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Segurança Industrial
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Segurança Industrial
SEGURANÇA INDUSTRIAL
ANTONIO GRAVENA
ANDRE LUIS DA SILVA KAZMIERSKI
ILSON PAULO CASTELO DE BARROS
Equipe Petrobras
Petrobras / Abastecimento
UN´s: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap
3
CURITIBA
2002
Segurança Industrial
Apresentação
Nome:
Cidade:
Estado:
Unidade:
5
Segurança Industrial
Sumário
1 SEGURANÇA INDUSTRIAL ................................................. 7 1.8.5 Do funcionamento ............................................. 33
1.1 Antecedentes Históricos .................................................. 7 1.8.6 Do treinamento .................................................. 34
1.2 Histórico da Segurança do Trabalho no Brasil ................ 7 1.8.7 Do processo eleitoral .......................................... 34
1.2.1 Conceito de Segurança ......................................... 9 1.8.8 Das contratantes e contratadas ........................... 35
1.2.2 Conceito de Acidente ........................................... 9 1.8.9 Disposições finais .............................................. 35
1.2.3 Conceito de Acidente do Trabalho ....................... 9 1.9 O mapa de risco ............................................................. 38
1.2.4 O Ambiente de Trabalho ...................................... 9 1.9.1 Simbologia de Riscos ......................................... 38
1.2.5 A experiência e a percepção .............................. 10 1.9.2 Cores de Riscos .................................................. 38
1.2.6 Procedimentos para Identificação 1.9.3 Objetivos do Mapa de Riscos ............................ 40
através das Cores ............................................... 11 1.9.4 Etapas de elaboração .......................................... 40
1.2.7 Equipamentos de Proteção lndividual – EPI ...... 11 1.10 Acidente do Trabalho .................................................... 40
1.3 Classificação dos E.P.I.'s ................................................ 12 1.10.1 Tipos de lesão .................................................... 41
1.3.1 Das obrigações do empregador quanto ao EPI: .. 12 1.11 Fontes de Acidentes / Incidentes .................................... 42
1.3.2 Das obrigações do empregado ........................... 12 1.11.1 Ato Abaixo do Padrão e Condição
1.3.3 Das obrigações do fabricante e do importador ... 12 Abaixo do Padrão .............................................. 43
1.3.4 Responsabilidades da Empresa .......................... 13 1.11.2 Metodologia para Análise de
1.3.5 Responsabilidade do Usuário ............................. 13 Acidentes/Incidentes .......................................... 45
1.4 Características dos Equipamentos de 1.11.3 A Importância da Análise do Incidente
Proteção Individual – EPI .............................................. 13 ou Quase Acidente – A Pirâmide de
1.4.1 Proteção para a Cabeça ...................................... 13 Segurança de Frank Bird .................................... 47
1.4.2 Proteção dos olhos ............................................. 14 1.12 Acidente de trajeto e estabilidade após
1.4.3 Proteção facial ................................................... 14 o acidente de trabalho .................................................... 48
1.4.4 Proteção auditiva ............................................... 15 1.12.1 Estabilidade após acidente de trabalho .............. 48
1.4.5 Proteção das mãos .............................................. 16 1.12.2 Custo dos acidentes ........................................... 49
1.4.6 Proteção dos pés e pernas .................................. 17 1.12.3 Custo dos Acidentes no Brasil ........................... 49
1.4.7 Proteção do tronco ............................................. 18 1.13 Causas do acidente de trabalho ...................................... 50
1.4.8 Capas, jaquetas e conjuntos ............................... 18 1.13.1 Causas de Acidentes – O Modelo de
1.4.9 Proteção do corpo inteiro ................................... 18 Falha Humana .................................................... 51
1.4.10 Proteção respiratória .......................................... 19 1.13.2 Falha dos Sistemas Gerenciais ........................... 51
1.4.11 Equipamentos filtrantes, respiradores 1.13.3 Por Que as Pessoas Erram (Falha Humana)? ..... 52
e máscaras .......................................................... 19 1.14 Atos e condições inseguras ............................................ 54
1.4.12 Equipamentos autônomos .................................. 21 1.14.1 Ato inseguro ...................................................... 54
1.4.13 Equipamentos de Proteção Respiratória com ......... 1.14.2 Condicão insegura ............................................. 55
alimentação por linha de ar (ar-mandado) ......... 22 1.14.3 Análise dos acidentes ......................................... 55
1.4.14 Proteção contra quedas ...................................... 23 1.15 Controle de acidentes .................................................... 57
1.4.15 Colete salva vidas .............................................. 24 1.16 Procedimento em caso de acidente ................................ 57
1.5 Equipamento de Proteção Coletiva – EPC .................... 24 1.16.1 Procedimento do Acidentado ............................. 57
1.6 Alguns Cuidados na Utilização dos Equipamentos 1.16.2 Procedimento do Supervisor .............................. 58
de Proteção Individual – EPI ......................................... 25 1.17 Condições gerais ............................................................ 59
1.7 Inspeção Planejada ........................................................ 27 1.17.1 Emissão .............................................................. 59
1.7.1 A Importância da Inspeção Planejada ................ 28 1.17.2 Requisição ......................................................... 60
1.7.2 Levantamento dos riscos de acidentes ............... 30 1.17.3 Cancelamento .................................................... 60
1.7.3 Relatório de Inspeção ......................................... 30 1.17.4 Etiquetas de Advertência ................................... 60
1.8 NR-5 – Comissão interna de prevenção 1.17.5 Recomendações de Segurança ........................... 61
6 de acidentes – CIPA ....................................................... 31 1.17.6 Execução dos Trabalhos ..................................... 62
1.8.1 Do objetivo ........................................................ 31 1.17.7 Conclusão dos Trabalhos ................................... 62
1.8.2 Da constituição .................................................. 31 1.18 Condições específicas .................................................... 63
1.8.3 Da organização .................................................. 31 1.18.1 PTT – Permissão de Trabalho Temporária ......... 63
1.8.4 Das atribuições .................................................. 32 1.18.2 Liberação de Área .............................................. 64
Segurança Industrial
Segurança
Industrial
1.1 Antecedentes Históricos
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menores de 18 anos e limitou a jornada de traba-
lho para 12 horas diárias e 69 horas por semana.
A Revolução Industrial foi uma das maio-
Criou-se, em 1897, a Inspetoria das Fá-
res revoluções da humanidade. A Inglaterra foi
o berço da Revolução Industrial. O avanço da bricas como órgão do Ministério do Trabalho
tecnologia e a criação de produtos para ofere- Britânico, com o objetivo de realizar exames
cer a um número maior de consumidores mar- de saúde periódicos no trabalhador, além de
caram essa época. se propor a estudar as doenças profissionais,
principalmente nas fábricas pequenas ou des-
No período de 1760 a 1830, ocorreu o ad-
vento da Revolução Industrial na Inglaterra, providas de serviços médicos próprios.
que deu grande impulso às indústrias na for- Paralelamente, em outros países europeus e
ma como são conhecidas atualmente. nos Estados Unidos, adota-se uma legislação
progressista em defesa da saúde do trabalhador.
A Revolução Industrial teve como ponto
Em 1919, é fundada em Genebra, a Orga-
mais importante a revolução social, devido às
mudanças nas diversas sociedades do mundo. nização Internacional do Trabalho (OIT), com
A área econômica, por conta dessa revolução, o objetivo de estudar, desenvolver, difundir e
sofreu uma série de transformações na indús- recomendar formas de relações de trabalho. O
tria, na agricultura, no comércio, enfim, em Brasil foi um dos seus fundadores e signatários
toda a economia que se tornou capitalista. (serão verificados, adiante, alguns dados rela-
A Revolução Industrial transformou total- tivos ao Brasil).
mente as relações de trabalho exigentes, pois,
naquela época, praticamente só existia a figu- 1.2 Histórico da Segurança do Trabalho
ra do artesão, que produzia seus produtos in- no Brasil
dividualmente ou com alguns auxiliares e tro- No Brasil, para falar de Segurança do Tra-
cava seus produtos por outros, geralmente em balho, devem ser localizadas na legislação as
um mercado público. ações do governo que regularizam e aplicam
Das máquinas domésticas e artesanais, práticas de trabalho saudáveis.
criaram-se as máquinas complexas que exigiam No começo deste século, naqueles estados
volumosos investimentos de capital para sua onde se iniciava a industrialização – São Paulo
aquisição e considerável mão-de-obra para o e Rio de Janeiro – a situação dos ambientes de
seu funcionamento, que foi recrutada indiscri- trabalho era péssima, ocorrendo acidentes e doen-
minadamente entre homens e mulheres, crian- ças profissionais de toda ordem. W. Dean, em
ças e velhos. O êxodo rural logo aconteceu e seu livro “A industrialização de São Paulo
as relações entre capital e trabalho também se 1881–1945”, afirmava que as condições de
iniciaram através de movimentos trabalhistas trabalho eram duríssimas: muitas estruturas
reivindicatórios. que abrigavam as máquinas não haviam sido,
Pressionado, o Parlamento Britânico apro- originalmente, destinadas a essa finalidade –
vou, em 1802, a “Lei de Saúde e Moral dos além de mal iluminadas e mal ventiladas, não
Aprendizes”, que estabeleceu o limite de 12 dispunham de instalações sanitárias. As má-
horas de trabalho por dia, proibiu o trabalho quinas amontoavam-se, ao lado umas das
noturno e introduziu medidas de higiene nas outras, e suas correias e engrenagens giravam
fábricas. O não cumprimento desta Lei obri- sem proteção alguma. Os acidentes eram fre- 7
gou o Parlamento Britânico a criar, em 1833, qüentes, porque os trabalhadores, cansados,
a Lei das Fábricas, que estabeleceu a inspeção que trabalhavam aos domingos, eram multa-
das fábricas, instituiu a idade mínima de 9 anos dos por indolência ou por erros cometidos, se
para o trabalho, proibiu o trabalho noturno aos fossem adultos, ou separados, se fossem crianças.
