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CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
TRANSMISSÃO DE CALOR
Atualizado por:
Prof. Ademar Michels
Aluno Msc. Maruí Samuel F. dos Santos
Aluno Grad. Anderson Fávero Porte
Sumário:
1) GENERALIDADES ____________________________________________ 7
1.1) Introdução ________________________________________________ 7
1.2) Regimes de Transmissão de Calor _____________________________ 8
1.3) Formas de Transmissão de Calor ______________________________ 9
1.3.1) Transferência de Calor por Condução _______________________ 9
1.3.2 Transferência de Calor por Convecção ______________________ 15
1.3.3) Transferência de Calor por Radiação ____________________ 16
2) CONDUÇÃO UNIDIMENSIONAL EM REGIME PERMANENTE ________ 18
2.1) Introdução _______________________________________________ 18
2.2) A Parede Plana ___________________________________________ 18
2.3) Isolantes e o Fator R _______________________________________ 20
2.4) Sistemas Radiais – Cilindros ________________________________ 20
2.5) O Coeficiente Global de Transferência de Calor _________________ 22
2.6) Espessura Crítica de Isolamento _____________________________ 23
2.7) Sistemas com Geração de Calor _____________________________ 24
2.7.1) Parede plana com geração de calor _______________________ 25
2.7.2) Cilindro com Geração de Calor ___________________________ 26
2.8) Sistemas com Condução e Convecção – Aletas _________________ 28
2.8.1) Aletas Longas _________________________________________ 30
2.8.2) Aletas com Perda de Calor Desprezível na Ponta _____________ 31
2.8.3) Aletas com Convecção na Ponta __________________________ 32
2.9) Eficiência da Aleta_________________________________________ 33
3 CONDUÇÃO TRANSIENTE E USO DE CARTAS DE TEMPERATURA ___ 36
3.1) Análise Global do Sistema __________________________________ 36
3.2) Condição de Contorno Mista ________________________________ 39
3.3) Placa – Emprego das Cartas de Temperatura Transiente __________ 40
3.3.1) Equações Adimensionais ________________________________ 41
3.3.2) Carta de Temperatura Transiente numa Placa ______________ 43
3.4) Cilindro Longo e Esfera – Emprego das cartas de temperaturas
transientes __________________________________________________ 45
3.4.1) Carta de Temperaturas Transientes num Cilindro Longo _______ 45
3.4.2) Carta de Temperaturas Transientes numa Esfera _____________ 47
4) CONVECÇÃO – CONCEITOS E RELAÇÕES BÁSICAS ______________ 50
4.1) Escoamento Sobre um Corpo ________________________________ 51
4.1.1) Camada Limite Cinética _________________________________ 51
4.1.2) Coeficiente de Arraste e Força de Arraste ___________________ 53
4.1.3) Camada Limite Térmica _________________________________ 54
4.1.4) Coeficiente de Transferência de Calor ______________________ 55
4.1.5) Relação entre cx e h(x) __________________________________ 56
4.2) Escoamento no Interior de um Duto ___________________________ 57
4.2.1) Camada Limite Cinética _________________________________ 57
4.2.2) Fator de Atrito e Perda de Carga __________________________ 58
4.2.3) Camada Limite Térmica _________________________________ 60
4.2.4) Coeficiente de Transferência de Calor ______________________ 61
4.3) Parâmetros Adimensionais __________________________________ 63
Apostila de Transmissão de Calor 4
1) GENERALIDADES
1.1) INTRODUÇÃO
Sempre que um corpo está a uma temperatura maior que a de outro ou,
inclusive, no mesmo corpo existam temperaturas diferentes, ocorre uma cessão de
energia da região de temperatura mais elevada para a mais baixa, e a esse fenômeno
dá-se o nome de transmissão de calor.
O objetivo de presente curso é estudar as leis e os princípios que regem a
transmissão de calor, bem como suas aplicações, visto que é de fundamental
importância, para diferentes ramos de Engenharia, o domínio dessa área de
conhecimento. Assim como o Engenheiro Mecânico enfrente problemas de refrigeração
de motores, de ventilação, ar condicionado etc., o Engenheiro Metalúrgico não pode
dispensar a transmissão de calor nos problemas relacionados a processos
pirometalúrgicos ou hidrometalúrgicos, ou nos projetos de fornos ou de regeneradores.
Em nível idêntico, o Engenheiro Químico ou Nuclear necessita da mesma ciência
em estudos sobre evaporação, condensação ou em trabalhos de refinaria e reatores,
enquanto o Eletricista a utiliza no cálculo de transformadores e geradores e o
Engenheiro Naval aplica em profundidade a transmissão de calor em caldeiras,
máquinas térmicas, etc. Até mesmo o Engenheiro Civil e o arquiteto, especialmente em
países frios, sentem a importância de, em seus projetos, preverem tubulações interiores
nas alvenarias das edificações, objetivando o escoamento de fluidos quentes, capazes
de permitirem conforto maior mediante aquecimento ambiental.
Esses são, apenas, alguns exemplos, entre as mais diversas aplicações que a
Transmissão de Calor propicia no desempenho profissional da Engenharia.
Conforme se verá no desenvolvimento da matéria, é indispensável aplicar
recursos de Matemática e de Mecânica dos Fluidos em muitas ocasiões, bem como se
perceberá a ligação e a diferença entre Transmissão de calor e Termodinâmica..
A Termodinâmica relaciona o calor com outras formas de energia e trabalha com
sistemas em equilíbrio, enquanto a Transmissão de calor preocupa-se com o
mecanismo, a duração e as condições necessárias para que o citado sistema atinja o
equilíbrio.
É evidente que os processos de Transmissão de Calor respeitem a primeira e a
segunda Lei da Termodinâmica, mas, nem por isto, pode-se esperar que os conceitos
básicos da Transmissão de calor possam simplesmente originar-se das leis
fundamentais da Termodinâmica.
Evidente também é, sem dúvida, que o calor se transmite sempre no sentido da
maior para a menor temperatura, e só haverá transmissão de calor se houver diferença
de temperatura, da mesma forma que a corrente elétrica transita do maior para o menor
potencial e só haverá passagem de corrente elétrica se houver uma diferença de
potencial; percebe-se, de início, sensível analogia entre os fenômenos térmico e
elétrico, o que é absolutamente correto, pois que, de fato, o fenômeno é de transporte e
pode ser, inclusive, estudado de forma global, como calor, eletricidade, massa,
quantidade de movimento, etc., resultando daí a absoluta identidade entre as diferentes
leis que comandam deferentes setores do conhecimento humano.
Apostila de Transmissão de Calor 8
Fig. 1.4
q ∂T
≈
A ∂x
∂T
q = − kA 1-1
∂x
Aposstila de Tra
ansmissão
o de Calor 10
Fig
g. 1-1 Esque
ema mostra
ando a direç
ção do fluxo de calor
Energia conduzida para dentro pela face esquerda + calor gerado no interior do
elemento = variação de energia interna + energia conduzida para fora pela face direita.
Estas quantidades de energia são dadas pelas seguintes expressões:
Energia conduzida para dentro pela face esquerda:
∂T
q x = − kA
∂x
∂T
Variação da energia interna: ∆E = ρcA dx
∂τ
∂T ⎡ ∂T ∂ ⎛ ∂T ⎞ ⎤
q x +dx = − kA ]x +dx = − A ⎢k + ⎜ k ⎟dx ⎥
∂x ⎣ ∂x ∂x ⎝ ∂x ⎠ ⎦
Fig.1.3
dE
q x + q y + q z + q ger = q x +dx + q y +dy + q z +dz +
dτ
∂T
q x = − kdydz
∂x
⎡ ∂T ∂ ⎛ ∂T ⎞ ⎤
q x +dx = − ⎢k + ⎜k ⎟dx ⎥dydz
⎣ ∂x ∂x ⎝ ∂x ⎠ ⎦
∂T
q y = − kdxdz
∂y
⎡ ∂T ∂ ⎛ ∂T ⎞ ⎤
q y+dy = − ⎢k + ⎜⎜ k ⎟⎟dy⎥dxdz
⎣ ∂y ∂y ⎝ ∂y ⎠ ⎦
∂T
q z = − kdxdy
∂z
⎡ ∂T ∂ ⎛ ∂T ⎞ ⎤
q z +dz = − ⎢k + ⎜ k ⎟dz ⎥dxdy
⎣ ∂z ∂z ⎝ ∂z ⎠ ⎦
q ger = q& dxdydz
dE ∂T
= ρcdxdydz
dτ ∂τ
∂ ⎛ ∂T ⎞ ∂ ⎛ ∂T ⎞ ∂ ⎛ ∂T ⎞ ∂T
⎜k ⎟ + ⎜⎜ k ⎟⎟ + ⎜ k ⎟ + q& = ρc 1.3
∂x ⎝ ∂x ⎠ ∂y ⎝ ∂y ⎠ ∂z ⎝ ∂z ⎠ ∂τ
∂ 2T ∂ 2T ∂ 2T q& 1 ∂T
+ + + = 1.4
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2 k α ∂τ
d 2T
=0 1.5
dx 2
∂ 2T q&
+ =0 1.6
∂x 2 k
∂ 2T ∂ 2T
+ =0 1.7
∂x 2 ∂y 2
podem ser usados para gases em temperaturas moderadamente baixas para antecipar
com precisão os valores observados experimentalmente. Em alguns casos existem
teorias para o cálculo da condutividade térmica em líquidos e sólidos, mas em geral
nestas situações os conceitos não são muito claros, permanecendo várias questões em
aberto.
O mecanismo da condução térmica num gás é simples. A energia cinética de
uma molécula é identificada com sua temperatura; assim, numa região de alta
temperatura as moléculas têm velocidades maiores do que numa região de baixa
temperatura. As moléculas estão em movimento contínuo ao acaso, colidindo umas
com as outras e trocando energia e quantidade de movimento.Esta movimentação ao
acaso das moléculas independe da existência de um gradiente de temperatura no gás.
Se uma molécula se movimenta de uma região de alta temperatura para uma de baixa
temperatura, ela transporta energia cinética para esta região de baixa temperatura do
sistema perdendo esta energia através de colisões com moléculas de energia mais
baixa.
Foi dito que a unidade da condutividade térmica é watts por metro por grau
Celsius [W/(m.oC)] no SI. Note que existe uma taxa de calor envolvida, e o valor
numérico da condutividade térmica indica a rapidez com que o calor será transferido
num dado material. Qual é a taxa de transferência de energia levando-se em
consideração o modelo molecular discutido acima? Quanto mais veloz o movimento das
moléculas, mais rapidamente a energia será transportada. Portanto, a condutividade
térmica de um gás deve ser dependente da temperatura. Um tratamento analítico
simplificado mostra que a condutividade térmica de um gás varia com a raiz quadrada
da temperatura absoluta. (Convém lembrar que a velocidade do som em um gás varia
com a raiz quadrada da temperatura absoluta v = kRT ; esta velocidade é
aproximadamente a velociade média das moléculas.)
O mecanismo físico da condução de energia térmica em líquidos é
qualitativamente o mesmo dos gases; entretanto, a situação é consideravelmente mais
complexa, uma vez que o espaçamento das moléculas é menor e os campos de força
molecular exercem uma forte influência na troca de energia no processo de colisão.
A energia térmica pode ser conduzida em sólidos de duas maneiras: vibração da
grade e transporte por elétrons livres. Em bons condutores elétricos um grande número
de elétrons move-se sobre a estrutura do material. Como estes elétrons podem
transportar carga elétrica, podem também conduzir energia de uma região de alta
temperatura para uma região de baixa temperatura, como nos gases. A energia
também pode ser transmitida como energia de vibração na estrutura do material.
Entretanto, este último modo de transferência de energia não é tão efetivo quanto o
transporte por elétrons, sendo esta a razão pela qual bons condutores elétricos são
quase sempre bons condutores de calor, como por exemplo o cobre, o alumínio e a
prata, e isolantes elétricos geralmente são bons isolantes térmicos.
Um problema técnico importante é o armazenamento e o transporte, por longos
períodos, de líquidos criogênicos como o hidrogênio líquido. Tais aplicações causaram
o desenvolvimento de superisolantes para serem usados em temperaturas mais baixas
(até aproximadamente –250oC). O superisolamento mais efetivo é constituído de
múltiplas camadas de materiais altamente refletivos separados por espaçadores
Apostila de Transmissão de Calor 15
isolantes. O sistema é evacuado para minimizar as perdas pela condução no ar, sendo
possível atingir condutividades térmicas tão baixas quanto 0,3 mW/(m.oC).
É sabido que uma placa de metal aquecida irá se resfriar mais rapidamente
quando colocada em frente ao ventilador do que exposta ao ar parado. Este processo é
chamado de transferência de calor por convecção. O termo convecção fornece ao leitor
uma noção intuitiva em relação ao processo de transferência de calor; entretanto, esta
noção intuitiva deve ser ampliada para que se possa conseguir um tratamento analítico
adequado do problema. Por exemplo, sabemos que a velocidade do ar sobre a placa
aquecida influencia a taxa de transferência de calor. Mas esta influência sobre o
resfriamento será linear, ou seja, dobrando-se a velocidade do ar estaremos dobrando
a taxa de calor transferido? Devemos supor que a taxa de transferência de calor será
diferente se a placa for resfriada com água em vez de ar. Porém de quanto será essa
diferença? Estas questões podem ser respondidas com o auxílio de algumas análises
básicas a serem apresentadas nos próximos capítulos. Agora, o mecanismo físico da
transferência de calor por convecção será esquematizado e mostrada a sua relação
com o processo de condução.
Considere a placa aquecida mostrada na fig 1.5. A temperatura da placa é Tp, e a
temperatura do fluido é T∞. Nesta está representado o comportamento da velocidade do
escoamento, que se reduz a zero na superfície da placa como resultado da ação
viscosa. Como a velocidade da camada de fluido junto à parede é zero, o calor deve ser
transferido somente por condução neste ponto. Assim devemos calcular o calor
transferido, usando a Eq. 1-1, com a condutividade térmica do fluido e o gradiente de
temperatura junto à parede. Por que, então, se o calor é transferido por condução nesta
camada, falamos em transferência de calor por convecção e precisamos considerar a
velocidade do fluido? A resposta é que o gradiente de temperatura depende da razão
na qual o calor é removido; uma velocidade alta produz um gradiente elevado de
temperatura, e assim por diante. Portanto, o gradiente de temperatura junto à parede
depende do campo de velocidade; conseqüentemente, em análises posteriores,
desenvolveremos uma expressão que relaciona essas duas quantidades. Deve ser
lembrado, entretanto, que o mecanismo de transferência de calor na parede é um
processo de condução.
O efeito global da convecção pode ser expresso através da lei de Newton do
resfriamento
2.1) INTRODUÇÃO
Inicialmente considere a parede plana onde pode ser feita uma aplicação direta
da lei de Fourier (Eq. 1-1). Da integração resulta
q=−
kA
(T2 − T1 ) 2-1
∆x
q=−
ko A ⎡
∆x ⎣ ⎢ ( )
(T2 − T1 ) + β T2 2 − T12 ⎤⎥ 2.2
2 ⎦
T2 − T1 T − T2 T − T3
q = −k A A = −k B A 3 = −k c A 4
∆x A ∆x B ∆x c
Observe que o fluxo de calor deve ser o mesmo através de todas as seções.
Resolvendo estas equações simultaneamente, o fluxo de calor é dado por
T1 − T4
q= 2-3
∆x A / k A A + ∆x B / k B A + ∆ x C / k c A
Apos
stila de Tra
ansmissão
o de Calor 19
Aqui é convenient
c te introduz
zir um pontto de vista conceituaal diferente
e para a lei de
Fourrier. A tax
xa de tran nsferência de calor pode ser considera ada como um fluxo o, a
combinação da d condutiv vidade térrmica, esppessura do o material, e a área a como umau
resis
stência a e
este fluxo. A temperaatura, e a função
f potencial, ou motora, pa ara este flu
uxo
de calor,
c e a equação de e Fourier pode ser esscrita
Differença de potencial
p
Fluxo dee calor = 2-4
R
Resistência elétrica
e
ação seme
que é uma rela elhante à le
ei de Ohm na teoria de
d circuitos
s elétricos.
F 2-1 Tran
Fig. nsferência de
d calor unid
dimensionall através de uma parede
e composta
a e analogia
elétrrica
F 2-2 Tran
Fig. nsferência de
d calor em série
s e em p
paralelo atra
avés de uma
a parede composta e a
analogia elétrica.
Apostila de Transmissão de Calor 20
Na Eq. 2-1 a resistência a resistência térmica é ∆x/kA, e na Eq. 2.3 á soma dos
três termos do denominador. Esta situação é esperada na Eq. 2.3 porque as três
paredes lado a lado agem como três resistências térmicas em série.
A analogia elétrica pode ser empregada para resolver problemas mais
complexos envolvendo resistências térmicas em série e em paralelo. Um problema
típico e o seu circuito análogo estão mostrados na Fig. 2-2. A equação do fluxo de calor
unidimensional para este tipo de problema pode ser escrita
∆Ttotal
q= 2-5
∑Rt
onde Rt são as resistências térmicas dos vários materiais.
É interessante mencionar que em alguns sistemas como o da Fig. 2-2 pode
resultar um fluxo de calor bidimensional se as condutividades térmicas dos materiais B,
C e D forem muito diferentes. Nesses casos outras técnicas devem ser empregadas
para a obtenção de uma solução.
