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1. INTRODUÇÃO

1.1. PERÍCIA

Conceito: É o exame hábil de alguma cousa, realizada por pessoa habilitada ou

perito, para determinado fim,


judicial ou extrajudicial. (GONÇALVES, 1968, p.7).
Utilidade: O conceito pacífico da perícia é que juizes e interessados pedem o
testemunho e os subsídios dos
técnicos para decidir e resolver. (D´AUREA, 1962, p. 152).
Prática: Perícia é um instrumento especial de constatação, prova ou
demonstração, científica ou técnica, da
veracidade de situação, coisa ou fatos. A perícia é feita para suprir a
insuficiência de conhecimentos
específicos sobre o objeto da prova.
Pode-se solicitar o procedimento pericial numa ampla e variada gama de situações e para
os maisdiversos segmentos do conhecimento humano. Isto pressupõe que, a priori,
qualquer situação, coisa oufato seja factível de perícia, quando questionada perante juízo
ou fora dele.
Exemplos:
- Desapropriação de terras por órgão federal, para construção de rodovia. A
desapropriação se
baseia em laudo de avaliação de terras por perito judicial e assistente técnico. Com base
nolaudo pericial determina-se oquantum das terras, benfeitorias etc., para a
indenizaçãocorrespondente.
- Acidente automobilístico com vítimas. O juiz ou a parte interessada podem
solicitar nomeação
de perito (engenheiro mecânico), para produção de laudo que constate a existência ou não
defalha mecânica, a fim de provar a quem cabe a culpa do acidente – se ao motorista,
porimperícia, imprudência ou dolo eventual, ou a uma falha mecânica do veículo.
1.2. PROVA
Conceito geral: A prova é a soma dos fatos produtores da convicção, apurados
no processo (SANTOS, 1983,
p.13).
Utilidade: A prova visa, como fim último, a incutir no espírito do julgador a
convicção da existência do fato
perturbador do direito a ser restaurado. (SANTOS, 1983, p.2).
Na perícia: A busca da verdade formal quanto aos fatos, interessa ao perito, já
que a ele será cometida a
responsabilidade funcional de trazê-la para os autos do processo.
Na prática: A prova, no significado comum e geral, visa a demonstração da
verdade ao passo que a prova
específica processual civil limita-se à produção da certeza jurídica. (BONUMÁ,
João).
1.2.1. Prova Pericial
Função:A função da prova pericial é a de transformar os fatos relativos à lide de
natureza técnica ou científica,
em verdade formal, em certeza jurídica.
Conceito: É a demonstração que se faz - o modo - da existência, autenticidade e
veracidade de um fato ou ato.
Juridicamente, é o meio de convencer o juízo da existência do fato em que se baseia o
direito dopostulante. Os recursos de que se utiliza a inteligência, para a percepção da
verdade, constituem aprova (SANTOS, Moacir Amaral).
Na prática: A prova tem por finalidade demonstrar a verdade ou não-verdade
de uma afirmação. (Milhomens,
Jônatas)
A verdade negativa ou positiva, a cerca dos fatos interessa ao magistrado, quando, ao
saneardeterminado processo, percebe estar envolvida matéria técnica, cuja certeza
jurídica só pode seralcançada mediante produção de prova pericial.
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A favor: “Tendo o magistrado elementos suficientes para o esclarecimento da questão,
fica o mesmo autorizado a
dispensar a produção de quaisquer provas, ainda que já tenha saneado o processo,
podendo julgar antecipadamente
a lide, sem que isso configure cerceamento de defesa” (jurisprudência CPC T.Negrão,
p.413 “22”).
Contra: “Não há julgamento antecipado após deferimento e produção de prova pericial,
que conduz à audiência em
que, eventualmente, haverá oportunidade de esclarecimentos do laudo e debate oral de
questões suscitadas no
p
rocesso”. “A nomeação do perito não é mera faculdade do julgador; é imposição legal,
não podendo o juiz voltar
s
obre seus passos, para considerar desnecessária a prova.” (jurisprudência CPC
T.Negrão, p.414 “22”).
Restrição na perícia: Ao perito não é permitido externar, em seu laudo, sua
opinião pessoal sobre o que se
questiona nos autos do processo judicial. Ao Perito cabe unicamente relatar os
fatos tal
qual os observou.
Metodologia:Quando a matéria a ser periciada é parcial, alcançável, examina-se
tudo, ou seja, a totalidade do
Universo sob exame.
Quando a matéria é demasiadamente ampla, sem possibilidade de alcançar-se
o objetivo pela
totalidade, utiliza-se a amostragem, mas com exceção.
A prova é a concretização, técnica ou científica, do alegado. Siga os exemplos:
- Acidente de trânsito com vítima fatal = o laudo pericial constatou existência
de falha
mecânica grave (rompimento de barra de direção)antes do acontecimento do
evento,podendo ser, este, o motivo do acidente; perícia acolhida e não contestada;
descaracterizaçãodo crime de dolo eventual.
- A desapropriação de terras para construção de estrada federal gerou uma
indenização
considerada insuficiente, por parte do expropriado. Em contestação a essa deficiência,
esteentra com solicitação de revisão doquantum definido pelo órgão federal como
indenização desuas terras. Para tanto, o juiz nomeia perito judicial (engenheiro) para que
proceda àreavaliação da propriedade e, com base no laudo, define o valor da indenização
devida peloórgão expropriante.
1.2.2. Ônus da Prova
Aplicação: Segundo o Art. 333 do CPC, a obrigação de provar cabe: I – ao Autor,
quanto ao fato constitutivo de
seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito
do autor.
Fatos Jurídicos: é todo acontecimento, voluntário ou não, que pode ter conseqüências
jurídicas ou de conservar,
modificar ou extinguir relação de direito.
(Segundo Amaral Santos, p. 152): FATOS CONSTITUTIVOS – São aqueles que têm a eficácia
jurídica de dar vida,de fazer nascer, de constituir a relação jurídica (ex.: propriedade imobiliária
sobre a qual se reclama indenização pordesapropriação); FATOS EXTINTIVOS – são aqueles que
têm a eficácia de fazer cessar a relação jurídica (ex.:prescrição do direito reclamado; no caso do
processo de apropriação indireta com indenização da propriedade, aprescrição se dá em 20 anos,
caso o autor – o expropriado – não reclame o seu direito dentro desse prazo);FATOS
IMPEDITIVOS – São aqueles que impedem que decorra de fato o efeito que lhe é normal,
ou próprio, e que constituia
sua razão de ser; FATOS MODIFICATIVOS – são aqueles que, sem excluir ou impedir a
relação jurídica, à qual são
posteriores, têm a eficácia de modificá-la:
O Art. 333 do CPC distingue duas modalidade de contestação dos fatos jurídicos
constitutivos:
1ª - O réu não só nega os fatos constitutivos articulados pelo autor como também alega
fatos que extinguem ou
impedem aqueles.
2ª - o réu reconhece os fatos constitutivos mas alegafatos que extinguem, impedem
ou modificam a relação
j
urídica.
Conceito:Quem afirma ou nega determinado fato é que tem o ônus, o interesse
de oferecer ou produzir as
provas necessárias que entende possam vir a corroborar com as alegações
oferecidas.
Na prática: O dever de provar compete a quem alega, ou afirma determinados
fatos da causa.
Constatação:Quem busca a proteção da justiça depara com a necessidade de
produzir suas provas.
Quem oferece provas mais convincentes fatalmente obterá sucesso.

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LEMBRETES -Art. 339 CPC - ninguém se exime do dever de colaborar com o
poder judiciário para o
descobrimento da verdade.
-Art. 335 CPC – “Em falta de normas jurídicas particulares, o juiz aplicará as
regras de
experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente
acontece e ainda
as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a esta, o exame pericial”
(grifo nosso).
Quem alega, prova. Essa é a máxima judicial, muito embora pareça injusta, às
vezes. Siga os exemplos:
- Acidente de trânsito com vítima falta = processo de indenização por danos
pessoais (morte);
apelante: a família da vítima; contestação do laudo pericial através de prova testemunhal
dedireção perigosa e velocidade excessiva para o local do acidente; reabertura do
inquéritopolicial para investigação do alegado. Ao apelante cabe o ônus da prova.
- Desapropriação de terras para construção de rodovia federal. O órgão
expropriante contesta a
necessidade de reavaliação das terras, por considerar sua avaliação justa com a realidade
e,para tanto, assume igualmente o ônus de provar o alegado, podendo ser mediante
solicitação deperícia judicial.
1.2.3. Meios de Prova
Conceito:São todos os meios regulares e admissíveis em lei, utilizados para
demonstrar a verdade ou falsidade
de fato conhecido ou controvertido ou para convencer da certeza do ato ou fato
jurídico.
Objetivamente é todo meio lícito usado pela parte ou interessado na demonstração daquilo
quealega. Subjetivamente, é qualquer meio lícito capaz de levar o juiz a convencer-se da
verdade deuma alegação da parte.
Disposições jurídicas e legais: As disposições nos diversos ordenamentos
jurídicos e legais disciplinam a
seguir: “o modo de oferecimento das provas, o momento de sua produção, as
linhas mestras de sua
apreciação, cercando os atos respectivos das medidas de segurança
indispensáveis ao surgimento
da verdade”.(SANTOS, Moacyr Amaral. P.69).
- O artigo 332, do CPC, dispõe: “todos os meios legais, bem como os
moralmente legítimos, ainda
que não especificados neste código, são hábeis para provar a verdade dos
fatos, em que se funda a
ação ou a defesa”.
- O Art. 136 do Código Civil, dispõe: “Os atos jurídicos, a que se impõe forma
especial, poderão
provar-se mediante; I - confissão; II - atos processados em juízo; III -
documentos públicos e
particulares; IV- testemunhas; V - presunções; VI - exames e vistorias; VII –
Arbitramentos”.
- O Art. 122 do Código Comercial, dispõe: “os contratos comerciais podem
provar-se: I - por
escritura pública; II - por escritos particulares; III - pelas notas dos corretores, e por
certidõesextraídas dos seus protocolos; IV - por correspondência epistolar; V – pelos livros
doscomerciantes; VI - por testemunhas.
1.2.3.1. Comentários sobre as provas admitidas
Depoimento pessoal: Consiste no interrogatório da parte, pelo juiz, sobre os
fatos da causa. Pode ser
determinado de oficio pelo juiz, ou a requerimento da parte. O não comparecimento
ourecusa em depor importa na pena de confissão. A testemunha será interrogada
peloMagistrado e pelo advogado da parte adversa. (Art. 342 a 354 do CPC).
Confissão: É admissão da verdade de um fato, contrário ao interesse da parte e
favorável ao do adversário. A
confissão poderá ser judicial ou extrajudicial. Ainda poderá ser feita pela própria parte ou
porprocuradores com poderes especiais. A confissãoficta é a confissão presumida pela
lei, ocorre narevelia (CPC, Art. 319) e na falta de impugnação específica de cada fato (Art.
302).
Presunção: é a ilação e aceitação de certeza obtida de um fato conhecido e
provado para se admitir como prova
a existência de um fato desconhecido ou duvidoso. A presunção, faz prova,
podendo ser estabelecida
em lei, definindo como verdadeiros certos atos e fatos.

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Exibição de Documentos ou Coisas: O juiz, de ofício ou a requerimento da parte,
poderá determinar a exibição
de documentos ou coisas em poder da outra parte, ou de terceiros. Issonos próprios autos
ou separados, na forma de medida cautelar. Caso aparte se negar a exibição, serão
admitidos como verdadeiros os fatos que,por meio do documento ou da coisa, a parte
contrária pretendia provar.Se a negativa for de terceiros, o juiz ordenará a exibição,
podendodeterminar a apreensão e a responsabilidade por desobediência. (Art. 355a 362
do CPC).
Documentos:Documentos são papéis públicos ou particulares, cartas, livros etc.
Também são documentos, para
efeitos probatórios, as reproduções mecânicas como fotografia, filme e gravações sonoras.
Acópia do documento deve ser autenticada. Em princípio os documentos devem ser
juntados nainicial, pelo autor, e na contestação pelo réu. (Art. 364 a 399 do CPC).
Testemunhas:Consiste na inquirição de pessoas, alheias aos autos, pelo juiz,
acerca dos fatos da lide.
Geralmente ocorre a requerimento da parte. Ambos os advogados poderão manifestar-
se,iniciando-se por aquele que arrolou. Qualquer pessoa pode depor como testemunha,
exceto asincapazes, impedidas ou suspeitas. (Art. 400 a 419 do CPC).
Inspeção Judicial: Consiste na inspeção, in loco, pelo juiz da causa, de pessoas
ou coisas, a fim de se
esclarecer sobre fato que interessa à decisão da causa. O juiz poderá ser assistido
porperitos. Concluída a inspeção, o juiz determinará a lavratura de autos
circunstanciados,mencionado tudo o que for útil ao julgamento da causa. (Art. 440 a 443
do CPC).
Perícia:Consiste na elaboração de um laudo sobre os fatos da causa. O laudo é
preparado por perito de
confiança do juiz. O trabalho é realizado independente de compromisso (Art.
422 do CPC: “O perito
cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de termo
decompromisso. Os assistentes técnicos são de confiança da parte, não sujeitos a
impedimento oususpeição.”)
A Prova Pericial é disciplinada pelos artigos 420 a 439 e artigos 606 e 607 do CPC
Judicial, que éfeita pelo próprio magistrado e se envolver questões técnicas poderá ser
assistido por um ou maisperitos, sendo disciplinada pelos artigos 440 a 443.
O perito não tem a obrigatoriedade de uma formação jurídica, porém para um
trabalho há necessidade
em conhecer noções de direito, principalmente quanto ao intuito da prova.
1.2.4. Modalidades da Prova Pericial
As provas produzidas com a interveniência de perito são qualificadas no Art.
420 do CPC, em quatro
modalidades: a) exame; b) vistoria, c) arbitramento, e d) avaliação.
a) Exame:Envolve a inspeção de pessoas ou coisas com o objetivo de se
verificar determinados fatos
relacionados com o objeto da lide.
É a espécie de perícia contábil mais comum, ou seja análise de livros e
documentos, podendo
envolver também procedimentos indagativos e investigativos.
b) Vistoria:É o trabalho desenvolvido pelo perito para constatar in loco o estado
ou a situação de determinada
coisa, geralmente imóveis.
É a espécie não muito usada na perícia contábil, mais adotada em perícia
médica ou engenharia.
Poderá envolver a verificação ou a constatação de situação, coisa, ou fato, de
forma circunstancial.
c) Arbitramento: Consiste na fixação de valor, determinado pelo perito para
coisas, direitos ou obrigações: é a
estimação do valor em moeda, podendo envolver quantitativos e qualitativos.
“Todo arbitramento pode achar-se cumulado com o exame ou a vistoria, sempre que haja
anecessidade de parecer sobre a qualidade ou a quantidade das coisas, direito ou
obrigaçõessobre os quais ele versa” (Santos, Moacyr Amaral).

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d) Avaliação:Tem por finalidade a fixação de valor “recebendo essa
denominação quando feita em inventário,
partilha ou processos administrativos e nas execuções para estimação do valor
da coisa a
partilhar, ou penhor.”
Envolve, a valorização ou estimação em moeda de coisa, de acervos
patrimoniais ou bens,
direitos e obrigações.
Ex. haveres em processo de inventário e de dissolução ou liquidação de
sociedade.
1.2.5. Admissão da Prova Pericial
Ordenamento: O Inciso VI do Artigo 282 do CPC determina ao Autor que indique
na inicial as provas que
pretende produzir. O Art. 300 do CPC determina que o réu indique as provas
que pretende
produzir na sua contestação.
Na prática: Quando as partes não explicitarem as provas que pretendem
produzir, mas apenas indicando
genericamente “protestos pela produção de todas as provas em direito
admitidas”, o juiz marca
prazo para que especifiquem as provas que pretendem produzir.
Admissibilidade: A prova pericial é admitida:
a) Na fase de instrução do processo
São as perícias desenvolvidas no sentido de trazer para os autos a provatécnica contábil
que convalide as alegações oferecidas. (discute-se odireito)
b) Na fase de liquidaçãoAs perícias desenvolvidas são as necessárias no sentido
de trazer para os autos a
quantia de direito. (apura-se oquantun) que poderão ser :
- Liquidação por sentença - apuração do quanto é devido ao autor de acordo
com o
determinado em parâmetros explícitos na própria sentença.
- Liquidação por arbitramento – exige do profissional poder criativo e domínio
profissional amplo e profundo, de modo que lhe permita construir premissas
técnicasplausíveis que suportem os critérios adotados na solução da controvérsia ou
fixação devalores. Sempre temos que suportar o resultado ou juízo técnico de forma
coerentecom o que se postula na demanda.
- Perícia Contábil em liquidação por artigo - poderá envolver a aplicação de
novo
exame e avaliação. Fatos novos provocarão a necessidade de examinar livros
edocumentos. Feitos os exames, a perícia contábil desenvolve procedimentoavaliatório.
Comum nas decisões trabalhistas ( art. 608 CPC).
Fases de um Processo Judicial:
Petição inicial:Peça escrita na qual o autor formula seu pedido a autoridade
judiciária, expondo os fatos e sua
fundamentação legal contra o réu, dando início ao processo.
Citação:Ato processual pelo qual a autoridade judiciária competente dá
conhecimento a pessoa contra a qual é
proposta ação ou que nela tem interesse.

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Contestação: Forma de resposta do réu, na qual este impugna a pretensão do
autor formulada na petição inicial.
Audiência de Instrução e Julgamento: Ato solene e público, no qual o juiz instrui
o feito e apura as provas,
ouvindo partes, testemunhas e peritos, assiste os debates orais eprofere sentença
definitiva, depois, no prazo legal, por escrito ouverbalmente.
Sentença: Decisão proferida por juiz competente que põe termo ao processo,
julgando ou não o mérito da causa.
Recurso: Poder que se confere à parte vencida, ou a outrem, para invocar nova
decisão judicial, de órgão
jurisdicional hierarquicamente superior ou obtenção de novo julgamento que
revogue o anterior.
De acordo com o Art. 496 – CPC – São cabíveis os seguintes recursos:
I) Apelação: Recurso interposto junto ao juiz da causa, pela parte que se
considera prejudicada por sentença
definitiva ou com força igual, proferida por juiz de instância inferior.
II) Agravo:Recurso que se interpõe à instância superior contra decisões
proferidas no processo, visando seja
modificada ou reformada a decisão recorrida.
III) Embargos infringentes: Recurso cabível contra acordo proferido em apelação
ou ação rescisória, se o
julgamento não foi unânime.
IV) Embargos de declaração: Pedido que se faz ao juiz ou tribunal para que
esclareçam dubiedades,
contradições, obscuridades e omissões contidas na sentença, referindo-se o
pedido apenas a sua forma.
V) Recurso ordinário: Recurso interposto ao STF e ao STJ em matérias como
“hábeas corpus”e o mandado de
segurança. É o meio pelo qual o vencido pode ter a anulação ou reformulação
da
sentença.
VI) Recurso especial:Recurso interposto ao STJ nas causas decididas em única
ou última instância da justiça
comum em matérias não constitucionais.
VII) Recurso extraordinário:Recurso interposto ao STJ nas causas decididas em
única ou última instância,
quando a decisão recorrida apresentar ofensa a Constituição Federal.
VIII) Embargos de divergência em resumo especial e em recurso extraordinário:
Os que se opõem no STJ ou STF contra decisão de Turma que diverge no
julgamento de outra ou do
Plenário.
QUADRO DE HIERARQUIA DA
JUSTIÇA ESTADUAL
8
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
TRIBUNAL DE JUSTIÇA COMUM
TRIBUNAL DE ALÇADA
JUSTIÇA MILITAR
CONSELHO DE JUSTIÇA MILITAR
JUÍZES DE DIREITOSUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
HIERARQUIA DA JUSTIÇA DA UNIÃO
9
STJ
TRF
JUÍZES
ELEITORAIS
JCJ
STM
TST
TRE
TRT
TM
JUÍZES
MILITARES
JUÍZES
FEDERAIS
TSE
JUNTAS
ELEITORAIS
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
10
1. Verificação de Absorção de Conhecimentos
Use o CPC e o CC, e, sempre que necessário embasar a resposta, cite e
transcreva o artigo correspondente
para sua sustentação.
Questões:
1. Comente em termos gerais o que é a Perícia.
2. Qual o papel da prova e a quem cabe o ônus de apresentá-la?
3. Comente o que são: Fatos Jurídicos, Fatos Constitutivos, Fatos Extintivos,
Fatos impeditivos e Fatos

Modificativos.

4. O que estatui o Art. 332 do CPC e onde se insere a perícia como meio de prova?

5. O que é Prova Pericial e quais os artigos do CPC que a disciplinam?

6. Quais o tipos de prova produzida com participação de perito? Exemplifique cada tipo.

7. Em que fases do processo é admitida a prova pericial?


11
2 O PERITO JUDICIAL
Conceito geral: Perito, de acordo com a etimologia da palavra, significa: “o que
é sabedor ou especialista em
determinado assunto”.
Na prática: É toda pessoa que, por seu reconhecido saber (técnico ou
científico), ou por ter titularidade
acadêmica específica em determinado tema, se constitui emexpert sobre o
mesmo, após a prática
comprovada no mesmo.
Conceito específico:Perito Judicial é aquele que, reconhecido o seu saber, é
chamado a prestar seus serviços de
expert em determinado assunto, por solicitação ou nomeação da Justiça.
É portanto um profissional habilitado (legal, cultural e intelectualmente) a
exercer virtudes
morais e éticas com total compromisso com a verdade.
2.1. A ESCOLHA DO PERITO JUDICIAL
A quem cabe: A escolha do Perito
Judicial é privativa do
Juiz
de
DireitoPresidente do Processo,é função de confiançado juiz. Não é lícito
aspartes indicarem operito do juiz, sob penada parte contrária alegara suspeição do perito.
Quando cabe:O
momento da
nomeação
normalmente, se dá porocasião do despachosaneador, ou seja,quando o juiz considerao
processo em ordem edecide
sobre
anecessidade de produzirprova pericial.
Normativas: Esta matéria está
disciplinada no art. 331
do CPC, que diz: “Se não
se verificar nenhuma das
hipóteses previstas nas
seções precedentes, o juiz ao declarar saneado o processo: I - decidirá sobre a realização
deexame pericial, nomeando perito e facultando às partes a indicação dos respectivos
assistentestécnicos.”
ESTADO DE SANTA CATARINA
PODER JUDICIÁRIO
Autos nº
Embargos
Nomeio o perito o Sr. Manfredo Krieck, podendo ser
encontrado junto a empresa Actus Auditores Independentes S/C.
As partes deverão indicar, querendo, em 05 (cinco) dias,
assistentes técnicos e apresentar quesitos.
Intime-se o Sr. Perito para que apresente proposta dehonorários. Apresentada,
intime-se os requerentes para depositá-los em05 (cinco) dias.Da data do depósito dos honorários, já
tendo sido
apresentados quesitos e indicados assistentes, terá o perito 30 (trinta)dias para entrega do laudo.
Somente após a entrega será permitidolevantar os valores.
Intime-se. Cumpra-se.
Blumenau, ___ de___________________ de 200X.
JUIZ DE DIREITO
RECEBIMENTO
Foram-me entregues estes autos em ___/___/___
A Escrivã_______________________________
O Art. 130 diz: “Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte,
determinar as provas
necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou
meramente
protelatórias.”
O Art. 145 diz: “Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou
científico, o juiz
será assistido por um perito, segundo o disposto no art. 421.”
O Art. 421. Diz: "0 juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a
entrega do laudo."
(redação dada pela lei nº 8.455, de 24-08-92)."
12
A Lei 8.455, de 24 de agosto de 1992, que modificou o art. 427, do Código de Processo
Civil, fezsurgir a possibilidade da elaboração de pareceres técnicos contábeis que podem
ser requisitadospelas partes, de modo a instruir a propositura da ação ou da contestação.
O art. 427 diz: “0 juiz
poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação,
apresentaremsobre as questões de fato pareceres técnicos ou documentos elucidativos
que considerarsuficientes.”
Neste caso, o magistrado pode aplicar o disposto no artigo 330, inciso II, CPC,
que diz:"Art. 330 .
O juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença: I - quando a questão de
mérito forunicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver necessidade de
produzir provaem audiência; II - quando ocorrer a revelia (art. 319).
O art. 319 diz: "Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os
fatos afirmados pelo
autor."
2.2. DEVERES DO PERITO JUDICIAL
Conceito: O exercício da função pericial, seja
como perito do Juízo, seja comoassistente técnico, envolve deveres edireitos que devem
ser respeitados.
Deveres: O dever de cumprir o prazo determinado
pelo magistrado previsto no art. 146 e
433. O art. 146 diz: “O perito tem o
dever de cumprir o ofício, no prazo quelhe assina a lei, empregando toda a suadiligência;
pode, todavia, escusar-se doencargo, alegando motivo legítimo.”
O dever de esclarecer a matéria técnicase requerido pelas partes e o decomparecer em
audiência é o quedetermina o CPC no artigo 435 erespectivo parágrafo único, que diz:"A
parte, que desejar esclarecimento doperito e do assistente técnico, requereráao juiz que
mande intimá-lo acomparecer à audiência, formulandodesde logo as perguntas, sob a
forma dequesitos.”
Prazos legais: O art. 433, que diz: "O perito
apresentará o laudo em cartório,no prazo fixado pelo juiz, pelomenos vinte dias antes
daaudiência de instrução ejulgamento. (redação dada pela leinº 8455/92). Parágrafo único.
Osassistentes técnicos oferecerãoseus pareceres no prazo comum de
dez dias após a apresentação do laudo, independentemente de intimação.”
ESTADO DE SANTA CATARINA
PODER JUDICIÁRIO
Comarca de Blumenau – SC
Terceira Vara Cível e Feitos da Fazenda
Blumenau, ___de__________de 200X.
Of. nr.
Senhor Perito Nomeado,
Pelo presente, a fim de instruir os autos deEmbargos à Execução
nr.________________, em que sãopartes,____________________________________________
________________, informo que V.Senhoria foi nomeado
perito judicial nos autos supra mencionados, conforme
r.despacho de fls. 121, cuja cópia segue anexa, devendo
proceder da seguinte forma;
1) Dizer em 05 (cinco) dias, se aceita o encargo, caso positivo,apresentar proposta de honorários,
através de requerimentoaeste Juízo.
2) Após depositados os honorários, em Juízo, será entãocomunicado para que informe a data, local
e hora pararealização da perícia.
3) Deverá entregar laudo (resposta dos quesitos) no prazo de30 (trinta) dias, a partir da realização
da perícia, oportunidadeem que terá o direito de levantar a quantia depositada.
Sem mais para o momento, reitero a Vossa
Senhoria, protestos de estima e consideração.
Escrivã Judicial
Ao
ILMO SENHOR
MANFREDO KRIECK
mpm
Percebe-se, portanto, que pelo atual CPC, não há obrigatoriedade do perito realizar a
perícia eelaborar o laudo em conjunto com os assistentes técnicos, devendo estes ficarem
atentos aconclusão do trabalho e entrega do laudo.