Segurança Industrial
Em 1923, criava-se a Inspetoria de Higie- estão listados alguns fatores que prejudicam
ne Industrial e Profissional junto ao Departa- uma análise mais aprofundada nas estatísticas
mento Nacional de Saúde, no Ministério do de acidentes:
Interior e Justiça. a) enorme quantidade de acidentes não
Em 1934, introduz-se a Inspetoria de Hi- registrados ou ocorrência de sub-re-
giene e Segurança do Trabalho, no Departa- gistros;
mento Nacional do Trabalho, do Ministério do b) grande quantidade de trabalhadores que
Trabalho, Indústria e Comércio. não têm carteira de trabalho assinada;
Nesse mesmo ano, o governo de Getúlio c) sistema de estatística oficial não é con-
Vargas promulga a segunda Lei de Acidentes fiável devido, dentre outros fatores, à
do Trabalho e, dez anos depois, ainda no go- burocracia.
verno Vargas, aparece a terceira Lei. Em 1972, foi criado o PNVT – Plano Na-
Um ano antes, a legislação trabalhista con- cional de Valorização do Trabalhador, em fun-
sagra-se na CLT (Consolidação das Leis do ção da situação alarmante do número de aci-
Trabalho), com todo o Capitulo V dedicado à dentes registrados no país.
Higiene e Segurança do Trabalho. A legislação em vigor foi publicada em
Não obstante o Brasil ser signatário da 22 de dezembro de 1977 e recebeu o número
OIT, somente pela Portaria 3227 de 1972 é que 6514. Ela altera o capitulo V, do titulo II, da
veio a obedecer à Recomendação 112, de 1959, Consolidação das Leis do Trabalho.
daquela Organização. Tornou-se, então, obri- Decorrentes dessa Lei, foram baixadas 28
gatória a existência de Serviços de Segurança Normas Regulamentadoras, Portaria 3214, de
e Medicina do Trabalho nas empresas, de acor- 8 de junho de 1978, pelo então Ministro
do com o número de empregados e o grau de Arnaldo Prieto.
risco em que se enquadram. Ainda assim, em Na iniciativa privada, o pioneirismo fica
torno de 85% dos trabalhadores ficaram ex- com a Associação Brasileira para Prevenção de
cluídos destes serviços obrigatórios. As micro, Acidentes – ABPA, fundada em 21 de maio de
pequenas e médias empresas não estão enqua- 1941, com a participação de algumas pessoas
dradas nesta legislação e, atualmente as gran- idealistas que não aceitavam a produção, o lucro
des empregadoras são estas empresas. e a melhoria da qualidade de vida sem a preven-
Um outro fato alarmante é que os riscos e ção dos acidentes decorrentes do trabalho.
as condição insalubres a que estão expostos Da mesma forma, mantido pela iniciati-
va privada CNI – Confederação Nacional da
estes trabalhadores são muito maiores que em
Indústria, foi criado em 22 de janeiro de 1942,
empresas de porte superior. Nas empresas de
pelo Decreto lei nº 4048, o SENAI, que em-
maior porte, as condições financeiras e eco-
bora tenha como finalidade principal a forma-
nômicas permitem um maior investimento em
ção profissional, visualizou que não podia ha-
máquinas modernas e processos com certa
ver ensino de um trabalho sem o conhecimen-
garantia de segurança e higiene do trabalho, o
to dos correspondentes riscos de acidentes. Daí
que não ocorre nas pequenas empresas. o surgimento da área de Segurança do Traba-
Alguns estudos realizados apontam que lho na Instituição, que hoje oferece treinamen-
o risco nas pequenas empresas industriais (até tos específicos, promovendo permanente tro-
100 empregados) é 3,77 vezes maior que o das ca de informações e de experiências entre
grandes empresas (mais de 500 empregados) empresas, a fim de conscientizar seus funcio-
ou 1,96 vezes o das médias empresas (101 a nários para as práticas prevencionistas.
500 empregados). Poucos anos depois surge o SESI – Ser-
As indústrias do ramo da mecânica, mate- viço Social da Indústria, também mantido pela
rial elétrico e eletrotécnico são responsáveis iniciativa privada, com a finalidade de propor-
pelos índices mais elevados de acidentes gra- cionar lazer e saúde ao trabalhador. Hoje, na
ves, seguidos pelas indústrias ligadas ao ramo área de saúde, operacionaliza o PCMSO – Pro-
dos produtos alimentícios. Em nível nacional, grama de Controle Médico de Saúde Ocupa-
a indústria da construção civil responde por cional – e junto com o SENAI, por meio de
8 25% dos acidentes, inclusive os mais graves e
uma Unidade Corporativa, desenvolve traba-
letais. lhos de Higiene Industrial (levantamentos qua-
Com relação às estatísticas de acidentes litativos e quantitativos de riscos) para fins de
do trabalho, os dados brasileiros são poucos elaboração do PPRA – Programa de Preven-
confiáveis, por diversos motivos. A seguir, ção de Riscos Ambientais.
Segurança Industrial
O Brasil tem uma legislação muito antiga O grande desafio dos profissionais respon-
e abrangente, considerada boa por vários es- sáveis pela prevenção de acidentes tem sido
pecialistas. Não é estranho que ainda assim conscientizar as pessoas de que...
apresente taxas elevadíssimas de acidentes do
trabalho? todo trabalho é importante e deve ser pla-
É muito difícil encontrar essa resposta, nejado e executado com segurança!
porém uma coisa é ter a lei e outra é se querer Assim, nos estudos que os cientistas rea-
prevenir acidentes e doenças profissionais. lizam, com vistas à prevenção de acidentes, o
“Caso se deseje uma melhoria contínua ser humano é sempre o principal fator, sob to-
de qualidade de vida, deve-se nos postos de dos os aspectos que o envolvam e o relacio-
trabalho ter como meta a melhoria da higie- nem com os acidentes e sua prevenção.
ne e da segurança”. A segurança deve ser exercida antes que
ocorra o acidente. É errado pensar que só ser-
Como conseguir isto? ve para criar mais trabalho. É comum ser lem-
Participando dos programas de educação brada apenas quando ocorre um acidente.
e treinamento de higiene e segurança, co- Todos os acidentes têm uma ou mais cau-
nhecendo as normas e regulamentos, as sas que contribuem para provocá-lo. A ques-
medidas de controle, os equipamentos de tão é que se deve antecipar, avaliando, identi-
proteção individual e coletiva e partici- ficando e eliminando as possíveis causas que
pando ativamente das campanhas de pre- poderiam provocar o acidente. Com isto, pode-
venção de acidentes. se afirmar com toda a certeza que:
Os acidentes podem ser evitados!
A partir da Revolução Industrial, além da
higiene, a segurança no local de trabalho pas- 1.2.3 Conceito de Acidente do Trabalho
sou a ser vista como problema social digno de “Acidente do trabalho é o que ocorre pelo
atenção e de medidas de controle. exercício do trabalho, a serviço da em-
presa, ou ainda pelo exercício do traba-
1.2.1 Conceito de Segurança lho dos segurados especiais, e provoca
Segurança é a condição, o estado ou a lesão corporal ou perturbação funcional
qualidade de seguro, daquilo em que se pode que cause a morte, a perda ou redução da
confiar, que não representa, em princípio, pe- capacidade para o trabalho, permanente
rigo ou risco para nossa vida, saúde, integri- ou temporário”.
dade física e mental.
Daí a grande importância da educação e “Toda vez em que se falar em segurança,
do treinamento para desenvolver nas pessoas pode-se pensar na prevenção de acidentes.”
atitudes e hábitos nas conhecidas e freqüentes
Instruções de Segurança. 1.2.4 O Ambiente de Trabalho
É muito comum as pessoas ligarem segu- “... é no trabalho que as pessoas dedicam
rança a acidente. Na verdade, entende-se mais a maior parte de suas vidas...”.
facilmente aquilo que se vê. Por esta razão é que se deve ter um local
de trabalho que ofereça condições dignas de
1.2.2 Conceito de Acidente higiene e segurança e que seja, ao mesmo tem-
Acidente é o fato inesperado, não previs- po, um local agradável.
to e não desejado, que poderá ser ou não com Considerando que o ser humano, dotado
lesão, em uma ou em várias pessoas ao mes- de inteligência e raciocínio, é capaz de criar e
mo tempo. fabricar coisas para o seu benefício, seu pra-
Os jornais sempre publicam acidentes, ou zer, sua comodidade, seu lazer, enfim, para
seja, as conseqüências de quando não se utili- tornar sua vida a mais agradável possível,
za a Segurança. pode-se concluir que ele é capaz de criar um
ambiente apropriado para o seu trabalho. 9
Exemplo: Para compreender melhor o que foi dito
Você se lembra de algum outro acidente, anteriormente, separa-se esse ambiente de tra-
com você, com alguém de sua família ou al- balho em duas partes: Aspectos Pessoais e
gum de seus amigos? É difícil esquecer, não é Aspectos Físicos.
mesmo?
