You are on page 1of 2

Período 

Pré-Socrático

Este período é assim chamado porque desenvolveu temáticas diferentes daquelas inaugurada
pela "mosca de Atenas". É também é chamado de período Cosmológico. Os pensadores
deste período são de várias cidades ou das colônias gregas. Nenhum era de Atenas.

A preocupação dos pensadores deste período é encontrar uma explicação racional e


sistemática (uma cosmologia) para o mundo (o cosmo), que substituísse a
antiga cosmogonia (explicação mítica).

E um dos primeiros pensadores de que se tem registro é da cidade de Mileto. Daí seu nome:
Tales de Mileto (623/546 aC). Foram seus concidadãos e contemporâneos: Anaximandro
(610/547 aC) e Anaxímenes (588/524 aC). Para estes pensadores o mundo era constituído a
partir de determinados elementos.

O que sabemos de Tales vem principalmente de Aristóteles, que diz: "a maior parte dos
filósofos antigos concebia somente princípios materiais como origem de todas as coisas. (...).
Tales, o criador de semelhante filosofia, diz que a água é o princípio de todas as coisas"
(Aristóteles, apud, Bornheim, [198?], p. 23 ) Tales, além de ser considerado Pai da Filosofia,
deixou valiosas contribuições para o desenvolvimento da matemática e da geometria.

Anaximandro, discípulos de Tales, afirmava que o princípio (Arché) de tudo era o ÁPEIRON
(ilimitado). "Todas as coisas se dissipam onde tiveram sua gênese; pois pagam umas às outras
castigo e espiação pela injustiça, conforme a determinação do tempo" (apud Bornheim, [198?],
p. 24).

Anaxímenes, seu sucessor, discordava, dizendo que a origem de todas as coisas é o ar:


"assim como nossa alma, que é ar, nos mantém unidos, da mesma maneira o vento envolve
todo o mundo" (apud Bornheim, [198?], p. 28).

Outros pré-socráticos foram: Pitágoras (570/490 aC) que nasceu na ilha de Samos e afirmava


que as coisas são constituídas de Números. A esse pensador se devem importantes
contribuições à matemática e geometria. É indiscutível a atualidade de seu teorema, afirmando
que a "soma do quadrado dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa"

Por sua vez Heráclito de Éfeso (504aC) dizia que tudo está em movimento e as realidades se
manifestam pelos seus contrários. "O frio torna-se quente, o quente frio, o úmido seco e o seco
úmido". "A doença torna a saúde agradável; o mal, o bem; a fome, a saciedade; a fadiga, o
repouso". "Não se entra duas vezes no mesmo rio. Dispersa-se e reúne-se; avança e se retira"

Parmênides de Eléa (500 aC?) irá fazer uma afirmação exatamente oposta e dirá que o ser é
eterno, dirá que o "ser é e o não ser não é". Mostra os "únicos caminhos de investigação
cabíveis. O primeiro diz que o ser é e o não-ser não é; este é o caminho da convicção, pois
conduz à verdade.[...]. Pois não podes conhecer aquilo que não é – isto é impossível –, nem
expressa-lo em palavras" Com isso inaugura o princípio lógico da "não contradição" que foi
desenvolvido mais tarde por Aristóteles.

Demócrito foi o criador da teoria Atomista, segundo a qual o mundo é composto de partículas


indivisíveis, os átomos que se misturam ao acaso, dando origem a cada uma das realidades.
Afirma a inacessibilidade à verdade ao dizer que "no entanto, ver-se-á bem que não se pode
chegar a saber o que cada coisa realmente é". Afirma também que "o homem é um
microcosmo".

Conhece-se, além desses, outros pensadores, também chamados de pré-socráticos. É o caso


de Zenão de Eléia para discutir o problema do conhecimento e do movimento, propõe vários
paradoxos como o da tartaruga, do arqueiro. Ele diz que "o que se move está sempre no
mesmo agora". Já Empédocles falava de quatro elementos: ar, fogo, terra, água e que o
princípio de todas as coisas é a luta dos contrários (amor x ódio). Leucipodiz que "nada deriva
do acaso, mas tudo de uma razão e sob a necessidade". Cada um desses pensadores deu sua
contribuição para o desenvolvimento humano. Hoje seu pensamento pode nos parecer
ultrapassado ou coisa corriqueira. Entretanto, não importa como os vejamos, ultrapassado ou
simplórios, o fato é que muito do que temos devemos a eles. Seu mérito é, em tempos
remotíssimos, ter dado o pontapé inicial.

REFERÊNCIAS

BORNHEIM, Gerd A. (org) Os filósofos pré-socráticos São Paulo: Cultrix. [198?]

GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. São Paulo: Cia. das Letras, 1998

MONDIN. Batista. Curso de Filosofia (v 1). São Paulo: Paulinas, 1982

REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia. (v 1) São Paulo: Paulinas, 1990

You might also like