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OS FILHOS DA LUZ
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ENSAIO
Sobre
HISTÓRIA, TRADIÇÕES,
MITOS, LENDAS E FÁBULAS
DA MAÇONARIA UNIVESAL.
- Desde o nascimento do Mundo até o Século XX –
1
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OS FILHOS DA LUZ
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ENSAIO
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OS FILHOS DA LUZ
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Esta obra foi editada pela Mui Resp:. Grande Loja da Colômbia e
Resp:. Loja Veritas Vincit Nº 13 ao Or:. de Santa Fé de Bogotá,
como homenagem ao 75º aniversário da
Grande Loja da Colômbia.
3
- INTRODUÇÃO –
É importante afirmar que este ensaio não busca nem contradizer nem
reescrever a história ortodoxa da Maçonaria; somente é a compilação de
pranchas escritas durante o meu tempo de Aprendiz e Companheiro maçom.
Resume minha interpretação pessoal do estudo bibliográfico dos grandes
momentos da grande história da Maçonaria, desde suas mais remotas origens
até o Século XX. Escrevi com o único propósito de dar aos queridos irmãos da
Coluna do Norte um bom material para a forja de uma idéia pessoal sobre o
que é a Instituição em qual acabam de ser recebidos e de compreender suas
crenças por meio de sua cultura, história, lendas, fábulas e mitos.
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- Dedicatória –
Q:. Ir:. Aprendiz, tudo que a tua cabeça necessita, está nos livros, leia!
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- Agradecimentos -
“... O saber é o que permite achar o bem, só se acha o mal pela ignorância, porque se
desconhece a virtude...” Sócrates
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- Prefácio –
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PRIMEIRA PARTE
A corrente bíblica, simbólica, e filosófica.
Do nascimento do mundo ao Século VII D.C.
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Capítulo I
Cosmografia
O dia antes do primeiro dia 11
Cosmosofia
O ovo primordial 12
Poeira de estrelas 14
Época antediluviana
A Divindade 17
Tradição 17
As 7 ciências liberais 17
Enoque 18
Hermes Trimegisto 18
A Torre (Babel.) de Borsipa 21
A grande pirâmide do Egito 21
Capítulo II
Época Pré-Cristã
A mitologia 22
Influência esotérica egípcia 22
Os mistérios e Isis 23
O segredo 24
As escolas Eleusianas 24
A escola Platônica 25
A escola Pitagórica 26
O Mitraísmo 27
A escola eclética de Alexandria 28
O Cristianismo primitivo 28
O Gnosticismo 29
Os filhos da luz 29
Capítulo III
Os fundamentos judaicos
A lenda 30
O Mestre Hiram 31
A construção do Templo 32
Balkis, Rainha de Sabá 32
A morte do Mestre 33
O castigo dos assassinos 33
O Delta sagrado 34
Destruição e reconstrução do Templo 35
A propagação do conhecimento na Europa 36
A decadência romana 36
A Arte Gótica 37
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SEGUNDA PARTE
A corrente mística e cavalheiresca.
Do Século XII ao Século XVIII
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Capítulo IV
A época Templária 38
Os Cavalheiros Templários 39
Os Ashashins 40
Os Irmãos do Oriente 41
Os Cavalheiros construtores 42
O fim das cruzadas 43
O retorno à França 43
A maquinação 44
A morte do Grão Mestre 46
O fim da Ordem do Templo 47
A integração 49
O poder da Igreja 50
A controvérsia cientifica 50
Capítulo V
O Século XIV inglês 51
Os Lolardos 51
A Magna sociedade 52
Os primeiros grêmios 53
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TERCEIRA PARTE
A Maçonaria especulativa,
Democrática e libertária.
Do Século XVIII ao Século XX
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Capítulo VI
Os Maçons aceitos 55
A corrente filosófica e mística 56
A primeira constituição 57
A maçonaria escocesa 58
A grande Loja Provincial da Inglaterra
Para o Reino da França 59
Capítulo VII
A Maçonaria moderna
O século da razão 61
A Maçonaria da Corte 61
O Grande Oriente da França 62
A Maçonaria revolucionária 63
A desgraça do Grão Mestre 64
Os Rosa-Cruzes 64
A síntese progressiva 66
A Maçonaria mística 67
A Maçonaria mágica 68
A Maçonaria Imperial 70
A Maçonaria feminina 70
A Maçonaria republicana 71
A Maçonaria à conquista do mundo 72
A Maçonaria contemporânea 73
Relação da Maçonaria com a Igreja 74
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NOTA DOTRADUTOR 81
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-PRIMEIRA PARTE-
A CORRENTE FILOSÓFICA,
BÍBLICA E SIMBÓLICA.
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CAPÍTULO I
Cosmogonia
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O dia antes do primeiro dia.
Faz entre dez e vinte mil milhões de anos que aconteceu a grande
explosão, o Big Bang, o acontecimento que iniciou nosso universo. Por que
isto aconteceu? É o maior mistério que conhecemos. Na época muito remota
do início do universo, não havia galáxias, estrelas nem planetas, não havia vida
nem civilizações; toda a matéria e a energia presente no universo estava
concentrada com uma densidade muito elevada em uma massa informe e
radiante, uma bola de fogo que continha todo o espaço e que podemos
imaginar como um ovo cósmico, que nos lembra os mitos da criação de muitas
culturas: (*53)
“...Havia primeiro o grande ovo. Dentro dele havia o caos, e flutuando no
caos estava Pan Gu, o grande Não desenvolvido, o embrião Divino; e Pan Gu
saiu, rompendo o ovo com um martelo e um cinzel na mão com os quais deu
forma ao mundo...” Teosofia chinesa, Século III D.C.
11
ataria para si quantidades substanciais de gás circundante, nuvens de
hidrogênio e de hélio destinadas a converter-se em cúmulos de galáxias. (*53)
É muito claro que o universo tenha estado em expansão desde o Big
Bang, mas não está absolutamente claro que continue expandindo-se
indefinidamente. A expansão pode tornar-se cada vez mais lenta até deter-se
e inverter-se, fazendo que o universo criado por Deus, um dia final voltará a
Deus. Se vivemos num universo flexível deste tipo o Big Bang não é a criação
do Cosmos, e sim simplesmente o fim do ciclo anterior, a destruição da ultima
encarnação do Cosmos. Porém ao contrário, é cientificamente conhecido que
se existe menos de certa quantidade crítica de matéria no universo, a
gravidade das galáxias será insuficiente para deter sua expansão e provocar a
recessão; neste caso, o universo continuará sua fuga para sempre no infinito.
(*53)
O tamanho do universo é inacessível ao nosso conhecimento atual e,
crescendo cada dia mais, será ainda mais difícil medi-lo, se tivéssemos os
instrumentos adequados para tão gigantescas medidas. Conhecemos muito
melhor a estatura do nosso sistema solar. As simulações numéricas feitas em
1970 estimam que a nuvem “Oort” (cuja estrutura esférica de asteróides
envolve o sistema solar) é de 20.000 a 50.000 unidades astronômicas. Se
cada unidade astronômica tivesse 150 milhões de quilômetros, o perímetro
interior do nosso sistema solar se situaria entre 3.000.000 a 7.500.000 de
quilômetros (*55). Carl Sagan dizia em sua famosa série televisiva “Cosmos”:
“...O Cosmos* é tudo o que é, o que foi e o que será alguma vez...”
(*): Cosmos, palavra grega que significa a ordem do universo, oposta a Caos.
*
Cosmosofia
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- O ovo primordial –
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“... Tudo estava em suspensão, tudo em calma, tudo silencioso; tudo imóvel e tranqüilo; e os
espaços do céu estavam vazios...” O Popol Vuh dos Maias Quíchua.
“... Na Arean estava sentado sozinho no espaço como uma nuvem que flutua no nada. Não
dormia porque não existia o sono; não tinha fome porque esta ainda não existia. Estando assim durante
muito tempo, até que lhe ocorreu uma idéia. Falou para si mesmo: vou fazer uma coisa...”
Mito de Maia, Ilha Gilbert da Micronésia.
“... Na origem dos tempos, existia Noun, o caos original inerte; deste caos saiu por potência
própria o sol Ra-Atoun. Atoun masturbando-se ejaculou Chou-Tefnout. Chou-Tefnout produziu Geb (a
terra) e Nout (o céu), os quais por sua vez deram nascimento aos grandes Neters da natureza: Osíris,
Isis, Seth e Nephtys...” Lendas egípcias, XII Dinastia
“... Antes que o céu e a terra tivessem tomado forma, tudo era vago e amorfo. O que era claro e
ligeiro logo se deslocou para cima para converter-se no céu, enquanto que o pesado e turvo solidificou-se
para converter-se em terra. Foi muito fácil ao material puro e fino reunir-se, mas muito difícil ao material
pesado e turvo solidificar-se; por isso o céu ficou pronto primeiro e a terra tomou sua forma depois.
Quando o céu e a terra se uniram na vacuidade tudo era uma simplicidade tranqüila, as coisas chegaram
a ser sem serem criadas; esta foi a Grande Unidade. Todas as coisas saíram dessa unidade, mas todas
se fizeram diferentes...” Huainan Zi, China, Século I a.C.
“... No principio Deus criou o céu e a terra ; disse pois Deus: “...seja feita a luz.....” e separou a
luz das trevas; a luz chamou de dia e as trevas de noite; resultou o primeiro dia... No segundo dia, fez
Deus o firmamento e separou as águas; o firmamento Deus chamou de céu ... No terceiro dia, Deus
produziu a erva verde e arvores que dão fruto, reúnam-se as águas que estão sob o céu e apareça o
árido e o seco ... No quarto dia, Deus fez as luminárias ou corpos luminosos no firmamento do céu, que
distinguem o dia da noite e assinalam os tempos ou as estações, fez os dias e os anos e as estrelas ...
No quinto dia produziu nas águas répteis e animais que vivem na água e aves que voam sobre a terra
debaixo do firmamento do céu ... No sexto dia, criou os animais em cada gênero e por fim disse: façamos
o homem à nossa semelhança nossa ... No sétimo dia, descansou e abençoou o sétimo dia, pois Deus
tinha concluído todas suas obras até deixa-las bem acabadas.”
Livro do Gênesis: capitulo I, versos de 1 a 28, capitulo II versos 1-3.
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A religião hindu é a única entre as grandes fés do mundo que inculca a
idéia de que o próprio Cosmos está sujeito a um número de mortes e de
nascimentos imensos, de fato infinitos. É a única religião no que as escolas
temporais correspondem., as da cosmologia cientifica moderna. Seus ciclos
vão do nosso dia e noite correntes até um dia e uma noite de Brahma, que dura
8.640 milhões de anos; mais tempo que a idade da Terra ou do Sol e uma
metade aproximada do tempo transcorrido desde o Big Bang.
As datas das inscrições Maias também avultam profundamente no
passado e as vezes no futuro distante. Umas inscrições se referem a uma
época de há mais de um milhão de anos e outra se refere talvez a fato de há
400 milhões de anos, ainda que os especialistas da cultura Maia discutam
estas cifras. Os acontecimentos recordados podem ser míticos, mas os fatos
temporais são prodigiosos. Um milênio antes que os europeus estiveram
dispostos a despojar-se da idéia bíblica de que o mundo teria uns quantos
milhares de anos de idade, os Mais estavam pensando em milhões e os hindus
em milhares de milhões (*53).
Há na religião Hindu o conceito profundo e atraente de que o universo
não é mais que o sono de um Deus que, depois de cem anos de Brahma, se
dissolve num sono sem sonhos. O universo se dissolve com ele, até que
depois de outro século de Brahma, se renove. Se recomponha e comece de
novo a sonhar o grande sonho cósmico. Enquanto isto e em outras partes, há
um número infinito de outros universos, cada um com seu próprio Deus
sonhando o sonho cósmico (*53).
Estas grandes idéias estão temperadas por outra, talvez maior ainda,
que diz: “...Os homens não são os sonhos dos Deuses, senão que os Deuses são os sonhos dos
homens...”
- Poeira de estrelas –
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testemunhas e participantes de um processo de evolução iniciado há milhares
de milhões de anos, que abrange a natureza inteira. Sabemos que o ser
humano não tem existido sempre nas escalas de tempo da astronomia, seu
aparecimento é muito recente. Emerge de uma longa serie de antepassados
entre os quais reconhecemos as células primitivas, os metazoários, os peixes,
os anfíbios, os répteis, os mamíferos e os primatas. Há menos de dez milhões
de anos, evoluíram os primeiros seres que se pareciam com os humanos.
Sabemos que a evolução funciona mediante a mutação e a seleção e sabemos
que os átomos dos nossos ossos e do nosso sangue se forjaram em estrelas a
anos luz de distancia de nós, e que inclusive as partículas mais antigas que
compõe esses átomos são fosseis de energias e forças apenas
compreensíveis que existiram no primeiro microssegundo da criação.
Virginia Woolf dizia: “A natureza nos tem confeccionado hibridamente de
argila e de diamante, de arco-íris e de granito..” Agora poderíamos acrescentar
que o homem é composto de inimaginável cifra de 10 elevado a 29 partículas e
podemos dizer: “Somos poeira, poeira de estrelas, poeira de estrelas que
caminha...”, o que não é apenas uma frase poética. Para Monod: “...Rompeu-
se a antiga aliança e o homem sabe, finalmente, que está sozinho na
imensidade indiferente do cosmos, do qual emergiu por acaso...”. Sabemos
também que o homem vive em um pequeno planeta, a Terra, que é arrastado a
velocidades fabulosas por sua estrela: o Sol, através do espaço interestelar Há
pouco que sabemos, além disso, que se trata de uma astro muito comum, entre
os quais existem não menos de dez mil milhões e sua própria ilha estelar: a via
Láctea, que contém umas. 400 mil milhões de estrelas de todos tipos que se
movem com uma graça complexa e ordenada.
Nossos antepassados observaram a elegância da vida na terra, como
apropriadas eram as estruturas dos organismos e suas funções; consideraram
isto como prova da existência de uma grande desenhista, um Grande Arquiteto
do Universo, que proporcionava meticulosamente à natureza, significado e
ordem. E não podemos evitar o pensar no delicado e necessário equilíbrio da
espécie humana.
Em todas as épocas, nos têm fascinado estas perguntas. Onde
estamos? Quem somos? Hoje está muito claro que vivemos a uns 300.000
anos luz do núcleo galáctico, nas bordas de um braço espiral onde a densidade
de estrelas é relativamente reduzida. Vivemos em um planeta insignificante de
uma estrela ordinária nos arredores de uma galáxia ordinária (*53), Somos uns
seres sozinhos no cosmos, que Prigogine chamava: “...Ciganos nas fronteiras
do universo...”, de um universo fragmentado, rico em diferenças qualitativas e
em potenciais surpresas, de uma natureza complexa e múltipla, em qual os
processos irreversíveis a aleatoriedade jogam um papel essencial e em qual a
reversibilidade e o determinismo são apenas casos peculiares. Resta ainda
muito para entender sobre a origem da vida, inclusive a origem do código
genético. “...Sabemos pois ... que sabemos...”, mas, o nosso melhor saber é
que sabemos pouco do mistério da vida.
Dizia Aristóteles: “...Todo homem por natureza, deseja saber...” e é
certo que temos essa incrível ânsia por aprender; somos impelidos a conhecer
nós próprios por dentro e por fora; mas, se tudo isto não é suficiente,
inventamos explicações, razões e relatos que nos dizem onde estamos e como
somos.
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Criamos lendas, historias, fabulas com quais construímos o que
chamamos de “tradição”; esta é a nossa maneira de ser; inventamos
mecanismo que nos podem levar mais alem de nós próprios. Temos
instrumentos que permitem ver o que não podemos ver, ouvir o que não
podemos ouvir, ir a lugares aos quais não podemos ir, e vamos a esses
lugares, e vemos essas coisas, e as ouvimos e nos perguntamos sempre as
mesmas perguntas: O que significa? Como fazemos parte de tudo isto?
Desejamos descobrir nosso passado, conhecer nosso presente e estabelecer o
nosso futuro. Também desejamos descobrir a nós próprios, descobrindo a “Via
Real” que nos permita entender o laço que temos com o universo e com seu
Criador, como parte micro cósmica do Ele e Ele, como parte macro cósmica de
nós próprios.
