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CURSO DE ORATORIA E DICÇAO

TEMA 1 – COMO SUPERAR O MEDO DE FALAR EM PUBLICO

1.1- ORADOR REAL E ORADOR IMAGINARIO

Possuímos em nosso intimo dois oradores, normalmente diferenciados,


coexistindo ao mesmo tempo: um orador real e outro imaginado.
O orador real é a imagem que verdadeiramente transmitimos uma
composição arquitetada e construída a partir de nossas virtudes e defeitos
visíveis.
O orador imaginado é a imagem que pensamos transmitir aos ouvintes.
Durante nossa formação, recebemos elogios, criticas e comentários
construtivos ou destrutivos a nossa personalidade, e esta vão conforme
procedência dos mesmos e nossa predisposição, acumulando em seu interior
estes elementos. Esses fatores isolados ou mesclados participarão da nossa
construção de uma imagem de nos próprios imaginada como se fosse a
verdadeira, mas q geralmente não é o é. Este é um dos fatores mais comuns da
falta de confiança nas possibilidades de sucesso para expressar em publico.
De nada adiantara a alguém aprender todas as técnicas de boa expressão
oral se continua nutrindo em relação a si mesmo uma falsa imagem, quer seja no
sentido negativo ou positivo.
O medo surge de uma diferença negativa entre o orador real e o orador
imaginado, e na resolução deste problema o tempo é um poderoso aliado, pois
somando a determinação tudo supera.
Descubra suas virtudes atuais e as potencialmente próximas e as
desenvolva. Confie em você.

1.2) COMO SURGE O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO

Quando falamos em público, queremos que esta apresentação seja


acompanhada e apreciada por todos; que consigamos expor de forma
inteligente e coerente o assunto tratado; que possamos ter nosso esforço
coroado com o sucesso e o sentimento de realização. Esse é um desejo
natural e legítimo. É evidente que nenhum de nós visa o fracasso, a passar
uma imagem negativa diante do público e depois se sentir um perdedor.
Ora, se o fato de não nos sairmos bem numa apresentação pode, de
alguma forma, nos trazer prejuízo, a possibilidade de que isso ocorra
provocará o medo.

Sendo mais claro, a Crença – sim, nossa crença, e não qualquer


elemento objetivo e exterior a nós – na possibilidade de que algo possa dar
errado é que provocará o medo.
O medo, como toda emoção, age como uma lupa que aumenta ou
diminui as coisas ao nosso redor, dando-lhes aspecto grandioso ou
insignificante. “O que ouvimos de outra pessoa pode ou não parecer-nos
verdadeiro, mas, o que ouvimos de nós mesmos – nossas próprias idéias e
emoções – sempre nos parece”.
1.3) COMO SUPERAR O MEDO ANTES DE FALAR
1.
Respire lenta e profundamente algumas vezes enquanto pensa: “O MEDO
É ALGO NATURAL E EU SOU SUPERIOR A ELE!”
2.
Não estimule seu nervosismo. Ao se aproximar sua hora de falar contenha a
ânsia de fumar seguidamente, roer unhas, cruzar e descruzar pernas e
braços, andar de um lado para o outro ou ter outras atitudes que só
aumentam o nervosismo. Imponha uma atitude tranqüila ao seu corpo, pois,
mesmo que esta pareça forçada no início, você verá um sadio reflexo desta
quando pronunciar as primeiras palavras.
3.
Assuma uma postura física firme e decidida. Cabeça alta, coluna reta, peito
erguido, olhar e passos firmes, sem hesitações, semblante tranqüilo e
alegre. Tal posição, inclusive, demonstrará a público sua confiança em si
mesmo e no que pretende dizer.
O mais importante é, quando falar, esquecer a avaliação alheia e a
vaidade própria, concentrando-se na imagem que deve transmitir, dando o
máximo de si para que essa seja compreendida

2.1) CREDIBILIDADE: A ESSÊNCIA DA ORATÓRIA


A credibilidade do orador perante o público é como um voto de
confiança que aquele recebe deste. Este voto de confiança é conquistado
quando o orador expressa em seu discurso as seguintes qualidades:

Naturalidade;

Entusiasmo;

Conhecimento;

