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Conectivismo etc e tal

Alice Maria Costa1

Conectivismo e o estudo do cotidiano escolar e social no século XXI implicam a


resignificação dos processos de ensino e aprendizagem mediados pelas hipermídias que
significa "a integração sem suturas de dados, textos, imagens de todas as espécies e sons
dentro de um único ambiente de informação digital (FELDMAN, 1995 apud
SANTAELLA, 2008:48)." Neste sentido, uma investigação sobre conectivismo implica
o estudo do cotidiano social em seus arranjos ciberculturais no pós modernismo. E ainda
em dialogar com educadores que de forma emergente, devido a sua formação humana
ter sido determinada pelas tecnologias de sua época, ou seja, por sua condição de
imigrante digital precisam co-criar situações de aprendizagem que utilizem o potencial
destas tecnologias digitais.
Pensando nesta problemática da aprendizagem com/no/em ambientes online
iniciei uma conversa sobre como Pesquisar nos/dos/com os cotidianos das escolas
(ALVES, 2008) implica em vivenciar situações de aprendizagem na minha relação com
o outro. Segundo (DOWNES & SIEMENS, 2008), "at its heart, connectivism is the
thesis that knowledge is distributed across a network of connections, and therefore that
learning consist of the ability to construct and traverse those networks". Para tal, as
ideias conexionistas que surgiram na década de 1940 trouxeram o sentido que múltiplos
elementos associados de forma totalmente aleatória passam qualificar as sinapses
(conexões) que nos fazem imergir num oceano espontâneo e efêmero (SANTAELLA,
2008; PESCE: 2004; FERRAÇO, 2008). Neste contexto, posso afirmar que a
construção do conhecimento pode ser entendida, sobretudo como um ato social em
contraponto com a aprendizagem cartesiana de acordo com os estudos realizados por
Brown & Adler (2007).
Para a pesquisadora Santaella (2004:34) a capacidade humana de pensar e de se
relacionar no pós modernismo sofreu total influência da forma e mobilidade de contato
com a linguagem externa (verbal escrita, verbal imagética, audiovisual etc)
conseguintemente ocorreram mudanças substanciais nas relações sociais e profissionais,
assim como modificou a nossa "sensibilidade corporal, física e mental", cabe elucidar
que tal processo tem relação direta com o repertório das 'tecnologias mudas', em
referência ao conhecimento que aprendemos, devido ao uso constante sem o
determinismo do momento e do lugar, a exemplo da linguagem. Estas alterações das
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Participante voluntária do Grupo de Pesquisa Docência na Cibercultura - GPDOC.
estruturas cerebrais, integração explícita de ideias e de conceitos (e da relação entre
estes) e a ligação à realidade social externa são algumas das ideias centrais da teoria do
conectivismo, segundo
Para referenciar as modificações ocorridas desde a Idade Média aos dias atuais
Santaella (2004) diferencia três tipos de leitores:
[...] o leitor contemplativo, meditativo da idade pré-industrial,
o leitor da era do livro impresso e da imagem expositiva, fixa. Esse
tipo de leitor nasce no Renascimento e perdura hegemonicamente até
meados do século XIX. O segundo é o leitor do mundo em
movimento, dinâmico, mundo híbrido, de misturas sígnicas, um leitor
que é filho da Revolução Industrial e do aparecimento dos grandes
centros urbanos: o homem na multidão. Esse leitor, que nasce com a
explosão do jornal e com o universo reprodutivo da fotografia e do
cinema, atravessa não só a era industrial, mas mantém suas
características básicas quando se dá o advento da revolução eletrônica,
era do apogeu da televisão. O terceiro tipo de leitor é aquele que
começa a emergir nos novos espaços incorpóreos da virtualidade
(SANTAELLA, 2004:19).
Com estas associações e modificações contínuas da distribuição e vinculação das
informações pelos softwares sociais, o conceito de rede social assume uma nova
potência, o conhecimento vem sendo apreendido num tempo-espaço alternativo a
escola, de forma contínua e não linear, as aprendizagens se dão colaborativa e
cooperativamente, este fato nos remete a zona de desenvolvimento proximal (ZPD)
(VYGOTSKY, 1994) que mantêm as trocas de informações mais significativas
delegando o conhecimento secundário a "half-life of knowledge", ao intervalo de tempo
necessário que o torna obsoleto. Este movimento de partilha tempestiva nos leva a uma
desordem entrópica (PRIGOGINE, 1994 apud FERRAÇO, 2008) propicia a
reestruturação básica das teorias de aprendizagem que não satisfazem as novas
condições da aprendizagem mediadas por computadores conectados à internet e dos
usos dos softwares sociais.
Agora, convido a você meu interlocutor a refletir comigo uma pedagogia para
além das aprendizagens por experiência (STEPHENSON, não datado) e da pedagogia
da auto-organização (ROCHA, 1998; BALANDIER, 1996), onde pessoas e instituições
estão conectadas. Siemens (2005:4) diz que "connectivism is the integration of
principles explored by chaos, network, and complexity and self-organization theories."
Acrescenta os princípios do conectivismo:
 Learning and knowledge rests in diversity of opinions.
 Learning is a process of connecting specialized nodes
or information sources.
 Learning may reside in non-human appliances.
 Capacity to know more is more critical than what is
currently known
 Nurturing and maintaining connections is needed to
facilitate continual learning.
 Ability to see connections between fields, ideas, and
concepts is a core skill.
 Currency (accurate, up-to-date knowledge) is the intent
of all connectivist learning activities.
 Decision-making is itself a learning process. Choosing
what to learn and the meaning of incoming information is seen
through the lens of a shifting reality. While there is a right answer
now, it may be wrong tomorrow due to alterations in the
information climate affecting the decision (SIEMENS, 2005:5).
Como pensar num trabalho pedagógico conectado a estes princípios e noções do
conectivismo?

Referências:

FERRAÇO, Carlos Eduardo. Currículos e conhecimentos em redes: as artes de dizer e


escrever sobre a arte de fazer. In: ALVES, Nilda. GARCIA, Regina Leite. O Sentido
da Escola. 5ª ed. Petrópolis: DP et Alii, 2008.
PEDRO, Neuza. Connectivism. DE-FCUL, Fundamentos e Metodologias de E-learning
Janeiro, 2009. Disponível em: <http://www.slideshare.net/npedro/conectivismo-
presentation>. Acesso em: 20 mar. 2011.
Santaella, Lúcia. Navegar no ciberespaço: o perfil cognitivo do leitor imersivo. São
Paulo: Paulus, 2004. - (Comunicação).
SIEMENS, George. Connectivism: A Learning Theory for the Digital Age. In:
International Technology Et Distance Learning. Table of Contents – January 2005.
Vol 2. No. 1. Disponível em: <http://itdl.org/journal/jan_05/article01.htm>. Acesso em:
18 jan. 2011.
WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Pós-modernidade. 2011. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%B3s-modernidade#P.C3.B3s-Modernismo. Acesso
em: 20 mar. 2011.

Webfotografia:
COSTA, Alice Maria. Avatar Marie Grafta no Janjii's Dreamland. Disponível em:
Metaverso Second Life. Acesso em: 20 mar. 2011.

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