13
Perfil legal: O perito goza de fé pública, é lhe pois exigido que ofereça análise e
opiniões técnicas no interesse
exclusivo da justiça, sendo sincero, leal e deve espelhar-se no magistrado e lembrar-se
que é obraço direito do juiz na função pericial e deve, por conseguinte ser reto, imparcial,
sereno everdadeiro.
Qualidade do trabalho:Os requisitos essenciais para que uma perícia seja
considerada de qualidade são
basicamente os seguintes: objetividade, precisão, clareza, fidelidade, concisão,
confiabilidade baseada em fatos materiais e pleno atendimento a sua
finalidade.
Direito de recusa: O perito deve recusar sua nomeação ou indicação pelos
motivos de impedimento e de
suspeição previstos no art. 138, inciso III, do CPC e item 2.6, da NBC-P-2. (os
impedimentos e a suspeição são tratados nos artigos 134 e 135 do CPC).
Sigilo:O perito deve ter o cuidado para não manifestar sua opinião às partes ou
a seus representantes legais
durante as diligências, deixando para manifestá-las no laudo.
2.3. PENALIDADES DO PERITO JUDICIAL
Substituição: O art. 424 do CPC, diz: "O perito pode ser substituído quando: I -
carecer de conhecimento
técnico ou científico; II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe
foiassinado. Parágrafo único. No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência
àcorporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo
em vistao valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo.”
Penalização: O art. 147, do CPC, diz: "0 perito que, por dolo ou culpa, prestar
informações inverídicas,
responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado por dois (2)
anos, a funcionar
em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer.”
Dever de sigilo:O item 2.4 da NBC-P-2 diz: "0 perito contábil deve respeitar e
assegurar o sigilo do que
apurar durante a execução de seu trabalho, não o divulgando em nenhuma
circunstância,salvo quando houver obrigação legal de fazê-lo, dever que se mantém
depois de entregue olaudo ou terminados os compromissos assumidos.”
Dolo ou má fé do perito: Se for comprovado dolo ou má fé do perito, serão
aplicadas a ele sanções de natureza
civil, criminal que resultarão em graves conseqüências de natureza material e
ética.
3. HONORÁRIOS PERICIAIS
3.1. HONORÁRIOS PRÉVIOS
Normas: O Juiz, Presidente do processo, ao intimar o perito concede-lhe prazo
para apresentação de proposta de
honorários e manifestação de aceitação ou não do encargo, que, normalmente,
é de 5 dias, mas
também pode ser em prazo superior.
Aceito o encargo de realizar a perícia, o Perito deve formular seu pedido de
honorários e pleitear o
depósito prévio.
Conteúdo: O pedido de honorários deve ser fundamentado, indicando o número
de horas que o trabalho
demandará, as despesas de viagem se a perícia tiver que ser realizada em
outra localidade (fora da
sede da Comarca) e a citação da tabela de referência de honorários periciais do
órgão de classe.
A falta da apresentação de um planejamento detalhado do trabalho pericial, incluindo
planilha decustos justificada, é uma das principais dificuldades enfrentadas pelos juízes no
arbitramento dehonorários de peritos judiciais.
14
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3º VARA CÍVEL E FEITOS DA
FAZENDA DA
COMARCA DE BLUMENAU
MANFREDO KRIECK, brasileiro, casado, contador registrado no CRC-SC sob nª 4.324/O-4,
residente e domiciliado
a Rua Itália, 65 em Blumenau-SC, infra assinado, tendo sido nomeado perito nos autos de
EMBARGOS ÀEXECUÇÃO Nª__________________(_____) em que são
partes________________________, vem a presença deVossa Excelência para expor o seguinte:
1. Que aceitamos o honroso encargo de realizar a perícia determinada nos autos.
2. Estima-se em 45 (quarenta e cinco) horas/homem o tempo a ser dispendido para a
realização dos trabalhos periciais,
considerando o volume de operações a serem analisadas e o número de quesitos
formulados nos autos.
3. Para permitir a confrontação e análise detalhada dos dados e informações requeridas nos quesitos
formulados pelaspartes existe a necessidade de constar dos autos, todos os documentos
comprobatórios da evolução das operações.(demonstrativo anexo)
Pelas razões expostas REQUEREMOS:
1. Seja determinada a juntada nos autos:
a) cópia do extrato de conta corrente do________________________;
b) cópia do cronograma físico – financeiro;
c) cópia do memorial descritivo do____________________________;
d) cópia do contrato de financiamento;
e) cópia dos contratos de abertura de crédito e de adiantamento;
f) comprovante de repasse do numerário à______________________.
2. Sejam arbitrados os honorários em R$ 3.150,00 (Três mil, cento e cincoenta reais),
conforme demonstrativo (anexo
I).

utores para efetuar o depósito prévio dos honorários periciais.

Blumenau,_____ de_________________________ de 200X.

Nestes Termos
Pede Deferimento
______________________
Manfredo Krieck
CRC Nº SC-004.324/ O-4
DEMONSTRATIVO DA COMPOSIÇÃO DOS HONORÁRIOS PERICIAIS
ANEXO I
ESPECIFICAÇÃO DOS TRABALHOS
HORAS TRABALHADAS
1. Compromisso e carga do processo
1,0
2. Análise dos autos
3,0
3. Diligências
5,0
4. Elaboração de planilhas e cálculos
8,0
5. Elaboração de cálculos
20,0
6. Reuniões com representantes das partes
4,0
7. Elaboração do laudo final
3,0
8. Revisão e entrega do laudo
1,0
TOTAL
45,0
HONORÁRIOS: 45 horas x R$ 70,00 = R$ 3.150,00 (Três mil, cento e cincoenta
reais).
_____________________
Manfredo Krieck
CRC Nº SC-004.324/O-4
15
3.2. VINCULAÇAO DOS HONORÁRIOS PRÉVIOS
Norma: Os honorários prévios depositados pela parte em Juízo, ficarão
vinculados ao órgão judicial até a
conclusão dos trabalhos periciais.
3.3. LEVANTAMENTO PARCIAL DOS HONORÁRIOS PERICIAIS
Adiantamento: O Perito, quando a perícia implicar em dispêndios de locomoção
para outras localidades para
sua realização, ou depender de contratação de auxiliares, pode peticionar ao
Juiz requerendo o
levantamento parcial dos honorários previamente depositados para custear a
perícia.
3.4. LEVANTAMENTO TOTAL DOS
HONORÁRIOS PRÉVIOS
Norma: Concluída perícia, o Perito elabora
uma petição ao Juiz pedindo ajuntada do laudo pericial aoprocesso, oportunidade em
quetambém pede o levantamento doshonorários prévios.
Conclusão: A perícia é considerada
efetivamente concluída, após a
manifestação das partes e eventuais esclarecimentos ou correções por parte do
Perito que forem
solicitados pelas partes ou pelo Juiz.
EXMO.SR.DR. JUIZ FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO
ESTADO DE SANTA CATARINA
FULANO DE TAL, brasileiro, solteiro,engenheiro civil, residente à rua ABC, n.
123, nesta cidade deFlorianópolis – SC, nomeado por V. Excia. como perito paraaavaliação
provisória dos bens constantes do processo no0000/80,Classe V, vem mui respeitosamente
requerer se digne determinar opagamento de seus honorários uma vez que o referido laudo
foientregue nesse juízo em data de 2X/1X/200X.
N. Termos
P. Deferimento
Remuneração: Os honorários podem, portanto, dependendo do critério do Juiz,
serem liberados imediatamente
após a entrega do laudo, ou após a manifestação das partes, satisfeitos os
esclarecimentos e
correções acima referidas, mediante emissão do competente Alvará Judicial.
ESTADO DE SANTA CATARINA
PODER JUDICIÁRIO
Comarca de Blumenau
3ª Vara Cível e Feitos da Fazenda
ALVARÁ JUDICIAL
Ação:Declaratória
O(A) Doutor(a)______________________________, Juiz(a) de Direito,
AUTORIZA a pessoa abaixo indicada que, em cumprimento ao presente,
EFETUE o levantamento dos valores depositados na conta poupança judicial
nº______________, com as cominações
legais, na agência do BESC S/A, desta cidade, conforme decisão prolatada no processo
acima descrito.
Beneficiário e Complemento
MANFREDO KRIECK, perito contável, A/C ACTUS AUDITORES INDEPENDENTES S/C, com
endereço à Rua
Assunção, 43, Ponta Aguda, Blumenau, SC.
Eu,________________, o digitei, e eu,________________, Escrivã(o)
Designada (o), o conferi e subscrevi. Comarca de Blumenau (SC), 12 de Julho de 1999.
Juiz de Direito

16
3.5. HONORÁRIOS PROVISÓRIOS
Norma: Quando o Perito constatar que o trabalho é por demais complexo e ser
difícil a estimativa dos
honorários previamente, pode pedir honorários prévios provisórios e ao concluir seus
trabalhospeticionar ao Juiz o arbitramento dos honorários definitivos, requerendo, na
oportunidade a intimaçãoda ou das partes para efetivação do depósito complementar.
3.6. HONORÁRIOS A FINAL
Previsão: Existem situações em que o Perito nomeado é solicitado a realizar a
perícia as suas expensas e receber
os honorários a final, quer dizer quando o processo for concluído, prática adotada pela
Justiça doTrabalho onde não existe a possibilidade de requerer honorários prévios a não
ser em situaçõesespeciais.
Na prática: Os honorários a final são comuns nos processos onde o autor não
tem condições de arcar com o
ônus da perícia. Neste caso, se o autor for vencedor da demanda o réu arca com o custo
doshonorários que são incluídos na conta final em nome do Perito. Em caso de insucesso
do autor oPerito não receberá seus honorários.
Facultatividade: Não existe obrigatoriedade do Perito realizar a perícia sem
depósito prévio, mas isto pode
fazer com que o Juiz deixe de nomeá-lo para outros trabalhos.
3.7. PARCELAMENTO DE HONORÁRIOS
Norma: É normal nas demandas onde a parte, que deve arcar com o ônus da
perícia e não tiver condições de
efetuar o depósito prévio integralmente, ser concedido, pelo Juiz, ouvido o Perito, o
parcelamento doshonorários. Este parcelamento, normalmente é feito em duas ou três
parcelas, sendo a primeira comohonorários prévios, a segunda na entrega do laudo e a
terceira após 30 dias.
3.8. HONORÁRIOS PAGOS DIRETAMENTE AO PERITO PELA PARTE
Excludente: O Perito não deve aceitar receber os honorários periciais
diretamente da parte, mas sim sempre
através de depósito judicial comprovado nos autos. O recebimento dos
honorários direto da parte
pode abalar a credibilidade do Perito.
Norma: O Perito pode e deve requerer que os honorários finais sejam creditados
diretamente em sua conta
bancária pela parte, mas com comprovação nos autos. Esta comprovação é
feita pela parte mediante
petição dirigida ao Juiz comprovando a satisfação dos honorários periciais.
3.9. IMPUGNAÇÃO DE HONORÁRIOS
Quando: Surgem situações em que há impugnação do valor dos honorários
periciais. Isto também ocorre, às
vezes, quando a parte que deve arcar com o ônus da perícia não tiver interesse
na sua realização.
Na prática: Antes de decidir a questão o Juiz, normalmente, ouve o perito,
devendo este reavaliar o seu pedido
retificá-lo, se for o caso, ou ratificá-lo. O pedido de honorários deve, portanto, ser
elaborado commuito zelo, com estudo do processo, avaliação do que efetivamente deve
ser feito, a fim de quepossa em qualquer momento justificar seu pedido e não sofrer
desgastes por ter feito uma propostasem os cuidados necessários.
3.10. GUIA DE RECOLHIMENTO DO JUDICIÁRIO – GRJ
Norma: O Poder Judiciário implantou uma sistemática de recolhimento de custas
e valores judiciais através da
denominada GRJ - Guia de Recolhimento do Judiciário e é através desta guia que os
honorários devemser depositados, ou na conta vinculada do órgão judicial, ou na conta do
Perito, conforme o caso. Estaguia será o comprovante da satisfação dos honorários no
processo.

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Na prática: Os Juizes também tem aceitado o depósito diretamente em conta de
poupança, vinculada ao Juízo
respectivo, nos casos de honorários prévios ou na conta bancária do Perito, nos casos de
honoráriospagos após a conclusão da perícia. As normas do Tribunal, contudo,
determinam que todo equalquer pagamento deve ser feito através da GRJ.
4. PLANO DE TRABALHO DO PERITO
Conceito: Plano de Trabalho em perícia contábil é a previsão, racionalmente
organizada, para a execução das
tarefas, no sentido de garantir a qualidade dos serviços, pela redução dos riscos
sobre a opinião ou
resposta.(A Lopes de Sá)
Método:O plano de trabalho consiste em planejar, meticulosamente, o que deve
ser pesquisado para produzir o
laudo, tendo portanto estreita relação com a proposta de honorários.
Etapas: O plano de trabalho deve, portanto, atentar as seguintes etapas:
- Total conhecimento da questão/processo.
- Total conhecimento de todos os fatos que motivam o trabalho.
- Identificação prévia dos recursos disponíveis para exame.
- Prazo/tempo destinado a execução das tarefas e entrega do laudo/parecer.
- Pleno acesso aos dados.
- Conhecimento amplo dos sistemas adotados e confiabilidade na documentação.
- Determinação dos apoios necessários.
Na prática: O mais prático é montar a estrutura do laudo pericial e na resposta
dos quesitos colocar o que e
como deve ser efetuada a pesquisa, que livros devem ser consultados, que
documentos devem ser
juntados, etc.
Esta cautela agilizará o trabalho e evitará que o perito efetue a pesquisa e
depois tenha que refazê-la
por falta de dados.
Cuidados: O perito não pode errar, tem para isto que precaver-se de todos os
meios a seu alcance. O erro do
perito pode levar a falsa prova e prejudicar um dos demandantes.
4.1. DOMÍNIO TÉCNICO DO OBJETO DA PERÍCIA
Norma:O perito quando tiver alguma dúvida técnica deve antes de efetuar a
diligência (pesquisa) procurar
dominar a matéria objeto da perícia, nem que para isto busque auxílio de
colegas e faça uma parceria
para executar o trabalho.
Prevenção: O que não deve fazer é dirigir-se ao estabelecimento para efetuar
as diligências sem estar seguro do
que vai pesquisar e como vai fazê-lo, esta precaução é necessária para não
perder a autoridade como
perito.
Preparo: Antes de iniciar os trabalhos o Perito deve estudar o processo para que
domine a tese que está sendo
demandado, isto fará com que ao dirigir-se ao estabelecimento para efetuar as
diligências mostre
autoridade sobre o assunto, o que lhe facilitará o trabalho.
4.2. DILIGÊNCIA
Conceito: É a fase do trabalho pericial que consiste em buscar os elementos
necessários a produção do laudo
pericial.
Retirada dos autos: É feita diretamente em cartório mediante petição ou
controle do próprio cartório. Há
situações onde o advogado retira os autos e os cede ao perito, em confiança.

18
5. O LAUDO PERICIAL
Conceitos: É a peça técnica, pela qual o Perito faz o seu pronunciamento dos
fatos e eventos que foram
submetidos a sua apreciação, propiciando certeza jurídica quanto a matéria
fática. É a peça técnica
pela qual comunica ao Juiz e as partes o resultado de seu trabalho.
Segundo Moacyr Amaral Santos, Laudo Pericial: “consiste na fiel exposição das
operações e
ocorrências da diligência, com o parecer fundamentado sobre a matéria que lhe
foi submetida.”
5.1. ESTRUTURA DE UM LAUDO PERICIAL
Conteúdo: O laudo pericial é um peça técnica que não segue um padrão rígido,
a sua forma e estrutura
dependem muito da capacidade criativa do Perito, mas deve ter, no mínimo, a
seguinte estrutura:
1. Identificação do Órgão de Justiça onde tramita o processo
2. O número do processo
3. O nome das partes
4. Considerações iniciais
5. Os quesitos formulados pelas partes e/ou Juiz
6. As respostas aos quesitos formulados
7. Conclusão do Perito
5.2. REQUISITOS DE UM LAUDO PERICIAL
Características: O Perito, ao escrever o laudo, precisa usar de todo seu poder de
síntese, já que o laudo não deve
ser uma peça de leitura cansativa, deve ser didático e de visual agradável. As respostas
aosquesitos não devem ser lacônicas, mas sempre bem fundamentadas e alicerçadas
emdocumentos e/ou registros contábeis, evitando-se, desta forma, dúvidas na leitura.
Conclusividade: Não basta o Perito responder aos quesitos das partes, há
necessidade que faça a sua conclusão.
A conclusão do Perito, não deve adentrar ao mérito da demanda, mas sim, fazer uma
síntese doque comprovou na perícia para facilitar o entendimento do laudo e do que está
sendoquestionado e, trazer a luz informações atinentes a demanda mas que não foi
abordado pelosquesitos.
Complementaridade: Muitas vezes os quesitos não são suficientes para
esclarecer, tecnicamente, a demanda,
devendo o Perito, em suas conclusões, prestar os esclarecimentos adicionais
necessários,sem, contudo, extrapolar sua pesquisa além do que está sendo questionado
nos autos, ouseja, deve manter seu trabalho circunscrito ao objeto da perícia.
Independência: O Perito é o auxiliar do Juiz, não podendo, por conseguinte,
intimidar-se em oferecer a sua
conclusão técnica. Deve sempre ter em mente que a competência dele está adstrita
aolevantamento da verdade fática, que seu laudo transformará em verdade jurídica. O
laudo podeser comparado a uma sentença, sempre levantará os fatos que, quase sempre,
beneficiaráapenas uma das partes.
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5.3. QUESITOS
Conceito: Quesitos são indagações de natureza
técnica ou científica efetuadas pelas Partese/ou pelo Magistrado a serem respondidospelo
Perito com objetividade, justificação,rigor tecnológico, precisão e clareza.
5.3.1 QUESITOS IMPERTINENTES
Conceito: São indagações efetuadas pelas partes, que
abordam, geralmente, aspectos nãorelacionados com a demanda judicial, ouentão são
perguntas que buscam do peritoopinião fora de sua competênciaprofissional e/ou o
induzem a adentrar aomérito, para a qual não tem competêncialegal.
Norma: O Perito não deve oferecer resposta aos
quesitos impertinentes, mesmo que tenhacapacidade profissional para fazê-lo. Se
tiverdúvidas em afirmar que determinado quesitoé manifestamente impertinente, deve
dirigir-se ao magistrado, por escrito ou não, paraque este o oriente sobre a questão.
Cuidado: O perito deve tomar muito cuidado ao
analisar os quesitos impertinentes, hajavista que um quesito pode ser impertinentea
ciência contábil, mas ser pertinente ademanda. Quando o Perito, então pode, oumelhor
deve, contratar um profissional
daquela área de conhecimento para respondê-lo, ou afirmar em seu laudo que
aquele quesito não é de
competência do contador oferecer a resposta.
Fulano de Tal, já qualificadoetc., etc., vem respeitosamenteà presença de VossaExcelência para
apresentar osquesitos abaixo para que oilustrado Perito os responda,para
esclarecimento
dorequerente, acerca do exatovalor de sua propriedadeexpropriada:
QUESITOS:
1.- Qual o valor total da área pertencente ao expropriado?
2.- Do valor total da área de propriedade do expropriado
quais as partes atingidas pela desapropriação?
3.- Dada a sua localização, sofre o imóvel processo de
intensa valorização?
4.- Existem construções, casas de comérco e residências na
localidade, além de escolas, igrejas, bens públicos etc.?
5.- Qual o preço médio por metro quadrado na região?
6.- Qual o preço médio por metro quadrado para uma casa
de madeira e também de alvenaria, na região?
7.- Qual o valor atual das obras civis, benfeitorias e culturas
que existiam ou existem no terreno?
8.- Qual o valor total da indenização – TERRENO–OBRAS CIVIS – BENFEITORIAS – CULTURAS,
paraque possa ser considerada justa, humana, capaz de satisfazerà aquisição de outra igual
propriedade inclusive com todasas benfeitorias?
Nestes Termos
Pede Deferimento!
(assinaturas)
5.3.2 QUESITOS SUPLEMENTARES
Conceito: Quesitos suplementares (artigo 425 do CPC) são indagações
efetuadas pelas partes e/ou pelo
Magistrado, no curso da diligência pericial, ou seja, enquanto a perícia não
estiver concluída. Após a
conclusão da perícia não podem mais ser feitos quesitos suplementares mas
apenas esclarecedores.
Complemento: Os quesitos suplementares, geralmente, são provocados pelo
Assistente Técnico de uma das
partes, uma vez que este, quando acompanha de perto o trabalho pericial, pode constatar
que osquesitos formulados pelo seu cliente não esclarecem adequadamente determinada
questão,quando então sugere a quesitação suplementar.

5.4. LAUDO

5.4.1 CONSENSUAL

Conceito: Laudo consensual é aquele elaborado em conjunto com os Assistentes

Técnicos, ou uma equipe de


peritos e assinado por todos sem ressalvas, ou seja, chegam a um consenso
sobre a matéria objeto da
perícia.

20
5.4.2 DIVERGENTE (PARECER DISCORDANTE)
Conceito: Com o advento da Lei 8.455/92, surgiu o denominado parecer do
Assistente Técnico, que pode ser
concordante com o laudo pericial ou discordante. Este parecer, contudo, nada mais é do
que o laudodo Assistente Técnico, onde demonstra e comprova os eventuais equívocos
ocorridos no laudo doperito e procura defender seu cliente. Este laudo é denominado de
laudo discordante ou parecerdiscordante.
5.4.3 INSUFICIENTE
Conceito:É aquele onde as opiniões não são satisfatoriamente esclarecedoras
para quem requereu ou dele vai
necessitar como prova, neste caso é aconselhável outra perícia – neste caso a
segunda perícia rege-se
pelas mesmas formalidades da primeira, não anulando esta.
5.5. ESCLARECIMENTOS SOBRE A PERÍCIA
Requerimento: CPC– “Art. 435. A parte, que desejar esclarecimento do perito e
do assistente técnico,
requererá ao juiz que mande intimá-lo a comparecer à audiência, formulando
desde logo as
perguntas, sob forma de quesitos.”
Prazo: “Parágrafo único. O perito e o assistente só estão obrigados a prestar os
esclarecimentos a que se
refere este artigo, quando intimados cinco (5) dias antes da audiência.”
LEIS E DOUTRINAS - A lei permite, nesta oportunidade, quesitos elucidativos,
destinados a esclarecer as
respostas dadas; não quesitos novos, sobre matéria não suscitada
anteriormente (RT
649/135, JTA91/287).
Art. 452. As provas serão produzidas na audiência nesta ordem: 1 - O perito e
osassistentes técnicos responderão aos quesitos de esclarecimentos, requeridos no
prazoe na forma do art. 435.
Os esclarecimentos não podem ser prestados por precatória (RT 649/135, JTA
92/287).
RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS - Sempre que o perito não estiver absolutamente
seguro sobre o pedido de
esclarecimentos das partes, deve exigir o cumprimento do parágrafo únicodo artigo 435,
que lhe faculta silenciar se não foi intimado no prazo de 5(cinco) dias antes da audiência.
Importante: O pedido de esclarecimento das partes deve sempre ser
respondido por escrito para que não haja
insegurança do perito na audiência. Vale lembrar que os procuradores das partes
estãoacostumados ao ambiente do judiciário (austeridade da sala de audiências com
presença do juiz,das partes e seus procuradores), o mesmo não acontecendo com o
perito, que raramente é intimadoa comparecer às audiências, o que pode trazer-lhe
desconforto e provocar insegurança das suasrespostas, razão pela qual deve sempre levar
as respostas por escrito.
Como a perícia contábil tem que fundamentar seu trabalho em fatos, os esclarecimentos
emaudiência são normalmente difíceis de serem atendidos, haja vista, que na maioria das
vezes hánecessidade de nova pesquisa e averiguações.
Na maioria das vezes os esclarecimentos sobre o laudo é feito sob a forma de diligência,
ou seja, ojuiz remete o processo com o laudo ao perito para que este se manifeste sobre
as “impugnaçõese/ou pedido de esclarecimentos das partes”.
Muitas vezes o perito no afã de ver-se livre do desconforto da audiência procura
responder às
partes sem a necessária fundamentação, o que pode comprometer a sua
imagem profissional.