Segurança Industrial
Aspecto Pessoal – é o jeito que se dá ao O comprometimento é o que leva as pes-
ambiente de trabalho, conforme o posto, o in- soas ao sucesso, além do interesse, da persis-
teresse, as possibilidades e o objetivo de quem tência, da vontade.
é responsável por ele. É o desejo especial e forte de assumir um
É fato que todos gostam de estar em locais compromisso e de dar conta dele. Nasce da
limpos, arrumados, seguros e confortáveis; po- consciência e da vontade de contribuir, cola-
rém, nem sempre, tem-se a influência direta so- borar para a solução de qualquer problema.
bre essas condições. De qualquer forma, pode- Deve-se participar de um trabalho em grupo
se, pelo menos, manter a ordem e a limpeza. e desejar o sucesso: não como vaidade pessoal,
Teste: Como está nesse momento a sua mas pela certeza de que se está fazendo o melhor.
mesa de trabalho? Ou a sua bancada na ofici- Antes, porém, é preciso conhecer a em-
na? O seu microcomputador, se você o utiliza? presa e sua cultura, os chefes, os colegas e,
principalmente, a si mesmo, capacidade, de-
Está tudo arrumado, limpo, organizado? sejos, objetivos e, também, limitações. Afinal,
Se a resposta for negativa mãos à obra, come- não existe nenhuma pessoa que saiba tudo e que
ce já a organização, a limpeza. possa tudo. Cada um possui suas habilidades e
deve utilizá-las respeitando os seus limites na-
Importante: turais. O trabalhador deve explorar ao máximo
Os hábitos pessoais e a vida familiar re- seu potencial estendendo-o a outras áreas.
fletem no ambiente de trabalho de uma ma- Aspecto Físico – o ambiente físico no lo-
neira muito especial. cal de trabalho deverá atender em primeiro lu-
Claro que a parte pessoal do ambiente de gar à adequação do ser humano, através de um
trabalho não se refere somente ao indivíduo, correto arranjo físico chamado de ergonomia.
mas, principalmente, às outras pessoas que É necessário procurar conhecer “fisica-
fazem parte desse ambiente, ao grupo, à equipe. mente” o local de trabalho, assim como algu-
Para que se possa atingir os objetivos de mas características importantes como as di-
melhoria da qualidade de vida, o ambiente de mensões, a iluminação, a ventilação, o ruído,
trabalho deve ser de confiança mútua e res- a poeira, os gases, os vapores, etc.
peito humano. É importante também o tipo de trabalho,
Não tenha medo de errar, de agir, de parti- a movimentação e a postura corporal em que
cipar, de dar sua opinião. Se ela não for aceita se trabalha, o ritmo de trabalho, a ocupação
dessa vez, será numa próxima. principal, o horário, etc.
Mostre a necessidade de participação de A Ergonomia e a Higiene Industrial pode-
cada um no processo de melhoria do local de rão ajudar muito no correto arranjo do local
trabalho. de trabalho.
Incentive o respeito que é o principal fa- É interessante que se saiba que, no passa-
tor no trabalho em equipe. Discuta, reflita com do, grandes epidemias devastaram a humani-
o grupo, aceitando as decisões da maioria. Um dade. A peste bubônica, também conhecida
grupo unido, coeso e participativo certamente como peste negra, foi uma das maiores que se
alcançará a eficiência e o dinamismo que to- espalhou violentamente há séculos, devido às
dos buscam. péssimas condições de higiene naquele tem-
Converse sobre a possibilidade de distri- po. Causada por uma bactéria, ela é transmiti-
buir as tarefas de acordo com a preferência, a da pelo sangue do rato para o homem, através
capacidade e a dinâmica de trabalho de cada um. das picadas de pulgas.
Faça com que os outros se sintam incluí- A partir de fatos como esses, deve-se pen-
dos e participantes do seu trabalho. Demons- sar que ainda hoje poderão surgir infecções e
tre a importância do trabalho que você está doenças transmissíveis se não forem tomados
fazendo. alguns cuidados básicos. Basta lembrar da den-
Pratique permanentemente suas qualida- gue e da leptospirose, que ameaçam a popula-
des pessoais: respeito, criatividade, controle ção de muitas cidades brasileiras.
10 emocional, conhecimento, responsabilidade,
discernimento, alegria, bom humor. 1.2.5 A experiência e a percepção
Deve-se incentivar as pessoas a vencerem A experiência é um fator indispensável a
as barreiras aparentemente invencíveis para o toda a atividade perceptiva e a todas as for-
Sucesso. mas de treinamento sensorial. A sensibilidade
Segurança Industrial
da nossa percepção depende muito do quanto Além das pinturas de tubulações é comum
já se sabe sobre o objeto com o qual nossos identificar com o nome do produto em setas
sentidos vão entrar em contato. pintadas ou em adesivos. As setas fazem a orien-
Explicando melhor: é a experiência que tação do sentido do fluxo em tubulações de
apura, que aumenta, que aguça os sentidos do linhas próximas a equipamentos, válvulas ou
provador de vinho, do selecionador de chá, do interseções de linhas.
músico, do conhecedor de carros, etc. As cores são utilizadas também como si-
A motivação é o processo que promove, nalização de obstáculos, advertências, identi-
mantém e dirige a aprendizagem e o compor- ficação de equipamentos de emergência, etc.
tamento das pessoas. A motivação interfere na
aprendizagem: para aprender não basta poder, A Norma Regulamentadora – NR 26 define estes casos
é preciso querer. Ela também interfere no com-
Vermelho Amarelo Branco Preto Azul Verde
portamento, na capacidade de realização, sa-
Laranja Púrpura Lilás Cinza Alumínio Marrom
tisfação para o trabalho, ação, desempenho.
Aperfeiçoar os sentidos consiste no pro-
cesso de ganhar experiência através da prática 1.2.7 Equipamentos de Proteção lndividual – E.P.I.
numa aprendizagem contínua. É considerado Equipamento de Proteção
Para se compreender bem as coisas que Individual (E.P.I.), todo dispositivo ou produ-
estão ao nosso redor, tanto em casa como no to, de uso individual utilizado pelo trabalha-
trabalho, é preciso que a nossa atenção, a per- dor, destinado à proteção de riscos suscetíveis
cepção, a experiência e a motivação constituam de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
a base da aprendizagem. Entende-se como Equipamento Conjugado de
Proteção Individual, todo aquele composto por
1.2.6 Procedimentos para Identificação através vários dispositivos, que o fabricante tenha as-
das Cores sociado contra um ou mais riscos que possam
Dentre as capacidades dos órgãos dos sen- ocorrer simultaneamente e que sejam suscetí-
tidos do ser humano a mais utilizada nas sen- veis de ameaçar a segurança e a saúde no tra-
sações recebidas é o sentido da visão. balho. O equipamento de proteção individual,
Nos ambientes de trabalho, há necessida- de fabricação nacional ou importada, só pode-
de de distinguir o que é seguro do que é peri- rá ser posto à venda ou utilizado com a indica-
goso, através das cores, na identificação dos ção do Certificado de Aprovação – CA, expe-
sistemas de canalizações, equipamentos, pro- dido pelo órgão nacional competente em ma-
teções de máquinas, corredores, caminho de téria de segurança e saúde no trabalho do Mi-
fuga e para localizar os equipamentos de com- nistério do Trabalho e Emprego.
bate a incêndio onde a rapidez é fundamental. A empresa é obrigada a fornecer aos em-
As aplicações e as técnicas de utilização pregados, gratuitamente, EPI adequado ao ris-
das cores podem provocar reações e condicio- co, em perfeito estado de conservação e funcio-
namentos mentais ou físicos, positivos ou ne- namento, nas seguintes circunstâncias:
gativos, no ambiente de trabalho, que refle- a) sempre que as medidas de ordem geral
tem diretamente na produtividade, através de não ofereçam completa proteção con-
conforto e segurança. tra os riscos de acidentes do trabalho ou
Essas aplicações contribuem também para de doenças profissionais e do trabalho;
melhorar o rendimento da iluminação e cons- b) enquanto as medidas de proteção cole-
tituem uma combinação positiva para o traba- tiva estiverem sendo implantadas; e,
lhador, principalmente, quando atuam sobre c) para atender situações de emergência.
seu campo de visão.
A Norma Regulamentadora (NR 26) so- Cabe ao empregador, quanto ao E.P.I.:
bre Sinalização de Segurança do Ministério do a) adquirir o adequado ao risco de cada
Trabalho estabelece: atividade;
“As cores que devem ser usadas nos lo- b) exigir seu uso;
cais de trabalho para prevenção de acidentes, c) fornecer ao trabalhador somente o apro-
identificando os equipamentos de segurança, vado pelo órgão nacional competente 11
delimitando áreas, identificando as canaliza- em matéria de segurança e saúde no
ções empregadas nas indústrias para a con- trabalho;
dução de líquidos e gases, e advertindo contra d) orientar e treinar o trabalhador sobre o
riscos”. uso adequado, guarda e conservação;
Segurança Industrial
e) substituir, imediatamente, quando da- 1.3.1Das obrigações do empregador quanto ao
nificado ou extraviado; EPI:
f) responsabilizar-se pela higienização e – adquirir o tipo de equipamento adequa-
manutenção periódica; e do à atividade do empregado;
g) comunicar ao Ministério do Trabalho – fornecer ao empregado somente o equi-
e Emprego qualquer irregularidade ob- pamento aprovado pelo Ministério do
servada. Trabalho e de empresas cadastradas na
Secretaria de Segurança e Saúde do Tra-
balhador do Ministério do Trabalho –
Cabe ao empregado, quanto ao EPI: MTb;
a) usar apenas para a finalidade a que se
– treinar o trabalhador para utilizar de for-
destina;
ma adequada o equipamento;
b) responsabilizar-se pela sua guarda e
– tornar obrigatório o uso do equipa-
conservação;
mento;
c) comunicar ao empregador qualquer alte-
– substituir, imediatamente, o equipa-
ração que o torne impróprio para uso; e,
mento quando for danificado ou extra-
d) cumprir as determinações do emprega- viado;
dor sobre o uso adequado.
