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INSTITUTO BÍBLICO DE CAMPINAS – IBCAMP

CURSO DE TEOLOGIA

João Silva Gonçalves

A IGREJA E A MISSÃO

GOIÂNIA
JUNHO DE 2010
INSTITUTO BÍBLICO DE CAMPINAS – IBCAMP

CURSO DE TEOLOGIA

João Silva Gonçalves

A IGREJA E A MISSÃO

Monografia apresentada para conclusão do


Curso de Teologia do Instituto Bíblico de
Campinas – IBCAMP, sob a orientação da
prof.a Pedag. Maria Edna Sabina de Oliveira.

GOIÂNIA
JUNHO DE 2010
INSTITUTO BÍBLICO DE CAMPINAS – IBCAMP
CURSO DE TEOLOGIA

João Silva Gonçalves

A IGREJA E A MISSÃO

AVALIADORA:

____________________________________________________________________
Prof.a Pedag. Maria Edna Sabina de Oliveira – IBCAMP
(Orientadora)
___________________________________________________________________
Diretor: Prof. Pr. Gilmar Matias de Sousa – IBCAMP
(Leitor)
____________________________________________________________________
Coord. Pedagógica: Everly de Souza Lima – IBCAMP
(Leitora)

GOIÂNIA
JUNHO DE 2010
Dedico este trabalho a Cristo Jesus. Também

à minha esposa, amigos, professores e a todos que

de alguma maneira contribuíram para o fim deste trabalho.


AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Jesus Cristo

meu Salvador e exemplo de missionário,

depois aos bons professores, irmãos em Cristo e

aos muitos que me incentivaram neste trabalho. Um

agradecimento especial ao meu pastor que se deixou ser

usado por Deus para abençoar muito a minha vida até aqui.
Assim é o amor.

Sempre oferece a si mesmo.

Robert Coleman
RESUMO

GONÇALVES, João Silva. A Igreja e a missão. Monografia. 41 f. Curso de Teologia do


Instituto Bíblico de Campinas – IBCAMP. Goiânia 2010.

A pesquisa apresentada se propõe a resgatar um meio mais abrangente de compreender


quais são os papéis da Igreja em relação ás missões num sentido mais prático sem contudo, ao
se espelhar no modelo bíblico, deixar de observar os aspectos transculturais até mesmo dentro
de um mesmo país em que está inserida as denominações hoje. Se propõe a investigar o
contexto atual e relatar se na prática as igrejas estão de fato cumprindo seu papel como corpo
de Cristo e usando de meios eficazes para cumprir com as missões, devidamente instruída
dentro das Escrituras. O presente trabalho se utiliza de pesquisa empírica e também
bibliográfica no contexto do Brasil em termos de observação selecionando somente escritores
que tem larga experiência no contexto das missões nacionais e internacionais como também
pesquisa de igrejas que tem tido êxito em certos tipos de evangelismo. Os resultados
denunciam um problema que nem todas as igrejas tem se importado com ele e/ou não tem
como finalidade cumprir com o seu chamado missionário conforme ordena o modelo da
Bíblia. Apontam ainda que muitos missionários estão sem a devida assistência nos campos
missionários e não tem tido como dar prioridade no real interesse de sua missão que é
realmente se desprender das coisas seculares para ganhar almas.

Palavras-chave: A Igreja como preparação. Tarefa suprema da igreja. Cumprimento do Ide.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................................................10
A IGREJA E A MISSÃO.......................................................................................................11
1A IGREJA E A MISSÃO.....................................................................................................11
1.1 O soldado espiritualmente preparado.............................................................................11
1.2 O soldado vigia..................................................................................................................11

1.3 O soldado amoroso............................................................................................................11

1.4 O caso de Isaías................................................................................................................12

1.5 Preparação de Isaías.........................................................................................................12

1.6 Observando com atenção..................................................................................................12

1.7 Deus purifica o pecado de Isaías......................................................................................12

1.8 Considerações de Jesus sobre a igreja e a missão..........................................................13

1.9 A didática de Jesus............................................................................................................13

1.10 A missão é abrangente....................................................................................................14

1.11 A Respeito do chamado.................................................................................................14

1.12 Separação exclusiva........................................................................................................15

1.13 Parte de preparação espiritual.......................................................................................15

1.14 Exemplos do Livro de Êxodo.........................................................................................16

1.15 Moisés primeiro foi para o deserto................................................................................16

1.16 O Início do Chamado de Paulo.....................................................................................17

1.17 Saulo se isola por um tempo...........................................................................................18

2 A IGREJA COMO QUARTEL GENERAL.....................................................................20

3 A RESPEITO DOS NÃO ALCANÇADOS PELAS MISSÕES.......................................23


3.1 Campanhas para arrecadar fundos.................................................................................23

4 ALGUNS MOVIMENTOS DE MISSÕES........................................................................25

4.1 Intercessões por missões...................................................................................................26

4.2 Angariar fundos................................................................................................................26

4.3 Algumas situações do envio..............................................................................................26

5 NÃO SE PODE MAIS ESPERAR......................................................................................28

6 HOMENS PREPARADOS, PORÉM SIMPLIFICANDO A MENSAGEM..................35

CONCLUSÃO.........................................................................................................................40

REFERÊNCIAS......................................................................................................................41
INTRODUÇÃO

Nos relatos que serão trazidos ao longo deste trabalho de exposições de idéias e
baseados em fatos bíblicos, que estão nas narrativas dos autores dos evangelhos e
especialmente do livro de Atos dos Apóstolos.

Em Lucas capítulo 10 versículo 27 : “E ame seu próximo como você ama a você
mesmo”. Deve-se estar atento para este versículo que foi dito por Jesus e foi narrado por
Lucas, observa-se que partindo de um princípio bíblico, o missionário juntamente com a
igreja local deve primeiramente levar a Palavra do evangelho às comunidades locais. Atos dos
Apóstolos, antes do dia de Pentecostes, os discípulos de Jesus, receberam ordem do Senhor
para ficarem em Jerusalém. Pode-se compreender baseado em Atos dos Apóstolos, que os
discípulos pregavam o evangelho ali em Jerusalém, mesmo antes do dia de Pentecostes. Esta
frase: “Fiquem em Jerusalém e esperem até que o Pai dê o que prometeu, conforme eu disse a
vocês.”

Nesta frase, segundo o autor de Atos, implica em a igreja preparar antes de enviar o
obreiro, para a missão de evangelizar.

O obreiro precisa ter um bom preparo espiritual e psicológico para que a missão não
venha correr o risco de ser abortada.
TEMA: A IGREJA E A MISSÃO

1 A IGREJA E A MISSÃO.

Segundo Queiroz:

A igreja é o quartel general do Senhor Jesus Cristo, no trabalho missionário ela é um


organismo vivo que tem a obrigação no preparo e no recrutamento de pessoas para a
obra de pregar o evangelho de Jesus Cristo. De que forma?

1- Preparando soldados espirituais para batalhas espirituais;


2- Preparando soldados vigia;
3- Preparando soldados amorosos. (QUEIROZ, 1998)

1.1 O soldado espiritualmente preparado.

O soldado espiritualmente preparado é aquele que é chamado para estar orando,


jejuando para os missionários que estão no campo de batalha.

A oração é o sustentáculo da obra missionária, é através da oração que Deus deu a


vitória para a igreja e conseqüentemente ao missionário enviado para o fronte, que, sem
dúvida, precisa de cobertura incansável.

1.2 O soldado vigia.

Este é o tipo de soldado que vai à comunidade vizinha observar qual é o ponto mais
crítico e que tem urgência de uma interferência espiritual. Tem alguns bairros na comunidade
que é mais propício para as drogas, outras a prostituição, assim, observando estes pontos,
resta agora montar a estratégia de evangelização.

1.3 O soldado amoroso.

Este soldado faz a diferença na comunidade local, ele promove encontros, está sempre
orientando pessoas a respeito do Reino de Deus, ele está sempre ajudando o próximo, ele tem
ética cristã, não discute religião, o tempo que ele gasta na evangelização é falando sobre Jesus
Cristo.
A estratégia de um missionário que tem amor pela obra, quando está na batalha e
encontra alguém ferido ele leva ao hospital mais próximo, ele não pede para esperar para ser
levado ao quartel onde ele foi preparado e enviado. Ele leva o ferido no hospital mais
próximo, isto é, a igreja mais próxima.

