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O RESUMO DO LEVIATÃ DE THOMAS HOBBES

O homem concerne o principio individual e em seu conjunto sua mútua determinada


qualidade ou qualquer outro acidente de um corpo exterior ao nosso, que
vulgarmente chamamos de objeto. Qualquer coisa imaginada é finita.Portanto,não
existe idéia ou concepção de qualquer espécie que possamos chamar infinita.Nenhum
homem pode conservar em sua mente imagem de infinita magnitude,nem conceber
infinita sabedoria,tempo infinito,força infinita ou infinito poder.

Da mesma forma que muita experiência significa prudência, muita ciência dos latinos
faz uma distinção entre prudentia e sapientia, dando o primeiro nome à experiência e
o segundo a ciência. Os que confiam apenas na autoridade dos livros seguem
cegamente ao cego.Eles são como aqueles que,confiando nas falsas regras de um
professor de esgrima,se aventuram presunçosamente diante de um
adversário,podendo vir a ser mortos ou aleijados.

Existem duas espécies de conhecimento: o conhecimento do fato e o conhecimento da


conseqüência de uma afirmação para outra. O registro do conhecimento dos fatos
denomina-se história;o registro da ciência são livros que contêm a demonstração das
conseqüência de uma afirmação para outra.

O poder natural é a eminência das faculdades do corpo ou da mente, tais como: força,
aparência, prudência, habilidade, eloqüência, liberalidade e nobreza extraordinárias.
Instrumentais são os poderes adquiridos por meio dessas faculdades ou pela sorte,e
servem como meios ou instrumentos para alcançar reputação,riquezas,amigos e os
secretos desígnios de Deus,a que os homens chamam boa sorte.O maior de todos os
poderes humanos é o poder integrado de vários homens unidos com o consentimento
de uma pessoa natural ou civil:é o poder do Estado ou aquele de um representativo
numero de pessoas,cuja ações estão sujeitas à vontade de determinadas pessoas em
particular,como é o poder,como também ter amigos,pois isso significa união de forças.

Assim, a fonte da honra civil é o Estado, e depende da vontade do soberano. Por isso,é
temporal e se denomina honra civil,como a magistratura,os cargos públicos,os títulos
honoríficos e,em alguns lugares,os uniformes e as comendas.Os homens honram os
que possuem essas honrarias,porque elas significam o favor do Estado;esse favor é
poder.A competição por riquezas,prazeres,honrarias e outras formas de poder conduz
à luta,à inimizade e à guerra.Os meios que um competidor utiliza para a realização de
seus desejos são matar ou subjugar,suplantar ou repelir a outrem.A competição por
louvores,principalmente,induz a reverenciar a antiguidade,pois os homens competem
com os vivos e não com os mortos,e atribuem a estes muito mais do que o devido,para
obscurecer a glória daqueles.O desejo do conhecimento e das artes da paz inclina os
homens a obedecerem a um poder comum,pois esse desejo carrega consigo um desejo
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de tempo livre e,conseqüentemente ,de proteção contra algum outro poder estranho
ao seu.

A veneração que os homens manifestam, por natureza, aos poderes invisíveis nada
mais é que expressão de sua reverência perante outros homens: são os donativos, as
petições, os agradecimentos, as oblações, as súplicas respeitosas, a conduta sóbria, as
meditações, os juramentos (isto é, garantir a outro que cumprirão suas promessas)
que eles assumem ao invocar tais poderes. A razão nada inspira além disso,mas deixa
que cada um persista nesse caminho,ou em outros ritos ainda,e confie nos que
considera mais sábios .Assim,a crendice em fantasmas,a ignorância das causas,a
devoção dos homens ao que temem e a tomada de coisas casuais como prognósticos
consistem na semente natural da religião,que,em razão das diferentes
imaginações,juízos e paixões dos diferentes homens,desenvolveu cerimônias tão
diversas,que,realizadas por alguns homens,são ridículas a outros.