∆T
R= 2-6
q A
Observe que isto difere do conceito de resistência térmica discutido acima, pois aqui é
usado um fluxo de calor por unidade de área.
Considere um cilindro longo de raio interno ri, raio externo re, e comprimento L,
tal como mostrado na Fig. 2-3. Este cilindro é submetido a um diferencial de
temperatura(Ti – Te) e deseja-se saber qual será o fluxo de calor. Pode-se considerar
que o fluxo é transmitido na direção radial e assim a única coordenada espacial que
deve ser especificada é r.
Apostila de Transmissão de Calor 21
Fig. 2-3 Fluxo de calor unidimensional através de uma parede cilíndrica e a analogia elétrica
Fig. 2.4 Fluxo de calor unidimensional através de seções cilíndricas múltiplas e a analogia elétrica
Mais uma vez é usada a lei de Fourier, inserindo-se a relação de áreas apropriadas. A
área para o fluxo de calor em sistemas cilíndricos é
Ar = 2πrL
E, portanto a lei de Fourier fica
dT
q r = − kA r
dr
ou
dT
q r = −2 πkrL 2-7
dr
com as condições de contorno
T =Ti em r = ri
T = Te em r = re
e a resistência térmica pode ser usado para paredes cilíndricas compostas, da mesma
maneira que para paredes planas. Para o sistema de três camadas mostrado na Fig. 2-
4 a solução é
Apostila de Transmissão de Calor 22
2πL(T1 − T4 )
q= 2-9
ln (r2 r1 ) k A + ln (r3 r2 ) k B + ln (r4 r3 ) k C
4 πk (Ti − Te )
q= 2-10
1 ri − 1 re
T A − TB
q= 2.11
1 h1 A + ∆x kA + 1 h2 A
q = UA∆Ttotal 2.12
Apostila de Transmissão de Calor 23
onde A é uma área adequada para a transferência de calor. De acorda com a Eq. 2.11,
o coeficiente global de transferência de calor é
1
U=
1 h1 + ∆x k + 1 h2
A analogia elétrica para um cilindro oco, que troca calor por convecção interna e
externamente, está representada na Fig. 2-6, onde TA e TB são as temperaturas dos
fluidos.
Fig. 2-6 Analogia elétrica para um cilindro oco com troca de calor por convecção nas superfícies
interna e externa
Observe que a área para convecção não é a mesma para os dois fluidos neste
caso. Estas áreas dependem do diâmetro interno do tubo e da espessura da parede.
Neste caso, o fluxo total de calor é dado por
T A − TB
q= 2.13
1 ln(re ri ) 1
+ +
hi Ai 2πkL he Ae
1
Ui = 2-14
1 Ai ln(re ri ) Ai 1
+ +
hi 2πkL Ae he
1
Ue = 2-15
Ae 1 Ae ln re ri
+
(+
1 )
Ai hi 2πkL he
em Ti, e a superfície externa troca calor com o ambiente a T∞. Do circuito térmico, o
calor transferido vale
2πL(Ti − T∞ )
q= 2-16
ln(re ri ) 1
+
k re h
⎛ 1 1 ⎞
− 2πL(Ti − T∞ )⎜⎜ − 2 ⎟⎟
dq
=0= ⎝ kre hre ⎠
⎡ ln (re ri ) 1 ⎤
2
dr
⎢ + ⎥
⎣ k re h ⎦
reagentes. Nossa discussão aqui ficará limitada aos sistemas unidimensionais ou, mais
especificamente, sistemas onde a temperatura é função única de uma variável espacial.
d 2T q&
+ =0 2-18
dx 2 k
T = Tp em x = .L 2-19
Como a temperatura deve ser a mesma nos dois lados da parede, C1 deve ser
zero. A temperatura do plano médio é denotado por To; da Eq 2-20
To = C 2
q& 2
T − To = − x 2-21ª
2k
T − To ⎛ x ⎞
2
=⎜ ⎟ 2-21b
T p − To ⎝ L ⎠
que é uma distribuição parabólica. Uma expressão para a temperatura do plano médio
To pode ser obtida através de um balanço de energia. Em regime permanente, o calor
total gerado deve ser igual ao calor perdido pelas duas faces. Assim,
⎛ dT ⎤ ⎞
2⎜⎜ − kA ⎥ ⎟⎟ = q&A2 L
⎝ dx ⎦ x = L ⎠
Apostila de Transmissão de Calor 26
⎛ 2 x ⎞⎤
dT ⎤
= (T − T )⎜ ⎟ ⎥ = (T − T ) 2
dx ⎥⎦ x = L
p o p o
⎝ L ⎠⎦ x = L
2
L
− k (T p − To )
2
Então = q&L
L
q&L2
e To = + Tp 2-22
2k
Fig 2-8 Esquema ilustrativo do problema da condução unidimensional com geração de calor
d 2T 1 dT q&
+ + =0 2-23
dr 2 r dr k
dT ⎤
q& πR 2 L = − k 2πRL
dr ⎥⎦ r = R
Entretanto, não será necessário usar esta condição, pois isto será verificado
automaticamente quando as duas condições de contorno forem satisfeitas.
A Eq. 2-23 pode ser escrita
d 2T dT − q&r
r 2 + =
dr dr k
sendo que
d 2T dT d ⎛ dT ⎞
r + = ⎜r ⎟
dr 2
dr dr ⎝ dr ⎠
dT ⎤ − q&R − q& R C1
⎥ = = +
dr ⎦ r = R 2k 2k R
e, portanto C1 = 0
= 1− ⎜ ⎟
To − T p ⎝R⎠
q&R 2
To = + Tp
4k
Energia entrando pela face esquerda = energia saindo pela face direita
+ energia perdida por convecção
A equação que define o coeficiente de calor por convecção é
onde a área nesta equação é a área da superfície que troca calor por convecção. Seja
A a área transversal da aleta e P o seu perímetro.
Portanto, as quantidades de energia são
dT
Energia entrando pela face esquerda: q x = − kA
dx
dT ⎤ ⎛ dT d 2T ⎞
Energia saindo pela face direita q x + dx = − kA = − kA⎜⎜ + 2 dx ⎟⎟
dx ⎥⎦ x + dx ⎝ dx dx ⎠
d 2θ ( x )
2
− m 2θ ( x ) = 0 2.30
dx
onde
m2 = hP/(Ak) θ(x) = T(x) - T∞
A solução dada pelas Eq. 2.32 é mais conveniente para analisar aletas de comprimento
finito.
A distribuição de temperatura θ(x) numa aleta com seção reta uniforme pode ser
determinada a partir da Eq. 2.31 ou da Eq. 2.32, se as constantes de integração C1 e C2
forem determinadas pelas duas condições de contorno do problema, uma na base da
aleta e a outra no topo da aleta. Ordinariamente, a temperatura na base x= 0 é
conhecida, isto é
θ(0) = To - T∞ = θ o 2.33
Caso 3 A aleta tem comprimento finito e perde calor por convecção pela sua
extremidade.
d 2θ ( x )
2
− m 2θ ( x ) = 0 em x > 0 2.34a
dx
θ(x) = To - T∞ ≡ θo em x = 0 2.34b
θ(x) → 0 em x → ∞ 2.34c
θ ( x ) T ( x ) − T∞
= = e −mx 2.36
θo To − T∞
Apostila de Transmissão de Calor 31
dθ ( x ) ⎤
Q = − Ak 2.37
dx ⎥⎦ x = 0
θ(x) = To - T∞ ≡ θo em x = 0 2.39b
dθ ( x )
=0 em x = L 2.39c
dx
A razão desta escolha está em que a solução 2.40 tem uma forma na qual uma
das constantes de integração é imediatamente eliminada pela aplicação de uma das
condições de contorno. De fato, a condição de contorno (2.39c) exige que C2 = 0;
então, a aplicação da condição de contorno (2.39b) dá C1 = θo/cosh mL, e a solução se
torna
Apostila de Transmissão de Calor 32
θ ( x ) T ( x ) − T∞ cosh m( L − x )
= = 2.41
θo To − T∞ cosh ml
d 2θ ( x )
− m 2θ ( x ) = 0 em 0 ≤ x ≤ L 2.43ª
dx 2
θ(x) = To - T∞ ≡ θo em x = 0 2.43b
dθ ( x )
k + heθ ( x ) = 0 em x = L 2.43c
dx
e -k C2m + he C1 = 0 2.45b
A taxa do fluxo de calor através da aleta é obtida quando introduzimos este resultado
na Eq. 2.37. Então, vem
Apostila de Transmissão de Calor 33
Qaleta
η= 2.48
Qideal
Onde a = área total de transferência de calor (isto é, superfícies das aletas + superfície
lisa)
af = área de transferência de calor das aletas.
A equação pode ser escrita mais compactamente como
3 CONDU
UÇÃO TRANS
SIENTE E US
SO DE
E CAR
RTAS DE
D
MPERA
TEM ATURA
Se a te
emperatura a da face de um co orpo sólido o for alterrada repen ntinamentee, a
temp peratura noo interior do
d sólido principia
p a variar
v com
m o tempo. Passa-se algum tem mpo
ante
es que seja a atingida a distribuição de tem mperatura estacioná ária. A dete
erminação da
distrribuição de
e temperatu ura é assuunto complicado, pois s a temperratura variaa tanto com
ma
posiç ção como com o tem mpo. Em muitas
m aplic
cações prá áticas, a variação da a temperattura
com a posição o é despre ezível duraante o esttado transiente e, po or isso, co
onsidera-see a
temp peratura fu
unção excllusiva do tempo.
t A análise
a daa transferência de ca alor com esta
e
hipótese é a análise gllobal do sistema;
s poor ser a temperatur
t ra função exclusiva do
temp po, a análiise é muito o simples. Por isso, neste cap pítulo, princcipiamos com
c a análise
global de cond dução trans siente de calor.
c
O emprrego de ca artas de teemperatura a é ilustra
ado para re esolver a condução de
calor transientte, simple es, numa placa, num cilindro o ou numa a esfera, nas quais s a
temp aria com o tempo e com
peratura va c a posição.
Conside
ere um só ólido de foorma arbittrária, volu
ume V, área superfficial total A,
cond dutividade térmica k,, densidade ρ, calor específico o cp, a umaa temperatura uniforrme
To, que
q é repe entinamentte imerso, no instantte t = 0, eme um fluid o e mantido a
do agitado
uma a temperattura uniforme T∞. A fig. 3-1 illustra o siistema da transferên ncia de caalor
cons siderado. A transferência de calor en ntre o sólido e o líquido se e realiza por
conv vecção, co om um coeficiente
c e de trans sferência de calor h. Admite-se que e a
distrribuição de
e temperatu ura dentroo do sólido,, em qualq
quer instan
nte seja suficienteme
ente
unifoorme, de tal modo que a te emperaturaa de sólido pode se er consideerada funçção
exclu usiva do ttempo, istoo é, T(t). A equação o de enerrgia na tra a de calor no
ansferência
sólid
do pode se er escrita co
omo
Fig.3.1 No
omenclatura
a da análise
e global do sistema
s dura
ante o fluxo
o transiente de calor
Apostila de Transmissão de Calor 37
θ(t)≡ T(t) - T∞
e θ(t) = To - T∞ ≡ θo em t = 0
onde definimos
Ah
m≡ 3.4
ρc pV
A Eq. 3-3 é uma equação diferencial ordinária na temperatura θ(t), cuja solução geral é
dada por
θ(t) = C e-mt 3.5
θ (t ) T (t ) − T∞
= = e − mt 3.6
θo To − T∞
coefficiente de
e transferência de calor provo ocam o auumento de e m. Aume
entando-se
e a
denssidade, o ccalor espec
cífico, ou o volume, haverá
h dim
minuição de
e m.
V
Ls = 3.7
A
e o número
n de
e Biot, Bi, como
c
hLs
Bi = 3.8
k
hLs
Bi = ≤ 0,1 3.9
ks
3.2) CONDIÇÃ
ÃO DE CO
ONTORNO MISTA
Na disc
cussão prrecedente,, considerramos um ma situaçã ão em qu ue todas as
frontteiras da região esttavam suje eitas a coonvecção. Este méto odo també ém se aplica
quanndo parte dad fronteirra está suje
eita a convvecção e o restante está sujeitto a um ce erto
fluxo
o de calor, como vam mos ilustrarr agora.
ere uma pllaca de es
Conside spessura L L, inicialme
ente a uma a temperattura uniforrme
To. Em qualqu uer instannte t > 0, fornece-se e calor à placa atra avés de uma
u de su uas
supe m uma constante de
erfícies com e q (W/m2)), enquanto o se dissip
pa calor po
or convecç ção
pela outra su uperfície, para um ambiente com tem mperatura uniforme T∞ com um
coefficiente de transferênncia de calor h. A fig. 3.3 mostrra a geometria e as condições de
conttorno do prroblema.
Fig. 3.3 N
Nomenclaturra para anállise global do
d fluxo tran
nsiente de c
calor em uma placa.
dT (t )
A [T∞ − T (t ))] = ρc p AL
Aq + Ah
dt
dT (t )
q + h[T∞ − T (t )] = ρc p L em t > 0 3-1
10a
dt
com a condiçã
ão inicial
T(t) = To em t = 0 3-1
10b
Para
a conveniê
ência na an
nálise, defin
nimos uma mperatura θ(t)
a nova tem
θ(t) = T(t)
T - T∞
Dess
sa forma, as
a Eqs. = 3.10
3 são escritas
e
dθ ( t )
+ mθ ( t ) = Q em t > 0 3-1
11a
dt
θ(t) = To - T∞ ≡ θo em t = 0 3-1
11b
onde
e definimos
s
h q
m≡ e Q≡
ρc p L ρc p L
Apostila de Transmissão de Calor 40
Q
θp = 3-13
m
Q
θ (t ) = Ce −mt + 3-14
m
(a) (b)
Fig. 3.4 Geometria, coordenadas e condições de contorno da condução de calor transiente em
uma placa.
∂ 2T 1 ∂T
= em 0 < x < L, e t > 0 3.18a
∂x 2 α ∂t
∂T
=0 em x = 0, e t > 0 3.18b
∂x
∂T
k + hT = hT∞ em x = L, e t > 0 3.18c
∂x
T = Ti em t = 0, e 0 ≤ x ≤ L 3.18d
O problema da condução transiente de calor, dado pelas Eqs. 3.18, pode ser
expresso em forma adimensional introduzindo-se as seguintes variáveis adimensionais:
T ( x, t ) − T∞
θ= = temperatura adimensional 3.19a
Ti − T∞
Apostila de Transmissão de Calor 42
x
X = = coordenada adimensional 3.19b
L
hL
Bi = = número de Biot 3.19c
k
αt
τ = 2 = tempo adimensional, ou número de Fourier 3.19d
L
Desta forma, o problema da condução de calor dado pelas Eqs 3.19 se transforma em
∂ 2θ ∂θ
= em 0 < X < 1, e τ > 0 3.20a
∂X 2 ∂τ
∂θ
=0 em X = 0, e τ > 0 3.20b
∂X
∂θ
+ Biθ = 0 em X = 1, e τ > 0 3.20c
∂X
θ=1 em 0≤ X ≤ 1, e τ = 0 3.20d
x, t, L, k, α, h, Ti, T∞
X, Bi, e τ
para
a que a aná
álise globa
al do sistem
ma fosse aplicável.
Fig
g. 3.5 Carta d
de temperatturas transie
entes numa placa de esspessura 2LL sujeita a co
onvecção em
ammbas as face es. (a) Temp
peratura To no plano ce
entral x=0; (b
b) correção de posiçãoo para utiliza
ar
com a pa
arte (a).
A Fig.3.6
F Moostra o calor
c adimmensional transferido Q/Qo e em funçãoo do tem mpo
adim
mensional, em vários valores doo número de
d Biot, nu
uma placa de espesssura 2L. Aq
qui,
epresenta a quantid
Q re dade total de energgia perdidaa pela pla
aca até ce
erto tempoo t,
dura
ante a trans
sferência de
d calor. A quantidad
de Qo, defin
nida como
repre
esenta a energia
e inte
erna inicial da placa na
n tempera
atura ambiente.
3.4) CILINDRO
O LONGO E ESFER
RA – EMPR
REGO DAS
S CARTAS
S DE
TEMMPERATUR RAS TRAN
NSIENTESS
A distrib
buição das s temperaaturas adim mensionaiss transienttes e os resultados
r da
sferência d
trans de calor, semelhante
s es aos que e estão naas Figs 3.5
5 e 3.6, tam
mbém poddem
ser calculados
c nos casos s de um cillindro longo e no de uma esferra.
3.4.1
1) Carta de
e Tempera
aturas Tra
ansientes num Cilin
ndro Longo
1 ∂ ⎛ ∂θ ⎞ ∂θ
⎜R = em 0 < R < 1, e τ > 0 3.2
23a
R ∂R ⎝ ∂R ⎠ ∂τ
∂θ
=0 em R = 0, e τ > 1 3.2
23b
∂R
∂θ
+ Biθ = 0 em R = 1, e τ > 0 3.2
23c
∂R
θ=1 m 0 ≤ R ≤ 1,
em 1 eτ=0 3.2
23d
Apostila de Transmissão de Calor 46
hb
Bi = = número de Biot 3.24a
k
αt
τ = 2 = tempo adimensional, ou número de Fourier 3.24b
b
T (r , t ) − T∞
θ= = temperatura adimensional 3.24c
Ti − T∞
r
R= = coordenada radial adimensional 3.24d
b
Fig. 3.7 Carta de temperaturas transientes num cilindro maciço longo, de raio r=b sujeito a
convecção na superfície r=b. (a) Temperatura To no eixo do cilindro; (b) correção de posição para
utilizar com a parte (a).