1.4 O caso de Isaías

Observa-se na narrativa do autor de sagrado do livro de Isaías que no capítulo 6 e


versículos 7 e 8, que Deus está preparando Isaías para uma grande obra missionária. Vê-se
claramente como Deus prepara o seu missionário:

1- Deus toca a boca de Isaías com brasa;


2- Deus tira toda a culpa de Isaías;
3- Deus purifica Isaías dos seus pecados.

1.5 Preparação de Isaías.

Entende-se nesta narrativa do autor, que Deus estava preparando Isaías com a palavra
certa para dizer em hora certa, Deus estava orientando Isaías a falar com o povo. O autor não
diz quanto tempo Deus permaneceu ali no templo com Isaías, observa-se que Deus estava
dando para Isaías, através da palavra, estratégia, para falar ao povo de Israel.

É interessante observar que o autor diz que Isaías era sobrinho do rei Uzias, e entende-
se que Isaías era um jovem culto, em sua cultura, mas foi preciso que Deus o orientasse acerca
da missão que ele tinha pela frente.

1.6 Observando com atenção.

Na narrativa do autor que Isaías realmente tinha um lábio impuro, haja visto que seu tio
Uzias só fazia o que desagradava a Deus e Isaías morava no palácio com seu tio Uzias.
Quando Deus tira a culpa de Isaías, observa-se que Deus estava autorizando Isaías falar em
seu nome. Isaías estava qualificado verbalmente para representar Deus nesta missão de levar a
Palavra ao povo.

1.7 Deus purifica o pecado de Isaías.


Nata-se nesta narrativa que Deus ensina as palavras e tira a culpa que havia em Isaías,
purificando os seus pecados. Antes observa-se que Isaías ainda não tinha falado nada, ele
estava ouvindo os ensinamentos de Deus, de certa forma o Senhor estava dizendo: “Preciso de
um obreiro. Mas será quem que está interessado nesta obra tão importante que é de salvar uma
nação?”.

O autor diz que depois de Deus fazer este curso de ensinamento com Isaías, os ouvidos
dele, o desejo do profeta foi tão grande por missões que ele ouviu o Senhor e se prontificou de
imediato quando do Senhor profere a seguinte pergunta: “Quem é que eu vou enviar?”, então,
rapidamente Isaías se prontifica dizendo: “Eis me aqui, envia-me a mim Senhor!”

1.8 Considerações de Jesus sobre a igreja e a missão.

O escritor do evangelho segundo escreveu Mateus, relata, que Jesus reúne a sua Igreja e
convoca, os doze apóstolos para uma missão, com o objetivo de pregar sobre o Reino de
Deus, então, conforme está em Mateus 10. 5 e 6, Jesus dá um ordem aos seus apóstolos desta
maneira: “Não vão a nenhum lugar onde vivem os não-judeus, nem entrem nas cidades dos
samaritanos. Pelo contrário procurem as ovelhas perdidas do povo de Israel.”

Observa-se nestes versículos os seguintes ensinamentos:

1- Aprendendo com os da nossa casa;


2- Jesus ordena a busca dos desviados;
3- Jesus ordena depois a toda a nação de Israel.

1.9 A didática de Jesus.

Entende-se que Jesus está usando uma didática, para ensinar os discípulos, a arte da
pregação, da palavra, Jesus estava habilitando os discípulos para a grande comissão. Observa-
se nestes relatos bíblicos que os apóstolos estavam tendo do Senhor Jesus um aprendizado
partindo primeiramente do seu povo, estaria então se qualificando para a Grande Comissão.

Entende-se neste ponto que Jesus estava ordenando que buscassem mais parceiros para
o grande trabalho que viria mais a frente, Jesus estava dizendo que buscassem “os vossos
irmãos judeus” para que os preparassem assim como ele tinha preparado os apóstolos, assim,
esta Grande Comissão do Pai, estava na responsabilidade da Igreja e dos seguidores do Reino
de Deus, os quais tem o dever de ensinar, preparar e enviar para a missão de pregar o
evangelho a toda a comunidade.

1.10 A missão é abrangente.

Dá para deduzir pelos relatos bíblicos que Deus não faz acepção de pessoas, deve-se
prestar atenção que neste relato anterior que Deus não está dividindo as pessoas como umas
sendo melhores do que as outras, a questão é mesmo de lógica, a missão começa dentro dos
próprios limites do Quartel General. Ele não estava fazendo acepção com os não-judeus e nem
com os samaritanos, Jesus estava preparando os discípulos para uma grande comissão, Jesus
estava orientando os discípulos a primeiramente conhecer os costumes dos não-judeus, a
cultura (no caso das missões chamado de “aculturamento”). Entende-se que quando Jesus fala
ao povo de Israel ele estava se referindo à nação espiritualmente de Israel, abrangendo assim
toda a futura Igreja de Deus.

1.11 A respeito do chamado

Em Atos dos Apóstolos dá para observar que no capítulo 13 dos versículos 1 a 3, na


igreja de Antioquia havia os seguintes profetas e mestres: “Barnabé; Simão, chamado de o
Negro; Lúcio, de Cirene; Manaém, que havia sido criado junto com o governador Herodes; e
Saulo.” Então, “Certa vez, quando eles estavam adorando o Senhor e jejuando, o Espírito
Santo disse: “Separem para mim Barnabé e Saulo a fim de fazerem o trabalho para o qual eu
os tenho chamado.” Assim pode-se entender, destes versículos pelo menos três coisas:

1- O chamado para a obra;


2- Separado para o trabalho missionário;
3- O prepara para a missão.

Nestes relatos pode-se fazer uma observação muito importante, o escritor do Novo
Testamento está narrando um fato de extrema importância, ou seja, para o início de um obra
missionária é necessário pessoas preparada, e, a igreja de Antioquia estava com muitos
homens de Deus assim, tinha obreiro preparado para ensinar a desenvolver um bom trabalho
missionário.
A igreja de Antioquia tinha três vantagens e qualidades, eles eram professores, profetas
e mestres. Observa-se que estes obreiros eram pessoas escolhidas diretamente pelo Espírito
Santo para o trabalho de ensinar e preparar para a obra de missões. Vê-se ainda, nestes relatos
que primeiramente, tem que haver uma chamada do Senhor para se executar um trabalho
específico, o chamado é para todos mas porém, quando Deus quer um trabalho mais
detalhado e específico, então ele comissiona, ele chama diretamente aquela pessoa que ele
escolheu, isto se dá especialmente quando se trata da obra missionária. Deste contexto pode-
se observar ainda que os que estavam sendo chamados eram pessoas qualificadas para este
trabalho, o profeta preparava na vida espiritual, ensinando a orar com propósito, o mestre a
ensinar acerca das leis, porque o obreiro missionário tem que saber o significado das leis para
poder falar sobre o evangelho.

1.12 Separação exclusiva.

Nota-se claramente que o autor está falando de separação isto é separar com um
propósito, de levar a outros povos a boa notícia do evangelho, dá-se a entender que na ocasião
destes relatos que Barnabé e Saulo eram membros da igreja de Antioquia. Assim a
conotação,do contexto é a de que a separação é exclusiva, isto é necessário para o contexto
das missões. Para enviá-los a outros povos, para realizar o trabalho missionário, na obra de
evangelização, eles foram instruídos no conhecimento missionário, com estratégias orientadas
pelos profetas e mestres da igreja de Antioquia, eles não foram chamados, separados e em
seguida enviados. Eles tiveram tempo para o aprendizado, com os profetas e mestres. Eles
teriam que observar alguns costumes de outros povos, a cultura de alguns lugares para onde
eles seriam enviados, eles tinham que montar um estratégia para a evangelização para depois
poder ser bem sucedido na obra missionária.