– responsabilizar-se pela sua higieniza-
ção e manutenção periódica;
1.3 Classificação dos E.P.I.'s
Os Equipamentos de Proteção Individual – comunicar ao MTb qualquer irregula-
podem ser de dois tipos: ridade observada no EPI.
a) de uso permanente; 1.3.2 Das obrigações do empregado
b) de uso temporário. – usar o equipamento apenas para a fina-
– Os E.P.I.'s de Uso Permanente são lidade a que se destina;
aqueles que a empresa fornece aos – responsabilizar-se pela guarda e con-
trabalhadores em função da habitua- servação do equipamento;
lidade, permanência e natureza dos – comunicar ao empregador qualquer al-
perigos e riscos de suas atividades teração que o torne impróprio para o
ou ambientes de trabalho. Ex.: ca- uso.
pacetes de segurança, óculos de
segurança, protetores auriculares, 1.3.3 Das obrigações do fabricante e do
capas impermeáveis de trevira, bo- importador
tas de segurança, luvas de seguran- – comercializar ou colocar à venda so-
ça, EPI´s para proteção de riscos ine- mente o equipamento que tiver Certi-
rentes ao cargo de soldadores e ou- ficado de Aprovação – CA, do Minis-
tros a critério da SMS. tério do Trabalho- MTb;
– Os E.P.I: s de Uso Temporário são – renovar o CA, o Certificado de Regis-
aqueles que a empresa fornece aos tro de Fabricante – CRF e o Certifica-
trabalhadores para a realização de do de Registro Importador – CRI, quan-
um trabalho específico sob condição do estiver vencido o prazo de validade
de risco, em situação normal, anor- estipulado pelo MTb;
mal ou emergencial, e que devem ser – requerer novo CA quando houver alte-
devolvidos a SMS após o término do ração das especificações do equipamen-
trabalho para higienização, reposição to aprovado;
de peças ou materiais, inspeção, ma-
nutenção, etc. Ex.: máscaras, capas – responsabilizar-se pela manutenção da
de aproximação, roupas de emergên- mesma qualidade do EPI padrão que
12 deu origem ao Certificado de Aprova-
cia, cintos de segurança, etc.
ção (CA);
A legislação define obrigações do empre- – cadastrar-se junto ao MTb, através do
gador, do empregado e do fabricante como se Departamento Nacional de Segurança
segue. e Saúde do Trabalhador – DNSST.
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1.3.4 Responsabilidades da Empresa – o gari não pode recolher o lixo sem es-
– instruir todos os empregados sobre a tar usando luvas especiais;
necessidade e a maneira correta de usar – um bombeiro para entrar num prédio
e de manter os equipamentos de prote- em chamas tem que estar usando más-
ção individual; cara contra gás.
– acompanhar junto ao usuário a realiza- Não é possível detalhar todas as profis-
ção de testes, visando a sua adequação; sões e quais os equipamentos de proteção in-
– possuir uma relação de equipamentos dividual necessários para exercê-las com se-
de proteção individual por função; gurança e sem riscos. Por isso, serão apresen-
– fornecer os equipamentos de proteção tados, a seguir, de forma reduzida os tipos de
de utilização eventual e orientar quan- proteção que podem ser feitas em cada parte
to ao uso; do corpo, a saber:
– fazer cumprir a obrigatoriedade quan-
to ao uso através de técnicas compor- 1.4.1 Proteção para a Cabeça
tamentais; A cabeça deve ser protegida nos locais
– proporcionar aos empregados facilida- onde há o perigo de impacto e de penetração
des para guardar, limpar e manter o seu de objetos que caem ou que se desprendem e
EPI. são lançados à distância; de queimaduras de
origem elétrica e em trabalhos a céu aberto.
1.3.5 Responsabilidade do Usuário Proteger os olhos e o rosto, em ambientes
Cuidar do EPI sob sua responsabilidade, onde haja probabilidade de lesões, quando
utilizando-o de modo correto e sempre que seu apresentam iluminação forte direta ou indire-
uso seja obrigatório, mantendo-o em boas con- ta, líquidos e radiações perigosas ou uma com-
dições, zelando pela limpeza adequada, subs- binação de todos estes riscos.
tituição de partes e testes de certificação. Devem ser fornecidos equipamentos ade-
quados para proteção auditiva aos emprega-
1.4 Características dos Equipamentos de dos em todas as áreas onde o nível de ruído
Proteção Individual – EPI não possa ser reduzido.
Para cada tipo de atividade existe um ris- Deve ser fornecida proteção respiratória
co correspondente. A escolha do equipamen- em áreas que apresentem um ambiente respi-
to de proteção se fará não somente em função ratório limitado ou possibilidade de deficiên-
do risco, mas também das condições do pró- cia de oxigênio ou contaminação do ar.
prio trabalho. Alguns tipos de EPI para partes da cabeça:
O equipamento de proteção individual – Proteção do couro cabeludo – bonés,
protegerá contra os riscos dos locais de traba- redes, gorros, etc.
lho e, ao mesmo tempo, dará proteção contra – Proteção do crânio – Deve ser utili-
as condições de trabalho incômodas e desa- zado o capacete para proteger o crânio
gradáveis. nos trabalhos sujeitos a agentes meteo-
Existem vários equipamentos de proteção rológicos (trabalhos a céu aberto), im-
individual, os EPI específicos para cada ativi- pactos provenientes de quedas, proje-
dade profissional e a parte do corpo que deve ção de objetos ou outros, queimaduras
proteger. ou choques elétricos.
Para esclarecer o que foi abordado anterior- O capacete é composto, basicamente, pelo
mente, serão apresentados alguns exemplos: “casco” e pela “suspensão”, que operam e for-
– um soldador tem que usar máscara com mam o sistema de proteção.
lentes próprias;
O Casco
O “casco” é rígido,
leve e balanceado, para
permitir um confortável
uso. Constitui-se de uma 13
peça, geralmente, injetada em polietileno de
alta densidade, não condutora de corrente elé-
trica. Dependendo do tipo, resiste até 20.000
Volts durante 3 minutos, com fuga não superior
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a 9mA e quando testado para ruptura, não deve Óculos com proteção lateral
ocorrer abaixo de 30.000 Volts. Possuem lentes de cris-
O polietileno injetado possui durabilida- tal ótico endurecido, que
de média de 5 anos e, após este tempo, pode- podem ser incolores ou co-
rão aparecer trincas em sua estrutura, loridas filtrantes, resistentes a impactos de partí-
provocada pelo ressecamento do polietileno. culas sólidas. Seu uso é recomendado para pro-
Ocorrendo o ressecamento do casco, toda a sua teção contra projeção de partículas e poeiras.
resistência mecânica contra impacto será com- Os óculos de lente de
prometida. Nessa situação, o capacete deverá policarbonato, são reco-
ser substituído por outro novo. mendados também para
Recomenda-se não fazer furos no casco projeção de partículas e
para que não seja diminuída a sua resistência poeiras.
contra impactos.
Óculos de proteção total
Suspensão São constituídos de
A suspensão tem a função de absorver im- material plástico, macio e
pactos na cabeça, amortecendo o choque me- flexível, lente inteiriça, de
cânico transmitido pelo casco. acrílico ou policarbonato,
A suspensão possui duas partes impor- resistente a impactos, plana e transparente.
tantes: Possuem ainda um dispositivo para ventilação
– A cinta ajustável e a dupla fita amorte- indireta com tela para filtrar poeiras e um ti-
cedora. rante para ajuste e fixação. Protegem contra
A suspensão deve ser poeiras, respingos de produtos químicos e im-
trocada sempre que houver pactos de partículas.
desgaste da mesma ou que Podem ser usados sobre óculos comuns.
for contaminada por gases
ácidos, óleos e outros agen- Óculos para solda e corte
tes, que podem atacar o material de que é feita É obrigatório o seu
a suspensão e diminuir-lhe a segurança. uso para trabalhos de cor-
Para uma proteção eficaz durante o tem- te de metais com uso de
po de uso mantenha-a limpa, lavando-a com maçarico. Protege a visão
água e sabão. Não use álcool ou outros produ- contra a luminosidade gerada durante o corte,
tos. Ao menor sinal de deterioração troque de de modo a evitar danos à retina ocular. São
imediato a suspensão. construídos com armação de PVC não tóxico,
Os brigadistas de combate a incêndio e Celeron ou Poliestireno, possuindo lentes
vazamentos de produtos combustíveis e infla- filtrantes com tonalidades variáveis de 3 a 6.
máveis devem utilizar capacetes a prova de Os trabalhadores devem solicitar sua substi-
fogo dotados de viseiras refletivas de radia- tuição no caso das lentes estiverem riscadas
ção térmica e luminosa e protetor para a nuca. ou com respingos de aço.