Fig. 3.8 Calor adimensional transferido Q/Qo num cilindro longo de raio b
1 ∂ ⎛ 2 ∂θ ⎞ ∂θ
⎜R ⎟= em 0 < R < 1, e τ > 0 3.24ª
R 2 ∂R ⎝ ∂R ⎠ ∂τ
∂θ
=0 em R = 0, e τ > 0 3.24b
∂R
∂θ
+ Biθ = 0 em R = 1, e τ > 0 3.24c
∂R
Fig. 3.9 Carta de temperaturas transientes numa esfera maciça, de raio r=b sujeito a convecção na
superfície r=b. (a) Temperatura To no centro da esfera; (b) correção de posição para empregar
com a parte (a).
A Fig. 3.10 mostra o calor adimensional Q/Qo em função do tempo adimensional com
diferentes valores do número de Biot. Aqui, Q e Qo são definidos como previamente.
Apostila de Transmissão de Calor 49
Até aqui consideramos a transferência condutiva de calor nos sólidos, nos quais
não há movimento do meio. Nos problemas de condução, a convecção participou na
análise, simplesmente como condição de contorno, na forma de um coeficiente de
transferência de calor.
Nosso objetivo, neste e nos capítulos seguintes a respeito da convecção, é
estabelecer as bases físicas e matemáticas para a compreensão do transporte
convectivo de calor e revelar as várias correlações na transferência de calor.
Nas aplicações de engenharia, há interesse na perda de carga e na força de
arraste associadas ao escoamento dentro de dutos ou sobre corpos. Por isso, são
apresentadas as correlações apropriadas para prever a queda de pressão e força de
arraste num escoamento.
A análise da convecção é complicada, pois o movimento do fluido afeta a perda
de carga, a força de arraste e a transferência de calor. Para determinar a força de
arraste, ou a perda de carga, deve ser conhecido o campo de velocidades nas
vizinhanças imediatas da superfície. Para determinar a transferência convectiva de
calor também se precisa da distribuição de velocidades no escoamento do fluido,
porque a velocidade participa da equação da energia; a solução da equação da energia
determina a distribuição de temperaturas no campo do escoamento.
A literatura a respeito da transferência convectiva de calor é superabundante e
está sempre crescendo. Nestes últimos anos, com a disponibilidade de computadores
digitais rápidos e de elevada capacidade, têm-se feito notáveis progressos na análise,
com grandes detalhes, de problemas muito complicados de transferência de calor. Não
obstante, um grande número de problemas de engenharia mais simples pode ser
resolvido com o emprego de correlações padrões de transferência de calor. Por isso,
vamos focalizar nossa atenção sobre esses casos. Para atingir este objetivo,
apresentaremos neste capítulo uma visão coerente da convecção, a fim de propiciar
uma base firme para aplicações. Serão discutidos os conceitos básicos associados ao
escoamento sobre um corpo, ao escoamento dentro de um duto e à turbulência.
Ilustraremos também o papel da distribuição de temperaturas e o da distribuição de
velocidades, num escoamento, sobre a transferência de calor e a força de arraste.
As distribuições de velocidades e de temperaturas no escoamento são
determinadas a partir da solução das equações do movimento e da energia. Por isso,
estas equações são apresentadas no caso de um escoamento bidimensional, de um
fluido com propriedades constantes, incompressível, nos sistemas de coordenadas
cartesianas e cilíndricas. A simplificação destas equações é ilustrada a fim de se
obterem as equações que governam a análise dos problemas mais simples de
transferência de calor.
Finalmente, discute-se o significado físico dos parâmetros adimensionais e
apresentam-se as equações das camadas limites.
Apos
stila de Tra
ansmissão
o de Calor 51
4.1) ESCOAMENTO SO
OBRE UM CORPO
C
4.1.1
1) Camada
a Limite Cinética
C
A camada limite começa na borda frontal (isto é, em x =0) da placa como uma
camada limite laminar, na qual o escoamento permanece ordenado e as partículas do
fluído se movem ao longo das linhas de corrente. Este movimento ordenado continua
ao longo da placa até que se atinge uma distância crítica, ou o número de Reynolds
alcance um valor crítico. Depois de este número de Reynolds crítico ser atingido, os
pequenos distúrbios no escoamento começam a ser amplificados, e flutuações no fluído
começam a se desenvolver, o que caracteriza o final da camada limite laminar e o início
da transição para a camada limite turbulenta. No escoamento sobre uma placa plana, o
número de Reynolds crítico, no qual acontece a transição do escoamento laminar para
o turbulento, é geralmente tomado, na maior parte das finalidades analíticas, como
u∞ x
Re x ≡ ≅ 5 x105 (4.2)
v
∂u ( x, y )
τx = µ (4.3)
∂y y =0
ρu ∞2
τ x = cx (4.4)
2
2ν ∂u ( x, y )
cx = (4.5)
u ∞2 ∂y y =o
Apostila de Transmissão de Calor 54
Portanto, o coeficiente local de arraste pode ser determinado pela Eq. (4.5), se o perfil
de velocidade u ( x, y ) , na camada limite for conhecido.
O valor médio do coeficiente de arraste Cm, de x=0 até x=L, é definido como
(4.6)
Sabendo o coeficiente médio de arraste Cm, podemos calcular a força de arraste F, que
está atuando sobre a placa de x=0 até x=L e numa largura w, com a fórmula
ρu 2
F = wLCm ∞ (N) (4.7)
2
Fig. 4.3 Conceito de camada limite térmica no escoamento de um fluido quente sobre uma placa
fria
T ( x, y ) − TW
θ ( x, y ) = (4.8)
T∞ − TW
Por isso em cada posição x ao longo da placa, pode-se imaginar uma posição y = δ (x)
no fluido onde θ ( x, y ) seja igual a 0,99. O lugar geométrico destes pontos onde θ ( x, y )
=0,99 é chamado a camada limite térmica δ (x ) .
A espessura relativa da camada limite térmica δ t ( x ) frente a camada limite
cinética δ (x ) depende da grandeza do número de Prandtl do fluido. Nos fluidos que
tem um número de Prandtl igual a unidade, como os gases, δ t ( x ) = δ ( x ). A camada
limite térmica é muito mais espessa do que a camada limite cinética nos fluidos que tem
Pr <1, como os metais líquidos, e é muito mais delgado do que a camada limite cinética
nos fluidos que tem Pr >1.
q ( x ) = h( x )(T∞ − TW ) (4.10 b)
[∂T ∂y ]y =0
h( x ) = k (4.11 a)
T∞ − TW
∂θ ( x, y )
h( x) = k (4.11 b)
∂y y =0
Apostila de Transmissão de Calor 56
1 L
L ∫0
hm = h( x)dx (4.12)
Cx
= 0,332 Re −x1 2 (4.14 a)
2
Nu x = 0,332 Pr1 3 Re1x 2
(4.14 b)
h( x )
St x =
ρc pu∞
que pode ser reordenado na forma
h( x ) x / k Nu x
St x = =
(v / α )(u∞ x / v) Pr Re x
Então, a expressão (4.14 b) do número de Nusselt local pode ser reescrita como
St x = 0,332 Pr −2 3 Re −x1 2
(4.14 c)
Das Eqs. (4.14 a) e (4.14 c), pode-se obter a seguinte relação entre o número de
Stanton e o coeficiente de arraste:
Cx
St x Pr 2 / 3 = (4.15 a)
2
Cm
St m Pr 2 / 3 = (4.15 b)
2
do tubo até que ocupa todo o tubo. A região que se estende desde a entrada do tubo
até um pouco além da posição hipotética em que a camada limite atinge o eixo do tubo
é a região hidrodinâmica de entrada. Nesta região, a forma do perfil de velocidade varia
tanto na direção axial como na radial. A região além da distância hidrodinâmica de
entrada é chamada região hidrodinamicamente desenvolvida, pois nesta região o perfil
de velocidade é invariante com a distância ao longo do tubo.
Se a camada limite permanece laminar até encher todo o tubo, o perfil
parabólico de velocidade no escoamento laminar completamente desenvolvido
prevalece na região hidrodinamicamente desenvolvida. Entretanto, se a camada limite
transforma-se em turbulenta antes de a sua espessura atingir o eixo do tubo, há um
escoamento turbulento completamente desenvolvido na região hidrodinamicamente
desenvolvida. Quando o escoamento é turbulento, o perfil de velocidade é mais
achatado do que o perfil parabólico de velocidade no escoamento laminar.
No escoamento no interior de um tubo circular, o número de Reynolds, definido por
um D
Re ≡ (4.16)
v
um D
Re = > 2300 (4.17)
v
uma vez que r= D/2 – y. Então, das Eqs. (4.18 a) e (4.18 b), temos
dP 4µ ∂u
= (4.18 c)
dz D ∂r parede
dP ρu m2
=−f (4.18 d)
dz 2D
N.m
Potência da bomba = M ∆P ouW (4.19 b)
s
T ( r , z ) − Tw ( z )
θ (r , z ) = (4.20a)
Tm ( z ) − Tw ( z )
T ( r , z ) − Tw ( z )
θ (r ) = (4.20 b)
Tm ( z ) − T w ( z )
q ( z ) = h( z )[Tm ( z ) − Tw ( z )] (4.21 b)
onde Tm(z) = temperatura média global calculada sobre a área da seção transversal do
tubo na posição z
Tw(z) = temperatura na parede do tubo em z
Evidentemente se o coeficiente de transferência de calor for conhecido, é questão muito
simples determinar o fluxo de calor na parede para uma dada diferença entre a
temperatura média do fluido e a da parede do tubo. Por isso o uso do coeficiente de
Apostila de Transmissão de Calor 62
onde Tm(z) e Tw(z), num tubo circular de raio R, são determinadas por
R R
Tm( z ) =
∫
0
u (r )T (r , z )2πrdr
=
∫
0
u (r )T (r , z )2πrdr
(4.22 b)
R
u mπR 2
∫0
u (r )2πrdr
Tw ( z ) = T (r , z ) r = Rparede (4.22 c)
dθ (r )
h = −k (4.23 b)
dr r = Rparede
onde θ (r ) é definida pela Eq. (4.20 b). Este resultado implica que, na região
termicamente desenvolvida,o coeficiente de transferência de calor não varia com a
distância ao longo do tubo; e vale para a transferência de calor sob condições de fluxo
de calor constante na parede, ou temperatura constante na parede.
As definições dadas pela Eq. (4.23) podem ser empregadas para desenvolver
expressões do coeficiente de transferência de calor se a distribuição da temperatura
adimensional no fluido, definida pela equação (4.20 b), for conhecida.
Apostila de Transmissão de Calor 63
u∞ L u2 / L
Re = = ∞ 2 = força de inércia/força viscosa (4.24 a)
v vu∞ / L
h h∆ T
St = = (4.25 b)
ρc p u m ρc p u m ∆T
Apostila de Transmissão de Calor 64
u ∞2 u ∞2 / Cp
E= = (4.26)
Cp∆T ∆T
Aqui, u ∞2 /( 2Cp ) representa uma elevação ideal de temperatura, se um gás ideal com a
velocidade u ∞ fosse reduzido adiabaticamente à velocidade zero. Esta definição implica
que, se o número de Eckert for pequeno, os efeitos da geração viscosa da energia
devido ao movimento do fluido podem ser desprezados em comparação com as
diferenças de temperaturas envolvidas no processo de transferência de calor.
Lembramos que o termo da dissipação viscosa de energia, que apareceu na equação
da energia, e a grandeza do número de Eckert tornam-se o critério para decidir se os
efeitos de dissipação viscosa de energia devem ser considerados na análise da
transferência de calor.
Apostila de Transmissão de Calor 65
1 d du 1 dP
(r ) = em 0 < r < R (5.2)
r dr dr µ dz
du/dr = 0 em r = 0 (5.3a)
u = 0 em r = R (5.3b)
1 dP 2 r
u ( r ) = −( ) R [1 − ( ) 2 ] (5.4)
4 µ dz R
u (r ) r
= 2[1 − ( ) 2 ] (5.6)
um R
Esta relação mostra que o perfil de velocidades u(r)um na região hidrodinamicamente
desenvolvida é parabólico. A velocidade uo no eixo do tubo é obtida da Eq. (5.4) quando
se faz r = 0;
R 2 dP
u0 = − (5.7)
4 µ dz
Uma comparação entre os resultados dados pelas Eqs. (5.5) e (5.7) mostra que a
velocidade no eixo do tubo é igual ao dobro da velocidade média do escoamento:
u 0 = 2u m (5.8)
du ( r ) 4u m 8u
=− =− m (5.9)
dr r =R R D
64 µ 64
f = = (5.10 a)
ρu m D Re
onde D é o raio interno do tubo e
ρu m D u m D
Re = = (5.10 b)
µ v
Apostila de Transmissão de Calor 67
é o número de Reynolds.
Na literatura, o fator de atrito também se define com base no raio hidráulico. Se fr
representa o fator de atrito baseado no raio hidráulico, ele está relacionado com o fator
de atrito definido pela Eq. (5.10 a) por f = 4fr. Isto é, a Eq. (5.10 a), na representação de
fr, seria fr = l6/Re, onde Re = ρu m D / µ . Este resultado recebe muitas vezes o nome de
relação de Hagen-Poiseuille para o fator de atrito em tubos, em virtude dos dados
experimentais de Hagen ulteriormente verificados teoricamente por Poiseuille.
T ( r , z ) − Tw ( z )
θ (r ) = (5.12)
Tm ( z ) − T w ( z )
1 ∂T 1 ∂ ∂T ∂ 2T
u (r ) = (r )+ 2 (5.13)
α ∂z r ∂r ∂r ∂z
∂T (r , z ) dTm ( z )
= = constante (5.14)
∂z dz
Este resultado implica que, com o fluxo de calor constante na parede, a temperatura
média do escoamento Tm(z), na região termicamente desenvolvida, cresce linearmente
com a distância z ao longo do tubo.
Quando a Eq. (5.14) for introduzida na Eq. (5.13), o termo ∂ 2T / ∂z 2 se anula para ∂t / ∂z
constante, e se obtém a seguinte equação diferencial ordinária para T(r):
1 d dT 1 dTm ( z )
(r ) = u (r ) (5.15)
r dr dr α dz
1 d dθ 1 dTm ( z )
(r ) = u (r ) [Tm ( z ) − Tw( z )] -1 (5.16 a)
r dr dr α dz
onde o perfil de velocidades plenamente desenvolvido u(r) é dado pela Eq. (5.6)
r
u (r ) = 2u m [1 − ( ) 2 ] (5.16 b)
R
d dθ r
(r ) = Ar[1 − ( ) 2 ] em 0 < r < R (5.17 a)
dr dr R
2u m dTm ( z )
A= = constante (5.17 b)
α [Tm( z ) − Tw( z )] dz
dθ
= 0 em r = 0 (5.18 a)
dr
θ = 0 em r = R (5.18 b)
Apostila de Transmissão de Calor 69
⎡ 3 1 ⎛ r ⎞4 1 ⎛ r ⎞2 ⎤
θ (r ) = − AR ⎢ + ⎜ ⎟ − ⎜ ⎟ ⎥
2
(5.19)
⎣⎢16 16 ⎝ R ⎠ 4 ⎝ R ⎠ ⎦⎥
θ ( m) =
∫0
u ( r )θ (r )2πrdr
(5.20)
u m πR 2
onde o perfil de velocidades plenamente desenvolvido u(r) é dado pela Eq. (5.16 b), isto
é,
r
u (r ) = 2u m [1 − ( ) 2 ] (5.21)
R
As Eqs. (5.19) e (5.21) são introduzidas na Eq. (5.20) e as integrações são feitas.
Obtém-se
11AR 2
θm = (5.22 a)
96
T m ( z ) − Tw ( z )
θm = =1 (5.22 b)
Tm , ( z ) − T w ( z )
96
AR 2 = − (5.23)
11
96 ⎡ 3 1 ⎛ r ⎞ ⎤
4 2
1⎛ r ⎞
θ (r ) = ⎢ + ⎜ ⎟ − ⎜ ⎟ ⎥ (5.24)
11 ⎢⎣16 16 ⎝ R ⎠ 4⎝R⎠ ⎥⎦
Apostila de Transmissão de Calor 70
48 k
h= (5.25 a)
11 D
ou
hD 48
Nu ≡ = = 4,364 (5.25 b)
k 11
hD
Nu ≡ = 3,657 (5.26)
k
1
Tb = (Ti + To) (5.27)
2
∆T1 − ∆T2
∆Tln = (5.28 a)
ln(∆T1 / ∆T2 )
∆TMA =
1
(∆T1 + ∆T2 ) (5.28 b)
2
4 Ac
Dh = (5.29)
P
a distância, a partir da entrada do duto, necessária para que se atinja uma velocidade
máxima correspondente a 99% da grandeza plenamente desenvolvida.
O comprimento da entrada térmica Lt é definido, um tanto arbitrariamente, como a
distância, a partir do começo da seção de transferência de calor, necessária para se
atingir um número de Nusselt local Nux igual a 1,05 vez o valor plenamente
desenvolvido.
Se a transferência de calor para o fluido principia na entrada do fluido no duto, tanto a
camada limite cinética como a camada limite térmica começam a se desenvolver
imediatamente, e Lh e Lt são ambos medidos a partir da boca do tubo, como está na
Fig. 5.1a.