1.13 Parte de preparação espiritual.

Claramente pode ser visto que o texto bíblico de Atos 13 que foi analisado acima, deixa
explícito que um grupo de pessoas estavam jejuando, daí se entende que é realmente
necessário o jejum e a oração, são fatores principais antes de se enviar. Observa-se nestes
relatos que um grupo fica na igreja local como retaguarda em jejum e oração para que o
Espírito Santo venha realizar a obra através dos enviados, antes, porém eles receberam oração
pela imposição das mãos, como recomendado no Novo Testamento, daí se entende que eles
estão recebendo a aprovação, eles estão qualificados e autorizados pelo Espírito Santo através
dos profetas e mestres para falar de Jesus às outras pessoas que não são da igreja de
Antioquia, e Barnabé juntamente com Saulo foram enviados depois de muita oração eles
partiram, e tiveram muito sucesso na obra missionária, na qual eles foram enviados.

Depois disso os fundamentos e ensinamentos de Jesus foram difundidos por


praticamente toda a Ásia, parte considerável da África e até mesmo a Europa recebeu, ainda
nos tempos de Paulo a mensagem do evangelho.

1.14 Exemplos do Livro de Êxodo.

O livro de Êxodo tem também lições importantes para ensinar a respeito do processo
missionário, Deus, no capítulo 3, versículo 4, profere um chamado, grande por sinal, para um
empreendimento missionário, o resgate de um povo; e para essa tarefa houve um chamado
específico e para isto teve que ter preparo físico, didático e espiritual, este chamado foi para
Moisés. O fato de Moisés ser instruído na ciência do Egito e ser grande em obras, conforme
Atos 7: 22, não outorgava Moisés para a grande obra missionária. Observa-se daí três pontos
de partida para o chamado:

1- Moisés teve que ouvir a voz de Deus;


2- Moisés tomou a decisão de ir;
3- Moisés acreditou no chamado.

1.15 Moisés primeiro foi para o deserto.

Deus levou Moisés para o deserto e este foi o início de um grande treinamento onde o
missionário teve um grande aprendizado para o seu chamado, um homem candidato ao trono
do Faraó do Egito, e agora, chamado para prestar serviço a um trono desconhecido. Até então,
Deus leva Moisés para o monte Sinai para lhe mostrar a magnitude da obra que ele teria que
desenvolver, para atingir o objetivo de Deus, primeiro mandou Moisés tirar as sandálias, Deus
estava dizendo para Moisés que agora ele teria a primeira lição, antes de ser enviado para a
obra missionária, Deus estava dizendo para Moisés: “Não escolho pessoas preparadas, eu
preparo o escolhido.” Tirar as sandálias significa tirar a arrogância, tirar o auto conhecimento
do homem, as ciências do Egito, quando Moisés tirou as sandálias, ele passou a ter um
dialogo com Jeová, ele passou a ouvir a voz do Mestre, e disse: “Estou pronto para aprender.
Deus inicia as aulas com Moisés dizendo que conhecia os pais dele, avós, bisavós, “eles
foram bons alunos, eles foram ótimos como missionários, eles fizeram direitinho as tarefas
que eu dei para eles realizarem, segundo a narrativa do autor sagrado, Deus, através de
Moisés, estava preparando uma igreja para uma missão. Moisés pegou sua família, foi
abençoado pelo sacerdote de Midiã, logo mais a frente se encontra com Arão, e todos com o
mesmo propósito, fazer a obra de Deus lá no Egito. Este é o objetivo da igreja e missões,
Moisés, justamente com outro missionário, foi para o Egito levar a Palavra de Deus para um
povo já alcançado, mas de coração duro.

Apesar de Moisés indagar a Deus dizendo: “Mestre como eu vou realizar esta tarefa? Eu
só tenho entendimento das leis e das ciências do Egito.” Deus disse: “É por isso que você está
aprendendo a ciência de um outro mundo e de um outro reino, o qual é eterno e dura para
sempre.

É bem evidente que Moisés aprendeu a lição de número três, volta para sua casa antiga
e agora com outra perspectiva Moisés se depara com um povo mais desacreditado do pudesse
imaginar, então sua primeira missão era convencer o povo de que ele foi enviado por Deus,
Moisés teria também que enfrentar o Faraó que figurava nesta história como perverso e sem
escrúpulos, massacrava os israelitas com a escravidão.

De acordo com o autor de Êxodo, Faraó era inimigo daquele que enviou Moisés, para a
obra missionária, e, para enfrentar esse inimigo, Moisés contava com um grupo de
intercessores como Jetro, seu sogro, Arão, seu irmão, os quais ele encontrou antes e depois de
ir e sair do Egito.

1.16 O início do chamado de Paulo.

O autor de Atos conta a experiência que teve um dos maiores missionários, senão o
maior, da história do cristianismo, ou seja, o apóstolo Paulo. O autor de Atos dos Apóstolos,
Lucas, escreve sobre o chamado de Saulo o qual tem certa semelhança com o chamado de
Moisés.

Em Atos capítulo 9, Lucas escreve que perseguindo furiosamente a Igreja, Saulo, deixa
Jerusalém com carta para prender e torturar todos os cristãos que encontrasse em Damasco.
Mas antes de chegar na cidade, Saulo teve um encontro com Jesus e passou a ser um apóstolo
tendo, haja visto, um chamado muito especial para a sua vida.

O encontro de Saulo teve, foi, muito especial, pois foi o encontro do Mestre com o
aluno, neste encontro com o Mestre, era o início de uma nova comunidade, com o propósito
missionário que se estende até os dias de hoje.

Segundo o escritor de Atos, Saulo para ser líder de uma comunidade, precisa aprender
com o líder dos lideres. Lucas relata que Saulo entre todos os jovens não havia alguém como
Saulo, ele era aluno de Gamaliel, Doutor da Lei de Moisés, nota-se que agora Saulo precisa de
novas instruções para uma grande obra missionária. Com uma visão do Reino de Deus, e não
o reino do homem. O jovem Saulo agora passa ter ensino sobre o Reino de Deus que já estava
atuando dentro de cada um que crer, essa visão de reino gera em Paulo o desejo missionário
de falar para as pessoas acerca deste reino.

1.17 Saulo se isola por um tempo.

Nota-se deste contexto de Paulo ter se isolado, foi somado para que ele pudesse ficar um
pouco em silêncio para prestar mais atenção no aprendizado, ou seja, naquilo que seria
ensinado. Quando Saulo estava em isolamento visível no mundo espiritual, estava
desenvolvendo um despertar espiritual em sua vida, aquele era um momento de profundo
conhecimento onde o Mestre estava orientando Paulo sobre o trabalho que viria pela frente.
Então segue relatando, o escritor de Lucas, que quando Saulo estava isolado, é neste momento
que ele estava sendo recrutado para a grande batalha missionária.

Daí nota-se que o Espírito Santo age em silêncio para o melhor aperfeiçoamento do
missionário para que seja enviado para as searas.

Em tudo isso fica bem claro que a comunhão na narrativa de Lucas em Atos tem a
conotação de amizade, conhecedor de relação de gratidão para com o Mestre, anteriormente
Saulo só ouvia, agora esta comunhão dá a Saulo o direito de perguntar para Jesus: “Estou
qualificado para a obra?”, então agora Saulo está recebendo instrução divina, a partir de então
Saulo passou a se chamar de Paulo, passou de perseguidor a perseguido. Ao receber instrução
Paulo passa agora a ser um grande formador de missionários, tendo fundado comunidades
cristãs em vários lugares como por exemplo em Corinto, Éfeso, Atenas, Tessalônica, Filipos e
tantas outras.
Saulo foi um homem que estava a frente de seu tempo e conseguiu reunir e sintetizar
toda a fé cristã em um único livro, que é o de Romanos, no entanto, depois de suas cartas, que
hoje são Escritura, a maior contribuição de Paulo foi o seu exemplo de abnegação e
determinação, coisa que os missionário de hoje precisam resgatar em suas vidas a as igrejas
formarem pessoas assim.
2 A IGREJA COMO QUARTEL GENERAL

O autor Ataídes, traz no seu livro um assunto muito interessante sobre missões. Em sua
narrativa consta que o primeiro investimento em uma obra missionária é a oração, é preciso
orar para obter sucesso na obra missionária, e que os demais investimentos são:

1- O ser humano disponível;


2- Recursos financeiros;
3- O aprendizado para ir.

