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A referida venda chama-se também de realização do ativo, pode ser feita desde logo.
Não está mais como outrora condicionada à conclusão da fase cognitiva (verificação dos
créditos e investigação de crimes falimentares).
Poderá ser feita antecipadamente à venda de bens perecíveis ou sujeitos a consideráveis
desvalorizações, ou de conservação arriscada ou dispendiosa, pode ser feita
antecipadamente.
4) Há ordem de preferência na realização do ativo em função da Nova Lei de
Falências?
Sim, a alienação da empresa com a venda de seu estabelecimento em bloco. Alienação
da empresa com a venda de unidades isoladamente; alienação em bloco de bens que
integram o patrimônio do estabelecimento; alienação parcelada ou individual dos bens.
Há uma nova modalidade de venda, além das existentes (leilão ou proposta), que é o
pregão.
A escolha da melhor forma e da modalidade de venda cabe ao juiz e não ao
administrador judicial.
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ordinária de bens do falido, bem como ser informado pelo juiz de qualquer
indício de prática de crime falimentar (Art.187, §2ª);
c) O MP pode pedir explicações ao falido (Art.104, VI) e deve manifestar-se na
prestação de contas do administrador judicial (Art.154);
d) O MP deve ser intimado da sentença declaratória da falência, propor ação penal
ou requisitar a instauração do inquérito policial, sempre que houver indícios de
crime falimentar (Art.187).
Deixou de ser obrigatória a intervenção do MP em todo e qualquer processo falimentar
de que é parte ou interessada a massa falida.
Só há fundamento legal para se ouvir o MP quando o juiz constatar fatos como indício
de crime, desrespeito à lei ou ameaça de lesão ao interesse público.
25) Dissertar sobre a atuação do MP na recuperação de empresa.
Tanto na recuperação judicial como na extrajudicial, a nova Lei de Falências prevê uma
atuação minimalista do MP. Posto que estão em jogo interesses privados, não há
motivos para exigir-se do órgão ministerial público uma intensa intervenção.
Na recuperação judicial, o MP só deve ser chamado a intervir no processo de
recuperação da empresa quando expressamente previsto.
São os casos:
a) O MP tem legitimidade para impugnar relação de credores (art.8º) para pedir
substituição de administrador judicial ou de membro do Comitê e para recorrer
da concessão da recuperação judicial (Art.59, §2º);
b) Deve ser intimado do despacho de processamento de recuperação judicial
(Art.52, V), do pedido de homologação de recuperação extrajudicial (Art.163),
da sentença concessiva de recuperação judicial (Art.187) e do relatório do
administrador judicial que apontar a responsabilidade penal que qualquer dos
envolvidos no processo (Art.22, §4º), bem como ser informado pelo juiz de
qualquer indício da prática de crime falimentar (Art.187, §2º);
c) Deve-se manifestar na prestação de contas do administrador judicial (Art.154);
d) Deve, ao ser intimado da sentença declaratória de falência, propor a ação penal
ou requisitar a instauração de inquérito policial, sempre que houver indício de
crime falimentar (Art.187).
26) Quais as obrigações que não podem ser reclamadas ou exigidas do devedor, em
face da falência ou da recuperação judicial da empresa?
É expresso no art.º da Lei de Falências in litteris:
a) obrigações a título gratuito;
b) as despesas que os credores individualmente fizerem para tomar parte na falência,
salvo custas judiciais em litígio com a massa falida;
A nova lei, ao permitir que o credor por alimentos concorra junto com os demais na
falência ou na recuperação judicial ou extrajudicial, incorre numa inversão de valores.
Ainda bem que os empresários individuais correspondem atualmente numa
insignificante parcela da economia, o que minimiza na prática os efeitos dessa inversão
de valores.
27) Quais são os credores não admitidos na falência e na recuperação de empresas?
São dois os credores: De um lado os titulares de crédito derivado de obrigação gratuita e
de outro, os créditos por despesas para tomar parte nos feitos falimentares.
Esse último crédito representa uma exceção à regra geral de distribuição de ônus de
sucumbência.
Assim, além das custas processuais, nem mesmo os honorários advocatícios são
cobráveis da massa falida ou do devedor em recuperação.
Excetua-se as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor.
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39) Qual é o prazo que possuem os credores para conferir e/ou impugnar a relação
de credores?
Art.7º da Lei de Falências explicita em seu §1º que nos quinze dias após a publicação,
os credores devem conferi-la. Os que não se encontram relacionados devem apresentar a
habilitação de seus créditos perante o administrador judicial.
Os que se encontram relacionados e discordam da classificação ou valor de seu crédito
devem suscitar divergência também junto ao administrador judicial.
40) Quais credores estão dispensados da habilitação?
Credor fiscal (posto que não participa do concurso) e os titulares de créditos
remanescentes da recuperação judicial, se tinham sido definitivamente incluídos no
quadro geral de credores quando da convolação em falência.
41) Como deve ser apresentada a divergência ou habilitação do credor?
