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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS

CF: 145 a 162 e 195


CTN: a partir do artigo 97.
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• PRINCÍPIOS são LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR.


• Estão previstos nos artigos 150, 151 e 152 CF.
• Desrespeito ao princípio resulta em fenômeno de INCONSTITUCIONALIDADE.
• Princípios são endereçados à União, Estados, DF e Municípios.
• Estarão, assim, atrelados aos tributos de todas esferas federativas.

• Tributo é um poder que emana da SOBERANIA ESTATAL.


• É caracterizado pela atuação de entes tributantes sobre os entes tributados.
• Os entes tributantes são a União, Estados, DF e Municípios. Também são chamados de ENTIDADES
IMPOSITORAS ou FISCO. Eles ocupam o pólo ativo da relação jurídica tributária.
• O tributo é um fenômeno COMPULSÓRIO, é obrigatório.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA


Art. 150 CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é VEDADO à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
I - EXIGIR ou AUMENTAR TRIBUTO sem LEI que o estabeleça;

Art. 97 CTN. SOMENTE A LEI pode estabelecer:


I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e
do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela
definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário
da respectiva base de cálculo.
• O princípio da legalidade diz com o CONSENTIMENTO POPULAR, uma vez que só se deve pagar a título de
tributo aquilo que for previamente deliberado nas casas legislativas.
• Historicamente, o princípio da legalidade teve seu primeiro registro no CONSTITUCIONALISMO INGLÊS, em
1215, quando o povo se insurgiu contra a imposição tributária confiscatória do príncipe (João sem Terra).
• Em todos os textos constitucionais houve menção do princípio da legalidade, sob o prisma do NULLUM
TRIBUTUM SINE LEGE. A ÚNICA EXCEÇÃO FOI A CONSTITUIÇÃO DE 1937, que não previu a legalidade como
princípio.

Art. 150 CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é VEDADO à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
I - EXIGIR ou AUMENTAR TRIBUTO sem LEI que o estabeleça;
• Apesar de a CF prever a legalidade apenas para EXIGIR ou AUMENTAR tributos, a legalidade também vale
para a EXTINÇÃO do tributo (isenção, remissão) e para a REDUÇÃO dele (redução de base de cálculo,
concessão de crédito presumido).
150, § 6.º CF Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou
remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal,
estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou
contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.

LEI = LEI ORDINÁRIA:


• A LEI mencionada no dispositivo constitucional é a LEI ORDINÁRIA.
• No entanto, alguns tributos necessitam de LEI COMPLEMENTAR.

TRIBUTOS QUE DEPENDEM DE LEI COMPLEMENTAR: TRIBUTOS FEDERAIS:


• IMPOSTOS SOBRE GRANDES FORTUNAS (153, VII)
• EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS (148)
• IMPOSTO RESIDUAL (154, I)
• CONTRIBUIÇÃO SOCIAL-PREVIDENCIÁRIA RESIDUAL(195, § 4°)
o É importante saber que em SITUAÇÕES LIMÍTROFES, é necessário LEI COMPLEMENTAR ÓBVIA
PRINCÍPIO DA ESTRITA LEGALIDADE ou P. DA LEGALIDADE FECHADA ou REGRADA ou P. DA
RESERVA DE LEI
Art. 97 CTN. SOMENTE A LEI pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e
do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela
definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário
da respectiva base de cálculo.
• A legalidade tributária observada de modo estrito (reservado).
• A TIPOLOGIA TRIBUTÁRIA é FECHADA: uma moldura legal dentro da qual os elementos estruturantes
devem ser EXPLÍCITA e CLARAMENTE destacados.
• Basicamente, o art. 97 exige os seguintes elementos para guardar o respeito exigido pelo PRINCÍPIO DA
RESERVA DE LEI
o ALÍQUOTA
o BASE DE CÁLCULO
o SUJEITO PASSIVO
o MULTA
o FATO GERADOR
o INSTITUIÇÃO – EXTINÇÃO
o AUMENTO – REDUÇÃO
o CAUSAS DE SUSPENSÃO, EXTINÇÃO e EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
OBSERVAÇÕES:
o PODER EXECUTIVO não apita aqui.
o Caso se tenha uma atualização da base de cálculo do tributo (índices oficiais de correção monetária
do período), o poder executivo poderá atuar sem vício de legalidade estrita.
o Todavia, qualquer acréscimo acima desses índices avocará a necessidade de lei.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais
oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do
valor monetário da respectiva base de cálculo.

A ALTERAÇÃO (FIXAÇÃO) DA DATA DE PAGAMENTO DO TRIBUTO PODE SER FEITA POR ATO
INFRALEGAL?
• A DOUTRINA afirma que a data de pagamento do tributo deve também avocar a lei, pois não seria uma
mera questão administrativa para ficar ao alvedrio do Poder Executivo. MAGISTRATURA FEDERAL TRF 3ª
REGIÃO.
• O STF tem posição contrária uníssona a respeito desse assunto. Para essa Corte, o Poder Executivo detém
competência para expedir ato infralegal de fixação ou alteração de prazo de pagamento do tributo. CESPE,
ESAF, VUNESP etc.