A igreja, portanto como Quartel General, deve recrutar soldados espirituais para esta
batalha, segundo Ataídes, a igreja é a corda que tira o missionário do fundo do poço, a igreja
como agência que envia, precisa trazer estudos sobre como fazer missões nos dias atuais, isto,
devido à preocupação da modernidade e do contexto social dos dias de hoje. Observa-se que
nos tempos da Igreja Primitiva ainda não tinha sido canonizada a Bíblia Sagrada, hoje, em
pleno século XXI, tem-se a Bíblia em vários idiomas, de certa forma melhorou para se trazer
um estudo sobre missões baseado na Bíblia. Nota-se ainda que hoje precisa que a igreja
promova estudos bíblicos e através disso incentivar pessoas a se candidatar para a vaga
missionária.

Um dos fatores abordado sem muita ênfase pelo autor é sobre os recursos financeiros,
não que ele, no entendimento do presente autor, não considerasse importante, mas porque
acredita que o Autor maior da obra é Deus, ele é quem dá o sustendo e providencia os meios
de enviar os seus chamados. O próprio Jesus disse: “As portas do inferno não prevalecerão
sobre ela”.

Isto explica porque a igreja se mantém hoje, viva e gloriosa. Os recursos sempre virão,
quando a igreja orar com o objetivo de enviar missionários para a seara, o dono da seara
enviará alguém para contribuir, porque nestes casos a providência é como nos tempos de
Igreja Primitiva,ela é divina, é como o autor Ataídes disse: “A oração é o segredo do sucesso
missionário”.

Um texto bíblico muito apropriado para o ensinamento missionário é Mateus 28. 19,20
que diz:
Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores,
batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e
ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem disto: eu
estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos. (Nova Tradução na
Linguagem de Hoje).

Nesse texto o Senhor Jesus Cristo ordenou aos discípulos que fossem e fizessem
“discípulos” (seguidores) de “todas as nações” (universalidade da mensagem) e os ensinassem
(instruíssem os novos convertidos).

Este texto deixa bem claro a ordenança do Mestre, antes de enviar alguém para uma
determinada obra, é preciso que esta pessoa passe por um aprendizado, o que o autor está
orientando é que a igreja precisa investir em estudo, isto é, observar cultura, costumes de um
outro país, línguas; se a igreja quer mandar um missionário para o Japão, é preciso que ele
venha a aprender japonês, só assim o missionário terá como desenvolver um trabalho
missionário naquele país.

Fator importante de comentário é a observação do autor do livro “A Vocação


Missionária da Igreja “ destaca-se a igreja do Senhor Jesus Cristo tem uma sublime missão,
que é a vocação missionária, encontra-se em Atos dos Apóstolos a narrativa da origem do
cristianismo e de seu progresso desde Jerusalém, capital do judaísmo até Roma a capital do
Império que leva o mesmo nome.

O escritor sagrado á um relatório rico do início e da continuidade do cristianismo


primitivo, começando em Jerusalém e terminado com o ministério de Paulo em Roma, por
volta do ano 65 d. C.

Ataídes relata também importantes dicas de um bom preparo de missionários nos


tempos da Igreja Primitiva, foram feitos trabalhos de preparação missionária, muitos dos
judeus falavam vários idiomas, porém tinham culturas para serem aprendidas. Observa-se
hoje mais de dois mil anos que a cultura é outra, os problemas lingüísticos são os mesmos, a
igreja que tem como prioridade as missões, tem que se munir de professores de vários
idiomas, preparando missionários para serem enviados para outros países.

Nota-se que o autor aborda outros aspectos de preparo, o apoio missionário, espiritual, o
missionário só alcançará seus objetivos se houver uma retaguarda de oração contínua por ele;
e o apoio moral é muito importante para o missionário que está no campo. Ele se sente
incentivado para continuar o trabalho por mais difícil que seja. Quanto ao apoio financeiro,
não tem como o missionário fazer um bom trabalho, se ele não estiver sendo bem assistido
financeiramente, percebe-se, pelo comentário do referido autor acima, que, a igreja por mais
pequena que seja, através das suas orações, ela, com certeza, estará investindo o seu melhor
para a obra missionária.

Se missões está no coração de Deus, e, a oração, toca, no coração dele, imagina-se o


tamanho do investimento que não quererá fazer, mesmo as igrejas pequenas, na obra
missionária.
3 A RESPEITO DOS NÃO ALCANÇADOS PELAS MISSÕES

Aos que ainda não ouviram, este é o título que foi colocado pelos autores: Russel
Shedd, Edison Queiroz e José Wellington da Costa.

Palestra do Congresso Brasileiro de Missões – Caxambu 1993, organizado por Bertil


Ekstrom da editora SEPAL.

Nestes comentários, o de Russel Shedd é bem enfático no seu propósito de, na verdade,
estar dando uma aula de como a igreja deve proceder, para estar, enviando missionários na
procura dos não alcançados, nestes comentários, nota-se três aspectos importantes:

1- Promover congressos específicos para missões;


2- Campanha para arrecadar fundos para missões;
3- A convocação dos vocacionados para a obra missionária.

É claramente observável que em 1993 o objetivo do palestrante Shedd, no Congresso


Brasileiro de Missões – Caxambu, era chamar a atenção dos ouvintes da palavra para o
investimento na obra missionária, e que a igreja é o órgão receptor desses recursos e que estes
recursos serão investidos no preparo dos missionários que serão enviados na busca dos não
alcançados, definição de povos não alcançados, pode ser um país, pode ser uma aldeia
indígena, que nunca ouviram a Palavra do Evangelho; observa-se nos relatos do escritor, que
para levar a Palavra a estes povos, é preciso, aprender em primeiro lugar o seu idioma,
segundo passo, é aprender sobre sua cultura, seus usos e costumes, e, para se obter estes
aprendizados, precisam de investimentos em materiais didáticos e disponibilidade do obreiro
em aprender antes de ser enviado, consta também de bons professores neste preparo. O
palestrantes está orientando de como chegar a estes povos sem correr o risco do objetivo não
ser alcançado pelos missionários enviados pela igreja.

3.1 Campanhas para arrecadar fundos.

Nota-se que o palestrante Shedd, está, em primeiro lugar, relatando e explicando a dificuldade
que a igreja está tendo devido ao pouco investimento na obra missionária, porém incentiva a
todos participarem, quando diz que é preciso 15 mil brasileiros para o envio de um
missionário, o palestrante Shedd convoca o povo a fazer voto de que a metade do dinheiro
arrecadado irá para sustentar missionários que já estão na seara, nota-se que além dos gastos
que a igreja tem no preparo de missionários, tem a responsabilidade de cuidar dos que estão
trabalhando na obra missionária. O autor procura mostrar aos ouvintes, fatos importantes que
estão na Bíblia, na tentativa de sensibilizar o povo para uma responsabilidade que o mestre
deixou, (I Jo. 2. 28), só há duas possibilidades: ou se estará lá com um enorme sorriso nos
lábios, ou, constrangido, diante do Missionário de todos os missionários, ou seja, diante do
Mestre Jesus Cristo.

Shedd ainda abre um parêntese para falar da obra do missiólogo Henry Boer em que se
destaca seu livro sobre pentecostes e missões, observa-se que em 1993 havia uma grande
preocupação em enviar missionários para outros países como o Alasca, descendo toda a
América do Norte, América Central, mais, astecas, todas aquelas tribos chegando até os
guaranis e tantas outras tribos; a Patagônia, África, Ásia e em todas as partes do mundo, como
também China, Nepal, os hindus, Índia, entre outros povos não alcançados. Já em 1993 existia
crentes no Afeganistão, no Nepal. Nota-se que passaram 17 anos, e que o autor Boer dá um
rico ensinamento para os dias de hoje. A igreja precisa estar mais estruturada para fazer
missões transculturais, investindo em obreiros, e dar continuidade nos trabalhos missionários
já iniciado nos anos anteriores, como foi no Congresso Brasileiro Missionário – Caxambu.
4 ALGUNS MOVIMENTOS DE MISSÕES

De acordo algumas pesquisas realizadas por este trabalho, nascia em 1980 um grande
movimento missionário em Camboriú – SC, e começou numa pequena igreja de apenas 200
cristãos, esta igreja fixou um alvo a ser alcançado, enviar missionários. A princípio relata o
escritor que a igreja uniu os seus membros para sustentar uma missionária na Argentina.
Nota-se, posteriormente, que o crescimento foi tanto, já envolvendo os estados do Paraná,
São Paulo, Rio de Janeiro, os mineiros, os gaúchos, etc. Hoje em Camboriú é realizado o
maior congresso missionário pentecostal do mundo. Nota-se daí que hoje o objetivo do
movimento missionário não é mais só a Argentina, mas sim o mundo inteiro.