Apesar das invenções e inovações do nosso mundo moderno; apesar
dos prodígios técnicos e a evolução material do nosso século da luz, o homem
não é mais feliz; sente mal-estar; continua inquieto e angustiado, entendido que
perdeu a consciência de sua origem do primeiro dia desaparecido e esquecido;
falta lhe algo, o reencontra-se com o laço original, com o passado distante, com
a fonte primordial.
A tradição transmite-nos a mensagem de um passado distante, aquele
da nossa origem; mas, temos esquecido essa unidade criadora, esse tempo
primordial; mas sem duvida, nossa memória inconsciente incita-nos a buscar
com nostalgia as Leis do mundo que ela nos tem transmitido e que desejamos
interpretar segundo a linguagem da nossa época.
Na ânsia de conhecer o desconhecido, o homem tem a necessidade de
imaginar e gosto do irracional que apóia sua capacidade de sonhar. Por isso,
extrapola o tempo esquecido; ilustra-se com quimeras, contos de fadas;
forjando mitos nebulosos e improváveis com o fim de satisfazer seu desejo pelo
maravilhoso; intentando justificar seu desconhecimento pelo fantástico; de
explica-lo e de compreende-lo pela alegoria da lenda. O homem gostaria que
seu passado fora “bonito”; por isso agrega um pouco de decoro, de fantasia e
de magnificência ao comum, para que os demais o invejem, para que desejem
ser como quisera ser ele próprio, para que o admirem seus filhos, para quais
quer ser seu herói, e seus amigos para quais deve ser “gente-boa”; para que o
admirem mais, para que o amem mais, e para que seus inimigos o odeiem
mais.
O homem quer ser admirado; é por isso que decora a realidade com
adornos magníficos; é por odiar o comum e o medíocre que o homem
transforma a verdade em mitos, lendas e fabulas, quais, sem contradizer a
verdade, apresenta a em forma mais valiosa; para embelezar os que
participaram no seu desenvolvimento e a si próprio. Com o tempo e com o
passar das gerações banhadas neste mito que se tornou vivente no espírito da
sua comunidade, o homem aceitou-a como verdade e ao final nele crê;
identifica-se com ele, transmitindo-o como testemunho do que ele próprio tem
aceitado como sua história.
São esses mitos, lendas e fabulas que reporto a seguir; são o tema
desta obra. São tão numerosos que justificam um livro exclusivamente
dedicado a eles.
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Época antediluviana
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- A divindade –
- Tradição –
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Querendo que esse pequeno ser se tornasse o pai da humanidade e reinasse
sobre o mundo que ele tinha acabado de criar, Deus decidiu instruí-lo no
conhecimento dos mistérios da vida.
- Enoque –
- Hermes Trimegisto –
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revelou-lhes os mistérios dos símbolos. Desse tronco de sábios saíram os
escolhidos que deviam ocupar o trono, os altos cargos e as dignidades do
Estado egípcio.
Hermes foi o iniciador da ciência secreta dos espíritos assim como da
filosofia relativa a Deus e ao Universo. Uma das suas citações, extraída do
texto do “discurso sagrado”, diz: “O que está acima é como o que está abaixo”,
aí define uma correspondência sutil e análoga, entre os mundos superior e
inferior, entre o mundo de causas e o mundo dos efeitos, entre o micro-cosmo
e o macro-cosmo.
Desde as primeiras civilizações da humanidade, foi notório que exista
uma hierarquia oculta de Reis sacerdotes iniciados, constituídos em uma
fraternidade teocrática de sábios e de Mestres, chamada “Grande Loja Branca”
dirigida por Melquidezek, Rei de Salem e Mestre do “Deus altíssimo”. Durante
séculos, essa fraternidade foi a íntima, secreta e fiel depositária dos mistérios e
dispensadora da doutrina sagrada (*22). A primitiva obscuridade dos textos
bíblicos cita alguns deles: Melquior, Gaspar e Baltazar que, segundo a tradição
cristã, vieram venerar Jesus no dia do seu nascimento.
A mais antiga tradição pretendia que Deus próprio havia escolhido
Hermes, mortal de grande sabedoria, a quem ele havia dado por nome “o
Trimegisto” (três vezes grande, três vezes sábio, três vezes Mestre), para ser
iniciado no conhecimento dos mistérios da Índia, do Egito, da Pérsia e da
Etiópia; sabedoria secreta consistente em uma série de doutrinas e de
cerimônias sagradas. Também Deus iniciou-o no conhecimento das ciências e
das artes com o propósito de instruir a humanidade para que expresse seus
sentimentos com a escritura. É por isso que as lendas dizem que foi Hermes
(Mercúrio para os latinos e Toth para os egípcios) quem criou os hieróglifos, o
veículo de transmissão da teologia do antigo Egito. Hermes instruiu também os
gregos na arte de sua interpretação (*11).
Segundo Hesíodo da Esparta, Júpiter (Zeus), Mestre dos Deuses, teve
sete esposas, amou também a várias ninfas e mortais com quais teve
inumeráveis filhos, como Mercúrio (nome latino de Hermes) nascido dos seus
amores com Maia, uma das filhas do Deus Atlas. Amou também a Aurora e
dela teve um filho: Lúcifer; é dizer que Hermes e Lúcifer eram meio irmãos.
Segundo a lenda de Osíris e de Isis, transmitida por Plutarco: Sírio (outro nome
egípcio de Hermes) preceptor de Isis, filha mais velha de Saturno, o mais velho
dos Deuses (Deus grego Cronos; pai do tempo ou Deus Humano), foi o
inventor da linguagem e o primeiro legislador que ensina aos homens o culto
aos Deuses e os meios para edificar os templos onde eles deviam ser
adorados (*26).
Toth (nome egípcio de Hermes), o grande Mestre do saber, mensageiro
dos Deuses e guardião das encruzilhadas e dos primeiros conhecimentos é
citado no Zohar (livro dos mortos egípcios) como o pesador das almas: “...Tua
alma foi pesada e achada com falta de peso...”
Toth está identificado com a religião egípcia, como o Deus da Sabedoria
e da escrita, como o guardião dos arquivos sagrados e da magia (grande
ciência sagrada da tradição oriental, inseparável da religião); está identificado
com a cultura grega como Hermes (Hermes Mercúrio Trimegisto). Hermes
também é assimilado a Lug, o Ser superior dos Ligures pré-célticos, o Mestre
de todos os saberes, protetor das almas dos mortos que haviam transposto as
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barreiras do desconhecido como daqueles que o encomendaram em vida
buscando o conhecimento ancestral.
Obras muito prezadas foram atribuídas a Hermes; uma dentre elas o
“Pinandre” relata magníficas passagens, dando exemplos da sua sabedoria,
reproduzo uma delas, conhecida sob o nome de: “Concilio dos Deuses”:
Nessa época distante, os Deuses reunidos, inquietaram-se por saber o
que Hermes tinha feito com os altos conhecimentos que os grandes Mestres
das forças da natureza lhe haviam confiado.
Zeus, Mestre dos Deuses, interpelou-o: “...Mortal, confiamos-te o
conhecimento das forças da natureza e o nome dos espíritos que as
comandam com o fim de que as esconda da curiosidade dos homens; fizeste
como te ordenamos?...”
Hermes respondeu: “... Zeus, Mestre dos Deuses, foi feito como ordenaste...”
Hermes respondeu: “..Não, porque num dia próximo os homens irão aos
sopros do vento e poderão encontra-lo...”
Hermes respondeu: “...Não, pois que num dia próximo os homens irão até a
maior profundidade do mar e poderão encontra-lo...”
Hermes respondeu: “...Não, pois que num dia próximo os homens irão até a
maior profundidade da terra e poderão encontra-lo...”
Hermes respondeu: “...Não, pois que num dia próximo os homens irão até o
reino do fogo e poderão encontra-lo...”
Zeus pergunta-lhe: “...Se não é no vento, nem no mar, nem na terra, nem no
fogo, onde escondeste o conhecimento sagrado?...”
20
Zeus pergunta-lhe: “...Diga-nos, pois, onde fica esse lugar tão confiável...”
- A torre Babel -
21
um alto grau de espiritualidade. Perfeitamente integrada ao Império faraônico,
ela uma dos mais belos elementos da sua sociedade. A documentação
conservada no museu arqueológico do Cairo atesta que, no ano 29 do reino de
Ramses II (19ª dinastia), os obreiros egípcios dispunham de uma organização
capaz de formular reivindicações necessárias ao desenvolvimento técnico da
época.
*
CAPÍTULO II
Época pré-cristã
* *
- A mitologia –
22
revelava quando os adeptos elevavam os braços, formando um esquadro sobre
a cabeça. O “Ka”, muito presente no esoterismo do Egito, era representado
pela serpente, cuja cabeça figurava sobre o chapéu Faraó (*21).Entre os
egípcios, os sacerdotes formavam uma classe distinta dedicada ao estudo das
ciências secretas, das artes e o ensino de algum ramo especial dos
conhecimentos humanos. Esta ocupação foi seguida por todos os sacerdotes
dos povos do oriente: os persas, caldeus, sírios, gregos, etc.. Os ritos de
iniciação egípcios de Deir e Medineh, dos quais uma parte está descrita na
sepultura de Amen-Nakht (tumba 218), tinha por objetivo despertar esse “Ka”
que permitiria ao homem entrar na vida eterna durante sua passagem pela
terra e livrar-se das travas da ilusão para entrar no conhecimento da “Doutrina
Interior” (*34). Para a compreensão do ritual, o adepto penetrava no coração
do sol e aqui, após sua morte simbólica, renasceria, tornando-se “filho da luz”;
a partir deste momento, ele estava encarregado de repartir bem-estar entre os
homens da sua raça e no mundo.
Hermes citava esta força misteriosa sob o nome de “forte força da força”
que se encontra em cada homem, mas que poucos pensavam em fazê-la
frutificar; representava-a graficamente sob a forma do “caduceu” onde duas
serpentes envolviam o bastão; a tradição védica chamava-a “Kundanili”, força
latente nos fundamentos do homem. Seis séculos mais tarde na China, o Tão
dará a ela o nome de “Chi” (*34).
Os mistérios do Egito foram levados a este país pelos Caldeus (hindus).
Nesta época egípcia remota, se consideravam como divinos o sol (Osíris), a lua
(Isis), as estrelas e o poder da natureza; estes astros foram objetos de culto. O
objeto dos “mistérios” amplamente propalados entre todos os povos do Oriente,
todos tinham no papel de divindade principal: um homem e uma mulher.
Fora no Egito: Osíris e Isis; na Índia: Mahadera e Sita; na Fenícia:
Thammuz (Adonis) e Astarte (Vênus); na Frigia: Atys e Cybele; na Pérsia:
Mithra e Ais; na Samodrácia e Grécia: Zeus (Sobazeus ou Dionísio) e Rhea;
divindades que em todas as ocasiões eram emblema do sol e da lua (*42). Os
símbolos foram a linguagem universal da teologia do Egito, foram também o
método mais obvio de instrução porque, à semelhança da natureza, dirigiam
mo ensino da vida. Os mistérios egípcios da Esfinge tiveram do mesmo modo
origem nesse sistema de ensino que foi o simbolismo.
- Os mistérios de Isis –
23
Os sacerdotes dos templos de culto a Isis não admitiam mais do que um
pequeno número de iniciados nas cerimônias de comemoração dos seus
“mistérios” que eram de duas classes: os pequenos mistérios da vida e os
grandes mistérios de Serapis e de Osíris. A doutrina sagrada era reservada
aos últimos graus da iniciação chamada “Grande manifestação da luz”, esta
elevada doutrina, muito secreta, era a dos magos da antiguidade (*35).
- O segredo –
- As escolas Eleusianas –
24
O recinto estreito e escuro onde se encontra o postulante representava o
ventre da mãe e o tempo breve durante qual residiu nesse lugar, figurava o
período de gestação do embrião, onde toma forma um novo ser antes de
nascer a uma nova vida, livre de toda impureza e de toda preocupação. Este
conceito de que a sabedoria está escondida nas profundezas da terra se
inspira nas múltiplas descidas aos infernos que nos relata a antiguidade. Um
dos mais conhecidos é aquele do Rei “Rhamp-sinite”, quanto o Monarca ganha
nas regiões tenebrosas do centro da terra para jogar xadrez com Isis; tanto ele
ganha, tanto ele perde, aprendendo a lei severa dos quadros brancos e pretos.
O Rei voltava imediatamente à luz, trazendo um magnífico manto de ouro
oferecido pela Deusa, que ele usaria unicamente para os banquetes rituais
(*34). Em Eleusis foram iniciados os mais ilustres pensadores, sábios,
homens políticos, médicos, poetas e escritores do mundo grego: Sófocles,
Pindaro, Plutarco, Philipo, Cícero e Augusto, citando apenas os mais
conhecidos. Os adeptos de Eleusis, os que têm acedido à iniciação, vivem na
luz da companhia dos Deuses e os profanos ficam na escuridão da ignorância.
Os “pequenos mistérios” de Eleusis eram celebrados no templo de Ceres e os
“grandes mistérios” eram celebrados em Agra, ao sudoeste de Atenas, durante
à note para torna-los mais imponentes e augustos. O ensino dado por essas
escolas era rigorosamente oral e absolutamente secreto (*47). A escola
eleusiana professava a doutrina de um só Ser “Criado e Conservador do
Universo”; doutrina oposta ao politeísmo que professavam os sacerdotes ao
povo grego; é esta doutrina secreta que levou Sócrates a beber a cicuta por te-
la professado abertamente aos atenienses (*17). Segundo Diodoro da Sicília,
os gregos tomaram dos egípcios a idéia para a instrução dos mistérios
eleusianos; os sábios Lactanse e Javonius afirma que teria muita semelhança
com os mistérios de Isis, posto que Ceres era na Grécia o que Isis era no Egito.
Segundo Crisóstomo, iguais cerimônias tinham lugar nos mistérios de
Samotrácia (*35). Clemente de Alexandria disse dos grandes mistérios:
“... eram o complemento de todo saber, vistas e aprendidas neles todas as
coisas...”. Segundo Aristóteles, o templo de Eleusis foi reputado: “...o santuário
de toda a terra...” e segundo Cícero: “...Ele foi o bem que Atenas entregou aos
povos...”, porque era missão dos iniciados realizar a tarefa de inculcar a moral
como base da instrução do povo(*42). De fato, os mistérios de Eleusis
conseguiram realizar o melhoramento da condição moral dos atenienses e
aperfeiçoou seus costumes, ligando-o a sua espécie por meio de deveres
sagrados e recíprocos.
Quando as escolas foram fechadas, os adeptos se expatriaram a
diversas nações da Europa, em particular à França e a Itália onde fundiram a
tradição dos mistérios gregos com as varias formas de expressão do
esoterismo ocidental (*35)
- A escola Platônica –
25
como: “...a visão de um homem que, no fundo de uma caverna, via apenas o
desfilar das sombras...” (*11). Definia Platão uma diferença entre a vida
materializada e a espiritualizada; admitia a imortalidade da alma, afirmava sua
existência depois do corpo e antes dele, depois da morte e antes do
nascimento; sinalizava prêmios e castigos na vida futura. Professava Platão a
eternidade do espírito, explicando a formação do universo com o obra de uma
inteligência infinita. Platão concluiu que todos os Estados estavam mal
governados e que somente através da filosofia se poderia discernir todas as
formas de justiça política e individual. Expôs suas idéias em diálogos celebres:
“Gorgias, Fedro, Fedon, o Banquete, a Republica, Teetero, o Sofista, o Político,
Parmênides, Timeu e as Leis”. Por causa dessa idéias, Platão foi perseguido
pelo Rei Dionísio 1º. A interpretação dos símbolos foi a base da filosofia
ensinada por Platão; ela foi ensinada a numerosos eruditos do seu tempo:
Isócrates, Eurípides, Aristófanes, Heródoto, Epíteto, Marco Antonio e
Aristóteles, que foi o Príncipe dos retóricos. O ensino da sua “Lógica” nutriu e
disciplinou a inteligência de Alexandre o Grande, do qual foi preceptor;
Sócrates falou de Platão em Fedo: “... Eram homens de gênio os fundadores
dos mistérios ou secretas assembléias dos iniciados, os quais nas primeiras
eras do mundo ensinavam sob enigmas de compreensão difícil...” Quero
terminar este parágrafo com uma citação desse grandioso filosofo que foi
Platão, que parecerá familiar a muitos maçons: “...O saber é o que permite agir
bem; só se age mal por ignorância, porque se desconhece a virtude...”.