Em algumas situações, a transferência de calor para o fluido começa após uma
seção isotérmica acalmante, como está na Fig. 5.1b. Neste caso, Lh é medido a partir
da entrada do duto, pois a camada limite cinética começa a se desenvolver
imediatamente após a entrada do fluido no duto, mas Lt é medido a partir da posição
onde se inicia a transferência de calor, pois a camada limite térmica começa a se
desenvolver na seção de transferência de calor.
Os comprimentos da entrada hidrodinâmica e térmica, no escoamento laminar no
interior de condutos, foram dados por vários autores. Apresentamos na Tabela 5.1 o
comprimento da entrada hidrodinâmica Lh no escoamento laminar no interior de
condutos de várias seções transversais, baseados na definição mencionada
anteriormente. Incluímos nesta tabela os comprimentos da entrada térmica nas
condições de contorno temperatura da parede constante e fluxo de calor constante nas
paredes, num escoamento hidrodinamicamente desenvolvido, mas termicamente em
desenvolvimento. Nesta tabela, Dh é o diâmetro hidráulico e o número de Reynolds está
baseado neste diâmetro.
Notamos, na Tabela 5.1, que, numa dada geometria, o comprimento da entrada
hidrodinâmica Lh depende apenas do número de Reynolds, enquanto o comprimento da
entrada térmica Lt depende do número de Péclét, Pe, que é igual ao produto dos
números de Reynolds e Prandtl. Por isso, líquidos que têm um número de Prandtl da
ordem da unidade têm Lh e Lt com grandezas comparáveis; nos fluidos como os óleos,
que têm um número de Prandtl grande, temos Lt>Lh e, nos metais líquidos, que tem um
número de Prandtl pequeno, temos Lt<Lh.
Apos
stila de Tra
ansmissão
o de Calor 73
Fig. 5.1
5 comprim mentos da entrada
e hidro
odinâmica e térmica: (a a) a transferrência de ca
alor se inicia
a na
boca do duto; (b) a transferênc
t ia de calor s
se inicia dep
pois de uma a seção isottérmica.
Os com mprimentos da enttrada térm mica, dad dos na T Tabela 5.1 1, valem no
escooamento h hidrodinam
micamente desenvollvido e se e desenvo olvendo te ermicamen nte.
Commo discutirremos ma ais tarde, em muitoos casos os perfis de veloc cidades e de
tempperaturas sse desenvoolvem simultaneameente na reggião de enttrada. Este
e escoame ento
é o escoament
e to com des
senvolvimeento simulttâneo. Os comprimen ntos da enntrada térm
mica
no escoament
e to com deesenvolvim
mento simuultâneo tam mbém dep pendem do o número de
Apostila de Transmissão de Calor 74
L ρ.u m
2
⎛ N ⎞
∆P = f ⎜ ⎟ (5.31)
D 2 ⎝ m2 ⎠
Fig. 5.2. Lei de atrito no escoamento turbulento dentro de tubos lisos e dados experimentais de
vários pesquisadores.
Fig. 5.3. Fator de atrito para ser utilizado na relação ∆P = f ( L / D)( ρ.U 2 m / 2 para a perda
de carga em um escoamento no interior de tubos circulares. ( De Moody.)
onde n = 0,4 no aquecimento (Tw > Tb) e n = 0,3 no resfriamento (Tw < Tb) do fluido. A
faixa de aplicabilidade é a mesma que a da equação de Colburn.
As relações que acabamos de apresentar são relativamente simples, mas dão um erro
máximo de ± 25% na faixa de 0,67 < Pr < 100 e podem ser aplicadas no escoamento
turbulento em dutos lisos. Uma correlação mais precisa, que é também aplicável em
dutos rugosos, foi desenvolvida por PetuKhov e colaboradores no Instituto de Altas
Temperaturas de Moscou:
n
Re . Pr f ⎛ µ b ⎞
Nu = ⎜ ⎟
X 8 ⎜⎝ µ w ⎟⎠
(5.36)
1/ 2
⎛f⎞
X = 1,07 + 12,7(Pr 2 / 3 − 1)⎜ ⎟
⎝8⎠
n = 0,11 aquecimento com Tw uniforme (Tw > Tb)
0,25 esfriamento com Tw uniforme ( Tw < Tb)
0 fluxo de calor uniforme na parede ou gases
µw µw
Notamos que < 1 quando o líquido for aquecido e > 1 quando o líquido for
µb µb
resfriado. Todas as propriedades físicas, exceto µw , são estimados na temperatura
média global.
O fator de atrito f , nas equações (5.36), pode ser estimado pelo diagrama de
Moody para tubos lisos, ou obtido da carta de Moody (fig. 5.3) para tubos lisos ou
rugosos.
As relações anteriores são aplicáveis no domínio L/D > 60. Nusselt estudou os dados
experimentais com L/D de 10 a 100 e concluiu que h, neste domínio, é
aproximadamente proporcional a (D/L)1/ 8. Daí substituiu a Eq. (5.35) por
0 , 055
⎛D⎞ L
Nu = 0,036 Re Pr ⎜ ⎟
0 ,8 1/ 3
em10 < < 400 (5.37)
⎝L⎠ D
onde L é o comprimento medido do princípio da seção de transferência de calor, e as
propriedades do fluido são calculadas à temperatura média global do fluido.
Nu = 5 + 0,016 Re a Pr b (5.38)
onde
0,24
a= 0,88 - e b = 0,33 + 0,5e-0,6.Pr
4 + Pr
que é aplicável em
0,1 < Pr < 104
104 < Re < 106
L
> 25
D
A Eq. (5.38) correlaciona bem os dados experimentais e proporciona uma
representação mais exata do efeito do número de Prandtl. Pode ser preferida à Eq.
(5.37).
Apostila de Transmissão de Calor 79
Fig. 5.4. Números de Nusselt medidos no aquecimento de metais líquidos em tubos longos,
circulares, com fluxo de calor constante nas paredes.
para 3,6 x 10 3 < Re < 9,05 x 10 5, 10 2 < Pe <10 4 e L/D > 60. As propriedades físicas
são calculadas à temperatura média global do fluido.
A Eq. (5.39) prevê número de Nusselt mais baixo que a Eq. (5.40); é previsão
conservadora.
para Pe > 100, L/D > 60, e lpropriedades físicas calculadas à temperatura média global
do fluido.
Também foram desenvolvidas expressões para o número de Nusselt no
escoamento turbulento, plenamente desenvolvido, de metais líquidos em tubos lisos,
sujeitos à condição de contorno temperatura uniforme nas paredes, mediante ajustes
empíricos dos resultados das soluções teóricas. Apresentaremos agora os resultados
destes ajustes:
Sleicher e Tribus:
Nu = 4,8 + 0,015 Pe 0,91 Pr 0,30 para Pr < 0,05 (5.42)
Azer e Chão:
Nu = 5,0 + 0,05 Pe 0,77 Pr 0,25 para Pr < 0,1, Pe < 15000 (5.43)
Notter e Sleicher
Nu = 4,8 + 0,0156 Pe 0,85 Pr 0,08 para 0,004 < Pr <0,1, Re < 500000 (5.44)
Apos
stila de Tra
ansmissão
o de Calor 82
6) CONVECÇÃO
O FORÇ
ÇADA NO ESCOAM
E MENTO SOBR
RE
ORPOS
CO
6.1) COEFICIE
ENTE DE TRANSFE
T ERËNCIA DE
D CALOR
R NO ESC
COAMENTO
O SOBRE
E
UMAA PLACA PLANA
[∂T ∂y ] y =0
h( x ) = k 6.1)
(6
T∞ − TW
1) Metais Líquidos
6.1.1 L n
num Esco
oamento L
Laminar
Fig
g. 6.1 Camad
das limites cinética
c e té
érmica na trransferência
a de calor em
m metais líq
quidos, Pr <1
1.
Apostila de Transmissão de Calor 83
A Fig. 6.1 ilustra as camadas limites cinética e térmica quando ambas começam a se
desenvolver a partir da borda frontal da placa plana. Sejam T∞ e u∞ a temperatura e a
velocidade do fluido, respectivamente, fora das camadas limites; TW é a temperatura da
superfície da placa. Admitiremos um fluido incompressível, de propriedades constantes,
num escoamento bidimensional, estacionário, com dissipação viscosa de energia
desprezível. A equação da energia, que governa a distribuição de temperaturas T(x, y)
na camada limite térmica, é obtida pela equação:
∂T ∂T ∂ 2T
u +v =α 2 (6.2)
∂x ∂y ∂y
T ( x, y ) − Tw
θ ( x, y ) = (6.3)
T∞ − T w
∂θ ∂θ ∂ 2θ
u +v = α 2 para x > 0 (6.4)
∂x ∂y ∂y
θ =0 em y = 0 (6.5 a)
θ =1 em y = δ t ( x ) (6.5 b)
d ⎡ δ dθ
∫ u (1 − θ )dy ⎤ = α em.0 ≤ y ≤ δ t (6.6)
t
⎢
dx ⎣ 0 ⎥
⎦ dy y =0
Apostila de Transmissão de Calor 84
onde δ t ≡ δ t (x ) u ≡ u ( x, y )eθ ≡ θ ( x, y ) . Até aqui, a análise e a Eq. (6.6) são exatas, mas
esta equação não pode ser resolvida, pois ela envolve três incógnitas δ t ( x )
u ( x, y ), θ ( x, y ) . Por isso, precisamos de relações adicionais.
Neste estágio são introduzidas aproximações a fim de desenvolverem-se expressões
analíticas simples para u(x, y) e θ (x, y) coerentes com a realidade física. Uma vez que
a camada limite cinética é muito delgada, a velocidade do escoamento em uma grande
porção da camada limite térmica é uniforme e igual a u∞, como está ilustrado na Fig.
6.1. Por isso, numa primeira aproximação, o perfil de velocidades é tomado como
3
3⎛ y ⎞ 1⎛ y ⎞
θ ( x , y ) = ⎜⎜ ⎟⎟ − ⎜⎜ ⎟⎟ (6.10)
2 ⎝ δt ⎠ 2 ⎝ δt ⎠
d ⎧⎪ δ t ⎡ ⎤ ⎫⎪
3
3 y 1⎛ y ⎞ 3
⎨ ∫0 u∞ ⎢1 − + ⎜ ⎟⎟ ⎥ dy ⎬ = α (6.11)
dx ⎪ ⎢⎣ 2 δ t 2 ⎜⎝ δ t ⎠ ⎥⎦ ⎪ 2δ t
⎩ ⎭
4α
δ t dδ t =
dx
u∞
A integração da Eq. (6.12), com as condições δ t = 0 em x = 0, dá a espessura da
camada limite térmica como
8α
δ t2 = x (6.13 a)
u∞
ou
8αx
δt = (6.13 b)
u∞
3k u∞ 3 k u∞ x v 3 k
h( x ) = = = Re x Pr (6.17)
2 8 αx 2 8 x v α 2 8 x
Apostila de Transmissão de Calor 86
O número de Nusselt local Nux no escoamento laminar de metais líquidos sobre uma
placa plana mantida a uma temperatura uniforme fica
h( x ) x 3
Nu x = = Re x Pr = 0.530 Pe 1x 2 (6.18)
k 2 8
u x
Re x = ∞ = número de Reynolds local
v
v
Pr = = número de Prandtl
α
u∞ x
Pe x = Re x Pr = = número local de Péclét
α
A solução dada pela Eq. (6.18) foi obtida por uma análise aproximada. Este resultado
deve ser comparado com a solução exata de Pohlhausen para este problema de
transferência de calor, no caso limite Pr → 0, dada por '
Nux = 0,564 Pe 1x / 2 (exato) para Pr → 0 (6.19)
Esta equação foi deduzida sob a hipótese de que Pr → 0; na prática, esta hipótese
implica que se trata de metais líquidos (isto é, Pr < 0,05). A solução aproximada, dada
pela Eq. (6.18), é razoavelmente próxima deste resultado exato.
No começo desta análise, estabelecemos que nos metais líquidos a camada
limite cinética é muito menor do que a camada limite térmica. Para testar a validade
desta afirmação, dividamos a espessura da camada limite cinética δ (x), pela espessura
da camada limite térmica δ t ( x ) , Eq. (6.13 b). Obteremos
δ ( x) 280 vx u ∞
= = 2,692 Pr
δ t ( x) 13 u ∞ 8αx
δ( x)
= 0 ,164 (6.20)
δt( x )
o que mostra, nos metais líquidos, ser δ (x) < δ t (x).
no sentido
s da placa paraa o fluido. A placa é mantida a uma temp peratura T ∞ na regiã ão 0
≤ x ≤ x0 e a uuma tempe eratura uniforme Tw, na regiãoo x > xo. Istto é, a tran
nsferência de
calor entre a placa
p e o fluido não o começa até a posição x = xo. A Fig. 6.2 ilustra as
camadas limitte cinética a e térmic ca na situaação física que aca abamos de d descrev ver.
Ress saltamos que
q a cam
mada limite cinética é mais espessa
e doo que a camada
c lim
mite
mica, pois Pr>1; e δ (x) com
térm meça a se e desenvolver na borda fronttal da pla aca,
enquuanto δ t (xx) começaa a se de esenvolverr em x = xo, onde principia a seção de
trans
sferência de calorr. Novame ente, admmitiremos um fluido incomp pressível, de
prop
priedades constantes s num esc coamento bidimensiional, esta acionário, laminar, com c
dissiipação visccosa desprezível. A equação
e d energia na camada limite é
da
∂θ ∂θ ∂ 2θ
u +v = α 2 em m x > xo (6.21)
∂x ∂y ∂y
Fig. 6.2 Ca
amadas limitte cinética e térmica, nu
um fluido co
om Pr > 1
1 A equaç
1. ção da energia (6.211) é integrrada em re elação a y sobre a camada
c lim
mite
térmica, e a comp ponente de
e velocidad de v(x,y) é eliminada
a por meio
o da equaçção
da contiinuidade. A equação
o integral da energia é determin nada comoo
d ⎡ δt ∂θ
∫ u (1 − θ )dy ⎤ = α e 0 ≤ y ≤δt
em (6.23)
dx ⎢⎣ 0 ⎥⎦ ∂y y =0
que é a mesm ma Eq. (6 6.6). Esta equação não n pode ser resolvvida, pois envolve três
t
gnitas, δ t ( x), u ( x, y ),θ ( x, y ) . Por isso preccisamos de
incóg e relações adicionais
s.
Apostila de Transmissão de Calor 88
3
u( x , y ) 3 ⎛ y ⎞ 1 ⎛ y ⎞
= ⎜ ⎟− ⎜ ⎟ (6.24)
u∞ 2 ⎝δ ⎠ 2 ⎝δ ⎠
d ⎧⎪ ⎡ 3 y 1 ⎛ y ⎞3 ⎤⎡ ⎤ ⎫⎪ 3α
3
δt 3 y 1⎛ y ⎞
⎨u∞ ∫0 ⎢ − ⎜ ⎟ ⎥ ⎢1 − + ⎜ ⎟⎟ ⎥ dy ⎬ = (6.26 a)
dx ⎪ ⎢⎣ 2 δ t 2 ⎝ δ ⎠ ⎥⎦ ⎢⎣ 2 δ t 2 ⎜⎝ δ t ⎠ ⎥⎦ ⎪ 2δ t
⎩ ⎭
d ⎡ δt ⎛ 3 9 2 3 1 3 1 ⎞ ⎤ 3α
⎢∫0 ⎜⎜ y− y + y 4 − 3 y 3 + 3 y 4 − 3 3 y 6 ⎟⎟dy⎥ = (6.26 b)
dx ⎢⎣ ⎝ 2δ 4δδ t 4δδ t3
2δ 4δ δ t 4δ δ t ⎠ ⎥⎦ 2δ t u∞
Agora, uma nova variável ∆ ( x ) é definida como a razão entre a espessura da camada
limite térmica e a espessura da camada limite cinética:
δ (x)
∆( x ) = t (6.28)
δ( x)
Então, a Eq.(6.27) se torna:
d ⎡ ⎛ 3 2 3 4 ⎞⎤ 3α
⎢δ⎜ ∆ − ∆ ⎟⎥ = (6.29)
dx ⎣ ⎝ 20 280 ⎠ ⎦ 2δ∆u∞
d 10α
δ∆ ( δ∆ 2 ) = (6.30)
dx u∞
Feita a derivação em relação a x,
d∆ d∆ 10α
2δ 2 ∆2 + ∆3δ =
dx dx u∞
ou
2 2 d∆3 dδ 10α
δ + ∆3 δ = (6.31)
3 dx dx u∞
uma vez que
d∆ 1 d∆ 3
∆2 =
dx 3 dx
1
δ t ( x ) ⎛ 13 ⎞ 3 − 13 −
1
∆( x ) = = ⎜ ⎟ Pr = 0 ,976 Pr 3 (6.37)
δ ( x ) ⎝ 14 ⎠
Esta relação mostra que a razão entre a espessura da camada limite térmica e da
cinética, num escoamento laminar sobre uma placa plana, é inversamente proporcional
à raiz cúbica do número de Prandtl.
A substituição de δ ( x ) , da Eq. (6.32 a), na Eq. (6.37) dá a espessura da camada
limite térmica como
x
δ t ( x ) = 4 ,53 1 2 1 3 (6.38)
Re x Pr
onde
u x
Re x = ∞
v
Na aproximação polinomial cúbica considerada aqui para θ ( x , y ) , o coeficiente de
transferência de calor local h(x) foi relacionado anteriormente com a espessura da
camada limite térmica δ t ( x ) , pela Eq. (6.16).