Deve ser por escrito, contendo o nome completo e qualificação do credor, a importância
exata do crédito, a atualização monetária até a data de decretação de falência, bem como
a sua origem, prova, classificação e eventual garantia.
Não é exigida a intervenção de advogado, podendo o credor se dirigir diretamente ao
administrador judicial.
42) Como procederá o administrador judicial ante a divergência ou habilitação?
Pode se convencer ou não quanto ao erro ou omissão da lista publicada. Se entender que
a divergência suscitada procede, introduz a correção desta na republicação do rol de
credores; se entender por improcedente, realiza a republicação sem corrigir.
Não precisa dar resposta para os credores que suscitaram divergência, nem levá-la ao
juiz.
43) Como deverá ser feita a republicação da relação de credores pelo administrador
judicial?
Também por edital e neste serão indicados local e horário em que qualquer credor
(incluindo os membros do Comitê), o representante legal da sociedade empresária
falida, seus sócios ou acionistas e o MP poderão ter acesso aos documentos que
fundamentaram a relação ou revisão de credores desta.
44) Qual é o prazo para republicação da relação de credores?
É de 45 dias contados do término do prazo para habilitação ou divergência, isto é, é de
60 dias após a primeira publicação.
45) Quando poderá ocorrer impugnação do crédito?
Nos dez dias seguintes à republicação da relação de credores, os sujeitos legitimados
(art.8º da Nova Lei de Falências) podem apresentar impugnação da relação elaborada
pelo administrador judicial.
São legitimados: qualquer credor, o Comitê, o falido, o sócio ou acionista ou o promotor
de justiça.
A impugnação é instrumento processual adequado para aduzir judicialmente a pretensão
de ingressar no quadro de credores ou solicitar adequação quanto ao valor ou
classificação dos créditos.
Se a divergência suscitada ao administrador judicial não foi acolhida, o tema é pela
impugnação levado ao juiz.
Também o credor discordante da classificação dada ao crédito alheio, poderá impugnar
a relação. Posto que o eventual pagamento indevido implica em redução dos recursos da
massa falida e em maior risco de não-recebimento.
O Comitê é legitimado pelo voto da maioria de seus membros e o promotor de justiça.
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69) Há diferença entre contratar auxiliar um advogado para defesa dos interesses da
massa e o contratado para representação processual da massa falida?
Somente os honorários para defesa dos interesses da massa falida serão arcados pela
massa.
Já no 2º caso, cabe ao administrador judicial remunerar o advogado que vier a contratar
para representá-lo na falência.
70) Qual é um dos objetivos do processo falimentar e o que isso compreende?
A realização do ativo e não compreende apenas a venda dos bens arrecadados.
Também a cobrança amigável ou judicial dos créditos titularizados pelo falido ou pela
sociedade falida deverá ser providenciada pelo administrador judicial.
Assim que for exigível o título, deve o administrador diligenciar o seu recebimento.
Pode desde que autorizado pelo juiz, ou após ouvir o Comitê e o falido, poderá o
administrador pode oferecer abatimento ao devedor, quando o crédito for de difícil
liquidação.
Deverá o requerimento mencionar o percentual possível para abatimento.
71) Quando deverá o administrador judicial prestar contas e o que acontecerá se não
o fizer?
Sendo intimado, reza o art.23 da Lei de Falências, que deverá, no prazo de cinco dias,
prestar contas.
Saliente-se que deve ordinariamente prestar contas ao término do processo e,
extraordinariamente, quando deixa suas funções por renúncia, substituição ou
destituição.
72) Qual é a diferença entre renúncia, substituição e destituição?
Ocorrerá renúncia quando o administrador, de vontade própria, expressar o desejo de
não mais exercer o cargo com todas as suas atribuições peculiares.
Poderá haver substituição do administrador judicial apenas como providência prevista
em lei, tendo em vista a melhor administração da falência.
Já a destituição é sanção imposta ao administrador que não cumpriu a contento com as
obrigação inerentes à função ou que passou a ter interesses conflitantes com os da
massa.
São causas para substituição a renúncia justificada, a morte, a incapacidade civil,
falência, etc...
São causa de destituição: a inobservância de prazo legal, a renúncia injustificada ou o
interesse conflitante com o da massa.
73) Terá o administrador judicial substituído, direito a receber honorários?
Sim, se foi substituído em razão de renúncia justificada. Receberá remuneração
proporcional ao trabalho dispendido e pode voltar a ser nomeado para a função em outra
falência.
Já a pessoa destituída, perde o direito à remuneração quanto ao trabalho dispendido.
74) (Verificar impedimentos para exercício do cargo de administrador judicial)
Como será a remuneração do administrador judicial? Quais critérios servem para
o cálculo desta? (na falência)
Variam, em parte, as regras sobre a remuneração do administrador, conforme seja
falência ou recuperação judicial.
Na falência, a remuneração é arbitrada pelo juiz e corresponde a um percentual do valor
do ativo realizado.
Há cinco fatores a serem considerados:
a) diligência demonstrada pelo administrador judicial;
b) qualidade do trabalho;
c) a importância da massa (o valor do passivo e o número de credores);
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