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Rio do Sul
2007
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................
2.4 Devolução........................................................................................................
2.5 Intervenção......................................................................................................
3.5 Anamnese.........................................................................................................
4 INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS...........................................................
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................
“O exercício da psicopedagogia não é para quem quer; é, sobretudo, para quem pode.
Não basta o domínio teórico, já que seu exercício é metateórico e supõe, por parte do
profissional, uma percepção refinadamente seletiva e crítica.”
Para tanto, recorremos aos pressupostos teóricos dos seguintes autores: Capovilla,
Vitor da Fonseca, Maria Lúcia Weiss, Jorge Visca, Alicia Fernández entre outros mais.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Tratando o sintoma como desvio de aprendizagem, é necessário que o foco não esteja
somente no sujeito, mas também nas suas relações com o seu grupo social, instituição
e objeto de aprendizagem.
3. Entrevista de Anamnese.
5. Entrevista com a escola para levantar dados sobre sua vida escolar.
6. Síntese diagnóstica
Essas etapas podem ser modificadas quanto a sua seqüência, e maneira de aplicá-
las, nesse caso, utilizamos essa seqüência por ser a mais favorável em nosso caso
específico.
2.4 Devolução
2.5.Intervenção
(...) dificuldades de aprendizagem refere-se não a um único distúrbio, mas uma ampla
gama de problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico.
Raramente, elas podem ser atribuídas a uma única causa: muitos aspectos diferentes
podem prejudicar o funcionamento cerebral, e os problemas psicológicos destas
crianças freqüentemente são complicados, até certo ponto por seus ambientes
domésticos e escolares (SMITH, 2001, p. 15).
• Disgrafia: Falta de habilidade motora para transpor através da escrita o que captou
no plano visual ou mental, a criança apresenta lentidão no traçado e letras ilegíveis.
De acordo com Negrine (1980), uma das aprendizagens escolares básicas devem ser
os exercícios psicomotores e sua evolução é determinante para a aprendizagem da
escrita e da leitura. Outros estudos reafirmam a importância do desenvolvimento
psicomotor para as aprendizagens escolares e destacam a necessidade de desde o
ensino pré-escolar serem oferecidas atividades motoras direcionadas ao
fortalecimento e consolidação das funções psicomotoras, fundamentais para o êxito
nas atividades da leitura e escrita como apontados por Furtado (1998), Nina (1999),
Cunha (1990), Oliveira (1992) e Petry (1988).
Para Ajuriaguerra (1988), a escrita é uma atividade que obedece a exigências precisas
de estruturação espacial, pois a criança deve compor sinais orientados e reunidos de
acordo com normas, a sucessão faz destes sinais palavras e frases, tornando a escrita
uma atividade espaço-temporal. Para Fonseca (1995), um objeto situado a
determinada distância e direção são percebidas porque as experiências anteriores da
criança levam-na a analisar as percepções visuais que lhe permitem tocar o objeto. É
dessas percepções que resultam as noções de distância e orientação de um objeto
com relação a outro, a partir das quais as crianças começam a transpor as noções
gerais a um plano mais reduzido, que será de extrema importância quando na fase do
grafismo. Fonseca (1983) destaca que na aprendizagem da leitura e da escrita a
criança deverá obedecer ao tempo de sucessão das letras, dos sons e das palavras,
fato este que destaca a influência da estruturação temporal para a adaptação escolar
e para a aprendizagem.
• Rimas e aliterações
• Consciência de palavras
• Consciência silábica
• Consciência fonêmica
Rima e Aliterações
Consciência de palavras
Déficit nesta habilidade pode levar a erros na escrita do tipo aglutinações de palavras
e separações inadequadas. Embora esses erros sejam comuns no processo inicial de
aquisição da escrita, como por exemplo, escrever: OGATO (aglutinação) ou SABO
NETE (separação), a persistência destes tipos de erros pode ser motivada por uma
dificuldade de consciência sintática. Esta habilidade implica numa capacidade de
análise e síntese auditiva da frase.
Consciência da sílaba
Atividades como contar o número de sílabas; dizer qual é a sílaba inicial, medial ou
final de uma determinada palavra; subtrair uma sílaba das palavras, formando novos
vocábulos, são dependentes esta subhabilidade da consciência fonológica.
Consciência fonêmica
Atividades como dizer quais ou quantos fonemas formam uma palavra; descobrir qual
a palavra está sendo dita por outra pessoa unindo os fonemas por ela emitidos; formar
um novo vocábulo subtraindo o fonema inicial da palavra (por exemplo, omitindo o
fonema /k/ da palavra CASA, forma-se a palavra ASA), são exemplos em que se utiliza
a consciência fonêmica.
Como referido anteriormente, muitas pesquisas apontam que grande parte das
dificuldades das crianças na leitura e escrita está relacionada com problemas na
consciência fonológica. Partindo desta afirmação podemos derivar algumas
implicações educacionais.
“D esta com dez anos e nove meses e não sabe ler. Seu problema é que mão
conhece bem as letras e, portanto, não entende o que lê.”
D esta cursando a quarta série do ensino fundamental, não existindo grandes desvios
entre sua idade cronológica e a série escolar.