-A escola Pitagórica –
26
No ano 590 a.C. mudou-se para Crotona, povoado da Sicília situado ao
oeste do golfo0 de Trento onde fundou a sua escola filosófica “Magna Graça”
ou escola filosófica de Crotona em um lugar chamado “Pequena Graça”.
Mostra ao mundo greco-romano as tradições orientais da doutrina interior,
baseada sobre exemplos simples, tal como a inscrição frontal do templo de
Delfos: “...Nosce te ipsum...” (conhece-te a si mesmo), esclarecimento que
deve desembocar em “e conhecerás o universo” (*47). O discurso do homem
elo homem para o homem e o universo, Pitágoras deu-lhe o nome de filosofia.
Pretendia Pitágoras, em suas lições aos seus discípulos, que existe um termo
entre o que é e o que não é; é aí que está a passagem ao exercício do
pensamento livre para a descoberta das fronteiras ilimitadas do conhecimento.
Ensinava ele a física, a poesia, a musica e o canto. Admirador da
harmonia universal, ele pede aos seus discípulos falar com uma linguagem to
pura como o canto do cosmos. Os discípulos de Pitágoras se aplicavam no
estudo da organização social e política, indicando que o grande filosofo
pretendia algo mais que formar uma escola (*15). Ensinava ele o sistema da
metempsicose ou doutrina da salvação, (transmigração almas de uns corpos a
outros) pela qual a alma, como castigo pelas faltas passadas, volta a ser
prisioneira de um corpo; porém, somente um encarceramento provisório.
Segundo este conceito, a morte anuncia o renascimento em outro corpo até
que a alma, purificada pela virtude, mereça libertar-se finalmente de toda
materialização (*34). A morte do corpo não implica a da alma que Pitágoras
não encarava como o resultado da organização física, e sim como o início da
mesma.
Pitágoras pregou a imortalidade da alma humana e afirmava ter sido
Aetelides, filho do Deus Mercúrio, que lhe deu o dom de lembrar suas antigas
encarnações. Ele dividiu as suas lições em duas partes: as exotéricas, ou parte
externa das ciências, que eram dadas em lugares públicos e acessíveis a
quantos queriam ouvi-las, e as esotéricas, ou parte interna das ciências, saber
reservado a quem ele exigia cinco anos de um silencio absoluto, fortificado pela
meditação e a contemplação dos ritmos do universo (*34).
Atribui-se aos pitagoricos o ter sido considerado o universo como um
grande todo harmônico: “Cosmos”, uma grande unidade de qual emana o
mundo, posto que o consideravam como um conjunto de outras unidades
subalternas. Ele tinha a reputação de possuir uma cultura universal; seus
discípulos tinham-no como uma espécie de divindade e ouviam-no como
oráculo infalível, diziam: “...o Mestre falou...” e não necessitavam de mais
provas. A tão renomada sabedoria de Pitágoras se espalha rapidamente e ele
torna-se um personagem importante da vida publica. No curso da história,
células pitagoricas se formam na maioria dos Estados do mundo antigo. No0
início do século terceiro, a.C., ainda sob César e os primeiro imperadores
romanos, o pitagorismo alcançou todas as classes sociais e adquiriu grande
popularidade. (*55)
Entre os pitagoricos se encontravam os construtores aos quais a
humanidade deve a celebre basílica da porta maior de Roma, concebida como
um templo-caverna na margem da via Prenestina.
- O Mitraísmo –
27
Nação militar sobre tudo preocupada por seu prestigio material e
econômico, Roma não brilhou por suas qualidades espirituais e religiosas;
acolheu, contudo, diversas tendências iniciáticas que tolerava sob a condição
de seus adeptos se limitassem a trabalhos esotéricos e não se entregassem à
política. A civilização romana foi atravessada por um grande movimento do
culto de Mitra (antigo deus frígio da luz, representado tendo em uma das mãos
um globo terrestre e na outra a via Láctea) que foi muito difundido na Europa
no primeiro século a.C, graças às conquistas das legiões romanas.
O mitraismo teve um grande sucesso na cidade Imperial do segundo
século d.C.. No ano285 d.C., o Imperador Trajano mandou construir um
Mithraeum na cidade capital; as alta autoridades do Império romano protegiam
a confraria, reconhecendo o Deus Mitra como protetor supremo da potência
Imperial (*55).
O Mitraismo foi uma das mais ricas associações iniciáticas da
antiguidade, tanto por sua organização simbólica como pela qualidade de suas
fraternidades que asseguravam uma grande coerência à instituição. Os
templos de Mitra estavam decorados para simbolizar o cosmos; na abobada
estava pintado o firmamento estrelado. Os templos maçônicos atuais são
quase idênticos àqueles da época mitraica.
Desde a iniciação, em qual o postulante pelas provas dos quatro
elementos, o ritual que nos transmite a historia é muito parecido com o ritual
maçônico que se utiliza ainda hoje. A dita cerimônia se realizava em uma sal
subterrânea, sendo seguida de um ritual simbólico da morte-renascimento. Os
adepto9s de Mitra recebiam ensino voltado para a astrologia, as relações do
homem com o universo e os rudimentos da linguagem dos mistérios. Nos
mistérios de Mitra, praticava-se um batismo, em forma de ducha, com o sangue
de um touro sacrificado (*48).
Glorificando e santificando o trabalho e protegendo os artesãos, o
mitraismo iniciou em seus mistérios muitos arquitetos que contribuíram a
propagar suas idéias nas primeiras corporações de construtores; tal como
Vitruvio, letrado geômetra, desenhista e filosofo romano, venerado pelos
pedreiros medievais, que afirmava: “...Aquele que utilizam apenas a mão nos
seu trabalho não poderão jamais alcançar a perfeição...”. Ele dá para os
séculos seguintes a definição do que deve ser um Mestre Arquiteto “...O
espírito sem o trabalho,é como o trabalho sem espírito, não produzirão jamais
nenhum obreiro perfeito...”
28
das especulações e das praticas esotéricas caldéias, judaicas e helênicas,
verdadeira “Arte sagrada” e da tradição hermética ou alquímica egípcia da
escola de Hermes Trimegistro, na qual a “Grande Obra” é aquela da tradição
individual como exemplo da concepção do ouro que é aquela da concentração
materializada da luz. A doutrina eclética Alexandrina tomou rapidamente um
grande desenvolvimento no Egito, no Bizâncio e no mundo árabe nas seitas
fatimistas e ismaelitas (*47).
-O Cristianismo primitivo –
- O Gnosticismo –
- Os filhos da luz –
29
Os maçons são frequentemente chamados “filhos da luz”, trabalhando
para a gloria do “Grande Arquiteto do Universo”, o G:.A:..D:.U:.esta
denominação é conhecida desde tempos imemoráveis do antigo Oriente Médio
(*22). Os ritos mágicos praticados no Egito a Deir el Medineh, tinham por
objeto permitir aos iniciados nas ciências secretas entrar na vida eterna
penetrando no coração do “sol interior”, tornando-se assim “filhos da luz”. A luz
do sol interior, é invisível aos olhos dos profanos, fechados pelo véu da
ignorância. Para o espírito do homem das civilizações tradicionais, o invisível é
um tema importante, não tem a ambigüidade de um conceito metafísico, ele é
uma realidade, uma dimensão em qual se move cada um dos seres que
compõe a humanidade. O invisível está presente e é sensível; envolve o
homem como um meio que registra cada uma das ações terrestres; pertence a
um fenômeno social da antiguidade, posto que o homem dessa época remota
tinha necessidade de Deidade; ele vivia em um mundo que tinha sede de
mistérios (*22).
Na Grécia do século XV a.C., os Mestres iniciados nos “Grandes
Mistérios” de Eleusis recebiam o titulo sublime de “Filhos da luz”, assim foram
igualmente chamados os adeptos de Mitra na Roma antiga (*34). Encontra-se
também esta denominação na época cristã primitiva em uma carta de
Clemente de Roma aos Coríntios (*1):
“...Que o Artesão do Universo conserve sobre a terra o número contado
de sues filhos; das trevas à luz, da ignorância ao conhecimento...”.
Também na Bíblia; encontramos esta denominação em São Paulo:
“...Vós todos sois filhos da luz...” (*1).
*
CAPÍTULO III
Os fundamentos judaicos
* *
- As lendas –
30
O filho de Davi, chamado de “Leão de Judá” ou “O eleito de Deus” foi
instruído por Nathan, sábio e sapiente filosofo que nutriu e disciplinou a
inteligência do jovem príncipe do qual foi o preceptor, iniciando-o no significado
dos textos sagrados e na prática das ciências secretas (*56). Salomão, tão
conhecido por sua grande sabedoria e seu amor à poesia, foi o autor dos
“Provérbios”, do “Eclesiastes” e do “Cântico dos Cânticos” (*47), hino de amor
inspirado pela beleza de Balkis, Rainha de Sabá, para o desespero de
Nagsara, sua esposa egípcia, filha do Faraó Siamon (XXI Dinastia) (*56).
Na época em que o seu poderio, gloria e fama estavam em seu maior
apogeu, Salomão fez erigir um magnífico templo à gloria do Eterno, projetado
por seu pai Davi, construído com os mais belos e ricos materiais do Oriente
Médio: a pedra branca, a madeira de cedro, cipreste e sândalo, ouro0 e pedras
preciosas.
Salomão decide que esse templo ideal não seria reservado ao povo
hebreu e ordena: “...Todo homem, qualquer seja sua raça, sua cor, sua
nacionalidade e sua religião poderá orar ao Eterno e encontrar abrigo, justiça e
proteção, perdão por suas culpas e satisfação a suas suplicas...” (*II Crônicas
6:32-39); é por isso que Salomão queria que o edifício sagrado fosse erigido
pelos esforços conjugados dos homens vindos de todo o oriente aos quais as
tarefas mais nobres seriam reservadas. Os hebreus, não tendo conhecimentos
suficientes para realizar uma obra tão importante, seriam empregados para os
trabalhos de terra.
Com o fim de que essa obra fosse a realização de todo o povo, Salomão
exigia que cada hebreu participasse de uma maneira ou outra na grande obra
da construção do “Templo do Senhor” que foi erigido, segundo a lenda, por
153.660 obreiros (80.000 homens para extrair as pedras da montanha, e
70.000 para transportá-las), vindos da Judéia e de suas províncias hebraicas e
3.600 obreiros construtores, superintendentes e inspetores fenícios cedidos
pelo Rei Hiram II de Tiro (*47).
Existia um grande apreço entre os Reis e tanto foi que o Rei Hiram prestou a
Salomão toda a ajuda que podia, provendo-o de suas cantarias, de grandes
pedras trabalhadas, e dos bosques do Líbano, madeira de cedros e abetos
para a construção do templo. Em pagamento desses serviços, Salomão
prometeu entregar-lhe, durante a construção, 20.000 medidas de trigo, 20 de
vinho, azeite de oliveiras, cevada e mel. Na conclusão da obra, devia ainda
ceder-lhe 20 cidades do território fronteiriço da Galiléia (*48)..
Para dirigir semelhante obra, o Rei Hiram enviou a Salomão um
arquiteto de vastos conhecimentos, hábil entre todos, capaz de realizar o
gigantesco projeto o Mestre Hiram, de quem Salomão tinha tido notícias dos
grandes méritos e da justa fama desse grande construtor.
- O Mestre Hiram -
Hiram Abif (Hiram Habif ou Abi “o órfão”), filho de uma viúva d tribo
hebraica de Neftali (Neftali ou Dan) e de pai tirense chamado Ur, tinha sido
iniciado no segredo da geometria, “a ciência das ciências” e na arte da
construção. Hiram era Mestre na “Arte do Traçado”, ciência misteriosa sem a
qual nenhum grande edifício podia ser concebido (*9). Era capaz de resolver
as maiores dificuldades técnicas e de manejar os materiais mais rebeldes.
Sabia talhar a pedra melhor do que qualquer outro dos melhores artesãos.
31
Mas, o melhor de tudo, Hiram era Mestre metalúrgico, conhecedor da fundição
do cobre e do bronze e da feitura de todas as obras de metal (*4), especialista
na ciência secreta da fusão e metais dos Mestres Fenícios iniciados nas
escolas de mistérios do Egito e da Grécia, descendentes daqueles que haviam
sido iniciados por Hermes, o descobridor da coluna de pedra de Tubalcaim.
Hiram chegou a Jerusalém precedido pelo seu prestigiado renome e foi
acolhido com grandes honras. De grande estatura, Hiram portava sempre em
torno do pescoço uma corrente de ouro onde pendia uma medalha de forma
triangular sobre qual estava gravado: de um lado, o olho daquele que tudo vê,
e no verso, as quatro letras impronunciáveis de Deus e que só podem ser
soletradas (*47).
Depois de ter invocado a assistência de Adonai, “o Senhor todo
poderoso, Mestre dos Mestres, o Grande Arquiteto do Universo”, a quem ele
pede: “a beleza da inspiração, a força para a execução e a harmonia da
concepção”, Hiram começou o gigantesco trabalho no 2º dia, do 2º mês, do 4º
ano do reinado de Salomão (967 a.C.) (*27). O gênio de Hiram colocava-o
acima de todos os homens e sua inteligência, sua sabedoria, seus elevados
conhecimentos e sua grande habilidade exerciam tal influencia que todos se
inclinavam ante a vontade e a autoridade daquele a quem todos davam
respeitosamente o título de Mestre.
- A construção do Templo –
32
Sanctorum” (*46), a sala subterrânea onde estava situada a Arca da Aliança e
as jóias e objetos sagrados do Templo. Salomão ordenou isto pelo temor de
que alguns malfeitores levados pela inveja buscassem destruir tão preciosos
objetos e para proteger a Arca da Aliança de todas as profanações.
Apesar de certa rivalidade com Hiram, devido ao prestigio excepcional
que o arquiteto adquiriu durante a construção do Templo e sua recusa de dar
ao Soberano o poder sobre as corporações, Salomão amava os maçons que,
sabendo manejar os homens e dirigi-los, haviam levantado as premissas de
uma sociedade industrial hierarquizada (*56).
- A morte do Mestre –
33
Hiram foi reconhecido por sua medalha peitoral de ouro onde estava gravado o
olho de Adonai (*46).
Três mil anos antes da construção do templo de Jerusalém,
encontramos no Egito o mito do Mestre assassinado em uma das pinturas
murais do santuário de Deir el Medinah: a lenda do”Iniciado perfeito”, aquele
do Mestre Horembeb (ou Neferhotep), assassinado por um operário que queria
usurpar sua função. O nome desse defunto Mestre está formado por duas
palavras egípcias que significam “a perfeição – do conhecimento – na beleza”
(*56).
- O Deus sagrado –
34
Salomão queria ter o delta de ouro para consagrar o templo de
Jerusalém à glória do “Grande Arquiteto do Universo” e ordenou a três Mestres:
Zabuláo, Satolkin e Yehu-Aber iniciar a busca da abobada sagrada de Enoque
para extrair a pedra e o delta sagrado. Depois de muitos estudos e penosas
viagens, os três Mestres conseguiram descobrir a entrada da abobada
subterrânea e nela encontraram o recipiente de água, em cuja face estava
incrustado um triangulo de ouro muito brilhante que tinha esculpidas no centro
as quatro letras da palavra inefável (*46).
Depois de terminado o templo de Jerusalém, o Rei Salomão estabeleceu
uma escola de arquitetura em Jerusalém, para que os operários do templo
recebessem a instrução necessária e os meios de chegar à perfeição na “Arte
Real”; mas com a morte de Hiram a alma da obra havia desaparecido. A obra
do Grande Mestre devia ficar sem acabar; é por isso que para os Maçons
“chove no templo”, que ainda esperava pelo telhado (*11). Os operários se
separaram e se repatriaram pelo mundo, propagando as doutrinas das
corporações de construtores e os elevados conhecimentos da construção do
templo.
35
decreto no qual condenava à pena de morte a todos os que perturbassem os
hebreus na obra de reconstrução da cidade de Jerusalém e do seu templo.
Graças a este decreto, os hebreus não foram molestados mais a seguir e
puderam terminar a obra no ano 535 a.C. (*46).