Pode-se ver hoje claramente que o Congresso Nacional de Missões tem como parceiros
na obra, cantores da música gospel nacional, pregadores, todos estão unidos na busca de
recursos para enviar mais missionários, edificar templos, creches para as crianças órfãs das
guerras no continente africano e para cuidar dos missionários que estão na seara.

O escritor está orientando que missões é feita com a participação de todos, observa-se
na ilustração (anexo) que são várias as oportunidades de fazer missões, sendo elas financeiras,
ou seja, a famosa contribuição em dinheiro, ou objetos, como materiais didáticos que ajudam
no ensino da Palavra de Deus, nota-se que a igreja por mais pequena que seja, pode estar
enviando para os estados onde a idolatria predomina e a feitiçaria ainda insistem na mentira.
Essa é uma escola preparatória de missionários a serem enviados para outros países onde o
império de Satanás domina as pessoas, estes missionários precisam conhecer as estratégias do
inimigo onde ele é mais atuante para que os missionários criem estratégias de resgate de
almas que estão aprisionadas pelo inimigo. (MORIM).

Observa-se em uma revista de aula dominical de 1966 que, embora esteja contida nas
lições o ide de pregar o evangelho a todas as criaturas, não é desenvolvido um trabalho
missionário dentro e nem fora da igreja. A revista trás um grande ensinamento doutrinário,
não menciona a questão dos povos não alcançados, nota-se que é mencionado Atos 1. 8, neste
texto se encontra o Mestre dizendo: “Vão pelo mundo inteiro, seja cada um missionário,
levando a boa notícia do Reino de Deus”.

Vê-se que do ano de 1966 até os anos de 2010, os movimentos missionários cresceram
substancialmente, devido à divulgação da necessidade de se fazer missão, em 1966 os
missionários viviam encarcerados dentro dos templos, eram soldados dentro do quartel
general, sem preparo físico e psicológico para uma batalha, hoje as igrejas tomaram uma
posição de quartel general, tendo como comandante o Senhor Jesus Cristo. Nota-se, que,
graças a Deus as igrejas tomaram esta atitude de enviar missionários para a batalha, isto tem
se resultado em muitas almas sendo salvas. (CONDE).

Observando o livro do pastor José Fernandes, que o primeiro investimento em missões,


é o tempo de oração, este é o primeiro investimento, que é espiritual, segundo investimento é
a contribuição com os recursos financeiros, terceiro é o investimento em envio, ou seja, indo
fazer missões. Nota-se no comentário do Pr. Fernandes três aspectos para a igreja investir são:

1- Intercessões por missões;


2- Angariar fundos para a obra missionária;
3- Fazendo missões.

4.1 Intercessões por missões.

Observa-se que a igreja tem a tarefa suprema de interceder pelos missionários que estão
campo missionário. A igreja é a corda e o missionário está no fundo do poço, a igreja tem que
ter cultos específicos de intercessão missionária, para tirar missionário do fundo do poço, que,
segundo o autor, são as dificuldades que o missionário encontra no começo de um trabalho
evangelístico em um estado ou município onde o descrédito predomina a maioria da
população, estas dificuldades torna-se o fundo do poço para o missionário, a tradição religiosa
para alguns, segundo o escritor torna-se em uma resistência para a pregação do Reino de
Deus, eis porque é necessário a igreja estar em constante oração pelos missionários enviados.

4.2 Angariar fundos.

Nota-se que nos últimos anos a igreja tem elaborado projetos missionários e apresentado
para os irmãos, e os mesmos tem contribuído com a obra missionária, o Pr. Fernandes indo
buscar recursos através da conferência missionária como em Campo Grande-MS em 1995, o
congresso de missões em Santa Catarina, enfim, estes são exemplos do trabalho da igreja e
conseqüentemente dos líderes de igrejas, ou seja, os pastores, nestes encontros missionários,
pessoas contribuem com a obra, porque sabe da necessidade de enviar missionários para o
Brasil e fora também.

4.3 Algumas situações do envio.


Nota-se que o pastor Fernandes foi enviado para outro país da idolatria na Bolívia, lá as
pessoas chegam ao ponto de adorarem cobras, sapos e até mesmo a própria imagem do diabo.
Observa-se no comentário do mesmo que para ser enviado, o missionário ou o soldado
espiritual tem que estar preparado psicológica e espiritualmente, além, é claro, de se ter que
assisti-lo dignamente de acordo com suas reais necessidades, isto para não se abortar missões
por conta de falta de recursos financeiros.

O pastor Fernandes realizou muitos trabalhos em outros países como: Cordilheira dos
Andes, Noruega, Cochabamba, na Bolívia, na fronteira com o Chile, e, nestes países foram
desenvolvidos trabalhos sociais com as crianças, foi enfocado a libertação, distribuição de
alimentos, além de um trabalho muito necessário, que foi a conscientização espiritual com os
descendentes dos incas.

Esta grande obras só foi possível devido ao empenho de muitos missionários,


contribuintes, intercessores, e, toda uma gama de estruturação que envolveu muita gente nos
bastidores.
5 NÃO SE PODE MAIS ESPERAR

Um dos grandes problemas que se encontram nestes tempos de modernidade na igreja, é


a ênfase dada ao capitalismo, onde o conforto é exaltado e muita gente ao se deparar sendo
tocada neste conforto, não suporta a pressão e deixam Deus de lado, pois está em voga os
movimentos neo-pentecostais dizendo que ser abençoado e ter, se esquecendo de que Jó era
homem justo, e, no entanto, sofreu uma das maiores provações que a Bíblia registrou, e,
mesmo assim, o próprio Deus deu testemunho de sua fidelidade.

Neste contexto de conforto, muitos tem se esquecido do verdadeiro propósito de Deus


com relação ao mundo, e, como se deve colocar nas lista das prioridades as coisas com
relação ás investidas da igreja. Deus, quando começar a mexer no conforto de algumas
pessoas, muitos vão mostrar seus corações avarentos e despreocupados como evangelho.

Esperar não pode mais acontecer isso, até mesmo porque quantas vidas estão dando o
seu melhor para o diabo, aquilo que mais gostam, porque estão profundamente enganadas,
cegadas, e, os que são luz precisam esclarecer a mente das pessoas, o próprio Jesus disse:
“Vós sois a luz do mundo.” (Mt. 5.14), mas, esta luz tem que ser útil, não pode ficar
escondida.