Conduta ética;

NATURALIDADE
É a mais importante qualidade de um orador. Não existe técnica
em
comunicação, por mais elaborada e precisa que seja, que substitua
a
naturalidade.
Se a platéia perceber qualquer sinal de artificialismo no
comportamento do orador, desconfiará dos seus propósitos e colocará
barreiras à sua linha de argumentação. Portanto, observe que, para obter
sucesso como orador, a pessoa precisa ser ela mesma, natural e
espontânea.
Para saber se esta sendo natural ao falar em público, reflita sobre a
questão: “Estou falando da mesma maneira como falaria se estivesse
diante de alguns amigos?”.
Se a resposta for negativa, concentre-se na idéia de estar falando
para esse grupo de amigos até conseguir a naturalidade. Vá a platéia
disposto a conversar com os ouvintes, e não “falar em público”.
Agora CUIDADO! Ser natural não significa levar para frente do
auditório os erros e negligências de uma comunicação deficiente. Os
defeitos de estilo e as incorreções de linguagem precisam ser combatidos
com estudo, experiência, disciplina e trabalho persistente.

ENTUSIASMO
Ter entusiasmo é “falar com o coração”. É estar o orador de
tal forma
compromissado com o que diz, que se sente envolvido e motivado com o
assunto, tão envolvido e motivado que falar deste assunto lhe é natural, e
também de forma natural os ouvintes se sentem inspirados pelo orador a se
envolverem e motivarem com o mesmo tema.
Se não demonstrar entusiasmo, interesse e envolvimento pela
mensagem, o orador jamais poderá esperar que os ouvintes se
entusiasmem,
se interessem ou mesmo se envolvam com o que esta dizendo. Portanto,
antes de envolver e de despertar interesse no público, é preciso que o
próprio orador esteja envolvido e interessado no que diz.
Interprete a mensagem a ser transmitida. Transmita-a com a força da
importância que ela possui. Não trate de assuntos que não merecem sua
emoção, mas, se precisar aborda-los, porque representam um meio para
atingir algum objetivo maior, concentre-se neles; lembre-se, a cada palavra,
de que se o tema não for exposto com entusiasmo, provavelmente não
abrirá as portas que deveriam leva-lo ao objetivo pretendido.
O entusiasmo é o motor que estimula o orador à busca de duas outras
qualidades que trarão credibilidade: o conhecimento e a conduta exemplar
ou ética.

CONHECIMENTO
A credibilidade do orador esta intimamente relacionada com o
conhecimento que ele demonstra possuir sobre o assunto.
Cada apresentação precisa estar fundamentada em informações que
adquiriu em sua atividade profissional, experiência ou estudos realizados.
Mesmo que fale com desembaraço e entusiasmo sem esse respaldo de
conhecimento e autoridade, o orador correrá o risco de ser considerado um
“falador presunçoso”.
Tenha sempre mais informações do que pretende transmitir. Leia,
estude, pesquise, entreviste outros especialistas, tenha contato direto
com a atividade a respeito da qual falará e prepare-se durante o maior
tempo possível sobre a matéria que irá apresentar.
Possua o conhecimento, fale com entusiasmo e conquiste
credibilidade

CONDUTA ÉTICA
Que credibilidade dar-se-á a um discurso sobre os povos indígenas,
proferido por alguém que notoriamente não tem experiência alguma de vida
fora das grandes cidades? Serão recebidas suas afirmações da mesma
forma que se viessem de um indigenista bem conceituado, devido a ter sua
vida devotada á causa indígena? Muito embora possam até mesmo dizer as
mesmas coisas, estas serão interpretadas e aceitas diferentemente pelo
público, conforme a experiência que possua – ou aparenta possuir – o
orador.
A prática dá ao orador experiência que será manancial de exemplos
ao que precise dizer irá diferencia-lo de todos os que não possuem
credibilidade porque não possuem experiência do que estão falando, nem
condutas pessoais exemplares. Para esses últimos, existe uma grande
diferença entre o que suas palavras dizem e o que seu comportamento
demonstra.