O Templo de Jerusalém sofreu muito durante o curso da história. Ele foi
sitiado por Nabucodonosor e por Lisias, invadido por Pompeu, roubado por
Creso, saqueado por Sosius, e depois remodelado com grande esplendor por
Herodes no ano 20 a.C. (*47). Por fim, foi incendiado no ano 70 d.C. pelo
exercito do general romano Tito Vespasiano; tal como o predisse Jesus Cristo
a um de seus discípulos: “...Tu vês esses grandes edifícios, não ficará pedra
sobre pedra que não seja derrubada...” (Marcos 13:1-2, Mateus 24:2 e Lucas
21:6 (*1). Tito fez trasladar para Roma os sagrados ornamento do templo que
passaram a formar parte do tesouro dos palácios imperiais.
- A decadência Romana –
36
grandes comandos arquitetônicos que desapareciam; Não havia mais trabalho
para os artesãos. O ano 476 marca o fim do Império romano do ocidente e os
construtores se dispersam pelo continente europeu. Alguns deles permanecem
na Inglaterra, transmitindo seus conhecimentos aos celtas que fundaram no
século V a confraria dos “Couldenses” que rechaçaram rapidamente a forma
artística da civilização romana.
Entre os couldenses se encontram os descendentes dos druidas e dos
“Barbos” célticos seus mestres espirituais, que levaram à honra o simbolismo
céltico no qual domina Lug, Deus da luz e Mestre de todas as artes (*50).
Irlanda abre suas portas ao cristianismo e seu encontro com o céltismo é
positivo. Os couldenses se tornam monges construtores, organizados em
colégios onde o maior foi o de Tara na Irlanda, pátria do celtismo (*56). Mesmo
sendo cristãos, os couldenses não reconheciam a autoridade do Papa a quem
consideravam como um simples bispo. Tempo depois alguns membros da
ordem couldense se separaram dos artífices romanos e formaram sociedade
separada. Foram os “Irmãos Pontífices”, que se dedicaram exclusivamente à
construção de pontes e calçadas, ao restabelecimento e reparação de
estradas, que foram ligados aos Cavalheiros Templários que se dedicavam à
vigilância dos mesmos, protegendo os viajantes contra as agressões dos
malfeitores que pululavam por todas as partes (a estrada dos Pirineus, que vai
até Santiago de Compostela e que termina em Navarra, conserva ainda o
nome de Caminho dos Templários” (*44).
Ao redor do ano 450, um bom número de arquitetos dos colégios
romanos optou exilar-se em Bizâncio onde, as corporações de construtores
revelavam seu gênio na construção da magnífica basílica de Santa Sofia. Sob
o reino de Justiniano (522-565) as corporações receberam numerosos pedidos
e tinham muitos privilégios. Em Bizâncio se formara uma linguagem artística
onde tinham uma parte importante os símbolos que vinham do Oriente Médio
(*2). Durante séculos, as corporações operarias de construtores latinos
transmitem o longo processos de seus conhecimentos e experiências dentro da
prática da “Arte Real”: a construção de edifícios de pedras, que se estendiam
por toda Europa. Todas as civilizações européias adotam estes conhecimentos
arquitetônicos até a Idade Média.
- A Arte Gótica –
37
irlandeses que ensinaram a filosofia e as ciências nos centos que ele fundou
para acabar com a ignorância que dominava o império, facilita a propagação da
Arte Gótica que, quando pouco a pouco as tradições carolíngias, se desenvolve
com muito vigor na província de Navarra, sobre a estrada de São João de
Compostela (*2).
Graças à influencia oriental que tanto brilhava na Itália durante a
dominação dos lombardos, as corporações de construtores, convertidas ao
cristianismo, transpassaram os Alpes, acompanhando o progresso daquela
religião, edificando igrejas e monastérios por toda parte. É na Inglaterra, pelo
ano 790, que uns construtores fundam a primeira associação operaria, a dos
obreiros da catedral de Verulan (York).
Uma maçonaria organizada começa despontar em numerosos paises da
Europa do Império Germânico; um pouco por todas partes, as agrupações de
construtores tornam-se mais coerentes. Os imensos desenvolvimentos que
tomaram esses trabalhos de construção obrigaram as confrarias a recrutar e
admitir em seu seio a artistas de toda Europa com habilidades para o trabalho.
Muitos membros das ordens monásticas filiaram-se a essas corporações para
levar sua influencia e cooperação às obras.
*
SEGUNDA PARTE
A CORRENTE MÍSTICA
E CAVALHEIRÍSTICA
* *
Do Século XII ao Século XIV
CAPÍTULO IV
- A epopéia Templária –
38
Houve um total de oito cruzadas, durante qual a mais alta nobreza
européia, sob o comando de seus soberanos: Conrado III da Alemanha, Luis
VII da França, Ricardo Coração de Leão da Inglaterra, Felipe Augusto II da
França, Frederico I da Alemanha, André II da Hungria, Frederico II da
Alemanha, Luis IX da França (São Luis) puderam expressar sua fé e a força
das armas de seus contingentes, que foram exércitos em permanente
crescimento e simultâneo destaque durante dois séculos (*25).
A primeira cruzada (1096-1099) foi dirigida por Godofredo de Bouillon,
Duque de Lorena; porem, mal concebida e composta de Cavalheiros
acompanhados de mercenários mais terroristas que redentores, invadiram o
Oriente Médio, matando, assaltando e exterminando a todos aqueles que
protestaram, em meio de um barbarismo de sangue e fogo; porém, segundo as
palavras do Papa Urbano II “...o Cristo ordenava...” e os assassinos
“...mereceriam o perdão eterno...”(*43).
Desde a tomada do simbólico centro do mundo, Godofredo de Bouillon
foi eleito Rei de Jerusalém titula que ele recusou para adotar o de “Defensor do
Santo Sepulcro”.
- Os Cavalheiros Templários –
39
dos Beneditinos e do Cister, era mais severa que a mais severa das regras
monásticas em uso nessa época; os obrigava a levar uma vida piedosa,
entregando-se ao serviço de Cristo, em estrita obediência, pobreza e castidade
(*43).
A regra tem outras rudezas: os Templários têm apenas um prato para
dois, devem comer em silencio, comer carne apenas três vezes por semana e
fazer penitência na sexta-feira. Esta constituição foi confirmada em 1.1.39 pelo
Papa Inocente II na bula “Omne datum optimum” segundo a qual os
Templários não deviam lealdade a nenhum poder secular ou eclesiástico salvo
ao próprio Papa. Não dependendo senão da Santa Sé, eles eram “soberanos”
no sentido espiritual, em virtude de uma bula do Papa Alexandre III.
Como sinais distintivos, os Templários tinham o crânio raspado, a barba
longa e não tomavam banho. A Ordem Templária começou a expandir-se pela
Europa nove anos depois de sua fundação, pouco antes de ser reconhecia pela
Igreja no Concílio de Troie (Troyas). Os Templários obtêm em 1.127 uma carta
de Estevão de Chartres, Patriarca de Jerusalém e do Patriarca Teócletes, 67º
sucessor de São João, que eles adotaram como Santo Protetor. A divisa da
ordem não pode conter mais humildade.:
- Os Ashashins –
40
Os Templários tinham boas relações com seus vizinhos, com quem
tinham afinidades: os Assassinos (Ashashins ou Haxixins), seita gnóstica
ismaelita cismática do Isam, que interpretava livremente o Corão. Seu Grão
Mestre: o Sheikh el Djebel (o Velho ou Senhor da Montanha) que reinava sobre
20 aldeias (60.000 homens); vivia sobre a mesma colina d Mojira, guardando
zelosamente os vestígios do Templo de Salomão.
Os Assassinos cultivavam a ciência da Geometria e possuíam alguns
segredos de construção que pretendiam ter do construtor do templo: o Mestre
Hiram (*43)
Transcorridos os anos, os Templários estavam intimamente ligados por
pactos e transações secretas com os Assassinos e se ajudavam mutuamente,
Durante quase dois séculos de sua presença no Oriente Médio, é possível que
a instituição Templária tenha assimilado o pensamento esotérico do Islã e
tenha derivado para essa sociedade secreta. Na época do Mestrado de Odo de
Saint Amand, se pretendia que centos entre eles foram iniciados nos mistérios
desta seita (*44). Nesta época, eles adotam o nome de: “Milice du Christ et du
temple du Salomon” (Milícia do Cristo e do Templo de Salomão) e se
expandiram pelo Oriente Médio onde eram acolhidos e respeitados em todas
partes.
Sua influencia se torna tão grande que o Rei Baldoino II de Jerusalém,
fez deles seus representantes diplomáticos ante o mundo islâmico. Pretendia-
se que pela mediação dos Templários, o Rei de Jerusalém estabeleceu um
tratado secreto com os Assassinos pela entrega da cidade de Damasco em
troca de Tiro (*45).
Os Cavalheiros Templários gozavam da mais alta estima em toda a
Europa, receberam tantas concessões dos peregrinos que chegaram a ser a
Ordem mais rica e poderosa do mundo cristão. Lutando pela instituição do
regime sinárquico universalista que deveria alcançar todo o mundo conhecido
na época, a Ordem do Templo se converteu em um Estado dentro do Estado e
uma Igreja dentro da Igreja, posto que os privilégios que tinham obtido lhes
permitiam escapar de todas as jurisdições Senhoriais ou Reais, inclusive
eclesiásticas, uma vez que dependiam unicamente do Papado.
Respaldados por uma sólida estrutura administrativa, os Templários
capinavam, aravam, secavam pântanos, exploravam salinas, canalizavam rios
e lagunas, cultivavam,abriam novas vias de comunicação, protegiam os
transeuntes, estabeleciam mercados. Possuíam ademais o mais treinado e
melhor equipado, cuja missão se reduzia à segurança das estradas do Oriente
Médio. Ademais, comandavam uma potente frota de barcos de guerra (*54).
- Os Irmãos do Oriente -
41
Senhoriais, feudais. Os Irmãos do oriente adquiriram em Constantinopla os
princípios que regeriam a estrutura da construção, tomada das confrarias
islâmicas de construtores.
Os Irmãos do Oriente viram com o aparecimento da Ordem do Templo a
oportunidade de ampliar seus conhecimentos; no mesmo tempo encontraram
protetores e mecenas mais poderosos que jamais tinham podido ter
anteriormente (*22).
Desde os inícios da Ordem Templária, houve templários que recebiam a
iniciação “companheiril” e ascendiam aos graus de Capelão e Companheiro
construtor. Pouco a pouco, chegavam a dirigir os trabalhos de construção.
Houve uma ação recíproca entre os artistas de elite; muitos Irmãos do Oriente
permaneciam dentro da Ordem do Templo; eram admitidos a tomar os hábitos
monacais e a capa templária. Assimilando seu comportamento e transmitindo
seus ritos, símbolos e segredos do ofício; chegaram a reunir, em suas pessoas,
a Cavaleria de arma e a Cavaleria de ofício (*25).
- Os Cavalheiros construtores –
42
Em 1.137, o Rei da França Luis VI “o gordo” oferece aos Templários um
imenso terreno numa zona pantanosa perto de Paris que toma o nome de
“Cultura do Templo” (hoje o bairro do Marais), onde construíram a torre do
templo de Paris. Seu território se expande rapidamente até alcançar a terceira
parte da superfície da capital francesa. Este território se chamará mais tarde
“Enclave do Templo”e escapava da jurisdição Real; os Templários exerciam
aqui sua soberania temporal e espiritual (*44). Lugar de asilo e de cultura o
“Enclave do Templo” foi um pólo de atração para todos os artesãos do Reino
que podiam reunir-se em confrarias livres, única forma lícita de associações da
época medieval. Dispondo de franquias e permitindo a seus membros exercer
sua arte com toda liberdade, escaparam dos impostos do Rei e da
municipalidade de Paris.
Em toda Europa, os Templários jogaram um grande papel nas guildas e
confrarias. Os canteiros (de pedra) e os pedreiros (de tijolo) adquiriram seus
conhecimentos nos conventos Templários e tinham saído deles enquadrados
em lojas embebidos em uma aspiração comum: o afã de fazer participar o
homem dos resultados corporativos desse saber e elevá-lo às alturas do
conhecimento universal (*19). E, 1.125 na Inglaterra, a capela na Fleet Street,
principal igreja Templária da Inglaterra, foi construída por uma guilda de
arquitetos cristãos vindos da Terra Santa. É nesta guilda que se formaria o
fermento da Maçonaria em Londres e na Inglaterra. Os Templários e os
Maçons tiveram estreitos vínculos durante toda a época medieval; na festa do
solstício de São João do verão, os grandes Mestres das duas Ordens reunidas,
são iluminados pelos fogos ritualísticos (*39).
43
definitivamente e também a razão de ser dos Templários que se recolheram,
isolados e humilhados, sobre a minúscula ilha mediterrânea de Chipre.
- O retorno à França –
44
Templários pelo Rei Luis IX da França; mas Felipe IV não pôde contar com o
apoio do Papa para mais; então, decidiu organizar uma maquinação que lhe
permitisse acabar com a Ordem Templária e livrar-se das imensas dividas que
ele não podia reembolsar; apoderar-se do tesouro Templário r recuperar o seu.
- A Maquinação –
45
autoridade sobre eles e que essas prisões eram uma usurpação da autoridade
Papal. Para desacreditar o apoio Papal, o Rei francês empreendeu uma
campanha de propaganda, acusando o Papa de indulgência com os hereges.
Franco, o Papa atemorizou-se e covarde calou-se promulgando a bula
“Pastoralis Preeminenta” em qual pedia aos monarcas da cristandade que
prendam os Templários que estivessem em seus domínios (*39).
O Rei francês prepôs ao Papa a realização de investigação formal
dirigida pelo Grande Inquisidor da França, o frade Dominco Guillaime Imbert,
que era o confidente do Rei. Nesta época em que a heresia era traição e a
tortura era castigo quando a Igreja era a Lei, o Papa ordenou ao Grande
Inquisidor que se colocasse em seu horrendo cargo, começando perseguição
aos Templários; fazia-os sofrer torturas obscenas e lhes infligia mutilações. Em
conseqüência da dor, muitos morreram antes de confessar coisa alguma.
Porem a maioria confessou qualquer culpa para fazer a dor parar, até de ter
assassinado Deus se fosse pedido por seus torturadores.
O Rei Felipe V se apoderou de imediato das riquezas dos Templários.
As casa da Ordem do Templo foram saqueadas, mas não se encontrou nada
do que se supusera ter valor efetivo. O tesouro que o Rei esperava tomar das
economias Templárias havia desaparecido.
Havia desaparecido também a frota de a frota de navios Templária de
sua base naval em Rochelle o que permitiu ao Grão Mestre Provincial de
Auvergne: Pierre d’Aumont, acompanhado de alguns Cavalheiros de alta
categoria fugir para a ilha escocesa Mull onde se encontraram com o Grande
Comendador Templário para a Escócia: Georges de Harris e outros
Cavalheiros de alta categoria com quais resolveram continuar a Ordem
Templária (*44).
46
ao admitir as repugnantes acusações lançadas contra a Ordem. Declaro, e
tenho de fazê-lo, que a Ordem é inocente; sua pureza e santidade estão fora
de duvida.
É certo que confessei o que meus inimigos desejavam que dissesse. A
outros Cavalheiros que se retrataram de suas confissões, os conduzo à
fogueira. Contudo, a idéia de morrer não é tão horrível como para que se
confesse sujos crimes que nunca foram cometidos.
Se me oferece a vida, mas ao preço da infâmia não vale a pena viver.
“Não lamento ter que morrer se somente pode-se comprar a vida colocando
uma mentira sobre outra.”
- O fim da Ordem –
47
Não lhe parecia que os Templários foram culpáveis de nada. Assim fez
saber a outros monarcas cristãos e pedir-lhes que o apoiassem na defesa dos
Templários que contavam com o respaldo dos nobres influentes nas cortes
cristãs; muitos eram parentes ou amigos deles.
Quando o Rei inglês recebeu a bula Papal, não teve remédio outro que
ordenar as prisões, mas não o fez de imediato; preveniu com três meses de
antecipação os Templários da iminência das prisões, o que lhes deu meios de
fugir. Quando as tropas do Rei foram prendê-los, não se acharam os arquivos
e o tesouro dos estabelecimentos Templários na Inglaterra havia desaparecido.
