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INTRODUÇÃO TEÓRICA

Um campo magnético é gerado por influência de cargas elétricas em movimento


e ímãs permanentes. Pode-se afirmar que as ligações químicas são produtos de
desequilíbrios nos campos magnéticos, e não elétricos.
A Lei de Biot-Savart é o estudo do campo magnético devido a uma corrente
elétrica que passa em um fio de forma arbitrária. Descreve o vetor indução magnético
(B) em termos de magnitude e direção de uma fonte de corrente, da distância da fonte
de corrente elétrica e da permeabilidade do meio.
Quando o condutor magnético possui uma forma circular, denominamos de
espira. Neste caso, o campo magnético no centro da espira dependerá apenas do raio do
círculo e da intensidade da corrente elétrica. Quanto maior a corrente, maior será o
campo, e quanto maior o raio da espira, menor será o valor do campo.

Figura 01: Campo Magnético produzido por uma corrente em uma espira

Se duas bobinas – espiras circulares – são colocadas em planos paralelos


separados por uma distância igual ao seu raio R, elas formam uma configuração
chamada de Helmhotz, que gera um campo magnético aproximadamente uniforme na
região média das duas espiras. O campo magnético gerado por cada bobina no centro da
configuração possui o mesmo sentido e mesmo módulo sendo o número de espiras o
mesmo para cada uma, o sentido da corrente i o mesmo nas duas espiras e as dimensões
sendo as mesmas, assim o campo total é duas vezes o campo gerado por cada uma.
O campo magnético total pode ser calculado pela seguinte equação:
μ 0∋R2
B= 3
( R ¿ ¿2+ Z 2) 2 ¿
O Teslameter ou Teslametro é um medidor de campo magnético que usa o
princípio do efeito Hall. Este aparelho converte a diferença de potencial nos extremos
da sonda em valor de campo magnético na unidade de mili-Tesla (10 -3 T). Se quisermos
medir o campo magnético numa determinada região deve-se compensar os campos já
existentes. Para isso, existe um ajuste grosso e um fino que zeram o valor convertido
fazendo o aparelho medir somente o campo desejado.

Objetivos
Esta prática tem como principal objetivo o estudo de campos magnéticos gerado
por corrente elétrica e os seus efeitos no estudo de eletromagnetismo.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
MATERIAL UTILIZADO

 Par de bobinas de Helmholtz


 Teslametro
 Multímetro digital
 Fonte Corrente contínua
 Bússola de bolso
 Fios para fazer os contatos elétricos

METODOLOGIA

1) Medição do campo magnético das bobinas


O teslametro foi ligado antes de montar o experimento para estabilizá-lo.
Mediram-se as dimensões das bobinas, de diâmetro máximo encontramos 41±0,05 cm,
de diâmetro mínimo encontrou-se 38±0,05 cm, a partir destes dados estabeleceu-se um
diâmetro médio, dm, calculado pela média algébrica dos dois diâmetros, que resultou em
39,5±0,05, ou seja, um raio de 19,7±0,025 cm.
O método utilizado foi o mesmo para a distância entre as espiras. Assim:
2zmax=21±0,05 cm, 2zmin=18±0,05 cm, zmedio=9,75±0,05cm.
Calculou-se o campo magnético utilizando a equação abaixo (Lei de Biot-
Savart) o valor esperado para o campo no centro da configuração. Adotou-se i =
1,8±0,01 A e N = 154.
μ 0∋R2
B= 3
2 2
( R ¿ ¿2+ Z ) ¿

Montou-se um circuito como mostra a figura 02:

Figura 02: Circuito de alimentação das bobinas.

Zerou-se o valor indicado pelo Teslametro no centro da configuração e com a


fonte desligada usando os ajustes fino e grosso. Ao montar o circuito, a corrente na
fonte deve estar ajustada para 1,8 + 2% A e o amperímetro conectado na escala de 20 A.
Colocou-se o extremo do sensor no centro da configuração de bobinas, com a
etiqueta de fábrica paralela ao plano das bobinas, utilizando a escala de 20mT, e mediu-
se o valor do campo gerado.
Girou-se o medidor em 180º e mediu-se o valor de campo. Moveu-se o sensor
em torno do centro da configuração numa região de aproximadamente 10cm, moveu-se,
também, na vertical até sair da região das bobinas e por último, ao longo do eixo de
simetria das bobinas até sair da região.
A tensão da fonte foi diminuída até zerá-la. Inverteu-se a ligação de uma das
bobinas, em seguida, aumentou-se novamente a tensão da fonte, gradualmente, até que a
corrente fosse 1,8 + 2% A e mediu-se o campo magnético.

2) Medição do campo magnético da Terra


Com a fonte desligada alinhou-se o centro da configuração das bobinas no
mesmo sentido do norte geográfico delimitado pela bússola de bolso posta centro da
configuração e montou-se o circuito abaixo.

Figura 03: Circuito para medição do campo magnético da Terra.

A resistência R foi ajustada em 100±0,1Ω.

RESULTADOS E TRATAMENTO DOS DADOS

“Ligue o teslametro para estabilizá-lo antes de montar o experimento. Meça as


dimensões das bobinas a partir da posição média das espiras. Anote os seus resultados,
com as incertezas.”