A MITIGAÇÃO DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (EXCEÇÃO)


Art. 153 CF. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
§ 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos
impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.
• Seria a atuação permitida do Poder Executivo.
• Seria a alteração para ACIMA ou para BAIXO de ALÍQUOTAS.
• Alíquota nasce com a lei e, posteriormente, o poder executivo a altera.
o IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO
o IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO
o IPI
o IOF
• A EC 33/01 acabou trazendo mais 2 tributos que MITIGAM O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:
o CIDE COMBUSTÍVEL (177, § 4°, I, b, CF)
 Contribuição
 Tributo Federal
 Alíquotas poderão ser reduzidas e restabelecidas por ato do Poder Executivo.

o ICMS COMBUSTÍVEL (155, § 4º, IV, c, CF)


 Tributo não federal – único caso da lista. Trata-se de um TRIBUTO ESTADUAL.
 Trata-se de um tipo especial de incidência do ICMS (operações monofásicas com
combustíveis definíveis em lei complementar federal – art. 155, § 2°, XII, h, CF).
 Alíquotas poderão ser reduzidas e restabelecidas por ato do Poder Executivo.

• Sendo assim, os tributos que têm o PRINCÍPIO DA LEGALIDADE MITIGADA são (alíquotas modificadas por
ato do PE):
o II
o IE
o IPI
o IOF
o CIDE – combustível
o ICMS – combustível

POR QUÊ ESSES TRIBUTOS MITIGAM A LEGALIDADE?


• Os tributos acima são EXTRAFISCAIS, ou seja, dotados de EXTRAFISCALIDADE.
• EXTRAFISCALIDADE é a aptidão do tributo para regular o mercado / a economia do país, corrigindo as
externalidades.

O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE e a EMENDA CONSTITUCIONAL 32/01


A MEDIDA PROVISÓRIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO
Art. 62 CF. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força
de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no
art. 167, § 3º;
II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
III – reservada a lei complementar;
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da
República.
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e
154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em
que foi editada.
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem
convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o
Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos
de recesso do Congresso Nacional.
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de
juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais (relevância e urgência).
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em
regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se
ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias,
contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados.
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer,
antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha
perdido sua eficácia por decurso de prazo.
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de
medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-
ão por ela regidas.
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á
integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.
• A MP pode CRIAR e AUMENTAR IMPOSTO no Brasil.
• Importante destacar que o texto constitucional fala em IMPOSTO e não tributo.
• STF – NUNCA SE OPÔS À CRIAÇÃO DE OUTROS TRIBUTOS POR MP.

• Como é sabido, a MP é ato normativo de elaboração do Poder Executivo FEDERAL*, que se apropria do
poder de legislar em casos de RELEVÂNCIA e URGÊNCIA.
• O STF (ADI 425/02 e ADIN 812-9/93) admite que os Estados-Membros possam editar Medidas
Provisórias (Municípios e DF também), desde que se respeite o PRINCÍPIO DA SIMETRIA, ou seja, a
correspondente previsão do tema na Constituição do Estado, na Lei Orgânica do Município ou na Lei
Orgânica do DF.

IMPORTANTE:
• Onde a lei complementar versar, a medida provisória não irá disciplinar.
Art. 62 CF. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com
força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
III – reservada a lei complementar;
• Assim, os TRIBUTOS QUE DEPENDEM DE LEI COMPLEMENTAR não podem ser regrados por Medida
Provisória:
• IMPOSTOS SOBRE GRANDE FORTUNA (153, VII)
• EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS (148)
• IMPOSTO RESIDUAL (154, I)
• CONTRIBUIÇÃO SOCIAL-PREVIDENCIÁRIA RESIDUAL(195, § 4°)
o É importante saber que em SITUAÇÕES LIMÍTROFES, é necessário LEI COMPLEMENTAR ÓBVIA.
o É preciso decorar os artigos adstritos à LEI COMPLEMENTAR, expulsando deles a Medida Provisória. O
mais famoso da constituição que exige lei complementar é o 146.
Art. 146. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre CONFLITOS DE COMPETÊNCIA, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios;
II - regular as LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR;
III - estabelecer NORMAS GERAIS em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição,
a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno
porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições
previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de
arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado
que:
I - será opcional para o contribuinte;
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado;
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos
respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento;
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado
cadastro nacional único de contribuintes.
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir
desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual
objetivo.

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA


Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o
disposto na alínea b;
• Trata-se de um PRINCÍPIO EXCLUSIVAMENTE TRIBUTÁRIO.
• Segundo o STF, o PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA equivale a um DIREITO FUNDAMENTAL
DO CONTRIBUINTE, não podendo ser elidido (eliminado) por emenda constitucional, por se mostrar como
CLÁUSULA PÉTREA (CESPE).
• Em resumo, o principio da anterioridade refere-se ao plano eficacial da lei tributária, penetrando no campo
semântico do termo “quando”.
• Proteção à segurança jurídica.
• Princípio que POSTERGA A EFICÁCIA DA NORMA.
• EFICÁCIA DIFERIDA. Só após um transcurso de determinado tempo é que será feito o pagamento do
tributo.
• Anterioridade anual + anterioridade nonagesimal acontece desde 2004. Antes existia apenas a
anterioridade anual.

ANTERIORIDADE x ANUALIDADE
• No sistema constitucional tributário atual, o princípio da anualidade tributária não encontra previsão.
• Em outros tempos (CF 46), o postulado tinha implicações na seara tributária, indicando que o tributo, para
ser exigido, precisaria constar da ANUAL e PRÉVIA LEI DO ORÇAMENTO.
• Atualmente, tal exigência não tem cabida.