Numa outra oportunidade, reunimos os pais e a criança, onde verificamos que o nível
econômico-social e o nível de escolaridade da família é muito baixo. Que a criança foi
criada pela avó, pois a mãe, separada do marido, voltou para a casa dos pais.
A avó relata que tem muita esperança que a neta aprenda a ler e escrever, no entanto
o avô comenta: “É difícil, isso ai não dá para nada...”, até o visinho que chegou na
casa na hora em que lá estávamos comentou: “É um absurdo uma professora ter uma
aluna na 4ª série que não sabe ler, e não faz nada por ela”
A família ficou muito contente com a oportunidade e falam sempre que esperam que a
intervenção de certo e D aprenda a ler.
• folhas pautadas
• apontador
• caneta
• borracha
• régua
• livros
• revistas
• cola
• tesoura
• sucata
• Jogos
• lápis de cor
Data:10/09/2007
RELATO DA EOCA
T- Gostaria que você mostrasse que sabe fazer, o que te ensinaram e o que aprendeu.
Use este material, se precisar para mostrar-me o que você sabe fazer, do que lhe
ensinaram e o que aprendeu.
D- Ler.
D- Posso desenhar?
T- Pode. Pegou uma folha de papel ofício, régua, lápis preto e borracha e começou a
desenhar.
T- Iniciou seu desenho fazendo margens na folha. Depois desenhou uma casa, uma
árvore e um sol.
T- Apagou por diversas vezes a copa da árvore, pois fazia movimentos circulares e
não gostou, finalizando com um desenho de coração.
D- Português. Porque tenho que ler muitos textos e às vezes eles são grandes.
D- Minha mãe me ajuda a decorar os textos. Outro dia ela fez isso comigo.
D- A minha família.
D- Porque está cheia de amor. Esqueci de fazer o fundo da casa e foi minha irmã que
me ensinou a desenhar casas.
T- E o sol?
T- E a árvore?
T- E o coração?
D- Significa amor.
D- Sim. Gosto de dar amor para a minha mãe e pro meus amigos.
D- Para ficar bonito. A minha professora de Artes me ensinou a fazer e disse que
temos que pintar e não pode sair da linha.
T- Qual foi?
T- Por quê?
D- Antes o meu apelido era Débora Seco e depois Débora Molhado. Os piás e que
colocaram.
T- O que te ensinaram?
D- Posso usar. Pegou uma revista, uma folha de ofício, cola e tesoura.
T- Ficou folheando a revista com muita calma, parecia estar procurando algo.
T- Você sabia que é desse jeito que as vendedoras cortam os tecidos nas lojas.
D- Ah!
D- Pegou a foto e disse que era de um velhinho. Sabia que os velhotes têm
importância?
D- Agora eu vou colar. Testou o tubo de cola para ver se não estava entupido.
D- Idosos.
T- Pediu para que eu soletrasse a palavra idosos. Soletrei a palavra bem devagar. Ela
escreveu a seguinte frase: CUTAR TOS ITOSIS.
T- Aprendi em Ciências sobre higiene. Pegou uma gravura de uma mulher arrumando
os cabelos.
D- Contas de mais.
T- Debora pegou uma folha amarela e desenhou o sinal de divisão. E armou a conta:
5340 03
T- O que mais?
T- Pode. Fez um coração e colocou o meu nome dentro, só que pediu ajuda para
escrever.
CONCLUSÃO:
1)Nível pedagógico:
-Na escrita, troca as letras: d/t, m/n, p/b, o/u, a/e. Tem facilidade na compreensão da
letra cursiva e de imprensa, já no script encontra dificuldades.
A menina tem compreensão desse fato, porque nos relatou que se soubesse ler
direito, já estaria na 5ª série e não na 4ª série.
2)Hipóteses:
-Etiologia emocional.
-Insucesso escolar.
4)Linhas de Investigação:
-Avaliação Pedagógica.
FAZ DEVERES NATURALMENTE? Sim. Quando a mãe vai ensinar acha que já sabe
tudo.
FAZ DEVERES EM ETAPAS? Sim COMO? Tem preguiça, faz a metade das tarefas
num dia e deixa o resto para outra hora. RECLAMA DOS DEVERES? Às vezes.
ESCONDE OS DEVERES PARA FICAR LIVRE? Sim. A mãe quando sabe que a
menina não realiza as atividades a coloca de castigo.
LÊ ENUNCIADO? Não.
COMO VOCÊ VÊ A LEITURA DO SEU FILHO? Não dá para entender o que a Debora
lê.
9. HISTÓRICO:
-3ª série: Trocou de escola e de cidade. Alegou que escreviam com letra cursiva e a
menina não entendia nada. Reprovada.
-3ª série: Continuou com dificuldades na leitura e escrita, porém foi aprovada.
-4ª série: Continua com dificuldades na leitura e na escrita no que repercute em outras
matérias.
10. DIFICULDADES
PERCEBIDAS PELA FAMÍLIA: A mãe reclama que a filha não sabe ler corretamente e
quando realiza uma leitura não entende o que a filha lê. Relata também que a menina
faz trocas de letras e que isso ela também o fazia na mesma idade que a filha se
encontra. A mãe e a família têm grandes esperanças que a menina consiga aprender
a ler corretamente.
