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Disciplina: Teoria do Conhecimento – Profa.

Janete

ADORNO, Theodor W.; HORKEIMER, Max. A indústria cultural: o esclarecimento


como mistificação das massas. In: ADORNO & HORKEIMER. Dialética do
esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1991 (PP.113-129)

Grupo: Ana Marta, Danielli, Maria Cristina, Sérgio e Wagner

Síntese – A Indústria Cultural: o esclarecimento como mistificação das massas

No texto percebemos que o conceito dado a indústria cultural é algo que dita valores,
dissemina bens padronizados até mesmo para a felicidade das pessoas. A indústria
cultural apresenta-se por um conjunto de meios de comunicação como, o cinema, o
rádio, a televisão, os jornais e as revistas. O termo foi usado para substituir “culturas das
massas”. Existe uma falsa crença sobre o que é divulgado como sendo o “melhor” para
todos, por trás existe um sistema poderoso que visa gerar lucros e promover o controle
social.

Sob o poder do monopólio, toda cultura de massas é idêntica, e


seu esqueleto, a ossatura conceitual fabricada por aquele,
começa a se delinear. Os dirigentes não estão mais sequer
muito interessados em encobri-lo, seu poder se fortalece quanto
mais brutalmente ele se confessa de público. O cinema e o rádio
não precisam mais se apresentar como arte. A verdade de que
não passam de um negócio, eles a utilizam como uma ideologia
destinada a legitimar o lixo que propositadamente produzem.
Eles se definem a si mesmos como indústrias, e as cifras
publicadas dos rendimentos de seus diretores gerais suprimem
toda dúvida quanto à necessidade social de seus produtos (p.
115).

A cultura massificada dita as normas, que necessita da concordância das pessoas para
garantir sua existência.

Quando pensamos no rádio como democrático, esquecemos que o mesmo transforma a


todos igualmente em ouvintes, para entregá-los autoritariamente aos programas, iguais
uns aos outros, das diferentes estações. Já o cinema que era para ser um mecanismo de
entretenimento, apresenta-se como um meio de manipulação.

Na indústria cultural, “o acordo ou determinação comum dos poderosos executivos, de


nada produzirem ou deixar passar que não corresponda a suas tabelas, à idéia que fazem
dos consumidores, e, sobretudo, que não se assemelha a eles próprios (p.115)”.

Uma citação forte referente a indústria cultural que demonstra a forma de categorização
de acordos com os interesses dos poderosos executivos: “As distinções enfáticas que se
fazem entre os filmes das categorias A e B, ou entre as histórias publicadas em revistas

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de diferentes preços, tem menos a ver com seu conteúdo do que com sua utilidade para
a classificação, organização e computação estatística dos consumidores (p.116)”.

Temos produtos menos criativos, pois o predomínio que o efeito, a performance


tangível e o detalhe técnico avançaram sobre a obra, que era outrora o veículo da idéia e
com essa foi liquidada (p118). “Os grandes artistas jamais foram aqueles que
encarnaram o estilo de carreira mais íntegra e mais perfeita, mas que acolheram o estilo
em sua obra como uma atitude dura contra a expressão caótica do sofrimento, como
verdade negativa (p.122)”.

Adorno, quando afirma “Essa promessa da obra de arte de instituir a verdade


imprimindo a figura nas formas transmitidas pela sociedade é tão necessária quanto
hipócrita (p.122)” reforça o aparecimento em nossa sociedade de obras medíocre. “A
indústria cultural acaba por colocar a imitação como algo de absoluto (p.123)”.

A sociedade aceita o que lhe é oferecido sem questionar, pois parece que é o “melhor”.
O novo não mais existe e sim uma reprodução contínua das obras. O Adorno, comenta
sobre o riso, como algo a ludibriar a felicidade. Na falsa sociedade citada por ele, o riso
atacou – como uma doença – a felicidade, arrastando-a para a indigna totalidade dessa
sociedade. Só rimos de algo ridicularizado.

Outra citação clara que reforça a necessidade de consumir no sistema vigente é “O


logro, pois, não está em que a indústria cultural proponha diversões, mas no fato de que
ela estraga o prazer com o envolvimento de seu tino comercial nos clichês ideológicos
da cultura em vias de se liquidar de si mesma (p.133)”.

O que se observa é o investimento no rapaz maravilhoso, o engenheiro, a jovem


dinâmica, a falta de escrúpulos disfarçada de caráter, o interesse esportivo, os
automóveis e outros. Para se divertir é necessário “estar de acordo”. “Divertir significa
sempre: não ter que pensar nisso, esquecer o sofrimento e até mesmo onde ele é
mostrado (p.135)”.

Na indústria cultural, saudável é o que se repete, sem possibilidades de grandes


questionamentos. Este fato impede que o conhecimento evolua.

O positivismo reduziu o mundo na possibilidade pela busca de outras formas de


conhecimento, fortaleceu a cegueira e o silêncio dos fatos.

A maneira pela qual uma jovem aceita e se desincumbe do date


obrigatório a entonação no telefone e na mais familiar situação,
a escolha das palavras na conversa, e até mesmo a vida interior
organizada segundo os conceitos classificatórios, psicologia
profunda vulgarizada, tudo isso atesta a tentativa de fazer de si
mesmo um aparelho eficiente e que corresponda, mesmo nos
mais profundos impulsos instintivos, ao modelo apresentado
pela indústria cultural (p. 156).

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A resposta à indústria cultural está na própria cultura do homem. O triunfo da indústria
cultural está na imitação compulsiva dos consumidores, pela qual se identificam às
mercadorias culturais que eles, ao mesmo tempo, decifram muito bem.

Questões para debater:

1) Como a indústria cultural relaciona-se com a teoria do conhecimento?

2) Na visão de Adorno qual o papel da Internet. Ela favorece o crescimento da


indústria cultural ou pode oferecer uma resposta? Caso afirmativo, como
seria esta resposta?

3) Qual a relação do Positivismo com a indústria cultural?

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