A demora no envio e no compromisso com as missões podem acarretar danos que serão
irreparáveis, em um relato sobre missões, Cordeiro, comentando sobre um casal de
missionários que estavam no rio Ganges na Índia, quando viram um mulher jogar seu único
filho dentro do rio fedorento e sujo como sacrifício a um deus indiano, e, pregando para
aquela mãe, e, ela reconhecendo Jesus como seu Senhor e Salvador, Cordeiro conclui o relato
desta maneira:

Se vocês tivessem vindo a algumas horas antes, para me falar sobre Jesus e o amor
de Deus, o meu filho não estaria morto. Eu ainda o teria comigo em meus braços!!!
O que você faria se fosse um dos missionários que presenciou aquela cena
inusitada? Qual seria a sua resposta à aquela jovem e triste mãe? De quem é a culpa,
quando tanta gente morre sem conhecer a Cristo?
Cenas como essa estão se repetindo diariamente no mundo. Pessoas que vivem
debaixo do jugo do diabo e clamam pelo evangelho. Pessoas que precisam apenas de
alguém que vá até elas para lhes falar do amor de Deus. Pessoas que não sabem para
onde ir, que necessitam de ajuda espiritual e ser alcançadas pela graça de Deus
através da sua igreja. (CORDEIRO)
Toda a ignorância com o assunto, tem levado muitas vidas a perderem o que mais
tinham de preciosas nesta terra, às vezes, como no caso deste relato acima, como esta mulher
que perdeu um ente querido porque não tinha tido o esclarecimento um pouco antes, esta
questão devia mexer com o ego aflorado de muitos, e, admitir que toda a arrogância contida
dentro de um cristão que desconhece ou desmerece o assunto missões, não tem parte na visão
do grande Mestre Jesus, pois ele era e, permanece sendo, um grande sedento por almas, Jesus
gostava tanto de fazer a obra de Deus que recusava até a comida, conforme escrito em João
capítulo 4, versículos 34, 35; 38:

Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me


enviou e realizar a sua obra. Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa?
Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a
ceifa. Eu vos enviei para ceifar o que não semeastes; outros trabalharam, e vós
entrastes no seu trabalho.

Nestes contexto não há como negar a importância que Jesus dedicava ao evangelho, ele
não dispensava tempo e nem oportunidade. Sempre estava preocupado em fazer a obra de
Deus.

No mesmo capítulo quatro de João, observa-se Jesus cansado de uma viagem, e, mesmo
estando exausto, com fome e provavelmente debaixo de um calor causticante, não recusou
ministrar para uma mulher samaritana, que haja visto, não tinha nada que ver, em termos de
relacionamento, com Jesus, que era judeu, havia um ódio e uma contenda acirrada entre os
samaritanos e os judeus, confusão esta que era de longa data, Jesus quebra aquela barreira
preconceituosa e começa a falar da sua missão, Jesus não perde tempo, vai direto ao ponto:

Chegou, pois, a uma cidade samaritana, chamada Sicar, perto das terras que Jacó
dera a seu filho José. Estava ali a fonte de Jacó. Cansado da viagem, assentara-se
Jesus junto à fonte, por volta da hora sexta. Nisto veio uma mulher samaritana tirar
água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber. Então, lhe disse a mulher samaritana: Como,
sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus
não se dão com os samaritanos)? Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus
e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. (Jo.
4. 5,6; 8-10).
Ninguém pode fugir deste chamado, desta responsabilidade, Jesus deu o exemplo em
primeiro lugar, não dando atenção às diferenças que muitos julgam como barreiras, e como
desculpas para se adiar o processo de evangelização globalizado, isto mesmo, globalizado, o
mundo pensa em termos de diminuir as fronteiras, e, muitos, vêem nisso a ação, por exemplo,
dos planos do anti-cristo, no entanto, ninguém pensa que esta permissão de Deus também é
um chamado para que se aproveite esta oportunidade e faça desta facilidade a hora de
ingressar nas missões transculturais.

No relato daquela mãe, por exemplo, aquele foi só mais um, no entanto quantos não
estão desesperados por uma solução graciosa para os seus problemas e dilemas e não
encontram nas religiões falidas uma resposta convincente para a vida presente e de uma
perspectiva futura, ou seja do outro lado da vida terrena.

Não se pode fazer mais vistas grossas, Jesus não faz pouco caso quando alguém chama
ou clama por ele, por que os filhos do Reino de Deus deveriam fazê-lo? Na verdade qualquer
pessoa que se diz servo do Altíssimo quer mais do nunca ver o nome do Mestre o mais longe
possível. Por isso é de se concordar com Cordeiro:

Quando pensamos em missões, pesa sobre nós uma grande responsabilidade e


privilégio de sermos co-participantes com Cristo na ação redentora da humanidade.
Privilégio tal, que nem os anjos poderiam desfrutar, pois foi conferido apenas aos
embaixadores de Cristo na terra. Você e eu! (CORDEIRO).

Embora deve-se reconhecer que não é assim tão simples fazer missões, pois o trabalho
falou das dificuldades e dos planos pré que devem existir antes de enviar missionários, no
entanto, não se pode negar, inclusive de acordo com a Palavra de Deus que missões, pregar o
evangelho, é um privilégio, e, não um peso.

Quando Jesus recruta, ele quer ver respostas rápidas, o que se observa de acordo com a
Bíblia, é que Jesus quando saiu chamando os seus discípulos, todos, estavam fazendo alguma
atividade, e, quando aqueles discípulos ouviram a voz do Mestre, não ficaram pensando se
iam ou não, mas foram e fizeram acontecer na obra de Deus, de todos que o Senhor Jesus
Cristo chamou 11, juntamente com mais 1, o excelente missionário Paulo, se tornaram as
colunas da Igreja Primitiva, e, fizeram o que o Senhor esperava que fizessem assim que foram
chamados, não ficaram esperando o tempo passar.
É bem verdade que primeiro se deve alcançar Jerusalém, ou seja onde os servos de Deus
estão situados, onde a igreja local está atuando, no entanto não se pode dizer que a
responsabilidade de alcançar a tal Jerusalém, é, via de regra, mais importante do que o
restante da missão de pregar nos outros lugares, muitos tem se preocupado demais somente
com o local de sua igreja, o que não deixa ser importante, no entanto, Samaria e os confins da
terra estão esperando respostas, nisto , muito feliz foi Cordeiro a afirmar:

Ele disse que a nossa responsabilidade de alcançar Jerusalém é a mesma que temos
para atingir os confins da terra. Por isso ele usou os termos “ tanto - como”. Que
quer dizer que o trabalho deve ser desenvolvido simultaneamente. Isto é, tanto no
bairro onde eu moro, como nas montanhas geladas do Tibete. Tanto em Contagem,
cidade onde moro, como nas aldeias indígenas. Tanto em Minas Gerais, estado onde
eu moro, como na Arábia Saudita. Tanto no Brasil, país onde eu moro, como na
América, África, Europa, Ásia, Oceania, ou em qualquer outro lugar do mundo onde
existem pessoas que precisam ouvir sobre as Boas Novas de Salvação. A
responsabilidade é a mesma e esta foi dada a igreja. O trabalho deve ser feito ao
mesmo tempo. (CORDEIRO)

Ou seja, a força tarefa para o evangelismo deve ser tomado em várias frentes, talvez, por
algumas limitações, deva-se reconhecer que algumas igrejas não tem condições de
empreender de modo grandioso tal tarefa, no entanto podem se juntar e fazer com que toda a
força tarefa de missões seja empreendida com eficácia e com o tempo esperado pelo Pai.

Outra consideração também importante sobre este assunto pode ser feita com relação ao
fato de que, se o local onde a igreja está já é bem evangelizado, então, não parando de insistir
com o bairro da igreja, deve no entanto partir para, e rápido, outros campos, de preferência
longe da zona de conforto.

A missão é igualmente importante em todo lugar, pois aqui na terra a igreja é somente,
quando se refere à estrutura física como templos, creches, etc., denominação, a verdadeira
Igreja é o conjunto de pessoas que estão se ajuntando debaixo da mesma bandeira, ou seja, a
bandeira de Jesus Cristo.

Não podemos fechar os olhos e fingir que nada está acontecendo! Pelo contrário,
devemos mantê-los bem abertos para detectarmos os lugares mais carentes e vazios
da Palavra Deus para podermos nos mobilizar e alcançá-los com o evangelho.
Precisamos entender que: para fazermos missões não existem fronteiras que possam
nos impedir de cumprirmos o ide de Jesus, na realidade a maior fronteira que precisa
ser quebrada é a do nosso coração, e essa fronteira atrapalha muito o desempenho da
obra. (CORDEIRO)

Como Cordeiro comentou, é mesmo uma coisa impressionante, o coração é sim, quando
endurecido, uma barreira difícil de se transpor, especialmente porque o homem é de tendência
egoísta e não quer se importar com o próximo se não for por meio da ação do Espírito Santo.