Jardineiras de PVC
Devem ser utiliza-
das em trabalhos envol-
vendo substâncias quí-
Capa de PVC micas ou ambientes
18 Devem ser utilizadas com grande umidade
para proteção contra chu- ou locais alagadiços.
va. Podem ser utilizadas Possuem botas de PVC
para respingos de produ- acopladas nas pernas.
tos ácidos e cáusticos.
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Macacão especial de proteção 1.4.10 Proteção respiratória
Macacão confeccionado O uso de proteção respiratória é obrigató-
em não-tecido, com costura rio quando:
termosselada e tratamento a) a concentração volumétrica de oxigê-
anti-estático. Com abertura nio no ambiente ou para respiração pelo
frontal em zíper, elástico nos trabalhador estiver abaixo de 19,5%;
punhos e tornozelos e capuz b) o ar estiver contaminado com substân-
com elástico. cias prejudiciais à saúde, que através
Oferece proteção em da respiração possam provocar distúr-
operações em que exista ris- bios ao organismo ou seu envenena-
co de contaminação com mento;
agentes químicos líquidos. c) o ar ambiental não se encontrar no seu
estado apropriado para a respiração, ou
Macacão anti-ácido hermeticamente fechado seja, ter temperatura e pressão anormais
São indumentárias espe- que possam causar danos ao sistema
ciais de PVC ou neoprene, respiratório (ex.: congelamento, quei-
hermeticamente fechadas madura, embolias, etc.);
oferecendo proteção de cor- d) o ar contiver qualquer substância que o
po inteiro contra contami- torne desagradável por exemplo: odores.
A grande variedade de tarefas existentes
nantes químicos.
na RPBC que necessitam de proteção respira-
Na RPBC são utiliza-
tória exigem em cada caso o equipamento mais
das na Unidade de Gasolina
adequado para sua execução.
de Aviação (UGAV) para
Pode-se citar o uso de proteção respirató-
atendimento e controle de
ria nos seguintes casos:
vazamentos de HF (ácido – trabalhos em áreas continuamente con-
fluorídrico) de grandes pro- taminadas;
porções uma vez que pro- – trabalhos em áreas com contaminação
porciona ao usuário um alto grau de proteção. provável ou possível de ocorrer;
Os macacões anti-ácido possuem insufla- – para abandono em situação de perigo
ção de ar, através de mangueira de suprimento eminente (fuga);
de ar respirável. – para salvamentos e ações de socorro.
Deve-se tomar o cuidado de verificar, ro- Os equipamentos de proteção respiratória
tineiramente, o estado da roupa, quanto à podem ser classificados em:
presença de furos ou cortes no tecido, bem como a) Equipamentos filtrantes, respiradores e
se o sistema de vedação está em perfeito estado. máscaras;
c) Equipamentos Autônomos;
SEQÜÊNCIA DE COLOCAÇÃO DA ROUPA c) Equipamentos de Respiração com linha
de ar (ar mandado).
Cilindro de ar comprimido
É conectado manualmente a válvula regu-
PA 93 ladora e permanece fixo ao suporte com auxí-
Aparelho autônomo, leve e econômico na lio da tira de fixação.
proteção contra gases. Os respiradores autônomos ARAP E-10
Desenvolvido especialmente para combate destinam-se a serviços de rápida duração e
ao fogo ou para atividades intensas de utiliza- proporcionam ao usuário independência do ar
ção de equipamentos autônomos. A máscara ambiente.
facial, a válvula de demanda, a válvula regu-
ladora, o manômetro e alarme sonoro são os 1.14.13 Equipamentos de Proteção Respiratória
mesmos utilizados no aparelho PA 90 BR. O com alimentação por linha de ar (ar-mandado)
suporte do PA 93 é feito de um material plás- São equipamentos de proteção respirató-
tico composto de fibra de carbono, recoberto ria que suprem o trabalhador de ar respirável
com material anti-estático o que o torna extre- através de mangueira de ar comprimido.
mamente resistente a impactos e esforços, bem Os respiradores supridos por mangueiras
como seguro para ser utilizado em atmosferas de ar comprimido, dividem-se em dois siste-
explosivas de qualquer espécie. mas distintos: os de fluxo constante e os de
As correias e cinto são confeccionados de demanda automática de ar.
espuma sintética especial, recoberta com teci-
do anti-chama, que não se degrada em contato Sistemas tipo fluxo constante (ar mandado)
com o fogo. As fivelas são auto-fixantes as- São dispositivos
sim como o cinto, o que permite a rápida co- onde o suprimento
locação e retirada do aparelho. de ar comprimido
Devido ao desenho do suporte, das cor- para os respiradores
reias e do cinto, o PA 93 é um aparelho autô- é, constantemente,
nomo que reúne características ergonômicas gerado em centrais
22 de compressores.
excelentes, sendo que grande parte do peso do
equipamento é deslocado dos ombros para O ar comprimido respirável é conduzido
para a região lombar do usuário, proporcio- através de mangueiras apropriadas e flexíveis,
nando além de maior conforto, uma ótima mo- com diâmetro interno de 3/8" (9mm), aos con-
bilidade durante as operações. juntos filtrantes.
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O conjunto filtrante é usado para purifi- de grande capacidade de armazenamento. O
car, o ar comprimido proveniente dos compres- consumo de ar é melhor dimensionado atra-
sores, filtrando vapor de óleo, partículas sóli- vés da válvula de demanda automática, com a
das e retendo o excesso de umidade no ar, bem vantagem do uso de máscaras de pressão po-
como umedecendo-o quando se tratar de ar sitiva.
seco (tipo ar de instrumentos). A qualidade do ar respirável, neste siste-
O conjunto filtrante é composto do regu- ma, é mais confiável, pois não haverá risco de
lador de pressão, decantador de água e óleo, contaminação do ar através do ambiente, uma
filtro de carvão ativo de alta capacidade de vez que provém diretamente dos cilindros que
absorção, umidificador de ar e bicos para saí- são abastecidos em compressor apropriado,
das de mangueiras tipo engates rápidos. localizado no prédio da SMS.
O abastecimento de ar comprimido deve si- O conjunto contém 4200 litros de ar respirá-
tuar-se na faixa de pressão entre 4 e 6 kgf/cm2, vel, distribuídos em dois cilindros de 7 litros de
podendo-se ajustar o fluxo de ar, individual- volume interno e com pressão de 300 kgf/cm2.
mente, através do regulador do conjunto Este conjunto é disposto em uma unidade
filtrante, na faixa de vazão entre 60 a 380 l/min. móvel, que possui duas rodas em suporte tu-
Utilizando-se um sistema de suprimento bular de grande resistência.
de ar tipo fluxo constante, pode conectar um Os cilindros estão unidos por uma barra
registro de ar com traquéia e máscara facial a de conexão manual,
semi-máscara. Capuz com insuflação ou ma- que incorpora válvu-
cacão com insuflação podem ser alimentados las de retenção e vál-
diretamente através da mangueira de ar. vulas de alívio de alta
Para trabalhos localizados em ambientes pressão.
confinados e com a presença de contaminan- A pressão média
tes, é necessária a utilização de um conjunto de trabalhos das man-
autônomo de respiração acoplado ao sistema gueiras de ar deverá
da linha de ar mandado. Nesse caso, é utiliza- estar fixada em 5 kgf/
do o modelo Carla, que proporciona, em situa- cm2, constante.
ções de emergência, uma reserva adicional, Duas conexões
destinada para a fuga do ambiente, tal recurso com engates rápidos permitem ligar as man-
torna-se necessário, uma vez que a geração de gueiras para uso de, até, duas máscaras pano-
ar pode sofrer panes ou caso a mangueira que râmicas.
supra o trabalhador venha a ser rompida aci- As mangueiras podem ser acopladas uma
dentalmente. a outra, para atingir o comprimento desejado,
porém, não devem exceder a 60 metros de ex-
tensão final, segundo recomendação do fabri-
cante.
É recomendável que, ao ser utilizado o
conjunto, seja mantido o acompanhamento de
uma pessoa para observação da pressão, para
substituição dos cilindros quando necessário
e para solicitar a retirada dos trabalhadores do
local do trabalho, quando necessário. Essa
Este sistema é utilizado na execução de pessoa deverá ser habilitada para manusear e
trabalhos de longa duração, evitando-se tro- operar o equipamento.
cas repetidas de cilindros e interrupção de exe- Considerando uma média de consumo de
cução das atividades. ar em torno de 40 L/min, o conjunto PAR4000
VAL proporcionará autonomia de, aproxima-
Sistemas com demanda automática de ar damente, 100 minutos para um trabalhador.
Como alternativa para a realização de ser-
viços onde existam contaminantes e não há 1.4.14 Proteção contra quedas 23
fontes/pontos de suprimento de ar mandado, Cinto de segurança
utiliza-se o sistema de demanda automática de Para execução de trabalhos em locais acima
ar. Neste sistema de proteção respiratória, o ar de 2 m de altura do piso, em que haja risco de
é fornecido a partir de cilindros de ar respirável queda, é obrigatório o uso de cinto de segurança.
