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TÉCNICAS CITOLÓGICAS
INTRODUÇÃO:
Entende-se por técnicas citológicas o conjunto de operações a que é preciso
submeter o
material biológico para ficar em condições de ser observado ao microscópio. Estas
técnicas
podem ser divididas em dois grandes grupos de preparações: para microscopia
óptica e para
microscopia electrónica.
Microscopia óptica
São variados os métodos de preparação de material citológico para ser observado ao
microscópio óptico. Podemos considerar 3 grandes tipos de preparações:
I. Preparações a fresco ou extemporâneas
II. Preparações definitivas sem inclusão
III. Preparações definitivas com inclusão (inclusão é uma das etapas da técnica, que
consiste
em colocar a peça citológica num bloco constituído por uma substância protectora e
de
suporte, que permita efectuar facilmente o corte)
I - Preparações a fresco
É um tipo de preparação que pode ser utilizada a qualquer momento, porque permite
uma
observação rápida e imediata. Também é designada por preparação extemporânea.
A este tipo de preparação se devem as primeiras descobertas científicas, pois
permite a
observação de peças ou microorganismos em condições de vida, apesar de ser por
um curto
período. Habitualmente, uma preparação é constituída por uma lâmina de vidro na
qual se
coloca o material biológico a observar, sobrepondo-se a este uma lamela de vidro.
Por vezes usam-se outros tipos de lâminas na observação de preparações a fresco,
como as
lâminas escavadas, que têm no centro uma cavidade. O material fica, assim, rodeado
de maior
quantidade de líquido e ao mesmo tempo não há compressão da lamela sobre as
estruturas a
observar.
Muitos corantes coram certas estruturas celulares de uma cor diferente da sua. Estes
corantes
reveladores de reacções químicas são chamados metacromáticos. Por exemplo: o
vermelho
neutro, solúvel em água destilada com cor vermelho-violácea, vira para vermelho-
cereja sob a
influência de vestígios de ácidos e para amarelo-acastanhado ou alaranjado pela
acção das
bases. Alguns corantes vitais podem mesmo indicar o grupo químico a que pertence
um
determinado elemento da célula, o que se utiliza em técnicas de histoquímica. Por
exemplo, o
Sudão III cora as granulações de gordura nas células vivas.
Limitações do exame a fresco
• Só se aplica a materiais suficientemente transparentes
• A nutrição das células não é suficiente e, dentro de horas, as células começam a
mostrar
sinais de degenerescência, acabando por morrer.
• As observações têm, assim, uma duração muito limitada sendo, portanto,
preparações
efémeras que não se podem conservar.
II e III - Preparações definitivas
Fixadores
São substâncias ou agentes que induzem precipitação (cloreto de mercúrio e ácido
pícrico) ou
coagulação (aldeído fórmico, tetróxido de ósmio e glutaraldeído) das proteínas,
tornando-as
insolúveis. Estes agentes são utilizados em técnicas citológicas para inibir a
actividade
enzimática da célula, para impedir a actividade e a proliferação das bactérias, para
endurecer as
células de modo a que resistam melhor às etapas seguintes da técnica citológica e
para aumentar
a afinidade das estruturas celulares pelos corantes citológicos, tornando-as assim
mais
facilmente coráveis, mantendo-lhes, tanto quanto possível, a sua morfologia e
estrutura.
Submergindo um pedaço de tecido num líquido fixador, a morte da célula não ocorre
instantaneamente. O fixador penetra na peça por difusão, de tal maneira que a
maioria das
células periféricas fixa mais rapidamente e melhor do que as centrais. A rapidez da
fixação
depende da barreira proteica que se origina na periferia do tecido.
Tipos de fixadores
Agentes físicos usados como agentes fixadores: Pelo calor seco (chama, ex.:
bactérias) ou
húmido (fervura). De um modo geral, são métodos grosseiros e violentos que
alteram
profundamente a estrutura das células. Dessecação à temperatura ambiente – em que
há uma
rápida evaporação da água das células e dos líquidos intersticiais.
Agentes químicos usados como agentes fixadores: Metanol, etanol, acetona, ácido
sulfúrico,
ácido clorídrico, ácido tricloroacético, ácido pícrico, tetróxido de ósmio, ácido
acético,
formaldeído, cloreto de mercúrio, etc.
Misturas de fixadores mais usados em microscopia óptica
• Líquido de Bouin (ácido pícrico + formol + ácido acético)
• Líquido de Carnoy (etanol + clorofórmio + ácido acético)
• Líquido de Fleming (trióxido de crómio + tetróxido de ósmio + ácido acético +
água
destilada)
Coloração
Consiste em corar a totalidade da peça ou algumas partes específicas, dando-lhes
tonalidades
diferentes. Usam-se soluções de corantes naturais ou artificiais.
Corantes naturais - Hematoxilina (extraída de uma leguminosa), Carmin (extraído
do ovário
da fêmea de um hemíptero), anil (extraído de uma leguminosa), etc.