A mãe foi chamada por diversas vezes na escola pelo fato de Débora ter grandes
dificuldades na leitura e na escrita. Sempre foi a escola quando solicitada, mas não
nos informou o que realizaram com a menina para sanar o problema.
Segundo Oliveira (2005) são muitos os aspectos que podem ser descobertos na
escola: superproteção ou desinteresse dos pais, crianças que apresentam falta de
limites, agressividade, falta de atenção e concentração, timidez excessiva, falta de
iniciativa e criatividade, relacionamentos conturbados com seus companheiros.
Conclusão:
Na escrita do diálogo pode-se constatar que não obedece regras de pontuação, mas
demosntra saber da utilização das letras maúsculas no início de frases. Omite,
transpõe e acrescenta letras e utiliza a letra R como curinga quando não sabe que
letra escrever. Demonstra ter em algumas vezes tem noção de início, meio e fim na
estruturação textual.
Conclusão:
Procedimento:
-Débora leu a palavra COLA e não associou primeiramente a figura bola. (erro)
-Debora leu corretamente FIGUEIRA e também leu a imagem como árvore. (acerto)
4-Imagem: um urso de brinquedo. Texto: brinquedo (cursiva):
-Débora realizou a leitura correta GUARDA e disse que a figura era de um guarda da
polícia. (acerto)
-Leitura correta.
2-Imagem: uma rã entre ramos e flores. Texto: A rãzinha saiu a passeio (cursiva, em
duas linhas).
3-Imagem: uma linha ilha, plantas e animais. (O Sol no céu e peixes na água). Texto:
Raul rema no rio (imprensa minúscula).
-Leu corretamente.
4-Imagem: um cachorro correndo, atrás dela tem algumas latas. Texto: O cachorro
corre (imprensa maiúscula).
-Leu corretamente.
Conclusão:
Dentro da leitura realiza várias tentativas de leitura de modo silabado e realiza jogo
com as palavras com quando faz a relação fonema e grafema ou vice-versa.
1º palavra polissílaba.
2º palavra trissílaba
3º palavra dissílaba
4º palavra monossílaba
OBS: Utiliza-se primeiramente uma palavra polissílaba para que não haja barreiras na
espontaneidade da escrita da criança. As palavras devem ser do mesmo grupo
semântico, com a finalidade de que a criança possa se localizar dentro de um
contexto.
Aplicação do Teste
(acerto)
CARACOL CARACOU
PEIXE PEIXE
BOI DOI
3º Frase ditada:
Conclusão do Teste:
Nível de desenvolvimento da escrita: silábico- alfabético.
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Nome: Debora
II – MOTIVO DE ENCAMINHAMENTO
Contato telefônico;
IV – INFORME AVALIATIVO
Mostra-se reticente e insegura. Espera aprovação de todos para realizar tarefas, não
realizando dessa maneira investimentos pessoais nas situações de desafio e por,
provavelmente, desconhecer as suas potencialidades.
Não se articula melhor nos seus relacionamentos, principalmente com os seus colegas
de escola, por um processo de auto defesa. Faz-se necessário também uma
estimulação com relação a sua auto-estima, pois este aspecto está bem evidenciado
na fala de todos os personagens que compõe o seu ambiente social.
Quanto aos testes de leitura e escrita é pertinente ressaltar que Debora tem
deficiências na noção de consciência fonológica, baixo desempenho na relação
fonema/grafema.
Atenciosamente,
___________________ ______________________
4 INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS
4.1. 1ª SESSÃO:
-Música suave.
Atividades:
Ao final da música, peça para o paciente abrir os olhos e olhar para a folha de papel
em branco. A seguir desenhar na folha o que imaginou durante a música. Após o
termino de o desenho interromper a música e pedir para o paciente falar sobre seu
desenho e escrever uma frase relativa ao seu desenho.
-Expor o alfabeto para o paciente e solicitar que diga o nome das letras. Pedir que ele
observasse o som e o traçado de cada uma das letras. Solicitar que identifique as
consoantes com traçados semelhantes (b/d, p/g, m/n, p/q, b/p, h/k, v/u, y/v).
“Identificar Figuras” usando o jogo Loto Leitura. Distribuir cartelas para o paciente e ele
deverá identificar as figuras e escrever seu nome.
“Jogo da Memória com que Letra Começa?” usando o jogo Memória. Distribuir as
letras sobre a mesa, com as imagens voltadas para cima. Os cartões com as figuras
devem ser embaralhados, e colocados em uma pilha com as imagens voltadas para
baixo. O paciente vai retirando cada cartão e fazer associação desta figura com a letra
inicial referente ao nome desta figura.
RELATO DA SESSÃO Nº 01
Utilizamos a música pelos inúmeros benefícios que ela pode trazer para o paciente
numa sessão psicopedagógica.
Este estilo musical engloba a preocupação com o meio ambiente, o respeito pela
natureza, e, sobretudo a expansão da consciência humana. Essa nova tendência
musical reúne passado e futuro, integrando sons tão variados como mantras indianos,
percussão africana, instrumentos japoneses e sons acústicos produzidos por
sintetizadores.
Suave e harmônica, a música New Age trabalha com grandes extensões melódicas.
Os efeitos que ela produz são em geral relaxantes e inspiradores, atuando de forma a
expandir a alma do ouvinte.