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Os cintos de segurança, em contraposição O fato de a corda ser presa nas costas é
a todos os equipamentos de proteção indivi- para que, em caso de queda, o corpo seja for-
dual até agora vistos, não têm a finalidade de çado a dobrar-se no sentido normal, para fren-
proteger uma determinada parte do corpo hu- te, evitando maior esforço ou impacto na co-
mano em específico. São utilizados, quando luna (espinha dorsal) da pessoa. Nunca se deve
empregados corretamente, para inibir riscos prender a corda na frente, pois, em caso de
manifestados sob a forma de quedas ao solo queda, a pessoa poderá ter a coluna (espinha)
ou a outro nível inferior, riscos estes decor- dobrada para trás com possibilidades de cau-
rentes das seguintes condições de trabalho: sar sérios problemas à mesma.
a) trabalhos em alturas elevadas; Do mesmo modo a corda deverá ser, periodi-
b) locais onde possa haver desprendimen- camente, inspecionada e testada quanto a sua
to de terra ou desmoronamento. resistência a carga estática e dinâmica.
Convém esclarecer que os cintos de segu-
rança são dispositivos confeccionados com 1.4.15 Colete salva vidas
materiais de determinada resistência mecâni- Devem ser utilizados nas embarcações e
ca (nylon, couro ou lona), associados a deter- margens de rios, lagoas, córregos e outras si-
minados elementos ou acessórios, conforme o tuações onde haja risco de afogamento de pes-
trabalho a ser realizado. soas.
Na RPBC, utiliza-se o tipo que oferece o
maior grau de proteção e conforto ao traba-
lhador, que é o cinto
de segurança tipo
páraquedista.
Os cintos de segu-
rança devem ser visto-
riados constantemente
e, caso seja notado al-
gum sinal de insegu-
rança em alguma par-
te de seus componen-
tes, estes devem ser
imediatamente substi-
tuídos ou sofrer manu-
tenção, visto que os
cintos de segurança são muito importantes na
preservação da vida do trabalhador.
Em presença de qualquer um dos defeitos
a seguir, o equipamento deverá ser substituído:
– sinais de desgaste ou princípios de rup-
tura do cinto, talabarte ou suspensório;
– corte em qualquer componente de
nylon;
– deformação ou trinca das ferragens; 1.5 Equipamento de Proteção Coletiva –
– defeito ou enfraquecimento da mola EPC
dos mosquetões; São equipamentos instalados nos ambien-
– rompimento de alguns fios da corda de tes de trabalho, visando proteger a saúde e a
nylon. integridade física dos que ali exercem suas
O equipamento devera sofrer manutenção funções. São os que neutralizam ou atenuam
quando apresentar os seguintes defeitos: o risco na fonte, ou seja, no lugar em que ele
– costuras rompidas; se manifesta.
– início de processo de corrosão nas fer- Para ilustrar, podem ser citados os seguin-
24 ragens. tes exemplos:
No caso do cinto acoplado a uma corda, – protetores dos pontos de operação em
alguns esclarecimentos tornam-se necessários: serras, em furadeiras, em prensas;
a corda deve ser bem ancorada em ponto fir- – os sistemas de isolamento de operações
me e mais elevado, com lance de corda de 1,5 m. ruidosas;
Segurança Industrial
– os exaustores de poeiras, vapores e ga- Importante!
ses nocivos; O EPI deve ser mantido sempre em bom
– os dispositivos de proteção em escadas, estado de uso. Como o próprio nome já
em corredores, em guindastes, em es- diz, ele é de uso individual caso tenha que
teiras transportadoras. ser usado por outro usuário, o equipamento
Estes são exemplos de proteção coletiva deve ser limpo, desinfetado e, eventual-
que devem ser reparados sempre que apresen- mente, descontaminado. A SMS possui
tarem uma deficiência qualquer. pessoal habilitado e condições de execu-
tar a manutenção e higienização dos EPI.
A observação dos equipamentos de segu-
Os Equipamentos de Proteção Coletiva
rança, sejam individuais ou coletivos, têm
também requerem manutenção periódica. Cabe
grande importância nas inspeções de seguran-
a empresa garantir a conservação e o bom fun-
ça. A eficiência desses equipamentos é com-
cionamento dos EPC.
provada pela experiência e, se obedecidas às
regras de uso, a maior parte dos acidentes ou
suas conseqüências estarão sendo evitadas.
1.6 Alguns Cuidados na Utilização dos
Equipamentos de Proteção Individual – EPI
Importante! Equipamento: Capacete
Sempre que for possível, devem ser eli- – Usar a aba voltada para a frente, a fim
minados ou controlados os riscos de aci- de proteger o rosto.
dentes na origem, utilizando Equipamen- – Mantê-lo ajustado firmemente à cabe-
tos de Proteção Coletiva – EPC. ça, regulando a suspensão interna (car-
neira).
Exemplos de EPC – Substituir a peça interna de sustenta-
Anteparos rígidos, em sistema de guarda - ção, a carneira, e ajuste, no caso de da-
corpo e rodapé, onde houver risco de queda; nos, cortes parciais e totais, perdas de
guardas de proteção de máquinas e equipamen- regulagem, etc.
tos; balaustres, corrimãos, placas de aviso, – Substitui-lo, no caso de rachaduras no
exaustores; ventiladores; extintores; guarda- casco.
corpos mangueiras e hidrantes; etc. – Manter o capacete limpo de manchas
de óleo ou de qualquer outro produto
Utilização dos Equipamentos de Uso Coletivo químico. Para limpeza, usar água cor-
rente a 60oC e sabão neutro. Nunca uti-
Um bom exemplo de uso de proteção co-
lize na limpeza qualquer produto quí-
letiva é a ventilação por exaustão de ar. Este
mico.
tipo de ventilação visa à retirada do poluente
do meio logo após o seu desprendimento, para
evitar assim que o mesmo chegue a ser aspira- Equipamento: Óculos de Segurança contra impac-
do pelos trabalhadores. Com isso, evita-se o to de partículas sólidas
uso de proteção respiratória. – Regular as hastes de modo a obter um
ajuste adequado no rosto.
Manutenção, Higiene e Cuidados na Utilização dos – Ajustar as conchas laterais de modo a
evitar a penetração de partículas.
Equipamentos de Uso Individual e Coletivo
– Não é recomendado o seu uso em am-
Os itens descritos a seguir fazem parte da
bientes com poeira em suspensão.
legislação, que diz que:
– Não é recomendado para proteger con-
– o empregador é responsável pela higie- tra partículas líquidas.
nização, manutenção, fornecimento
gratuito, treinamento e supervisão do Equipamento: Óculos de Segurança ampla visão
uso correto do EPI;
contra partículas líquidas
– o empregado é responsável pela guar- – Ajustar a tira elástica de modo a con-
da e conservação do EPI, pelo seu uso seguir adequada vedação sobre o ros-
correto e que lhe cabe informar quan- to. Substituir os óculos quando não for 25
do estiver danificado; mais possível conseguir vedação.
– o empregado é passível de punição, – Manter sempre à mão um pano limpo
caso não cumpra as determinações de para a limpeza e desembaçamento das
segurança estabelecidas pela empresa. lentes.
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– Se o modelo tiver dispositivos para exa- – Mantenha as luvas sempre limpas,
lação, mantê-los permanentemente lim- usando água morna e sabão neutro,
pos e desobstruídos. mantendo-as sempre secas.
– Caso as lentes estejam arranhadas, pro- – Atenção na hora de calçá-las e retirá-
videnciar a sua substituição. las da mão.
– Deverão ser guardados em local fecha-
do e protegido, para evitar contamina- Lembrete
ção e sujeira nas lentes. A roupa, após o seu uso, poderá conter
resíduos de produtos químicos.
Equipamento: Protetor Facial com visor de plásti-
co transparente Equipamento: Luvas resistentes à alta voltagem
– Manter a coroa, ou seja, o dispositivo – Verificar a voltagem segura de traba-
de fixação, ajustada à cabeça, a fim de lho por meio de faixas coloridas no
conseguir boa fixação. punho que identificam a voltagem e o
– Substituir o protetor no caso de danos Registro de Inspeção;
no visor ou na coroa. – Fazer também uma inspeção visual e
– Remover manchas de óleo no visor, uti- teste com ar comprimido na luva, an-
lizando água morna e sabão neutro. Não tes do uso, para detectar possíveis cor-
use nenhum produto químico. tes ou furos;
– Usar uma luva de pelica ou couro de
Equipamento: Abafador de ruído porco sobre a luva de borracha para
– Mantê-lo permanentemente limpo, proteger esta de algum corte ou furo.
guardá-lo em local livre de poeira e de
outros contaminantes do ar. Equipamento: Botas resistentes a produtos químicos
– Abrir o arco apenas o suficiente para – Mantê-las limpas, lavando-as com água
encaixá-lo sobre as orelhas a fim de não e sabão neutro.
quebrá-lo. – No caso de ressecamento, rachadura ou
– Ajuste a concha para a posição onde é qualquer outro dano, providenciar a
menor o nível de ruído percebido. imediata substituição.
– Quando as esponjas de selagem, loca-
lizadas internamente nas conchas, se Equipamento: Máscara contra poeiras
danificarem ou sujarem, substituir o par – Seu uso é proibido em ambientes onde
de conchas. há deficiência de oxigênio.
– Não oferece proteção contra gases, va-
Equipamento: Roupa resistente a produtos quími- pores ou partículas líquidas.
cos – PVC – Deve ser substituída, diariamente ou
– Substituir a roupa quando estiver com imediatamente, quando houver dificul-
rasgos, furos, etc. dades de respiração.
– Após utilização, lavar o equipamento
com água em abundância e sabão neutro. Equipamento: Máscara com filtros químicos
– Concluída a lavagem, secar bem. – Usar somente o filtro indicado para a pro-
teção do(s) contaminante(s) presente(s).