21
Postura: O perito deve sempre ter em mente que: primeiro, a parte não
beneficiada pelo laudo procurará
desacreditar seu trabalho, razão pela qual deve utilizar-se de toda formalidade que a lei lhe
facultapara prestar os esclarecimentos; segundo, da sua atuação na audiência dependerá
as novas nomeaçõespara funcionar como perito. O Perito não deve ficar preocupado em
provocar, se for o caso, uma novaaudiência, é melhor isto do que prejudicar-se
profissionalmente, perante as partes que podem ser seusfuturos clientes e perante o juiz
que o nomeará ou não para futuras perícias.
5.6. IMPUGNAÇÃO DE LAUDO PERICIAL
Quando: A impugnação de laudo pericial pode ocorrer por ter o Perito incorrido,
efetivamente, em equívoco,
levantado pela parte que esse erro prejudica. Muitas vezes a impugnação ocorre, porque o
laudodemonstra a inexistência do direito de uma das partes. É normal o Juiz ouvir o Perito
em qualqueruma das situações acima, quando há a oportunidade de retificação e/ou
ratificação do laudo pericial.
5.7. LAUDO FORA DO PRAZO
Norma: O Juiz, em observância ao artigo 427 do CPC estabelece o prazo em que
o laudo deve ser entregue. O
Art. 433 (alterado pela Lei 8.455/92) estabelece: “o perito apresentará o laudo
em cartório no prazo
fixado pelo juiz pelo menos vinte dias antes da audiência de instrução e
julgamento.”
Condição: A entrega do laudo com atraso, contudo, não elimina seu poder de
prova, conforme julgados de
nossos Tribunais, não pode ser obstada a juntada do laudo pericial nos autos, embora já
decorrido oprazo fixado pelo magistrado. Esclareça-se, contudo, que o seu poder de prova
somente existirá sejuntado antes da realização da audiência de instrução e julgamento.
Penalidade por atraso: A entrega do laudo com atraso, pode, acarretar sérias
penalidades ao Perito, tais como: I
- multa arbitrada pelo Juiz; II - comunicação ao órgão de classe.

22
2. Verificação de Absorção de Conhecimentos
1. Conceitue Perito Judicial.

2. Qual o artigo do CPC que prevê prova pericial e nomeação do perito?

3. Quem está investido do direito legal de nomear o perito judicial?

4. Cabe ao perito judicial recusar o encargo profissional a ele solicitado pelo juiz? Com

base em que?
5. Cabe ao perito esclarecer em juízo sobre eventuais dúvidas, quando
solicitado a fazê-lo sobre matéria
do seu conhecimento, comparecendo em audiência? Que art. do CPC embasa
sua resposta?
6. Pode um perito judicial manifestar opinião às partes (ou a seus
representantes), sobre a matéria em
questão,antes da emissão do seu laudo?
7. Cite os artigos e seus respectivos teores, no que tange a: (1) substituição do
perito; (2) penalização do

perito por dolo ou culpa.

8. O que é “Laudo Pericial”?

9. Qual a estrutura básica do conteúdo de um laudo pericial?

10. Quais os requisitos de um laudo pericial?

11. O que significa “Quesito” e quais suas duas formas tipificadas? Ilustre sua resposta.
12. O que são: Laudo Consensual e Laudo Divergente (ou Discordante)?

13. Em que situações e quais os esclarecimentos que podem ser solicitados ao

perito,após a emissão do seu


laudo? E qual o prazo legal da intimaçãoantes da audiência de oitiva do perito
e/ou assistente técnico?
14. Quando da solicitação de esclarecimentos ao perito (e/ou ao assistente
técnico), estes devem responder
àqueles verbalmente ou por escrito? Fundamente sua resposta.
15. Pode haver impugnação do laudo pericial? Se pode, com base em que
argumentos?
16. O perito deve fazer um Plano de Trabalhoantes de iniciar a perícia
solicitada? Se positivo, quais seus
principais passos (cite suscintamente).
17. Pode o perito, em caso de dúvidas técnicas (ou científicas), valer-se do
auxílio de colegas para elucidar
essas dúvidas?
18. Qual o significado de “Diligência” em perícia?

23

6. PERÍCIAS CONTÁBEIS

6.1. INTRODUÇÃO

Contexto: Perícia contábil é um dos gêneros de prova pericial, ou seja, uma das

provas técnicas à disposição das


pessoas físicas ou jurídicas, que serve como meio de prova de determinados
fatos contábeis
controvertidos.
“É o exame hábil de alguma coisa realizada por perito, para determinado fim
judicial ou
extrajudicial”.
Objetivo: “A perícia é pois, o exame hábil com objetivo de resolver questões
contábeis, ordinariamente
originárias de controvérsias, dúvidas e de casos específicos determinados ou
previstos em lei”
(Reinaldo de Souza Gonçalves).
Aplicação: A perícia contábil, além de ser de aplicação usual na solução de
controvérsia é aplicação obrigatória
em determinados casos como Processos judiciais que demandam apuração de
haveres.
Característica: A Perícia contábil se caracteriza como incumbência atribuída a
contador, para examinar
determinada matéria patrimonial, administrativa e de técnica contábil e
asseverar seu estado
circunstancial.
6.1.1. PERÍCIA X AUDITORIA
Comparativos: São as duas especializações da ciência da Contabilidade,
exigindo por isso mesmo, uma
diversificada gama de conhecimentos por parte dos profissionais,
conhecimentos esses que
estejam acima da média dos demais.
Embora haja alguma semelhança nos procedimentos, a auditoria e a perícia são
bem diferentes
quanto aos seus objetivos e finalidades.
Finalidades distintas: A auditoria tem por finalidade principal a Certificação dos
Registros Contábeis quanto a
sua veracidade, expondo os resultados a que chegou em RELATÓRIO DE
AUDITORIA.
A finalidade da Perícia , no entanto ébuscar a verdade dos fatos a seremcomprovados.
Seus resultados sãoexpresso através de umLAUDO
PERICIAL.
Segundo A. LOPES DE SÁ1, Laudo Pericial
é: "É o julgamento ou Pronunciamento,
baseado nos conhecimentos que tem o
p
rofissional da contabilidade, em face de
eventos ou fatos que são submetidos a sua
apreciação.”
6.2. A PERÍCIA CONTÁBIL
Conceito formal: “A perícia contábil é o conjunto de procedimentos técnicos que
tem por objetivo a emissão de
laudo sobre questões contábeis, mediante exame, vistoria, indagação,
investigação,
arbitramento, avaliação ou certificação.” (Resolução nº 858 de 21.10.99 do
CFC).
6.3. O PERITO CONTÁBIL
Atuação:
O exercício profissional de perito contábil pode realizar-se sob duas formas: a primeira
quando oprofissional é nomeado perito do juízo pelo magistrado e a segunda quando é
indicado comoassistente técnico de uma das partes.
Atribuição exclusiva: A função de Perito Contábil é privativa de bacharel em
ciências contábeis e dos
equiparados legalmente (antigos guarda-livros, equiparados a contadores).
24
Base legal
da
atribuição: Anteriormente a vigência do Decreto Lei nº
9.295/46, a matéria era disciplinada peloArtigo 72 do Decreto nº 20.158, de 30 dejunho de
1931, dispunha: “Somente os
peritos-contadores e os contadores quetiverem os seus diplomas, títulos ouatestados
registrados na Superintendênciado Ensino Comercial, e bem assim parabalanços e
exames em falências econcordatas.”
A contar de maio de 1946, a matéria édisciplinada pela letra "c" do artigo 25 doDecreto-lei
nº 9.295, maio de 1946, quedispõe:
"perícias
judiciais
ouextrajudiciais, revisão de balanços e decontas em
geral, verificação de haveres,revisão permanente ou periódica deescritas,
regulações
judiciais
ouextrajudiciais de avarias grossas oucomuns,
assistência aos Conselhos Fiscaisdas sociedades anônimas e quaisqueroutras atribuições
de natureza técnicaconferidas por lei aos profissionais dacontabilidade.”
O art. 26 do mesmo Decreto diz:"salvo
direitos adquiridos ex-vi do disposto noartigo 2º do Decreto nº 21.033, de 08 defevereiro de
1932, as atribuições definidasna alínea c do artigo anterior sãoprivativas dos contadores
diplomados edaqueles que lhes são equiparados,legalmente.”
O Decreto nº 20.158, de 30 de junho de1931, já disciplinava, em seu artigo 72, afunção
pericial
contábil,
quando
determinava: “somente os peritos-
contadores e os contadores que tiverem osseus diplomas, títulos ou atestadosregistrados
na Superintendência do EnsinoComercial poderão ser nomeados ex-offício, pelos juizes,
para os exames delivros exigidos pelo Código Comercial, ebem assim para balançose
exames emfalências e concordatas.”
O Conselho Federal de Contabilidade naResolução CFC nº 107, de 13 de dezembrode
1958, assim dispôs: “6. Apuração de
haveres em virtude de entrada, retirada,exclusão e falecimento de sócios, quotistasou
acionistas: liqüidação, falência econcordata de quaisquer entidades,inclusive a liquidação
extrajudicial deestabelecimentos bancários ou de qualqueroutro tipo.”

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

RECURSO ESPECIAL NO 5.302 – SÃO PAULO (90.0009666-9)

RELATOR: MINISTRO EDUARDO RIBEIRO


RECORRENTE:
H T MENEZES E CIA/LTDA/E OUTROS
RECORRIDO:
BANERJ – BANCO DE INVESTIMENTOS S/A
EMENTA: Perícia contábil – Artigos 145
§ 1 o do C.P.C. e 26 do Decreto-lei
9.295/46.
A perícia contábil deverá ser feita porprofissional de nível superior, qualidade quenão tem o técnico em
contabilidade.
Igualmente não está legalmente
habilitado para essa tarefa o administrador.
VOTO
O SR. MINISTRO EDUARDO RIBEIRO: -
Está a questão em saber se a perícia foi realizada por pessoalegalmente habilitada, tendo em vista
o disposto no artigo145 § 1o do Código de Processo Civil. Aí se estabelecedevam os peritos ser
escolhidos entre profissionais de níveluniversitário, incscritos no órgão de classe
competente.Obviamente, e resulta, aliás, do disposto no § 2odo mesmoartigo, não será qualquer
profissional, com formaçãosuperior, que poderá oficiar, mas o da área de especializaçãopertinente.
Trata-se, no caso em exame, de perícia, tendenteaverificar a correção de lançamentos,
para apurar a existênciade saldo. O acórdão entendeu que não houve propriamenteperícia contábil,
e que o trabalho do perito “se resumiu emrespostas ao quesitos formulados pelas partes tendo por
baseextratos de movimentação bancária, apontando quais osvalores pagos e qual o saldo devedor
em aberto; não houve aperícia contábil que o agravante quer atribuir ao trabalhorealizado.”
Difícil de aceitar-se, data venia, a distinçãoacolhida pelo julgado. Parece-me claro que se
trataexatamente de perícia contábil. E o técnico emcontabilidade, não tendo nível superior, não a
poderiaefetuar, conclusão que se reforça com a leitura do dispostono artigo 26 do Decreto-lei
9.295/46, que r eserva aoscontadores diplomados a realização de perícias judiciais.
Certo que o experto tem o título de administrador,estando inscrito no Conselho Regional
de Administração.Entretanto, não se incluem, na atividade profissional desse,as perícias da
natureza de que se cogita nos autos. Nemoutra coisa se haverá de concluir da consulta do artigo 3 o
doDecreto 61.934/67.
Salientou o MM Juiz que não houve oportunaimpugnação, por parte da agravante, que só
a apresentouapós oferecido o laudo desfavorável. Incidiria o disposto noartigo 245 do Código de
Processo Civil. Assim não entendo.Aplica-se o contido no parágrafo único do mesmo artigo.
Colocou-se, por fim, em relevo, que de há muitovem o perito prestando relevantes
serviços à Justiça,gozando de grande confiança por parte do magistrado que onomeou.
Infelizmente, entretanto, não se pode afastaranecessidade da habilitação legal para a tarefa. E esta
ele nãoa tem.
Conheço do recurso, pela letra “a”, e dou-lheprovimento, já que contrariado o disposto no
artigo 145 § 1odo C.P.C., anulando-se a perícia feita.
(assinatura do Ministro)
25
Este dispositivo pode ser correlacionado com os artigos 381, 993 e 1003, do
CPC, dispõem:
“Art. 381. O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a exibição integral dos
livros
comerciais e dos documentos do arquivo.” “Art. 993. Parágrafo único: o juiz determinará
quese proceda: I - ao balanço do estabelecimento, se o autor da herança era comerciante
em nomeindividual; II - a apuração de haveres, se o autor da herança era sócio de
sociedade que nãoanônima. “Art. 1003. Parágrafo único: No caso previsto no artigo 993,
parágrafo único, o juiznomeará umcontador para levantar o balanço ou apurar os
haveres.”
O Decreto-Lei nº 7.661, de 21 de junho de 1945, diz: “Art. 63 Cumpre ao
síndico:... V- designar,
comunicando ao juiz, perito contador, para proceder ao exame da escrituração do falido, e
aoqual caberá fornecer os extratos necessários à verificação dos créditos, bem como
apresentar,em 2 (duas) vias, o laudo do exame procedido na contabilidade.” “Art. 169. Ao
comissárioincumbe:... VI - designar perito contador, para os trabalhos referidos no art. 63,
nº V ...”
Norma legal vigente: Atualmente o Conselho Federal de Contabilidade disciplina
a perícia contábil através da
NBC-T-13 e normas profissionais de perito contábil através da NBC-P-2,
aprovadas pelas
Resoluções 857 e 858, ambas de 21 de outubro de 1999.
6.3.1 A PERÍCIA CONTÁBIL NO PROCESSO DE FALÊNCIAS E CONCORDATAS
Na prática: Em processos que versam sobre falências e concordatas, o julgador
apela para as perícias contábeis
como embasamento para seus julgados. Tal prática tem fulcro na previsão
contida na Lei no 7.661,
de 21 de junho de 1945 e suas alterações posteriores, cujos teores reforçam o
uso do contador como
expert para ditas perícias.
6.3.1.1 Falência
Conceito: De acordo com Lopes de Sá (1997:142), a falência é
decorrente de um estado de insolvência ou totalincapacidade do empresário em pagar
suasobrigações. Tal situação de incapacidade temvariadas fontes, dentre elas se
destacando a intençãode fraude contra terceiros.
Sá destaca, ainda, as seguintes fontes de
insolvência: “problemas de desvio e ocultação de
bens, simulações de dívidas, administrações
ruinosas por incompetência, administrações
p
ropositadamente feitas para prejudicar sócio outerceiros, locupletamento ilícito, em suma,
causasde força maor, fortuitas, propositadas, etc.”.
Quem pode requerer: qualquer credor, independentemente de sua qualificação
(pessoa física ou jurídica), desde
que possuidor de garantias reais, penhor, hipoteca; e os possuidores de crédito
privilegiado (o fisco e os empregados da empresa).
Processo de Falência solicitado por Credor (com base em Lopes de Sá,
1997:145)
Título de
Crédito
Protesto
Crédito da
Junta Comercial
Procura
ç
ão
Petição
Sentença
Transitada
Juiz da Jurisdição
Nomeação
Dois Peritos
Credor
Escrita do
Devedor
Escrita do
Credor
Laudo Pericial

26
Quem escolhe o Perito Contador: Dentre outras tantas atribuições, cabe ao
Síndico a escolha pelo Perito
Contador, embora deva manter-se, sempre, o princípio da confiança dojuiz no Perito
escolhido (como é a praxe em todos os casos de escolha doPerito).
Origens dos créditos: O Perito Contador, nos casos de falência promovida por
credores, deverá analisar a
veracidade dos créditos, sua escrituração, os documentos vinculados aos registros, edatas
(de emissão e vencimento). Alguns fatores que originam créditos, segundo Sá(1997:144):
“Créditos operacionais

venda de mercadorias

venda de equipamentos

venda de serviços

venda de imobilizações utilizadas


venda de direitos de produção, etc.


Financiamentos

empréstimos a curto prazo


empréstimos a longo prazo hipotecários


arrendamentos mercantis

debêntures

empréstimos mediante cauções de títulos


suprimento de caixa ou para fornecimento de materiais


suprimentos por conta de aumento de capital, etc.”


Autofalência: Quando solicitada pelo devedor, situação em que também o Perito
Contador possui essencial
importância, principalmente na constatação de crime falimentar. De acordo
com Lopes de Sá
(1997:146), são os seguintes os documentos a serem juntados pelo devedor,
nestes casos:
“a petição inicial é assinada pelo devedor, acompanhada de balanço, discriminativo(exceto
as dívidas prescritas), avaliações e uma relação nominal bem discriminadados credores
(nomes, endereços, natureza dos títulos, vencimentos, etc.) mais ocontrato social e a ata
da assembléia dos sócios que determinou a decisão; neste ato,o devedor também deixa
em cartório seus livros contábeis obrigatórios, que ficarão àdisposição do síndico que vai o
juiz nomear para a fase seguinte à decretação dafalência e que é a da administração da
massa falida, em que, então, vai, logo deinício, necessitar de uma perícia ampla sobre
tudo o que existe e que se podeefetivamente dispor.”
6.3.1.2 Concordata
Conceito: “é um processo pelo qual um comerciante ajusta com seus credores o
modo de pagaar-lhes o que
lhes deve, quando não há condições para efetuar os pagamentos como
anteriormente havia sido
convencionado” (Ramalho, 1993:263).
Uso da Perícia Contábil: De acordo com Ornelas (1992:07), dentre as atividades
que podem ser executadas
pelo Perito Contador (por designação do comissário/síndico da concordata),
podem
ser listadas as seguintes:
 “certificar o efetivo montante dos créditos declarados, porventura
impugnados, oferecendo com base na escrituração do Concordatário,extrato de conta de
cada crédito impugnado, indicando e esclarecendo osmotivos das divergências, de modo
que o Comissário e o Concordatáriopossam se pronunciar;
 assistir tecnicamente o Comissário, desde que por este solicitado;
 examinar a escrituração do Comissário, quanto à sua atualização e no que
se refere aos registros mercantis da produção, vendas, compras e despesas;
 opinar sobre a correta elaboração da demonstração de receita e despesa
mensal de responsabilidade do comissário prevista no inciso IV, artigo 169,

27
com a redação dada pela Lei no 4.983, de 18 de maio de 1966.
 Poderá também atender a solicitações específicas do Comissário, da
Curadoria Fiscal de Massas Falidas ou do MM. Juiz do feito.”
Laudo Contábil na Concordata: De acordo com Coimbra (1979:78), o perito, ao
elaborar o laudo contábil,
“deverá fazê-lo o mais circunstanciado possível, demonstrando, afinal, se aconcordatária
possui ou não condições patrimoniais e econômico-financeiras que lhe proporcionem os
meios necessários para cumprir apromessa feita a seus credores. [...] Deverá apresentar a
posição econômico-financeira e patrimonial, com os respectivos índices de liquidez, sem
levarem conta o valor global do seu ativo imobilizado, pois grande parte dele, oumesmo a
sua totalidade, é composta de bens imprescindíveis às atividadesindustriais e comerciais
da concordatária”.
6.3.2 OUTRAS APLICAÇÕES DA PERÍCIA CONTÁBIL
6.3.2.1 Alimentos (Ação Ordinária)
Deriva da necessidade da apuração de haveres de cônjuge ouU responsável
pela manutenção de
dependentes.
O perito fará a averiguação de posse material ou patrimonial, visando mensurar
uma pensão.que será-
atribuída.
6.3.2.2 Apuração de Haveres
Pode ocorrer em razão de morte de sócio, morte de mulher de sócio, dissolução
de sociedade, em suma,
nos casos em que se torna necessário apurar os direitos” de alguém em uma
massa patrimonial.
Pode se dar, também, quando um sócio se retira ou é expulso da sociedade ou
tem outros direitos
decorrentes de amortização de suas quotas de capital ou ações.
A ação do perito é complexa e não se limita apenas às contas do sócio mas
também as da sociedade em
seu comportamento comparativo e prospectivo.
6.3.2.3 Avaliação de Patrimônio Incorporado
A avaliação de incorporação pode ser questionada.
Nas ações que visam discutir o prejuízo da minoria sobre uma incorporação, cujos
valores sãocontestáveis, discutíveis, o perito deve começar pelo valor da escrita, pelo valor
do critério empregado paraavaliar bens patrimoniais.
6.3.2.4 Busca e Apreensão
O juiz pode determinar a “Busca e Apreensão”, como exemplificado nos
seguintes casos:
• Violação de estatuto.
• Liberalidades excessivas.
• Suspeitas de irregularidade.
• Ausência prolongada de distribuição de resultados.
• Avaliação de bens.
Cabe ao perito examinar a irregularidade ou suspeita indicada; e se necessário,
ampliar seus trabalhos
de modo a conhecer as razões e realizar exames de balanços de empresas
congêneres da mesma praça.

28
6.3.2.5 Consignação em Pagamento
A ação de consignação de pagamento é um “procedimento especial” e consiste
em que o devedor ou umterceiro possa requerer com efeito de a amento a consignação da
quantia, ou da coisa devida. O papel do peritoé a verificação do cumprimento da
consignação e sob que condições isto foi feito, no interesse da partereclamante.
6.3.2.6 Cominação de Pena Pecuniária
Quando o autor de uma causa pede a condenação de uma pessoa a abster-se de
algum ato, ou toleraruma atividade, ou a prestar fato que não pode ser realizado por
terceiro, pode fazer constar da petição inicial a“cominação de pena pecuniária”, caso não
venha a cumprir a sentença exarada.
O perito tem que dar relevância aos fatos tanto do réu como do autor, partindo
de pesquisas distintas,
uma vez que essa matéria comporta contestação.
6.3.2.7 Cambiais – Ações Cambiárias – Notas Promissórias
Embora as notas promissórias sejam consideradas como um autêntico “contrato
aberto”, ondedificilmente se discute a causa debendi, ou seja, a origem da dívida, elas são
geradoras de perícias contábeis.Como a prova testemunhal não é aceita para a prova da
dívida, apela-se para outro tipo de prova, em que,naturalmente, a perícia tem seu campo
de importância.
6.3.2.8 Compensação de Créditos
É estabelecido pelo Código Civil Brasileiro que se duas pessoas forem, ao mesmo
tempo, devedor ecredor uma da outra. as duas obrigações extinguem-se até que se
compensem. Esta lei motiva, discussões eensejam perícias para que se estabeleçam as
provas da possibilidade, da justiça ou da irregularidade decompensações pretendidas.
Tais perícias envolvem muitos aspectos particulares quanto às formalidades e
possibilidades de fraudes
e abusos de diversas naturezas.
6.3.2.9 Consignação e Depósito para Pagamento
Questões em juízo motivam perícias freqüentes sobre os pagamentos feitos por
“consignação”, ou“entrega de valores para garantir pagamentos”. Isto porque, se feito
legalmente, o depósito extingue a obrigação.As perícias exigem do perito não só o exame
da conta e do valor depositado, mas também de todas asformalidades pertinentes e
estabelecidas em lei claramente.
6.3.2.10 Desapropriação de Bens
A lei regula os casos em que a desapropriação é autorizada.
A desapropriação pode, por exemplo, atingir imóveis comerciais, “em
prosperidade”, como tambémimóveis muito valorizados que, como investimento em fábrica
ou loja, se tornam inadequados para fornecer umataxa de retorno do capital condizente
com o tipo de mercadoria ou produto que representa sua atividade.
O perito, com sua capacidade de trabalho, tem condições de realizar estudo
sobre as questões.

29
6.3.2.11 Dissolução de Sociedade
A dissolução de uma sociedade ocorre de acordo com o previsto em lei e a
mesma pode dar-se

automaticamente ou pode ser requerida.

O trabalho pericial exerce uma função importante, principalmente em dois aspectos:

• Levantamento competente para que possa passar pela dissolução e liquidação:


• Argumentação que se apresenta para requerer-se a dissolução (geralmente,
provando a
inviabilidade da manutenção).
6.3.2.12 Exclusão de Sócio
Quando um sócio sai da sociedade por interesse dos demais, precisa ressarcir-
se do que lhe é impedido,
mesmo que tenha contribuído para o impedimento.
Nesse caso ocorre a apuração de haveres e pode, também, incluir cálculos de
fundo de comércio
imaterial, se provada que a exclusão beneficia mais aos remanescentes.
Ao perito cabe avaliar a “quota” do sócio expulso, com o rigor necessário.
Pode ocorrer, também, do próprio sócio acautelar-se e requerer a produção
antecipada por exibição demeios que levem à avaliação de sua parte, antes que os fatos
amadureçam e a escrita possa ser preparada paraprejudicá-lo na exclusão.
Há casos em que a sociedade exclui apoiada apenas em suposta omissão e
desinteresse do sócio, mas
nem sempre os Tribunais aceitam e dão provimento a pedido de anulação de
assembléia onde se deu a exclusão.
Os efeitos sobre a riqueza são medidas que só a Contabilidade, com segurança,
pode oferecer meios de
prova e, por isso, a perícia se torna imprescindível.
6.3.2.13 Embargos de Impedimento de Consumação de Alienação
A perícia pode ser requerida para impor embargo à alienação de bens, para que
não se consumem as
vendas em prejuízo, especialmente em processos falimentares.
O objetivo é comprovar o evento e seus danos através de exame contábil. É
possível detectar,contabilmente, todas as ocorrências, a partir de exames de valores
(preços) e de funções dos bens como garantiaou uso adequado.
6.3.2.14 Estima de Bens Penhorados
O patrimônio empresarial é objeto de estudos e da especialização do contador
e, portanto, esse é o
profissional mais habilitado para o exame de avaliação pericial.
A penhora pode recair sobre estabelecimento e tantos bens quanto necessário
para garantir o pagamentode dívida. Um avaliador comum provavelmente não terá a
competência necessária para determinar avaliaçõespatrimoniais que demandam
conhecimentos específicos de Contabilidade.
Ao perito, conhecedor da ciência patrimonial, conhecedor dos objetos que se visa
alcançar com suatarefa, deve esclarecer, de forma enfática, o “critério de avaliação” e
quais as restrições que podem ser opostasaos diversos aspectos do mesmo valor.