Os Templários possuíam numerosas propriedades: 900
estabelecimentos na França e na Inglaterra, onde possivelmente receberam
ajuda de familiares e amigos e instruções para chegar a um lugar seguro para
pernoitar. Havia muito que podiam recebê-los: os nobres do Reino, que
recebiam com agrado combatente experimentados, sem lhes importar que
fossem procurados pela Igreja e a coroa inglesa, também os barões
proprietários de terras, normandos em Gales e Irlanda (*45).
Nessa época, o Rei escocês Robert Bruce estava reunindo suas clãs
guerreiras, preparando-se para a guerra contra o Rei da Inglaterra e e estava
feliz por encontrar militares treinados, sem importar-lhe que estivessem fugindo
da Inglaterra. Muitos Templários ingleses e franceses encontraram refugio na
Escócia e, segundo as lendas, o Rei Robert da Escócia havia acolhido em sua
corte Templários resgatados que combateram com ele na batalha de Bannock
Burn e que ajudaram-no vencer. Em agradecimento, o Rei Robert nomeou-os
Cavalheiros na Ordem de Santo André da Escócia que ele funda em 1.313 em
Heredon (*45);
Ao ignorar a ordem Papal de prender os Templários, Escócia tinha feito
um refugio seguro para os fugitivos. No dia de São João de 1.313, Pierre
d”Aumont foi nomeado novo Grão Mestre da Ordem Templária e resolveu
reconstruí-la sob uma forma secreta, apoiada pelos Cavalheiros escoceses.
Os Templários organizam-se em Kilwining um capítulo orientado principalmente
para o apoio dos irmãos em fuga (*44). Em 1.361, a sede da Ordem foi
transferida para Aberdeen e se tem corroborado que a Ordem Templária se
manteve como corpo coeso na Escócia durante quatro séculos.
Os Templários tinham perdido tudo: sua honra, seus bens e o lugar que
ocupavam na comunidade. Rechaçados pelo Vigário de Cristo, presos e
encarcerados, ferozmente torturados e queimados na fogueira, obrigados a
fugir e ocultar-se, perderam o seu intercessor perante Deus. O pensamento
Templário evoluiu desta tragédia, passando do medo da perseguição sua
natural compensação: o ódio de terem sido abandonados pela Igreja e o desejo
de vingar-se. Depois desta tragédia, os Templários adotaram uma atitude
radical perante a Igreja romana que os denegria; pois, se o Papa os rechaçava,
em resposta eles rechaçavam el, chegando à conclusão de que era o Papa que
havia traído Deus e na eles (*39).
Ao mesmo tempo nasceu uma forma liberal de pensamento religioso; a
diferença de opinião dentro da irmandade não importava; discutir as crenças
pessoais em tal momento só podia separá-los; assim não as discutiam. Sua
primeira preocupação deveu ter sido salvar as vidas, não as almas. A
insistência em que se manifestava abertamente a crença em Deus, sem
nenhum requisito para a maneira pessoal de reverenciá-lo, proibiu os
comentários ou discussões sobre religião, pois as crenças de cada um lhes
48
confirmou um respeito de parte de seus irmãos. A urgência e a importância da
situação foi o momento onde os fios soltos do contato entre os fugitivos se
desenvolveram fortemente, como aqueles dos vínculos da irmandade, e como
é regra em épocas do autoritarismo, as uniões fraternais se alimentavam com
maior força entre os membros das minorias (*39).
A adversidade sô fez exaltar a força dos movimentos secretos, de tal
maneira que a organização de fuga Templária se desenvolve proporcionando
uma base firme sobre qual poderia estabelecer-se uma organização
permanente, constituída por uma sociedade secreta informal de proteção
mutua com filosofia religiosa, em qual os irmãos Templários podiam continuar
em conato uns com outros e ajudar-se mediante a regra do segredo absoluto.
Os anos transcorridos entre os primeiro artesãos de templários em 1.307 e a
dissolução da ordem em 1.312 proporcionaram tempo e oportunidade para
que os sistema de fuga evoluísse em uma organização clandestina completa e
permanente (*39).
- A integração –
49
Desejosos de retribuir a hospitalidade brindada iniciaram alguns desses
Maçons nas doutrinas secretas da sua Ordem, criando um grau maçônico da
qualidade de Cavalheiro Templário e constituíram deste modo os Maçons em
seus sucessores e continuadores de suas práticas e rituais. Este grau era,
naquele tempo, um executor da Ordem, dedicado à vingança do assassinato
“judicial” do ultimo Grão Mestre da Ordem Templária, à restauração do mesmo
e à perseguição dos inimigos dos Templários. Isto deu origem para acusar a
Maçonaria como convicta de conspirar contra a Igreja e os Governos.
- O poder da Igreja -
- A controvérsia cientifica –
50
estudar; por este meio, somente eram ensinados aqueles que não eram
suspeitos à hegemonia clerical (*33).
Veio o tempo em que as ciências começaram apoderar-se das mentes
dos homens, a motivar sua imaginação e fazer aparecer novas teorias que se
posicionavam contra o que a Igreja Romana ensinava. Os achados científicos
pareciam estar em conflito com as interpretações das escrituras e por tanto, era
inaceitáveis heréticas.
Em Florença, alguns educadores independentizam-se da Igreja.
Dirigidos por Leonardo da Vinci, organizam secretamente um grupo de
eruditos, livres do controle da Igreja, que ensinava laicamente o idioma popular.
Diante do perigo que pressentia a Inquisição Romana, Leonardo da Vinci
refugia-se na França, onde funda um grupo educativo parecido com o de
Florença que denomina “Escola de Cristo” com o fim de confundir os
inquisidores da Igreja Católica (*33).
*
CAPÍTULO V
* *
- O século XIV inglês –
- Os Lolardos –
51
disciplina eclesiástica foram tais que a dissolução da Igreja Catódica Apostólica
Romana foi prognosticada (36).
A dissidência na Inglaterra estava apenas começando a ser ouvida. Os
precursores rebeldes da reforma protestante recusavam os ensinamentos da
Igreja, originados muito depois da morte de Jesus Cristo. Tais ensinamentos
que a Igreja Romana tinha declarado serem mais importantes que as próprias
Sagradas Escrituras, apresentavam características de heresia para os
reacionários, especialmente para o cura e acadêmico de Oxford: John Wiclyf.
Durante vários anos, um grupo descontente chamado “os Lolardos” ou
“Murmuradores”: os que, pela primeira vez, traduziram a “Vulgata” ao inglês,
sustentavam que todos os cristãos deviam ter acessos às Sagradas Escrituras.
Começara a pregar a reforma da Igreja; percorrendo os povoados, pregando
contra as riquezas, a corrupção da Igreja e levando-lhes uma mensagem
ultracatolica. Alguns desses seguidores: os párocos Johan Ball e John Wrave
pregavam contra a Igreja e a classe privilegiada atiçando a inquietação pública
nos três lugares medievais de reunião: a igreja, a taverna e o mercado,
defendendo doutrinas tais como a igualdade de direitos e a abolição da
vilanagem e da servidão (*40).
Os Lolardos foram ferozmente perseguidos pela Igreja Romana e se
viram obrigados a assumir a clandestinidade, tecendo uma rede de
comunicação em todo o centro da Inglaterra e formando células secretas
independentes, disseminadas por todo o país, que ofereciam refugio a quem
estava em conflito com a igreja estabelecida.
Pretendeu-se que o principal lugar de encontro em Londres era a antiga
capela de São João Batista fora das portas de Leicester, perto do hospital dos
leprosos, a uma lado da capela de Fleet Street que tinha sido a igreja principal
dos Cavalheiros Templários na Inglaterra), onde havia uma hospedaria e
alojamento para “sectários que odiavam a igreja de Cristo”(*36), sob a proteção
do piedoso Duque de Lancaster; era ali que os seguidores de Wiclyf dirigiam
seus sermões contra o clero católico. Os Lolardos sobreviveram durante os
anos seguintes às perseguições da Igreja e de alguma maneira conseguiram o
apoio de determinados membros da aristocracia, principalmente d classe dos
Cavalheiros, ainda que essa associação tivesse uma origem eminentemente
popular (*40).
Esta foi a primeira comoção de uma atitude anti-eclesiástica que seguiria
latente na Inglaterra até acontecer a erupção da Reforma Protestante.
- A Magna Sociedade –
52
Essex e de Kent e especialmente em povoados da região de York.. O
assassinato de Wat Tyler (Walter o Tecedor) desorganizou a revolta que
acabou com o desaparecimento dos principais chefes de grupos regionais.
Pretendeu-se que os lideres desta agitação tinham a proteção de uma
misteriosa organização clandestina, uma “Grande Sociedade” (Magna
Sociedade), bem organizada e documentada, que se reunia em Londres, com
qual eles mantinham contato (*39). Esta sociedade secreta, cuja existência
previa a revolta camponesa, tinha relações com os artesãos radicados em
Londres que regressavam aos povoados de origem para incitar a população à
rebelião; é esta “Magna Sociedade” a que proporcionava aos rebeldes,
hospedagem, auxílios e casa de segurança, de tal sorte que eles não foram
jamais capturados.
Não parece razoável pretender que duas organizações secretas como
os Templários e os Lolardos tenham existido uma ao lado da outra em todos os
pequenos povoados da Inglaterra sem nenhuma relação entre elas, sobretudo
quando cada uma tinha como tema central prover alojamento para ocultar
homens da ira da religião do Estado (*39).
Deve-se considerar provável que estiveram relacionadas e que
evoluíram até chegarem a ser, talvez, uma e única estrutura de ajuda mutua.
Se assim foi, esta “Magna Sociedade” por ser a organização secreta melhor
estruturada, desempenhou um papel importante na reforma protestante da
Inglaterra, a base do levantamento da revolta camponesa em 1.381. Esta
organização secreta manteve-se viva durante séculos graças a uma dedicação
e um compromisso trazido coma idéia de que haviam erros nos ensinamentos
e praticas da Igreja estabelecida e que esta devia ser reformada (*39).
- Os primeiros grêmios –
53
que lhes permitia guardar estrito segredo da “Arte de Traçar”, o desenho
arquitetônico e da execução das construções; proibiram a seus membros,
constituídos em lojas e oficinas, transmitir os segredos do saber da arte
lapidária em forma diferente a símbolos.
Em 1.440, a confraria dos construtores da Catedral de Estrasburgo: os
“Irmãos de São João” se chamaram pela primeira vez: Ordem Francomaçônica
de São João; fundaram a “Sociedade Geral dos Maçons Livres da Alemanha”,
primeira Grande Loja reconhecida por todas as lojas da Alemanha e dos paises
vizinhos que, ainda que cada uma delas era livre e autônoma acorria a
Estrasburgo em casos graves ou duvidosos (*14).
Na França se criou o “Companheirismo” e nascem diversas
fraternidades maçônicas; “os Filhos de Salomão”, “os Filhos do Mestre
Jacques” e “os Filhos do Mestre Soubise”; foram criadas em seguida “os
Companheiros do Dever. Todas estas corporações de construtores dispunham
de constituições escritas pelas quais seus membros deviam ser livres e ter uma
vida irretocável; eles se consideravam irmãos (*22).
Apesar de que o pedreiro podia justamente ser ciumento de seus
conhecimentos na arte de construir, as regras de segurança física da
Francomaçonaria têm muito poucas relações com os rituais das corporações,
de tal modo que se pode interrogar sobre esta súbita evolução do humilde
pedreiro até o organizador de um grupo social estruturado como uma
organização secreta juramentada, defendendo as portas de suas assembléias
com as espadas em mãos, protegendo-se da traição na transmissão de seus
segredos a “profanos”, com a ameaça de castigo temível. Não constituía u,
razoamento gremial típico; ao contrario, o conhecimento de um castigo muito
específico, proporcionado não pelos próprios obreriros, mas imposto por uma
força superior: o Estado e a Igreja (*39).Até o século XIV, os antigos grêmios
medievais foram militantemente religiosos e todos apegados à Igreja Católica,
e a nenhum foi permitido ter um código de tolerância religiosa ou conceder
proteção àqueles cujas opiniões estavam em conflito com os ensinamentos da
Igreja Católica.
O propósito da Maçonaria secreta: a proteção mutua de homens que
tinham diferenças de crenças com a Igreja Romana, desacordo com os
costumes da sociedade obreira medieval do século XIV; esta incoerência
“social-profissional” deixa a porta aberta a toda especulação mais séria até a
fantasiosa (*39);
Certos autores desenvolveram hipóteses segundo quais os primeiros
Francomaçons foram realmente Templários fugitivos ou seus descendentes;
segundo estes autores, a Francomaçonaria havia se originado nos apuros e
fuga dos Templários que utilizaram a organização obreira dos “francos ofícios”
doravante estruturada, para formar rapidamente uma sociedade secreta e que
as origens dela se encontra entre os Templários e simpatizantes da Ordem
Templária que escapara da prisão e tortura nas mãos do Rei e do Papa, em
uma época ideal para formar um grupo secreto no qual os Templários puderam
esconder-se do conhecimento e da vingança da Igreja Católica.
O estudo desta hipótese permite compreender melhor o sentido de
certos símbolos da Mui Venerável instituição maçônica e podemos ser
seduzidos por seu construtivismo, ao contrario do aspecto místico e improvável
da corrente filosófica, bíblica e símbolos da Maçonaria e de seu mítico passado
brumoso e incerto.
54
À medida que o tempo passa, a memória escurece; as verdadeiras
origens da Francomaçonaria se perderam e os Francomaçons ficam somente
com a alegoria, criando um mundo fantástico que aceitaram como real: o dos
Patriarcas bíblicos e do templo de Salomão, e dos Templários e das
sociedades secretas e misteriosas. Transmitiram estas lendas fantásticas,
fabulam românticas e mitos exóticos que seduzem os homens dos paises da
Europa brumosa, fria e chuvosa.
*
- TERCEIRA PARTE –
A CORRENTE ESPECULATIVA,
DEMOCRÁTICA E LIBERTÁRIA
* *
Do século XVIII ao século XX
*
CAPÍTULO VI
* *
- Os Mestres aceitos –
55
oposição à ciência; e de tal modo que eles se encontravam em grave perigo de
castigo eclesiástico, tal como Galileu Galilei que teve de renegar em 1.638 sua
teoria da rotação terrestre ao redor do sol para libertar-se da ameaça de tortura
do tribunal da Inquisição Romana. Mas eles não queriam abandonar sua
curiosidade cientifica e optaram por reunir-se em segredo nas lojas Maçônicas.
Em 1.645, Elias Ashmole, astrólogo de origem judaica, alquimista da
corrente Rosa-Cruz, físico e matemático, apelidado o “mercurófilo inglês” foi
admitido como Maçom aceito em Lancashire. Fundou em Londres “o Colégio
Invisível”, sociedade de inspiração Rosa-Cruz e em 1.646 uma sociedade que
tinha por objetivo construir o templo ideal: “a casa de Salomão”, Ashmole
contribuindo assim a acentuar as tendências herméticas da Ordem Maçônica.
É nesta época que nascem as lendas simbólicas relativas à construção do
templo de Jerusalém e aquela do construtor Hiram. Pretende-se que foi
Ashmole que fez o esboço da organização da Ordem atual e consolidou as
tendências que foram os fermentos da Maçonaria especulativa moderna. Em
1.662, sob o Reinado de Carlos II da Inglaterra, Robert Moore e Elias Ashmole
solicitaram permissão Real para constituir-se em sociedade com o nome de
“Real sociedade de Londres para o melhoramento do conhecimento natural
(Royal Society of London)”. Os Maçons ingleses tiveram um rol importante na
fundação desse corpo sapiente, o maior do século XVIII inglês, que foi
presidido de 1.703 a 1.727 por Isaac Newton, genial inventor de um ramo
totalmente novo para a época das matemáticas, o chamado “calculo das
variantes”; foi o criador do método de calculo diferencial e integral; descobriu a
lei da inércia e o “quadrado inverso” (*55). Foi também autor de descobertas
fundamental sobre a natureza da luz e estabeleceu as bases para a teoria da
gravitação universal que deduziu da terceira lei de Kepler sobre o movimento
planetário universal. Embebido da corrente filosófica mística da época e
adepto do Rosacrucianismo, Newton desenvolveu seus experimentos na
fronteira entre a alquimia e a química (*11). O passatempo preferido dos
últimos anos desse genial cientista foi a construção de um maquete
arquitetônico do templo de Salomão. Integraram-se a esses novos “Maçons
Aceitos” alguns gentis homens mestres na política e na arte de governar os
Estados, influíram enormemente sobre o espírito das lojas de construtores e,
pouco a pouco, começara a prevalecer sobre os Maçons de oficio Maçons
antigos) e não tardaram em dirigir as oficinas, transformando as lojas operárias
em lojas especulativas. Esse foi o “renascimento” da instituição e a criação da
Maçonaria moderna que conhecemos hoje. O caráter da instituição Maçônica,
intelectual e aristocrático, favoreceu seu desenvolvimento e cada um ambiciona
a honra de admitido na fraternidade; as lojas de construtores começaram a
transformação em lojas especulativas; mas souberam conservar o espírito da
Maçonaria: o constutorismo e seu objetivo que é que cada um dos seus
membros se torne um dos construtores simbólicos do edifício social(*48).