Equipamento: Luvas resistentes a abrasivos – Seu uso é proibido em ambientes onde
– Mantê-las limpas de óleo e permanen- há deficiência de oxigênio.
temente secas. – Após o uso, devem ser higienizadas.
– Substituí-las no caso de danos.
– A máscara deve ser guardada em reci-
– Não tocar em superfícies aquecidas
piente fechado, seco e limpo e abriga-
com temperaturas superiores a 65oC.
do da luz.
Equipamento: Luvas resistentes a produtos químicos – Quando o filtro não estiver em uso,
26 – Não segure objetos nem permita o con- deve permanecer vedado.
tato com líquidos cuja temperatura seja – Deve-se manter um registro de uso dos
superior a 65oC. filtros, com o objetivo de providenciar
– Não utilize as luvas para trabalhos em a sua substituição aos primeiros sinais
circuitos elétricos energizados. de saturação.
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Atençao! 1.7 Inspeção Planejada
Um equipamento apesar de ser capaz de A Inspeção Planejada tem como objetivo
oferecer 100% proteção mas que não é garantir que os pontos importantes da empre-
usado, não oferece proteção alguma. sa sejam sempre vistos pelos seus responsá-
veis, principalmente por aqueles que tenham
Lista de verificação para consulta, caso uma visão crítica. A melhor maneira de se reali-
necessário utilizar equipamentos de proteção zar uma inspeção é basear-se numa lista de
individual. verificações, ou seja, um check-list, cujo con-
1. Existe na sua área sinalização para o teúdo e periodicidade devem ser discutidos
uso obrigatório de EPI? entre os empregados e o supervisor.
2. Em todas as atividades, estão sendo A inspeção planejada envolve o exame
usadas roupas de trabalho adequadas e sistemático das instalações, equipamentos, fer-
resistentes? ramentas, materiais e sua utilização pelos em-
pregados, com o objetivo de identificar qual-
3. Durante as atividades onde existe peri- quer condição abaixo do padrão. A inspeção
go para os olhos estão sendo usados planejada está muito dirigida à identificação
óculos protetores de ampla visão e pro- dos riscos na etapa pré-acidente, ou seja, an-
tetores faciais? tes do acidente. A inspeção deve estar dirigida
4. Em áreas de trabalho com ruído muito para qualquer componente de uma máquina,
alto, são usados sempre, equipamentos equipamento ou sistema, cuja falha possa cau-
adequados para proteção dos ouvidos? sar uma lesão ou doença grave, danos signifi-
cativos ao patrimônio, ou interromper o pro-
5. Em todos os lugares sujeitos à ocorrên- cesso produtivo.
cia de vapores, gases ou espécies de pó A verificação dos equipamentos antes de
nocivos à saúde, dispõe-se dos equipa- serem operados é uma forma de identificar
mentos específicos de proteção respi- partes com defeito em equipamentos como
ratória? Estão sendo usados correta- empilhadeiras, guindastes, pontes rolantes, etc.
mente? Isto significa, simplesmente, que o equipamen-
6. Para atividades com risco de queda, dis- to deve ser normalmente revisado antes do iní-
põe-se de cintos e cordas de seguran- cio do trabalho, ou antes de ser usado por um
ça? Estão sendo usados freqüentemente? operador.
As inspeções planejadas não são apenas
7. Para manuseio de substâncias perigo- uma parte importante do Programa de Segu-
sas, dispõe-se dos equipamentos pro- rança, mas também um treinamento potencial
tetores pessoais necessários (por ócu- para garantir o cumprimento dos requisitos
los protetores contra ácidos, macacões legais, melhorar o moral dos funcionários e
de PVC ou aventais e botas de borracha)? aumentar a eficiência do trabalho.
Estão sendo usados corretamente? Apresenta-se, a seguir, um exemplo de uma
8. Os equipamentos de proteção – capa- lista de verificação – check-list, com o que se
cetes, óculos de segurança, etc. – são pode perguntar:
usados também pelas chefias e pelos – As partes móveis expostas das máqui-
encarregados da supervisão? nas estão protegidas?
9. Todos os equipamentos de proteção – A disposição do equipamento ajuda a
pessoal existentes na minha Unidade uma operação segura?
são controlados quanto ao seu estado?
– Os gumes afiados de corte estão ade-
10. São submetidos a uma manutenção re- quadamente protegidos?
gular?
– A exposição dos trabalhadores ao ruí-
11. Os equipamentos de proteção de uso do já foi monitorada?
individual estão guardados em local 27
próprio? – Os sinais de AVISO, se necessários, es-
tão adequados e no número apropriado?
12. Empreiteiros e visitantes também re-
cebem todos os equipamentos de pro- – Os extintores de incêndio estão sinali-
teção individual necessários? zados e seus acessos desimpedidos?
Segurança Industrial
1.7.1 A Importância da Inspeção Planejada – Meu senhor, disse. Percebo uma grande
Inspeção de segurança preocupação no seu semblante, será que pode
Todos os componentes da CIPA – Comis- me contar?
são Interna de Prevenção de Acidentes, prin- – Assim é, meu caro amigo, suspirou o
cipalmente os que atuam nas subcomissões de fazendeiro. Até pouco tempo atrás, a minha
inspeção de segurança, sabem que as inspe- fazenda era a mais próspera da região, os re-
ções têm um papel fundamental no sucesso banhos cresciam e multiplicavam-se. As plan-
contra os acidentes. É importante, então, apli- tações me devolviam muitas vezes os investi-
car, ao máximo, princípios de validade que mentos realizados, e de um tempo para cá tudo
estejam a nosso alcance. começou a desmoronar. Tento e tento, mas não
Observem esta história, de imenso valor consigo reverter a situação, não descubro qual
para a prevenção. o problema nem o que posso fazer.
A conversa sobre este assunto entrou até
A caixinha preta altas horas da noite.
Conta-se que há muitos anos, aqui mes- – Já é muito tarde para você seguir seu
mo em nossa região, vivia um velho e sábio caminho, disse o fazendeiro.
homem, dono de uma grande fazenda, com – Tenho um quarto de hóspedes onde pode
muitos cavalos, milhares de cabeças de gado, descansar esta noite. O convite foi aceito.
infindáveis plantações dos mais ricos grãos e Na manhã seguinte o fazendeiro acordou
na qual trabalhava muita gente. Era a fazenda cedo, o quarto onde ficara seu convidado já
mais famosa da região. estava vazio e arrumado. Sobre a cama obser-
E, assim foi por muito tempo, até que, por vou uma nota junto a uma caixinha preta. Cu-
uma razão misteriosa, tudo começou a min- rioso, pegou ambos e abriu o papel dobrado.
guar; os cavalos começaram a adoecer, o gado
já não forneciam carne e leite com a mesma “Prezado Amigo:
qualidade, muitas deles morreram e as planta- Muito agradeço seu grande coração que
ções secavam devido as pragas que apareceram. me acolheu deforma muito superior à que es-
Nosso fazendeiro, cada vez mais preocu- perava. Para demonstrar o meu reconheci-
pado, fez de tudo que tinha ao seu alcance para mento estou lhe deixando esta Caixinha Preta
reverter a situação, contratou especialistas, que possui uma aureóla mágica. Se você pes-
mudou pessoas chaves, deu treinamentos, po- soalmente pegar esta caixinha preta e a levar
rém sem sucesso. todos os dias por todos os cantos e recantos
Uma tarde, com o sol já entrando, o velho de sua fazenda, conversar com os trabalha-
fazendeiro estava sentado na varanda de sua dores, que encontrar, a auréola mágica da
casa, meditando sobre o que estava acontecen- caixinha, tenho certeza, vai modificar a situa-
do. Logo teria que reconhecer o fracasso e a ção negativa que está vivendo.
falência. Um peso enorme sentia sobre seu Uma condição, porém, deve cumprir, nun-
peito. O que seria de sua vida? ca, mas nunca tente abrir para ver o interior
Voltou à realidade quando escutou alguém da caixinha preta, a mágica seria perdida para
o chamando da estrada, que ficava próxima. sempre.
– Boa noite meu senhor, disse o homem, Senhor o guarde.
mais velho que o fazendeiro. Peregrino”
– Sou um peregrino que viaja pelos cami-
nhos do Senhor, procurando sua Sabedoria. Nosso fazendeiro, no seu desespero e por
Estou com um pouco de fome e, respeitosa- mais louca que lhe parecesse a idéia, compro-
mente, lhe peço um pedaço de pão para conti- meteu-se a atender esta sugestão. A partir desse
nuar meu caminho. dia, levantando bem cedo, começou a visitar
Comovido e como já estava na hora do sua fazenda, levando consigo a caixinha pre-
jantar, convidou-o para acompanhá-lo (“assim ta. Pouco tempo depois e com grande surpre-
posso conversar com alguém e ter um pouco sa e fé renovada, a situação começou a mudar.
28 de companhia”), pensou. Os rebanhos lentamente se recuperavam, as
Durante a refeição o homem contou algu- plantações esverdeavam, começando a dar seus
mas histórias e das pessoas e lugares que co- frutos. O tempo passou e o velho viu sua fa-
nhecia na sua peregrinação. De repente mu- zenda recuperar-se várias vezes, voltando a ser
dou de conversa: a admiração da região.