A música não substitui o restante da educação, ela tem como função atingir o ser
humano em sua totalidade. A educação tem como meta desenvolver em cada
indivíduo toda a perfeição de que é capaz. Porém, sem a utilização da música não é
possível atingir a esta meta, pois nenhuma outra atividade consegue levar o indivíduo
a agir. A música atinge a motricidade e a sensorialidade por meio do ritmo e do som, e
por meio da melodia, atinge a afetividade.
Isso acontece por que as fibras nervosas convertem o som captado em estimulo
nervoso propriamente dito. Influenciando, através do sistema nervoso, nosso humor e
comportamento liberando adrenalina e ou dopamina entre outras químicas no
organismo.
Quando a música terminou pedi a ela que fosse abrindo seus olhos, espreguiçando
seu corpo e que colocasse no papel todas as suas sensações em relação a música.
Debora iniciou se desenho no canto superior direito, no qual fez um lago, depois
desenhou montanhas, árvore, uma figura feminina, outra masculina, uma criança e o
sol.
Questionei quanto ao seu desenho, perguntando o que significava para ela cada forma
desenhada. Ela me respondeu que ouviu primeiramente a música e a primeira coisa
que distinguiu foi o som de água. Viu muito verde e depois a minha figura (terapeuta)
que estava dançando com ela.
Pedimos a ela que observasse o traçado de cada uma das letras e que também
relacionasse as diferenças. Foi observado que no momento que Debora foi mais
estimulada, ela sentiu desconfortável com a situação e solicitou que desejava ir ao
banheiro.
Sentimos que com o retorno dela para o laboratório, devíamos deixá-la mais a solta e
então propomos a ela a jogar um jogo da memória “Com que letra começa?”.
Fizemos uma pilha com as cartas com as figuras e espalhamos as cartas que
continham as letras pela mesa com as faces voltadas para cima, para melhor
visualização. O jogador devia pegar uma carta que continha a figura, falar o seu nome
e procurar a sua letra inicial em cima da mesa e depois colocá-la no seu lado. Ela
realizou o jogo com excelente desenvoltura, nomeando as figuras e relacionando as
suas letras iniciais rapidamente, porém nas figuras que inicia com a letra “T” ela
encontrou dificuldades.
4.2. 2ª SESSÃO:
Material:
-Alfabeto.
-Texto Maria
-Folhas em branco.
-Lápis diversos.
-Espelho.
Atividades:
-Colocar sobre a mesa uma cópia do alfabeto, tanto em letra maiúscula quanto em
letra minúscula, ao paciente;
-Ler o alfabeto apresentado em letras: cursiva e script, dizendo o nome das letras e
seu respectivo som.
-Levar o paciente a repetir o som de cada letra na frente do espelho. Nesse ponto
fazê-lo perceber a entonação de voz, o mexer dos lábios.
-Dar um texto para o paciente ler em voz alta. A partir de o texto trabalhar as letras
fazendo correspondência com cores:
O paciente deverá assinalar todas as palavras com [m] e [n], utilizando as cores
correspondentes:
-Faça um ponto embaixo de cada uma das letras da palavra selecionada no texto;
Ex: M a r i a
●●●●●
-Em seguida falar o nome, letra por letra da palavra, chegando sempre ao vocábulo:
MARIA
a)M A é igual a: MA
(EME) (a)
RI
b) M A é igual a Ma
R I é igual a Ri
RELATO DA SESSÂO Nº 02
Mostramos para ela todas as letras do alfabeto, que estavam distribuídas em cartelas.
Essas cartelas continham cada letra do alfabeto nas suas formas maiúsculas e
minúsculas, com letra script e cursiva.
Perguntamos o nome de cada uma delas, sendo uma letra de cada vez. Em sua leitura
de identificação, foi observado que a paciente apresenta dificuldades na diferenciação
tanto da sonorização: v/f, t/d, s/z, e m/n, quanto da grafia as seguintes letras: m/n, b/d,
p/q.
Fomos até em frente do espelho, articular os sons de cada uma das letras do alfabeto
vistas anteriormente. Solicitei que observasse como se articulava cada letra, e como
se posicionava a língua nas diferentes partes da boca de sua boca ao articular o som
de cada uma delas. Ela achou muito engraçada esse exercício e por diversas vezes
ficou treinando os sons, fazendo diversas caretas.
Apresentei para ela um texto com trinta palavras e sugeri a ela que fizesse a leitura
desse texto em voz alta. Debora leu pausadamente e de modo silábico. Pedi então
que ela me contasse o que havia entendido do texto. Demorou algum tempo para
responder, demonstrava que não havia entendido o texto e mais uma vez a induzi a ler
novamente o texto é pela segunda vez conseguiu relatar a mensagem do texto.
A partir desse mesmo texto, iniciamos um trabalho com as letras “M” e “N”. O exercício
constava que ela deveria grifar no texto com cores diferentes as palavras com as
letras solicitadas. Ela parou e observou as palavras por algum tempo e depois grifou
como o combinado. Dei-lhe uma folha em branco e pedi que a dividisse ao meio e que
retirassem do texto as palavras grifadas, mas separando na coluna de palavras com
“M’ e palavras com “N”. Nesse exercício pode-se constatar que mesmo a paciente
tendo as palavras para visualizar na hora da transcrição das mesmas houve erros
ortográficos.