ANTERIORIDADE ANUAL ou ANTERIORIDADE DE EXERCÍCIO


• Esse tipo de anterioridade SEMPRE EXISTIU.
• Pela anterioridade anual, a eficácia da lei fica diferida para o 1º dia do exercício financeiro seguinte ao da
publicação da lei que cria ou aumenta o tributo.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

ANTERIORIDADE NONAGESIMAL ou ANTERIORIDADE MITIGADA ou ANTERIORIDADE PRIVILEGIADA


• Veio com a EMENDA 42/03.
• Pela anterioridade nonagesimal, posterga-se a eficácia para o 91º dia a contar da publicação da lei que
instituiu ou majorou o imposto.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado
o disposto na alínea b;

IMPORTANTE
• Aumento de tributo, o princípio é suscitado.
• Redução de tributo, pronta incidência da lei tributária.
• De fato, apenas o contexto indicador de inequívoca onerosidade para o contribuinte avocará o princípio da
anterioridade.
• Curiosamente, o STF afasta o princípio da anterioridade nos casos de ALTERAÇÃO DE DATA DE
PAGAMENTO DO TRIBUTO (súmula 669), por acreditar que não há onerosidade suficiente.
SÚMULA 669 STF: NORMA LEGAL QUE ALTERA O PRAZO DE RECOLHIMENTO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA NÃO SE
SUJEITA AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE.

• Ver também a ADI 4016/08 em que o STF afastou o princípio quando se extinguiram descontos no IPVA,
pelo mesmo motivo, qual seja, não haver onerosidade bastante.
ADI 4016
1- O Tribunal, por maioria, indeferiu pedido de liminar formulado em ação direta de inconstitucionalidade ajuizada
pelo Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB contra o art. 3º da Lei 15.747/2007, que alterou dispositivos
da Lei 14.260/2003, ambas do Estado do Paraná, reduzindo e extinguindo descontos relativos ao pagamento do
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores - IPVA (Lei 15.747/2007: “Art. 3º. Esta lei entrará em vigor
na data da sua publicação.”). Entendeu-se que a norma impugnada não ofende, em princípio, a regra da
anterioridade tributária, prevista no art. 150, III, b e c, da CF, porque não constitui aumento do imposto (CF: “Art.
150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:... III - cobrar tributos:... b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a
lei que os instituiu ou aumentou; c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que
os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;”). ADI 4016 MC/PR, rel. Min. Gilmar Mendes,
1º.8.2008. (ADI-4016)
2- Considerou-se que, se até mesmo a revogação de isenção não tem sido equiparada pela Corte à instituição ou
majoração de tributo, a redução ou extinção de um desconto para pagamento do tributo sob determinadas
condições previstas em lei, como o pagamento antecipado em parcela única (à vista), também não o poderia.
Afastou-se, também, a assertiva de que qualquer alteração na forma de pagamento do tributo equivaleria a sua
majoração, ainda que de forma indireta, e reportou-se ao entendimento do Supremo de que a modificação do
prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade (Enunciado 669 da
Súmula). Asseverou-se, ademais, que deveriam ser levados em conta os argumentos apresentados nas
informações da Assembléia Legislativa e do Governador do Estado no sentido de que as alterações promovidas
pela Lei 15.747/2007 visariam propiciar o ajustamento de descontos do IPVA paranaense com o de outros Estados,
sem que tais mudanças importassem em aumento do valor total do tributo. Ressaltou-se, por fim, que, no caso do
IPVA, o art. 150, § 1º, da CF expressamente excetua a aplicação da regra da anterioridade na hipótese da fixação
da base de cálculo desse tributo, ou seja, do valor venal do veículo. Assim, se nem a fixação da base de cálculo do
IPVA estaria sujeita à incidência da regra da anterioridade, a extinção ou redução de um desconto condicional
para pagamento desse tributo poderia ter efeitos imediatos. Vencido o Min. Cezar Peluso que concedia a liminar
ao fundamento de que a hipótese nada teria a ver com isenção, porque esta seria objeto específico de uma norma
constitucional, e que a supressão ou redução de um desconto previsto em lei implicaria, automática e
aritmeticamente, aumento do valor do tributo devido, razão pela qual se haveria de observar o princípio da
anterioridade. Precedentes citados: RE 200844 AgR/PR ; RE 204062/ES. ADI 4016 MC/PR, rel. Min. Gilmar Mendes,
1º.8.2008.

CÁLCULO DA DATA DE PAGAMENTO DO TRIBUTO


• Exemplo de lei aumenta o tributo (publicação de março de 2009)
QUANDO INCIDIRÁ?
• Aplicação cumulativa das duas anterioridades.
• ANTERIORIDADE ANUAL: 01-01-2010 • ANTERIORIDADE NONAGESIMAL: Junho de 2009
• Deve-se escolher a maior data -> 01-01-2010
REGRA GERAL:
• Se a lei tributária for publicada entre JANEIRO e SETEMBRO (até 02 de OUTUBRO), a incidência da lei
ocorrerá em 1º de JANEIRO do ano seguinte.
• Nos demais casos, prevalecerá o 91º dia a contar da data.

RESSALVAS AO PRINCÍPIO
• Estão previstas no art. 150, § 1° CF.
• São duas listas de exceção: uma para anterioridade anual, outra para anterioridade nonagesimal.

