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O Anjo da Sua Presença

Há pouco tempo atrás li um certo texto bíblico que me chamou a atenção por
falar sobre “o anjo da sua presença”:

“Em toda a angústia deles ele [o SENHOR ou Jeová] foi angustiado, e o anjo
da sua presença os salvou; pelo seu amor, e pela sua compaixão ele os
remiu; e os tomou, e os conduziu todos os dias da antiguidade.
Mas eles foram rebeldes, e contristaram o seu Espírito Santo; por isso se
lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles.
Todavia se lembrou dos dias da antiguidade, de Moisés, e do seu povo,
dizendo: Onde está agora o que os fez subir do mar com os pastores do seu
rebanho? Onde está o [SENHOR ou Jeová] que pôs no meio deles o seu
Espírito Santo?
Aquele cujo braço glorioso ele fez andar à mão direita de Moisés, que
fendeu as águas diante deles, para fazer para si um nome eterno?
Aquele que os guiou pelos abismos, como o cavalo no deserto, de modo que
nunca tropeçaram?
Como o animal que desce ao vale, o Espírito do SENHOR lhes deu descanso;
assim guiaste ao teu povo, para te fazeres um nome glorioso.” Is. 63:9-14
(ACF).

Certamente nos interrogaremos sobre quem é este anjo. Referir-se-á a Jesus


ou a qualquer anjo?! A mesma pergunta podemos fazer acerca da expressão
“o anjo do SENHOR” ou “o anjo de Jeová” noutro texto:

“O anjo do SENHOR [ou o anjo de Jeová], acampa-se ao redor dos que o


temem, e os livra.” Sl. 34:7.

Acerca desta última expressão sabemos que, por exemplo, na visão de Moisés
da sarça ardente (Êx. 3:2), durante a travessia do povo hebreu pelo deserto
(Jz. 2:1), e no anúncio do nascimento de Sansão (Jz. 13:3), se refere a Jesus:

“Eis que eu envio um anjo diante de ti, para que te guarde pelo caminho, e te
leve ao lugar que te tenho preparado.
Guarda-te diante dele, e ouve a sua voz, e não o provoques à ira; porque não
perdoará a vossa rebeldia; porque o meu nome está nele.
Mas se diligentemente ouvires a sua voz, e fizeres tudo o que eu disser, então
serei inimigo dos teus inimigos, e adversário dos teus adversários.
Porque o meu anjo irá adiante de ti, e te levará aos amorreus, e aos heteus, e
aos perizeus, e aos cananeus, heveus e jebuseus; e eu os destruirei.” Êx. 23:
20-23.

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“E comeram todos do mesmo manjar espiritual, e beberam todos da mesma
bebida espiritual, pois beberam duma rocha espiritual que os
acompanhava, a qual rocha era Cristo.” I Cor. 10:3,4. (SBB)

No entanto, esta mesma expressão é também aplicada ao anjo Gabriel, na


predição do nascimento de João Baptista a Zacarias (Lc. 1:11), bem como
também na do nascimento de Jesus a Maria e José (Mt. 1:20; Lc. 1:26,27), e
ainda quando apareceu aos pastores em Belém para anunciar o nascimento de
Jesus (Luc. 2:9).

Já no texto de Salmos que citei anteriormente, compreendo ser uma aplicação


à presença espiritual de Deus e de Cristo, por meio dos anjos, os quais
ministram em nosso favor (Hb. 1:14). Digo isto porque Cristo não poderia
dividir-se e estar ao mesmo tempo, pessoalmente, com todos os filhos de Deus
na Terra e restantes planetas. Assim, creio referir-se ao nosso anjo particular.

No que respeita à expressão inicial “o anjo da sua presença”, creio acontecer


o mesmo. No texto de Isaías, acredito ter uma aplicação primária a Cristo, pois
também uma segunda expressão “cujo braço glorioso”, é uma referência ao
próprio Filho de Jeová, que sobre Ele tem o nome do Pai. Mas também se
aplica a todos os restantes anjos – uma vez que Cristo ministra agora no
santuário celestial (Hb. 4:14;8:1,2;9:11,12,24) – pois creio que tal texto tem
uma aplicação para os nossos dias, bem como em outras eras da história.