No passo seguinte deveria escolher uma palavra. Ela escolheu a palavra “MARIA” a
partir dessa escolha foi realizada pela paciente a contagem de letras, separação de
sílabas, separação e união dos vocábulos. A mesma seguiu a proposta sem
dificuldades, porém quando lhe foi dado uma folha para pintar os caracteres de “M” e
“N”, ela acabou se atrapalhando, essa observação foi realizada pela própria paciente.
Através dessa sessão percebemos que a paciente pode ter uma desordem na questão
de sua lateralização, porque essa questão fica bem evidenciada nas trocas em que
realizou nos registros dos exercícios propostos como o caso do m-n em sílaba direta
(consoante + vogal), devido a semelhanças na zona de articulação nasal e no traçado
das letras.
4.3. 3ª SESSÃO:
Material:
-Músicas New Age
-Quadro branco;
Atividades:
-Colocar música ambiente estilo New Age para que o paciente possa se tranqüilizar.
-Solicitar que o paciente faça três respirações profundas par dar início as atividades da
terapia.
-Software Alfabetização Fônica, relação grafema e fonema das consoantes “f” e “v”;
●Família silábica;
●Leitura de palavras;
RELATO DA SESSÃO Nº 03
Debora estava mais desprendida e quis mostrar que sabia correr e dançar. Perguntou-
nos quando iríamos realizar atividades de corrida, eu lhe respondi que logo faríamos
atividades ao ar livre.
Ela chegou bem curiosa na sala e verificou que havia livros novos na sala e me
perguntou por que eu estava comparando tantos materiais novos. Respondi que eram
materiais para enriquecer as nossas sessões.
Dirigimo-nos até o computador. Debora ficou olhando curiosa para todos os lados.
Demonstrou que já sabia realizar o som das consoantes e percebeu que as duas
consoantes, que o som passava pelos seus dentes na parte superior da sua boca.
Na palavra “NUVEM”, foi substituída a letra “m” por “u” e a palavra “NADOU” o “l” pelo
“u”.
No primeiro momento as respostas foram corretas, porém quando foi mudada a sua
posição, ela se atrapalhou.
4.4. 4ª SESSÃO:
Material:
-Espaço amplo.
-Letras diversas.
-Setas de Eva.
-Figuras de seqüência lógica.
Atividades:
●Trabalhar o passo básico de dois para um lado e logo dois para o outro, incorporando
o movimento básico cadenciado particular. As partes do corpo, que são nomeadas,
mexem-nas do jeito que cada um quiser.
Desenvolvimento:
●Peça ao paciente para ficar de pé. Manuseie uma seta e explique que o ele deve
acompanhá-la com o corpo, andando na direção que a seta apontar. Aponte-a:
►Siga em frente engatinhando. Vá até o outro envelope e escreva uma palavra com
as consoantes encontradas;
►Agora de três pulos grandes para a esquerda. Abra o envelope. Que consoantes
você encontrou? Então imite o som de cada uma delas.
►Agora retorne sem esbarrar nas setas. Sente-se na mesa amarela. Descanse um
pouco e respire profundamente por três vezes.
Agora abara o envelope que está em baixo da mesa. Abara-o. Você encontrou 04
quadrinhos. Monte a seqüência correta e conte oralmente a história que você acabou
de montar.
-Seguir as instruções do livro “guia do usuário” atividades 2.11.1 até 2.11.8, págs: 61 a
64.
-Seguir as instruções do livro “guia do usuário” atividades 2.13.1 até 2.13.7, págs: 65 a
67.
RELATO DA SESSÃO Nº 04
A nossa sessão foi muito empolgante, porque iniciamos com uma música da Bia
Bedran. Essa música intitulada “Desengonçada” estimula a criança a desenvolver a
noção corporal, exercita a lateralidade e promove o prazer em aprender através do
lúdico.
Como foi visto, o lúdico deve ser aproveitado em todas as atividades que promovam
aprendizagem, cooperando desta forma, para que as sessões psicopedagógicas não
se tornem algo maçante e desgastante para a criança.
Portanto, através de atividades que utilizem a música como recurso de aprendizagem,
possibilitem a criança a ter compreensão melhor do mundo que o cerca, de expressar-
se, de usar da criatividade para enfrentar situações antigas e novas em sua vida,
oferecer ainda o lazer e a cultura à que todos os indivíduos têm o direito. Tudo isso de
maneira agradável e que realmente desperte no aprendente o interesse na
aprendizagem, fortalecendo dessa maneira o seu desenvolvimento intelectual,
cognitivo e social.
Dançamos junta, essa música. Debora estava bem solta, com ritmo e até inventou
alguns passos. A música fala de acordar as partes do corpo, começando com as mãos
até chegar aos pés. Trabalha os dois lados do corpo, onde nesse ponto a paciente se
atrapalhou em identificar direito-esquerda.
Com o término da música, amarrei uma fita vermelha no pulso direito e uma verde no
pulso esquerdo da paciente. Dei alguns comandos para que a paciente executasse
tais como: O que está do seu lado direito? A sua frente? Do seu lado esquerdo? O que
tem atrás de você? Mesmo que tinham sido trabalhadas anteriormente estas questões,
a paciente continuou tendo dúvidas em relação às direções.
