O documento discute os principais conceitos de espaço, região e território na geografia. Apresenta a evolução histórica desses conceitos desde a geografia tradicional do século XIX até as abordagens marxista, humanista e cultural a partir da metade do século XX. Destaca autores como Ratzel, Hartshorne, Harvey, Lefebvre e Milton Santos e como eles influenciaram a compreensão desses conceitos-chave.
O documento discute os principais conceitos de espaço, região e território na geografia. Apresenta a evolução histórica desses conceitos desde a geografia tradicional do século XIX até as abordagens marxista, humanista e cultural a partir da metade do século XX. Destaca autores como Ratzel, Hartshorne, Harvey, Lefebvre e Milton Santos e como eles influenciaram a compreensão desses conceitos-chave.
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O documento discute os principais conceitos de espaço, região e território na geografia. Apresenta a evolução histórica desses conceitos desde a geografia tradicional do século XIX até as abordagens marxista, humanista e cultural a partir da metade do século XX. Destaca autores como Ratzel, Hartshorne, Harvey, Lefebvre e Milton Santos e como eles influenciaram a compreensão desses conceitos-chave.
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Geografia conceitos e temas → Espaço, um conceito-chave da Geografia, Roberto Lobato
Côrrea
− Conceitos que se referem à ação humana modelando a superfície terrestre:
paisagem, região, espaço, lugar e território − 1870: geografia é institucionalizada como disciplina − 1950: revolução teorética-quantitativa (geografia tradicional); privilegiou os conceitos de paisagem e região (POSITIVISMO) − Ratzel: espaço indispensável para a vida do homem; DOMÍNIO; desenvolve o conceito de território e espaço vital − Território: apropriação do espaço por uma determinado grupo − Espaço vital: expressa as necessidades territoriais de uma sociedade em função de seu desenvolvimento, recursos naturais − O espaço transforma-se, assim, através da política, em território (p. 18) − Hartshorne (1939): INTEGRAÇÃO e INTERAÇÃO dos fenômenos no espaço → espaço absoluto é independente de qualquer coisa, é um receptáculo que contém as coisas − Harvey: as diferentes práticas humanas estabelecem diferentes conceitos de espaço (p. 19) − Lugar e território não são significativos na geografia teorética quantitativa; espaço nessa visão privilegia em excesso a distância; os agentes sociais, o tempo e as transformações são inexistentes ou relegadas a um plano secundário − Espaço como planície isotrópica (racionalista, hipotético dedutivo) e representação matricial − Com Schaefer, Bunge, Ullman (1954) e Watson (1955) o conceito de espaço aparece pela 1ª vez na história do pensamento geográfico (p. 20) − Espaço como planície isotrópica: ponto de partida homogeneidade e ponto de chegada é a diferenciação − Espaço e geografia crítica (fundada no materialismo histórico e dialético): rompimento com a teorética quantitativa e a geografia tradicional; espaço “marxista” vinculado com a reprodução das relações (sociais) de produção (LEFÉBVRE, 1976, P. 34) − Marx faz duras críticas a Hegel por relevar tanto o espaço, por isso, há o espaço marxista?? → alguns autores como Soja e Hadjmichalis acreditam que a análise do espaço na visão marxista foi semelhante a análise burguesa, onde o espaço era considerado como um receptáculo ou espelho externo da sociedade; (p. 24) − Marx procura enfatizar o tempo e a temporalidade (p. 24) − Harvey (1993) estabelece conexões entre espaço e tempo ao discutir pós- modernidade (p. 24) − Crise de 1960: transformou o espaço por ele produzido em 'receptáculo de múltiplas contradições espaciais' (p. 25) − O espaço entendido como espaço social, que possui um estreita relação com as práticas sociais, não deve ser visto como absoluto nem como produto da sociedade. Não é nem ponto de partida nem ponto de chegada. (p. 25) − Lefébvre: o espaço não é um instrumento político, um campo de ações de um indivíduo ou grupo, ligado ao processo de reprodução da força de trabalho através do consumo, ele engloba esta concepção e o ultrapassa, sendo o locus da reprodução das relações (sociais) de produção, isto é, reprodução da sociedade (p. 25). Esta visão marca a geografia dos anos 70 − Milton Santos: grande contribuição de Lefébvre, onde contribui com o conceito de formação sócio-espacial. O autor afirma não ser possível conceber uma determinada formação sócio-econômica sem se recorrer ao espaço. O modo de produção, formação sócio-econômica e espaço são categorias INTERDEPENDENTES; (p. 26) − “Os modos de produção tornam-se concretos numa base territorial historicamente determinada (…) as formas espaciais constituem uma linguagem dos modos de produção” (SANTOS, 1977, P. 5) − Uma sociedade só se tornam concreta através de seu espaço, do espaço que ela produz e, por outro lado, o espaço só é compreensível através da sociedade (p. 26); − Sociedade e espaço: formação SÓCIO-ESPACIAL. Este é considerado como uma meta-conceito, que contém e está contida nos conceitos-chave, de natureza operativa, de paisagem, região, espaço (organização espacial), lugar e território. (p. 27) − Santos: papel das formas e interações espaciais, fixos e fluxos (p. 27) − Organização espacial dos países subdesenvolvidos: é admitida a a coexistência de dois circuitos da economia, um circuito superior e outro inferior, resultado de um processo de modernização diferenciadora que gera os dois circuitos que “têm a mesma origem, o mesmo conjunto de causas e são interligados” (SANTOS, 1979, p. 