Corantes artificiais – Azul de metileno, azul de toluidina, Azur I e II, Sudão,
vermelho neutro.
Os corantes são geralmente constituídos por misturas de sais, que podem apresentar
um pH
ácido (pH = 0 – 6,9), neutro (pH = 7,0) ou alcalino (pH = 7,1 – 14). Os diversos
métodos de
coloração assentam na afinidade particular que certos elementos ou estruturas
possuem em
relação a determinados corantes que sobre eles se fixam electivamente.
Tipos de corantes artificiais:
• Ácidos – eosina, fucsina ácida, vermelho do Congo
• Básicos – vermelho neutro, verde de metilo, azul de metileno
• Neutros – eosinato de azur de metileno
Consoante a afinidade de determinadas estruturas das células ou tecidos para com
um dado tipo
de corantes as estruturas podem ser designadas por:
• Acidófilas – se coram com um corante ácido (citoplasma)
• Basófilas – se coram com um corante básico (cromatina)
2. Utilizando uma lanceta estéril, fazer a colheita de uma gota de sangue, a qual sem
perda de
tempo, se coloca entre lâmina e lamela numa gota de sol. de NaCl 0,9% (soro
fisiológico).
3. Focar primeiro com as obj. de 4x e de 10x e observar com a obj. de 40x.
4. Repetir 2 e 3 utilizando uma solução de NaCl 1,5% (sol. hipertónica). Os glóbulos
vermelhos tornam-se globosos e eriçados – plasmólise (Fig. 11)
Fig. 11 - Eritrócitos na presença de diferentes concentrações de NaCl.
5. Repetir o procedimento utilizando NaCl 0,6%. A célula aumenta de volume
devido a uma
endosmose, mas a pressão exercida no interior da célula não é suficiente para a
fazer
rebentar, verificando-se o fenómeno de turgidez celular (Fig. 11).
6. Com uma solução de NaCl 0,4%, a quantidade de água que penetra no interior da
célula
exerce uma pressão que faz romper a membrana celular, libertando a hemoglobina e
ficando
a célula mais pálida e transparente, designada vulgarmente por fantasma. (O meio
que a
rodeia apresenta-se com uma tonalidade avermelhada.) Contudo, a célula mantém a
sua
forma circular, devido à presença do citosqueleto submembranar, que é responsável
pela
forma dos glóbulos. O fenómeno de lise celular em glóbulos vermelhos designa-se
por
hemólise (Fig. 11).
Nota: Na célula vegetal não se verifica a lise celular pelo facto de possuir uma
parede celular
que, não só confere protecção à célula, como faz com que ela suporte pressões
elevadas.
Citologia Esfoliativa:
Consiste em remover as células mais superficiais da lesão através de
esfoliação (raspagem), sendo indicada para avaliação do processo de
maturação (diferenciação) de epitélios, para caracterização de tipos de
exsudatos ou para visualização de agentes infecciosos ou mesmo
parasitários. Esta técnica é usada, por exemplo, na determinação da fase do
ciclo estral de cadelas, de processos inflamatórios uterinos, habronemoses,
etc.
Histórico detalhado:
Estas informações são muito importantes, pois indicam o tempo de
instalação do processo, como foi o início da lesão, etc.... Estes dados são
muitas vezes fundamentais para determinação de diagnósticos diferenciais
ou para comentários relativos aos possíveis diagnósticos.
Descrição da lesão:
Uma boa descrição da lesão, como localização precisa do processo e tipo
de lesão (nodular, ulcerativa, etc.), auxilia sobejamente o sucesso
diagnóstico e permite correlacionar achados citológicos com a lesão
macroscópica;
Técnica de colheita:
Este é um dos passos mais importantes para realização da citologia
diagnóstica e freqüentemente desconhecido. Uma técnica de colheita
inadequada pode impedir a conclusão do caso, pois a amostra colhida deve
necessariamente possuir células características da lesão em questão.
Extensões adequadas:
No exame citológico as extensões devem ser feitas seguindo-se os seguites
cuidados:
a) não comprima o material - especialmente no caso de suspeitas de
tumores, pois as células neoplásicas são muito frágeis;
b) produza extensões delgadas, evitando sobreposição de várias camadas de
células, pois a sobreposição impossibilita a coloração e visualização
adequada do material;
c) No caso de extensões que serão coradas por corantes hematológicos,
desidrate o material, por movimentação ao ar (abane), o mais rápido
possível. Não guarde as lâminas úmidas, pois isto causa degeneração
celular inviabilizando o resultado.
Preparo do paciente:
Tratando-se de lesões palpáveis não há necessidade de preparos especiais
para o paciente, sendo a antissepsia o único procedimento necessário.
Lembre-se que a antissepsia é um processo requerido na citologia
aspirativa e deve ser ponderado na citologia por esfoliação, pois se deseja-
se visualizar o tipo de exsudato ou agente infeccioso, estes poderão ser
removidos durante a limpeza do local.