Na terceira parte do circuito deveria dar três pulos grandes até o próximo envelope e
produzir o som das consoantes encontradas “V” e “F”. D. Soube vencer essa prova.
Na quarta parte deveria seguir em frente, rastejando até encontrar uma mesa amarela.
Quando ela chegou nesse ponto, solicitei que realizasse três respirações profundas
para acalmar e que procurasse o último desafio. Essa última continha peças de
madeira que montando seqüencialmente, formava uma história. D. Olhou para as
peças primeiramente, arrumou, trocou de lugar, até que chegou a uma conclusão. O
seu relato oral da história foi empobrecido. Ela se deteve a relatar de forma simples o
que estava vendo. Podemos sentir a falta de vontade em realizar produções que
envolvam a leitura e escrita. Foi lhe pedido também que registrasse essa história. D.
Por diversas vezes me consultou para saber como era a ortografia correta de algumas
palavras.
Material:
-Espaço amplo.
-Caixa de papelão.
-História de Piratas.
-Garrafa peti.
Atividades:
-Caça ao tesouro.
Pistas:
Agora, você irá iniciar uma caçada ao tesouro. Para isso, você deverá procurar
algumas pistas e solucionar alguns problemas para atingir o seu objetivo.
Boa Sorte!
●Caminhe para a direita. Vá até um local onde se lava roupa. Lá você encontrará a
segunda pista.
●A próxima pista está escondida num local onde tem muita água.
●Procure uma caixa de pizza. A caixa está num lugar onde os carros ficam
estacionados. Lá você encontrará a quarta pista.
Agora, suba as escadas e vá até a nossa sala. Lá você encontrará a quinta pista.
●Procure uma garrafa que está escondida perto de um banco, lá está escrito onde
está escondido o tesouro.
RELATO DA SESSÃO Nº 05
D chegou para a sessão bem eufórica, toda hora perguntava que horas que iríamos
iniciar as atividades. Fiz um pouco de suspense, porque desejava que ela ficasse bem
estimulada para realizar o “Caça ao tesouro”.
Como terapeuta estava também aminada com a expectativa de que D conseguisse ler
as todas as pistas e ficasse motivada para encontrar o tesouro.
A brincadeira simbólica vem sendo utilizada na área clínica, principalmente pela escola
psicanalítica, há vários anos. No trabalho de consultório, quer em psicologia clínica,
quer em psicopedagogia, muitas crianças são atendidas através do lúdico. “O brincar
se dá no espaço potencial e é sempre uma experiência criativa, na continuidade
espaço-tempo, uma forma básica de viver” (WINNICOTT, 1993, p. 45).
Iniciamos essa atividade com a contação da história de piratas. Ela ouviu atentamente
toda a história.
Solicitei que ela retornasse ao local de início e que fizesse a leitura novamente da
pista, dessa vez com mais calma. Dessa vez ela encontrou o caminho correto,
achando a segunda pista.
D leu todas as pistas. A sua leitura ainda continua lenta de modo silábico-alfabético.
Percebe-se que ela está começando a interpretar o que lê e descobriu que para
realizar uma leitura com sucesso, deve ter calma. A própria paciente relatou esse fato.
A última pista encontrava-se escrita dentro de uma garrafa peti com água. A palavra
era “CORREIO”. Ela por diversas vezes me pediu auxílio para realizar a leitura dessa
palavra alegando não saber ler palavras com “RR”.
Conversei com ela, para que esforçasse para realizar a leitura, porque ela sozinha que
teria que descobrir a palavra. Ficou por algum tempo soletrando letra por letra até que
conseguiu ler a palavra por inteiro. Ela me perguntou:
-Correio? Expliquei-lhe que seria o local onde se colocam as cartas. Ela rapidamente
foi em direção a caixa do correio e achou o tesouro.
O tesouro era um livro. Esse foi colocado propositalmente, para que ela pudesse
entender que as informações escritas servem para a nossa vida e que a que a leitura e
a escrita são têm uma função social.
Nesta atividade “Caça ao tesouro” houve uma combinação do jogo de regras com o
jogo simbólico. Esta atividade deixa claro o quanto o jogo desperta na criança o
interesse por aprender, num clima educativo que a leva a pensar, agir, sentir,
construir, numa atmosfera de confiança e otimismo, onde nenhum momento ela
boceja, entendia-se ou se dispersa.
A paciente nos relatou que está muito feliz porque sua mãe lhe deu um álbum do seu
conjunto musical preferido e que nesse mesmo dia brincou com ela e a lhe ajudou nas
tarefas escolares.
4.6. 6ª SESSÃO:
Material:
-Espaço amplo.
Atividades:
●O terapeuta convida o paciente para ficar disposto no centro da sala. Todos devem
estar parados e equilibrados. Colocar uma música suave e pedir para que o paciente
se concentre na respiração.
Agora peça que o paciente imagine o seu corpo solto nesta música e metalize a
suavidade dos movimentos. Gradativamente, coloque o seu corpo em movimento pela
sala no ritmo da música.
●O terapeuta deve criar dificuldades, trocando a música sem que o paciente pare,
adaptando-se ao novo ritmo e com movimentos laterais, de costas, etc..