Quanto mais se faz missões, mais o coração de Deus se alegra, mais ele vê sua missão
sendo cumprida e sendo satisfeita, o alimento que Jesus mais gostava era missões e, que o
Senhor possa fazer sua igreja sentir gosto por este prato maravilho, ou seja, ganhar almas para
o Reino do Messias.

Pelo o que se observa nos dia de hoje, são as vistas grossas que alguns tem feito com
relação ao tema: missões, isto porque não estão dando a devida atenção à Palavra de Deus e
não se quer mais, os cristãos, saírem de sua zona de conforto, e, o que é pior, não querem
contribuir com quem se dispõe a fazer esta tarefa, não colocando as mãos no bolso para
abençoar a obra missionária.

Talvez os dízimos que alguns dão á igreja, já acham que estão fazendo o suficiente, no
entanto, o que mais impressiona é que as missões são feitas encima de esforços extras, não se
pode tirar dos dízimos da igreja, tudo o que se precisa, as ofertas alçadas neste sentido, ou
seja, no sentido de fazer missões são necessárias até mesmo para demonstrar que a pessoa tem
amor pelo ide de Jesus.

Muitos no entanto não querem contribuir agora, mas o tempo de contribuir se chama
hoje, hoje é que estão morrendo muitas pessoas por falta de incentivo de muitos que podem e
deviam contribuir consideravelmente com missões, o tempo não espera, neste segundo,
quantos não estão morrendo sem o devido conhecimento de Cristo por conta do egoísmo das
pessoas que só se preocupam com a sua salvação e pronto.

Não se pode questionar a Deus neste sentido, ele tem a soberania de decidir sobre todas
as questões e deseja que o engajamento seja universal por parte não só da igreja mas de todas
as pessoas.

Muitos parecem questionar porque fazer missões, no caso do Brasil, por exemplo,
alguns podem objetar que a responsabilidade de evangelizar é de quem está mais próximo, no
entanto, a responsabilidade é do mundo todo, e, que Deus possa fazer com que as igrejas do
mundo todo entendam a urgência de se fazer missões.

Segundo PACKER:

O Criador nos disse que ele, ao mesmo tempo, é um Senhor soberano e um Juiz
justo, e isso deveria ser suficiente para nós. Por que é que hesitamos tanto em aceitar
a sua palavra? Será que não somos capazes de confiar no que ele diz? Não temos
razão nenhuma para ficar surpresos ao encontrar mistérios deste tipo na Palavra de
Deus. Pois o Criador é incompreensível para as suas criaturas. Um Deus que nós
pudéssemos entender de forma exaustiva e cuja revelação de si mesmo não nos
confrontasse com algum tipo de mistério, seria um Deus à imagem e semelhança do
homem e, por isso mesmo, seria um Deus imaginário, mas de modo algum o Deus
da Bíblia. (PACKER, 2002, pg. 21).

Não se pode explicar o que Deus é exaustivamente, muitos tem tentado agir como se
Deus não estivesse importando, não entende o ide do Senhor, querendo dar explicações das
mais variadas e se esconder nas supostas impossibilidades, não sabendo no entanto que muito
tristemente observa Jesus, pois ele quer mais do que nunca as missões andando para a frente,
vendo o povo dele envolvido arduamente neste compromisso.

Muitos não tem tido a opção nem mesmo de escolherem entre o bem o mal de modo
correto ou sob uma perspectiva ampla do que é o mal e do é o certo, pois não lhes foi
resplandecido ainda a luz do evangelho, isto porque não tem quem está indo pregar, não tem
quem está indo fazer a vontade do Pai, chamando as pessoas ao arrependimento, as pessoas
tem agido de acordo os padrões humanos, uns porque realmente não querem mesmo servir a
Deus, estão envolvidos de tal modo com sua vida mesquinha e maldosa que não estão nem aí
para o evangelho, no entanto, outros não tem tido mesmo a oportunidade de fazê-lo, por que?
Porque não tem tido quem as ensine o verdadeiro caminho. Assim, Whyte foi mesmo feliz
quando comentou:

O homem, sendo uma criatura com livre arbítrio, se defronta com dois opostos: bem
e mal. Estes são sempre ao redor do homem. Ele tem que tomar esta decisão a cada
dia. Há muito tempo, Josué desafiou o Povo Santo dizendo:"... escolhei hoje a
quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do
Eufrates, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Eu e a minha casa
serviremos ao Senhor.” (Josué 24.15). (WHYTE, 1973, pg. 6)
A igreja precisa fazer com que a opção de escolher o bem, ou seja, Jesus Cristo, seja
dada a este mundo. A igreja não tem o direito de privá-los desta opção. Isto é tão sério, que o
próprio Jesus disse que as pessoas que não avisarem as pessoas sobre o que virá no fim, e
sobre Deus, irão responder pelo sangue das pessoas.

Que a igreja desperte, e desperte urgente!


6 HOMENS PREPARADOS, PORÉM SIMPLIFICANDO A MENSAGEM

Um fator que tem sido desconsiderado, é, o caso de que tem-se que preparar os
missionários, e, é verdade, tem mesmo, no entanto, este preparo, diga-se, pelo menos o
intelectual, não pode influenciar de tal modo a dificultar a transmissão da Palavra. Tem-se, na
verdade, é que simplificar a mensagem a fim de fazer dela uma coisa fácil de se entender,
profunda, porém compreensível a todos independente de instrução e classe.

Nos mais variados tipos de situações em que se vive no dia-a-dia, o ser humano vai se
deparar com pessoas que são muito cultas e uma quantidade razoavelmente grande que não
tem tanta instrução acadêmica, pelo menos, e, isto, leva-se a crer que a mensagem do
evangelho não pode ser ministrada de forma a dificultar o entendimento, é verdade que neste
trabalho muito se enfatizou a respeito do preparo dos missionários, no entanto o entendimento
do evangelho tem que ser facilitado, senão, os propósitos de se ministrar eficazmente a
Palavra de Deus não vão ser alcançados.

Pensando, em certos sentidos, sobre isso, Pollock comentou:

Nos dois anos seguintes à execução de Jesus, a cidade santa se enchera daqueles que
acreditavam que Jesus ressurgira dentre os mortos. A maioria era pobre e humilde.
Muitos viviam em grupos comuns e todos partilhavam os seus recursos. Quando os
discípulos de fala grega reclamaram que suas viúvas estavam sendo negligenciadas,
Estêvão e seis outros foram escolhidos para fazer a distribuição rotineira .
(POLLOCK)

Neste contexto, que aborda até mesmo questões sociais, estavam pessoas de todo tipo,
havia pessoas instruídas, como fariseus que haviam se convertido, caso por exemplo de José
de Arimatéia e de Nicodemos, havia até mesmo sacerdotes, pessoas de muita instrução na
época da Igreja Primitiva: “Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o
número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé.” (At. 6.7), foi uma
revolução muito grande na fé dos judeus, no entanto, de acordo o texto que foi citado de
Pollock, havia também pessoas que não tinham tanto instrução assim, no entanto estavam lá,
até mesmo porque estes eram pessoas que compunham a esmagadora maioria da população da
época, ou seja, pessoas que não tinham um avançado estudo secular. Imagina-se então que os
apóstolos tinham sempre que ministrar com profundidade, para atingir aqueles que na verdade
se consideravam muito conhecedores, no entanto tinham que colocar a Palavra de Deus em
um nível de compreensão que fosse comum a todos, senão alguma classes seriam
privilegiadas e outras não, tanto é verdade, que na questão social, estavam havendo
discussões sobre a distribuição de alimentos, daí, concluí-se, que mesmo os crentes daquela
época teriam enfrentado dificuldades se a mensagem do evangelho não tivesse sido
transmitida de modo bem prático e sem subterfúgios que dificultassem a compreensão.

Tinham pessoas que estavam pensando de modo diferente, inclusive pelo fato de haver
tanta diferença neste aspecto em particular, ou seja, o lado intelectual, a formação “estudantil”
da época entre aqueles primeiros crentes.