O exemplo dá substância palpável, viva e prática à idéia que, de


outra
maneira, poderia parecer mera especulação ou teoria dissociada
da realidade.
Não importa de que lado estamos ou a causa que estejamos
abraçando. Para conquistarmos credibilidade, nossas palavras precisam
estar respaldas na experiência pessoal e na correta conduta pessoal sobre
o tema do qual estejamos tratando.

2.2) A EXPRESSÃO CORPORAL


O cuidado com a postura começa antes da fala propriamente dita. Na
verdade, a postura é uma maneira de ser, uma característica adquirida e
vivida diariamente. Todo o nosso corpo fala quando nos comunicamos. A
posição dos pés e das pernas, o movimento do tronco, dos braços, das
mãos e dos dedos, a postura dos ombros, o balanço da cabeça, as
contrações do semblante e a expressão do olhar, cada gesto possui um
significado próprio, encerrando em si uma mensagem. Embora os gestos
tenham muita afinidade com a natureza das idéias, nem sempre é fácil
encontrar na sua expressão o complemento ideal para nossa mensagem.
Muitas vezes, temos que adaptar nosso temperamento em busca de maior
expressividade do pensamento.
Embora saibamos que a gesticulação pode ser aprendida e treinada,
nada pode substituir a naturalidade individual da expressão espontânea.
Portanto, ao invés de tentarmos ensinar gestos e posturas, nos deteremos
em alertar para certas atitudes que devem ser evitadas, bem como a
correção das mesmas:

Olhos

Errado
• Olhar para baixo, para cima ou para qualquer outro lugar que não
seja em direção ao publico
Certo
• Olhar para o publico

Corpo

Errado
*Curvar-se para frente, indicando excesso de humildade ou ficar côa
cabeça levantada, olhando por cima, demonstrando arrogância ou
prepotência.

Certo
• Manter o corpo naturalmente ereto.

Movimentos

Errado

• Rigidez absoluta ;
• Movimentos bruscos;
Certo

• Posicionar-se de modo a ser visto por todos ,ora se aproximando


mais do publico de um lado ,ora de outro;

Mãos e braços

Errado

*falar com as mãos nos bolsos;


*Colar os braços atrás das costas,cruzando ou apoiando constante sobre
qualquer objeto.

Certo.
• Posicionar os braços ao lado do dorpo ou dispor as mãos a sua
frente prontas para realização de gestos.
COMO FALAR SENTADO
Fale sentado se puder ver todos os ouvintes e eles também
puderem vê-
lo.
Evite cruzar os pés em forma de x embaixo da cadeira, não estique
as
pernas nem penda o corpo demasiadamente para um dos lados.

2.3) A VOZ
VELOCIDADE E VOLUME DA FALA
Cada orador e cada assunto terão sua velocidade própria,
dependendo principalmente da mensagem a ser transmitida. Se dissermos:
“passou rápido como a luz” é evidente que a velocidade será maior que o
normal; também estará claro que a pronúncia das palavras se dará com
uma velocidade compatível com a mensagem, evitando os exageros entre a
rapidez e a lentidão. Cada caso poderá ser trabalhado separadamente,
onde os exercícios para a correção deverão seguir o seguinte raciocínio: se
a fala é muito rápida, procurar pronunciar um texto em voz alta e bem
vagarosamente até equilibrar essa tendência; se o caso for ao contrário,
agir de forma inversa.
Quanto ao volume da voz, deve-se ter muita atenção, pois não podemos
falar aos berros para um pequeno auditório, nem sussurrando para uma
multidão. Devemos, sim, considerar o público que está nos ouvindo. Em
caso de dúvida, é natural que o orador pergunte as pessoas do público que
se encontram mais distantes dele se a sua voz esta chegando às mesmas
satisfatoriamente, nestes casos, existe uma técnica para direcionamento de
voz, é necessário que se faça um x imaginário entre os ângulos da sala ou
auditório, feito isso, direcione a intensidade da sua voz para o centro do x,
desta forma todos que estão mais distantes ou mais laterais perceberão
com clareza a mensagem.

USO DAS PAUSAS

A pausa é um recurso que permite ao orador respirar, pensar no que


vai dizer, mudando, inclusive, o tom da voz. A pausa bem aplicada possui
uma dupla vantagem: valoriza a informação que foi dada, dando ao
auditório tempo para assimilar o que foi dito e ao mesmo tempo cria uma
expectativa para o que vai ser dito.