3 k
h( x ) = (6.39)
2 δt( x)
Note que a relação de transferência de calor, dada pela Eq. (6.40), foi deduzida
por uma análise aproximada com a hipótese δ t < δ ou Pr>1. Entretanto, a comparação
com os resultados exatos mostra que ela é válida no domínio 0,6<Pr<10, que cobre
muitos gases e líquidos.
Para grandes valores do número de Prandtl, os cálculos exatos de Pohlhausen
mostram que o número de Nusselt local, Nux, é dado por
ou Cx é
St x Pr 2 / 3 = 0,185(log Re x ) −2,584 com.10 7 < Re x < 10 9 (6.47 b)
Apostila de Transmissão de Calor 92
válida de Rex > 2 *105 até 5 *105; todas as propriedades são calculadas na temperatura
pelicular.
Nas aplicações práticas, há interesse no coeficiente de transferência de calor médio hm
na distância 0 ≤ x ≤ L da placa. Quando o escoamento é turbulento, é sempre
precedido por uma camada limite laminar na qual a equação que governa a
transferência de calor é diferente da que governa o escoamento turbulento. Por isso, a
promediação deve ser feita em ambas as regiões, como descreveremos agora.
Admita um escoamento laminar na região 0 ≤ x ≤ c e turbulento na região c < x ≤ L.
Os coeficientes de transferência de calor locais, nestas duas regiões, são obtidos das
Eqs. (6.41) e (6.48), respectivamente, como
1/ 2
⎛ k ⎞⎛ u x ⎞
h = 0,332⎜ ⎟⎜ ∞ ⎟
l
x Pr 1 / 3 em 0 ≤ x ≤ c (laminar)
⎝ x ⎠⎝ v ⎠
0 ,8
⎛ k ⎞⎛ u x ⎞
h = 0 ,029⎜ ⎟⎜ ∞ ⎟
l
x Pr 0 ,43 em c<X ≤ L (turbulento)
⎝ x ⎠⎝ v ⎠
L⎝ 0 0 ⎠
1⎡ ⎤
0 ,5 0 ,8
⎛u ⎞ c ⎛u ⎞ L
hm = ⎢0 ,332 k ⎜ ∞ ⎟ Pr 1 / 3 ∫ x −0 ,5 dx + 0 ,029 k ⎜ ∞ ⎟ Pr 0 ,43 ∫ x −0 ,2 dx ⎥ (6.49 a)
L ⎢⎣ ⎝ v ⎠ 0
⎝ v ⎠ c
⎥⎦
( )
Nu m = 0 ,036 Pr 0 ,43 Re L0 ,8 − Re c0 ,8 + 0 ,664 Pr 1 / 3 Re c0 ,5 (6.50)
válida para ReL > Rec, onde ReL = u ∞ L/v e Rec = número de Reynolds crítico para a
transição. Evidentemente, o Num, dado pela Eq. (6.50), depende do valor do número de
Reynolds crítico da transição do escoamento laminar para o turbulento. O nível da
turbulência da corrente livre afeta a transição. Quando há geração elevada da
turbulência na corrente livre, a transição para o escoamento turbulento ocorre em um
Apostila de Transmissão de Calor 93
número de Reynolds crítico mais baixo. Entretanto, se se tomar cuidado para eliminar a
turbulência da corrente livre, retarda-se a transição para o escoamento turbulento.
Com o número de Reynolds crítico Rec = 2 * 105, a Eq. (6.50) se torna
( )
Nu m = 0 ,036 Pr 0 ,43 Re L0 ,8 − 17400 + 297 Pr 1 / 3 (6.51)
( )
Nu m = 0 ,036 Pr 0 ,43 Re L0 ,8 − 9200 ( µ ∞ / µ w ) 0 ,25 (6.52)
6.2.1
1) Coeficie
ente de Arrraste
F ρu∞2
= cD (6.54)
L
LD 2
Fig. 6.3 Es
scoamento em
e torno de
e um cilindro
o circular, em
e vários nú
úmeros de Reynolds
R
Fig.6.4 Coe
eficiente de arraste no escoamento
o transversa
al a um cilin
ndro circular isolado.
6.2.2
2) Coeficie
ente de Trransferênc
cia de Calor
A Fiig. 6.6 moostra a corrrelação de e MacAda ams para o coeficien nte de trannsferência de
calor médio hm, no resfriamento, ou o no aque ecimento, do ar que flui transvversalmentte a
um cilindro
c iso
olado. As propriedade
p es sâo estiimadas a ( T ∞ + Tw))/2. Esta coorrelação não
n
mostra explicittamente a dependên ncia entre os resultaados e o número de Prandtl, pois p
os gases
g m um número de Prandtl da
têm d ordem m da unid dade. Por isso, forram
deseenvolvidas correlaçõees mais elaboradas por diverso os pesquissadores, a fim de inc cluir
o nú
úmero de Prandtl
P e daaí estende
er a aplicab os resultados para flu
bilidade do uidos que nãon
sejam gases.
Whittaker estabeleceu uma
u correllação entrre o coeficciente de transferênncia de ca alor
méddio hm no escoamen nto de gas ses ou de líquidos, transversa
t l a um ciliindro isola
ado,
dadaa por
0 , 25
h D ⎛µ ⎞
u m ≡ m = ( 0 ,4 Re 0 ,5 + 0 ,06 Re 2 / 3 ) Pr 0 ,4 ⎜⎜ ∞
Nu ⎟⎟ (6.55)
k ⎝ µw ⎠
Fig. 8.5 Número de Nusselt médio para o aquecimento, ou o resfriamento, do ar fluido em torno de
um único cilindro circular
µ∞
40< Re< 105 0.67 < Pr <300 0.25< <5.2
µw
Apos
stila de Tra
ansmissão
o de Calor 97
4/5
6 Re 1 / 2 Prr 1 / 3
0 ,62 ⎡ ⎛ Re ⎞ 5 / 8 ⎤
Nu m = 0 ,3 + ⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥ (6.56)
[1 + (0 ,4 / Pr ) ]
2/ 3 1/ 4
⎢⎣ ⎝ 282.000 ⎠ ⎥⎦
A Eq. (6
6.56) prev
vê muitos dados
d com
m desvio para
p meno a de 20% na
os de cerca
faixa
a de 20.000
0 < Re < 400.000.
4 Po
or isso, ne
esta faixa particular
p do número de Reynollds,
d
recoomenda-see a seguinte
e forma mo
odificada da
d Eq. (6.5 56):
0 ,62 Re 1 / 2 Pr 1 / 3 ⎡ ⎛ Re ⎞ 1 / 2 ⎤
Nu m = 0 ,3 + ⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥ (6.57)
[1 + (0 ,4 / Prr ) ]
2/ 3 1/ 4
⎣⎢ ⎝ 282.0000 ⎠ ⎦⎥
para
a 20.000 < Re < 400.000.
Apos
stila de Tra
ansmissão
o de Calor 98
6.3) ESCOAMENTO EM
M TORNO DE
D UMA ESFERA
E IS
SOLADA
As cara
acterísticas
s do escoa amento em m torno de uma esfe era são semmelhantes às
dos escoamen ntos aprese entados na a fig (8.3) no caso de
d um cilindro isolado o. Por issoo, a
depeendência eentre o coeeficiente dee arraste, oou o coefic cia de calor, e
ciente de trransferênc
o nú
úmero de Reynolds
R d
deve ter, no
n caso de e uma esfeera, a messma forma que no ca aso
de cilindro
c únicco.
1) Coeficie
6.3.1 ente de Arrraste
Se F for a forç
ça total de arraste de
evida ao esscoamento o em torno de uma esfera isola
ada,
o coeficiente médio
m de arraste cD é definido pela
p relaçã
ão
F ρu 2 ∞
= cD (6.59)
A 2
0 , 25
⎛µ ⎞
Num = 2 + ( 0 ,4 Re + 0 ,06 Re
0 ,5
) Pr ⎜⎜ ∞ ⎟⎟
2/3 0 ,4
(6.61)
⎝ µw ⎠
que é válida nos domínios e as propriedades físicas são estimadas na temperatura de
corrente livre, exceto
3,5 < Re < 8 x 104
0,7 < Pr < 380
µ∞
1 < µ w < 3,2
D
DG máx
Re = (6.62)
µ
Gmá áx = ρumá
áx = velocid
dade máximma da vazzão mássicca (6.63)
é a vazão
v másssica por unidade
u de
e área, ond
de a velocid
dade do escoamento o for máxim
ma,
e D é o diâmetro exterrno do tubbo, ρ é a densidade
d e, e umáx é a velocid
dade máxiima
baseeada na árrea mínima de escoamento livvre disponível no esccoamento do fluido. Se
Apos
stila de Tra
ansmissão
o de Calor 1
101
u∞ for
f a velociidade do fluido medid da em um ponto do trocador
t de
e calor antes de o flu
uido
entraar no feixe
e de tuboss (ou a velocidade do escoame ento baseaada no es scoamento no
interrior do casc
co do troca
ador sem os
o tubos), então a veelocidade m
máxima do o escoame ento
umáx, no arranjo o da Fig. 8.l0a, é dete
o alinhado erminada por
p
ST ST / D
u máx = u ∞ = u∞ (6.64)
ST − D ST / D − 1
ondee ST é o passo
p tran
nsversal e D é o diâ
âmetro exte ubo. Evidentemente, no
erno do tu
arran
njo alinhad do, ST -D é a área de escoame ento livre mínima
m entre os tubo
os adjacen
ntes
em uma
u ansversal, por unidad
fila tra de de comprimento dod tubo.
No arraanjo alternado da Fig. 6.9 b, a área de e escoame ento livre mínima poode
ocorrrer entre tubos adjjacentes numa
n fila transversal ou num ma linha diagonal. No
prim
meiro caso, determinaa-se umáx co
omo se en nsinou acim
ma; no últimmo caso, faaz-se:
ST 1 ST / D
u máx = u∞ = u∞ (6.65)
2(SD − D ) 2 SD / D − 1
m
onde
e M = vazzão mássic ca total do
o escoame ento atravé
és do feixe, em quilogramas por
segu
undo e Amíín= área tottal mínima de escoammento livre
e.
Os padrões do es scoamento o através de
d um feix xe de tubo os são tão complicaddos
que é virtualm
mente impo ossível pre
ever, mediiante análiise, a tran
nsferência de calor e a
perd
da de carg ga no escoamento através d de feixes de tuboss. Por isso, o méto odo
erimental é a únic
expe ca alterna ativa, e dispomos
d de grand de riquezaa de dad dos
expe
erimentais na literatura.
Apostila de Transmissão de Calor 102
As pesquisas experimentais indicam que nos feixes de tubos com mais do que
cerca de N = 10 a 20 filas de tubos na direção do escoamento, com o comprimento do
tubo grande em comparação com o diâmetro do tubo, os efeitos da entrada, da saída e
das bordas são desprezíveis. Nesses casos, o número de Nusselt do escoamento
através do feixe depende dos seguintes parâmetros:
Re Pr SL/D ST/D
e do arranjo geométrico dos tubos, isto é, se os tubos estão alinhados ou alternados.
Apostila de Transmissão de Calor 103
7) TROCADORES DE CALOR
7.1.1
1) Classificação pello Process
so de Tran
nsferência
a
Fig. 7.1
7 Secção através
a de uma
u torre de
e resfriamennto com con nvecção nattural e com “recheio” para
p
a
aumentar a área efetiva
a da superfíc gua mediante múltipla subdivisão.
cie das gotíículas de ág s
As torre
es de resffriamento são largam mente emmpregadas para disp por do reje eito
térmmico dos prrocessos in ndustriais, lançando o calor na e um rio ou
a atmosferra, e não em
lago ou no oc ceano. Os s tipos maais comun ns incluem
m as torress de resfriamento com c
tirag
gem natura al e as torre
es com tiraagem força ada. No tip
po com tira
agem natural, mostra ado
na Fig.
F 7.1, pulveriza-se e a água nan correntte de ar que ascend s da torre por
de através
conv vecção térrmica. As gotículas cadentes de água são resfrriadas pela convecç ção
ordinnária e peiia evaporaação da ág gua. O rech nchimento dentro da torre redu
heio ou en uz a
veloccidade mé édia de queda
q dass gotículas s e aumenta o tem mpo de ex xposição dasd
gotícculas à coorrente de ar que as s resfria, enquanto
e caem atraavés da toorre. Grand des
torre
es de resfrriamento de d tiragemm natural, com
c mais de 100 metros
m de altura, forram
cons struídas para resfria ar o desp pejo térmic co das ussinas de força. Nu uma torre de
resfrriamento com
c tiragem
m forçada, a água é pulveriza ada na corrrente de ar
a que circ cula
atravvés da torrre, impulsio
onada por um ventila ador que pode
p ser montado no alto da torre,
e aspira o ar para
p cima, ou do ladoo de fora da base, de e modo a im
mpelir o arr para a torre.
A Fig. 7.2 mo ostra uma a secção através
a dee uma torre de resffriamento com tirag gem
Apostila de Transmissão de Calor 105
Fig. 7.2 Torre de resfriamento com tiragem forçada e induzida por um ventilador
Fig.7
7. 3 Radiado
or de automó
óvel
ntivo para se
O incen s utilizar trocadoress de calor compacto os está emm que um alto
a
valor da comp e reduz o volume do trocadorr de calor para um desempen
pacticidade nho
espeecificado. Quando os o trocadores de ca alor se des stinam a aautomóveis, a moto ores
maríítimos, a aviões ou a veículos aeroespac
a ciais, a siste
emas criog
gênicos, a aparelhoss de
refrig
geração ouo de co ondicionammento de ar, o pe eso e o volume - portanto,, a
compacticidade - são im mportantes. Para aum mentar a efficiência ou
u a compa acticidade dos
d
trocaadores de calor, empregam-se e aletas. N
Num trocad dor de calor de gás para líquiido,
por exemplo, o coeficien nte de tran
nsferência de calor do d lado do o gás é umma ordem de
granndeza mais s baixa do que do laddo do líquid
do. Por issso, usam-sse aletas no
o lado do gás
g
paraa se ter um
m projeto eqquilibrado; a superfíc
cie de trannsferência de calor do
o lado do gás
g
tornaa-se muito
o mais commpacta. A Fig.
F 7.3 mo ostra um ra adiador de automóvel típico.
7.1.3
3.1) Troca
adores de Calor Tub
bulares.
Os troccadores de e calor tu
ubulares são
s amplamente usa ados e fa abricados cm
muittos tamanh hos, com muitos arranjos de escoamen nto e em diversos tipos.
t Poddem
operrar em um m extenso o domínio de press sões e de e temperaaturas. A facilidade de
fabriicação e o custo rela ativamente baixo con nstituem a principal ra azão para seu empre ego
disse eminado n nas aplica
ações de engenharia
e a. Um mo odelo commumente empregado
e o, o
trocaador de casco
c e tuubos, cons siste em tubos
t cilín
ndricos mo ontados em um cas sco
cilínddrico, com os eixos paralelos
p a eixo do casco. A Fig.
ao F 7.4 ilusstra as prin
ncipais parrtes
de um
u trocado or que tem um fluido correndo no n interior dos tuboss e outro fluuido correnndo
externamente aos tubos. Os principais comp ponentes deste tipo de d trocadorr de calor são
s
o feixe de tubo os, o cascoo, os cabeç çotes e as chicanas. As chican nas sustenttam os tubbos,
dirigem a corre ente do flu
uido na dirreção normmal aos tub bos e aumentam a tu urbulência do
fluidoo no cascco. Há vá ários tipos de chican nas, e a escolha do d tipo de chicana, da
geom metria e do o espaçam mento depe ende da vazão, da perda
p de ccarga perm
mitida no laado
do casco,
c das
s exigência as da susstentação dos
d tubos e das vib brações in
nduzidas pelo
p
esco oamento. São dispo oníveis mu uitas varia
ações do trocador d de casco e tubos, as
diferrenças es stão no arranjo
a da
as correnttes do es scoamento o e nos detalhes de
cons strução. Diiscutiremos s esse asssunto mais s tarde, junntamente ccom a classsificação dos
d
trocaadores de calor segu undo o arraanjo do esccoamento.
7.1.3
3.2) Troca
adores de Calor de Placa.
P
O fator de compa
acticidade pode ser aumentado o significativamente((até cerca de
00 m2/m3) com os trocadore
6.00 es de calor de pla aca aletad da. A Figg. 7.5 ilusstra
conffigurações típicas de placa as aletada
as. As ale etas plana as ou on nduladas são
s
sepaaradas po or chapas planas. Correntess cruzadas s, contraccorrente, ou
o corren ntes
para
alelas são arranjos que
q podem m ser obtidos com facilidade
f mediante a orientaçção
convveniente das aletas em cada lado da p placa. Os trocadores
t s de placaa aletada são
s
gera
almente em mpregados
s nas trocas de gás s para gáss, porém eme aplicaç ções a baaixa
pres
ssão, que não ultrappassem ce erca de 10
0 atm (isto
o é, 1.000 kPa). As temperatu uras
máxximas de operação estão
e limita
adas a cerc
ca de 800°C. Trocad dores de calor
c de pla
aca
aleta
ada também são emp pregados em e criogennia.
Fig.
F 7.5 Troc
cadores de calor de pla
aca aletada
7.1.3
3.4) Troca
adores de Calor de Tubo
T Aleta
ado.