30
6.3.2.15 Exibição de Livros e Documentos
A ação cautelar para o produção de provas, baseada na exibição de livros e
documentos é um vigoroso
meio auxiliar encontrado no trabalho do perito contábil.
O requerimento de exame de livros e documentos pode visar a produção de
“prova antecipada” ou paraconvencer-se sobre dúvidas que um sócio possui. Cabe
esclarecer que, todo sócio, mesmo minoritário (a partir de5% de participação no capital
social), tem direito a exigir a exibição de livros e documentos que comprovam osregistros
contábeis.
A exibição dos livros pode também ocorrer para provar negócios realizados,
fornecimentos, liquidez,
certeza de créditos, legitimação de falência, entre outras necessidades.
6.3.2.16 Extravio e Dissipação de Bens
A conservação de um bem é direito que se protege legalmente e a possibilidade
de extravio oudissipação pode ensejar pedido de “arrolamento” ou “listagem” por
“inventário” ou “verificação de existência”.Quem requer, precisa provar:

seu direito nos bens:

os motivos do receio de extravio ou dissipação.
O papel do perito é a verificação de todos os aspectos, recebendo, para tanto, a
proteção necessária edevendo garantir-se de que não ocorrerão riscos durante o processo
de levantamento, sugerindo, posteriormente,medidas de conservação necessárias e
advertindo sobre os riscos que estão ameaçando os bens.
6.3.2.17 Falta de Entrega de Mercadorias
A falta de cumprimento do fornecedor pode gerar causa ou ação ordinária para
compelir ao
cumprimento do prometido.
As prerrogativas do comprador podem gerar processos na Justiça, sendo a
perícia necessária para
comprovar toda a transação e, geralmente, para calcular as perdas
decorrentes.
6.3.2.18 Fundo de Comércio
É um valor “imaterial” ou de “ágio”, fundamentado na capacidade de lucros de
uma empresa, mas delucros que se espera obter. Não se trata de “avaliar a empresa”,
mas de determinar “seu maior valor sobre opatrimônio”. Esse maior valor é o de
expectativa de lucros.
O perito convocado ou designado deverá induzir uma fórmula de cálculo a partir
dos fatores que devem
ser considerados como componentes do valor imaterial de um capital e que lhe
garante lucros futuros.
Trata-se de um trabalho pericial delicado, uma vez que visa a produção de
provas onde tudo repousa no
campo da prospecção.
6.3.2.19 Impugnação de Créditos Fiscais
Em tese, uma autuação fiscal deriva de um trabalho de verificação contábil,
mas nem sempre tal
verificação está fundamentada em critérios que a própria lei determina.
Os quesitos de uma perícia, neste caso, devem ser orientados no sentido de
contestar e buscar anular as
conclusões que motivaram as notificações de lançamentos.

31
6.3.2.20 Indenização por Danos
A perícia é aceita, em juízo, como prova nas ações que reclamam indenização
pertinente das mesmas.
A natureza do dano deve orientar o perito sobre a metodologia do exame.
A causa do dano enseja a análise dos efeitos e estes a mensuração das
indenizações, objetos básicos de
um laudo pericial em tais questões.
6.3.2.21 Inventários na Sucessão Hereditária
A perícia é aplicada nos levantamentos de haveres partilháveis. por efeito de
morte de sócio ou de
titular de firma individual. A partilha pode ocorrer com normalidade ou gerar
litígios.
6.3.2.22 Inquérito Judicial para Efeitos Penais
São objetos de perícias contábeis os atos delituosos, notadamente as fraudes
contra o patrimônio.
As perícias são realizadas para formar prova, em processo de natureza penal,
para apurar
responsabilidades sobre danos a serem ressarcidos.
6.3.2.23 Liquidação de Empresas
Trata-se do procedimento para “liquifazer” o Ativo, de modo a pagar-se o
“passivo” e o “patrimônio
líquido”, aquele a terceiros, este aos sócios.
Na liquidação, quando evocados direitos em juízo, quer contra o liquidante, quer
de herdeiros de sóciofalecido contra os demais sócios ou a própria sociedade, quer por
terceiros que se sentem prejudicados pelaformação de liquidação, ocorre freqüentemente,
a necessidade da perícia.
O método a ser adotado na perícia das liquidações depende do tipo de prova
que se quer produzir e se o
interesse é do credor ou dos sócios ou seus herdeiros.
6.3.2.24 Lucros Cessantes
Perícias de alta qualidade técnica são necessárias quando as questões judiciais
envolvem a indenização
por lucros que uma pessoa deixa de ter, em razão de impedimentos que outra
lhe impôs.
Os lucros cessantes podem ser gerados por ação do Poder Público, por ações
de outras empresasfornecedoras ou clientes, por ação de uma associada e, principalmente
em ressarcimento de seguros específicos,na ocorrência de sinistro.
A perícia precisa provar “o que se deixou de ganhar em determinado tempo em
razão de um ou mais
atos praticados por terceiros e que infringiram tais danos”.
6.3.2.25Medidas Cautelares
Nas medidas cautelares a metodologia da perícia contábil deve seguir o
interesse de verificar qual o
direito ameaçado ou qual o receio de lesão a direito que tem o postulante.
A perícia pode ser requerida para produzir provas.

32
Muitas são as medidas e também as perícias em matéria sobre:
• alimentos provisionais
• arrolamentos de bens
• busca e apreensão
• caução real ou fidejussória
• homologação de penhor legal
• protesto e apreensão de títulos
• seqüestro
• etc.
6.3.2.26 Medidas Coercitivas
Quando partes competentes elegem alguém (também capaz) para decidir sobre
questões de naturezapatrimonial (e só sobre elas), dá-se o poder de um Juiz Togado a
uma pessoa — nisto consiste a medidacoercitiva do Juízo Arbitral. Nesse caso, a perícia
se rege pela forma normal de produção de prova.
6.3.2.27 Prestação de Contas
A ação de Prestação de contas é proposta quando alguém tem o direito de exigir
que outrem lhe prestecontas, porque tem o direito assegurado de exigi-las, e tal prestação
não ocorre, ou ocorre com defeitos esimulações.
O perito contábil é necessário para a “produção de provas”, diante da exibição
ou apresentação das
contas.
6.3.2.28 Ação Rescisória
Quando a rescisão contratual provoca danos, a perícia é fundamental para a
apuração dos mesmos.
6.3.2.29 Perícia Contábil Na Justiça Do Trabalho
6.3.2.29.1. Introdução:
Em aspectos gerais, a perícia contábil na Justiça do Trabalho se assemelha com
outros tipos de perícia.
Em relação à operacionalização da Justiça do Trabalho, além de se levar em consideração
que cada caso é umcaso e exige técnicas e procedimentos diferenciados, é o aspecto dos
honorários periciais que recebem otratamento diferenciado em relação às outras Justiças,
como veremos mais adiante.
As reclamações que são postuladas nas escritas das empresas, normalmente são
vinculadas aos registros doempregado, salários e direitos inerentes às relações
trabalhistas. Este é um grande campo de atuação pericial,embora, em geral, sejam
perícias relativamente simples.
6.3.2.29.2. Habilitação:
O perito contábil, como discorremos, na esfera judiciária é um profissional de confiança do
magistrado, portanto,a este compete a sua nomeação nos autos, necessário assim, como
condicionante, que o mesmo esteja habilitadopara tanto.
O profissional para ser nomeado pelo juízo, nas Juntas de Conciliação e Julgamento,
necessita encaminhar seucurrículo à Secretaria, na pessoa do seu diretor, que o arquiva
em uma pasta, e a coloca a disposição domagistrado, o qual quando da necessidade da
prova pericial escolhe o profissional de sua confiança nesta.
Necessário expor que formalmente, tal procedimento bastaria para o profissional ser
nomeado e começar arealizar a atividade pericial, entretanto, na prática é muito difícil o
Juiz nomear um profissional sem conhecer oseu trabalho. Este ciclo inicial na Justiça de
Trabalho é muito difícil de ser superado. Assim, ao iniciante cabe,em primeiro lugar, ter
calma e paciência, e esperar uma oportunidade de mostrar o seu trabalho, o que pode
serabrandado mediante o exercício de atividades que o tornariam mais conhecido, como a
de assistente técnico, porexemplo.

33
6.3.2.29.3. Conhecimentos Específicos:
O perito contábil necessita estar sempre em constante atualização do seu saber e, para
responder os quesitosformulados ou então elaborar os cálculos de liquidação deve, ainda,
possuir conhecimentos mais específicossobre os seguintes assuntos:
a)
Consolidação das Leis do Trabalho;
b)
Legislação Complementar;
c)
Súmulas do Supremo Tribunal Federal;
d)
Enunciados do Tribunal Superior do Trabalho;
e)
Enunciados do Tribunal Regional do Trabalho da Região em que estiver
atuando;
f)
Documentação em poder das empresas, em especial, as relacionadas com o
Departamento de

Contabilidade e de Recursos Humanos.

Destes assuntos citados, destacam-se os seguintes documentos:

a)
Folhas ou Recibos de Pagamento;
b)
Controles de Horários (Cartões-Ponto, Guias Diárias, etc.);
c)
Planos de Cargos e Salários / Quadro de Carreira;
d)
Mapas de Comissões e/ou Produção;
e)
Guias de Recolhimento e Relações de Empregado do FGTS;
f)
Reajustes salariais, bases legais para aumento de qualquer natureza ou
específicos a uma categoria
profissional;
g)
Previsão legal para o pagamento de adicionais de qualquer natureza;
h)
Critério legal para atualização dos débitos trabalhistas;
i)
Critério legal para o cálculo dos juros de mora.
Salutar, afirmar que é relevante e indispensável o exame detalhado do conteúdo dos
autos - inicial, contestação,documentação anexada - para que se possa obter subsídios a
elaboração do plano de trabalho a desenvolver nomomento das pesquisas, diligências e
verificações que serão realizadas a fim de executar o laudo pericial.
6.3.2.29.4. Situações em que é requerida a Perícia Contábil na Justiça do
Trabalho:
As situações mais freqüentes nos quais é requerida a Perícia Contábil:
a) Nomeação para apresentação do cálculo de Liquidação de Sentença
Ocorre após o trânsito em julgado (em outras palavras, quando encerra o prazo para
qualquer recurso da decisão,que pode ser Sentença - 1ª Instância - ou Acórdão - 2ª
Instância - ou Recurso de Revista - 3ª Instância) dadecisão proferida pelo juiz.
A partir do ano de 1994, as partes passaram a ser intimadas para apresentarem
o cálculo de liquidação de
sentença, graças à Lei 8898 de 29 de junho de 1994, que reformulou o CPC.
Antes desta Lei, o cálculo era efetuado pela contadoria da Unidade Judiciária, o qual,
conforme conhecimento detodos, na maioria das vezes, não é bacharel em Ciências
Contábeis. Este fato tinha como conseqüência, semconsiderar o aumento do volume de
trabalho, a demora no cumprimento dos atos processuais, sendo a maiorfinalidade desta
lei, resolver este problema.
Apresentado o cálculo por uma das partes, a outra é intimada para se
manifestar no prazo de dez dias, sob pena

de preclusão (em outras palavras, o silêncio será interpretado como concordância).

Se nenhuma das partes apresenta o cálculo, o perito será nomeado.

Vimos aí, que o perito pode auxiliar o autor, o réu, ou ainda ser nomeado pelo Juízo.
b) Nomeação para diligência junto à empresa ré
Ocorre ainda na fase de instrução do processo.

34
O perito poderá ser nomeado para diligenciar junto à empresa ré, matriz ou sua filial, para
na verificação dedocumentos, observar a existência da incidência de Comissões sobre
Vendas, Comissões sobre Produção,ocorrência de Horas Extras, bem como se este
valores devidos foram pagos devidamente, devendo inclusiveapresentar o cálculo do valor
da diferença a ser paga, caso desta forma ocorra.
6.3.2.29.5. Honorários Periciais na Justiça do Trabalho:
A Remuneração dos peritos é um dos aspectos mais espinhosos no estudo do
procedimento do dissídioindividual de cognição, graças a uma conjunção perversa de
fatores, que seriam fáceis de remover, maspersistem até hoje. São eles as omissões da lei
trabalhista e civil, em matéria de despesas obrigatórias das partes,a ausência de busca de
soluções para os impasses que surgem.
A CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) é a Lei que rege a Justiça do
Trabalho.
E nos casos não previstos na CLT, deverão ser seguidos a Constituição Federal,
o Código do Processo Civil,
Código Civil, Penal e outros.
Na CLT, não há menção de como seriam pagos ou quem seria o responsável pelos
honorários periciais, logo, emrelação aos honorários, segundo o CPC, deveria ocorrer o
depósito dos honorários antes do início dos trabalhospericiais.
Porém o TST (Tribunal Superior do Trabalho), emitiu o Enunciado TST 236, que é
uma súmula jurisprudencial:
“A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte
sucumbente na pretensão relativa ao
objeto da perícia.”
Desta forma, seria necessário esperar o resultado da perícia para se determinar
quem seria o responsável pelos
honorários do perito.
O art. 789, § 4º, da CLT esclarece: “As custas serão pagas pelo vencido depois
de transitada em julgado a
decisão ou, no caso de recurso, dentro de cinco dias de sua interposição.”
Ou seja, quem determina quem é a parte sucumbente na perícia, é o Juiz. E essa
determinação só estará naSentença. E só após o trânsito em julgado desta decisão bem
como das decisões dos recursos que porventurapossam ser interpostos, é que se iniciará
a cobrança dos créditos apurados, honorários e demais despesasprocessuais.
Em suma, o perito só será remunerado juntamente com o autor da ação.
Na interpretação deste Enunciado, percebe-se que mesmo que a parte seja
vencedora na lide, mas sucumbente no
objeto da perícia, deverá suportar os honorários periciais.
Não deixando ainda de mencionar que se a parte é assistida por sindicado, terá a
assistência judiciária gratuita.Isto significa que a empresa pode ser vencedora na perícia,
mas se ao autor for deferido pelo menos um dos seuspedidos, a ré deverá arcar também
com os honorários do perito.
Vale salientar que cada caso é um caso e que não há nada definido sobre o assunto,
podendo as partes recorrerema decisões do TRT e do TST, cada caso será analisado
individualmente. E neste aspecto há de se frisar que oresultado da decisão depende do
posicionamento da autoridade judicial que irá decidir a questão.
Em alguns casos isolados, a autoridade judicial deferiu honorários provisórios ou
antecipação de honorários, massobre estas decisões foram interpostos recursos, que ao
serem julgados, abriram jurisprudência para os casossemelhantes.
Um caso muito comentado em relação a este assunto é o julgamento do RO 2888/86 no
TRT 9ª Região (Paraná),onde a 1ª Turma, não conseguindo definir de quem seria a
responsabilidade de pagar os honorários de perito dojuízo, concluiu por excluí-los da
condenação.
Este recurso foi interposto pela ré, onde ela afirmava que não deveria arcar
com os honorários periciais, visto
que o autor fora o sucumbente no objeto da perícia.

35
Já o autor afirmava que o que conta para a determinação da sucumbência seria
o resultado da decisão da causa,
sendo ela Procedente em Parte, logo a ré deveria arcar com os honorários.
É um resultado até humorístico visto que até gerou o artigo, publicado por João
Fassbender Teixeira, “E o perito
foi condenado a suportar os próprios honorários.”
O que se pode afirmar com certeza é que não há nenhuma certeza absoluta
quanto à responsabilidade do
pagamento dos honorários do perito na justiça do trabalho.
6.3.2.29.6. Mudanças Recentes na Justiça do Trabalho
Nos últimos anos (no máximo dois), ocorreram mudanças nas legislações que são
aplicadas à Justiça doTrabalho, que de certa forma, ou melhor, conseqüentemente,
aumentaram o campo de atuação do peritocontador.
a) Rito Sumaríssimo
Introduzido pela Lei 9957 de 12/01/2000, determina que em todas as ações cujos valores
das causas sejaminferiores ao resultado de quarenta salários mínimos, o autor, na sua
peça inicial, deverá quantificar e informar ovalor correspondente a cada pedido.
Isto significa que o autor deverá apresentar o cálculo já ao ingressar com a
ação.
Como a grande maioria dos advogados não têm noção de cálculos, acabam recorrendo a
um perito e este por suavez, como não foi nomeado pelo juízo, receberá seus honorários
no momento da entrega dos cálculos aoadvogado, que anexará o cálculo à petição inicial.
Nos processos onde o valor da causa é superior a quarenta salários mínimos, o
rito se chama ordinário, e o
cálculo será efetuado depois do trânsito em julgado das decisões proferidas.
b) Execução Fiscal da Parcela Previdenciária
A Lei 10.035, de 25 de outubro de 2000, instituiu que a parte ou perito que apresentar o
cálculo deverá calculartambém, a contribuição fiscal e previdenciária incidente. Antes
dessa lei, nos autos em que não haviam acomprovação de tais recolhimentos,
simplesmente os órgãos responsáveis eram cientificados. Como na maioriadas vezes, não
havia muito o que fazer por parte destes órgãos, o governo então instituiu esta lei, que visa
aexecução da parcela que não foi comprovada nos autos, principalmente a previdenciária.
Em tempo, quanto ao Imposto de Renda ainda não segue tal procedimento,
mas, segundo o pensamento dos
juristas mais experientes, isto é só uma questão de tempo.
Desta forma, o perito ficou mais valorizado, visto que mesmo com o cálculo das verbas
deferidas em sentenças eacórdãos com razoável grau de simplicidade, as partes, ou seja,
os advogados das partes ficam receosos ao terque calcular o IR e o INSS e então
peticiona ao juiz para que este designe um perito para tal.
c) Prazo para Embargos/Impugnação ao Cálculo
Na fase de execução trabalhista, o prazo para embargar a penhora efetuada era
de cinco dias.
Com a Medida Provisória 2.180-35 de 24 de agosto de 2001, este prazo aumentou para
trinta dias, sendo destaforma, maior o prazo da empresa executada impugnar os cálculos,
tendo tempo inclusive para recorrer a umperito contábil.
36
6.3.3 A FRAUDE E A PERÍCIA CONTÁBIL
Conceito: “A fraude é um termo genérico e envolve uma
série de diferentes significados considerando-sea ingenuidade humana, que é utilizada por
umindivíduo, para obter vantagem sobre a outrapor uma falsa representação da realidade.”
(INPG, Gomesin “Perícia Contábil”, 1999).
Classificação: A fraude pode ser um crime corporativo ou
um crime de gestão.
Como crime
corporativo, “é qualquer fraude cometida
por, para ou contra uma entidade”. Como crime de gestão, “é qualquer não
representaçãointencional da situação dos resultados da Entidade ou seus níveis cometida
por gestoresbuscando promoções, bônus ou outros incentivos e status”(id em, ib id em).
Normas Brasileiras de Contabilidade
NBC T11, ITEM 11.1.4.1
O termo “fraude” aplica-se aos atos
voluntários de omissão e manipulação de
transações, adulteração de documentos,
registros e demonstrações contábeis.
Na prática: Fraude se refere a “um ato intencional por parte de um ou mais
indivíduos da administração,
empregados, ou terceiras partes, que resulta em uma representação errônea das
demonstraçõesfinanceiras. A fraude pode implicar: manipulação, falsificação ou alteração
de registros oudocumentos”(id em, ib id em).
Norma: De acordo com a Norma Internacional de Auditoria emitida pelo IAPC,
Declaração NIA11, item 3, a
fraude pode identificar: a) malversação de ativos; b) supressão ou omissão de efeitos de
transações nosregistros ou documentos; c) registro de transações sem substância; d) Má
aplicação de políticascontábeis (idem, ibidem).
Na perícia: O perito contador, a pedido do juiz, procede ao exame das
demonstrações financeiras,
fundamentando na prova pericial, a existência ou não de qualquer uma das
características de
fraude (manipulação, falsificação ou alteração de registros ou documentos).
Na prática: Ocorrente em casos de falência, a prova pericial contábil pode
auxiliar o convencimento do juiz
quanto a provável crime falimentar (falência fraudulenta), o que, em ocorrendo,
muda a seara de
julgamento do pleito (do cível para o criminal).
Texto legal: O Código Penal aborda a fraude em seus
artigos 171 a 180: estelionato: disposiçãode coisa alheia como própria; alienaçãoou
oneração fraudulenta de coisa própria;defraudação de penhor; fraude na entregade coisa;
fraude para recebimento deindenização ou valor de seguro; fraudepara pagamento por
meio de cheques;duplicata simulada; abuso de incapazes;induzimento à especulação;
fraude nocomércio; outras fraudes; fraudes eabusos na fundação ou administração
desociedade por ações; fraude à execução ereceptação.
Art. 171 (CP). “Obter, para si ou para outrem,
vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo
ou mantendo alguém em erro, mediante artifício,
ardil ou qualquer outro meio fraudulento: [...].”
Art. 187 (CC). “Será punido com reclusão de um
a quatro anos o devedor que, com fim de criar ou
assegurar injusta vantagem para si ou para
outrem, praticar, antes ou depois da falência,
algum ato fraudulento de que resulte ou possa
resultar prejuízo aos credores.”
Também no Código Civil a fraude éanotada, como consta na Lei deFalências, Título XI,
art. 187 – vejapágina anterior – (dos crimes
falimentares).
Na legislação tributária, é oportunocitar o dispositivo que se refere aoPerito pela ocultação
da verdade oufuga ao cumprimento do dever emface da possibilidade de resultarem
daí danos a alguém ou à sociedade, como prevê o art. 147 do CPC, o qual, por
sua vez, é
Art. 147 (CPC). “O Perito que, por dolo ou culpa,prestar informações inverídicas,
responderá pelosprejuízos que causar à Parte, ficará inabilitado, por 2(dois) anos, a
funcionar em outras perícias eincorrerá na sanção que a lei penal estabelecer.”
Art. 342 (CP). “Fazer afirmação falsa, ou negar oucalar a verdade, como testemunha,
perito, tradutorou intérprete em processo judicial, policial ouadministrativo ou em juízo
arbitral”.

37
complementado pelo teor do art. 342 do Código Penal. A lei penal considera cúmplices as
pessoasque, direta ou indiretamente, prestarem auxílio para a execução de crimes
originários de fraude,impondo as sanções. De acordo com Rizzo (INPG, “Fraudes em
Contabilidade”, 2001, p. 29),
“Via de regra, uma grande fraude envolve várias pessoas, quase sempre de serviços
correlatos e,quando isso ocorre, a fraude tende a perdurar, caso não existam controles
adequados de revisão(auditoria)”.
Na prática: Não deve se confundir “erro” com “fraude”. Enquanto o primeiro é
uma ação involuntária (sem
intuito de causar dano), a segunda é tipificada pela premeditação (o dolo),
constituindo-se, ambos,
de características diferentes.
Tipos mais comuns:
a) Capital Circulante (são as mais freqüentes e fáceis de praticar; a maioria
passa pelo Caixa da empresa;
b) Ativo Permanente (imobilizações técnicas e de rendimento; redução ou aumento de
valores, seja qualitativacomo quantitativamente; as fraudes no Ativo Permanente são de
menor freqüência; o perito deve observaresta possibilidade especialmente em casos de
falência e concordata);
c) Passivo de Dívidas (direcionadas ao prejuízo de credores, como:
fornecedores, bancos, financiadores, sócios e
associados; o perito deve pesquisar a origem e a aplicação desses recursos
supostamente fraudados);
d) Patrimônio Líquido (geralmente falsas integralizações de capital; fraude onerosa em
decorrência dopagamento de tributos, a não ser quando é feito com intuito de compensar
perdas, caso em que fica livre deônus);
e) Custos (intentam a alteração de lucros ou a sonegação de cargas tributárias; alteração de
custos para“mascarar” preços; valores aplicados em bens duráveis e imputados como
custos indevidamente, já que sereferem a imobilizações);
f) Despesas (de ampla abrangência – despesas administrativas, comerciais,
financeiras, tributárias e
extraordinárias – praticamente são as mesmas que se processam no caixa, para
extravio de dinheiro).
g) Vícios documentais:
✓ Falsidade: O vício praticado por falsidade refere-se a existência simbólica do
documento, sem a ocorrência
da transação.
✓ Adulteração: Consiste em “alterar-se” um documento verdadeiro, de transação
verdadeira.
A competência de um documento está em sua autenticidade, quer como
documento em si, quer
perante a realidade dos fatos.
h) Vícios de registros: Há a possibilidade do documento ser autêntico, mas o
registro ser viciado, como por
exemplo, os registros duplos, entrelinhas, omissão de registro, etc.
Nos caso dos registros por computação, o uso de códigos facilita a prática dos
vícios de registros.
i) Vícios de Demonstrações Contábeis: O perito deve acautelar-se quanto aos vícios que
podem ser cometidosnas demonstrações contábeis (Balanço e Apuração de Resultados,
basicamente). São, geralmente, declassificação de grupos.
Ao periciar a situação da empresa por análise de balanços e demonstrações, deve-se
produzir seus própriosdemonstrativos, pois tanto a lei quanto a empresa podem estar
colaborando para obtenção de falsas mediçõesde riquezas.
j) Defeitos de Individualização: E a particularização, ou seja, descrever algo em
todas suas particularidades de
modo que seu todo seja inconfundível.
Os problemas na individuação ocorrem quando, propositadamente com o
interesse de confundir, se omitem
dados importantes à identificação.
O perito precisa verificar se os dados dos documentos estão de acordo com os
dados dos registros (porque,
por falhas de individuação, podem não estar).
k) Defeitos de Clareza: Clareza é “evidência” aquilo que é “inteligível”. A
clareza exige que o registrado esteja
ao alcance de quem o consulta, com compreensão sem dificuldades.
Obstrui-se a clareza adotando-se termos de interpretação duvidosa, utilizando-
se de expressões que são
inventadas ou criadas para suprirem uma situação de dúvida, em suma,
prejudicando o entendimento fácil.
l) Defeitos de Codificação: A fraude é usual na troca de códigos.
O perito deve estar atento na identificação correta do Código que representa,
ao fato que é objeto de seu
exame e para a qual foi requerida a sua opinião.
Códigos semelhantes facilitam a ocorrência de fraudes.

38
3. Verificação de Absorção de Conhecimentos

1) Conceitue e ilustre “perícia contábil”.

2) Qual a diferença fundamental entre perícia e auditoria? Exemplifique.