-Como jogar:
●Cada jogador na sua vez, de olhos fechados colocará o dedo indicador sobre a Roda
Das Letras e fará um giro.
●Onde parar, será dado à indicação da letra.
●Combinar antes com o paciente o tipo de palavras que irão dizer começadas com a
letra indicada pelo dedo: nome de pessoas, animais, objetos, frutas, alimentos, nome
de cidades e etc.
●Na sua vez de jogar, cada um deverá dizer o maior número de palavras com a letra
indicada.
●Registrar numa folha o número de palavras que cada jogador falar na sua vez de
jogar.
●Ao final, somar os pontos de cada jogada para saber quem é o vencedor.
●Material gráfico. Solicitar ao paciente que observe bem as figuras e solicitar que
complete o lado da figura que não está desenhado.
RELATO DA SESSÃO Nº 06
Para essa atividade fizemos uma seleção musical que foi composta de: música
instrumental, samba, música estilo Axé, Fank, MPB e finalizando com música estilo
New Age.
A correlação entre movimento e ritmo, citada por Camargo (1994) é que "O movimento
também é considerado como alteração que vive o corpo, continuamente, presente nos
mais diversos segmentos do espaço. Característica essencial de todo ser vivo, animal
ou vegetal, o movimento está subordinado às leis de ordem cíclica e ao ritmo." (p.67)
"O movimento, com todas as suas implicações físicas, emocionais e mentais, é um
fenômeno dotado de organização, que se evidencia no espaço, no tempo e sob
determinado ritmo."(p.69).
Fui a conduzindo a relaxar todas as partes do seu corpo. D não apresentou resistência
a essa técnica e logo, demonstrava relaxamento. Fui conversando com ela para que
colocasse através de sua respiração todas as suas ansiedades para fora, se libertando
e se abrindo para novas possibilidades. Quando terminou a música, pedi que abrisse
os olhos e fosse alongando seus membros (espreguiçando) para dar continuidade a
nossa sessão.
D relatou que estava se sentindo muito bem depois do relaxamento e que a atividade
com a troca dos ritmos da música a levou a ficar um pouco cansada.
Demos prosseguimento em nossa sessão utilizando o jogo “Roda das Letras”. Esse
jogo possibilita o conhecimento de novas palavras, tão importante no processo de
alfabetização. No caso de D ele foi utilizado para que a paciente aprendesse de forma
lúdica nova palavras e como são constituídas.
Giramos a roleta e a primeira letra foi a “I”. D não conseguiu lembrar-se de palavras
iniciadas com essa letra para as categorias objetos, animais, frutas e alimento. Ela
durante o jogo apresentou dificuldades em lembrar-se de palavras, o que também
demonstra falta de leitura e ampliação do vocabulário. O tempo todo ela ficou nos
observando e reparou na rapidez em que escrevíamos as palavras e que tínhamos
escrito mais palavras do que ela.
Outra proposta realizada com D foi um exercício de simetria. Pedi a D que observasse
com atenção como estavam desenhadas as figuras da casa e da menina. Explicamos
para ela que após observação criteriosa, ela deveria completar o desenho ao lado
igual a figura exemplo.
D realizou o trabalho com certa pressa, pode-se observar através de seus registros
que ela não prestou atenção no primeiro desenho da casa, e nem na direção em a
fumaça da chaminé estava se direcionando. Outro detalhe foi o tracejado da porta de
terceira casa, ela não obedeceu as suas curvas, isso demonstra falta de percepção
visual, quesito necessário também na aprendizagem da grafia das letras.
4.7. 7ª SESSÃO:
Objetivos:
Material:
-Bacias.
-Farinha de trigo.
-Água.
-Gelatina líquida.
Atividades:
-Karaokê
RELATO DA SESSÃO Nº 07
Com o objetivo de que D pudesse fixar as letras do alfabeto de uma forma lúdica,
utilizamos a massa de modelar caseira com essa finalidade.
Segundo FISCHER (2005) é estratégico que conteúdos venham no embalo dos jogos
e da brincadeira, pois dessa forma, o conteúdo também fará parte do jogo, ou seja, ao
pintar nos dedos as letras do alfabeto, estará ao mesmo tempo, brincando e
aprendendo o alfabeto.
Fomos para a cozinha e colocamos a mão na massa. Primeiro mostrei para ela todos
os ingredientes e fui auxiliando-a. Deixe com que ela misturasse os ingredientes
sozinha, para que senti-se através de suas mãos como a massa se modificava, até
chegar o produto final.
Quando a massa ficou homogênea, ela começou afazer rolinhos pequenos. Conversei
com ela com esse material ela poderia escrever várias letras para formar palavras.
De acordo com FISCHER (2005) é importante orientar a criança para que utilize o
corpo como forma de aquisição cognitiva, porque exatamente no momento em que ela
está ancorada no pensamento concreto e, por isso, ainda utiliza meios concretos como
fonte de aprendizado.
Esperamos com esse tipo de trabalho, auxiliar D nas suas dificuldades em relação a
troca de fonemas semelhantes tais como: b por p, f por v ou de letras visualmente
parecidas como: q por p, d por b, m por n, que na maioria de seus registros D
apresenta dificuldades na escrita de palavras com essas consoantes citadas.
