5.368
7 Nigéria 5.920 3,26 4.761
8 Itália 4.838 2,66 3.665
9 França 4.800 2,64 3.616
10 Índia 4.242 2,34 2.191

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BRASIL: principais produtos exportados em 2009 e 2010 – em US$ milhões


Part.
BRASIL: Produtos importados 2010 % 2009
PETROLEO EM BRUTO 10.097,4 5,6 9.185,7
AUTOMOVEIS DE PASSAGEIROS 8.543,4 4,7 5.466,4
MEDICAMENTOS PARA MEDICINA HUMANA
E VETERINARIA 5.639,7 3,1 4.088,2
PARTES E PECAS PARA VEICULOS
AUTOMOVEIS E TRATORES 5.232,6 2,9 3.653,1
OLEOS COMBUSTIVEIS (OLEO
DIESEL,"FUEL-OIL",ETC.) 5.201,9 2,9 1.677,1
CIRCUITOS INTEGRADOS E
MICROCONJUNTOS ELETRONICOS 3.991,4 2,2 2.905,4

BRASIL: principais produtos importados em 2009 e 2010 – em US$ milhões

Part.
2010 % 2009
PETROLEO EM BRUTO 10.097,4 5,6 9.185,7
AUTOMOVEIS DE PASSAGEIROS 8.543,4 4,7 5.466,4
MEDICAMENTOS PARA MEDICINA HUMANA
E VETERINARIA 5.639,7 3,1 4.088,2
PARTES E PECAS PARA VEICULOS
AUTOMOVEIS E TRATORES 5.232,6 2,9 3.653,1
OLEOS COMBUSTIVEIS (OLEO
DIESEL,"FUEL-OIL",ETC.) 5.201,9 2,9 1.677,1
CIRCUITOS INTEGRADOS E
MICROCONJUNTOS ELETRONICOS 3.991,4 2,2 2.905,4

BRASIL: principais empresas exportadoras em 2010 – US$ milhões F.O.B.

2010 % 2009
1 VALE S.A. 24.043 11,91 10.826
2 PETROBRAS 18.187 9,01 12.307
3 BUNGE ALIMENTOS S/A 4.301 2,13 4.344
4 EMBRAER 4.160 2,06 4.053
5 SAMARCO MINERACAO 3.214 1,59 1.461
6 CARGILL AGRICOLA 3.028 1,50 2.336
7 ADM DO BRASIL 2.631 1,30 2.770
8 BRASKEM S/A 2.471 1,22 1.893
9 SADIA S.A. 2.286 1,13 1.873
10 BRF - BRASIL FOODS 2.127 1,05 1.506
11 ARCELORMITTAL BRASIL 2.030 1,01 1.691

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8.2 Comércio exterior de Santa Catarina em 2010

Exportações de SC: países de destino em 2010 em US$ milhões


PAÍSES DE DESTINO 2010 % 2009
1. Estados Unidos 906 11,9 746
2. Países Baixos (Holanda) 634 8,4 527
3. Argentina 550 7,3 409
4. Japão 479 6,3 315
5. Alemanha 305 4,0 272
6. Reino Unido 300 4,0 231
7. México 287 3,8 156
8. China 271 3,6 110

Importações de SC: países de origem em 2010 em US$ milhões

PAÍSES DE ORIGEM 2010 % 2009


1. China 3.105 25,9 1.713
2. Chile 1.433 12,0 735
3. Argentina 1.080 9,0 870
4. Estados Unidos 860 7,2 619
5. Alemanha 498 4,2 317
6. Índia 426 3,6 198
7. Coreia do Sul 422 3,5 196

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SC: principais produtos exportados em 2010 – em US$ milhões F.O.B.

PRODUTOS EXPORTADOS 2010 % 2009


1. Pedaços e miudezas de galos/galinhas 1.154 15,2 991
2. Fumo manufaturado em folhas secas 730 9,6 679
3. Motocompressor hermético 460 6,1 344
4. Carnes de galos/galinhas não cortadas 329 4,4 266
5. Blocos de cilindros, cabeçotes p/ motores 290 3,8 112
6. Preparações alimentícias de galos... 282 3,7 277

SC: principais produtos importados em 2010 em US$ milhões F.O.B.

PRODUTOS IMPORTADOS 2010 % 2009

1. Catodos de cobre refinado 1.420 11,9 689

2. Polietilenos s/ carga D>=0,94 em formas 238 2,0 151

3. Polímeros de etileno em forma primária 184 1,5 158

4. Fio de fibras artificiais 163 1,4 168

5. Fio texturizado de poliesteres 146 1,2 109

6. Fio de algodão 139 1,2 58

7. Policloreto de vinila 137 1,2 41

SC: principais empresas exportadoras em 2010 em US$ milhões F.O.B.

EMPRESAS 2010 2009


1. Seara Alimentos S/A 647 623
2. WEG Equipamentos Elétricos S/A 582 519
3. Sadia S/A 550 473
4. Whirpool S/A 525 506
5. BRF – Brasil Foods S/A 524 359
6. Universal Leaf Tabacos Ltda. 417 379
7. Tupy S/A 381 168
8. Souza Cruz S/A 354 306

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8.3 Comércio exterior de Joinville em 2010

Exportações de Joinville: países de destino em 2010 - US$ milhões F.O.B.