A lei natural (Lex naturalis) é a norma ou regra geral estabelecida pela razão que
proíbe o ser humano de agir de forma a destruir sua vida ou privar-se dos meios
necessários a sua preservação. Em vista da confusão entre jus e Lex,direito e lei,feita
pelos que têm tratado desse assunto,é preciso fazer distinção entre esses
enunciados.Assim o direito é a liberdade de agir ou omitir,enquanto a lei obriga a agir
ou omitir.Portanto,entre a lei e o direito há a mesma diferença que existe entre a
obrigação e a liberdade,que são incompatíveis quando dizem respeito à mesma
matéria .

Um homem, ao transferir um direito ou renunciar a ele, o faz levando em consideração


o direito que lhe foi reciprocamente transferido, ou com a esperança de ser
beneficiado, o contrato é a palavra com que os homens designam a transferência
mútua de direitos. Num Estado civil onde existe um poder apto a coagir os que,de
alguma forma,violaram sua palavra,esse temor não é razoável e,então,por
isso,quem,em virtude do pacto,está obrigado a ser o primeiro a cumprir com sua
parte tem o dever de fazê-lo.Também não fazemos pacto com Deus,a não ser pela
mediação daqueles com que Deus falou,seja por meio da revelação sobrenatural ,seja
por meio de seus mensageiros,que falam em seu nome,de outra forma,é impossível
saber se nossos pactos foram ou não aceitos.

A definição comum da justiça na escolástica é: a justiça é a vontade constante de dar a


cada um o que é seu. Onde não há Estado,não há propriedade e,por conseguinte,não
existe o poder coercitivo,dado que, nesse caso,todos os homens têm direito a
tudo.Assim,não havendo Estado,não há injustiça.A natureza da justiça consiste no
cumprimento dos pactos válidos,e essa validade começa com o estabelecimento de
um poder civil que obrigue os homens a cumpri-los;é também diante dessa instituição
que tem início o direito de propriedade.
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Leis civis são aquelas que os homens são obrigados a respeitar, não por serem,
membros deste ou daquele Estado em particular, mas por serem membros de um
Estado. A lei civil é constituída,para todo súdito,pelas regras que o Estado lhe
impõe,oralmente ou por escrito, ou por qualquer outro sinal suficiente de sua
vontade,empregando tais regras para diferenciar o que é certo do que é errado,isto
é,para identificar o que é contrário ou não é contrário à regra.A lei foi
criada,então,para limitar a liberdade natural dos indivíduos,ao contrário,a se ajudar
mutuamente e se unir no combate ao inimigo comum;ademais,dizemos que os dois
braços de um Estado são a força e justiça,residindo a primeira no rei,enquanto a
segunda está depositada nas mãos do parlamento.Mas um Estado não poderia
subsistir se a força estivesse numa mão em que a justiça não tivesse a autoridade para
comandar e governar.

As leis podem ser divididas em naturais e positivas, naturais são as que têm sido
eternamente leis, são também chamadas de leis morais, consistem nas virtudes
morais, como a justiça, a equidade e todas as práticas espirituais que conduzem à paz,
e à caridade; as positivas são as que não existem desde a eternidade, mas se tornaram
leis pela vontade daqueles que exerceram o poder soberano sobre outros, podem ser
escritas ou dadas a conhecer aos homens por qualquer outro meio que responde à
vontade de seu legislador.

Para Hobbes o homem é um animal, pois luta pela sua preservação, para ele o homem
é ser naturalmente mau; o Estado cristão é baseado nos mandamentos da Bíblia
Sagrada, onde Deus expressa sua vontade através de leis, para ele foi uma forma que o
homem achou para mandar em seus súditos, o qual denomina de fábulas, porque Deus
falou somente para alguns, ele também cita as atrocidade da igreja católica na idade
media,assim como dos judeus ,fazendo referencia ao apostolo Paulo; ele acreditava
em um Estado Civil onde a vontade geral é manifestada.

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