3) Quem pode ser perito contábil? Fundamente com o histórico legal dos diplomas

regulamentadores.
4) De acordo com a NBCP – 2, em quais casos o perito contador está impedido
de executar perícia
contábil?
5) Quais os principais fatores que embasam o estabelecimento de honorários,
por parte do perito contador?
6) De acordo com a Resolução no 858/99, os quais os fatores relevantes que
devem ser considerados no
planejamento para execução dos trabalhos periciais?
7) Que norma da Resolução no 858/99 define os procedimentos de perícia
contábil? (Cite a norma e o
conteúdo da mesma).
8) Conceitue “Laudo Pericial” e indique em que norma da Resolução no 858/99
está contido esse conceito.
9) A quem cabe, com exclusividade, a preparação e a redação do parecer
pericial contábil e qual a norma

da Resolução no 858/99 que a institui?

10) O que estatui a norma 2.6.1. da Resolução no858/99?

11) Qual a norma que determina o uso do contador como perito nos processos que versam

sobre falências e
concordatas?
12) Em caso de falência, a quem cabe a escolha do perito-contador e qual é o
princípio que permanece em
validade, independentemente do responsável por tal escolha?
13) Conceitue “Fraude”, de acordo com a NBC T11, item 11.1.4.1, e cite os
artigos do Código Penal que a

abordam. Ilustre com um exemplo de fraude.

14) Quais as fraudes contábeis mais comuns?

15) Qual a diferença fundamental entre “erro” e “fraude”? Ilustre, ambos, com exemplos.

39
7. ARBITRAGEM
7.1. O QUE É ARBITRAGEM
É um método de resolução de conflitos prevista na Lei nº 9307/96, que pode ser utilizada
para a solução dosimpasses decorrentes da interpretação dos contratos, onde um terceiro,
neutro e imparcial, e que não estejavinculado a qualquer das partes em conflito, decidirá a
controvérsia fundamentando-se nas regras de direito.
De acordo com a lei da arbitragem, qualquer conflito ou controvérsia
relacionada a direitos disponíveis, ou seja,
direitos que as partes possam livremente dispor, pode ser resolvido por meio da
arbitragem.
Apesar da necessidade da inclusão no contrato da cláusula que prevê que os futuros
litígios dele originados serãosolucionados por arbitragem, a lei permite que mesmo sem
essa previsão a arbitragem pode ser utilizada. Bastaque as partes concordem com esta
alternativa de solução de conflitos, e assinem um compromisso arbitral, napresença de
duas testemunhas ou por escritura pública, e estipulem a convenção de arbitragem.
7.2. COMO OPERA A ARBITRAGEM
A arbitragem pode ser operacionalizada de forma institucional, ou seja, quando a cláusula
compromissória, ou ocompromisso arbitral, prever que o procedimento arbitral será
administrado por uma instituição arbitral,seguindo seu regulamento preestabelecido ou,
então de forma "ad hoc" ou seja, quando as partes fixarem decomum acordo as regras e
formas de administração do procedimento arbitral naquele caso específico, ou asregras
determinadas pelo próprio árbitro, independentemente das regras de uma instituição
arbitral.
Porém, em ambas as formas, serão sempre respeitados os princípios jurídicos
determinados pela lei, tais como:
igualdade das partes, independência e
imparcialidade do árbitro, etc., ressaltando-se,
ainda, que oprocedimento poderá ser conduzido por árbitro único (arbitragem expedita) ou
por tribunal (03 ou mais árbitros,porém sempre em número ímpar).
O processo de Arbitragem é mais analítico e formal que a Mediação. Entretanto, nunca
com a formalidade doJudiciário, por essência há que ser muito mais simples, caso
contrário não faria sentido. Este processo éconduzido também por uma terceira parte
-neutra - chamada para decidir o impasse - o Árbitro. Na Arbitragemhá pelo menos uma
audiência em que as partes apresentam testemunhas, relatos, depoimentos, provas
eacusações.
O Árbitro limita-se a conduzir a sessão, ouvir as partes e recolher as evidências para a sua
decisão que podeocorrer em até 06 meses. Dessa decisão não cabe recurso. A decisão de
um Arbitro somente poderá serimpugnada em raríssimos casos em que fique
comprovado que o Arbitro tenha cometido alguma falta nacondução do processo arbitral,
mas nunca em relação ao mérito da sua decisão. No Brasil, a Lei 9.307 permite,
apossibilidade de Ação de Nulidade, junto ao Judiciário, porém não permite o recurso, o
que significa que o juiznão julgará o mérito, ele poderá inclusive mandar arbitrar
novamente e até nomear o Arbitro.
1
7.3. VANTAGENS DA ARBITRAGEM
7.3.1. RAPIDEZ (CELERIDADE):
a) As partes em litígio escolhem JUIZES (Árbitros) com ampla liberdade.
b) Os LITIGANTES fixam o prazo para que a Sentença Arbitral seja proferida.
c) Quando as partes não estipulam PRAZO, (o artigo 23º) convenciona o prazo
de 6 (seis) meses para ser
proferida a Sentença Arbitral.
d) PRORROGAR o prazo estipulado inicialmente da Sentença Arbitral de comum
acordo entre as partes em
litígio e o Juiz Arbitral.
e) CONCILIAÇÃO (artigo 21º parágrafo 4º): O Juiz Arbitral antes do início do
procedimento, tentará a
CONCILIAÇÃO das partes em conflito, aplicando-se no que couber, o artigo 28º
desta Lei.
f) ARBITRAGEM INSTITUCIONAL quando o Juízo Arbitral e Processado conforme
as regras e normas
próprias de uma Instituição ou Entidade especializada, possibilitando que as
partes em LITÍGIO possam

40
redigir uma CONVENÇÃO Arbitral Simples, se convir, inclusive dispensar a Eleição dos
Árbitros, a escolhado local de JUÍZO ARBITRAL, LEI SUBSTANTIVA APLICÁVEL, Idioma,
poder JULGAR poreqüidade, o Direito, estipular o Rito Processual.
7.3.2. ECONOMIA:
a) As partes em litígio negociam acertando os honorários de Juizes Arbitrais,
Advogados e outras CUSTAS
decorrentes do Juízo Arbitral.
b) A maior economia representa o tempo fixado pelas partes para ser proferida a Sentença
Arbitral ou pelo(artigo 23º), esse prazo será no máximo de 6 (seis) meses. O maior ÔNUS
imposto as partes em litígioJudicial Comum (ESTATAL) tem sido exatamente o tempo de
Duração dos Processos.
c) Na JUSTIÇA ESTATAL os custos são pagos pela sociedade.
RUI BARBOSA anotou que “A Justiça atrasada não é Justiça, senão injustiça, qualificada e
manifesta porquea dilação ilegal nas mãos de julgador contraria o direito escrito das
Partes, e assim, as lesa no Patrimônio,Honra e Liberdade”.
(Elogios Acadêmicos e Orações de Paraninfo. Edição da REVISTA DE LÍNGUA
PORTUGUESA, 1924, p.
38).
7.3.3. SIGILO:
a) Somente as partes em litígio interessa se o Processo pode se tornar Público
ou não.
b) A característica principal de um Juízo Arbitral e o SIGILO sendo uma regra
universal para os LITÍGIOS DE

NATUREZA COMERCIAL de grande monta.

c) Na Justiça Estatal a publicidade é uma regra para os processos.

d) Num JUÍZO ARBITRAL o processo é sigiloso, preservando as informações reservadas

de maneira exclusiva,
as partes em litígio com Laudos Periciais, Laudos Técnicos, etc.
7.3.4. JUIZES ESPECIALISTAS (ÁRBITROS):
a) COMPETÊNCIA: porque, nenhum JUIZ (Árbitro) será se não for dentro de sua absoluta
especialidade eexperiência de trabalho, ao Contador conhecimentos de Contabilidade, ao
Médico de Medicina, aoEngenheiro Civil de Construções, ao Economista de Finanças, e
outros profissionais com conhecimentos eexperiências em Importação, Exportação, e
assim por diante.
b) Os CONFLITOS patrimoniais disponíveis quando submetidas a JUSTIÇA COMUM são
decididas ao finalde penosas e prolongadas práticas de prova pericial técnica, adotando-se
o chamado laudo desempatador do"Perito do Juiz" muitas vezes de competência discutível
porque simplesmente o perito em menção e deinteira confiança do Juiz Togado, em vista
que exigir do magistrado que, para decidir os processos de suaalçada, tivesse que ter
conhecimentos relativos a Contabilidade, Medicina, Construções, Economia,Importação,
Exportação, etc., isso seria desumano.
c) As partes em conflito poderão escolher, cada um, Juizes (árbitros) com
conhecimentos exclusivos ou
específicos da matéria em conflito.
7.3.5. DEMOCRACIA:
a) As partes em litígio convencionam com liberdade se o Juízo Arbitral será de
Direito ou eqüidade nos usos e
costumes e nas leis internacionais de comércio.

41
b) Ou ainda conforme Regulamentos de uma entidade Institucional ou órgão
arbitral e sendo processado o
litígio de acordo com tais Regras.
c) Quando as Partes estabelecem na cláusula compromissória, ou em outro
contrato a forma especifica para o
início de Juiz Arbitral (ARBITRAGEM).
7.3.6. INFORMALIDADE E FLEXIBILIDADE:
a) Porque as coisas do comércio devem ser tratadas sem a liturgia, paramentação ou ainda
Protocolos própriosnos Processos do Judiciário Comum, excelências e majestades a
parte, o que se busca numa relaçãocomercial é o resultado. Trata-se de Processos
absolutamente desburocratizados, sem autuações, vistas,carimbos, prazos e recursos
desnecessários.
7.3.7. TOLERÂNCIA:
a) As partes em conflito podem e devem adotar os meios pacíficos e civilizados,
com isso obtém-se
imparcialidade e capacidade técnica no conflito em questão.
b) PRESERVA as relações entre as partes em Conflito mesmo se tratando de direito
disponível e de Juízoinsujeito as regras do processo tradicional, são grandes as
possibilidades das partes serem um tanto maistolerantes, inclusive optando por uma
CONCILIAÇÃO no curso do processo, é muito grande.
7.3.8. CONFIANÇA:
a) Para os contratantes de países diferentes afasta a perplexidade de se submeter a legislação
e ao sistemajudiciário do Estado nacional do Outro contratante, além de permitir a escolha
da lei aplicável e resulta emuma sentença válida e executável nos demais países que
ratificaram a mesma convenção internacional.
b) Homologação única pelo Supremo Tribunal Federal de Sentenças
Estrangeiras.
c) Maior compromisso e por conseqüência cria maior confiança entre as partes
em conflito.
d) Aponta para frente em lugar de se deter no passado, apresenta-se como porta de entrada
do Brasil para aPolítica Mundial da "GLOBALIZAÇÃO" da economia, ou seja, a
“internacionalização” dos muitosinteresses comerciais num mundo sem fronteiras.
e) O Juízo Arbitral (ARBITRAGEM) é também sob certos aspectos, uma claríssima resposta
para neologismos,como, por exemplo, o chamado "direito alternativo" tão órfão de
conceitos como a conhecida incerteza desua receptividade pelo sistema Jurídico
Tradicional Brasileiro. Ainda nesta linha de observação, a opçãopelo Juízo Arbitral
(ARBITRAGEM) certamente será a melhor alternativa que as partes em conflito
vãoprocurar para fugir da eventual adoção de um ameaçador "efeitovinculante",
eufemismo adotado pelo PoderJudiciário estatal para desafogar o sistema arcaico sobre
os casos novos da mortalha sempre fria daJurisprudência Velha.
f) Para efeitos de legislação Penal os Juizes (árbitros) ficam equiparados aos
funcionários públicos logicamente
no exercício de suas FUNÇÕES ou em conseqüência delas.
g) DISPENSA: A homologação do Laudo (ou decisão) Arbitral na Justiça Comum
(artigo 18º) o controle do
laudo se dá por ação de nulidade ou embargos do devedor (art. 33º e seu
parágrafo 3º).
h) A SENTENÇA: Proferida pelo Juiz Arbitral de fato e de direito não fica sujeita a recurso a
Justiça Comum(artigo 18º) uma vez condenatária constitui título executivo judicial
igualando-se à sentença de JustiçaComum (Artigo 31º).

42
7.4. COMO RECORRER A UMA ARBITRAGEM INSTITUTICIONAL
Ao elaborar os mais diversos contratos incluir sempre uma cláusula compromissória que
torne compulsória autilização Arbitral e Solução de futuros conflitos, acatando desde já os
regulamentos de um ÓRGAOARBITRAL INSTITUCIONAL ou uma Entidade especializada
previamente escolhida.
Exemplo de como redigir a mencionada cláusula:
A) JUÍZO ARBITRAL INSTITUCIONAL SEM MULTA:
Qualquer conflito decorrente do presente contrato inclusive no que tange a sua execução
ou interpretação serãoresolvidos definitivamente conforme os regulamentos de
ARBITRAGEM de uma Entidade ou Instituiçãolegalmente constituída.
B) JUÍZO ARBITRAL INSTITUCIONAL COM MULTA:
Qualquer conflito decorrente do presente contrato inclusive no que tange a sua execução
ou interpretação serãoresolvidos definitivamente conforme os regulamentos de
ARBITRAGEM de uma Entidade ou Instituiçãolegalmente constituída. A parte que não
ACATAR a instituição do Juízo Arbitral, havendo concordado eassinado a cláusula
compromissória, inclusive levando a outra parte a tomar providência legal determinada
noArtigo 7º da Lei nº 9.307, de 23/09/96, arcando com uma multa de 10% dos, valores
acertados ou contratados,sem prejuízo de assistir a parte prejudicada, o direito de exigir o
cumprimento exclusivo dessa obrigação nostermos dos artigos 273 e 461 do Código de
Processo Civil, inclusive mediante nomeação de terceiro comorepresentante do ausente,
às expensas deste, e/ou da instauração de Juízo Arbitral à sua revelia.
7.5. ASPECTOS DA LEI 9.307/96
O mecanismo da arbitragem, cujo benefício econômico é indiscutível, tem sido
considerado como a maneiramais eficiente para a solução de disputas, evitando os
entraves típicos dos processos judiciais, que normalmenteimplicam na necessidade de
vários anos de tramitação de uma ação judicial para que se tenha a decisãodefinitiva,
passível de execução.
A lei nº 9.307/96 de 23 de setembro de 1996, veio modificar substancialmente o Código de
Processo Civil,colocando à disposição da sociedade um meio ágil de solucionar
controvérsias, através de árbitros escolhidospelas partes, de forma independente,
conferindo ao processo brevidade, sigilo, além de evitar a apreciação dotema pelo
Judiciário, algo muitas vezes desnecessário, para a resolução de conflitos ou disputas
oriundas denegócios contratados por particulares.
A lei de Arbitragem será utilizada em conflitos que tenham por objeto Direito Patrimonial e
concede às partes afaculdade de escolher as regras do Direito a serem aplicadas no
processo arbitral, tais como princípios gerais doDireito, usos e costumes e regras
internacionais de comércio, respeitados os bons costumes e a ordem pública .
Com o advento da Lei não há mais distinção, em termos contratuais, entre "cláusula
arbitral ou compromissória"e "compromisso arbitral", já que ambos podem ensejar a
instauração do juízo arbitral. Ao contrário do queocorria anteriormente, quando só se
reconhecia a eficácia do compromisso arbitral, hoje, ao contratar, as partespodem estipular
convenção de arbitragem tanto numa "cláusula arbitral", tendo em vista serem, cada
qual,isoladamente, dispositivos suficientes para constituir a arbitragem, já que ambos são
autônomos em relação aocontrato no qual estão inseridos, permitindo, assim, a execução
específica.
Pela nova Lei, a sentença arbitral, que deverá ser proferida em 6 meses (se outro prazo
não for estipulado peloscontratantes), produz efeitos idênticos ao de uma sentença judicial
transitada em julgado e a condenação de umadelas pode ensejar, de imediato, um
processo de execução perante o Judiciário. O mesmo conceito aplica-se àsarbitragens
internacionais, as quais estão sujeitas , pela nova Lei, ao reconhecimento e execução no
Brasil, umavez homologadas pelo Supremo Tribunal Federal, sendo desnecessária a
homologação pelo juiz do país onde asentença arbitral foi proferida, como ocorria
anteriormente.

43
Outro aspecto de relevância diz respeito à pessoa do árbitro, cuja nomeação cumpre às
partes, que poderão optarpor um ou mais, desde que em número ímpar . Deverá ser
pessoa de reconhecida capacidade técnica e,evidentemente, gozar da confiança das
partes.
A sentença arbitral é passível de argüição de nulidade perante o Poder Judiciário nos
casos de comprovadairregularidade do procedimento, como, por exemplo, nos casos em
que os árbitros estiverem impedidos de atuarem decorrência de conflito de interesses ou
em casos de prevaricação, concussão ou corrupção passiva, e ainda,se verificado o
desrespeito aos princípios do contraditório e da igualdade das partes.
A lei de Arbitragem não eliminou o Poder Judiciário da solução de conflitos .
Contudo, criou condições para que as disputas entre particulares possam ser apreciadas
de maneira célere,respeitando e privilegiando a vontade dos interessados diretos,
minimizando, por conseguinte, o potencial deprejuízo de uma longa disputa judicial, que
muitas vezes paralisa a atividade empresarial.
7.6. MEDIAÇÃO
7.6.1. INTRODUÇÃO
Mediação é um método extra-judicial de resolução de conflitos onde um terceiro, neutro e
imparcial, mobiliza aspartes litigantes para acordo. O mediador ajuda as partes a
identificar, discutir e resolver as questões do conflito,transformando o paradigma
adversarial em cooperativo.
Por meio de técnicas específicas, dividindo características com a psicologia e negociações
legais, o mediadorajuda as partes a reestabelecerem o processo de comunicação e a
avaliarem objetivos e opções, conduzindo a umtermo de entendimento para mútua
satisfação. Desta forma, não é um procedimento impositivo, não tendo omediador, ao
contrário de outros métodos (arbitragem ou tribunais, por exemplo), nenhum poder de
decisãosobre as partes. Estas decidirão todos os aspectos em questão, facilitadas pelo
mediador, mantendo assimautonomia e controle das decisões pertinentes ao seu caso. O
acordo resultante, de mútuo consentimento, poderáser formalizado em termos de contrato
legal. Ainda, o acordo engloba pautas relacionais no presente e no futuro,bem como
compõe e dispõe de aspectos particulares de cada caso em várias dimensões.
7.6.2. INÍCIO DO PROCESSO
Mediação inicia-se a qualquer momento. Pode ser aplicado preventivamente, durante o
conflito ou em casos deprocedimentos judiciais já instalados, como também para
readequar posições resultantes de acordos previamenteestabelecidos que não estejam
sendo satisfatórios para uma ou ambas as partes.
7.6.3. APLICAÇÃO
É aplicável em vários campos de conflito, tais como: familiar, divórcio, comercial, empresas
familiares,sucessões, empresarial, trabalhista, educacional, comunitário, hospitalar, meio
ambiente, Mercosul, etc. Ainda,pode ser realizada em contextos específicos como prisões,
casas para menores, sistema judiciário, drogadição,violência, algumas situações criminais,
etc. As pesquisas mundiais de resultados da utilização da mediaçãoapontam para um
número cada vez maior de campos e atuações.
7.6.4. VANTAGENS
É rápido, ágil, econômico, flexível e particularizado a cada caso, possibilitando às partes
manterem autonomia econtrole do procedimento; viabiliza acordos onde todos "ganham" e
o sentimento de justiça; possibilita disporde pendências do passado e promover
reposicionamento para construção de futuro mais harmônico, evitandodesgastes, novas
ações judiciais e aumento do conflito.
O método da mediação requer treinamento específico para qualificar profissionais para o
exercício desta prática,uma vez que a mediação pode ser exercida por profissional oriundo
de qualquer profissão. É totalmentedesaconselhável sua realização por profissionais sem
o devido treinamento.
44
TABELA COMPARATIVA DAS PRINCIPAIS FORMAS DE RESOLUÇÃO DE DISPUTAS
PROCESSO
MEDIAÇÃO
ARBITRAGEM
LITÍGIO
Quem decide
Partes
Árbitro
Juiz
Quem controla
Partes
Árbitros/ advogados
Advogados-
tribunal
Procedimentos
Informal - algumas regrassão designadas para protegerconfidencialidade e
comunicaçãoentre as partes
Regras
do
procedimento
são
acordadas e seguidas
Conjunto
de
regras
formais
e
complicadas
Tempo
Poucas semanas
Poucos meses
Dois anos ou
mais
Custos
Nominais
ou
baixos(disputas comerciais podem custarmais)
Moderado
Substancial
Regras
de
evidências
Nenhuma
Estabelecidas
mas
relativamente informal
Complexas
Publicidade
Privativa
Privativa
Pública
Relacionamento entre
as partes
Esforços cooperativos
Antagônico
Antagônico
Método de Negociação Compromisso
Difícil negociação
Difícil
negociação
Comunicação
Melhorada
Bloqueada
Bloqueada
Resultados
Ganho/ganho
Ganho/perda
Ganho/perda
Acordo
Geralmente mantido
Comumente
resistido
ou
apelado
Comumente
resistido
ou
apelado
Fonte: Mediation Quartely, nº 18, 1987, pág. 74

45
4. Verificação de Absorção de Conhecimentos – Arbitragem
Responda corretamente a questão e mencione também o dispositivo da Lei
9.307 de 23.09.96 que dispõe
sobre arbitragem (artigo, parágrafo e item).

1) Quem poderá ser árbitro?

2) Quem nomeará os árbitros e em que número?

3) Quem poderá valer-se da arbitragem ? e para que finalidade?

4)Como será eleito o presidente do tribunal arbitral?

5) Como deverá proceder o árbitro no desempenho de suas funções?

6) A sentença proferida por árbitro fica sujeita a recurso ou homologação?

7) O árbitro ou tribunal arbitral poderá determinar a realização de perícia?

8) A ausência de uma parte, impedirá que o árbitro ou juízo arbitral profira a sentença?

9)Qual o prazo para que o árbitro profira sua sentença?

10) Este prazo poderá ser prorrogado?

11) Quais são os requisitos obrigatórios da sentença arbitral?

12) Qual o prazo que a parte interessada tem para pedir esclarecimentos sobre a sentença

arbitral?

13) A sentença arbitral tem o mesmo efeito de uma sentença proferida pelo Judiciário?
14) Qual o prazo para demandar contra uma sentença judicial para vê-la anulada?

15) Quem homologará a sentença arbitral estrangeira?

16) O que se entende por cláusula compromissória?

17) Como deverá ser estipulada a cláusula compromissória?

18) O que se faz necessário para que uma cláusula compromissória tenha eficácia em um

contrato de adesão?
19) Conceitue cláusula compromissória.
20) Conceitue compromisso arbitral.

21) Qual o artigo da Lei 9.307/96 que estabelece o que deve constar do compromisso

arbitral?

22) Quando poderá ser instituída a arbitragem?

23) O que deverá ser necessariamente respeitado no procedimento arbitral?

24) No procedimento arbitral é possível a conciliação das partes ? Fundamente.


25) A revelia de uma parte impedirá que seja proferida a sentença arbitral?

46

ANEXO 1

NORMAS DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE

Normas Profissionais do Perito – Resolução nº 857


RESOLUÇÃO CFC Nº 857/99, DE 21 DE OUTUBRO DE 1999.
Reformula a NBC P 2, denominando-a Normas Profissionais do Perito.
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - CFC, no exercício de suas
atribuições legais e
regimentais;
CONSIDERANDO a necessidade de reformulação da NBC P 2 – Normas
Profissionais de Perito Contábil,
frente aos aspectos técnicos da norma aprovada pela Resolução CFC nº 733, de
22 de outubro de 1992;
CONSIDERANDO que o Grupo de Estudo de Perícia Contábil recebeu inúmeras
colaborações coletadas dos
Contabilistas que participaram das Audiências Públicas realizadas em diversos
Estados e Capital do País;
CONSIDERANDO que o Grupo de Estudo de Perícia Contábil obteve do Grupo de
Trabalho das NormasBrasileiras de Contabilidade a aprovação de sua proposta de
reformulação da NBC P 2 – Normas Profissionaisde Perito Contábil;
CONSIDERANDO a decisão da Câmara Técnica no Relatório nº 061/99, de 20 de
outubro de 1999, aprovado
pelo Plenário deste Conselho Federal de Contabilidade.
RESOLVE:
Art. 1º -
Reformular o teor da NBC P 2 – Normas Profissionais de Perito Contábil,
conforme anexo a esta
Resolução.
Art. 2º -
Denominar a referida norma de NBC P 2 – Normas Profissionais do Perito.
Art. 3º -
Esta Resolução entra em vigor na data de sua assinatura.
José Serafim Abrantes
Presidente do Conselho
NBC P 2 - NORMAS PROFISSIONAIS DO PERITO
2.1. CONCEITO
2.1.1 Perito é o Contador regularmente registrado em Conselho Regional de Contabilidade, que
exerce aatividade pericial de forma pessoal, devendo ser profundo conhecedor, por suas
qualidades eexperiência, da matéria periciada.
2.2. COMPETÊNCIA TÉCNICO-PROFISSIONAL
2.2.1 O Contador, na função de perito-contador ou perito-contador assistente, deve manter
adequado nível decompetência profissional, pelo conhecimento atualizado de
Contabilidade, das Normas Brasileiras deContabilidade, das técnicas contábeis,
especialmente as aplicáveis à perícia, da legislação relativa àprofissão contábil e das
normas jurídicas, atualizando-se permanentemente, mediante programas decapacitação,
treinamento, educação continuada e especialização, realizando seus trabalhos com
aobservância da eqüidade.