7.1.3
3.5) Troca
adores de Calor Reg
generativo
os.
7.1.4
4) Classificação Seg
gundo a Disposição
D o das Correntes
dos quente
Os fluid e e frio en
ntram na mesma
m ex
xtremidade
e do trocador de caalor,
m na mesm
fluem ma direção
o, e deixam
m juntos a o
outra extre
emidade, como está na
n Fig. 7.8
8a.
7.1.4
4.2) Contracorrente
e.
7.1.4
4.3) Correntes Cruz
zadas.
Fig
g. 7.10 Dispo
ositivos de escoamento
e o de múltiploos passes: (a) um pass se no casco, dois passe
es
noss tubos; (b) dois passes no casco,, quatro pas
sses nos tub
bos, e (c) trê
ês passes no casco, seis
passes no
os tubos
7.1.4
4.4) Escoa
amento Mu
ultipasse.
7.1.5
5) Classificação pello Mecanis
smo de Trransferênc
cia de Callor
As posssibilidades
s para o mecanismo
m sferência de calor incluem uma
o de trans u
combinação de
e quaisque er dois entrre os segu
uintes:
1.Co
onvecção forçada
f ou convecção livre mon nofásica
Apos
stila de Tra
ansmissão
o de Calor 1
114
2. Mudança
M de
e fase (ebu
ulição ou condensaçã ão)
3. Radiação ou
u convecçã ão e radiaç
ção combinnadas
Em todos os casos diiscutidos anteriorme
ente, cons
sideramos a convec cção forçaada
mon m ambos os lados do trocad
nofásica em dor de calor. Conde
ensadores, caldeirass e
adores de usinas de
radia d força espaciais in ncluem mecanismoss de cond densação, de
ebulição e de radiação,, respectivvamente, sobre
s umaa das supe o trocador de
erfícies do
calor.
a) Condensad
C dores. Os s condens sadores sã ão utilizad
dos em váárias aplicações, co
omo
usina as de força
a a vapor de
d água, plantas
p de processammento quím
mico e usin
nas nuclea
ares
elétrricas de veículos
v e
espaciais. Os princippais tipos incluem os conde ensadores de
supeerfície, os condensa adores a jato e os condensad aporativos. O tipo mais
dores eva m
comum é o condensado
c or de sup perfície, qu
ue tem a vantagem de o con ndensado ser
devoolvido à caaldeira através do sisttema de alimentação o de água.
A Fig. 7.11
7 mostrra um corte através de um condensadorr de superrfície, de dois
d
passses, de umm grande tu apor em uma usina de
urbina a va d força. U
Uma vez que
q a press são
do vapor,
v na saída da turbina, é de e somente 1,0 a 2,0 polegadas
p de mercúrio absoluttas,
a deensidade dod vapor é muito baix xa e a vaz
zão do fluid emamente grande. Para
do é extre
minimizar a pe erda de carrga, na transferênciaa do vapor da turbina ondensador, o
a para o co
conddensador é montado o ordinariaamente abaixo da tu urbina e lig
gado a elaa. A água de
resfrriamento flui horizo ontalmentee no inte erior dos tubos, enquanto o vapor flui
verticalmente para
p baixo
o, entrandoo por uma grande ab bertura na parte supeerior, e pas
ssa
transsversalmen nte sobre os tubos. Observe que há dispositivo d ção do ar frio
de aspiraç
das regiões qu ue ficam exatamente
e e acima doo centro doo poço queente. Este dispositivo é
impoortante, poois a preseença de gá ás não con ndensável no vapor reduz o coeficiente
c de
transsferência de
d calor na a condensa ação.
Apostila de Transmissão de Calor 115
tempperatura do o metal ficca aproximadamente no meio das d temperraturas do fluido que ente
e do
o fluido frio, a parede metálica permanece
p e a uma temperatura a quase uniforme.
A Fig. 7.12e
7 mosstra uma configuraçã ão em contracorrente e na qual os fluidos se
desloocam em sentidos
s opostos. A temperatura de saída do fluido o frio pode ser mais alta
a
do que
q a do ffluido quen nte. Teoric
camente, a temperattura de sa aída de um m fluido po ode
aprooximar-se dad temperratura de entrada
e doo outro. Poor isso, a capacidad de térmica do
troca
ador de ca alor em co ontracorrennte pode ser
s o dobrro da capa acidade do o trocador de
calor com esco oamento paralelo.
p A alta recup
peração de calor e a e eficiência térmica
t de
este
troca
ador fazem m com que e seja prefferível ao ttrocador co
om escoam mento para alelo, sempre
que as exigênc cias do pro ojeto perm
mitam tal esscolha. A temperaturra do meta al, no trocador
em contracorrrente, em posição à do troccador com m escoame ento parallelo, tem um
graddiente signiificativo ao
o longo do percurso non trocador.
Nas co onfiguraçõe
es de esc coamento multipasse e cruza ado, a dis stribuição de
temp
peratura, no
n trocador de calor,, exibe paddrão mais complicad do. Por exemplo, a Fig.
F
7.13
3 mostra a distribuição de temmperatura em
e um tro ocador de calor de um u passe no
casc
co e dois passes
p noss tubos. A Fig. 7.14 mostra um
m perfil típ
pico de tem
mperatura em
um trocador d de calor com
c corren
ntes cruzaadas, quando ambo os os fluid
dos são não-
misturados.
Apos
stila de Tra
ansmissão
o de Calor 1
117
A0 − Ai
Am = = média logarítmica da área, m2
A
ln 0
Ai
hi, ho = coeficiente de transferência de calor, da corrente interna e externa,
respectivamente, W/(m2 .°C)
k = condutividade térmica do material do tubo, W/(m .°C)
R = resistência térmica entre a corrente interna e a externa.
t = espessura do tubo, m
A resistência térmica R dada pela Eq. (7.2) pode ser expressa como um coeficiente de
transferência de calor global baseado na superfície interna ou na superfície externa do
tubo. Não importa sobre que área está baseado, desde que seja especificada na
definição. Por exemplo, o coeficiente de transferência de calor global U0, baseado na
superfície externa do tubo, é definido por
1 1
U0 = = =
A0 R ( A0 / Ai )(1 / hi ) + ( A0 / Am )(t / k ) + 1 / h0
1
= (7.3)
(D0 / Di )(1 / hi ) + [1 / (2k )]D0 ln(D0 / Di ) + 1 / h0
A0 D0 D0
= ln Do – Di = 2t (7.4)
Am 2t Di
1 1
U0 = = =
AiR 1 / hi + ( Ai / Am )(t / k ) + ( Ai / A0 ) + (1 / h0 )
1
= (7.5)
1 / hi + [1 / (2k )]Di ln (D0 / Di ) + (Di / D0 )(1 / h0 )
1
= U0 (7.7)
(D0 / Di )(1 / hi ) + (D0 / Di )Fi + [D0 / (2k )]ln(D0 / Di ) + F0 + 1 / h0
O valor do coeficiente de transferência de calor global em diferentes tipos de aplicação
varia amplamente. Intervalos típicos de U0 são os seguintes:
Fica evidente que Uo é geralmente baixo para fluidos que têm baixa condutividade
térmica, como os gases ou os óleos.
7.4) O MÉTOD
DO DTML PARA ANÁLISE DO
OS TROCA
ADORES D
DE CALOR
R
ondee A é a áre
ea de tran
nsferência de calor to
otal e U é o coeficiente de tran
nsferência de
calor global mé
édio baseaado nesta área.
á
Na análise
a seg
guinte desenvolveremmos uma expressão
e o para a differença dee temperattura
méddia na conffiguração de
d correntees paralela
as, com um único passe, mos strado na Fig.
F
7.15
5. O resulta
ado obtido poderá se
er aplicado em todas as configu urações dee escoameento
da Fig.
F 7.12.
Vam
mos nos refferir à Fig. 11.15. Faç
çamos
DQ = U dA ∆ T (7.9)
Entretanto, dQ deve ser igual ao calor desprendido pelo fluido quente, ou absorvido
pelo fluido frio, ao passarem do ponto A para o ponto A + dA; com esta consideração,
escrevemos
dQ = -mh cph dTh (fluido quente) (7.10 a)
dQ = mc cpc dTc (fluido frio) (7.l0 b)
onde cpc e cph são os calores específicos, e dTc e dTh são as variações das
temperaturas dos fluidos frio e quente, respectivamente. Notemos que
∆ T = Th - T c (7.11 a)
ou
d( ∆ T) = dTh - dTc (7.11 b)
dQ dQ ⎛ 1 1 ⎞
d( ∆ T) = - − = −dQ⎜ + ⎟ (7.12)
mh c ph mc c pc ⎜m c ⎟
⎝ h ph mc c pc ⎠
d( ∆ T) = - B dQ (7.13a)
onde
1 1
B= + (7.13 b)
m h c ph mc c pc
d( ∆ T) / ∆ T = - UB dA (7.14)
∆TL d (∆T ) At
∫ ∆T0 ∆T
= − B ∫ UdA
0
At
∆TL d (∆T ) ∫ UdA
∫ = − BAt (7.15)
0
∆T0 ∆T At
como
1 At
Um =
At ∫
0
UdA (7.16)
∆ T0 - ∆ TL = BQ
∆T0 − ∆TL
Q= (7.18)
B
A eliminação de B entre as Eqs. (7.17) e (7.18) leva a
∆T0 − ∆TL
Q = At Um (7.19)
ln(∆T0 / ∆TL )
Nosso objetivo nessa análise era exprimir a taxa total de transferência de calor através
do trocador de calor em termos de uma diferença média de temperatura ∆ Tln na forma
Q = At Um ∆ Tln (7.20)
A comparação entre os resultados das Eqs. (7.19) e (7.20) revela que a diferença
média de temperatura ∆ Tln, entre os fluidos quente e frio, em todo o comprimento do
trocador de calor, é
∆T0 − ∆TL
∆Tln = (7.21)
ln(∆T0 / ∆TL )
Q = A U ∆ Tln (7.22)
onde ∆ Tln é definida pela Eq. (7.21). Observamos que, no caso especial ∆ T0 = ∆ TL, a
Eq. (7.21) leva a ∆ Tln = 0/0 = indeterminado. Mas a aplicação da regra de L'Hospital
Apostila de Transmissão de Calor 125
mostra que neste caso particular ∆ Tln = ∆ T0= ∆ TL. É interessante comparar a DTML de
∆ T0 e ∆ TL com a média aritmética:
Tab. 7.2
∆T0 + ∆TL
∆Ta = (7.23)
2
onde os índices c e h se referem, respectivamente, aos fluidos frio e quente. A Fig. 7.16
mostra o fator de correção F em algumas configurações usualmente empregadas nos
trocadores de calor. Nestas figuras, a abscissa é a razão dimensional P, definida como
t 2 − t1
P= (7.26 a)
T1 − t1
Apostila de Transmissão de Calor 126
T1 − T2 ( mcp ) ladodotubo
R= = (7.26 b)
t 2 − t1 ( mcp ) ladodocasco
Observe que os fatores de correção, na Fig. 7.16, podem ser aplicados quer o fluido
quente esteja do lado do casco, quer do lado dos tubos.
Fig. 7.16 Fator de correção F para o cálculo de ∆Tcorrigida em trocadores multipasse com correntes
cruzadas. (a) um passe no casco e dois passes nos tubos; (b) dois passes no casco e quatro
passes nos tubos, ou múltiplo de quatro passes nos tubos; (c) correntes cruzadas, um só passe,
os dois fluidos sem misturação.
Apostila de Transmissão de Calor 127
Aqui, (mcp)mín é a menor entre mhcph e mccpc dos fluidos quente e frio; Th,af e Tc,af são as
temperaturas de entrada dos fluidos quente e frio, respectivamente.
Evidentemente, se a eficiência ε do trocador for conhecida, a Eq. (7.28) dá uma
expressão explícita para a determinação de Q no trocador. Vamos agora descrever a
dedução da expressão da efetividade ε .
e Cmín é igual ao menor entre Ch e Cc. Agora, nosso objetivo é eliminar a razão das
temperaturas, digamos, na Eq. (7.31b). O processo é o seguinte:
Consideramos a Eq. (7.17)
∆T
ln 0 = BU m A (7.33)
∆T L
onde, com a disposição de escoamento paralelo, temos
Leva-se a Eq. (7.33) para a forma exponencial, e usam-se os resultados da Eq. (7.34):
Th,ef − Tc ,ef
= e − BAU m (7.35)
Th,af − Tc ,af
Th ,ef = Th ,af −
Cc
(Tc,ef − Tc,af ) (7.36)
Ch
Tc ,ef − Tc ,af ⎛ C c ⎞
1− ⎜1 + ⎟⎟ = e − BAU
Th,in − Tc ,in ⎜⎝ C h
m
⎠
Apostila de Transmissão de Calor 130
1− = (7.37)
Th ,in − Tc ,in 1 + Cc / Ch
AU m
NUT = (7.39a)
C mín
NUT ≡ N (7.39 b)
Definimos agora
C mín
C≡ (7.41)
C máx
onde Cmín e Cmáx são, respectivamente, a menor e a maior das duas grandezas Ch e
Cc. Então, a Eq. (7.40) é escrita mais compactamente como
1 − exp[− N (1 + C )]
ε= (correntes paralelas ) (7.42)
1+ C
Apostila de Transmissão de Calor 131
Fig. 7.17 Efetividade num trocador de calor com correntes Fig. 7.18 Efetividade num
paralelas. trocador de calor
em contracorrente.
Nas Figs. 7.17 a 7.21 apresentamos algumas cartas de efetividade para arranjos
típicos de escoamento. Também listamos, na Tabela 7.3, algumas relações funcionais
para rápida referência.
ε = 1 − e − N para C → 0 (7.44)
Onde N = AUm / Cmín .
O significado físico do parâmetro adimensional NUT pode ser visto como segue:
AU m
NUT = (7.45)
C mín
(capacidade calorífica do trocador /capacidade calorifica das correntes)
Fig. 7.19 Efetividade num trocador de calor, com correntes Fig. 7.20 Efetividade num trocador de
cruzadas, ambas não misturadas. um passe no casco e dois, quatro , seis,
etc. passes nos tubos.
Fig. 7.21 Efetividade num trocador de calor de dois passes no casco e quatro, oito, doze, etc. passes nos
tubos.
Apostila de Transmissão de Calor 133
transferência de calor global Um, e a área total de transferência de calor A sejam dados.
O tipo e a configuração do escoamento do trocador são especificados. Desejamos
determinar a taxa total de fluxo de calor Q e as temperaturas de saída Th,ef e Tc,ef. Os
cálculos são os seguintes:
1. Calcule C = Cmín / Cmáx e N = NUT = UmA/Cmín a partir dos dados de entrada
especificados.
2. Sabendo N e C, determine ε a partir da carta ou da equação para a geometria e
configuração do escoamento especificados.
3. Sabendo ε , calcule a taxa total de transferência de calor Q a partir de
Q = εC mín (Th , af − Tc , af )
4. Calcule as temperaturas de saída a partir de
Q
Th.,ef = Th,af −
Ch
Q
Tc ,ef = Tc , af +
Cc
A discussão precedente do método ε -NUT ilustra claramente que o problema do
cálculo térmico, quando as temperaturas de saída não são dadas, pode ser resolvido
rapidamente com o método ε -NUT, mas será necessário um tedioso processo de
iteração para resolvê-lo com o método DTML, e a convergência pode não ser fácil.
(NUT )C mín
A=
Um
Um trocador de calor que tenha uma densidade de área superficial maior do que
cerca de 700 m2/m3 é classificado arbitrariamente como trocador de calor compacto.
Estes trocadores de calor são geralmente empregados em aplicações com corrente
gasosa. Por esse motivo, o coeficiente de transferência de calor é baixo, e é importante
a pequenez de peso e de tamanho. São encontrados em uma grande variedade de
configurações do miolo de transferência de calor, e suas características térmicas e
hidrodinâmica foram estudadas extensamente. A Fig. 7.22 mostra miolos típicos dos
trocadores de calor compactos. A Fig. 7.22a mostra um feixe de tubos com aletas
circulares em cada tubo; a Fig. 7.22b mostra um miolo de aleta de chapa placa contínua
e canais formados por chapas onduladas; a Fig. 7.22c mostra um miolo de tubos chatos
aletados por chapas planas contínuas.
As características de transferência de calor e de perda de carga destes
equipamentos para emprego como trocadores de calor compactos são determinadas
experimentalmente. Por exemplo, as Figs. 7.23 a 7.25 mostram transferências típicas
de calor e dados do fator de atrito nos três diferentes modelos. Note que os principais
grupos adimensionais que governam essas correlações incluem os números de
Stanton, de Prandtl e de Reynolds
h Cpµ GDh
St = Pr = Re = (7.47)
GC p K µ
G = m / Amín
onde m = vazão mássica total do fluido (kg/s) e Amín = área transversalmente mínima do
escoamento livre (m2), onde quer que esse mínimo ocorra.
A grandeza do diâmetro hidráulico Dh, em cada configuração, é especificado nas Figs.
7.23 a 7.25. O diametro hidráulico Dh é definido como
LAmín
Dh = 4 (7.48)
A
Fig. 7.22 Miolos típicos de trocadores de calor compactos: (a) feixe de tubos cilíndricos aletados; (b) chapa
plana aletada; (c) feixe de tubos chatos aletados.