Em muitos casos de suspeita de neoplasias ou processos inflamatórios
crônicos não há necessidade de sedação uma vez que os pacientes
freqüentemente não demonstram qualquer incômodo durante ou após o
procedimento. A dor pode ocorrer nos processos inflamatórios agudos,
onde os anestésicos locais não surtem efeito e como a técnica para
obtenção do material é relativamente rápida, geralmente uma contenção
física eficaz traz ótimos resultados.
Obtenção do material:
A. Realize a contenção física do paciente de maneira adequada e promova a
antissepsia;
B. Acople a agulha à seringa;
C. Fixe a lesão com os dedos indicador e médio;
D. Mantenha o êmbolo da seringa na posição ZERO.
E. Introduza a agulha na lesão;
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Esfregaço
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Esfregaço é uma leve camada de matéria orgânica sobre uma lâmina de vidro, para
exame microscópico.
A técnica do esfregaço que é utilizada para material que se encontra formado por
células isoladas, como por exemplo as células da mucosa bucal. Esta consiste em
espalhar uma gota do material biológico a observar sobre uma lâmina de vidro
formando uma fina película para uma melhor observação ao microscópio, que mais
tarde pode ser submetida a uma coloração para evidenciar alguns constituintes desse
material a ser visualizado.
Esfregaço é um material que pode ser papel filtro ou não tecido, usado para realizar
amostragens de contaminações radioativas em superficies de áreas ou locais onde se
manipularam fontes radioativas, e que por algum motivo ou devido a suas grandes
dimensões, não podem ser medidas diretamente com detector de radiação. O
esgregaço é utilizado como uma medida indireta, e após realizado em uma área de
aproximadamente 100 cm2, é levado para um detector de radiação, onde o nível de
contaminação presente é considerado com sendo em média 10% da contaminação
presente na área amostrada.
1. Impressão
Técnica: remover o excesso de secreção, sangue ou fluido com papel
absorvente. Tocar a lâmina com o tecido a ser examinado, várias vezes
em locais diferentes da lâmina. Ser rápido em todos os passos (é
fundamental) Secar imediatamente (secador, agitação), corar e examinar.
Fazer mais de uma lâmina.
Indicações: É indicada para lesões ulceradas e tecidos obtidos de
cirurgias e necropsias.
Vantagens: técnica fácil e que necessita de equipamento mínimo.
Desvantagens: a amostra obtida é pouco celular (relativamente), obtém
apenas as células superficiais e pode exibir elevada contaminação
bacteriana e celular.
2. Suabe (“swab”)
Técnica: umedecer o suabe com soro fisiológico (ou não, se a lesão for
muito úmida). Esfregar o suabe sobre a região a ser examinada. Rolar
(não esfregar) o suabe sobre a lâmina. Secar imediatamente, corar e
examinar.
Indicações: É indicado para superfícies epiteliais, tratos fistulosos e onde
as outras técnicas não se aplicam.
3. Raspagem
Técnica: remover o excesso de sangue e fluido. Raspar a lesão com a
lâmina do bisturi perpendicular à lesão até obter material suficiente.
Espalhar o material na lâmina pela técnica do esfregaço ou do
deslizamento. Secar imediatamente, corar e examinar
Indicações: É indicada para lesões externas de pele e mucosas e tecidos
excisados (lesões firmes).
Vantagens: obtenção de grande quantidade de células (maior
probabilidade de diagnóstico preciso)
Desvantagens: obtenção somente de células superficiais, é mais difícil que
outras técnicas e existe grande contaminação bacteriana e celular
1- Colocar 2 ml de ar na seringa.
2- Introduzir a agulha na lesão, puxar e segurar o êmbolo e movimentar a
agulha para frente e para a traz, várias vezes (10-12) no interior da lesão,
rapidamente e em várias direções, enquanto se mantém a pressão
negativa na seringa e sem removê-la do tecido.
3-Soltar o êmbolo, remover a agulha do tecido e expelir o conteúdo na
lâmina.
4- Espalhar o material, secar imediatamente, corar e examinar.
http://www.werner.vet.br/html/recom-02.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esfrega%C3%A7o
Alexandre Pereira
Braga
, Renato
Amaro Zângaro
obter cortes sucessivos dos blocos de parafina contendo fragmentos de órgão. Quando o
importante para identificar as falhas que comumente ocorrem na obtenção dos cortes
histológicos.
Introdução
entre 5 µm e 7 µm.
celoidina.
Aplicações
A correta observação do material
prévios.
Fixação
180
Denomina-se inclusão ao
diafanização e impregnação.
Desidratação
Diafanização
com a parafina.
Impregnação, Coloração e
Montagem
fundida a 60°C.
ácido.
Objetivo
Materiais
Inclusora;
Banho-Maria;
Microscópio;
Parafina;
Micrótomo.
Metodologia
a ser analisado.
fixação.
crescente de álcool.
histológicos sucessivos.
decrescente de álcool.
por hematoxilina.
Resultados
característica de coloração.
analisado.
Conclusão
variaram de 3 µm à 5 µm .
http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2004/trabalhos/inic/pdf/IC2-28.pdf