47
2.2.1.1 O espírito de solidariedade do perito-contador e do perito-contador assistente não induz
nem justifica aparticipação ou a conivência com erros ou atos infringentes das normas
profissionais e éticas que regemo exercício da profissão.
2.2.2 O perito-contador e o perito-contador assistente devem comprovar sua habilitação
medianteapresentação de certidão específica, emitida pelo Conselho Regional de
Contabilidade, na forma a serregulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade.
2.2.3 A nomeação, a escolha ou a contratação para o exercício do encargo de perito-contador
deve serconsiderada como distinção e reconhecimento da capacidade e honorabilidade do
Contador, devendoeste escusar-se dos serviços, por motivo legítimo ou foro íntimo, ou
sempre que reconhecer não estarcapacitado a desenvolvê-los, contemplada a utilização
do serviço de especialistas de outras áreas,quando parte do objeto da perícia assim o
requerer.
2.2.4 A indicação ou a contratação para o exercício da atribuição de perito-contador assistente
deve serconsiderada como distinção e reconhecimento da capacidade e honorabilidade do
Contador, devendoeste recusar os serviços sempre que reconhecer não estar capacitado
a desenvolvê-los, contemplada autilização de serviços de especialistas de outras áreas,
quando parte do objeto do seu trabalho assim orequerer.
2.3. INDEPENDÊNCIA
2.3.1 O perito-contador e o perito-contador assistente devem evitar e denunciar qualquer
interferência quepossam constrangê-los em seu trabalho, não admitindo, em nenhuma
hipótese, subordinar suaapreciação a qualquer fato, pessoa, situação ou efeito que
possam comprometer sua independência.
2.4 IMPEDIMENTO
2.4.1 O perito-contador está impedido de executar perícia contábil, devendo
assim declarar-se, ao ser
nomeado, escolhido ou contratado para o encargo, quando:
a) for parte do processo;
b) houver atuado como perito-contador assistente ou prestado depoimento
como testemunha no
processo;
c) o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta,
ou em linha colateral
até o segundo grau, estiver postulando no processo;
d) tiver interesse, direto ou indireto, imediato ou mediato, por si ou qualquer de seus
parentes,consangüíneos ou afins, em linha reta ou em linha colateral até o segundo grau,
no resultado dotrabalho pericial;
e) exercer função ou cargo incompatíveis com a atividade de perito-contador; e
f) a matéria em litígio não for de sua especialidade;
2.4.2 Quando nomeado em Juízo, o perito-contador deve dirigir-lhe petição, no
prazo legal, justificando a
escusa.
2.4.3 Quando indicado pela parte, não aceitando o encargo, o perito-contador
assistente deve comunicar ao

Juízo, a recusa, devidamente justificada.

2.4.4 O perito-contador e o perito-contador assistente não devem aceitar o encargo

quando:

2.4.4.1 Constatarem que os recursos humanos e materiais de sua estrutura profissional

não permitem assumir o


encargo, sem prejuízo do cumprimento dos prazos dos trabalhos nomeados,
indicados, escolhidos ou
contratados; e
48
2.4.4.2 Ocorrer motivo de força maior.
2.5 HONORÁRIOS
2.5.1
O perito-contador e o perito-contadorassistente devem estabelecer previamente
seushonorários, mediante avaliação dos serviços,considerando-se entre outros os
seguintesfatores:
a) a relevância, o vulto, o risco e acomplexidade dos serviços aexecutar;
b) as horas estimadas para realização de
cada fase do trabalho;
c) a qualificação do pessoal técnico que irá
participar da execução dos serviços;
d) o prazo fixado, quando indicado ouescolhido, e o prazo médio habitual deliquidação, se
nomeado pelo juiz;
e) a forma de reajuste e de parcelamento, se
houver;
f) os laudos interprofissionais e outros
inerentes ao trabalho; e
Serviços sem remuneração – Há casos em que não
existe a figura dos honorários, na perícia, a exemplodos casos de gratuidade judicial
(pessoas que sesocorrem do judiciário, mas não têm condições demanter a causa).
Nestes casos, prevalece o critério dacompensação: para compensão o trabalho do
peritoem causa de justiça gratuita, o juiz procurará indicá-loou nomeá-lo em outro caso
que tenha repercussãoeconômica um pouco maior (Artur Marques da SilvaFilho,
presidente da Associação Paulista deMagistrados).
Negociação dos honorários do perito – Há casos
(notadamente na Justiça do Trabalho) em que osadvogados das partes ‘negociam’ a
redução dohonorário do perito em homologação de acordos. Estetipo de negociação não é
observado na JustiçaComum. “Neste caso, toda vez que há acordo, é
p
reciso que o perito concorde, porque quem fixa os
honorários periciais é o juiz. Não fica a critério das
p
artes. Ou seja, as partes não podem negociar”
(idem, ibidem).
(“Honorários de perícia - Juizes sem parâmetros”. Entrevistacom o Dr. Artur Marques da Silva Filho.
Revista Fenaconem Serviços – Edição 63 – pág. 11).
g) no caso do perito-contador assistente, o resultado que, para o contratante,
advirá com o serviço

prestado, se houver.

2.5.2 Quando se tratar de nomeação, deve o perito-contador:

2.5.2.1 Elaborar orçamento fundamentado nos fatores constantes do item 2.5.1 desta

Norma;
2.5.2.2 Requerer por escrito o depósito dos honorários, conforme o orçamento
ou pedido de arbitramento;
2.5.2.3 Requerer a complementação dos honorários, se a importância
previamente depositada for insuficiente
para garanti-los; e
2.5.2.4 Requerer, após a entrega do laudo, que o depósito seja liberado com os
acréscimos legais.
2.5.3 O perito-contador requererá a liberação parcial dos honorários,
depositados em Juízo, sempre que
houver a necessidade, devidamente justificada.
2.5.4 O perito-contador pode requerer o custeio das despesas referentes ao
deslocamento para a realização
do trabalho fora da comarca em que foi nomeado.
2.5.5 Quando se tratar de indicação pelas partes, escolha arbrital ou contratação extrajudicial,
devem operito-contador e o perito-contador assistente formular carta-proposta ou contrato,
antes do início daexecução do trabalho, considerados os fatores constantes no item 2.5.1
desta Norma e o prazo para arealização dos serviços.

49
2.6 SIGILO
2.6.1 O perito-contador e o perito-contador assistente, em obediência ao Código de Ética
Profissional doContabilista, devem respeitar e assegurar o sigilo do que apurarem durante
a execução de seutrabalho, proibida a sua divulgação, salvo quando houver obrigação
legal de fazê-lo. Este deverperdura depois de entregue o laudo pericial contábil ou o
parecer pericial contábil.
2.6.1.1 O dever de sigilo subsiste mesmo na hipótese de o profissional se
desligar do trabalho antes de
concluído.
2.6.1.2 É permitido ao perito-contador e ao perito-contador assistente
esclarecer o
conteúdo do
laudopericial contábil e do parecer pericial contábil somente em defesa da sua conduta
técnicaprofissional, podendo, para esse fim, requerer autorização a quem de direito.
2.7 RESPONSABILIDADE E ZELO
2.7.1 O perito-contador e o perito-contador assistente devem cumprir os prazos estabelecidos no
processo oucontrato e zelar por suas prerrogativas profissionais, nos limites de suas
funções, fazendo-se respeitar eagindo sempre com seriedade e discrição.
2.7.2 O perito-contador e o perito-contador assistente, no exercício de suas atribuições, respeitar-
se-ãomutuamente, vedados elogios e críticas de cunho pessoal ou profissional, atendo-se
somente aos aspectostécnicos do trabalho executado.
2.8 UTILIZAÇÃO DE TRABALHO DE ESPECIALISTA
2.8.1 O perito-contador e o perito-contador assistente podem valer-se de
especialistas de outras áreas na
realização do trabalho, desde que parte da matéria objeto da perícia assim o
requeira.
2.8.2 O perito-contador pode requerer ao juiz a indicação de especialistas de
outras áreas que se fizerem
necessários para a execução de trabalhos específicos.
2.9 EDUCAÇÃO CONTINUADA
2.9.1 O perito-contador e o perito-contador assistente, no exercício de suas atividades, devem
comprovar aparticipação em programa de educação continuada, na forma a ser
regulamentada pelo ConselhoFederal de Contabilidade.
Normas Profissionais do Perito – Resolução nº 858
RESOLUÇÃO CFC Nº 858/99, DE 21 DE OUTUBRO DE 1999.
Reformula a NBC T 13 – Da Perícia Contábil.
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - CFC, no exercício de suas
atribuições legais e
regimentais;
CONSIDERANDO a necessidade de reformulação da NBC T 13 – Da Perícia
Contábil, frente aos aspectos
técnicos da norma aprovada pela Resolução CFC nº 731, de 22 de outubro de
1992;
CONSIDERANDO que o Grupo de Estudo de Perícia Contábil recebeu inúmeras
colaborações coletadas dos
Contabilistas que participaram das Audiências Públicas realizadas em diversos
Estados e Capital do País;
CONSIDERANDO que o Grupo de Estudo de Perícia Contábil obteve do Grupo de
Trabalho das NormasBrasileiras de Contabilidade a aprovação de sua proposta de
reformulação da NBC T 13 – Da PeríciaContábil;
CONSIDERANDO a decisão da Câmara Técnica no Relatório nº 062/99, de 20 de
outubro de 1999, aprovada
pelo Plenário deste Conselho Federal de Contabilidade.

50
RESOLVE:
Art. 1º -Reformular o teor da NBC T 13 – Da Perícia Contábil, conforme anexo a
esta Resolução.
Art. 2º -Esta Resolução entra em vigor na data de sua assinatura.
José Serafim Abrantes
Presidente do Conselho
NBC T 13 - DA PERÍCIA CONTÁBIL
13.1 CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS
13.1.1 A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinado a
levar àinstância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do
litígio, mediantelaudo pericial contábil, e ou parecer pericial contábil, em conformidade com
as normas jurídicas eprofissionais, e a legislação específica no que for pertinente.
13.1.1.1 O laudo pericial contábil e ou parecer pericial contábil têm por limite os
próprios objetivos da perícia
deferida ou contratada.
13.1.2 A perícia contábil, tanto a judicial, como a extrajudicial e a arbitral, é de
competência exclusiva de
Contador registrado em Conselho Regional de Contabilidade.
13.1.3 Nos casos em que a legislação admite a perícia interprofissional, aplica-
se o item anterior
exclusivamente às questões contábeis, segundo as definições contidas na
Resolução CFC n.º 560/83.
13.1.4 A presente Norma aplica-se ao perito-contador nomeado em Juízo, ao contratado pelas
partes para aperícia extrajudicial ou ao escolhido na arbritagem; e, ainda, ao perito-
contador assistente indicado oucontratado pelas partes.
13.2 PLANEJAMENTO
13.2.1 Disposições Gerais
13.2.1.1 O planejamento pressupõe adequado nível de conhecimento específico
do objeto da perícia contábil
deferida ou contratada.
13.2.1.2 A perícia deve ser planejada cuidadosamente, com vista ao
cumprimento do prazo, inclusive o da
legislação relativa ao laudo ou parecer.
13.2.1.2.1 Na impossibilidade do cumprimento do prazo, deve o Contador,
antes de vencido aquele, requerer
prazo suplementar, sempre por escrito.
13.2.1.3 O planejamento deve considerar, ainda, os seguintes fatores relevantes na execução dos
trabalhos:
a) o conhecimento detalhado dos fatos concernentes à demanda;
b) as diligências a serem realizadas;
c) os livros e documentos a serem compulsados;
d) a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de perícia a serem
aplicados;
e) a equipe técnica necessária para a execução do trabalho;
f) os serviços especializados, necessários para a execução do trabalho;
g) os quesitos, quando formulados; e
h) o tempo necessário para elaboração do trabalho.

51
13.2.1.4 O planejamento deve ser revisado e atualizado sempre que novos
fatos o exigirem ou recomendarem.
13.2.1.5 Quando do planejamento dos trabalhos deve ser realizada a estimativa
dos honorários de forma
fundamentada, considerando os custos e a justa remuneração do contador.
13.2.2 Na Perícia Judicial
13.2.2.1 Nos casos em que não houver publicação oficial da concessão do prazo
suplementar, deve o perito-

contador comunicá-la aos peritos-contadores assistentes.

13.2.3 Na Perícia Extrajudicial e na Perícia Arbrital

13.2.3.1 O contrato de honorários deve ser elaborado com base no planejamento

realizado.
13. 3 EXECUÇÃO
13.3.1 O perito-contador assistente pode, tão logo tenha conhecimento da perícia, manter contato
com o perito-contador, pondo-se à disposição para o planejamento e a execução conjunta
da perícia. Uma vez aceitaa participação, o perito-contador deve permitir o seu acesso aos
trabalhos.
13.3.2 O perito-contador e o perito-contador assistente, enquanto estiverem de
posse do processo ou de
documentos, devem zelar pela sua guarda e segurança.
13.3.3 Para a execução da perícia contábil, o perito-contador e o perito-
contador assistente devem ater-se ao
objeto do trabalho a ser realizado.
13.3.4 Nas diligências, o perito-contador e o perito-contador assistente devem
relacionar os livros, os
documentos e os dados de que necessitem, solicitando-os, por escrito, em
termo de diligência.
13.3.5 A eventual recusa no atendimento de diligências solicitadas, ou qualquer dificuldade na
execução dotrabalho pericial devem ser comunicadas, com a devida comprovação ou
justificativa, ao Juízo, em setratando de perícia judicial ou à parte contratante, no caso de
perícia extrajudicial ou arbitral.
13.3.6 O perito-contador e o perito-contador assistente utilizar-se-ão dos meios que lhes são
facultados pelalegislação e das normas concernentes ao exercício de sua função, com
vista a instruírem o laudo pericialcontábil ou parecer pericial contábil com as peças que
julgarem necessárias.
13.3.7 O perito-contador e o perito-contador assistente manterão registros dos locais e datas das
diligências,nomes das pessoas que os atenderem, livros e documentos examinados ou
arrecadados, dados eparticularidades de interesse da perícia, rubricando a documentação
examinada, quando julgaremnecessário.
13.3.8 A execução da perícia quando incluir a utilização de equipe técnica, deve ser realizada
sob a orientaçãoe supervisão do perito-contador e ou do perito-contador assistente que
assumiram a responsabilidadepelos trabalhos, devendo assegurar-se que as pessoas
contratadas estejam profissionalmente capacitadasà execução.
13.3.9 O perito-contador e o perito-contador assistente devem documentar, mediante papéis de
trabalho, oselementos relevantes que serviram de suporte à conclusão formalizada no
laudo pericial contábil e noparecer pericial contábil.
13.3.10 O perito-contador assistente que assessorar o contratante na elaboração das estratégias a
seremadotadas na proposição de solução por acordo ou demanda cumprirá, no que
couber, os requisitosdesta Norma.
13.4 PROCEDIMENTOS
13.4.1 Os procedimentos de perícia contábil visam fundamentar as conclusões
que serão levadas ao laudo
pericial contábil ou parecer pericial contábil, e abrangem, total ou parcialmente,
segundo a natureza e
52
a complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação,
arbitramento, mensuração,

avaliação e certificação.

13.4.1.1 O exame é a análise de livros, registros das transações e documentos.

13.4.1.2 A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação,

coisa ou fato, de forma


circunstancial.
13.4.1.3 A indagação é a busca de informações mediante entrevista com
conhecedores do objeto da perícia.
13.4.1.4 A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil
ou parecer pericial contábil o

que está oculto por quaisquer circunstâncias.

13.4.1.5 O arbitramento é a determinação de valores ou a solução de controvérsia por

critério técnico.

13.4.1.6 A mensuração é o ato de quantificação física de coisas, bens, direitos e

obrigações.

13.4.1.7 A avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações,

despesas e receitas.

13.4.1.8 A certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial contábil

pelo perito-contador,
conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé pública atribuída a este
profissional.
13.4.2 Concluídas as diligências, o perito-contador apresentará laudo pericial
contábil, e os peritos-
contadores assistentes, seus pareceres periciais contábeis, obedecendo aos
respectivos prazos.
13.4.2.1 Ocorrendo diligências em conjunto com o perito-contador assistente, o perito-contador o
informarápor escrito quando do término do laudo pericial contábil, comunicando-lhe a data
da entrega dodocumento.
13.4.2.2 O perito-contador assistente não pode firmar em laudo ou emitir parecer sobre este, quando
odocumento tiver sido elaborado por leigo ou profissional de outra área, devendo, nesse
caso,apresentar um parecer contábil da perícia.
13.4.2.3 O perito-contador assistente, ao apor a assinatura, em conjunto com o
perito-contador, em laudo
pericial contábil, não deve emitir parecer pericial contábil contrário a esse
laudo.
13.5 LAUDO PERICIAL CONTÁBIL
13.5.1 O laudo pericial contábil é a peça escrita na qual o perito-contador expressa, de forma
circunstanciada,clara e objetiva, as sínteses do objeto da perícia, os estudos e as
observações que realizou, as diligênciasrealizadas, os critérios adotados e os resultados
fundamentados, e as suas conclusões.
13.5.1.1 Havendo quesitos, estes são transcritos e respondidos, primeiro os
oficiais e na seqüência os das
partes, na ordem em que forem juntados aos autos.
13.5.1.2 As respostas aos quesitos serão circunstanciadas, não sendo aceitas
aquelas como “sim” ou “não”,
ressalvando-se os que contemplam especificamente este tipo de resposta.
13.5.1.3 Não havendo quesitos, a perícia será orientada pelo objeto da matéria,
se assim decidir quem a
determinou.
13.5.1.4 Sendo necessária a juntada de documentos, quadros demonstrativos e
outros anexos, estes devem ser
identificados e numerados, bem como mencionada a sua existência no corpo do
laudo pericial contábil.
13.5.2 A preparação e a redação do laudo pericial contábil são de exclusiva
responsabilidade do perito-
contador.

53
13.5.3 O laudo pericial contábil será datado, rubricado e assinado pelo perito-contador, que nele
fará constar asua categoria profissional de Contador e o seu número de registro em
Conselho Regional deContabilidade.
13.5.4 O laudo pericial contábil deve sempre ser encaminhado por petição
protocolada, quando judicial ou
arbitral. Quando extrajudicial, por qualquer meio que comprove sua entrega.
13.6 PARECER PERICIAL CONTÁBIL
13.6.1 O parecer pericial contábil é a peça escrita na qual o perito-contador assistente expressa,
de formacircunstanciada, clara e objetiva, os estudos, as observações e as diligências que
realizou e asconclusões fundamentadas dos trabalhos.
13.6.1.1 O parecer pericial contábil, na esfera judicial, serve para subsidiar o
Juízo e as partes, bem como para
analisar de forma técnica e científica o laudo pericial contábil.
13.6.1.2 O parecer pericial contábil, na esfera extrajudicial, serve para subsidiar
as partes nas suas tomadas de
decisão.
13.6.1.3 O parecer pericial contábil na esfera arbitral, serve para subsidiar o
árbitro e as partes nas suas
tomadas de decisão.
13.6.2 A preparação e a redação do parecer pericial contábil são de exclusiva
responsabilidade do perito-
contador assistente.
13.6.3 Havendo concordância com o laudo pericial contábil, ela deve ser
expressa no parecer pericial contábil.
13.6.4 Havendo divergências do laudo pericial contábil, o perito-contador assistente transcreverá
o quesitoobjeto de discordância, a resposta do laudo, seus comentários e, finalmente sua
resposta devidamentefundamentada.
13.6.5 Havendo quesitos não respondidos pelo perito-contador, o perito-contador assistente a
eles responderáde forma circunstanciada, não sendo aceitas respostas como “sim” ou
“não”, ressalvando-se os quecontemplam especificamente este tipo de resposta.
13.6.6 Não havendo quesitos, o parecer será orientado pelo conteúdo do laudo
pericial contábil.
13.6.7 Sendo necessária a juntada de documentos, quadros demonstrativos e
outros anexos, estes devem ser
identificados e numerados, bem como mencionada sua existência no corpo do
parecer pericial contábil.
13.6.8 O parecer pericial contábil será datado, rubricado e assinado pelo perito-contador
assistente, que nelefará constar a sua categoria profissional de Contador e o seu número
de registro em Conselho Regionalde Contabilidade.
13.6.9 O parecer pericial contábil deve sempre ser encaminhado por petição
protocolada, quando judicial e
arbitral, e por qualquer meio que comprove sua entrega, quando extrajudicial.

54
ANEXO 2

MODELOS DE PETIÇÕES

LAUDOS
55
PROPOSTAS DE HONORÁRIOS

56
Modelo – 1
Ofício de Aceitação do Encargo e Proposta de Honorários Prévios
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA
PÚBLICA E
ACIDENTES DO TRABALHO DA COMARCA
NÚMERO DO PROCESSO :
AUTOR (ES, A, AS)
:
RÉU (RÉUS, RÉ, RÉS)
:
FULANO DE TAL, brasileiro, casado, contador, estabelecido à
Rua___________________________, tendo
sido nomeado perito nos autos acima identificados, vem à presença de Vossa
Excelência para expor e a final
requerer o seguinte:
1. Que aceita o honroso encargo de realizar a perícia determinada nos autos;
2. Que a perícia, face à sua complexidade, demandará,
aproximadamente,conforme está espelhado na demonstração da formação dos
honorários, 122 (cento e vinte e duas) horas detrabalho;
3. Que a Tabela Referência de Honorários Mínimos do
Sindicato das Empresas deServiços Contábeis, aprovada em reunião do dia 29 de julho de
1996, estabelece em R$ 91,20 (noventa e umreais e vinte centavos), a hora de trabalho do
Perito.
Pelas razões expostas Requer:
a) o arbitramento de honorários periciais em R$ 9.364,00 (nove mil, trezentos e
sessenta e quatro reais).
b) a concessão do prazo de 60 (sessenta) dias para conclusão dos trabalhos e
entrega
do laudo pericial, há vista ser a matéria extremamente complexa.
c) a intimação das partes para efetivação do depósito prévio.
Florianópolis,
Perito do Juízo
57
DEMONSTRAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DOS HONORÁRIOS PERICIAIS
PROCESSO:
ÓRGÃO:
REQUERENTE:
REQUERIDO:
1. HONORÁRIOS
ESPECIFICAÇÃO
HORAS
TOTAL
Estimadas Aplicadas R$/HORA
R$
Pedido de honorários e início perícia/carga/devolução/carga
1,00
-
76,00
76,00
Análise dos Autos/Documentos e Relatórios
5,00
-
76,00
380,00
Diligências
12,00
-
76,00
912,00
Elaboração dos cálculos
80,00
-
76,00
6.080,00
Reuniões com Representantes das Partes
8,00
-
76,00
608,00
Elaboração do Laudo
12,00
-
76,00
912,00
Revisão e entrega do Laudo
4,00
-
76,00
304,00
TOTAL
122,00
-
-

.272,00

2. MATERIAL

ESPECIFICAÇÃO
QUANTIDADE
VALOR
TOTAL
Estimada Aplicada
Unitário
R$
Folhas de Papel
1000
-
0,04
40,00
Disquetes
2
-
1,00
2,00
Cópias Xerográficas
50
-
0,10
5,00
Cartuchos de tinta da impressora
1
-
45,00
45,00
TOTAL
-
-
-

2,00

3. OUTROS CUSTOS

ESPECIFICAÇÃO
QUANTIDADE
VALOR
TOTAL
Estimada Aplicada
Unitário
R$
Despesas de Viagem
-
-
-
-
TOTAL
-
-
-
-
RESUMO
Honorários
9.272,00
Material aplicado
92,00
Outros custos
-
TOTAL
9.364,00

58
Modelo – 2
Proposta de Honorários Provisórios
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA___________ DA
COMARCA
DE__________________ -________
Requerente: (autor)
Requerido: (réu)
FULANO DE TAL, perito contábil nomeado no
processo______________________________, vem, mui respeitosamente, submeter à
apreciação de V. Excia.,em atendimento ao determinado às fls._____, a estimativa de
honorários periciais provisórios no montantede R$______________
(_________________________________________)
Para a oferta da estimativa da verba honorária, foram
levados em consideração os procedimentos técnicos a seguir enumerados:
1. procedeu-se à leitura dos autos do processo e ao exame da documentação
juntada, no sentido de buscar
elementos que permitissem identificar o que demandam as partes;
2. os trabalhos periciais, como emana do que consta dos autos, abrangerão o
período de______,
envolvendo aspectos técnicos e contábeis;
3. portanto, para cumprir o mandato de perito judicial, consubstanciado em laudo pericial
contábil a seroferecido, será necessário realizar diligências à sede_______, onde serão
compulsados os livrosmercantís e respectivo suporte documental e demais procedimentos
periciais inerentes aodesenvolvimento do trabalho pericial contábil;
4. as horas profissionais estimadas nas várias fases do trabalho pericial, como demonstrado
em anexo, queredundou na presente proposta de honorários provisórios, foram
valorizadas levando em consideraçãoos padrões estabelecidos pelo Conselho Regional de
Contabilidade deste Estado.
Finalmente, se aguardará o depósito, em conta judicial,

então se dar início aos trabalhos periciais.

Termos em que

P. Juntada e Deferimento

Blumenau,____ de___________ de 200X

Perito Judicial – CRC-(estado) _______________

59
OFÍCIO DE ENCAMINHAMENTO

DO LAUDO PERICIAL

PEDIDO DE LIBERAÇÃO DOS


HONORÁRIOS PRÉVIOS

60
Modelo – 1
Apresentação de Laudo Pericial
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA__________________
DA
COMARCA DE______________________,________

PROCESSO

NO_______________RECLAMANTE:______________RECLAMADO:_______________
FULANO DE TAL, perito contábil nomeado nos autos
da Reclamatória trabalhista processo no____________, vem, mui
respeitosamente à digna presença de V.Excia.,
apresentar Laudo Pericial, colocando-se a disposição para quaisquer
esclarecimentos que se façam necessários.
Outrossim, requer que sejam arbitrados seus honorários,
cujos custos vão em evidência.
Termos em que,

Pede Deferimento.

Blumenau_____ de_________ de 200X

Perito__________________
CRC-(estado) ________

61
Modelo – 2
Apresentação de Laudo Pericial
EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DOS
FEITOS DA
FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DA CAPITAL – 1º CARTÓRIO
Natureza do Processo:
Número do Processo:
Requerente:
Requerido:
MANFREDO KRIECK,Perito do Juízo, já qualificado nos autos acima identificados,
tendo concluído os trabalhos, vem respeitosamente à presença de Vossa
Excelência requerer o que segue:

1. a juntada do LAUDO PERICIAL, que segue incluso;

2. a liberação dos honorários periciais previamente depositados.