56
uma nova época de pensamento onde se confunde intimamente o racional das
ciências exatas e naturais e o irracional como o estranho e o maravilhoso. A
alquimia, que estava no seu apogeu na Europa, atropelou o racionalismo
estreito do século XVIII, consagrando a pratica da “Grande Obra Hermética” e
criando o sistema filosófico-místico-alquímico chamado “Ciência Sublime”
originado na corrente tradicional hermética que intentava redescobrir o mistério
da vida.
É nesta época que os Rosacruzes ingleses penetram na
Francomaçonaria e certas doutrinas e tradições místicas, como as tradições
Templárias e Rosacruzes, assim como as lendas dos Essênios e do Dionísios
se incorporam ao “renascimento” da Ordem Maçônica. Foram aportes
importantes à transformação e à regeneração da Maçonaria, dando-lhe um
objetivo de união, de perfeição e de progresso de fraternidade, de igualdade e
de ciências (*3).
- A primeira constituição –
57
A loja de York decidiu impor-se e formou em 1.725 sua própria “Grande
Loja da Inglaterra”. Desde esta época, York ocupa um lugar muito especial na
Maçonaria, principalmente nos Estados Unidos, onde muitos Maçons
consideram que o rito Yorkino é a forma mais antiga da Maçonaria. As outras
lojas inglesas ficaram independentes e livres e continuaram respeitando as
“antigas constituições”(*48). No mesmo ando de 1.725, a Maçonaria Irlandesa
declarou uma “Grande Loja da Irlanda” com sede em Dublin. A Escócia foi a
ultima em tornar pública sua Maçonaria em 1.736. Em 24 de junho de 1.718,
George Payne, sucede a Anthony Seyer. Fazendo-se necessário formular,
tanto os princípios como os estatutos e regulamentos da Ordem, Payne
começou o trabalho de reunir todos os escritos, cartas e antigas constituições
chamadas “OLd Charges” (antigas obrigações ou Constituições Góticas) e as
“General Regulations” da Maçonaria; entre quais se encontram os mais antigos
documentos: os estatutos Shaw, as ordenanças de Ina (668ª 725) e de Alfred
(871 a 901), o poema Regius (1.390), o documento Cooke (1.410), o Nigo
Jones (1.607, o documento Wood (1.610) e a carta de Athelstan, estabelecida
durante a assembléia geral de 936 em York. Mas, numerosas lojas operativas
queimaram muitos documentos das “grandes constituições góticas”,
manuscritos de grandíssimo valor, com fim de não caírem nas mãos desses
“novos Maçons” que, para eles, eram apenas uns profanos. Desses preciosos
manuscritos, anotamos um texto de 1.750 atribuído ao Rei Henrique VI da
Inglaterra que dá uma definição interessante da Maçonaria, como resposta a
uma pergunta relativa aos seus mistérios:
“A Maçonaria é o conhecimento da natureza, o discernimento da
potencia que ela encerra e de suas obras múltiplas, em particular o
conhecimento dos números e das medidas e da boa maneira de fazer todas as
cousas para o uso do homem, em particular os edifícios, assim como todas as
outras cousas que contribuam ao seu bem” (*19).
O pastor Jean Theophile Desaguliers, filho de um protestante francês de
Rochelle emigrado a Londres depois da revogação do édito de Nantes; espírito
brilhante, físico, matemático, capelão do Príncipe de Gales, doutor em direito,
membro da “Royal Society” e discípulo de Newton, sucede a George Payne em
1.729. Participa na redação da primeira constituição Maçônica que foi
terminada em 1.720. O Duque de Montague, Príncipe de sangue Real inglês,
novo Grão Mestre, sucede a Jean Theophile Desaguliers em 1.721; encarrega
o pastor e presbítero escocês James Anderson redigir a nova carta da
Francomaçonaria moderna que foi adotada no mesmo ano e publicada em
1.723 sob o Grão Mestrado do Duque de Wharton.
Em 1.732, nove lojas se reuniram segundo “Grande Comitê da mais
antiga e honorável confraria dos Maçons Livres e Aceitos” decidiram constituir
a “Grande Loja dos Maçons Livres e Aceitos segundo as velhas instituições”,
chamada também “Grande Loja dos Antigos”. Em 1.756, o irlandês Laurence
Dermott publica a constituição “Ahiman Rezon” (Lei dos irmãos designados, ou
escolhidos). A divisão entre os antigos (280 lojas) e modernos (387 lojas) dura
até 1.813, ano da reconciliação e fusão, formando em 1.815 a “Grande Loja
unida dos Francomaçons da Inglaterra”; sua constituição, diferente daquela
escrita por Anderson em 1.723, foi publicada em 1.815. A esta Grande Loja
que é reconhecida a qualidade de “Grande Loja Mãe de todas as lojas do
Mundo (*48).
58
- A Maçonaria escocesa –
59
básica de três graus ou Maçonaria “azul” que foram trazidos pelos Maçons
escoceses exilados em Paris.
Grande orador da “Grande Loja Provincial da Inglaterra para o Reino da
França”, que foi constituída em Paris em 1.735, o Cavalheiro Andrew Michael
Ramsay, Doutor ”Honoris Causa” em direito civil da Universidade de Oxford e
membro da “Royal Society of London”, havia viajado por toda a Europa,
chegando a conquistar as graças de grandes famílias da nobreza. Foi
preceptor do Príncipe de Turenne e do Príncipe Carlos Estuardo, filhos de
James III, exilado em Roma e pretendente ao trono da Inglaterra e da Escócia.
Andrew Michael Ramsay é patrocinado por Fenelon, Arcebispo de Coimbra,
onde ele foi executor testamenteiro (*14).
Desde seu nascimento, a Francomaçonaria se desprende do artesanato
e de todas as praticas manuais que haviam feito a sua gloria e aquela de suas
confrarias. Em um discurso ainda celebre pronunciado em 1.736, Andrew
Michael Ramsay define o espírito e a origem da Maçonaria q1ue, segundo ele,
não tem nada a ver com das confrarias de canteiros medievais sebentos que
os aristocratas franceses não gostavam e freqüentavam o salão filosófico de
Fenelon onde se reunia a nobreza da corte do Rei Luis XV, declarando: “O
numero de Francomaçons não deve ser tomado no sentido literal, grosseiro e
material, como se nossos instrutores tivessem sido simples obreiros de pedra”.
Ramsay fala, ao contrario, de uma origem entre Reis, Príncipes, Barões
e Cavalheiros das Santas Cruzadas, fazendo dos Francomaçons os novos
“Cavalheiros do século da razão” (*22).
Proclama pela primeira vez a universalidade da Francomaçonaria,
denuncia o patriotismo agressivo e dá as bases da Maçonaria dos altos graus,
ou Maçonaria “vermelha” inspirada, não na Maçonaria operativa, e sim em uma
ordem de cavalheiros. Este discurso teve uma influência imediata, profunda e
durável sobre o desenvolvimento da Francomaçonaria. Graças a seus
argumentos, Ramsay seduz uma grande parte da nobreza francesa e prepara-
a para ingressar nas lojas.
Andrew Michael Ramsay foi o propulsor da corrente de pensamento
“Filosófico-Cavalheiresca” da Maçonaria, ponto de partida doutrinal da
tendência filosófica Maçônica chamada “Escocismo”. Ramsay conseguiu em
1.735 fazer admitir na França sua teoria da origem Templária da Maçonaria
que tinha sido refutada pela primeira vez pela Grande Loja da Inglaterra em
1.728 por falta de provas. A partir de 1.737, iniciou-se uma onda de fantasia
cavalheiresca que se difundiu pela Europa nos séculos XVIII e XIX segundo um
tema pluricultural Arabe-Turco-Egipcio, formando em 1.785 um muito
sofisticado repertorio de mais de 400 rituais exóticos. A corrente filosófico-
cavalheiresca adquiriu tal preponderância durante a segunda metade do século
XVIII que todos os demais sistemas, tal como a corrente “bíblico-simbólica”,
viram-se postergadas e reduzidas ao silencio nos principais Estados da
Europa.
Os Jesuítas apoderaram-se um momento deste sistema e abusaram da
Maçonaria na Inglaterra e Escócia com o objetivo de formar um partido em
favor da dinastia Católica dos Estuardos; fazendo crer que a Maçonaria
trabalhava para repor uma Realiza Católica no trono da Inglaterra, cultivando a
romântica ilusão de que a Maçonaria no era mais que continuação encoberta
da extinta Ordem dos Templários que tinha tomado este véu para perpetuá-la
com o fim de recuperar um dia o seu antigo poderio. No século XVIII, a
60
Maçonaria “Escocesa, ou Templária” representa a elite da sociedade da época;
esta crença se perpetuou e perdurou longo tempo no rito Sueco e está ainda
viva no rito “Escocês Retificado” no qual anotamos em 1.782:
“A verdadeira tendência do regime retificado é, e deve ser, uma ardente
aspiração ao estabelecimento da cidade dos homens espiritualistas, que
pratiquem a moral do Cristianismo primitivo, sem nenhum dogmatismo, nem
qualquer união com a Igreja, qualquer que ela seja”(*27).
A Grande Loja de Londres outorgou permissão em 1.738 para constituir em
Paris a “Grande Loja Inglesa da França”. Nessa época Voltaire publicou suas
“letras inglesas” onde fez apologia do sistema de Governo britânico em
oposição ao despotismo do sistema francês: “...cujos preconceitos Católicos
molestam o progresso da razão...”;
Em 1.764, Voltaire dirige seus ataques à Igreja, já que não admite mais
a autonomia do mundo religioso que, segundo ele, se preocupa demais com a
política. O poder Real francês se inquieta rapidamente por causa da atuação
das lojas Maçônicas dirigidas por uns Grãos Mestres ingleses e a Maçonaria é
proibida em 1.737 por decreto do Rei Luis XV.
*
CAPÍTULO VII
A Maçonaria moderna
* *
- O século da razão –
61
irmãos operários. No século XVIII, o segredo, a fraternidade e a tolerância são
ainda rastros sobre-salientes das lojas que começam aprofundar a prática das
ciências herméticas (*38).
- A Maçonaria da Corte –
62
irmãos encerram-se em disputas estéreis; a Ordem Maçônica está em um
be4co sem saída. Os “Lacornianos” contra atacam, convencendo o Duque de
Montmorency Luxembourg, primo do Rei Luis XVI, a “ressuscitar” a Maçonaria
moribunda. O Duque consegue fazer eleger Grão Mestre um personagem
suficientemente conhecido por albergar a Ordem sob sua proteção, para
restaurar o seu brilho depois de anos de anarquia. É Luis Philippe Joseph
d’Orléans, Duque de Chartres, Príncipe de sangue e primo do Rei Luis XVI. O
Duque de Chartres tem uma personalidade libertina e frondosa, devorada pela
ambição política que o leva a uma oposição enviesada ao regime do seu primo
Real, o que lhe vale a estima do povo e de seus irmãos que o conhecerão sob
o nome de “Philippe Egalitée” (Felipe Igualdade). Philippe d’Orleans presidirá a
Maçonaria francesa até 1.793. Durante seu mandato, ele nomeará
administrador geral o Duque de Montmorency, que será de fato o principal
dirigente da Francomaçonaria e que reorganizará a Ordem reunindo os irmãos
das duas correntes sociais. Dissolveu a Grande Loja da França em 1,772 e
substituiu-a em 1.773 pelo Grande Oriente da França. Este “golpe” de estado
autoritário descontenta certas lojas que não foram consultadas os protestos
surgem (*19). A parti de 1.774, os efetivos do Grande Oriente crescem,
enquanto diminuem os da Grande Loja refrataria à união. Em 1.775 foi
necessário regenerar a Ordem que tinha sido invadida por irmãos libertinos,
mais preocupados com as honrarias e os banquetes do que os fins iniciáticos.
Em 1.777 foram criadas as câmaras de perfeição, que permitiram uma seleção
qualificativa mais rigorosa do quadro de membros.
- A Maçonaria Revolucionária –
63
A partir de 1.790, a Maçonaria adotará um tríplice ideológico: Liberdade,
Igualdade de direitos e Fraternidade humana, que serão o emblema da
Republica francesa, a primeira da Europa, que lançará em 1.793 as bases da
democracia e a abolição da escravatura (*33).
O mundo inteiro admite hoje que a propagação desses princípios
preparou uma profunda transformação da França e da Europa inteira e
constituíram as bases sobre quais se libertaram os povos do mundo e se
instala a democracia no “Novo Mundo”. É deste ideal que vieram as
orientações filosóficas e filantrópicas de liberdade e progresso da Maçonaria
como a conhecemos atualmente: a fraternidade universal atuando na
construção do bem humano com o objetivo de que cada um dos seus membros
se torne um dos construtores do edifício social.
64
- Os Rosacruzes –
65
Os intelectuais Rosacruzes do século XVI foram numerosos: Johann
Valentin Andreae (1.568-1.654), Capelão do Duque de Wurtenberg, um dos
homens mais sábios do seu tempo, autor de numerosas obras literárias e
herméticas, entre as quais “As bodas químicas de Christian Rosencreutz”,
“Menippus”, “Turris Babel”, “A Fama” e co-autor do maior livro Rosa-Cruz “Os
Manifestos” em associação com Arndt, Gerhardt e Christophe Besold, com o
qual Johann Valentin Andreae funda a “Republica Cristianopolitana”.
Teofasto Bombasto de Hoherheim, mais conhecido sob o pseudônimo
de Paracelso; médico, espírito iluminado e cabalista; reabilitou a alquimia e
descobriu, junto ao medico Fausto de Cornélio Agrippa, que o mundo inferior
está unido ao mundo superior. Em seu livro “Achidoxa de tintura physica de
occultea philosophiae”, um dos seus 364 escritos, intentara unir os
conhecimento médicos do seu tempo com as ciências esotéricas.
Um dos seus discípulos: Jakob Bohme (que muito influenciou Isaac
Newton) trabalha especialmente sobre o tema da Pedra Filosofal (*55).
Outro Rosa-Cruz: Francis Bacon definirá em sua obra “Nova Atlantis”
uma sociedade ideal onde existe uma sociedade secreta chamada O templo de
Salomão”, cujo objetivo é fazer a felicidade dos homens, revelando-lhes os
segredos da natureza. O enciclopedista d”Ambert se apaixona pelos planos da
“Nova Atlantis” de Bacon.
Os destacados Rosacruzes Jean Tritemius, Heinrich Khunrath, Michel
Maier, que publicou 21 volumes dedicados à arte de Hermes, Nicolas Flamel,
Jan Amos Komensky (Comenius), Robert Fludd (Fluctibus) que foi o primeiro
organizador da Francomaçonaria Rosacruciana e Barnaud, Thomas Vaughn,
Von Ratishs, Brotoffer e Barich von Spinoza não se satisfazem mais com a
velha linguagem simbólica dos alquimistas. Expuseram suas doutrinas em um
novo sistema racional que teve enorme êxito no século XVII (*55).
De 1.658 até 1.685, sociedades Rosacrucianas se formam em toda a
Europa; sobre tudo na Inglaterra, já que o entranho e o maravilhoso, como a
alquimia, também o racionalismo estreito do século XVII. Os adeptos ingleses:
Christofer Wren, Robert Moray e Elias Ashmole têm um rol importante na
fundação da “Royal Society”. É nesta época que os Rosa-Cruzes ingleses
entram na Francomaçonaria e são eles que foram fomentadores da Maçonaria
especulativa (*49).