GESTOS

Errado

*Ficar se coçando a todo momento;


*Gesticular abaixo da linha da cintura ou acima da linha da cabeça;



*Utilizar gestos obscenos;

*Enfiar o dedo no nariz, na orelha ou na boca;


CERTO

*Gesticular para cada informação predominante na frase;


*Gesticular entre a linha da cintura e da cabeça;


*Variar os gestos;

*Marcar o ritmo da fala com os braços na frente do corpo;

PÉS E PERNAS
Errado

*Cruzar os pés em forma de “x”;


*Ficar saltitando feito canguru;


*Movimentar-se desordenadamente num constante vaivém;

CERTO
*Posicionar-se naturalmente sobre as duas pernas

FISIONOMIA

Errado

*Fazer caretas;

*Demonstrar tristeza ou indiferença ao falar de temas alegres e


vice-versa;

CERTO
*Usar o jogo fisionômico interpretando o conteúdo do discurso, o que
torna comunicação mais expressiva

Mesmo assim deve-se levar em consideração que em determinadas


situações, certos gestos considerados incorretos são os mais expressivos
para o momento. Por exemplo, aconselhamos a cruzar os braços para
indicar uma atitude desafiadora ou de espera embora esse gesto seja
desaconselhado para uma postura normal.
Algumas recomendações importantes são as seguintes:

*Faça uma pequena pausa quando começar a sua fala;


*Depois da pausa diga a(s) primeira(s) palavra(s) com ênfase e energia,


demonstrando que ficou em silêncio não porque tinha perdido a seqüência
das idéias, mas porque estava procurando a melhor mensagem;

*Quando tiver que fazer uma pausa, faça sem medo; não preencha esse
tempo com sons do tipo: “é...”, “hann...”, “hunn...”, etc. Lembre-se que é
mais agradável para os ouvidos o silêncio de que esses ruídos estranhos;

2.4) O VOCABULÁRIO

Como as palavras traduzem nossas idéias, devemos procurar aquelas


que sejam mais adequadas ao momento e ao público ouvinte. Se houver
deficiência de vocabulário, não conseguiremos transmitir o que pensamos, e
talvez, nem chegamos a pensar direito, pois nossos pensamentos são
traduzidos por palavras.
O orador ideal é aquele dotado de um vocabulário rico, o que lhe
permite compreender a todos inclusive aos mais cultos, e, por outro lado,
de uma habilidade para se expressar de forma simples, não simplória
(o que significa ser o mesmo que pobre e vulgar), traduzindo com clareza as
idéias e permitindo a boa compreensão dos ouvintes.
O orador deve adaptar seu vocabulário a qualquer auditório,
guardando as diferenças particulares pertinentes a cada grupo ouvinte.
Quanto maior o vocabulário, maior será a capacidade de adaptação aos
mais diferentes tipos de auditórios. Esta realidade torna o orador admirado
em qualquer ambiente, dos mais humildes aos mais elevados
.
COMO DESENVOLVER UM BOM VOCABULÁRIO
1 .Devemos procurar ler bons livros e revistas com uma caneta e
um
pedaço de papel à mão. O mesmo é válido ao ouvirmos uma
palestra
aula.
2. Toda palavra desconhecida ou de significado incorreto deve ser
anotada
para posterior consulta em um dicionário.
3. Pesquise então essas palavras, anotando seus significados.
4. Construa algumas frases usando a nova palavra com seu(s)
significado(s).
5. Aplique, de forma adequada e coerente, a nova palavra em suas conversas
e escritos. Assim, irá integrando definitivamente novas palavras ao seu
vocabulário.
Não se esqueça que toda nova idéia, e sua expressão – a palavra –

se estabelece com a prática.
Há cuidados especiais que devem ser tomados, como o uso de:

*Gírias. Seu uso exagerado demonstra pobreza de vocabulário,


mas, se
o orador a utiliza demonstrando que o faz conscientemente,
podem
servir como meio de aproximação deste com o público.