EXCEÇÕES À ANTERIORIDADE ANUAL EXCEÇÕES À ANTERIORIDADE NONAGESIMAL


• II • II
• IE • IE
• IPI • IOF
• IOF • Imposto extraordinário de guerra (IEG)
• CIDE – combustível • Emp. compulsório: calamidade pública/guerra
• ICMS - combustível externa
• Imposto extraordinário de guerra (IEG) • IR
• Emp. compulsório: calamidade pública/guerra • Alterações na base de cálculo do IPTU
externa • Alterações na base de cálculo do IPVA

LEGENDA
EXIGÊNCIA IMEDIATA RESPEITO A ANUAL RESPEITO A ANT. 90º
EXCEÇÕES
LEGALIDAD II IE IOF IPI CIDE-COM ICMS COM Atualização BC
E
A. ANUAL II IE IOF IPI CIDE-COM ICMS COM EMP. IEG
COMP
A. 90º II IE IOF IR IPTU (BC) IPVA (BC) EMP. IEG
COMP

EXIGÊNCIA IMEDIATA ANT. 90º ANT. ANUAL REGRA


• II • IPI • IR • ITBI
• IE • CIDE Combustível • Base de cálculo IPTU • ISS
• IOF • ICMS Combustível • Base de cálculo IPVA • Alíquota IPVA
• IEG • Alíquota IPTU
• Empréstimo • ITCMD
Compulsório
(calamidade e guerra)
• Quando majorado no • Decreto municipal
Brasil, será exigido 90 atualiza base de cálculo
dias depois. do IPTU com índices
• É regra após a EC 42/03, oficiais de correção
não mais exceção. monetária.
• Foi ele publicado em
31/12/2009.
• Sua incidência ocorrerá
em 01/01/2010, sem
vícios de legalidade e
anterioridade.

PERÍODO DE ANTERIORIDADE ou A. NONAGESIMAL ou A. MITIGADA ou NOVENTENA ou A. ESPECIAL


• Período de anterioridade de 90 dias para CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PREVIDENCIÁRIA.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais:
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data
da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".

• O dispositivo vale para contribuição da seguridade social, e não para outras (Ex: contribuições
profissionais; CIDES – para essas valerá a anterioridade comum, qual seja, anual e nonagesimal – 150, “b”
e “c”).
• Nesse comando se mencionam INSTITUIR ou MODIFICAR contribuição social previdenciária.
• O verbo “MODIFICAR” é interpretado pelo STF como uma alteração que representa INEQUÍVOCA
ONEROSIDADE para o contribuinte (inclusão de sujeito passivo, por exemplo).
• A simples alteração em data de pagamento do tributo (antecipação) não é interpretada pelo STF como
uma modificação que avoca a noventena, no âmbito das contribuições sociais.
• Relembre, por fim, que tal antecipação pode ser feita por ato infralegal, fugindo à reserva legal (STF).
SÚMULA 669 STF: NORMA LEGAL QUE ALTERA O PRAZO DE RECOLHIMENTO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA NÃO SE
SUJEITA AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE.

PARTE FINAL DO DISPOSITIVO:


• Uma APARENTE EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ANUAL.
• Conhecer as verdadeiras exceções no art. 150 § 1° da CF.

A EC 32 e o PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
Art. 62 CF. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força
de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e
154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em
que foi editada.

• A MP que aumenta um imposto só produzirá efeitos no primeiro dia do exercício seguinte caso seja
convertida em lei.
• Curiosamente, há uma lista de ressalvas no dispositivo:
o II – 153, I
o IE – 153, II
o IPI – 153, IV
o IOF – 153, V
o IEG – 154, II
• Entende-se, assim, que uma MP, ao aumentar o imposto de importação (II), deverá ter pronta incidência,
sob pena de esvaziar o conteúdo do princípio da anterioridade, aplicável ao imposto. Teriam, assim,
aplicabilidade imediata a MP que versasse sobre (IMPOSTOS EXTRAFISCAIS):
o II
o IE
o IOF
o IEG
• A MP que versasse sobre o IPI teria que respeitar a ANTERIORIDADE NONAGESIMAL.
PRINCÍPIO DA ISONOMIA TRIBUTÁRIA
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica
dos rendimentos, títulos ou direitos;
• O Princípio da Isonomia é um SUPERPRINCÍPIO pois tem previsão em diversos pontos da CF.
PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a IGUALDADE e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e
sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
• No período ditatorial (67 – 69) havia isenção de IR a determinadas pessoas (políticos, magistrados),
havendo assim um DESCRIME ARBITRÁRIO.
• Hoje me dia evoluímos para a PROIBIÇÃO DOS PRIVILÉGIOS ODIOSOS.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica
dos rendimentos, títulos ou direitos;
• No art. 150, II, há uma ISONOMIA TRIBUTÁRIA RELATIVA pois:
o IGUAIS TRIBUTARIAMENTE serão igualmente tratados
o DESIGUAIS TRIBUTARIAMENTE serão desigualmente tratados, com base em suas dessemelhanças.

IMPORTANTE:
• No Direito Tributário, à luz da influência alemã (interpretação econômica ou teoria da consistência
econômica dos fatos), prevalece a INTERPRETAÇÃO OBJETIVA DOS FATOS GERADORES, sendo irrelevantes
os fatos externos ao aspecto material de incidência do tributo (bicheiros).
Art. 118 CTN. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: (INTERPRETAÇÃO OBJETIVA)
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da
natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

O bicheiro, em sua atividade típica contravencional, é tributável em razão dessas?


• Sim, uma vez que a “CAPACIDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA É PLENA”, sendo desimportantes os aspectos
extrínsecos ao fato gerador.

• FATO GERADOR jamais será ilícito, ele será SEMPRE LÍCITO.


• No, entanto, o modo em que se aufere renda, não pertence à seara tributária, e sim a outras esferas do
direito.