Elias Ashmole: astrólogo, alquimista, físico e matemático, chamado o
“Mercurofilo inglês” é admitido como Maçom aceito em Lancashire. Continuará
a acentuar as tendências herméticas da Ordem Maçônica. É nesta época que
nascem as lendas simbólicas relativas à construção do Templo de Salomão e
do seu construtor Hiram. Em 1.724 umas antigas constituições Maçônicas de
Londres citam os Rosa-Cruzes e os Maçons como “Irmãos da mesma
fraternidade ou Ordem”.
- A síntese progressiva –
66
Maçonaria sem jamais encontrar os membros dos graus mais baixos; este rito
conhecerá um grande sucesso na Alemanha. A partir de 1.773, o filosofo
Joseph de Maistre tentará, com o apoio dos altos graus do “Rito Escocês
Retificado”, de inspiração Cristã e Templária, fazer entrar a Maçonaria num
“Cristianismo transcendental”. Os séculos XV e XVI viram nascer a influencia
das doutrinas secretas da “Escola Eclética de Alexandria” que tom a uma
importância indiscutível na Europa no momento em que a filosofia reúne a
tradição iniciática, uma vez que os descobrimentos científicos do século XVI
chamaram atenção sobre os alquimistas de tempo remoto, dando honra ao
principio fundamental do Hermetismo; a unidade (o Todo está no Todo). Este
retorno ao “conhecimento universal” marcará a síntese das correntes
tradicionais: aquela da antiguidade e das influencias neo-Alexandrinas e
gnósticas, aquela da igreja Cristã primitiva, aquela dos iniciados herméticos,
alquimistas e cabalistas influenciados pelas tradições orientais. A elite
intelectual do século XVI: Pomponazzi, Pic de la Mirandole e Ficin, entreviram o
desenvolvimento filosófico dos sistemas de Zoroastro; de Hermes, de Orfeu,
de Pitágoras e de Platão como complementos das idéias filosóficas Cristãs e a
Cabala judaica, crendo descobrir a chave da energia do universo. Uma nova
geração de pensadores: Agrippa, Rabelais e Paracelso criam o movimento
“Pansófico, ou conhecimento universal” e o “Humanismo”, doutrina onde o
universo se revela mais perfeitamente no homem, ponto culminante e coroação
da evolução e onde o homem é o resumo do mundo e do cosmo. É o retorno à
Lei do “Mentalismo” de Hermes (o Tudo é espírito, o universo é mental); esses
princípios aproximam-se dos conhecimentos atuais da Lei de vibrações (nada
repousa, tudo se move, tudo vibra) (*37).
- A Maçonaria mística –
67
supostamente Cavalheiros Templários dirigidos por um egípcio de nome
Ormuz, sacerdote de Memphis, convertido ao cristianismo por São Marcos.
Organizado por Garibaldi, que foi seu primeiro Grão Mestre, a fusão dos ritos
de Memphis e de Misraim se opera em 1.881. Foram associados a estas duas
obediências os graus iniciáticos que vinham das antigas obediências esotéricas
do século XVIII: “o rito dos Philadelphos”, “o rito dos Irmãos Africanos”, “o rito
Hermético”, “o rito dos Philalethes” e “o rito Primitivo”, fundado em 1.780 em
Narbonne (França) pelo Marques de Chefdebien.
O rito de Memphis ressurgiu em 1.947 sob a forma do “Rito Oriental
Antigo e Primitivo de Memphis” que se afirma como uma síntese de todos os
ritos filosóficos, herméticos e alquimistas, situando sua origem no rito primitivo
dos Philalethes. “Os ritos egípcios antigos fundiram-se em 1.959 em um
“Supremo Conselho das Ordens Maçônicas de Memphis e Misraim Reunidos”;
tornou-se em 1.963 no “Rito Antigo e Primitivo de Memphis Misraim”“ (*34).
Certos ritos Maçônicos reconhecem a necessidade das formas culturais
(religiosas) em quais elas não partem do culto para chegar à tradição; mas ao
contrario, partem da tradição para definir um culto. Estes ritos tomam suas
fontes das teorias de Emmanuel Swedenborg (1.735), cujo ensinamento foi
seguido na Suécia, na Inglaterra e na Alemanha. A influência de Swedenborg
sobre a Francomaçonaria se exerce por intermédio de Martinès de Pasqually
que forma a doutrina da “reintegração” (*15).
A organização e a prática deste culto, verdadeira “teurgia”, chamada
“Rito dos Eleitos Cohen” foi constituído em 1.754 no sul da França;
desenvolveu-se em Paris em 1.767. O ritual desta doutrina consistia em uns
cultos mágicos estranhos; sua finalidade era de entreabrir o véu ao outro
mundo: as portas da “Jerusalém Celeste”, a fabulosa cidade de beatitude (*35).
Após a morte e Martinès de Pasqually, seus ensinos dividem-se em dois
ramos: um dirigido por Willemnoz, que teve a intuição d que a ordem Maçônica
continha uns valores espirituais que uniam o esoterismo tradicional: aquele de
um cristianismo esotérico, onde as práticas ocultas estão em primeiro plano e
onde os adeptos lutam contra o materialismo e a filosofia racional. O outro,
dirigido por Louis Claude de Saint Martin, conhecido a partir de 1.775 sob o
pseudônimo de “Filosofo Desconhecido”, desenvolve uma doutrina mística e de
analise metafísica. Segundo Saint Martin, não é útil nem igreja, nem culto, nem
rito.
O espírito do homem é o único e verdadeiro templo (*43). Um século
mais tarde (1.886). Papus (Doutor Gerard Encausse) reúne a doutrina de Saint
Martin, criando uma “Ordem Martinista”. Em torno de Paus, reunia-se um
conselho de ocultistas parisienses, renovador do “ocultismo” que entendia
orientar o Martinismo a este (*22).
- A Maçonaria Mágica –
68
da mais famosa Francomaçonaria mágica, ainda que essa curiosa honra ser
atribuída ao mercador austríaco Kölmer, de volta do Egito, que teria sido o
misterioso “Altotas”, o mestre de magia de Cagliostro (*49).
Jose Balsamo, Conde de Cagliostro (Sicília), é um personagem
extraordinário, ainda que se mantenha bem misterioso. Iniciado na Maçonaria
em 1.777 em Londres criou em Bruxelas um rito Maçônico com operações
mágicas; freqüenta as lojas de todos os ritos na Holanda, Alemanha, Polônia e
Rússia. É em Mitau em 1.779 que ele faz por primeira vez uso de ritos
mágicos.
Funda em Lyon (França) uma loja “A Sabedoria Triunfante” e em 1.784
tenta o prestigio de mago e de curador. Dirige uma sociedade de gnósticos: a
seita de “Saint Jakin” que durou até a revolução francesa, entregando-se às
ilusões da magia, mesclando os segredos dos Rosacruzes e os mistérios dos
Templários.
Cagliostro funda em 1.784 em Lyon (França) o templo chamado “Loja
Mãe do Rito Egípcio”, dirigindo o ritual da Maçonaria egípcia, tratando de
ressuscitar o misterioso culto de Isis. O objetivo dos trabalhos desta loja era de
levar o homem decaído a reconquistar sua dignidade perdida. O titulo que
dava Cagliostro aos seus ensinamentos era de “Doutrina do Grande Copta”
(*34). Cagliostro se instalou em Estrasburgo (França), cidade onde residiu de
1.780 a 1.783, adquirindo uma grande ascendência sobre o Cardeal de Rohan.
Quando explodiu o escândalo “do colar da Rainha”, Cagliostro foi detido
em 1.785 e encarcerado em Paris na Bastilha ao mesmo tempo em que o seu
protetor o Cardeal de Rohan. Foi expulso da França e embarcado para a
Inglaterra (*49). Depois de ter sido adorado como uma divindade foi tratado
como um intrigante, charlatão e finalmente como aventureiro. Em seguida
Cagliostro iria a Roma onde a Inquisição romana teve de condená-lo a morte
em 1.791 por heresia e maçonismo; mas o Papa comutou a pena por prisão
perpetua, fazendo encerrar em uma cela sem porta da fortaleza de São Leo,
no Montefeltro (Itália), onde morreu enforcando em 1.795 para evitar sua fuga
(*49)
Outro grande e misterioso personagem aparecido neste “Século da
Razão”: o Conde de Saint Germain; que contribuiu para tornar ainda mais
misteriosa a Ordem Maçônica. Usava nomes diferentes em vários paises:
Conde Summont, Conde de Solikof, Conde Welldona ou Veldone, Marques de
Ballamare ou Belmar, Marques de Montferrat e de Aymar, Cavalheiro
Schoening, Conde Czarogy e Príncipe Rackoczi. Nasceu na Itália, na região
de Piemonte e seus verdadeiros títulos pareciam ser: Conde de Saint Martin e
Marques de Aglié. Parecia possuir uma grande fortuna.
A lenda relativa ao Conde de Saint Germain induz a crer que era um
douto físico e um químico distinguido; pretendia ter descoberto o meio de
fabricar ouro e assegurava que possuía o segredo de soldar os diamantes sem
ficar vestígio da operação. Dizia ter aprendido esta prática, assim como outros
dos seus segredos químicos, com antigos egípcios (*34).
Seu valete Gleichen dizia dele: “...Falava com uma ênfase misteriosa
das profundidades da natureza sobre o gênero da sua ciência e de seus
tesouros; porém,não ensinou-me mais do que conhecera marcha e a
singularidade da charlatanearia...”.
O Conde de Saint Germain chegou a Paris em 1.718. Instalou-se na
capital francesa graças ao patrocínio do Marques de Mangny, diretor das
69
manufaturas Reais. Citando com desenvoltura os eventos históricos como se
ele tivesse sido testemunha ocular, toma forma um rumor de sua imortalidade,
que ele cultivava com muito humor (*49).
Madame Pompadour, favorita do Rei Luis XV, instala-o no castelo de
Chambord e autoriza-o permanecer em Versailles, onde consegue que o Rei
empregue-o em 1.760 para as suas missões na Holanda para negociar
secretamente a paz com York, embaixador da Inglaterra em Haia (*56). O Rei
recebia-o familiarmente, concedendo-lhe audiências privadas. Em 1.762,
esteve na Rússia em São Petersburgo, na corte de Pedro III. Todos os
soberanos europeus recebem-no e dão provas de respeito.
Qualquer que seja o pais onde se encontre, o Conde de Saint Germain
suscita o mesmo assombro e a mesma admiração. Depois de alguns anos de
viagens pela Europa, reside na Itália e em Berlim (Alemanha). Em 1.776 está
na corte de Frederico II da Prússia a quem diferentes projetos químicos. Em
1.778 estabeleceu-se em Altona, onde conheceu o Duque de Brunswick. Oito
anos depois adoece de gota, morre em Eckemfoerde de um ataque de paralisia
ao lado de Landgrave de Hesse para quem fazia uma fábrica de cores (*48).
O Conde de Saint Germain influenciou muito o medico austríaco
François Antoine Mesmer, quem anuncia em 1.780 a descoberta do
“magnetismo animal”; suas idéias conduzem em 1.738 ao estabelecimento em
Paris de uma loja Maçônica conhecida sob o nome de Sociedade da Harmonia
Universal”, que era destinada à iniciação de adeptos para praticar e propagar
as doutrinas de Mesmer; primeiro sapiente contemporâneo que colocou em
relação a situação do cosmos com o surgimento das enfermidades, tentando
prolongar as investigações dos médicos da antiguidade que tinham uma
concepção do corpo humano.
- A Maçonaria Imperial –
70
- A Maçonaria feminina –
- A Maçonaria Republicana –
Em julho de 1.830, durante a época dos três gloriosos, a Maçonaria canta sua
ação onde seu rol democrático aparece à luz e organiza uma grande festa em
honra do Marque de Lafayette a quem os Francomaçons norte-americanos
outorgam as mais altas distinções maçônicas. Desde a queda da “monarquia
burguesa” e o nascimento da segunda Republica em 1.848, aparece um lema
maçônico sobre a bandeira francesa: “Liberdade, Igualdade Fraternidade”.
Lamartine dá testemunho de sua ação nas lojas maçônicas para o
restabelecimento da Republica Francesa, dando esperança aos cidadãos de
um paraíso social onde a Maçonaria teria uma das chaves (*12). Em 1.849 se
funda uma “Grande Loja Nacional da França”, acolhendo em suas oficinas a
todos aqueles, de qualquer condição social, que queiram participar dos
trabalhos maçônicos. O Grande Oriente da França, ao contrario busca uma
política de recrutamento na burguesia de negócios. Para o Grande Oriente da
França, a participação na vida política está conforme com a moral maçônica;
deseja participar na vida pública e jogar um rol no xadrez político nacional
(*15).
71
Vítima de calunia a Grande Loja Nacional da França deve ser dissolvida
em 1.851 sob a pressão da policia. Durante o Convento de 1.877, o Grande
Oriente da França modifica o artigo I das constituições e desaparece a fórmula
A:. G:. D:. G:. A:. D:. U:. e se impõe a divisa: Liberdade, Igualdade,
Fraternidade. Imediatamente a Grande Loja da Inglaterra denuncia o tratado
com o Grande Oriente da França que, segundo ela, não respeita mais os
Landmarks e a constituição de Anderson. É imediatamente imitada por
numerosas Grandes Lojas do mundo que consideram, elas também, que o
Grande Oriente da França não faz mais parte da Francomaçonaria Universal
(*20). Em 1.871 o Grande Oriente da França suprime o titulo de Grão Mestre e
substitui-o por “Presidente do Conselho da Ordem”. Aparentemente se trata de
um pequeno detalhe; mas na realidade, é o começo de uma degradação da
antiga tradição que leva aos Maçons do século XIX a suprimir os símbolos e
partes dos rituais que não compreendem mais (*14).
A Francomaçonaria, politicamente muito forte na França desde 1.872 até
1.826 vê ascender o anti-semitismo e o anti-maçonismo sectário organizado
pelos Católicos. Neste clima tenso se acrescenta a encíclica do Papa Leão XIII.
Esta situação se traduz em certo medo da Igreja Católica frente à Ordem
maçônica que, segundo ela, renega a civilização cristã e quer instaurar uma
sociedade laica que não teria necessidade da espiritualidade (no sentido
católico do termo) (*13) A Francomaçonaria e a Igreja Católica rompem todo
contato. Em 1.880 o Governo francês, integralmente constituído de Maçons,
suprime a “Companhia de Jesus” (os Jesuítas) e obriga todas as congregações
religiosas pedir um reconhecimento legal sob pena de serem dispensadas.
Começa então uma guerra dissimulada entre Jesuítas e Francomaçons (*15).
Em 1.881 o Ministro Maçom Jules Ferry institui o ensino obrigatório, laico e
gratuito.
A Maçonaria do século XIX quer assegurar o pleno desenvolvimento dos
valores democráticos e republicanos, assim como o livre pensamento sob
todas as formas. Esta Maçonaria encontrará seus títulos de gloria na criação
da “Sociedade das Nações’ (*14). Em 1.880, doze lojas se separam do Grande
Oriente da França e fundam uma Maçonaria independente: a Grande Loja
Simbólica Escocesa” e em l.1895 é fundada a “Grande Loja da França” que,
desde sua criação, deseja diferenciar-se do Grande Oriente da França; ela está
constituída por Maçons simbolistas que não têm nenhuma ambição política
(*14).
Edouard de Ribeaucourt, professor de ciências naturais na Universidade
renuncia do Grande Oriente em 1.913 e funda uma nova obediência maçônica:
“Grande Loja Nacional Independente e regular para França e Colônias
Francesas”, a atual “Grande Loja Nacional”(*14). A Grande Loja da Inglaterra
vê vencer na França uma tendência maçônica que ela aprova. Na França,
apenas a Grande Loja Nacional responde aos critérios de regularidade emitidos
pela Grande Loja da Inglaterra.
72
Inquisição Católica. A expressão da Francomaçonaria é sobre tudo sensível a
partir de 1.730, quando ultrapassa a fronteiras da Europa. A Inglaterra abre
algumas oficinas em suas possessões coloniais da Índia, em Calcutá e na
América, em Boston. A Francomaçonaria se instala, também, em Florença
(Itália), em Malta em 1.733, em Haia (Holanda) em 1.734 (*26).
O Imperador Frederico II da Prússia é iniciado em 1.738 e dirigirá
rapidamente a Maçonaria alemã onde o caráter esotérico será muito mais
desenvolvido que no resto da Europa.