*“Palavrões”.Só admissíveis em uma conversa descontraída entre


amigos muito íntimos, e mesmo assim com certo risco à sã
comunicação. Na dúvida, evite-os.

*Termos Incomuns. Bem compreendidos apenas por platéias


cultas,
que são difíceis de serem encontradas. As palavras simples são preferíveis
pela forma mais direta com que representam as idéias, sendo bem aceitas
por qualquer tipo de público.
•*Termos Técnicos. Dentro de um grupo homogêneo de pessoas de

uma
mesma profissão ou classe, o uso de termos técnicos próprios deste grupo
é normal. Fora deste contexto, o orador deve explicar todo termo técnico
que julgou necessário utilizar, pois de outra forma cometeria uma
desconsideração para com o público que não é obrigado a conhecer aquele
termo.

*Chavões e frases vulgares. Tudo deste mundo que conhecemos,


se
desgasta, inclusive as palavras. Evite chavões e frases vulgares a menos
que a sua interpretação destas possa, ao mostrar um ângulo novo de visão
destes termos, imprimi-lhes nova vida e incitar a reflexão.
*

*Tiques e Maneirismos. São sílabas, palavras e até frases inteiras


que
destroem ótimas oportunidades de se utilizar as pausas; alguns exemplos:
“né”, “ta”, “ta entendendo?” dentre outros. Representam vícios de
comunicação que devem ser combatidos com atenção e afinco.

2.5) APARÊNCIA
A SUA APARÊNCIA TAMBÉM FALA

Ao escolher a roupa, os sapatos, o corte de cabelo, os óculos e todos


os acessórios que ajudarão a construir a sua aparência em uma
apresentação, o orador deve levar em conta dois aspectos:

.1A propriedade com a ocasião. Não devemos ir a uma festa


descontraída com um traje esporte fina, nem a uma importante reunião
social com bermudas. O orador deve estar apropriadamente trajado para
cada ocasião;
2.O bem estar pessoal. O orador deve se sentir bem com o que
vestir,
seja na sua com ou em qualquer outro detalhe. Deve estar confortável com
suas roupas e seus adereços (óculos, brincos, dentre outros), para que
estes não constituam um elemento de desconforto e distração.
Não use roupa espalhafatosa quando for falar. Uma gravata muito
berrante ou uma camisa de cores espetaculares distrairão a atenção do
auditório que começará a imaginar em que “raio” de lugar teria sido
adquirida tal roupa. Cuidado com as armadilhas da moda.
Seja sóbrio em suas roupas e vista-se com elegância e distinção.
Pode parecer que isso se aplique somente a pessoas da alta sociedade,
porém, esta provado que a boa aparência tem grande efeito sobre o público,
predispondo-o a simpatizar com você, mesmo antes que você tenha dito as
primeiras palavras. Ao contrario, a má aparência tem péssimo efeito.

TEMA III – COMO PREPARAR UM BOM DISCURSO

A experiência dos oradores, legado de séculos de trabalho dos que


procuram fazer da oratória uma arte que expressasse com dignidade as
idéias através das palavras, não pode ser deixado de lado sob o argumento
de que o orador “deve ser ele mesmo” e não se ater às regras, tampouco
pode ser encarada de forma dogmática e mecânica, o que levaria o orador a
se perder de tal maneira às normas que mataria a indispensável
naturalidade da fala.
Devemos encontrar um justo meio que nos conduza ao
aproveitamento
do conhecimento passado e de nossa própria personalidade.
O melhor conhecimento da personalidade e do estilo que é próprio de
cada um nascerá de seu trabalho pelo aprimoramento de sua expressão
verbal. Por ora, daremos um modelo – já bem conhecido – de como
preparar um discurso, sendo que este deverá ser seguido não como um fim
em si mesmo,mas, como um bom ponto de partida para o
desenvolvimento do estilo
próprio de cada um.