43) (P. 27); − Santos: ESPAÇO COMO FATOR SOCIAL E NÃO APENAS UM REFLEXO SOCIAL (p. 27) − O espaço organizado pelo homem desempenha um papel na sociedade, condicionando-a, compartilhando do complexo processo de existência e reprodução social (p. 28) − Côrrea (1986): organização espacial = configuração espacial = arranjo espacial = espaço socialmente produzido = ESPAÇO → MATERIALIDADE SOCIAL (P. 28) − Santos: categorias de análise do espaço → FORMA, PROCESSO, ESTRUTURA E FUNÇÃO (p. 28) − FORMA: aspecto visível − FUNÇÃO: implica uma tarefa desempenhado pela forma − ESTRUTURA: diz respeito à natureza social e econômica de uma sociedade em um dado momento do tempo; é a matriz social onde as formas e funções são criadas e justificadas − PROCESSO: uma ação que se realiza, de modo contínuo, visando um resultado qualquer, implicando tempo e mudança; uma estrutura em seu movimento de TRANSFORMAÇÃO → CONTRADIÇÕES (p. 29) − São termos associados e se tomados individualmente representam apenas realidades parciais e limitadas do mundo, mas se relacionados, dão uma base metodológica para discutir os fenômenos espaciais em totalidade (SANTOS, 1985) (p. 30) − Espaço na geografia humanista e cultural: COMPREENSÃO ao invés de EXPLICAÇÃO; matriz historicista − Geografia humanista assentada na subjetividade, simbolismos, sentimentos, experiência, privilegia o singular e não o particular ou universal, ao contrário do positivismo da tradicional e teorética quantitativa (p. 30); − Paisagem e região são conceitos revalorizados, conceito de território é umas das matrizes, lugar conceito-chave mais relevante e espaço adquire o significado de ESPAÇO VIVIDO; (p. 30) − Tuan (1979): no estudo do espaço no âmbito da geografia humanista consideram- se os sentimentos espacias e as ideias de um grupo ou povo sobre o espaço a partir da experiência. (p. 30); ESPAÇO PESSOAL E GRUPAL: vivida a experiência do outro e ESPAÇO MÍTICO-CONCEITUAL ligado à experiência (p. 30) − Tuan (1979): lugar possui um “espírito”, uma “personalidade”, havendo um “sentido de lugar” que se manifesta pela apreciação visual ou estética e pelos sentidos a partir de uma longa vivência (p. 31) − Espaço vivido como campo de concentrações simbólicas (ISNARD, 1982) e como uma experiência contínua, egocêntrica e social, se refere ao afetivo, mágico, ao imaginário (HOLZER, 1992) − Gallais (1977): nas sociedades industriais o espaço vivido é uma cadeia homogênea de distância objetivada por custo ou tempo. Já nas sociedades tropicais primitivas, o espaço tal como o tempo são concebidos descontinuamente, é fragmentado em função do pertencimento ao mesmo povoado, que fornecem referenciais básicos para o cotidiano em sua dimensão espacial → distância estrutural, afetiva e ecológica. A afetividade está ligada ao gostar dos lugares e à movimentação espacial. Lugares e áreas longínquas tornam-se próximos em função da afetividade por eles. Afetivamente valorizado em razão das crenças que conferem especificidades a cada parte do espaço − Distância ecológica → as transformações advindas com a modernização capitalista tendem a minimizar essa distinções na medida em que novas práticas sociais originam novos espaços vividos dotados de outros atributos;
O conceito de região e sua discussão, Paulo César da Costa Gomes
− Região → latim regere
− Gregos e região: relação entre a centralização do poder em um local e a extensão dele sobre uma área de grande diversidade social, cultural e espacial; − Conceito de região tem três principais consequências históricas: tem implicações fundadoras no campo da discussão política, da dinâmica do Estado, da organização da cultura e do estatuto da diversidade espacial; − Senso comum: região ligada aos principais de extensão e localização → conjunto de área onde há o dominio de determinada característica que distingue aquela área das demais − Região também tem um sentido de unidade administrativa − Região emprego associado à um certo domínio − Região natural nasce da ideia de que o ambiente tem um certo domínio sobre a orientação do desenvolvimento da sociedade; − Possibilismo: o meio ambiente propõe, homem dispõe → trabalho humano em um determinado ambiente − Região e geógrafos: desvendar a combinação de fatores responsável por sua configuração, sendo o método mais recomendado o da DESCRIÇÃO. Necessário indagar à própria região sobre sua identidade. Importância da prática de campo, pois se aproxima das manifestações únicas da individualidade de cada região. − Através da região a geografia garante um objeto próprio, um método específico e uma interface particular entre a consideração dos fenômenos físicos e humanos combinados e considerados em suas diferenças locais; − Região: organização diferenciada do espaço − No conceito de região, ou sua manifestação, há o pleno encontro do homem, da cultura com o ambiente, a natureza; a região é a materialidade desta inter-relação, é também a forma localizada das diferentes maneiras pelas quais esta inter- Relação se realiza. (p. 62) − Região produto síntese do encontro entre ciências humanas e da natureza − Geografia tradicional preocupada em só descrever e não fazer uma análise de relações; passa então a ser um meio e não o produto final (p. 63) − Regiões homogêneas e regiões polarizadas ou funcionais −
Geograficidade, urbanidades rurais e campesinidade: uma análise do modo de vida dos moradores da comunidade de Santa Maria de Vila Amazônia (Parintins/AM)
Quem tem direito à Natureza no Sul Global?: o viver dos povos e comunidades tradicionais em Unidades de Proteção Integral a partir das teorias decoloniais