Nestes termos aguarda deferimento.


Blumenau,
Perito do Juízo

62
LAUDO PERICIAL – PESQUISA CONTÁBIL
63
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO
DA 6a VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL.
Natureza do Processo: Embargos à Execução
Número do Processo:
Requerente:
Requerido:
MANFREDO KRIECK, Perito do juízo, já qualificado nos autos acima identificados,
tendo concluído os serviços, vem à presença de Vossa Excelência apresentar o
Laudo Pericial.
A) OBJETO
O presente laudo tem como objetivo apresentar o resultado da perícia realizado
nos livros e documentos
Contábeis dos Litigantes.
B) RESPOSTA AOS QUESITOS
B.1 - QUESITOS DO EMBARGANTE
1. Podem os senhores peritos informar se nos livros, papéis e
documentos da Embargadaexiste registro de outras dívidas da Embargante, oriundas do
consumo de combustível, além do total anotado empapel de máquina calculadora
"grampeado" nas notas fiscais e correspondentes ao período daquelas notasfiscais?
R. Não. Vide conclusões do Perito.
2. Podem os senhores peritos informar se nos livros, papéis e
documentos da Embargadaexiste registro de outras dívidas da Embargante, oriundas de
consumo de combustível, correspondente a períodoposterior ao “acerto de contas” a que
se refere o papel de máquina calculadora antes mencionado?
R. Sim. Vide conclusões do Perito.
3. Podem os senhores peritos informar se o valor constante da nota promissória
objeto da
execução corresponde a débitos da Embargada referentes ao consumo e/ou
fornecimento de combustíveis?
R. Não. Todo o reabastecimento feito pela Embargante no Posto do
Embargado, se nãofosse feito nenhum pagamento, ascenderia a 97.570,31 (noventa e
sete mil, quinhentos e setenta vírgula trinta eum) litros de óleo diesel, o que
corresponderia, nesta data, a R$ 32.198,20 (trinta e dois mil, cento e noventa eoito reais e
vinte centavos). Isto com o preço de R$ 0,33 (trinta e três centavos de reais). Logo, pode-
se afirmar,sem medo de errar, que a Nota Promissória acostada aos autos não
corresponde ao valor devido, pelofornecimento de combustíveis, na data da sua emissão.
B.2 - QUESITOS DO EMBARGADO
Não foram apresentados quesitos pelo Embargado

64
C) CONCLUSÕES DO PERITO
As contabilidades dos Litigantes não se prestaram ao exame pericial,
tendoa perícia queater-se aos dados dos autos e outros, avulsamente conseguidos, com
as partes, obrigando o Perito a processar, emcomputador, todo o fornecimento de
combustíveis feito pelo Embargado ao Embargante.
Todo o fornecimento de combustíveis foi transformado em equivalência de litros
de
diesel, para permitir a comparabilidade dos diversos valores.
Na ausência de escrituração contábil dos fatos administrativos ora em litígio,
utilizou o
Perito, como indexador, o litro de diesel pelo preço praticado pelo Embargado,
concluindo:
1. Todo o fornecimento de combustíveis feito pelo Auto Posto Ltda. à
Empresa Agênciade Viagens e Turismo Ltda., conforme está demonstrado no anexo 1,
ascendeu a 97.570,31 (noventa e sete mil,quinhentos e setenta vírgula trinta e um) litros
de óleo diesel, o que corresponde, nesta data, a R$ 32.198,20(trinta e dois mil, cento e
noventa e oito reais e vinte centavos), adotando-se o valor do litro de diesel praticadopelo
Embargado de R$ 0,33 (trinta e três centavos).
2. O somatório dos pagamentos feitos pelo Embargante, ascende a
69.640,64 (Sessenta enove mil, seiscentos e quarenta vírgula sessenta e quatro) litros de
óleo diesel, conforme está explicitado noAnexo nº II.
3. O valor da Nota Promissória constante às fls. 06 do processo nº 639/93,
corresponde,
hoje, a R$ 88.383,84 (oitenta e oito mil, trezentos e oitenta e três reais e
oitenta e quatro centavos).
4. Nenhum controle contábil da venda de combustíveis a prazo foi
feito pelo Auto PostoLtda., limitando-se a juntar as Notas Fiscais, somá-las e subtrair os
valores pagos pela Embargante, sem indicarde que forma foram feitos, se em cheque ou
em dinheiro. A contabilidade registrava o fornecimento decombustíveis como sendo à
vista;
5. Também pela Embargante nenhum controle contábil foi feito. Nem
sequer a dívidacom o Posto foi contabilizada, sendo usual repassar cheques de terceiros
ao Embargado para amortização parcialda dívida, sem exigência de qualquer recibo
correspondente, recebendo apenas as Notas Fiscais brancas, sem queestas, no entanto,
indicassem a sua quitação;
c) Para levantar os pagamentos feitos, na falta de documentos
formais, teve a perícia quesocorrer-se das anotações, de próprio punho do Embargado,
através da fita da máquina de calcular doEmbargado, e pesquisar cópias dos cheques
fornecidos pelo Embargante, tudo demonstrado no anexo II.
Para afastar a dúvida da possibilidade de ter havido fornecimento de
mais combustíveisdo que aquele especificado no anexo 1, solicitamos ao Auto Posto a
comparação das Notas Fiscais constantesdos Autos com as cópias constantes dos blocos
de Notas Fiscais em poder do Embargado, tendo este informado(vide documento nº 12),
que a diferença entre o valor das Notas Fiscais e da Nota Promissória referia-se a
jurosbancários acrescidos à dívida do Embargante.
O Embargante atualizava os pagamentos relativos ao fornecimento
de combustíveis pelovalor do dia do óleo diesel, o que lhe assegurava a atualização da
dívida e a manutenção da margem de lucro jáembutida no preço.
Se aceita a tese de que a Nota Promissória constante dos autos
contém o valor da dívidapelo fornecimento de combustíveis acrescido dos encargos
motivados pelos empréstimos bancários tomados peloEmbargante, nos deparamos com o
seguinte quadro:
1. A dívida atualizada pelo equivalente diesel, que, como já
dissemos, embute a correçãomonetária acrescida da margem de lucro, na data do Laudo,
é de R$ 9.315,79 (nove mil, trezentos e quinze reaise setenta e nove centavos);
2. O valor da Nota Promissória acostada às fls. 6 dos autos nº639/93, convertida
para
reais, corresponde a R$ 88.383,83 (oitenta e oito mil, trezentos e oitenta e três
reais e oitenta e três centavos);

65
3. Houve, portanto, um acréscimo real (já descontada a inflação) de 848,75%
(oitocentos
e quarenta e oito vírgula setenta e cinco porcento)
D) CONCLUSÕES FINAIS DO PERITO
Pelas pesquisas e análises feitas, conclui o Perito que:
a) O valor da Nota Promissória acostada às fls. 6 dos autos nº 639/93,
convertida para
reais, corresponde a R$ 88.383,83 (oitenta e oito mil, trezentos e oitenta e três
reais e oitenta e três centavos);
b) Todo o fornecimento de combustíveis (transformado no
equivalente diesel) feito peloEmbargado ao Embargante, ascende, a 97.570,31 (noventa e
sete mil, quinhentos e setenta vírgula trinta e um)litros, o que corresponde, nesta data, a
R$ 32.198,20 (trinta e dois mil, cento e noventa e oito reais e vintecentavos), conforme
espelhado no anexo I.
c) Pelos documentos e anotações constantes dos volumes I, II. e III.
do processo nº692/93mais as cópias dos cheques apresentadas pelo Embargante,
conclui-se que durante o período de janeiro de 1992até a presente data, foram feitas
amortizações no montante de R$23.643,16 (vinte e três mil, seiscentos equarenta e três
reais e dezesseis centavos).
d) Deduzindo-se do total de fornecimento de combustíveis de
97.570,31 (noventa e setemil, quinhentos e setenta vírgula trinta e um) litros, os
pagamentos, também transformados no equivalente diesel,de 69.640,64 (sessenta e nove
mil, seiscentos e quarenta vírgula sessenta e quatro) litros, verifica-se que o
saldoremanescente, relativo a compra de combustíveis é de 28.229,68 (vinte e oito mil,
duzentos e vinte e novevírgula sessenta e oito) litros, correspondendo, nesta data, a R$
9.315,79 (nove mil, trezentos e quinze reais esetenta e nove centavos).
Conclui, portanto, o Perito, que o débito do Embargante ao
Embargado, relativo aofornecimento de combustíveis, é de R$ 9.315,79 (nove mil,
trezentos e quinze reais e setenta e nove centavos) eque o valor estampado na Nota
Promissória não corresponde ao fornecimento de combustíveis.
Blumenau,
Perito do Juízo

66
LAUDO PERICIAL - ARBITRAMENTO - MODELO
67
EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA DOS
FEITOS DA
FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DA CAPITAL – 1º CARTÓRIO
PROCESSO Nº:
REQUERENTE:
REQUERIDO:
1. OBJETO - Determinação dos prejuízos ocasionados à Construtora Norancal
Ltda, decorrentes da rescisão do
contrato de empreitada, celebrado entre o Departamento de Estradas e Rodagens de
Santa Catarina - DER/SC e aempresa Autora, em 15/05/86, que tinha o objetivo de
executar serviços de terraplanagem, pavimentaçãoasfáltica, drenagem, obras de arte
correntes e serviços complementares na Rodovia SC 469, trecho Modelo BR-282, numa
extensão de 9.134m, cuja execução deveria obedecer ao projeto final de engenharia
fornecido pela Réna fase de licitação da referida obra.
De acordo com a decisão judicial, os prejuízos decorrentes da rescisão
contratual terão
seus valores aferidos em liquidação de sentença.
2. QUESITOS FORMULADOS PELAS PARTES - Em atenção ao despacho de fls.
161, apenas a autora fez
a indicação de assistente técnico, deixando, entretanto, de formular quesitos.
3. DO REQUERIMENTO CONTIDO NA PETIÇÃO INICIAL - A empresa Autora, na
sua petição inicial,
requereu indenização por perdas e danos decorrentes de:

a) mobilização e desmobilização do canteiro de obras;

b) paralisação dos equipamentos e máquinas alocados no canteiro;

c) não pagamento dos valores aferidos na medição de 22/04/88;

d) lucros que deixou de aferir.


4. DA DECISÃO JUDICIAL - Em decisão de 1a instância (fls.101/107), o DER/SC
foi condenado ao
"pagamento da indenização reclamada, cujo valor será aferido em liquidação de sentença,
por arbitramento,acrescido de juros legais contados da citação (02.04.91), e correção
monetária desde o ajuizamento da ação(14.03.91)” (destaque nosso). Em decisão de 2a
instância (fls.149/153), o Tribunal de Justiça manteve a sentença,mandando aplicar,
entretanto, “a correção monetária a partir da liquidação da sentença” (destaque nosso).
5. CRONOLOGIA DOS FATOS - Em razão da não formulação dos quesitos pelas
partes litigantes
procedemos um apanhado cronológico dos acontecimentos que envolveram a
questão:
O contrato de empreitada, denominado DJ-022/86, foi celebrado em 15.05.86, pelo valor
original global de Cz$14.704.799,46, com cláusula de reajuste nos termos do Decreto Lei
nº 2.284. Vide documento de fls. 07 a 1 2dos autos.
A autorização para iniciar a execução dos serviços foi dada pelo DER/SC em
06.06.86, conforme doc. de fls.13
dos autos.

68
A primeira medição dos serviços executados, foi feita em 01.07.86, no valor
histórico de Cz$ 107.860,71, ainda
sem o cálculo do reajuste contratual. Tais dados constam do doc. de fls. 23 dos
autos.
A ordem de paralisação temporária foi emitida pelo DER/SC em 03.04.87,
conforme doc. de fls. 14 dos autos.
Em 04.02.88, o DER/SC comunicou à empresa que desejava rescindir,
amigavelmente, o contrato, solicitando o

posicionamento da mesma a respeito do assunto. Vide doc. de fls. 17 dos autos.

Em 22.04.88, foi celebrado o Termo de Resilição de Contrato. Vide doc. de fls. 51 dos

autos.

Ainda em 22.04.88, o DER/SC fez a Medição Final Resilitória, que atingiu um valor original

de Cz$ 234.463,92,
que é um dos itens da presente indenização. Vide doc. fls.23 dos autos.
Em 14.03.91, a empresa Autora ingressou com a presente Ação Ordinária
Indenizatória contra o DER/SC.
Em 09.07.93, a Ré foi condenada em 1a instância ao pagamento da indenização
reclamada, valor a ser aferidoem liquidação de sentença por arbitramento, com juros
legais a partir da citação (02.04.91) e correção monetáriaa partir do ajuizamento da ação
(14.03.91). Ver doc. fls. 101 a 108 dos autos.
Em decisão de 2a instância, datada de 24.05.94, acostada aos autos às fls.
150 a 153, ficou mantida a sentença de
1º grau, mas com a aplicação da correção monetária a partir da liquidação de
sentença (fls. 149 a 153 dos autos).
6. CÁLCULO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO - Ficou assegurado à Autora, através
de decisão judicial, "o
pagamento da indenização reclamada", abrangendo os seguintes itens:
a) Mobilização e desmobilização do canteiro de obras e equipamentos;
b) Paralisação dos equipamentos e máquinas alocados no canteiro de obras;
c) O não pagamento dos valores aferidos na medição de 22.04.88;
d) Lucros que deixou de auferir.
6.1. CÁLCULO DO VALOR DA MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO - Como a
autorização para
iniciar a execução dos serviços foi emitida em 06.06.86, e a obra foi paralisada
temporariamente em 03.04.87,decorreu em período de 10 (dez) meses de serviços
contínuos. Somente após mais de um ano (22.04.88) foicelebrado o Termo de Resilição de
Contrato.
De acordo com a proposta técnica da Autora, ao participar da concorrência para a
execução do trecho rodoviáriojá mencionado, cuja cópia estamos anexando ao laudo (doc.
02), nada consta com relação a custos demobilização de canteiros de obras e
equipamentos.
Para o estabelecimento do valor da mobilização convém esclarecer que, em todas as
licitações, o DER/SC tempor norma divulgar os índices que compõem o BDI - Benefícios
Diretos e Indiretos, indicando, dentro deste, umpercentual equivalente a 2,00% (dois por
cento), destinado a mobilização de canteiros de obras, máquinas eequipamentos (vide
documento 02, anexo, fornecido pelo DER/SC).
Com a componente mobilização e desmobilização está inserido no valor total da proposta,
e tendo sido já pago aprimeira medição, e também pelo motivo de que o valor da medição
resilitória é um dos itens do presentearbitramento a aplicação do referido percentual de
2,00% (dois por cento) só será calculado sobre a diferença, ouseja, sobre o saldo
remanescente do valor do contrato.
Em valores originais, o saldo remanescente será:
V = Valor Contratado - Valor Primeira Parcela - Valor Parcela Resilitória
V = Cz$14.704.799,46 - Cz$107.870,61 - Cz$ 234.463,92
V = Cz$ 14.362.466,00

69
Aplicando o percentual de 2,00% (dois por cento) sobre o valor remanescente
do contrato, teremos:
Vmobil = Cz$14.362.466,00 x 2,00%
Vmobil = Cz$ 287.725,00
que é o valor arbitrado para a mobilização e desmobilização do canteiro de
obras, máquinas e equipamentos, a
preços originais.
Para o arbitramento do valor atual do presente item, buscamos uma relação entre valores
unitários de materiais eserviços relacionados na medição resilitória, em comparação com
os preços atuais que constam da tabelafornecida pelo DER/SC, cuja cópia estamos
anexando (doc. 04).
A relação entre os valores é a seguinte:
VALOR
VALOR
ITEM
SERVIÇO/MATERIAL
ORIGINAL
ATUAL
ÍNDICE
51140
Escavação mecânica 2a Categoria
Cz$
30,00
R$
4,17
7,19
67200
Corpo BSTC 80 c/laje e enrocamento
Cz$ 633,25
R$ 100,06
6,82
72550
Boca para BSTE diam. 80 normal
Cz$ 1.752,80
R$ 215,05
8,15
55100
Escavação vala 3a categoria
Cz$ 274,81
R$
33,73
8,12
59650
Dreno tipo I
Cz$ 138,41
R$
19,00
7,28
60100
Drenotipo IX
Cz$
31,41
R$
3,65
8,60
53030
Decapagem de jazida
Cz$
14,95
R$
2,08
7,18
61400
Saída p/ drenos profundos – tubo
Cz$
85,86
R$
13,30
6,45
ÍNDICE MÉDIO
7,41
Com a aplicação do índice médio acima obtido, atualizamos o valor contratado:
Valor original do contrato = Cz$14.704.799,46
Valor atualizado do contrato = Cz$ 14.704.799,46/7,41
Valor atualizado do contrato = R$ 1.984.453,00
Apenas para aferição do resultado acima obtido, procuramos obter informações junto ao
DER/SC, através doEngenheiro Wilson Espernau, ocasião em que o mesmo esclareceu
que o preço para construção de rodovias emtrechos sem acidentes topográficos
acentuados é da ordem de R$ 220.000,00 por Km, valor esse tambémutilizado pelo BIRD
como limite máximo para a concessão de empréstimos para os órgãos públicos. Como
otrecho de rodovia objeto da presente ação é de 9,134Km, o índice médio de 7,41 pode
ser considerado comocorreto, já que o valor atualizado daquele trecho rodoviário, atinge
R$ 1.984.453,00, compatível com os valoresde mercado correntes.
Voltando ao valor original da mobilização, já calculado a preços originais de Cz$
287.725,00, temos que
atualizá-lo, aplicando o índice de 7,41 já referido. Assim, teremos:
Vmobil = Cz$ 287.725,00/7,41
Vmobil = R$ 38.829,00
(trinta e oito mil, oitocentos e vinte e nove reais), que é o valor atual arbitrado
para a mobilização e
desmobilização dos canteiros de obra, máquinas e equipamentos.
6.2 CÁLCULO DO VALOR DE LOCAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS - Os equipamentos
e máquinas
estiveram à disposição da obra de junho/86 a abril/88, ou seja, por um período de 22 (vinte
e dois) meses,atendendo aos serviços, até a paralisação temporária dos mesmos, ocorrida
em 03.04.87. Até essa data, asmáquinas e equipamentos foram utilizados para a
execução dos serviços realizados, ou seja, são componentesdos valores da 1a medição e
da medição final resilitória, cujos serviços foram paralisados em 03.04.87.

70
Os equipamentos e máquinas ficaram parados e à disposição da obra,
aguardando uma definição do DER/SC, no
período compreendido entre 03.04.87 a 22.04.88, quando foi quebrado o
contrato.
O DER/SC deve indenizar, portanto, o valor de locação das máquinas e equipamentos
colocados à disposição daobra, por um período de 385 (trezentos e oitenta e cinco) dias,
cuja relação de material consta da propostaoriginal da Autora, quando de sua participação
na concorrência em questão.
As máquinas, equipamentos e veículos, suas marcas, tipos e quantidades,
constam da proposta original da autora,
cuja cópia fornecida pelo DER/SC estamos anexando (doc. 02).
A relação das máquinas e equipamentos que teriam sido colocados à disposição
da obra, de acordo com a
proposta da autora (doc. 02), quando da sua participação da referida licitação, é
a seguinte:
Item
Equipamento
Quantidade
1
Trator de pneus CBT 147 HP
2
2
Trator de esteira com lâmina e escarificador 200HP
1
3
Trator de esteira com lâmina de escarificador 335HP
1
4
Retroescavadeira 73 H P
1
5
Motoniveladora 125HP
2
6
Carregador frontal de pneus 170HP
1
7
Rolo compressor Tandem 58HP
1
8
Rolo pé-de-carneiro rebocado 77HP
1
9
Rolo pé-de-carneiro vibratório autopropelido 127HP
1
10
Rolo compactador de pneus autopropelido 145HP
1
11
Rolo liso vibratório 127HP
1
12
Distribuidor de asfalto 5.700
1
13
Distribuidor de agregado 50HP
1
14
Acabadora de asfalto 52HP
1
15
Usina de solos e para PMF, 200 t/h
1
16
Grupo gerador Diesel 236HP
1
17
Compressor de ar 289HP
1
18
Perfuratriz manual
4
19
Grade de discos 24 discos
1
20
Vassoura mecânica
1
21
Caminhão basculante 140HL
10
22
Caminhão tanque 6.000 litros- 140HL
1
23
Betoneira 320 litros- 8HP
2
24
Compactador vibratório 7HP
1
25
Vibrador de imersão 5HP
2
26
Conjunto de britagem
1
Como não há comprovação nos autos de que todos esses equipamentos foram
colocados à disposição da obra
durante a execução dos serviços nela realizados, a perícia excluiu da relação
acima os seguintes itens:
Item
Equipamento
Quantidade
7
Rolo compressor Tandem 58HP
01
10
Rolo compactador de pneus autopropelido 145HP
01
12
Distribuidor de asfalto 5.700
01
13
Distribuidor de agregado 50HP
01
14
Acabadora de asfalto 52HP
01
15
Usina de solos e para PMF, 200 t/h
01
20
Vassoura mecânica
01
26
Conjunto de britagem
01
A exclusão desses itens foi motivada em virtude de que o somatório dos valores da
primeira parcela e últimaparcela resilitória atinge a Cz$ 342.334,53, a preços originais, o
que representa, aproximadamente, três meses emeio do cronograma físico-financeiro
(doc.02).

71
O cronograma físico de utilização das máquinas e equipamentos, prevê o início de alguns
deles dentro dosprimeiros quatro meses, e outros fora de tal período. Os materiais que
teriam que ser utilizados a partir do quartomês do cronograma físico-financeiro foram
excluídos por não ter sido utilizados.
A relação dos equipamentos, máquinas e caminhões colocados à disposição da
obra, suas quantidades, tempo de
disponibilidade e valores unitários locativos constam do quadro a seguir:
Item
Equipamentos colocados à
disposição da obra
Quantidade
Tempo
disponível
Valor
Valor Total
1 Trator de pneus CBT 147 HP
2
4400
10,59
46.596,00
2 Trator esteira lâmina escaril. 200HP
1
2200
53,22 117.084,00
3 Trator esteira lâmina escarifi. 335HP
1
2200
53,22 117.084,00
4 Retroescavadeira 73 H P
1
2200
11,92
26.224,00
5 Motoniveladora 125HP
2
4400
15,78
69.432,00
6 Carregador frontal de pneus 170HP
1
2200
11,09
24.398,00
8 Rolo pé-de-carneiro rebocado 77HP
1
2200
10,98
24.156,00
9 Rolo pé-de-carneiro vib.autop. 127HP
1
2200
11,27
24.794,00
11 Rolo liso vibratório 127HP
1
2200
11,27
24.794,00
16 Grupo gerador Diesel 236HP
1
2200
25,02
55.044,00
17 Compressor de ar 289HP
1
2200
7,49
16.478,00
18 Perfuratriz manual
4
8800
3,91
34.408,00
19 Grade de discos 24 discos
1
2200
0,42
924,00
21 Caminhão basculante 140HL
10
2200
12,13
26.686,00
22 Caminhão tanque 6.000 litros- 140HL
1
2200
8,84
19.448,00
23 Betoneira 320 litros- 8HP
2
4400
0,66
2.904,00
24 Compactador vibratório 7HP
30.404,00
25 Vibrador de imersão 5HP
6.908,00
TOTAL
667.766,00
O valor de locação das máquinas e equipamentos colocados à disposição da obra durante
o período em que amesma esteve paralisada por ordem do DER, foi de R$ 667.766,00
(seiscentos e sessenta e sete mil, setecentos esessenta e seis reais), arbitrado a preços
atuais.
Vale esclarecer que o tempo de locação de 385 dias eqüivale a 2.200 horas,
considerando-se um turno semanal
de trabalho de 40 horas.
A tabela atualizada de valores locativos de máquinas e equipamentos rodoviários,
fornecida pelo DER/SC (doc.03), apresenta preços diferenciados para horas produtivas e
improdutivas. No caso presente, como as máquinas eequipamentos ficaram à disposição
da obra, porém paralisados naquele período de 385 dias, consideramos osvalores
locativos unitários inseridos no quadro anterior, como horas improdutivas.
6.3. CÁLCULO DO VALOR DA MEDIÇÃO DE 22.04.88. - Trata-se da medição final
resilitória, ocorrida em 22.04.88,
que não foi paga pelo DER/SC.
De acordo com os documentos de fls. 22 a 28 dos autos, a medição final atingiu
um valor de Cz$234.463,92
(duzentos e trinta e quatro mil, quatrocentos e sessenta e três cruzados e noventa e
dois centavos) a preços originais.
Para o arbitramento do valor atual da medição resilitória, aplicamos o índice já
calculado de 7,41, obtido da
relação entre os valores originais e atuais.
O valor atual a ser arbitrado será:
Vresilitório = Cz$ 234.463,92/7,41
Vresilitório = R$ 31.641,00
(trinta e um mil, seiscentos e quarenta e um reais), que é o valor arbitrado para o
pagamento da medição resilitória.)