APROXIMAÇÃO DO PLANO CONCRETO DA ISONOMIA:


*Art. 126 CTN*. A capacidade tributária passiva independe:
I - da capacidade civil das pessoas naturais;
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis,
comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional.

• Os 3 incisos do dispositivo registram a confirmação da máxima latina “PECUNIA NON OLET”:


I - A INCAPACIDADE CIVIL É IRRELEVANTE
o CONTRIBUINTE: filho menor (recém nascido)
II- QUANDO A PESSOA NATURAL SE SUJEITAR A MEDIDAS PRIVATIVAS ou LIMITADORAS DO
EXERCÍCIO DE ATIVIDADES PROFISSIONAIS / CIVIS
o Ex: médico que clinica exercendo ilegalmente a medicina = realizando fatos geradores, deverá
pagar tais tributos; preso que ganha na loteria.
III – QUANDO A PESSOA JURÍDICA NÃO ESTIVER REGULARMENTE CONSTITUÍDA (UNIDADE
CLANDESTINA), ISSO SERÁ IRRELEVANTE
o Empresa que pediu baixa no FISCO, mas continuou realizando fatos geradores.

• A perfeita análise do princípio da isonomia requer uma investigação em outro postulado que daquele se
avizinha: PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA (SUBPRINCÍPIO ou COLORÁRIO DO PRINCÍPIO DA
ISONOMIA).

PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA


145, § 1º CF - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte.

SEMPRE QUE POSSÍVEL:


• Significa “DE ACORDO COM AS POSSIBILIDADES TÉCNICAS DE CADA IMPOSTO”, devendo ser aplicado aos
tributos (impostos) como todo princípio tributário que não comporta ressalvas constitucionais.
• A expressão é diferente de “APLICA AQUI; NÃO APLICA ALI”. A expressão leva referência que se aplica
sempre.

IMPOSTOS x TRIBUTOS:
CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
• Segundo a CF, o princípio só vale para impostos.

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL:


• Segundo o STF, o princípio poderá alcançar outras espécies tributárias.
• Aliás, já houve previsão em outros textos constitucionais (CF 1946) de aplicação dele à “TRIBUTOS”.
o TAXAS – TAXA DE FISCALIZAÇÃO DOS MERCADOS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS
Súmula 665 STF: É CONSTITUCIONAL A TAXA DE FISCALIZAÇÃO DOS MERCADOS DE TÍTULOS E VALORES
MOBILIÁRIOS INSTITUÍDA PELA LEI 7940/1989.

o CONTRIBUIÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL


Art. 195 CF. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos
da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física
que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de
cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da
empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.

• O postulado da CAPACIDADE CONTRIBUTIVA possui MEIOS DE EXTERIORIZAÇÃO, atrelados aos impostos


em geral, na forma da aplicação de diferentes técnicas de incidência de alíquotas.
o PROGESSIVIDADE
o SELETIVIDADE
o OUTRAS

MEIOS DE EXTERIORIZAÇÃO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA


PROGRESSIVIDADE
• Técnica caracterizada pela incidência de ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS que recaem sobre bases de cálculo
variáveis.
• A alíquota diferente permitirá atingir, de modo mais gravoso, aqueles que detêm maior riqueza tributável.
• Tal técnica permitirá um resultado “FISCAL” (plano arrecadatório) ou um resultado “EXTRAFISCAL” (plano
regulatório).
• Segundo previsão explícita da CF, são 3 os IMPOSTOS PROGRESSIVOS:
o IMPOSTO DE RENDA – progressividade fiscal
o IPTU – progressiva fiscal + progressividade extrafiscal
o ITR – progressividade extrafiscal

IMPOSTO SOBRE A RENDA (IR): PROGRESSIVIDADE FISCAL


Art. 153 CF. Compete à União instituir impostos sobre:
III - renda e proventos de qualquer natureza;
§ 2º - O imposto previsto no inciso III:
I - será informado pelos critérios da GENERALIDADE, da UNIVERSALIDADE e da PROGRESSIVIDADE, na forma da lei;
• O IR será informado por 3 critérios:
o GENERALIDADE
o UNIVERSALIDADE (uniformidade)
o PROGRESSIVIDADE

GENERALIDADE:
• A generalidade prevê a incidência do IR sobre todas as PESSOAS.
• É um critério afeto à SUJEIÇÃO PASSIVA.

UNIVERSALIDADE:
• A universalidade prevê a incidência do IR sobre todas as RENDAS.
• Critério afeto à BASE DE CÁLCULO.

PROGRESSIVIDADE:
• Trata-se de uma PROGRESSIVIDADE FISCAL.

IPTU: PROGRESSIVIDADE EXTRAFISCAL e FISCAL


Art. 156 CF. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I
poderá:
I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e
II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.
• O IPTU sempre teve uma PROGRESSIVIDADE EXTRAFISCAL (PROGRESSIVIDADE NO TEMPO), constante do
art. 182, § 4°, II da CF, buscando-se o cumprimento da FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA.
Art. 182 CF. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes
gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o
bem-estar de seus habitantes.
§ 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é
o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da
cidade expressas no plano diretor.
§ 3º - As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos
termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor
real da indenização e os juros legais.
• Com a EC 29/00, o IPTU progressivo no Brasil ganhou também uma fisionomia de imposto como
PROGRESSIVIDADE FISCAL, quando passou a variar em razão do “VALOR DO IMÓVEL”, com alíquotas
diferentes em razão da “LOCALIZAÇÃO E USO” do imóvel.
Súmula 668 STF: É INCONSTITUCIONAL A LEI MUNICIPAL QUE TENHA ESTABELECIDO, ANTES DA EMENDA
CONSTITUCIONAL 29/2000, ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS PARA O IPTU, SALVO SE DESTINADA A ASSEGURAR O
CUMPRIMENTO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA.

