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Migração nordestina

A migração nordestina, ou seja, de habitantes do Nordeste do Brasil para outras regiões do


país, teve grande relevância na história da migração no Brasil desde a época do Império de D.
Pedro II. Com o início do Primeiro Ciclo da Borracha em 1879, os nordestinos migraram para
a Amazônia, fato que se repete com o Segundo Ciclo da Borracha durante a Segunda Guerra
Mundial. Com o auge da industrialização no Brasil, entre as décadas de 1960 e 1980, a
migração nordestina para a região Sudeste, em especial aos estados de São Paulo e Rio de
Janeiro, foi intensa. As capitais destes estados tornaram-se "terras de oportunidades".

Entre as décadas de 1980 e 1990 o fluxo migratório para o Sudeste diminuiu e surgiram também
migrações para a região do Distrito Federal e e mais uma vez para o Amazonas.

Com a melhoria estrutural de outras regiões do Brasil, somada aos problemas que surgiram nas
grandes cidades por causa da superpopulação, a migração nordestina diminuiu
consideravelmente. Apesar de o Rio de Janeiro e São Paulo continuarem sendo importantes
pólos de atração, a migração "polinucleada" tornou-se mais evidente.

Migração nordestina para a Amazônia


No ano de 1877 o nordeste brasileiro sofria com as consequências da seca. Muitos nordestinos,
pricipalmente do Ceará, foram estimulados a migrarem para a Amazônia, para assim
trabalharem na extração do látex.[1] Este destino de migração foi ainda popular durante a seca de
1915, confome escreveu Raquel de Queiroz no romance O Quinze.

A migração para a Terra da Fartura, foi sempre estimulada com o aval dos governos estaduais
nordestinos, porém com os Acordos de Washington assinados por Getúlio Vargas em 1943, esta
passou a ser estimulada e organizada pelo Governo Federal. O órgão reponsável por este
movimento migratório foi Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia
ou mais conhecido como SEMTA. Calcula-se que mais de 60.000 pessoas migraram para a
região amazônica para trabalharem como Soldados da Borracha.

Migração nordestina para o Sudeste


Devido principalmente ao problema da exploração social e do trabalho na economia rural
nordestina, relacionada e eventualmente justificada pela seca, somados com a grande oferta de
empregos de outras regiões principalmente nas décadas de 60, 70 e 80, em especial na região
Sudeste, verificou-se um pronunciado fluxo migratório de parte da população nordestina para
outras regiões do país.

Na Década de 1990, entretanto, devido às crises econômicas e à saturação dos mercados de


várias grandes cidades, surgiu um problema generalizado de aumento do desemprego, de queda
da qualidade da educação e redução gradativa da renda (aliada a sua histórica distribuição
desigual). Isto fez com que parte da população de origem nordestina e de seus descendentes, os
quais antes haviam migrado pela falta de recursos, mantivessem uma baixa qualidade de vida.
Por causa da visão espelhada nas décadas anteriores, o falso ideal imaginário que se formou em
relação à região Sudeste é da promessa de uma qualidade de vida melhor, de fácil oportunidade
de emprego, salários mais altos, entre outros; iludido por esse sonho, quando um nordestino
migra para o Sudeste em busca de uma melhoria na qualidade de vida, acaba encontrando o
contrário, além de sofrer preconceito social no dia-a-dia.
Nos últimos anos, o movimento tradicional de emigração tem reduzido ou até se invertido na
região Nordeste. Segundo o estudo "Nova geoeconomia do emprego no Brasil", da
Universidade de Campinas (Unicamp),[2] os estados do Ceará, Paraíba, Sergipe e Rio Grande do
Norte receberam mais migrantes entre 1999 e 2004 do que enviaram para outras regiões. O
estado da Paraíba, segundo a mesma pesquisa, foi o exemplo mais radical da transformação por
que tem passado os padrões migratórios na região: inverteu o padrão migratório do saldo
negativo de 61 mil pessoas para o saldo positivo de 45 mil. Em todos os outros estados que
continuam a contar com um saldo migratório negativo, o número de migrantes diminuiu no
mesmo período analisado: no Maranhão, diminuiu de 173 mil para 77 mil; em Pernambuco, de
115 mil para 24 mil; e na Bahia, de 267 mil para 84 mil. Os estudiosos, em geral, concordam
que os movimentos migratórios continuam intensos, sendo que não mais se dirigem quase que
exclusivamente à região Sudeste, mas sim se concentram em direção às metrópoles nacionais
nordestinas, como Fortaleza, Salvador e Recife.

O fluxo migratório teve substancial redução com os investimentos do governo federal na região,
que de fornecedora de mão-de-obra passou a empregá-la.[3]

Para São Paulo

A migração de nordestinos para o estado de São Paulo teve início antes da metade do século
XIX basicamente fundamentada na industrialização paulista e na diferença do desenvolvimento
dos estados.

Décadas de 60 a 80.

Décadas de 80 a 90

Década de 1990
Para o Rio de Janeiro

A imigração nordestina para o Estado do Rio de Janeiro se concentrou da região metropolitana


fluminense, e se deu continuamente a partir da década de 1950. A partir dessa grande imigração
ocorreu intensa favelização de municípios da Baixada Fluminense e da capital do Estado,
devido ao baixo nível socio-economico desses imigrantes. Atualmente ainda se percebe fluxo
migratório, apesar de em menor número que no passado.

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