3.1) INTRODUÇÃO

Neste início você deve provocar interesse no público para o que irá
dizer. É preciso desperta-lo. Começo fazendo uma pergunta, contando uma
história que cause impacto, aludindo a ocasião, fazendo uma citação,
definindo um termo, idéia, filosofia ou situação, o que for necessário para
que todos fiquem interessados.
Não pense nem por um instante, que necessariamente que o auditório
esta em suspense, ansioso por seu discurso. Os presentes poderão estar
cochilando ou distraídos. “Chii...!” talvez eles pensem “o que esse cara vai
falar?”.Em suas primeiras palavras, portanto, você deve tirá-los dessa
atitude.
Nunca inicie uma fala, por exemplo, sobre “Prevenção de
Acidentes” dizendo
“O assunto que me foi proposto é o da redução de acidentes de
trânsito”.
Diga, em vez disso, por exemplo. “Ontem toda cidade parou para
acompanhar o enterro de um jovem querido de todos nós, acidentado em
uma motocicleta”.

3.2) PREPARAÇÃO

Nesta segunda fase você deve construir uma ponte. Seus ouvintes
moram numa ilha, a ilha dos seus interesses próprios.
É preciso construir uma ponte ligando você a esta ilha.
O ouvinte conjectura: “Muito bem, você captou minha atenção com
sua
curiosa introdução, mas por que isso agora? O que eu tenho com
isso?”.
Eis aqui o resumo de como um psicólogo motivou sua palestra sobre
insanidade mental, num auditório de pais, explicando a relação existente
entre eles e o assunto da palestra.
1.Introdução: “Eu os convidei, senhores, para considerarmos o
problema
da insanidade mental, porque os senhores poderão, a qualquer
momento ter de enfrentá-lo”.
2.Preparação: “Atualmente existe uma possibilidade em vinte de
que seu
filho seja internado num hospício”.
3.Assunto Central: “Suponhamos que ele escape disso muito
bem, mas
assim mesmo os senhores serão afetados porque, se o filho do seu vizinho
for a vitima, as estatísticas provam que ele ficará internado durante
aproximadamente sete anos, e que os milhares de reais gastos pelo
governo par
a manter cada paciente internado serão pagos também pelos senhores”.
4.Conclusão: “Portanto, quer como pai, quer como
contribuinte de
impostos, os senhores estarão profundamente ligados a este
assunto

Enfim, você deve construir uma ponte até o seu público. Enquanto essa
ponte não for transposta, você não estará preparado para abordar o ponto
principal do seu assinto.

3.3) ASSUNTO CENTRAL

Nesta terceira fase do discurso, desenvolva o tema central de sua


palestra ou aula, aproveitando para dar exemplos que clarifiquem o assunto
ao máximo e dêem uma boa perspectiva de como ele se dá na realidade.
Vamos supor que você tenha começado seu discurso de um modo
interessante e que, na primeira fase, tenha acabado com os “chii...!” e
convencido o auditório de que o assunto é de seu interesse. Então agora vá
direto ao caso.
Se você julga um crime o desmatamento da Amazônia, ou a poluição
industrial prejudicial à vida humana, ou ainda que qualidade essencial é o
sustentáculo, a base para a qualidade Total, nesta fase refira-se a isto
dando ao ouvinte exemplos e exibindo os quadros ou gráficos pertinentes.
Quanto maior o número de exemplos, ilustrações e citações feitas,
maior
será o apoio no qual as pessoas manterão a mensagem do
discurso.
3.4) CONCLUSÃO

Esta fase final do seu discurso requisita o posicionamento do ouvinte,


o fim de um discurso, assim como a extremidade de um lápis deve ter uma
ponta. O fim deve ser algo mais que uma despedida divertida. Deve
satisfazer a curiosidade do público, respondendo a sua pergunta final: “E ai?
Que devo concluir disso tudo?” portanto, conforme o tipo de fala, ao
finalizar, leve o auditório a tomar uma decisão, ou a formar uma opinião
definida sobre o assunto.
Por exemplo: “Coopere! Contribua! Vote! Proteste! Escreva!
Boicote!
Compre! Venda! Pague! Convença! Participe!”.
Termine sua fala com um convite a ação.
IMPORTANTE: Procure escrever por extenso a introdução e a
conclusão do
seu discurso, memorizando-as e treinando-as de tal forma que seja
capaz de
dizê-las com naturalidade e entusiasmo. Garanta assim, nos
pontos cruciais
em que muitos oradores “perdem o ritmo”, o início e o final
perfeitos ao
discurso. 14/23

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