72
6.4. CÁLCULO DOS LUCROS QUE DEIXOU DE AFERIR - O valor total do contrato
foi de Cz$
14.704.799,46, a preços da data da proposta, ou seja, de 04.12.85.
Para o cálculo dos lucros que a empresa deixou de auferir, é necessário, inicialmente, que
seja deduzido do valorcontratado o montante relativo à primeira parcela que foi recebida
pela Autora, no valor histórico deCz$107.870,61, e mais, o valor da 2 a e última medição de
22.04.88, não recebida pela Autora, mas inserida noitem 5.3, no valor histórico de Cz$
234.463,92.
Portanto, a parte do contrato que o DER/SC deixou de cumprir, sobre o qual a
Autora deixou de auferir lucros,
foi a seguinte:
- Valor contratado........................................................... Cz$ 14.704.799,46
- Valor da 1a medição..................................................... Cz$
107.870,61
- Valor da medição final.................................................. Cz$
234.463,92
Valor Remanescente..................................................... Cz$ 14.362.466,00
Para a determinação dos lucros que a empresa deixou de auferir, que deverá ser
calculado sobre o valorremanescente do contrato, utilizamos um percentual de bonificação
que é divulgado pelo próprio DER/SC, quepara o ano de 1986 foi de 38,32%, praticado
pelas empresas empreiteiras do ramo de construção civil, na área deconstrução de
estradas, conforme consta dos documentos em anexo, fornecido pela ACEOP-
AssociaçãoCatarinense dos Empreiteiros de Obras Públicas (doc. 05).De acordo com
publicações do DER/SC, cujo materialfaz parte integrante de todas as licitações, o
percentual de lucro da empresa é um dos componentes do BDI,sendo fixado em 12,00%
(doc.01).
Assim sendo, o valor a ser calculado a título de lucro que a empresa deixou de auferir, a
preços originais de proposta, será:
Vlucro = Cz$ 14.362.466,00/1,12 x 0,12
Vlucro = Cz$1.538.835,64
Atualizando-se o valor com a aplicação do índice de 7,41, já calculado, teremos:
Vlucro = Cz$ 1.538.835,64/7,41
Vlucro = R$ 207.670,13
(duzentos e sete mil, seiscentos e setenta reais e treze centavos), que é o valor
arbitrado, a título de lucro que a
autora deixou de auferir.)
CONCLUSÃO FINAL - O valor final arbitrado, em observância a r. sentença e
acórdão, atualizados até 1º de
maio de 1996, é de R$ 1.312.983,92 (um milhão, trezentos e doze mil,
novecentos e oitenta e três reais e noventa
e dois centavos), conforme abaixo espelhado:
ESPECIFICAÇÃO
VALOR
Mobilização e desmobilização
38.829,00
Paralisação de máquinas e equipamentos
667.766,00
Medição final resilitória
31.641,00
Lucros que deixou de auferir
207.670,13
SOMA
945.906,13
Juros legais de 0,5% am desde 02/04/91 de 30,93%
292.757,95
SOMA
1.238.664,08
Honorários advocatícios de 6%
74.319,84
VALOR TOTAL
1.312.983,92
Florianópolis,

73
LAUDO PERICIAL – VERIFICAÇÃO DE HAVERES
74
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2a VARA
CÍVEL DA COMARCA DE SÃO JOSÉ - SC.
Processo nº:

Controle:

Natureza da ação:

Inventariante:

Inventariado:
MANFREDO KRIECK, perito do juízo, já qualificado nos autos acima identificados,
havendo
concluído os seus trabalhos, lavra o presente laudo, consubstanciado nos
seguintes termos:
1. DILIGÊNCIA
A diligência foi efetuada nas sedes da empresa LEONARDO, estabelecida no
Município de RanchoQueimado, e da sociedade em nome coletivo & CIA, estabelecida na
Rua Constâncio Krummel, 932 e 980, emSão José, com depósitos fechados à Rua
Joaquim de Campos, s/n, em Santo Amaro da Imperatriz, na Rua Geral,s/n em Rancho
Queimado.
2. FIRMA, ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL E ATIVIDADE
1. LEONARDO -constituída sob o regime jurídico de firma individual, conforme
Declaração
de Firma arquivadas na Junta Comercial do Estado de Santa Catarina.
O estabelecimento industrial é instalado em imóvel em bom estado de
conservação de propriedade do
"de cujos".
A indústria foi criada com o objeto de atuar no ramo de CERVEJARIA.
2.
& CIA - Constituída sob o regime jurídico de sociedade mercantil em nome
coletivo,
conforme contrato social arquivado na Junta Comercial do Estado.
O estabelecimento comercial é instalado em imóvel próprio em excelente
estado de conservação.
A sociedade foi constituída com o objeto de atuar no comércio de bebidas e
outros produtos de
interesse da sociedade.

75
3. DOCUMENTOS E LIVROS EXAMINADOS
A) DOCUMENTOS:
A1 - DECLARAÇÃO DE FIRMA INDIVIDUAL "LEONARDO"- firmada em 18 de
outubro de
1949, arquivada na Junta Comercial do Estado de Santa Catarina sob nº15.186,
por despacho de 21 de outubro
de 1949.
CAPITAL SOCIAL - oito mil cruzeiros (Cr$ 8.000,00), Alterado para Quinhentos
mil cruzeiros
(Cr$ 500.000,00), em 26 de setembro de 1978. Em 01/09/88, foi alterado para
Quinhentos mil cruzados (Cz$
500.000,00).ABERTURA DE FILIAL - Em 09/09/88, foi aberta uma Filial com
destaque de capital de Cem
mil cruzados (Cz$100.000,00), instalada na Rua Sebastião Lentz, 185, Praia
Comprida, no município de São
José - SC.
Em 28/06/89, foi transferido o endereço da Filial para a Rodovia BR 101 Km
210, no Bairro Santo
Antônio, no Município de São José, onde funciona em prédio de propriedade de
& CIA.
A2 - CONTRATO SOCIAL DE SOCIEDADE EM NOME COLETIVO “& CIA” – firmado
em 28 de agosto de 1967, arquivado na Junta Comercial do Estado sob
nº40.378, por despacho de 25 de
setembro de 1967.
CAPITAL SOCIAL - Sessenta mil cruzeiros novos (NCr$ 60.000,00), subscrito da
seguinte forma:
Trinta mil cruzeiros novos (Ncr$ 30.000,00) pelo sócio LEONARDO ; seis mil cruzeiros
(Ncr$ 6.000,00) pelosócio ARNO; seis mil cruzeiros (Ncr$ 6.000,00) pelo sócio WALDIR
JOÃO seis mil cruzeiros (Ncr$ 6.000,00)pelo sócio ADELMAR ; seis mil cruzeiros (NCr$
6.000,00) pelo sócio NÉLIO DA SILVA CAMPOS e seis milcruzeiros (NCr$ 6.000,00) pelo
sócio NELSO RODOLFO WEISS.
FALECIMENTO - A Cláusula 13a do Contrato Social prevê: "No caso de
falecimento de um dos
sócios, os seus herdeiros ou sucessores exercerão, em comum, os direitos do falecido,
mas far-se-á uma apuraçãode haveres do sócio pré-morto, a fim de ser levado a
inventário, cabendo a sua sucessão a quem, por partilha, fornomeado".
ALTERAÇÕES DO CONTRATO SOCIAL DE & CIA
1a Alteração, firmada em dezembro de 1969, pela qual é alterado o capital
social para NCr$90.000,00 (noventa mil cruzeiros novos), assim distribuído: LEONARDO ,
Ncr$ 33.500,00 (trinta e três mil equinhentos cruzeiros novos); ARNO, ADELMAR,
WALDIR JOÃO , NÉLIO DA SILVA CAMPOS E NELSOWEISS Ncr$11.300,00 (onze mil e
trezentos cruzeiros novos) cada.
2a Alteração, firmada em 14 de maio de 1970, pela qual é alterado o capital
social para Ncr$140.000,00 (cento e quarenta mil cruzeiros novos), assim distribuído:
LEONARDO, Ncr$ 49.150,00 (quarenta enove mil, cento e cinqüenta cruzeiros novos);
ARNO, ADELMAR, WALDIR JOÃO, NÉLIO DA SILVACAMPOS E NELSO WEISS NCr$
18.170,00 (dezoito mil, cento e setenta cruzeiros novos) cada.
3a Alteração, firmada em 15 de dezembro de 1972, pela qual é aumentado o
capital social para Cr$274.000,00 (duzentos e setenta e quatro mil cruzeiros), com
destaque de Cr$ 50.000,00 (cinqüenta mil cruzeiros)para a filial de Imbituba criada nesta
alteração. O capital social é assim distribuído LEONARDO , Cr$ 97.270,00(noventa e sete
mil, duzentos e setenta cruzeiros); ARNO , ADELMAR , WALDIR JOÃO , NÉLIO DA
SILVACAMPOS E NELSO WEISS Cr$ 35.340,00 (trinta e cinco mil, trezentos e quarenta
cruzeiros) cada.
4a Alteração, firmada em 26 de setembro de 1978, pela qual é alterada a
Cláusula 12aque passou a
ter a seguinte redação: "A sociedade terá uma sede "Matriz" em são José, neste
Estado à rua Benjamim Gerlach,
235, uma "Filial" em Imbituba, neste Estado, à rua Nereu Ramos, 894, e
Depósitos Fechados nos Municípios de
Alfredo Wagner; à rua geral, s/n, e Rancho Queimado, à rua Geral, s/n, todos
neste Estado”.
76
III- PARTICIPAÇÃO ACIONÁRIA
A participação acionária final, após as alterações contratuais, na data do
falecimento de Leonardo, era a seguinte:
SÓCIOS
CAPITAL
PERCENTUAL
LEONARDO
97.270,00
35,50%
ARNO
35.346,00
12,90%
ADEMAR
35.346,00
12,90%
WALDIR JOÃO
35.346,00
12,90%
NÉLIO DA SILVA CAMPOS
35.346,00
12,90%
NELSO RODOLFO WEISS
35.346,00
12,90%
TOTAIS
274.000,00
100,00%
B. LIVROS
Diários, razão, Livro de Apuração de Lucro Real, Livro Fiscal de Saídas, Livro
Fiscal de Entradas,
Livro de Registro de Inventário.
4. COMENTÁRIOS PERICIAIS
Como a contabilidade somente mantêm registros fiscais, sem qualquer controle mais
apurado de interessegerencial, o Perito realizou um levantamento da situação física dos
Ativos e Passivos das Empresas, permitindo,desta forma apontar com total precisão os
haveres do “de cujus”.
5. RESPOSTA A QUESITOS
Não constam dos autos quesitos formulados pelas partes.
6. APURAÇÃO DE HAVERES
Como a contabilidade não registrou todos os valores econômicos de que se compõem a
substância ativa doPatrimônio da indústria em análise, foi procedida a uma completa
atualização da substância Patrimonial paracolocá-la a preço de mercado, conforme está
espelhado nas Planilhas I a XXV e abaixo resumido:
1. Pelo Balanço levantado pela perícia, Planilhas I e X, há Patrimônio Líquido no valor de
R$ 2.459.362,48 (doismilhões quatrocentos e cinqüenta e nove mil trezentos e sessenta e
dois reais e quarenta e oito centavos), nafirma & Cia. Ltda, do qual o sócio falecido
participava de 35,50% porcento conforme consta do contrato socialoriginal e posteriores
alterações;
2. Pelo Balanço levantado pela perícia, Planilhas XV e XXV, há Patrimônio Líquido no
valor de R$ 134.899,06(cento e quatro mil oitocentos e noventa e nove reais e seis
centavos), na Firma LEONARDO, da qual oinventariado era único dono;
3. Desta forma, os haveres do “de cujus” na data de seu falecimento seriam da ordem de
R$ 1.007.972,74 (ummilhão sete mil novecentos e setenta e dois reais e setenta e quatro
centavos), a preço de 30 de novembro de1995.
4. Efetuando-se a partilha do valor dos Patrimônios Líquidos das Empresas,
conclui-se cabe a cada heideiro o
valor abaixo estampado:
HERDEIRO
VALOR
Arno
201.594,55
Sônia
201.594,55
Adelmar
201.594,55
Mirian
201.594,55
Maurene
201.594,55
Total
1.007.972,74
Florianópolis,
Perito Judicial

77
LAUDO
VISTORIA CRIMINAL
78
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da____Vara Criminal da
Comarca de_____________
-SC
_______________________e _________________________, Contador(s) legalmente
habilitadas a realizarperícias judiciais de natureza contábil, nomeadas para o encargo de
realizar a perícia técnica nos autos doprocesso n0_______________, vêm, observados os
termos dos artigos 421 a 430 do Código de Processo civil eas Normas Brasileiras de
Perícias e do Perito Contábil, venia concessa, apresentar o resultado de seu
trabalho,consubstanciado pelo seguinte.
Termos em que,
Pedem deferimento
Local,
__________________________________
______________________________
PERITO(A)
PERITO(B)

79
LAUDO PERICIAL
Considerações iniciais da perícia
Ab initioiniciando o cumprimento da determinação de perícia contábil exaradas
às fls. 19 e 20 nos termos do
item 2.1. da NBC.T, examinamos do ponto de vista estritamente técnico, o conteúdo das
diversas peças dosautos, notadamente quanto à documentação a eles apensada,
constando desse exame, que, para bem cumprir oencargo a nós confiado, havia
necessidade de consultarmos outros elementos, tais como análise através deendereços
eletrônicos e literatura, pessoas qualificadas na área de provedores para exararmos o
parecer pericialcontábi1.
A primeira vistoria para detectarmos através do endereço eletrônico, foi feito com as
peritas nomeadas e os Srs.(a)____________________, assistente técnico da
requerente,__________________ representante daRequerente e a procuradora da
ré_________________________ escritório da
perita onde editamos
documentos anexo.
OBJETO DA PERÍCIA
A inicialmente citada decisão que determinou a realização da prova pericial
contábil fê-lo nos seguintes termos.
“Defiro o pedido de vistoria criminal na Empresa_________________ com sede
nesta cidade, na rua
_____________________________, nº______________________ bairro________________, inscrita
no CNPJ sob o
nº___________________
, com o intuito de se verificar se a mesma vem se utilizando da marca
"bygshow".”
Para melhor compreensão e esclarecimentos dos quesitos formulados pelas partes,
considerando que se trata dematéria adstrita, achamos por bem, conceituarmos os termos
empregados através de fontes bibliograficas citadas,os seguintes termos.
INTERNET- O conceito que está ao alcance de todos nos diz que lnternet é a
rede mundial de computadores.
Ou de outra forma, a Internet consiste na interligação de milhares de redes de
computadores do mundo inteiro,através da utilização dos mesmos padrões de transmissão
de dados, os chamados protocolos. Graças a essauniformização na transmissão das
informações, as diversas redes passam a funcionar como se fossem uma só,possibilitando
o envio de dados e até mesmo de sons e imagens a todas as partes do mundo, com
umaconsiderável eficiência e rapidez.
LINK - ponto de conecção entre textos
DOMAIN - O endereço de cada computador conectado à Internet é determinado
por um código numérico. Tal
endereço é chamado nome de domínio ou domain name, que é representado por uma
série de palavras, parauma maior facilidade de memorização. A tradução dos endereços
IP (numéricos) para seus correspondentes empalavras é feita pelo protocolo DNS (Domain
Name System), um dos vários disponíveis na Internet. Os nomesde domínio são
determinados de acordo com um sistema de níveis múltiplos, dentre os quais podemos
destacaros Top Level Domains (TLDs), que são o primeiro grupo de caracteres após o
último ponto do nome de domíniopropriamente dito (algo como www.your_company).
Alguns exemplos de TLDs são "com", que significa que ousuário se dedica a atividades
comerciais, "gov", que significa que o usuário é um departamento do Estado,"org", que
indica se tratar o usuário de um órgão não governamental, ou outro similar. Outros TLDs
indicam opaís de origem do usuário. Assim, "br" significa Brasil, "ca" significa Canadá, "fr"
significa França, e assim pordiante. O nome de domínio é concedido em função da ordem
de prioridade da formulação do pedido perante aorganização competente para o registro
dos nomes de domínio de um país ou região, pois os nomes de domíniodevem ser únicos
para que seja eficaz o funcionamento da rede e a localização exata dos seus inúmeros
usuários.A Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) é o órgão
encarregado de realizar oregistro dos domínios no Brasil.
SITE - Grupo de páginas que formam uma home page

80
QUESITOS RÉU
Queiram o Sr (a) Perito (a) examinarem os contratos sociais e atividades
exercidas pela Requerida. Feito isso
queiram responder os quesitos:
1) Analisando as atividades da Requerida, queiram o (a) Sr (a) Perito (a) responderem se a
empresa exercealguma atividade ligada diretamente ao público consumidor, revendedores
ou representantes em serviçosrelacionados a venda de mercadorias pelo sistema de
catálogo por mala direta, venda porta-a-porta, venda emloja ou reembolso postal?
R. Analisando o contrato social e posteriores alterações, a Empresa requerida
tem como objeto social as
seguintes atividades:
a)
a comercialização e administração de bens móveis e imóveis próprios,
abrangendo inclusive a compra,
venda, permuta, locação, exceto a intermediação, assessoria e orientação em
negociações imobiliárias;
b) a representação comercial de produtos e/ou mercadorias, nacionais ou estrangeiras;
c)
a participação em outras sociedades civis ou comerciais, como sócia, acionista
ou quotista, comprando e
vendendo participações societárias;
d) o comércio, fornecimento, distribuição, importação e exportação de
quaisquer produtos ou mercadorias.
2) Em analisando e respondendo a pergunta acima e considerando que a atividade principal
da Requerente éexercida através de revendedoras atuando no sistema de reembolso
postal e porta-a-porta (vendas adomicílio), queiram o (a) Sr. Perito(s) responderem se as
partes processuais disputam potencialmente omesmo mercado e se estas atividades
podem ser consideradas concorrentes?
R Sim, tendo em vista o item "d" do quesito anterior, o qual, no entanto, não esclarece através
de que meio sãoexercidas as atividades. Portanto, potencialmente ambas poderiam
disputa o mesmo mercado e suasatividades podem ser consideradas similares.
3) Esclareçam o (a) Sr (a) Perito (a) em conformidade com apurado acima, se
atividade exercida pela Requerida
poderia desviar clientela da Requerente, em seu favor?
R. Sim. Vislumbra-se a possibilidade acima citada, uma vez que se trata da
comercialização de produtos afins.
Além disso, utiliza-se, coincidentemente ou não, o mesmo nome, "byg show",
no domain name.
4) Queiram o (a) Sr. (a) Perito (a) responderem, qual a resposta encontrada na Internet
quando acessaram-secom a finalidade de pesquisar a utilização do termo "byg show", ao
atenderem e responderem a pergunta denúmero 02 da Requerente? Queiram ainda,
informarem o (a) Sr. (a) Perito (a) se encontraram algum “site” naInternet de propriedade
da Requerida? E ainda, queiram as Sr(a). Peritas responderem se a requerente trouxeaos
autos provas da existência de algum “site”?
R.
- Quando do acesso Internet com a finalidade de pesquisar a utilização do
termo "Big Show a reposta
encontrada é a seguinte “dominio bygshow.COM.Br não está disponível" anexo
01.
- Não, as pesquisas não localizaram nenhum "site" de propriedade da requerida,
com domain name "big
show"
- A requerente trouxe aos autos o "site" às fls. 16.
5) Queira o Sr(a) Perito(a) responderem em conformidade com o artigo 1º do
Código Penal Brasileiro, se há na
legislação atual alguma previsão que tipifique qualquer inscrição na Internet
como crime?
R. Segundo dicção do art. 1º do Código Penal Brasileiro, não há crime sem lei anterior que o
defina, e não hápena sem prévia cominação legal. Até o momento atual, não foi
promulgada qualquer lei que disciplineaspectos penais envolvendo a Internet. Além disso,
o diploma que reúne as disposições penais no Brasil-Código Penal - não tipifica qualquer
inscrição na Internet como crime. Se não há lei prevendo umadeterminada conduta como
crime, inexiste crime.

81
6) Tendo em vista a resposta acima, queiram o (a) Sr.(a) Perito (a) responderem, se há
permissão de empregoanalógico na lei penal? E ainda, mas no campo cível, se estariam
presentes os elementos indispensáveis paraa configuração de algum ato de concorrência
ilícita, conforme as alegações da Requerente nos autos destaação, quais sejam:
g) Intenção objetiva de desvio;
h) Comprovação da confusão;
i) Erro dos consumidores;
R. A analogia é a atividade pela qual se aplica hipótese prevista em lei a uma hipótese
semelhante sem previsãolegal. A analogia no Direito Penal não constitui fonte de direito,
mas uma forma de auto-integração da lei.Tendo em vista o princípio da legalidade do
crime e da pena (art. 1º), não se admite o emprego da analogiapara se criar uma infração
penal ou se estabelecer a sanção penal, que seria a chamada pelos doutrinadoresjurídicos
analogia in malam partem, utilizada para prejudicar o agente da infração.
Entretanto, não há vedação à aplicação da analogia in bonam partem, que
objetiva beneficiar o agente, pois
não contraria o princípio da legalidade do crime e da pena).
7) Queiram o (a) Sr.(a). Perito (a) informarem qual a natureza jurídica da marca
e da Internet?
R. A natureza jurídica da marca é o de um direito de propriedade. A natureza jurídica dos
possíveis direitosinseridos na Internet, tal como domain name, ainda está sendo
discutida por especialistas em todo o mundo.Alguns entendem que possui a mesma
natureza da marca, qual seja, direito de propriedade, implicando naaceitação de todos os
seus consectários. Outros, afastam qualquer similaridade com a marca. Em reunião,
oComitê Gestor da Internet esclareceu que esse assunto é recente e vem sendo discutido
em todo o mundo,mas não existe ainda um consenso sobre como os domínios Internet
devem ser tratados.
8) Tendo em vista a resposta acima queiram esclarecer o (a) Sr.(a) Perito (a) se a propriedade
conferida noregistro de uma marca é sobre o próprio sinal ou sobre a aplicação do sinal
em determinado produto,mercadoria ou serviço?
R. A propriedade conferida no registro de uma marca é sobre o próprio sinal.
Marca é um sinal distintivo capaz
de diferenciar um produto ou serviço de outro.
9) Esclareçam o (a) Sr. (a) Perito (a), se o nome de domínio ou marca que não
pressupõe serviço idêntico ou
similar, infringe algum direito de terceiro?
R. Não, pois a proteção não é geral, mas limitada a classes, dentro das
atividades efetivas e lícitas dos
requerentes, salvo a marca notória, que pode ter proteção especial, em todas
as classes.
10) Queiram o (a) Sr (a) Perito (o) responderem quando se deu a concessão do registro da
marca da Requerente?E, antes deste período a Requerente já detinha alguma
exclusividade sobre a aplicação da marca sobre os seusserviços? Esclareçam o (a) Sr.(a)
Perito (a) quais as especificações dos serviços a que se referem o registro817.921.397 em
conformidade com a petição protocolada pela Requerente em 16 de abril de 1997.
R. A concessão do registro da marca da Requerente deu-se em 29.10.96. para o
período de 10 (dez)
anos, sob n08 1 7 9 2 1 3 9 7 .
- Tendo em vista que a concessão deu-se em 29.10.96, entendem as peritas
que sem registro de marca não
pode haver exclusividade alguma.
- As especificações dos serviços que se referem o registro 817.921397 são
Serviços auxiliares ao
comércio de mercadorias, inclusive à importação e a exportação. Classe dos
produtos e serviços
40.15.
QUESITOS DO AUTOR
1) Queiram o Perito (a) do juízo informar-se a Requerente é a proprietária da marca "byg
show", registrada noInstituto Nacional da Propriedade Industrial-INPI, conforme o
Certificado de Registro expedido, em29/10/96, com depósito desde 29/07/94, sob o nº
817.921.397, sendo-lhes assegurado o uso exclusivo de todoterritório nacional, nos termos
do art. 129, da Lei Federal nº 9.279/96?

82
R. De acordo com o certificado de registro às fls. 13 dos autos, em 29.10.96, data da
concessão, a marcanominativa "BYG SHOW" é de propriedade da autora, sendo-lhe
assegurado o uso exclusivo de todoterritório nacional, nos termos do art. 129, da Lei
Federal nº 9.279/96.
2) Queira do juízo constatar a existência, nos dados cadastrais da PRST
COMÉRCIO LTDA do registro, na
“INTERNET”, do “domain-name” “bigshow.com.br”.
R. Através da pesquisa via Internet do endereço eletrônico HTTP:// registro fapesp.br,
constatou-se que hádomain BIGSHOW. Com.br. cadastrado nos servidores DNS
CEBOLINHA.PONTOCOM.COM BRE NOSERVIDOR HORACIO.PONTOCOM.COM.BR.
(anexo 2)
3) Cotejando-se a marca "bygshow" do Certificado do Registro no INPI com o "domain
name""bygshow.com.br", queiram os Peritos do juízo informar se a marca da Requerente
"bigshow” foireproduzida neste "domain name”?
R. A marca bygshow foi reproduzida no domain-name pela autora - pesquisa
anexa.
4) Queiram os Peritos do juízo informar quem reproduziu a marca "bygshow" no
aludido "domain-name”
existente na "Internet”?
R. Resposta no quesito nº 03.
5) A reprodução da marca "bygshow", registrada em nome da Requerente,
inserida no "domain-name”
"bygshow.com.br", criado pela Requerida, é hábil a induzir o consumidor a erro?
R. Analisando os Objetos sociais das partes:

O objetivo social da requerente no AGE de 30/01/78, art 3º "A sociedade tem
por objeto comércio, a
exportação e importação de artigos de adorno e de uso pessoal ...”

E o Objeto social da Requerida em conformidade com o alteração contratual de 31.05.89 o


artigo 2º -constituem-se em objeto da sociedade"........... letra b) O comércio, fornecimento,
distribuição, importaçãoe exportação de quaisquer produtos ou mercadorias.......”

Diante do disposto, entendem as peritas que as atividades de acordo com os


objetos sociais poderiam ser
confundidas, induzindo o consumidor a erro.
6) Queiram os Peritos do juízo informar quem é a sócia quotista majoritária da
Requerida?
R. Na constituição da sociedade, a sócia majoritária era a empresa PRST COMÉRCIO
LTDA até a 5ª alteraçãocontratual registrada na JUCESC sob n0 42201112098.87 EM
10.02.93, quando houve cisão e passou a ser sóciamajoritária a Empresa ANAGYSA
S/A.
7) Queiram os Peritos do Juízo informar quem são os responsáveis pela
empresa- Requerida e por sua sócia
quotista majoritária?
R. Os responsáveis pela Requerida são Sr. ................................................... e da
sócia majoritária a Empresa
ANAGYSA S/A são os Srs................................
8) Queiram os Peritos do juízo prestar outras informações que julgarem
necessárias?
R. Entendem o perito (a) que as questões supra são suficientes para dirimir as
dúvidas entres as partes, no
entanto, o perito (s) colocam-se a disposição para esclarecer eventuais dúvidas.

Apostila Pericia Contabil


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