É deveras interessante a relação que existe entre “o anjo da sua presença”, e


a referência ao Espírito Santo de Deus. Lemos anteriormente que “[o SENHOR
ou Jeová] pôs no meio deles o seu Espírito Santo”. No meio de quem? “Do
seu povo”. Quem acompanhou Seu povo no deserto?

O próprio Filho de Deus, Jesus Cristo, estava presente no meio do povo, com
muitos dos anjos de Deus. Então, o Espírito Santo é a presença espiritual de
Deus (Ef. 2:22), primeiramente por meio de Cristo, Emanuel – Deus connosco
– mas também por meio dos anjos. O texto de Isaías é uma clara
demonstração de que são os anjos, aos quais Jeová outorga Sua autoridade,
que manifestam Seu poder, glória e presença, Seu Espírito, pensamento e
vontade.

Apresento seguidamente alguns textos de Ellen White que penso clarificarem


este tema:

“Sob a direção divina os anjos são todo-poderosos. Uma ocasião, em


obediência à ordem de Cristo mataram numa noite cento e oitenta e cinco mil
homens do exército assírio.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 700.

“A Bíblia apresenta-nos Deus em Seu alto e santo lugar, não em estado de


inactividade, não em silêncio e isolamento, mas rodeado de milhares de
milhares e milhões de milhões de seres santos, todos à espera para Lhe
cumprir a vontade. Por meios que não nos é dado discernir, acha-Se Ele em
activa comunicação com todas as partes de Seu domínio. É, porém, neste
mundo minúsculo, nas almas para cuja salvação deu Seu Filho unigênito, que

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se centraliza o Seu interesse, bem como o de todo o Céu. Deus Se inclina de
Seu trono para escutar o clamor do oprimido. A toda sincera súplica,
responde: "Eis-Me aqui." Ergue o aflito e o oprimido. Em todas as nossas
aflições, é Ele afligido também. Em toda tentação e em toda prova, o anjo de
Sua face [na tradução de Portugal está “presença” em vez de “face”] perto está
para livrar.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 356 (cap. 37).

“Embora os apóstolos tivessem sido miraculosamente libertados da prisão, não


escaparam ao interrogatório e castigo. Cristo dissera, quando estava com eles:
“Mas olhai por vós mesmos, porque vos entregarão aos concílios.” Mar. 13:9.
Enviando um anjo para os livrar, Deus lhes dera um sinal de Seu amor e
certeza de Sua presença. Tocava-lhes agora sofrer por amor dAquele cujo
evangelho estavam pregando.” Actos dos Apóstolos, pág. 81.

Ou seja, segundo posso compreender, Deus mantém activa comunicação


connosco por meio de Seus milhares de anjos, sendo eles mesmos o sinal de
Sua presença e livramento. É-nos impossível compreender e discernir
completamente esta matéria de carácter tão sublime, mas são os anjos que
actuam como representantes, mensageiros de Jeová, cargo este muitas vezes
desempenhado, no tempo do antigo testamento, pelo próprio Cristo, o príncipe
dos anjos (Js. 5:14,15; Dan. 12:1; Jd. 9), como já vimos anteriormente.

Penso que o sonho de Jacó é a melhor imagem pela qual podemos vislumbrar
mais perfeitamente este assunto:

“E sonhou: e eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e
eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela;

E eis que o SENHOR [Jeová] estava em cima dela, e disse: Eu sou o SENHOR
[Jeová] Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra, em que estás
deitado, darei a ti e à tua descendência” Gn. 28:12,13.

Este texto bíblico é muito claro. Jeová em Seu trono nos vê, nos ouve e nos
socorre. Mas é por meio do ministério de Cristo, a escada que desce do
céu e toca na terra, que isto é possível. E é através do ministério de Seus
anjos que sobem e descem que Ele cumpre Seus desígnios e vontades, e
mantém activa comunicação connosco.

Portanto, Deus manifesta Sua presença, Seu Espírito, e comunica-se connosco


por meio dos anjos e não por uma 3ª pessoa divina diferente do Pai ou do
Filho, como erradamente crêem os trinitários!

Ler também :

http://1assimdizosenhor.blogspot.com/2010/11/qual-e-o-unico-meio-de-vencer-
o-poder.html

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