Fig. 7.23 Transferência de calor e fator de atrito no escoamento através do feixe de tubos
cilíndricos com aletas de chapas contínuas
Vamos apresentar agora a análise de perda de carga nos trocadores com aletas
de chapa contínua e de tubos com aletas.
Fig. 7.24 Transferência de calor e fator de atrito no escoamento através do feixe de tubos chatos
com aletas de chapas contínuas
Fig. 7.25 Transferência de calor e fator de atrito no escoamento através do feixe de tubos cilíndricos
com aletas individuais
Apostila de Transmissão de Calor 138
Considere o miolo de um trocador com aletas de chapa contínua, como está ilustrado
na Fig. 7.22b. A medida que o fluido entra nos canais, sofre quedas de pressão em
virtude da contração resultante de variações de área e da expansão livre irreversível
depois de uma contração repentina. À medida que o fluido passa através do miolo do
trocador de calor (isto é, do núcleo), sofre queda de pressão em virtude do atrito fluido.
Também, dependendo de existir aquecimento ou resfriamento, há variação de pressão
em virtude de aceleração ou de desaceleração da corrente. Finalmente, à medida que o
fluido deixa o miolo do trocador de calor, há quedas de pressão associadas à variação
de área e a separação do fluido.
Então, a perda de carga total no escoamento do fluido através do miolo do trocador de
calor é dada por:
G2 ⎡ ⎛ ρi ⎞ A ρi ρ ⎤
∆P =
2ρi ⎣
( 2
)
⎢ K c + 1 − σ + 2⎜⎜ − 1⎟⎟ + f ( )
− 1 − Ke − σ 2 i ⎥
⎝ ρ0 ⎠ Amín ρ m ρ0 ⎦ (7.49)
Amín área.mínima.do.escoamento.livre
onde σ = =
A fr área. frontal
A 4 L área.total .de.transferên cia.de.calor
= =
Amín Dh área.mínima.de.escoamento.livre
ρu ∞ A fr ρu ∞
G= = = velocidade mássica, Kg/(m2.s)
Amín σ
Como se discutiu antes, o critério para otimização depende da aplicação específica. Por
isso, a grandeza otimizada (isto é, maximizada ou minimizada) deve ser estabelecida.
Pode haver alguma restrição adicional. Uma variedade de técnicas pode ser utilizada
para se chegar a um projeto otimizado; qualquer que seja a técnica adotada, cada caso
envolve a resolução do problema do cálculo da capacidade e das dimensões.Suponha
que o trocador de calor deva ser otimizado para um custo total mínimo. O problema
envolve restrições explícitas, como uma área frontal fixa e intervalos das dimensões do
trocador de calor, e restrições implícitas sobre a taxa mínima de transferência de calor
ou a perda de carga. Uma vez escolhida a geometria da superfície, o projetista tem a
opção de impor restrições adicionais, como os valores máximo e mínimo da altura da
aleta, espessura da aleta, passe da aleta, condutividade térmica da aleta, comprimento
da aleta, razão do gás, etc. Então, o problema se reduz à resolução do problema do
cálculo térmico dentro dos limites das variáveis especificadas.
Apostila de Transmissão de Calor 142
A radiação térmica é a energia radiante emitida pelos corpos em virtude das suas
temperaturas. Todos os corpos, a uma temperatura acima do zero absoluto, emitem
radiação térmica. Considere, por exemplo, um corpo quente à temperatura Th colocado
em uma câmara de vácuo cujas paredes estão frias, à temperatura Tc, como está
ilustrado na Fig. 8.1. Uma vez que o corpo quente está separado das paredes frias pelo
vácuo, não é possível a transferência condutiva ou convectiva de calor. 0 corpo quente
se resfria em virtude da troca de calor pela radiação térmica.
Outro exemplo é a transferência de energia do sol para a terra; a energia térmica
emitida do sol se propaga através do espaço e atinge a superfície da terra. 0 transporte
de energia radiante não exige um meio interveniente entre a superfície quente e fria. 0
verdadeiro mecanismo da propagação de radiação não está completamente
compreendido, mas diversas teorias foram propostas para explicar o processo. De
acordo com a teoria eletromagnética de Maxwell, a radiação é tratada como ondas
eletromagnéticas, enquanto o conceito de Max Planck trata a radiação como fótons, ou
quanta, de energia. Ambos os conceitos são utilizados para descrever a emissão e
propagação de radiação. Por exemplo, os resultados obtidos a partir da teoria
eletromagnética são usados para prever as propriedades radiantes dos materiais,
enquanto os resultados do conceito de Planck são empregados para prever a grandeza
da energia radiante emitida por um corpo a uma dada temperatura.
Quando a radiação é tratada como uma onda eletromagnética, considera-se a
radiação de um corpo, à temperatura T, como se fosse emitida em todos os
comprimentos de onda, desde λ = 0 até λ = ∞ . Nas temperaturas encontradas na
maior parte das explicações de engenharia, o conjunto da energia térmica emitida por
um corpo está nos comprimentos de onda entre λ ≅ 0,1 λ ≅ 100 µm . Por este motivo, a
região do espectro de comprimentos de onda entre λ = 0,1 e λ = 100 µm recebe
geralmente o nome de radiação térmica. 0 sol emite radiação térmica a uma
temperatura efetiva superficial de cerca de 5.760 k e o conjunto desta energia está nos
comprimentos de onda entre λ ≅ 0,1 e λ ≅ 3 µm ; por isso, esta região do espectro é
conhecida geralmente como a radiação solar. A radiação emitida pelo sol, nos
comprimentos de onda entre λ = 0,4 e λ = 0,7 µ m é visível para o olho; esta região do
espectro é a radiação visível (isto é, a luz visível). A Fig. 8.2 ilustra essas subdivisões
do espectro de ondas eletromagnéticas.
c
λ= (8.1)
v
O significado físico do ângulo sólido é mais bem visualizado se nos referirmos à Fig.
8.3. Seja Ω a direção de propagação e 0 a posição de referência. Consideremos uma
pequena área dA a um distância r de 0 e normal à direção Ω . O ângulo sólido dw
subtendido por dA, em O, é definido como
dA
dw = (8.5)
r2
Com base nesta definição, podemos inferir facilmente que o ângulo sólido subtendido
por um hemisfério, no seu centro, é 2 π (isto é, 2 π r2/r2) e por toda a esfera no seu
centro é 4 π (isto é, 4 π r2/r2).
Na Eq. (8.3), I bλ (T) é a intensidade da radiação do corpo negro, por unidade de
comprimento de onda, em torno do comprimento de onda λ . Entretanto, a radiação é
emitida em todos os comprimentos de onda. Para determinar a intensidade da radiação
do corpo negro I bλ (T), emitida à temperatura T, sobre todos os comprimentos de onda,
integramos I bλ (T) desde λ = 0 até λ = ∞ :
∫λ=0 I bλ (T ) dλ
∞
I b (T) = W/(m2.sr) (8.6)
representa a energia radiante espectral emitida pelo elemento de superfície dA, que se
propaga através do ângulo sólido elementar dw, em uma dada direção Ω . Nesta
expressão, o termo dA cos θ é a projeção de dA sobre um plano normal à direção Ω ; o
emprego da área projetada é necessário pois I bλ (T), por definição, está baseada na
área normal à direção de propagação.
Dividindo a Eq. (8.7) por dA, obtemos
que representa a energia radiante espectral do corpo negro, emitida por unidade de
área da superfície, que se propaga através do ângulo sólido elementar dw em qualquer
direção Ω .
Observe a Fig. 8.4b. Um ângulo sólido elementar dw pode ser relacionado ao ângulo
polar θ e ao azimute φ por
dA
dw = 21 =
(rdθ )(rdφsenθ ) = senθ d θ d φ (8.9)
r r2
Então a Eq. (8.8) se torna
Fig. 8.4 Nomenclatura para (a) emissão de radiação por uma superfície dA; (b) definição do ângulo
sólido dw em termos de θ , φ .
I λ (T) ∫θ
π /2
= 2π b =0
cos θ . sen θ .dθ .
π /2
⎡1 ⎤
= 2π I bλ (T) ⎢ sen 2 θ ⎥
⎣2 ⎦0
c1
Ebλ (T) = W/(m2. µ m) (8.12)
λ {exp[c 2 / (λT )] − 1}
5
A Eq. (8.12) pode ser usada para calcular Ebλ (T) para quaisquer λ e T. A Fig. 8.5
mostra o gráfico de Ebλ (T) em função de λ em várias T. Notamos, a partir desta figura,
que, a um dado comprimento de onda, a radiação emitida cresce com a elevação de
temperatura, e, para uma dada temperatura, a radiação emitida varia com o
comprimento de onda e apresenta um máximo. Esses máximos tendem a se deslocar
para os comprimentos de onda menores à medida que a temperatura cresce. As
posições destes máximos são dadas pela lei do deslocamento de Wien como
( λT ) máx = 2897,6 µm..k (8.13)
As posições dos máximos estão mostradas, na Fig. 8.5, pela linha tracejada.
∞ c1
Eb(T) = ∫ dλ
λ = 0 λ {exp[c / (λT )] − 1}
5
2
Eb(T) =T4 ∫x = 0
∞ c1
(8.14)
x {exp[(c 2 / x )] − 1}
5 dx
Aqui, Eb(T) é o poder emissivo do corpo negro, e a Eq. (8.15) é a lei de Stefan-
Boltzmann. O significado físico de Eb(T) é representar o fluxo de radiação do corpo
negro, emitido por uma superfície unitária a uma temperatura absoluta T.
Pode-se determinar a relação entre Eb(T) e Ib(T) pela integração da Eq. (8.11), sobre
todos os comprimentos de onda. Obtemos
Eb(T) = π Ib(T) W/m2 (8.17)
∫ E λ (T )dλ ∫ E λ (T )dλ
λ λ
b b
fo− (T ) = 0
= 0
(8.19)
∫ E λ (T )dλ σT
λ ∞ 4
0 b
∫
c1 λΤ dx
f o − λ (T ) = x = 0 x [exp(c / x) − 1]
(8.20)
σ 5
2
Fig. 8.5 Reflexão pelas superfícies. (a) reflexão especular, (b) reflexão difusa.
α λ + ρλ = 1 (8.20 a)
α+ρ =1 (8.20 b)
Fig. 8.6 Reflexão, absorção e transmissão da radiação incidente por um material semi-
transparente
onde q λ.b (T) é o fluxo de radiação espectral emitido pelo corpo negro, à temperatura T.
Das Eqs. (8.22) e (8.23), escrevemos
q λ. (T )
= α λ (T) (8.24)
q λ.b (T )
q λ. (T )
= ε λ (T) (8.25)
q λ.b (T )
que é a lei de Kirchhoff da radiação que afirma ser a emissividade espectral para a
emissão de radiação à temperatura T, igual ao poder de absorção espectral para a
radiação proveniente de um corpo negro, à mesma temperatura T.
Deve-se tomar muito cuidado na generalização da Eq. (8.26) para os valores
médios de α e de ε sobre todos os comprimentos de onda, isto é, para o caso
A Eq. (8.26) é sempre válida, mas a Eq. (8.27) se aplica quando a radiação incidente e
a radiação emitida tem a mesma distribuição espectral ou quando o corpo é cinzento,
isto é, quando as propriedades radiativas são independentes do comprimento de onda.
A aplicação da Eq. (8.27) simplifica enormemente o cálculo da troca de calor por
radiação entre as superfícies, como ficará claro, mais adiante, neste capítulo.
8.3.3) Emissividade
Se q(T) for o fluxo de radiação espectral emitido por uma superfície real, a uma
temperatura T, e E b.λ (T) for o poder emissivo espectral do corpo negro (isto é, o fluxo) à
mesma temperatura T, então a emissividade espectral hemisférica ε λ da superfície é
definida como
q λ (T )
ελ = (8.28)
E b.λ (T )
ε= ∞ = (8.29)
∫0 Eb.λ (T )dλ Eb (T )
Se α for o fluxo de radiação espectral incidente sobre uma superfície e q λa (T) for a
quantidade de radiação absorvida pela superfície, então o poder de absorção espectral
hemisférico, α λ será definido como
q λa (T )
αλ = (8.30)
q λi (T )
α = ∞ (8.31)
∫0 q λi (T )dλ
Dado α λ em função do comprimento de onda, a Eq. (8.31) pode ser utilizada para
calcular α .
Apostila de Transmissão de Calor 156
8.3.5) Refletividade
ρ=
∫ 0
ρ λ q λi (T )dλ
(8.33)
∞
∫ 0
q λi (T )dλ
Dada ρ λ em função do comprimento de onda, a Eq. (8.33) pode ser empregada para
calcular p. Neste processo de promediação, o fluxo de radiação espectral incidente q λi
(T) serve como fator de ponderação.
onde q λi (T) q λtr (T) são os fluxos de radiação incidente e transmitido, respectivamente.
Apostila de Transmissão de Calor 157
τ=
∫ 0
τ λ q λi (T )dλ
(8.35)
∞
∫ 0
q λi (T ) dλ
A energia do sol provém das regiões internas do sol, em virtude de uma reação
de fusão contínua. Quase 90% desta energia são gerados dentro da região 0,23 vezes
o raio do sol e em seguida transferidos radiativamente até uma distância cerca de 0,7
vezes o raio do sol. Fora desta região há a zona convectiva, onde a temperatura está
na faixa de 6.000 K. A frieza relativa da superfície externa do sol é indicação de que a
energia criada no interior é dissipada radiativamente pela superfície externa do sol.
Portanto, o sol, com seu raio R ~ 6,96 x 105 km e massa M ~1,99 x 1030 kg, é uma fonte
de energia quase inexaurível para a terra. Somente uma pequena fração de energia do
sol atinge a terra, em virtude da grande distância entre eles. A intensidade da radiação
solar que atinge a atmosfera foi determinada muito precisamente por uma série de
medidas elevadas feitas com o emprego de balões, de aviões, e de naves espaciais, de
1967 a 1970. A energia resultante conhecida como a constante solar Gs, vale
Essa quantidade representa o fluxo de radiação solar incidente sobre um plano normal
aos raios de sol, exatamente no limite da atmosfera da terra, quando esta está à
distância média do sol. À medida que a terra se desloca em torno do sol, em uma órbita
ligeiramente elíptica, a distância entre eles varia de 98,3% da distância média, quando
a terra está no ponto mais próximo do sol, até 101,7% da distância média, quando a
terra atinge sua distância máxima ao sol. Por isso, o valor instantâneo de Gs varia
aproximadamente por ± 3,4%, isto é, do máximo 1.399 W/m2, em 21 de dezembro, ao
mínimo 1.310 W/m2, em 21 de junho. Entretanto, para fins práticos a variação de Gs é
Apostila de Transmissão de Calor 158
desprezada, e retorna a constante como 1.353 W/m2. Então a energia solar Go que
incide normalmente na superfície externa da atmosfera terrestre é
Fig. 8.8 Efeitos da atenuação atmosférica sobre a distribuição espectral da radiação solar
Apostila de Transmissão de Calor 159
A quantidade de energia solar recebida por uma superfície no nível do mar depende da
orientação da superfície em relação ao sol, da hora do dia, do dia do ano, da latitude do
ponto de observação e das condições atmosféricas. Na alvorada ou no crepúsculo, a
radiação solar que atinge a superfície da terra percorre um caminho oblíquo, mais
longo, através da atmosfera; por isso, a atenuação atmosférica é maior e a intensidade
se reduz significativamente.
O fluxo total de energia solar qt, recebido por unidade de área de uma superfície
ao nível do mar consiste nas componentes direta e difusa. Seja qdf (em watts por metro
quadrado) a radiação solar difusa incidente sobre uma superfície horizontal e devida à
radiação proveniente de todo o hemisfério espacial, e seja qD o fluxo da radiação solar
direta, por unidade de área normal à direção do feixe de radiação solar, no nível do
mar. Seja θ o ângulo de incidência, isto é, o ângulo entre o raio do sol e a normal à
superfície, conforme a ilustração da Fig. 8.9 Então, o fluxo de energia solar total qt
recebido pela área unitária da superfície no nível do mar, é
2
q t = q D cos θ + q d . f W/m (8.40)
Apostila de Transmissão de Calor 160
Portanto, para calcular o fluxo total de energia solar recebido por uma superfície,
precisa-se saber o fluxo da radiação solar difusa, o fluxo da radiação solar direita sobre
um plano normal à direção do feixe, e o ângulo de incidência θ .
Até agora discutimos a radiação para uma superfície única ou de uma superfície
única. Entretanto, nas aplicações de engenharia, os problemas de interesse prático
envolvem troca de radiação entre duas ou mais superfícies. Quando as superfícies
estiverem separadas por um meio inerte, que não absorve, nem emite, nem difunde a
radiação, a troca de radiação entre as superfícies não é afetada pelo meio. O vácuo,
por exemplo, é um perfeito meio inerte; entretanto, o ar e muitos gases se aproximam
quase exatamente desta condição. Para quaisquer duas superfícies dadas, a
orientação entre elas afeta a fração da energia radiante emitida por uma superfície e
que, incide diretamente na outra superfície. Por isso, a orientação das superfícies tem
papel importante na troca radiativa de calor.