Por exemplo, quando se trata de Paulo, que era instruído nada mais e nada menos do
que por Gamaliel, grande mestre da época do apóstolo. Segundo Pollock, havia uma certa
diferença de pensamentos e ás vezes alguns observava sem entender o mistério da ministração
que era feita por pessoas, diga-se, até certo ponto por pessoas leigas:

Quando Estêvão pregava Paulo não podia deixar de perceber o abismo entre eles:
Estêvão sempre levava as Escrituras na direção de Jesus de Nazaré como libertador
ou Messias (ou Cristo, quando Estêvão usava a palavra grega), a quem todos os
judeus aguardavam. Além disso, provava a sua mensagem citando a evidência de
testemunhas oculares. Por mais incrível que parecesse, o cadáver tinha voltado à
vida e saído do sepulcro. Eles haviam falado com Jesus em lugares diferentes nas
seis semanas que se seguiram à sua execução. Estêvão não dizia ser testemunha
ocular, mas tinha certeza de que Jesus estava vivo e afirmava tê-lo visto.
(POLLOCK).

Este mistério era difícil de entender especialmente pelo fato de que pensava-se naquela
época sobre uma elitização dos “conhecedores da Palavra”, no entanto Deus faz de maneira
que surpreende com os que não são para confundir os que são.

A igreja precisava expandir ao máximo antes de alcançar outros lugares, lugares dos
mais diversos estavam esperando a sua hora chegar, e talvez, a indagação que se podia fazer
era: “Que tipo de palavra seria ministrada e que tipo de pessoas fariam isso?

É especialmente importante, quando se toca nesta pergunta, uma vez que Jesus escolheu
doze homens, homens que estavam em atividade, mas, no entanto, pressupõe, não eram
qualificados, para ser sincero, acredita-se, até mesmo que eram homens, que para a referida
missão eram desqualificados. No entanto a tal escolha tinha seus propósitos, e era, para entre
tantos motivos, surpreender aquele povo, pois, Deus estaria assim provando que pessoas
simples do dia-a-dia seriam seus mensageiros, até mesmo porque na época de Jesus, e
posteriormente quando o apóstolo Paulo saía a pregar entre os gentios, estava em voga um
intelectualismo, tinha até mesmo os tais atenienses que segundo está em Atos dos Apóstolos,
não se ocupavam de outra coisa, senão das novidades que estavam correndo na cidade, eram
filósofos preocupados com discutir idéias.

Então, Paulo foi surpreendido, mesmo sabendo do seu conhecimento vasto, Deus lhe
interrompe, na sua empreitada de perseguir a igreja para lhe mostrar que ele não sabia de
muita coisa, embora iria ser de alguma maneira útil o conhecimento agregado de Paulo, Jesus
ensinou coisas ao apóstolo que o levou a entender o que era aquele conhecimento adquirido
“aos pés de Gamaliel”. (At. 22. 3).

Assim, Pollock comenta:

A pregação não era o propósito primário de Paulo. Ele foi à Arábia para aprender —
com o Cristo ressurreto. Assim como ele dizia ter visto o Senhor na estrada de
Damasco, da mesma forma ele dizia ter aprendido diretamente com ele: "o mistério
me foi dado a conhecer através de revelação", e jamais cessou de se maravilhar de
que Deus, para esse fim, tivesse escolhido um ex-perseguidor, menor que o menor
de todos os santos. Não foi meramente uma questão de ouvir uma voz, quer lhe
falasse ao coração quer à mente, mas uma intensa aplicação mental. A vontade e as
emoções haviam sido capturadas por Cristo na estrada de Damasco. Na Arábia,
também os pensamentos de Paulo foram apreendidos. (POLLOCK).

Em todo este contexto, o próprio Paulo chegou a comentar da sua origem e do


conhecimento que tinha adquirido, desta forma:

Bem que eu poderia confiar também na carne. Se qualquer outro pensa que pode
confiar na carne, eu ainda mais: circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel,
da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu, quanto ao zelo,
perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível. Mas o que, para
mim, era lucro, isto considerei perda perda por causa de Cristo. (Fp. 3. 4-7).

Então percebe-se, pelo contexto desta carta, que haviam sim, pessoas na igreja, alguns
mestres do ensino, querendo se valer da confiança na carne para dizer que eram legítimos e/ou
mais elevados que os outros, se os demais não se acomodassem aos moldes instruídos por
eles, não seriam, no entendimento de alguns, aptos.

Deste modo o apóstolo Paulo diz que se para confiar numa maneira culta de ministrar o
evangelho, ele estava muito mais apto do muitas pessoas, no entanto o interesse dele, depois
que passou a ter essa nova visão das coisas, era o de simplificar o evangelho para as pessoas,
e isto é tanto verdade, que este apóstolo foi o responsável, sob a supervisão divina, em
sintetizar toda a fé cristã de modo claro e objetivo onde de uma criança a um adulto, todos
podem compreender a essência do cristianismo.

O estilo de simplificar de Paulo era muito interessante, inclusive entrando em questões


de aculturamento, este apóstolo se valia muito destas coisas para, com eficácia, ganhar as
pessoas para Cristo, ele não queria dificultar, mas sim, simplificar e aproveitar as
oportunidades que tinha o máximo possível. Ele até mesmo nas atitudes estava fazendo de
tudo para simplificar o evangelho, até mesmo no modo de vida, o interessante, é que ele não
mais estava pensando em termos de intelecto, de formalidades para transmitir o evangelho,
senão veja:

Nesse caso, qual é o meu galardão? É que, evangelizando, proponha, de graça, o


evangelho, para não me valer do direito que ele me dá. Porque, sendo livre de todos,
fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível. Procedi, para
com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o
regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem debaixo
da lei, embora não esteja eu debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse,
não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que
vivem fora do regime da lei. Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar
os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar
alguns. (I Co. 9. 18-22).

Como então questionar os meios? Muitas das vezes alguns acham que o padrão de
preparação é para poder passar a Palavra de modo difícil, intelectual, mas não é, esta
preparação é para o conhecimento, é para não ficar em maus lençóis quando for inquirido
sobre a razão da fé: “...estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir
razão da esperança que há em vós.” (I Pe. 3. 15), mas não para dificultar, até mesmo porque
Jesus, por exemplo, usavam de muitos recursos corriqueiros do dia-a-dia para ministrar a sua
mensagem, para que fosse aplicado seus ensinos com o máximo de eficácia possível, pois
com estes fatos corriqueiros, o povo entenderia melhor o conteúdo de sua mensagem, não
dependendo de muitos esforços para sintetizar aquilo que estavam absorvendo do Senhor
Jesus.

Em todo estes fatos, ficam então evidentes que não se pode fazer da mensagem da
Palavra de Deus algo difícil de entender, mas o ministro de Deus precisa entender e fazer
acontecer o mais claramente possível.
CONCLUSÃO

Ninguém pode mais questionar, depois de tudo o que foi comentado neste trabalho, que
missões estão mesmo no coração de Deus, ele deseja ver o seu nome o mais alto e difundido
possível, para que, por ocasião de sua volta, muitos sejam salvos e não só isso, para que
muitos tenha chance clara de escolherem entre o bem e o mal, entre servir a Deus ou a Baal
(diabo).

Não se pode então levar a vida sem considerar as milhões de almas sedentas pelo
evangelho e que tem perecido sem nunca jamais ter ouvido falar do amor de Jesus Cristo. Não
se pode privar mais o mundo desta maravilhosa graça, é função de todo cristão se preocupar
com missões.
REFERÊNCIAS

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CONDE, Emílio. Lições Bíblicas Para Adultos. Julho a Dezembro de 1966. CPAD.

CORDEIRO, Wal (Diretor Intercessão&Eventos – JOCUM). Missões Sem Fronteiras: Como


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<http://www.adoracao.com>. Acesso em 16 abr. 2010.

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MORIM, Ivanoro. Revista Vida Missionária. Edição: 38. Abril a Junho. Ano 13.

PACKER, J.I. A Evangelização e a Soberania de Deus. 1.a Edição: 2002. Ed. Cultura Cristã.

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ISBN: 85-311-0117-4.

WHYTE, H. A. Maxwell. Desfazendo os Laços do Diabo. 1.o Edição: 1973. Dynamus


Editorial.

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