ITR: PROGRESSIVIDADE EXTRAFISCAL


153 § 4º CF O imposto previsto no inciso VI do caput:
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;
• O ITR terá alíquotas progressivas para DESESTIMULAR A PROPRIEDADE RURAL IMPRODUTIVA –
AUSENTISMO.
• É a busca da FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE RURAL.
PROPORCIONALIDADE
• Técnica de incidência de ALÍQUOTAS FIXAS, que recaem sobre diferentes bases de cálculo.
• A proporcionalidade não tem previsão explícita na CF, levando-nos a concluir que SERÁ PROPORCIONAL O
IMPOSTO NÃO PROGRESSIVO.
• Assim, há inúmeros impostos proporcionais, destacando-se alguns que foram afastados da progressividade
na linha de entendimento do STF (ver súmula 656 – ITBI não é progressivo).
Súmula 656 STF: É INCONSTITUCIONAL A LEI QUE ESTABELECE ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS PARA O IMPOSTO DE
TRANSMISSÃO "INTER VIVOS" DE BENS IMÓVEIS - ITBI COM BASE NO VALOR VENAL DO IMÓVEL.

SELETIVIDADE
• Técnica de INCIDÊNCIA DE ALÍQUOTAS QUE VARIAM NA RAZÃO INVERSA DA ESSENCIALIDADE DO BEM.
• Quanto mais essencial for o bem, menor vai ser a alíquota do imposto seletivo. É exemplo de
EXTRAFISCALIDADE.
• Trata-se da DESISONOMIA SELETIVA:
o Buscar o tratamento desigual para os, de fato, desiguais, ou, ainda:
o As alíquotas variarão na razão direta da SUPERFLUIDADE / NOCIVIDADE

POR OUTRO
LADO
Essencialidad EM RAZÃO Nocividade
Alíquota Alíquota
e INVERSA menos
MENOR MAIOR
do bem essencial
• Nota-se que a seletividade permitirá a realização do princípio da capacidade contributiva em impostos que
são proporcionais.
• Lembre-se que a técnica de alíquota fixa pode provocar injustiça fiscal, e, no Brasil, isso se mostra pela
REGRESSIVIDADE em nosso sistema tributário: “QUEM GANHA MAIS, PAGA MENOS; QUEM GANHA MENOS,
PAGA MAIS”. Por essa razão a existência da seletividade.
• Na CF, destacam-se 2 IMPOSTOS SELETIVOS:
o ICMS – SELETIVIDADE FACULTATIVA
Art. 155 CF. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no
exterior;
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;

o IPI – SELETIVIDADE OBRIGATÓRIA


Art. 153 CF. Compete à União instituir impostos sobre:
IV - produtos industrializados;
§ 3º - O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;

ICMS IPI
• Poderá ser seletivo • “Será seletivo”
• Seletividade facultativa. • Seletividade obrigatória.

PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA


Art. 150 CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
• Tal princípio confirma a dicção do art. 5°, XXXVI da CF, no qual se prevê genericamente que a lei deverá
viger “para frente”, não mutilando as situações pretéritas já consolidadas.
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

• É fácil notar que tal princípio confirma a SEGURANÇA JURÍDICA.


• No direito tributário, a lei deverá ter vigência prospectiva, não podendo incidir sobre fatos geradores a ela
precedentes.
FATOS
LEI TRIBUTÁRIA GERADORES
POSTERIORES

• É vedado aos entes tributantes cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos ANTES DA VIGÊNCIA
DA LEI.
EXEMPLO DE LESÃO:
• Lei cria taxa
• Publicação: 20-01-2008
• Regra: vigência 20-01-2008
• A lei traz uma regra: a lei deverá recair sobre fatos geradores a partir de 01-01-2008.
• Há um vício de irretroatividade.
• Relembrando: LEI -> FG.

LEIS PRODUTORAS DE EFEITOS JURÍDICOS PRETÉRITOS


• O art. 106, I e II do CTN registra casos de LEIS PRODUTORAS DE EFEITOS JURÍDICOS PRETÉRITOS.
• Tais situações são solicitadas pelas bancas com o nome de “EXCEÇÕES”.
• Todavia, no texto constitucional, o princípio não é ressalvado.
*Art. 106 CTN*. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos
dispositivos interpretados; (não pode infligir multa)
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido
fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

LEI INTERPRETATIVA:
• Advérbio EXPRESSAMENTE e não implicitamente.
• Há a expressão “EM QUALQUER CASO”, que se contrapõe à parte final do inciso.
• A doutrina tenta compatibilizar o inciso mostrando que a lei interpretativa não poderá, a pretexto de
interpretar, prever a aplicação de uma penalidade / multa.
• Trata-se da chamada INTERPRETAÇÃO AUTÊNTICA, LEGAL ou LEGISLATIVA, isto é, aquela realizada pelo
próprio poder que edita a norma (PODER LEGISLATIVO).
• Como é sabido, cabe ao judiciário a função interpretativa-conclusiva, e não ao legislativo, sob pena de tal
lei, a pretexto de interpretar, conseguir modificar situações jurídicas já consolidadas no Poder Judiciário.
Daí haver as inúmeras críticas à interpretação autêntica. Ex: art. 3° da LC 118/05.
Art. 3º, LC 118/05: Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 –
Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por
homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1° do art. 150 da referida Lei.