Inicialmente foi lhe solicitado que observasse as letras do alfabeto e que as separasse
de acordo com a sua direção, depois foi utilizado o mesmo método para as outras
figuras.
Quando ela terminou, demos uma folha de cartolina, régua, e canetinhas. Solicitamos
que dividisse a folha ao meio e que escrevesse na parte superior da cartolina o título
de esquerda e direita. Para melhor visualização colocamos uma seta ao lado de cada
palavra, mostrando o sentindo de direção, para que ela colasse as figuras nas
colunas.
Rapidamente D foi colando as figuras, no final ela observou que havia figuras
sobrando e que não tinha mais espaço. Na outra coluna ela tomou mais cuidado na
organização e colou as figuras com mais critério.
D ficou explorando a sala por um bom tempo. Observou cada material e perguntou o
que iríamos fazer. Respondi cantar.
4.8. 8ª SESSÃO:
-Cartas de jogo.
Atividades:
●Forme duplas e peça que os integrantes decidam quem iniciará o jogo. Depois, diga
para misturarem as fichas e colocarem-nas na mesa com as ilustrações viradas para
baixo. O primeiro jogador deve retirar uma figura do monte. O segundo faz o mesmo
até terminarem todas as cartas. Feita essa distribuição, os jogadores devem segurar
suas fichas de forma que o seu adversário não consiga ver as ilustrações. Então, o
primeiro jogador deve retirar uma das cartas do adversário. Se essa carta contiver
uma frase que completa uma das fichas de seu acervo, ele deve baixar o par formado
e colocá-lo sobre a mesa. Senão, fica com ela em mãos. O próximo jogador deve
repetir o mesmo procedimento com o seu adversário. Este jogo deve continuar até que
todos os pares estejam completos. Quem ficar com a carta da cobra no fim do jogo,
perde, já que ela não forma nenhum par.
-Caça-palavras:
RELATO DA SESSÃO Nº 08
Pegamos o jogo “Par Perfeito – jogo de cartas com frases” que tem como objetivo
principal desenvolver a seqüência lógica de raciocínio, como também conhecer um
pouco mais sobre a vida dos animais e seus hábitos, oportunizando a leitura de
palavras e estruturação de frases.
Explicamos para ela que o jogo possui regras e para que pudéssemos jogar
deveríamos primeiramente combinar algumas regras antes. Iniciamos o jogo tirando
par ou ímpar. D ficou esperando que o resultado. Não tomou iniciativa para contar em
nossos dedos o total para verificar o resultado, porém ela é quem iniciou o jogo.
Distribuímos as cartas igualmente. D alegou que todas as cartas não cabiam em suas
mãos e perguntou se podia baixar logo os seus pares. Informamos que não, que
deveria aguardar a sua vez.
No decorrer do jogo, quando íamos retirando as cartas uns dos outros para formar os
pares, deixamos D ganhar a primeira rodada do jogo para sentir a sua reação em
relação ao ganho ou perda. Ela ficou maravilhada por ter ganhado. Demos
prosseguimento à segunda jogada com mais desenvoltura e leu as frases com certa
dificuldade, chegando ao produto final.
Nessa segunda jogada ela perdeu. Não gostou muito e nos deu um olhar de
desaprovação.
Weiss (op.cit., p.77) aponta alguns aspectos que podem ser claramente percebidos
através do jogo no aprendente: o conhecimento que já possui o funcionamento
cognitivo e das relações vinculares e significações existentes no aprender, o caminho
utilizado para aprender ou não - aprender, o que pode revelar, o que precisa esconder
e como o faz.
Já Bertoldi (2003) ressalta que a criança que tem seus primeiros contatos com a
aprendizagem de forma lúdica, provavelmente, terá chances de desenvolver um
vínculo mais positivo com a educação formal e estará mais fortalecida para lidar com
os medos e frustrações inerentes ao processo do aprender.
Ela demorou um bom tempo para achar todas as palavras, mas quando conseguir
achar todas assinalou mais uma vez uma por uma e realizou a leitura de cada uma
delas. Dessa ela leu por inteiro as palavras e não do modo silabado como fazia antes.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sendo assim foram realizadas oito sessões de intervenção com a criança, onde a
mesma demonstrou através dos trabalhos realizados ter conseguido superar parte das
suas dificuldades, devido seu problema estar ligado ao aspecto emocional a criança
precisa de suporte pedagógico, psicológico e acompanhamento psicopedagógico para
o próximo ano. Com a família foram realizadas algumas sessões de orientação
podendo assim auxiliar nas dúvidas, propondo atividades para desenvolver
habilidades intelectuais no aprendizado escolar, ajudando-os encontrar a melhor
maneira de auxiliar a criança quanto sua compreensão e memorização. Essas
experiências com a criança nos proporcionou muito conhecimento tanto no pessoal,
como no profissional, mostrando-me assim que “Psicopedagogia” não é parar no
tempo e sim acreditar que o aprendizado está em, constante mudança.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Summus, 1988.
ROSA, Adriana Padilha; NISIO, Josiane di. Atividades lúdicas: sua importância na
alfabetização. Curitiba: Juruá, 1998.
STEFANI, Gino. Para entender a música. Rio de Janeiro: Globo, 1987.
SITES:
http://www.fonoesaude.org/consfonologica.htm
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