Para formalizar os efeitos da orientação na análise da troca radiativa de calor
entre superfícies, adota-se o conceito de fator de forma. Os termos fator de vista, fator
de visada e fator de configuração também são utilizados na literatura. Deve-se fazer
uma distinção entre o fator de forma difuso e o fator de forma especular. O primeiro se
refere à situação em que as superfícies são refletores difusos e emissores difusos,
enquanto o último se refere à situação em que as superfícies são emissores difusos e
refletores especulares. Neste livro vamos considerar apenas os casos em que as
superfícies são emissores difusos e refletores difusos; por isso, não precisamos fazer a
distinção. Vamos empregar simplesmente o termo fator de forma, e este termo
corresponde ao fator de forma difuso.
Apostila de Transmissão de Calor 161
A fim de termos uma visão mais profunda da dedução das relações que definem os
fatores de forma, vamos demonstrar a expressão que define o fator de forma entre duas
superfícies elementares.
2π π /2
Q1 = dA1 ∫φ =0 ∫θ =0 I1 cos θ1 sen θ1dθ1dφ
1
(8.44)
Q1 = π .I 1 dA1 (8.45)
O fator de forma elementar dFdA1 − dA2 , por definição, é a razão entre a energia radiante
emitida por dA1, que incide diretamente sobre dA2, e a energia radiante emitida por dA1,
em todas as direções no espaço hemisférico. Portanto, essa razão é obtida dividindo-se
a Eq. (8.43) pela Eq. (8.45):
dQ1 cos θ 1 cos θ 2 dA2
dFdA1 − dA2 = = (8.46)
Q1 π .r 2
O fator de forma elementar dFdA2 − dA1 , de dA2 para dA1 é agora obtido imediatamente da
Eq. (8.46) pela permutação dos índices 1 e 2. Encontramos
A relação de reciprocidade entre os fatores de forma dFdA1 − dA2 e dFdA2 − dA1 , segue-se das
Eqs. (8.46) e (8.47) como
dA1 dFdA1 − dA2 =dA2 dFdA2 − dA1 (8.48)
Esta relação implica que, dadas duas superfícies elementares dA1 e dA2, se um dos
fatores de forma for conhecido, o outro é facilmente calculado pela relação de
reciprocidade.
cos θ 1 cos θ 2
FdA1 − A2 = ∫A
2 π .r 2
dA2 (8.49)
O fator de forma FA2 − dA1 , de A2 para dA1 é obtido pela integração da Eq. (8.47) sobre a
área A2 seguida pela divisão por A2:
A divisão por A2, no segundo membro, torna a energia incidente em dA1 uma fração da
emitida por A2 em todo o espaço hemisférico. Das Eqs. (8.49) e (8.50) escrevemos a
relação de reciprocidade entre os fatores de forma FdA1 − A2 e FA2 − dA1 , como
O fator de forma A2 para A1 é obtido pela integração da Eq. (8.50) sobre A1:
1 cos θ 1 cos θ 2
FA1 – A2 =
A2 ∫ ∫
A2 A1 π .r 2
dA1 dA2 (8.52)
1 cos θ 1 cos θ 2
FA1 – A2 =
A1 ∫ ∫
A1 A2 π .r 2
dA2 dA1 (8.53)
Vamos considerar agora uma cavidade fechada consistindo em N zonas, cada uma
com a área superficial Ai , i = 1, 2, ... N, como está ilustrado na Fig. 8.11. Admite-se que
cada zona seja isotérmica, emissor difuso e refletor difuso. A superfície de cada zona
pode ser plana ou convexa ou côncava. Os fatores de forma entre as superfícies Ai e Aj
da cavidade fechada obedecem à seguinte relação de reciprocidade:
Ai F Ai − A j = Aj F A j − Ai (8.55)
A soma dos fatores de forma de uma superfície da cavidade fechada, digamos A1 para
todas as superfícies da cavidade, inclusive para si mesma, deve ser igual à unidade,
pela própria definição de fator de forma.
Esta é a relação da adição dos fatores de forma de uma cavidade fechada, e é escrita
como
N
∑ FA − A i k
=1 (8.56)
k =1
(8.58)
N ( N − 3)
½ N(N - 1) - N = (8.60)
2
Por exemplo, numa cavidade fechada com N = 5 zonas, com superfície plana em cada
zona, de todos os possíveis N2 = 25 fatores de forma, o número de fatores de forma a
serem determinados pela disposição geométrica das superfícies é somente 1/2(N)(N -
3) = 5.
Se a geometria possuir simetria, alguns dos fatores de forma são conhecidos a
partir da condição de simetria, o que reduz mais ainda o número de fatores de forma a
serem calculados.
O cálculo do fator de forma entre duas superfícies elementares, definidos pelas Eqs.
(8.46) e (8.47), não apresenta problema, mas a determinação do fator de forma de
superfícies finitas envolve a integração sobre as superfícies, o que é difícil de realizar-
se analiticamente, exceto em geometrias simples. Na Tabela 8.2 apresentamos
expressões analíticas dos fatores de forma em diversas configurações simples. Alguns
dos fatores de forma estão plotados nas Figs. 8.12 a 8.16.
Apostila de Transmissão de Calor 166
Fig. 8.12 Fator de forma FdA1 − A2 de uma superfície elementar dA1, para uma superfície retangular
A2.
Apostila de Transmissão de Calor 169
Fig. 8.13 Fator de forma F A1 − A2 de uma superfície retangular A1, para uma superfície retangular A2
adjacentes e com planos perpendiculares
Apostila de Transmissão de Calor 170
Fig 8.14 Fator de forma F A1 − A2 de uma superfície retangular A1, para uma superfície retangular A2
paralela e diretamente em frente da outra.
Fig. 8.15 Fator de forma F A2 − A1 para cilindros concêntricos de comprimento finito. (a) Do cilindro
externo para o cilindro interno, (b) do cilindro externo para si mesmo.
segundo está ilustrado no esboço seguinte. Então, o fator de forma A1 para A2 pode ser
escrito como
F1- 2 = F1- 3 + F1- 4 (8.62)
que é coerente com a definição do fator de forma. Isto é, a fração da energia total
emitida por A1 que incide em A3 e A4 é igual à fração que incide na superfície A2.
Apostila de Transmissão de Calor 172
Outras relações adicionais entre estes fatores de forma podem ser escritas. Por
exemplo, os dois membros da Eq. (8.62) são multiplicados por A1:
Evidentemente, manipulações semelhantes podem ser feitas com a Eq. (8.63), e podem
obter outras relações entre os fatores de forma.
TRANSMISSÃO DE CALOR
LISTA DE EXERCÍCIOS I
1. A parede de uma casa pode ser aproximada por uma camada de 4 polegadas
de tijolo comum [(k = 0,7 (W/m oC)] seguida de uma camada de 1,5 polegadas
de gesso [(k = 0,48 (W/m oC)]. Que espessura de isolamento de lã de rocha [(k =
0,065 (W/m oC)] deve ser adicionada para reduzir a transferência de calor
através da parede em 80 por cento?
2. Um tubo de parede grossa de aço inoxidável [18% Cr, 8% Ni, (k = 19 (W/m oC)]
com 2 cm de diâmetro interno e 4 cm de diâmetro externo é coberto com uma
camada de 3 cm de isolamento de amianto [(k = 0,2 (W/m oC)]. Se a temperatura
da parede interna do tubo é mantida a 600 oC e a superfície externa do
isolamento a 100 oC, calcule a perda de calor por metro de comprimento.
4. Calcule o raio crítico de isolamento para o amianto [(k = 0,17 (W/m oC)] que
reveste um tubo ficando exposto ao ar a 20oC com h = 3,0 (W/m2 oC)]. Calcule a
perda de calor de um tubo de 5 cm de diâmetro a 200 oC, quando coberto com o
raio crítico de isolamento e sem isolamento.
8. Por um fio de aço inoxidável [(k = 19 (W/m oC)] de 3 mm de diâmetro passa uma
corrente elétrica de 200 A. A resistividade do aço pode ser tomada como 70µΩ
cm, e o comprimento do fio é 1m. O fio está imerso num fluido a 110 oC e o
coeficiente de transferência de calor por convecção é 4 kW/m2.oC. Calcule a
temperatura do centro do fio.
9. Uma barra muito longa de cobre de 1 cm de diâmetro [(k = 377 (W/m oC)]
encontra-se num ambiente a 22 oC. A temperatura da base da barra é mantida a
150oC. O coeficiente de transferência de calor entre a barra e o ar ambiente é 11
W/m2.oC. Determinar o calor transferido da barra para o ar.
10. Repetir o problema 7 para comprimentos finitos 2, 4, 8, ..., 128 cm, considerando
a perda de calor pela extremidade. Supor hL = 11 W/m2 oC.
11. Aletas em forma de disco circular de espessura constante, estão fixas sobre um
tubo de 2,5 cm de diâmetro externo, com um espaçamento de 100 aletas por
metro de tubo. As aletas são feitas de alumínio [(k = 160 (W/m oC)], com a
espessura t = 1mm e comprimento L = 1 cm. A parede do tubo é mantida a To =
170 oC, e o calor é dissipado por convecção para o ambiente a T∞ = 30 oC, com
o coeficiente de transferência de calor h = 200 W/(m2oC). Calcular a perda
térmica para o ar ambiente, por metro de comprimento do tubo. Comparar esta
perda térmica com a que ocorreria no tubo sem aletas.
12. Discos circulares de alumínio empregados como aletas, com seção retangular
constante, são fixados a um tubo de diâmetro externo D = 2,5 cm com um
espaçamento de 8 mm. As aletas têm espessura t = 1 mm, altura L = 15 mm, e
condutividade térmica k = 200 (W/m oC). A parede do tubo se mantém a uma
temperatura To = 190 oC, e as aletas dissipam convectivamente calor para o ar
ambiente a T∞ = 40oC, com um coeficiente de transferência de calor h∞ =80
W/(m2 oC)
(a) Determine a eficiência da aleta.
(b) Determine a eficiência da aleta ponderada pela área.
(c) determine a perda líquida de calor por metro de comprimento de tubo.
(d) Qual será a perda de calor por metro de comprimento do tubo na ausência de
aletas?
13. Aletas planas de cobre com seção reta retangular, tendo espessura t = 1 mm,
altura L = 10mm e condutividade térmica k = 380 (W/m oC), são fixadas a uma
parede plana mantida à temperatura To = 230 oC. As aletas dissipam calor por
convecção para o ar ambiente a T∞ = 30 oC, com um coeficiente de
transferência de calor h = 40 W/(m2.oC). Há um espaço de 8 mm entre as aletas.
Admita perda de calor desprezível na ponta.
(a) Determine a eficiência da aleta.
(b) Determine a eficiência da aleta ponderada pela área.
(c) determine a taxa líquida de transferência de calor por metro quadrado da
superfície plana da parede.
(d) Qual seria a taxa de transferência de calor da parede plana na ausência da
aletas?
14. Fixam-se aletas de alumínio de seção retangular a uma parede plana com 5 mm
de espaçamento. As aletas têm espessura t = 1 mm, comprimento L = 10 mm, e
condutividade térmica k = 200 W/(m.oC). A parede é mantida a uma temperatura
To = 200 oC, e as aletas dissipam convectivamente calor para o ar ambiente a T∞
= 40 oC com coeficiente de transferência de calor h = 50 W/(m2.oC)
(a) Determine a eficiência da aleta.
(b) Determine a eficiência da aleta ponderada pela área.
(c) determine a perda de calor por metro quadrado da superfície da parede.
15. Uma placa de alumínio [k = 160 W/(m.oC), r = 2790 kg/m3, cp = 0,88 kJ/(kg.oC)]
com L = 3 cm de espessura e uma temperatura uniforme To = 225oC é
repentinamente imersa em um fluido agitado mantido a uma temperatura
constante T∞ = 25 oC. O coeficiente de transferência de calor entre a placa e o
fluido é h = 320 W/(m2.oC). Determine o tempo necessário para que o centro da
placa atinja 50oC.
16. A temperatura de uma corrente de gás é medida com um termopar. A junta pode
ser aproximada por uma esfera de diâmetro D = 1 mm, k = 25 W/(m.oC), r =
8400 kg/m3 e cp = 0,4 kJ/(kg.oC). O coeficiente de transferência de calor entre a
junta e a corrente de gás é h = 560 W/(m2.oC). Quanto tempo passará para que
o termopar acuse 99% da diferença de temperatura aplicada?
3. Uma esfera de ferro [k = 60W/(m.oC), r = 7850 kg/m3, cp = 460 J/(kg oC) e α1,6 x
10-5 m2 /s] de diâmetro D = 5cm , está inicialmente em ema temperatura
uniforme Ti = 225oC . Repentinamente, a superfície da esfera é exposta a um
ambiente à temperatura T∞ = 25oC com um coeficiente de transferência de calor
h = 500 (W/m2 oC).
Calcule a temperatura no centro da esfera em t = 2 min depois do início do
resfriamento.
Calcule a temperatura à profundidade de 1,0 cm a partir da superfície, 2 min
depois do início do resfriamento.
12. Uma barra cilíndrica maciça de ferro [k = 60W/(m.oC) e α=2 x 10-5 m2 /s], de
diâmetro D= 6 cm, inicialmente na temperatura Ti = 800oC, é repentinamente
mergulhada em um banho de óleo a T∞ = 50oC. O coeficiente de transferência
de calor entre o fluído e a superfície é h = 400 (W/m2 oC). (a) Utilizando a carta
de temperatura transiente, determine a temperatura no eixo 10 min depois na
imersão do fluído; (b) Quanto tempo vai passar para que o eixo atinja 100 oC?
TRANSMISSÃO DE CALOR
LISTA DE EXERCÍCIOS III
δ ( x) = 280 vx
13u∞
c( x) = 0, 664
1
Re 2 (x)
− Tw
θ ..( x, y ) = T (Tx∞, y−)Tw = 3y
2δ t ( x )
− 12 [ ]y
δt ( x )
3
δt ( x) = 4,53 x
1 1
Re x 2 Pr 3
[
ur = 2um 1 − ( Rr )
2
]
onde R é o raio interno do tubo e um é a velocidade média de escoamento.
Desenvolva uma expressão para o fator de atrito f no escoamento dentro do
tubo.
8. O óleo de máquina (r = 868 kg/m3, v = 0,75 x 10-4 m2/s) escoa com uma
velocidade média um 0,15 m/s dentro de um tubo circular com diâmetro interno
D=2,5 cm. Calcule o fator de atrito e a perda de carga no comprimento L = 100
m do tubo.
θ r = TT ( r(,zz))−−TT
m
w (z)
w (z)
= [
96 3
11 16
+ 161 ( Rr ) − 14 ( Rr )
4 2
]
Deduza a expressão do coeficiente de transferência de calor.
10. Um óleo de máquina ferro [k = 0,14W/(m.ºC), e v =0, 8 x 10-4 m2/s] escoa com
uma velocidade média vm 0,2 m/s no interior de um tubo de 1,25 cm de
diâmetro, eletricamente aquecido nas paredes a uma taxa uniforme q = 2450
W/m2 . A transferência de calor ocorre na região termicamente desenvolvida .
Calcule a diferença de temperatura entre a superfície da parede do tubo e a
temperatura média de escoamento.
TRANSMISSÃO DE CALOR
LISTA DE EXERCÍCIOS IV
1. Bombeia-se óleo de máquina com uma velocidade média um 0,6 m/s através de
um feixe de n = 80 tubos, cada um com um diâmetro interno D = 2,5 cm e
comprimento L = 10 m. As propriedades físicas do óleo são υ = 0,75 x 10-4 m2/s
e, r = 868 kg/m3. Calcule a perda de carga em cada tubo e a potência total
necessária para bombear óleo através dos 80 tubos e superar o atrito fluido do
escoamento.
5. A água flui com uma velocidade média um 10 m/s num tubo circular de diâmetro
interno D = 5 cm. O tubo é feito de aço comercial, sua parede é mantida a uma
temperatura uniforme Tw = 100 ºC, pela condensação de vapor de água em sua
superfície externa. No local em que o escoamento está hidrodinâmica e
termicamente desenvolvido, a temperatura média global da água é Tb= 60 ºC.
Calcule o coeficiente de transferência de calor h utilizando a equação de
Petukhov.
7. O NaK líquido (56% de Na) flui com uma velocidade média 3 m/s, no interior de
um tubo liso, de diâmetro interno D = 2,5 cm, e é aquecido pela parede do tubo
mantida a uma temperatura uniforme Tw = 120 ºC. Determine o coeficiente de
transferência de calor da região em que a temperatura média global do fluído é
Tb = 95 ºC e o escoamento é completamente desenvolvido, usando as equações
de Seban e Shimazaki, Sleicher e Tribus, e Notter e Sleicher. Compare os
resultados.
ρ .u∞2
F = wLCm N
2
6. Um trocador de calor com dois passes no casco e quatro passes nos tubos, com
as correntes da figura abaixo, tem água no lado do casco e salmoura no lado
dos tubos. A água é resfriada de T1 = 18ºC até Ti = 6ºC, com a salmoura
entrando a T1 = -1ºC e saindo a T2 = 3ºC. O coeficiente de transferência de calor
global é U = 600 w/(m2ºC).Calcule a área necessária de transferência de calor
para um projeto com a carga térmica Q = 24000 W.
11. Um trocador de calor de um passe no casco e quatro passes nos tubos, deve
resfriar óleo, à razão de mh = 1,5 Kg/s [cph = 2100 J/(Kg.ºC)], de Th,af = 90ºC até
Th,ef = 40ºC, com água [cpc = 4180 J/(Kg.ºC)], entrando a Tc,af = 19ºC e mc = 1
Kg/s. O coeficiente de transferência de calor global é U = 250 w/(m2ºC). Calcule
a área necessária de transferência de calor.