• O STJ, analisando o dispositivo, afastou o rótulo de “lei interpretativa” para a LC 118/05, uma vez que seu
artigo 3° não veio interpretar, mas modificar uma situação preexistente. Sendo ela modificativa, sua
vigência é PROSPECTIVA.

ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADOS:


RETROATIO IN MELLIUS:
*Art. 106 CTN*. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido
fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
• São 2 situações que indicam a natural retroação da lei que irá beneficiar o contribuinte / réu (reler
dispositivo no CP).
• Em outras palavras, é a retroatio in mellius.
o ATO NÃO É MAIS INFRAÇÃO;
o O ATO DEIXOU DE SER CONTRÁRIO A UMA EXIGÊNCIA, porém caso ocorra fraude ou uma falta de
pagamento do tributo, não terá cabida a retroatio in mellius.

RETROAÇÃO BENÉFICA ou BENÍGNA DA MULTA: PRINCÍPIO DA BENIGNIDADE


*Art. 106 CTN*. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
• É a superveniência de uma lei que prevê, em um dado período (coexistência de outras leis), um percentual
menor de multa.
• Este percentual que prevalecerá no período, podendo ser aplicado retroativamente.

INFORMAÇÕES A SEREM MEMORIZADAS:


1ª INFORMAÇÃO:
• A lei retroagirá no caso de multas, sendo estas benéficas. Note que não serve para alíquotas e nem para
multas prejudiciais (mais gravosas).
• Note que a alíquota obedece ao princípio tributário em estudo, ou seja, será aquela constante da lei do
momento do fato gerador, não importando se é maior ou menor que outra.

2ª INFORMAÇÃO:
• O mais importante é saber que tal inciso só será aplicado se o ato não estiver definitivamente julgado.
• ALIOMAR BALEEIRO: enquanto o ato se mantiver pendente de julgamento, tanto na órbita
administrativa, quanto na órbita judicial, será possível a aplicação do inciso II do art. 106.
• Embora a doutrina divirja a respeito das órbitas supracitadas, o STJ seguiu a linha o BALEEIRO, mostrando,
em mais de um julgado, a indiferença quanto às esferas administrativa ou judicial.

IMPORTANTE:
Art. 144 CTN. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então
vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha
instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades
administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de
atribuir responsabilidade tributária a terceiros.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva
lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido.
• Memorizar que, em regra, será aplicada a lei do momento do fato gerador. É a pura aplicação do postulado
em estudo.
• Curiosamente, o legislador permitiu a aplicação da legislação contemporânea ao lançamento (e não ao
fato gerador), quando tal legislação tratar de aspectos procedimentais ligados à fiscalização tributária.
• Isso é bastante natural, uma vez que, os aspectos atinentes à substância da relação jurídica (alíquota)
serão extraídos da lei do momento do FATO GERADOR.

SITUAÇÕES EM QUE SE APLICA A LEI CONTEMPORÂNEA AO LANÇAMENTO:


• Novos critérios de apuração ou processos de fiscalização;
• Ampliar os poderes de investigação do FISCO;
• Outorgar maior garantia ou privilégios ao crédito.
CUIDADO: se a pretexto disso, houver a atribuição de responsabilidade a terceiros, como o tema diz com a
substância da relação, esta lei contemporânea ao lançamento não poderá ser aplicada. Ex: lei 10174/01 –
com a CPMF, proibia-se a utilização de dados bancários para confronto com a declaração do IRPF (lei
9311/96). Em 2001, apareceu a lei 10174/01 que permitiu o confronto, levando-se em conta
movimentações bancárias anteriores à norma. O STJ considerou a lei válida em razão do art. 144, § 1° do
CTN (ampliação de poder da fiscalização).

PRINCÍPIOS REFERENTES SOMENTE À UNIÃO


RESPEITO AO PACTO FEDERATIVO
Art. 151. É vedado à UNIÃO:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação
a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais
destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País;
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a
remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e
para seus agentes;
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
• Esse artigo só se refere à União e, consequentemente à TRIBUTAÇÃO FEDERAL.

PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA ou TRIBUTÁRIA


Art. 151. É vedado à UNIÃO:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação
a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais
destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País;
• Só se refere à UNIÃO (TRIBUTOS FEDERAIS).
• Só se permite o tributo federal que seja uniforme no Brasil.
• Assim, o princípio prevê a IDENTIDADE DE ALÍQUOTAS em toda a extensão territorial.

Caso prático: DECRETO MAJORADOR DO IPI PREVÊ INCIDÊNCIA IMEDIATA AO IMPOSTO, DEVENDO
O ATO NORMATIVO IRRADIAR EFEITOS APENAS NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL.
• Lesões aos princípios da ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA (IPI – 90 dias depois) e UNIFORMIDADE TRIBUTÁRIA.

O PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE TRIBUTÁRIA COMPORTA EXCEÇÃO?


• Sim, quando se admitem os INCENTIVOS FISCAIS destinados a promover o EQUILÍBRIO DO
DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO entre as diferentes regiões do país.

CUIDADO:
• Não se trata de qualquer tipo de “INCENTIVO FISCAL”, mas, no âmbito de uma justificada política de
fomento, de certos tipos de incentivos fiscais – aqueles que equilibrarão o desenvolvimento de diferentes
regiões brasileiras. Ex: ZONA FRANCA DE MANAUS, SUDENE, SUDAN etc.