Em 1.758 Stephan Morin recebe uma patente da “Grande Loja de São
João de Jerusalém” dando-lhe autorização para fundar lojas na América e de
propagar os altos graus segundo o ritual dos “Imperadores do Oriente e do
Ocidente” em qual se tornará o Grande Inspetor. Em 1.760 um loja de
Perfeição é criada no Estado de Carolina do Sul em Chesterton (*20). O ideal
fraternal que leva Morin seduz a jovem nação americana que admira o passado
europeu, de tal sorte que Carolina do Sul se converteu em um bastião da
Francomaçonaria nos Estados Unidos e continua sendo (*20).
Benjamin Franklin fez grande propaganda na Europa pela causa da
independência norte-americana. Em todas as lojas ele é estimulado e obtém
dinheiro e armas (*29). 56 dos signatários entre os artesãos principais da
Declaração de Independência dos Estados Unidos da América eram
Francomaçons.
Os Francomaçons franceses entusiasmam-se com esta nobre luta que
os leva a ir em ajuda dos insurgentes da América e George Washington
encontrará ouvido favorável de parte da Francomaçonaria francesa.
Chegando da França, os Marqueses de Lafayette e de Rochambeau
desembarcam na América com armas e dinheiro e jogam um rol decisivo
durante as lutas de independência (*23).
A maior nação maçônica é sem lugar a duvidas os Estados Unidos da
América. Toda sua historia leva uma onda do ideal maçônico que inspira a
primeira constituição dos EE.UU.. 15 Presidentes foram Maçons; porem, mais
preocupados com beneficência os Francomaçons estadunidenses relegam a
segundo plano o simbolismo. O Maçom norte-americano está perfeitamente
integrado à Nação e faz parte de uma Ordem que é um organismo dos mais
honoráveis, muito raramente criticado (*23).
- A Maçonaria contemporânea –
73
caducos em um mundo tomado pela lógica formal (*42). O simbolismo reveste,
no entanto, um caráter de atualidade, já que se tornou um novo e atraente meio
de expressão do pensamento na arte, na literatura e nas ciências; posto que
em nossa época moderna, reconhecemos que não existe disparidade entre os
procedimentos objetivos e os subjetivos do acercamento à verdade.
Desde o começo do século XX, a Francomaçonaria é considerada como
uma sociedade discreta situada num contexto político liberal. Pretende-se que
no lugar fechado da loja, com porta guardada por um irmão armado de espada,
o Maçom conspira; que seus dirigentes atuam sob os poderes políticos e que o
destino das Nações está sob a influencia das lojas maçônicas. Esta classe de
informações sem nenhum fundamento age ainda sobre opinião popular. O
“Irmão três pontos” continua sendo um ser misterioso; por causa do juramento
de não revelar nada sobre os trabalhos da sua oficina, se suspeita a
conspiração contra o poder estabelecido, temporal ou eclesiástico (*39).
74
“... Senhor e Grande Arquiteto do Universo,
Nós nos humilhamos a teus pés e invocamos teu perdão pela heresia no
curso de desconhecer nossos irmãos Maçons como teus seguidores prediletos.
Lutamos sempre contra o livre pensamento, porque não tínhamos
compreendido que o primeiro dever de uma religião, como afirmou o Concilio,
consiste em reconhecer até o direito de não crer em Deus. Tínhamos
perseguido aqueles que dentro da própria Igreja haviam se distanciado,
inscrevendo-se nas lojas, depreciando todas as injurias e ameaças. Tínhamos
irrefletidamente acreditado que um sinal da cruz pudesse ser superior a três
pontos formando uma pirâmide. Por tudo isto, nos arrependemos Senhor, e
com teu perdão te rogamos que nos faça sentir que um compasso sobre um
novo altar pode significar tanto como nossos velhos crucifixos; Amem. (*27).
*
Epílogo
* *
O mundo religioso de hoje se resume em algumas cifras:
944 milhões de Cristãos, dos quais 533 milhões são Catódicos;
322 milhões de Protestantes;
89 milhões de Ortodoxos;
715 milhões de Hinduístas e Confucionistas;
530 milhões de Muçulmanos.
Contando mais de 11,5 milhões de membros, a Francomaçonaria
universal é a maior fraternidade do mundo; conta com mais de 6 milhões nos
Estados Unidos (16.000 lojas aproximadamente)’(*19).
Os negros são excluídos destas lojas estadunidenses. O tema da
exclusão dos negros destas lojas tem gerado grandes debates, posto que, em
nome da fraternidade humana não se pode excluir o homem por causa de sua
cor. O problema nasceu nos anos 50, quando um homem de cor foi recusado
por uma loja do Estado da Geórgia. A vitima desta recusa apelou da decisão
diante da Grande Loja da Geórgia, que entretanto, confirmou a decisão
adotada pela oficina do seu Oriente. Imediatamente, numerosos Grandes
Lojas dos EE.UU. e a Grande Loja do México protestaram e cancelaram os
tratados de paz e amizade com a Grande Loja da Geórgia.
Seguiu-se um doloroso debate sobre o assunto que gerou a criação de
sua obediência particular, a “Prince Hall”, que conta hoje com 5.000 lojas nos
EE.UU.
A Francomaçonaria conta com mais de 500.000 membros na América
Latina;mais de 600.000 na Grã Bretanha; 80.000 na França e mais de 4,5
milhões no resto dos paises livres do mundo (*38).
Estes dados são de 1.995; podemos estimar hoje que a fraternidade
maçônica internacional aproximadamente 13 milhões de membros. Diversas
75
organizações paramaçonicas, tal como a “Ordem deMolay” para jovens,
contam com 4 milhões de membros no mundo.
O ideal da Francomaçonaria se define dificilmente quando, embora ela
tenha uma profunda coesão, os grupos e os homens que a compõe têm fortes
divergências. Apesar desta tão grande riqueza aparente, creditada por seu
passado distante, é, contudo certo que a influencia intelectual e social atual da
Francomaçonaria é muito menos importante do que o mundo profano acredita
geralmente.
Ainda que ela represente uma corrente de pensamento não desprezível,
o meio mais seguro de falsear a verdade é a de falar de uma única
Francomaçonaria, de uma organização rigorosa ao ideal bem definido; em
verdade existe uma Francomaçonaria multifacética que se dividia, apesar de
sua unidade aparente, em diversas correntes de pensamento onde se realizam
as atividades das oficinas.
- A Maçonaria fraternal, onde a ênfase é posta sobre a qualidade das
relações humanas, que permite aos irmãos desenvolver uma amizade profunda
por uma ajuda global.
- A Maçonaria de beneficência, que utiliza a prata da associação para
ajudar os irmãos em dificuldade e os grupos sociais desfavorecidos, no que os
irmãos manifestam seu desejo de justiça social.
Estas duas correntes são hoje predominantes.
- A Maçonaria humanista, que se interessa pelos valores humanos e à
definição das Leis de uma sociedade harmoniosa.
- A Maçonaria política, que tenta participar na boa marcha da Nação.
- A Maçonaria deísta, que deseja acercar-se da Igreja e mostrar assim a
importância da sua crença em um “Principio Criador”.
- A Maçonaria iniciática e esotérica, onde a preocupação é o estudo do
simbolismo e sua transmissão entre os iniciados.
Esta ultima tendência une hoje uma minoria de adeptos, quando a “Arte
Real” tem o efeito e servir de ponto de partida de todos os abusos, todas as
loucuras: cabala, magia, filosofia hermética, contato com espíritos,
magnetismo, teosofia, deísmo, ateísmo, destruição dos Impérios, República
universal, etc... Alguns estranham esta diversidade, outros a julgam
favoravelmente pensando que a tolerância é assim respeitada.
Além destas grandes linhas filosóficas, existe uma grande quantidade de
conceitos maçônicos; pode-se dizer que quase cada maçom tem o seu. Cada
membro expressa na vida maçônica como na vida social, os conceitos que
refletem sua personalidade; por tanto, na Maçonaria se encontra de tudo: ao
lado do altruísmo se encontra a avareza; ao lado da sabedoria a loucura; ao
lado do brilhantismo a mediocridade; se encontra o generoso e sincero ao lado
do medíocre e sem valor e o sublime ao lado do ridículo.
Se alguns entram na Maçonaria para buscar a verdade e o crescimento,
outros entram para buscar oportunidades para suas necessidades; alguns para
acrescentar, outros para tirar; alguns para servir, outros para buscar o que lhes
possa servir a instituição
Alguns encontram na Maçonaria instantes de liberdade que a sua vida
tão ativa lhes tira; outros encontram uma fraternidade de taverna onde as
reuniões são pretextos para bebedeiras.
Esta grande diferença entre os homens que se chamam Irmãos não é
nova, existe desde que o mundo é mundo e, quem melhor do que o grande
76
Voltaire, tem podido dissertar o assunto, dando-nos uma grande lição de
sabedoria com uma das suas belas citações, que disse num debate com os
irmãos da sua Loja Mãe em Paris, no amanhecer da Revolução Francesa:
“...Você não está de acordo comigo, irmão meu
eu me alegro
já que, é da nossa diferença
que nasce nossa riqueza...”
- O ideal democrático –
- A busca de si mesmo “
77
Alguns, como o filósofo Maçom francês Jean Mignot, tratam de encontrar
na Francomaçonaria um albergue da tradição à nossa civilização pré-
paranóica:
“...No mundo que muda,
se encontra consolo e segurança
em ser parte de coisas que não mudam...”(*41).
*
- Conclusões -
* *
*
FIM
* *
78
-Anexos –
Musica:
Sibelius, Haydn, Mozart, Shemama
Literatura:
Montesquieu, Voltaire, Lamartine, Walter Scott, Robert Burn, Rudyard
Kipling, Jonathan Swift, Oscar Wilde, Mark Twain, Conan Doyle, Klopstock, Herder,
Wieland, Lessing, Fichte, Goethe, Eliphas Levi, Erckmann, Chatrian, Jules Romain,
Paul Guth.
Artes:
Leonardo da Vinci, Bartholdt.
Políticos:
Gambetta, Lamartine, Jules Ferry, Arago, Garneir-Pages, Benito Juarez, Simon
Bolívar, Francisco de Paulo Santander, Narinho, Sucre, Córdoba, Garibaldi, Sam
Houston, Samuel Colt, Winston Churchill, George Marshall, Douglas Mac Arthur,
Patton.
Aristocracia:
Eduardo VII, Eduardo VIII e Jorge VI da Inglaterra, Frederico o Grande e
Frederico II da Prússia, Jorge I da Grécia, Haakon VII da Noruega, Estanislau II da
Polônia, Kameamea V do Hawai, Pedro o Grande da Rússia, Philippe d’Orleans
Duque de Chartres, Louis de Pardaillan de Gondrin, Duque d’Antin, Duque Louis de
Bourbon Conde, Conde de Clermont, Duque de Mountmorency Luxembourg.
Revolução Francesa:
Robespierre, Guillotin, Bailly, Talleyrand, Brissot, Condorcet, Marat, Dumouriez,
Danton, Choderlos de Laclos.
Epopéia Napoleônica:
Josefina de Beauharmais, Joseph Bonaparte, Louis Napoleão Bonaparte,
Príncipe Murat, Marechais Masser, Soult, Mac Donald, Ney, Augereau, Lefevre,
Serurier, Montier, Kelleman, Fouché, Cambaceres e Duque de Wellington..
79
E outros milhões de valorosos desconhecidos.
Bibliografia
1 A Bíblia
2 Arquitectura Masónic a: V.Rojas Aguilar
3 La logia Universal: O, Solano Barcenas
4 Le wsecretMasonique: R. Ambelain
5 Manual de Masonería: A. Cassard
6 Manual del aprendiz: (G.L. Venezuela)
7 Manual de aprendiz: (G.L.Mexico)
8 Manual del aprendiz: A. Lavagne
9 Manual ds compañeros: A. Lavagne
10 Masonería íntima: J.Montoya
11 El simbolismo masónico tradicional: J.P. Bayard
12 Les Francs Maçons devant l’historie: P. Naudon
13 La Francmaçonnerie: P.Naudon
14 La Francmaçonnerie em France: J. Bond
15 Le vrai visage de la Maçonnerie: G. Chevillon
16 Les Compagnonnages em France: P. Naudon
17 Bibliographie de la Francmaçonnerie et dês societes secretes: P Fesch
18 Le voyage en orient: G. de Nerval
19 History of fgreemasonry: R. F. Gould
20 Histoire abregee de la Francmaçonnerie: J. Lebegue
21 Aperçu sur l’initiation: J. Chacornac
22 Les secrets de la Maçonnerie: P.Protat
23The freemasons: A. Lewis
24 Loges et chapitres du Grand Orient de France: A. le Bihan
25 La francmaçonnerie templieres et occultiste: J. Aubier Montagne
26 Dictionaire de laa Francmaçonnerie et des Francmaçons: P. Belford
27 Les origenes religieuses et corporatives de la Francmaçonnerie: M. Dervy
28 Les loges de sauint Jean et la philosophie esoterique de la connasance: M. Dervy
29 L’humasnisme Maçonnique: B. Ibid
30 L’arche Royale de Jerusalen: B. Ibid
31 Sur le chemin d’Hiram: M. Dervy
32 Morals and dogma of the ancient and accepted scotish rite: J.Charleston
33 Orthodoxie maçonnique: J.M.Ragoin
34 Maçonnerie occulte: J.M.Ragon
35 Initiation hermetique: J.M.Ragon
36 Hatiments des revolutionaries ennemis de l’eglise: R.P.Huguet
37 Le compagnnages: B. de Castera
38 Le Francmaçonnerie: P.Naudon
39 Nacidos en sangre: J.Robinson
40 The birth of Britain: W. Churchill
41 La Francmaçonnerie, histoire et initiation: C.Jacq
42 La spirtualite de la Francmaçonnerie: J.P.Bayard
43 El enigma de los Templarios: Bignati-Peralta
44 A la sombra de los templários: R.Alarcon
45 La meta secreta de los templários: J.Atienza
46 A bridge to light: R.Hutchens
47 Diccionario enciclopedico de la Masoneria: ed. Kiers
48 Le Pendule de Foucault: Umberto Eco
49 Le livre de Urantia
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50 Les etoiles de Compostel: H.Vincent
51 Her-Bak, pois chiche: Schwaller de Lubicz
52 Her-Bak, disciple: Schwaller de Lubicz
53 Cosmos: Carl Sagan
54 La meta secreta de los Rosacruces: J.Atienda
55 Enciclopedia Universal
56 Hiram y el Rey Salomón: C.Jacq
57 Les Rois Maudits: M.Fruon
- Notas do autor –
Esta obra foi iniciada em Santa Fé de Bogotá, Colômbia,
No mês de março de 1995, durante meu tempo de A:.M:.
e terminada no fim de abril de 1998 sendo M:.M:.
sob o malhete do V:.M:. Hernando NAVAEZ ALVAREZ.
Venerável M:. da Loja Veritas Vinci Nº 13
E Gerardo VARGAS VELASQUEZ
Grão Mestre da Mui Resp:. Grande Loja da Colômbia
Com sede em Santa Fé de Bogotá.
QQ:.IIr:. Aprendizes
dá-me satisfação em ter cumprido com meu dever.
S:. F:. U:.
Raymond François AUBOURG DEJEAN
M:.M:.
R:.E:.E:.A:.
NOTA DO TRADUTOR
Esta obra chegou a mim graças à maravilha da Internet. Eu não sabia da sua
existência e não estava à sua procura, e assim mesmo apareceu na telinha do meu
computador. Depois de ter lido pensei: não posso ficar com ela sozinho, tenho de partilhá-la
com outros buscadores do conhecimento da história. Decidi traduzi-la e ela está aqui. Espero
que você tenha o mesmo espírito de solidariedade e ofereça-a a outro Filho da Luz, sem a luz
deste conhecimento. Envie pela Internet ou entregue em mãos uma cópia impressa. Durante os
meus 51 anos de vida na senda da Ordem esta foi uma das melhores leituras que já tive e
abriu-me o entendimento de “quem somos de onde viemos e para onde vamos”. A divulgação
desta, também, pode ser uma última e importante contribuição minha ao progresso da Ordem
em nosso meio.
Roberto Schukste, M:.M:. – ARLS Experiência e Sabedoria –
ao Or:. de Caias do Sul, RS – rschukste@uol.com.br – 20.7.2008
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