PAÍSES DE DESTINO 2010 % 2009


1. Estados Unidos 320 18,7 257
2. México 202 11,8 100
3. Argentina 128 7,5 117
4. Itália 104 6,1 70
5. Alemanha 82 4,8 49
6. Bélgica 76 4,4 118
7. Reino Unido 72 4,2 43

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Importações de Joinville: países de origem em 2010 – US$ milhões F.O.B.

PAÍSES DE ORIGEM 2010 % 2009


1. China 579 39,5 318
2. Alemanha 165 11,3 70
3. Chile 119 8,1 40
4. Estados Unidos 87 5,9 55
5. Argentina 86 5,8 46
6. Coreia do Sul 70 4,8 23
7. México 35 2,4 10

Joinville: principais produtos exportados em 2010 - US$ milhões F.O.B.


PRODUTOS EXPORTADOS 2010 % 2009
1. Motocompressor hermético 460 27,0 344
2. Fumo / fls. Secas etc. Virginia 365 21,4 326
3. Blocos de cilindros, cabeçotes mot. 290 17,0 112
4. Refrigeradores combin. c/ congel. 80 4,7 70
5. Partes e acess. p/ trator e automovel 42 2,5 19
6. Virabrequins (cambotas) 41 2,4 12

Joinville: principais produtos importados em 2010 - US$ milhões F.O.B.

PRODUTOS IMPORTADOS 2010 % 2009

1. Catodos de cobre refinado e elementos 111 7,6 12

2. Aparelhos receptores TV em cores 72 4,9 42

3. Subestações isoladas a gás 41 2,8 0

4. Aparelhos videofonicos de gravação/rep. 33 2,3 32

5. Fornos de microondas uso doméstico 31 2,1 14

6. Aparelhos radio combinado com som. 28 1,9 19

Fontes:
1. MDIC/Estatísticas de comércio exterior. Disponível em:
http://www.mdic.gov.br//sitio/interna/index.php?area=5
2. Indicadores Joinville. Disponível em: http://www.indicadoresjoinville.com.br/

80
81

9. INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS

9.1 Multinacionais brasileiras

A participação de empresas brasileiras no mercado externo, processo também


conhecido como internacionalização, bateu recorde em 2010.

A primeira causa é consequência, dentre outros fatores, da desvalorização de


empresas estrangeiras, que ainda não se recuperaram totalmente da crise. A
segunda é a valorização do real frente ao dólar, que dá maior poder de compra às
empresas brasileiras.

A lógica é a da "perda de oportunidade". Ou seja, se a empresa brasileira não


entrar no mercado americano, por exemplo, companhias de outras nacionalidades
– como chinesas e coreanas – vão ocupar esse espaço.
"E quando isso acontece, elas ganham escala e podem praticar preços menores.
Já as brasileiras perdem espaço lá fora e ainda correm o risco de ter seu produto
com competidores mais baratos inclusive no mercado doméstico", diz o professor
de comércio internacional da Fundação Instituto de Administração (FIA), José
Roberto Araújo Cunha .

Uma das empresas brasileiras que mais se internacionalizaram nos últimos anos,
a Gerdau também está entre aquelas que aproveitaram para fazer negócios no
semestre, com um investimento de US$ 1,6 bilhão na Ameristeel, baseada nos
Estados Unidos, onde já era majoritária. O professor da FIA diz que as empresas
buscam espaço em outros mercados não apenas para ampliar seus lucros, mas
também para ter acesso direto ao consumidor – especialmente quando existem
barreiras comerciais.
Fonte: BBC Brasil

81
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9.2 WEG: uma multinacional do norte de Santa Catarina

Maior fabricante latino americana de motores elétricos e uma das maiores do


mundo, a WEG atua nas áreas de:
 comando e proteção,
 variação de velocidade,
 automação de processos industriais,
 geração e distribuição de energia e
 tintas e vernizes industriais.

Produzindo inicialmente motores elétricos, a WEG começou a ampliar suas


atividades a partir da década de 80, com a produção de:
 componentes eletroeletrônicos,
 produtos para automação industrial,
 transformadores de força e distribuição,
 tintas líquidas e em pó,
 vernizes eletroisolantes,
 sistemas elétricos industriais completos..

Unidades no Brasil Unidades no exterior

• Jaraguá do Sul - PF 1 Córdoba


• Jaraguá do Sul - PF 2 Buenos Aires
• Blumenau
San Francisco
• Gravataí
Huehuetoca
• Guaramirim
• Hortolândia Nantong

• São Bernardo do Campo Maia


• Manaus
• Itajaí

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83

WEG Faturamento - R$ bilhões


5,5 5,28
5,11
4,55
3,53
2,98

2005 2006 2007 2008 2009 2010

WEG Colaboradores
21.877 22.232
19.956 19.535

14.098 15.000

2005 2006 2007 2008 2009 2010

Fontes:
1. Fundação Dom Cabral. Disponível em:
http://www.fdc.org.br/pt/pesquisa/internacionalizacao/Documents/Pesquisa_Global
_Players_II.pdf

2. WEG / Números. Disponível em: http://www.weg.net/br/Sobre-a-WEG/Numeros

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AUTOR

Nome Airton Nagel Zanghelini

Formação Mestre em Relações Econômicas e Sociais Internacionais


Pós-graduado em Administração Financeira
Pós-graduado em Economia de Empresas
Graduado em Matemática

Atuação Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil


Professor Universitário

E-mail airton.zanghelini@terra.com.br

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