P. da isonômica tributação da renda nos títulos da dívida pública e nos vencimentos dos
funcionários públicos
Art. 151. É vedado à UNIÃO:
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a
remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e
para seus agentes;
• O postulado refere-se ao IMPOSTO DE RENDA, cujas alíquotas devem ser uniformemente isonômicas, o
que torna o inciso um tanto prolixo. Existem 2 contextos:
1. O Imposto de Renda (alíquota) incidente sobre o salário do funcionário público não federal será o
mesmo do que aquele que incide sobre os proventos do servidor público federal.
2. O Imposto de Renda (alíquota) incidente sobre a renda de um título da dívida pública não federal
será o mesmo IR que incide sobre o rendimento de um título de dívida pública federal.

PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DAS ISENÇÕES HETERÔNOMAS


Art. 151. É vedado à UNIÃO:
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
• O inciso III proíbe a União isentar um tributo de competência tributária alheia.
• De fato, o poder de isentar, sendo correlato ao poder de instituir, pressupõe a inalterabilidade das
competências tributárias.
• O elemento justificador que embasa os 3 incisos do artigo 151 é o PACTO FEDERATIVO, levando-nos a
concluir que emenda constitucional não poderá mutilar os mandamentos deste dispositivo (CLÁUSULA
PÉTREA).
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas,
pela maioria relativa de seus membros.
§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado
de sítio.
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se
aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o
respectivo número de ordem.
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova
proposta na mesma sessão legislativa.
• O inciso III, sobretudo, ratifica a ideia de IMODIFICABILIDADE DAS COMPETÊNCIAS IMPOSITIVAS.
• Trata-se do princípio que PROÍBE AS ISENÇÕES HETERÔNOMAS.
o UNIÃO -> ISENTA -> TRIBUTOS FEDERAIS -> REGRA -> ISENÇÕES AUTONÔMICAS

EXISTÊNCIA DE ISENÇÃO HETERÔNIMA NA CONSTITUIÇÃO:


• A doutrina tem acolhido a ideia da existência de isenção heterônoma admitida no texto constitucional, em
pleno convívio com o mandamento proibitivo. Ex: art. 156, § 3°, II da CF – as ISENÇÕES DE ISS, NAS
EXPORTAÇÕES DE SERVIÇOS PARA O EXTERIOR serão veiculadas por uma LEI COMPLEMENTAR
FEDERAL (art. 2º, I da LC 116/03).
Art. 156 CF. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar:
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.
Art. 2°, LC 116/03 O imposto não incide sobre:
I – as exportações de serviços para o exterior do País;
Parágrafo único. Não se enquadram no disposto no inciso I os serviços desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui
se verifique, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior.

• Em aproximação com o direito internacional, a doutrina, o STF e as Bancas têm aceitado (aceito) um outro
exemplo de isenção heterônima.
• Entende-se que o TRATADO PODE VEICULAR ISENÇÃO DE TRIBUTO NÃO FEDERAL, porquanto a União,
perante o acordo celebrado, não se apresenta como pessoa jurídica de direito público interno, mas como
pessoa política internacional, em que o Presidente da República se apresenta como Chefe de Estado (e
não como Chefe de Governo).
• Tais palavras vieram no RE 229096/RS em agosto de 2007.
RE 229096: O Tribunal deu provimento a recurso extraordinário interposto contra acórdão do Tribunal de Justiça do
Estado do Rio Grande do Sul que entendera não recepcionada pela CF/88 a isenção de ICMS relativa a mercadoria
importada de país signatário do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio - GATT, quando isento o similar nacional.
Discutia-se, na espécie, a constitucionalidade de tratado internacional que institui isenção de tributos de competência
dos Estados-membros da Federação — v. Informativo 137. Entendeu-se que a norma inscrita no art. 151, III, da CF
(“Art. 151. É vedado à União: ... III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou
dos Municípios.”), limita-se a impedir que a União institua, no âmbito de sua competência interna federal, isenções de
tributos estaduais, distritais ou municipais, não se aplicando, portanto, às hipóteses em que a União atua como sujeito
de direito na ordem internacional. RE 229096/RS, rel. orig. Min. Ilmar Galvão, rel. p/ o acórdão Min. Cármen Lúcia,
16.8.2007.
RE 229096: EMENTA: DIREITO TRIBUTÁRIO. RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988 DO ACORDO
GERAL DE TARIFAS E COMÉRCIO. ISENÇÃO DE TRIBUTO ESTADUAL PREVISTA EM TRATADO INTERNACIONAL FIRMADO
PELA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. ARTIGO 151, INCISO III, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. ARTIGO 98 DO
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE ISENÇÃO HETERÔNOMA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO
CONHECIDO E PROVIDO. 1. A isenção de tributos estaduais prevista no Acordo Geral de Tarifas e Comércio para as
mercadorias importadas dos países signatários quando o similar nacional tiver o mesmo benefício foi recepcionada
pela Constituição da República de 1988. 2. O artigo 98 do Código Tributário Nacional "possui caráter nacional, com
eficácia para a União, os Estados e os Municípios" (voto do eminente Ministro Ilmar Galvão). 3. No direito internacional
apenas a República Federativa do Brasil tem competência para firmar tratados (art. 52, § 2º, da Constituição da
República), dela não dispondo a União, os Estados-membros ou os Municípios. O Presidente da República não
subscreve tratados como Chefe de Governo, mas como Chefe de Estado, o que descaracteriza a existência de uma
isenção heterônoma, vedada pelo art. 151, inc. III, da Constituição. 4. Recurso extraordinário conhecido e provido.
Art. 98 CTN. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e
serão observados pela que lhes sobrevenha.

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