Medida do raio das espiras e da distância entre elas usando a régua.

Raio = (19,75 ± 0,05)cm


z = (9,75 ± 0,05)cm

“Calcule o valor esperado para o campo no centro da configuração usando a equação,

para uma corrente de 1,8A e N = 154. Utilizando propagação de erros, obtenha também
a incerteza deste resultado.”
m
Considerando μ0 = 4π x 10-7 T. e o raio e o z em metros, temos:
A
Calculo do campo magnético:
B=4 π ∙ 10−7 ∙ 154 ∙1,8 ∙ ¿ ¿

B=1,27 ∙ 10−3 T =1,27 mT

Cálculo da incerteza,
dB 2
∆B ² = ¿ ¿ +
dz ( )
.∆ z ²

2
3
2 R ( R2 + z 2 ) ( 1−R2 )
∆B² = μ0 N ¿
(
R2
( R2 + z 2 ) 3
2
)
2
.(0,01) ²+ ( 2
( R 2+ z2 )
3 ) .(0,05) ² +

2
2 32

( −2 z ( R + z )
2
(R + z )
2
2 3 ) .(0,05)² ]

3 2

∆ B ²=4 π ∙10−7 ∙ 154 ∙[(


0,1975
2
( 0 , 1975 +0,0975 )
2

2 3 /2
) ∙10−4 +
( 2

( 0,19752 +0,09752 )
2 2

3
2
2 ∙ 0,1975 ( 0 ,1975 + 0,0 975 ) ( 1−0,1975 )
) .

∆ B=¿ 4,2 x 10-4


Então:
B = (1,27 ±0,4) mT

“Coloque o extremo do sensor no centro da configuração de bobinas, com a


etiqueta de fábrica paralela ao plano das bobinas (use a escala de 20mT), e meça o valor
do campo gerado (para melhor manuseio da sonda coloque-a na vertical de cima para
baixo.”
B=1,24 ± 0,01 mT
“Gire o medidor em 180º e meça o valor de campo. Se por acaso o módulo dos
valores medidos forem diferentes, significa que o medidor não está zerado e o campo
medido será o valor médio dos dois módulos. Anote o resultado experimental e sua
incerteza. Os resultados experimental e teórico concordam dentro de suas incertezas.”

O resultado obtido foi o mesmo, já que está em módulo.

“Mova o sensor em torno do centro da configuração numa região de


aproximadamente 10cm. Descreva o que você observa.”
A leitura do campo permanece praticamente constante, mostrando que as linhas
de campo magnético estão fazendo essa trajetória circular em torno do sistema.
“Mova o sensor na vertical até sair da região das bobinas. Descreva o que você
observa.”
O campo magnético diminui até zerar.

“Mova o sensor ao longo do eixo de simetria das bobinas até sair da região.
Descreva o que você observa.”

A partir do centro, o campo magnético vai diminuir em módulo.

“Diminua a tensão da fonte até zerá-la. Inverta a ligação de uma das bobinas e
depois, gradualmente, aumente novamente a tensão da fonte até que a corrente seja de
1,8A. Meça o campo magnético nesta nova configuração. Descreva a sua conclusão e
procure explicar o novo resultado.”
O campo magnético terá o mesmo valor em módulo. O que ocorre com a
inversão da ligação de uma das bobinas é a inversão do sentido da corrente elétrica,
invertendo, assim, o sentido do campo magnético de uma espira e fazendo com que no
centro da configuração o campo magnético seja constantemente zero.

2) Medição do campo magnético da Terra

Determinou-se que o sentido da corrente nas espiras é dada pela figura 4:

Figura 04: Alinhamento do conjunto de bobinas e bússola.

Assim o campo magnético da Terra é interferido pelo campo gerado pelas duas
bobinas, mudando aonde a bússola aponta.

Conclusão
O teslametro é o aparelho utilizado para medir a intensidade do campo
magnético ao qual ele é submetido. Caso se mova o sensor do teslametro à 180º o valor
do campo será obtido com o sinal inverso. Porém caso ele varie em módulo, o campo
real deve ser obtido através da média entre a posição inicial e quando foi girado em
180º.
Quando se moveu o sensor ao longo de uma região de 10cm do centro,
observou-se uma constância no campo, isso indica que o campo possui uma trajetória
circular ao longo da bobina, assim como um imã em seus pólos. Movendo o sensor para
uma região fora das bobinas ele vai zerando, como o esperado, visto que numa região
afastada das bobinas ele não sofre mais a interferência do campo magnético.
Foi percebido nesse experimento que ao passar uma corrente ao longo de uma
bobina, gera um campo magnético, caso essa corrente seja invertida de direção o que se
observa é também uma mudança no sentido do campo magnético de uma das espiras, e
que no centro da configuração ela será zero. O valor obtido para o campo magnético
pela fórmula de Biot-Savart foi o mesmo obtido experimentalmente, mas o erro
experimentalmente é menor, logo este valor é mais correto.
Os objetivos da prática foram alcançados com sucesso.

Bibliografia
1 - Halliday D., Resnick R. e Krane K. S. Física 3. 4ª Edição.
2 - Laboratórios Didáticos. Apostila disponibilizada pela disciplina Física Geral e
Experimental III e XX.

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