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Uma tarde, com o sol já entrando, o velho segurança, proporcionam uma cooperação
fazendeiro estava sentado na sua varanda, desta mais profunda entre os serviços especializados
vez planejando os investimentos e os novos e CIPA e os diversos setores da empresa, dão
projetos para sua fazenda. aos empregados a certeza de que a direção da
De repente foi trazido à realidade ao ou- empresa e o poder público (no caso de inspe-
vir um chamado desde a estrada. Era nosso ções oficiais) têm interesse na segurança do
peregrino. Muito feliz em revê-lo, convidou- trabalho, produzem efeitos psicológicos posi-
o a entrar e mandou preparar o melhor jantar tivos que estimulam a colaboração de todos.
que pôde. Geralmente, as pessoas só se preocupam
Durante a conversa contou, com entusias- com as causas, depois que alguma coisa acon-
mo, as maravilhas que a caixinha preta havia teceu, ou depois que se estabeleceu um pro-
feito na fazenda e do agradecido que estava blema. Na prevenção de acidentes, deve ha-
pela dádiva entregue por ele. ver uma preocupação com as causas, tanto
– Realmente, a caixinha preta é miraculo- antes como depois que os acidentes ocorreram.
sa, comentou. É tão importante para os supervisores es-
– Durante todos estes anos fiz exatamente tarem preocupados com o que pode causar
o que me recomendou. Saía cedo todos os dias como o que causou o acidente.
para percorrer a fazenda, todos seus cantos, e Existem quatro princípios relacionados
tudo mudou. Agora, estou com uma fazenda com a identificação de causas potenciais:
dez vezes mais rica e tudo está indo como nun- 1. detectar, prontamente, as condições in-
ca foi. seguras;
– Mas diga-me uma coisa que me deixa 2. identificar suas causas originais;
curioso até agora, o que esta caixinha preta tem 3. detectar, prontamente, as práticas inse-
no seu interior? guras;
O peregrino, como resposta, pegou a cai-
xinha preta e cuidadosamente levantou a tam- 4. identificar suas causas de fator pessoal.
pa, mostrando para o fazendeiro:
– Não tem nada! Conceito e Tipo
– Realmente, explicou o peregrino. A Inspeção de Segurança permite detec-
– Na verdade, o milagre da caixinha preta tar riscos de acidentes possibilitando a implan-
tem sido o fato de você ter visitado todos os tação de medidas preventivas.
lugares de sua fazenda, de ter visto com seus A inspeção pode ser:
olhos todos seus recantos, conversado com as – Geral – envolve todos os setores da
pessoas, tomando conhecimento das coisas, empresa em todos os problemas relati-
vivenciando os problemas e tomando oportu- vos à segurança.
namente as providências. Isto é o que na reali- – Parcial – quando é feita em alguns se-
dade você fez o tempo todo e por acaso, por- tores da empresa ou em certos tipos de
tando uma caixinha preta. trabalho ou em certos equipamentos ou
A Inspeção de Segurança consiste na ob- em certas máquinas.
servação cuidadosa dos ambientes de trabalho, – De rotina – traduz-se pela preocupa-
com o fim de descobrir, identificar riscos que ção constante de todos os trabalhado-
poderão transformar-se em causa de acidentes res, do pessoal de mantenção, dos
do trabalho e também com o objetivo prático membros da CIPA e dos setores de se-
de tomar ou propor medidas que impeçam a gurança.
situação desses riscos. – Eventual – é a inspeção realizada sem
A Inspeção de Segurança é, portanto, tipi- dia ou período estabelecido e com o en-
camente preventiva. Ela se antecipa aos pos- volvimento do pessoal técnico da área.
síveis acidentes. Este é o seu objetivo imedia- – Periódica – inspeção efetuada em in-
to e mais importante tervalos regulares programadas previa-
Mas, as Inspeções de Segurança, quando mente e visam apontar riscos previstos
repetidas, alcançam outros resultados: favore- como: desgastes, fadigas, super-esfor- 29
cem a formação e o fortalecimento do espírito ços e exposição a certas agressivida-
prevencionista que os empregados precisam ter, des do ambiente a que estão submeti-
servem de exemplo para que os próprios traba- dos pessoas, máquinas, ferramentas e
lhadores exercem, em seus serviços, controles de instalações.
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– Oficial – é a inspeção efetuada pelos As inspeções de Segurança, como já men-
órgãos governamentais do trabalho ou cionado, basicamente, destinam-se a fazer le-
securitários. Para este caso, é muito im- vantamento dos riscos, a descobrir problemas
portante que os serviços de segurança que deverão ser solucionados. Operadores de
mantenham controle de tudo o que máquinas, supervisores de produção, membros
ocorre e do andamento de tudo o que da CIPA, membros dos Serviços Especializa-
estiver pendente e que estejam em con- dos em Segurança e Higiene do Trabalho po-
dições de atender e informar devida- dem ser os Agentes das inspeções.
mente à fiscalização. Descobertos os riscos potenciais, isto é,
– Especial – é a que requer conhecimen- que poderão tornar-se causas de acidentes, o
tos e/ou aparelhos especializados. In- Agente da inspeção ou os Agentes, quando se
clui-se aqui a inspeção de caldeiras, ele- tratar de um grupo de pessoas, devem fazer
vadores, medição de nível de ruídos, relatório pormenorizado, que será estudado
de iluminação, etc. pelos técnicos em segurança e pela direção da
– Planejada – este tipo de inspeção é pro- empresa (quando for o caso) para que sejam
posital e rigorosa. Os itens a serem ins- tomadas as medidas preventivas pelos próprios
pecionados devem ser previamente re- técnicos ou por setores de Engenharia e Manu-
lacionados e ter indicado com que tenção.
frequência cada um deles deve ser ins- Os relatórios devem apontar, com clare-
pecionado. Uma inspeção desta natu- za, o tipo de risco a ser corrigido. As vezes,
reza é sistemática. Não deixa as coisas essa correção pode ser feita durante a própria
ao acaso. inspeção. Riscos que podem causar, de imedia-
to, certos acidentes devem ter recomendações
1.7.2 Levantamento dos riscos de acidentes de solução sem qualquer espera. O relatório é
Uma inspeção de segurança, para que seja uma das etapas mencionadas no ciclo completo
corretamente realizada, deve ser desenvolvi- das Inspeções de Segurança. Nenhum relató-
da em cinco fases: rio deve ser arquivado enquanto não tiver sido
– Observação – tanto dos atos como das dada solução ao problema levantado. Os
condições inseguras. supervisores de produção devem recorrer aos
– Informação – a irregularidade deve ser chefes imediatos, aos gerentes e, em seguida
discutida na hora para que a solução do aos Serviços Especializados e a CIPA, quan-
problema ocorra antes de qualquer do for o caso.
ocorrência desagradável. Da inspeção de Segurança pode resultar a
necessidade de um estudo mais aprofundado
– Registro – os itens levantados na ins- de determinada operação. Trata-se da Análise
peção devem ser registrados em formu- de Risco e, para realizá-la, o interessado deve
lário próprio, para que fique claro o que decompor, separar as fases de operação para
foi observado, em que local e as reco- verificação cuidadosa dos riscos que estão pre-
mendações e sugestões. sentes em cada fase.
– Envio os pedidos e recomendações pro- Com três perguntas básicas é possível de-
venientes da inspeção devem ser enca- compor uma operação para verificar riscos in-
minhados aos setores e/ou pessoas en- dividualizados:
volvidas, seguindo os procedimentos 1. O que é feito?
próprios da empresa.
Deve ser feito isso que está sendo observa-
– Acompanhamento – não se pode per- do ou existe algum risco que sugere alteração?
der de vista qualquer proposta ou su-
gestão para resolver problemas de se- 2. Como é feito?
gurança. Durante todo o tempo, até a A técnica desenvolvida é correta? Contém
sua solução. riscos que podem ser eliminados com peque-
nas alterações?
30 1.7.3 Relatório de Inspeção 3. Por que é feito?
Toda inspeção implica na emissão de um O objetivo da atividade será alcançado
Relatório de Inspeção, que embora não tenha corretamente e em segurança? Quando são eli-
um modelo próprio, deve ser minuciosamente minados os riscos, o “por que é feito?” Justifi-
elaborado. cará, de modo lógico, tudo o que é feito.
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Itens similares podem ser preparados para dada pela Portaria número 33 de 27 de outu-
levantar outros problemas julgados de impor- bro de 1983, que alterou a redação da NR-5,
tância na seção, tais como: norma essa que regulamenta as atividades da
– rampas, escadas e parapeitos; CIPA).
– iluminação;
– ventilação; 1.8 NR-5 – Comissão interna de prevenção
– gases, vapores e poeiras; de acidentes – CIPA
– canalização, válvulas e outros; 1.8.1 Do objetivo
– equipamento móvel; 5.1 – A Comissão Interna de Prevenção de
– ferramentas; Acidentes – CIPA – tem como objetivo a pre-
– inflamáveis; venção de acidentes e doenças decorrentes do
– equipamento de combate a incêndio; trabalho, de modo a tornar compatível perma-
– ordem, arrumação e limpeza; nentemente o trabalho com a preservação da
– equipamento de proteção individual; vida e a promoção da saúde do trabalhador.
– corredores;
– transporte de materiais; 1.8.2 Da constituição
– proteções de máquinas e equipamentos; 5.2 – Devem constituir CIPA, por estabeleci-
– armazenamento de materiais; mento, e mantê-la em regular funcionamento
– equipamentos de transportes; as empresas privadas, públicas, sociedades de
– instalações elétricas; economia mista, órgãos da administração di-
– sinalização de segurança; reta e indireta, instituições beneficentes, asso-
– instalações sanitárias; ciações recreativas, cooperativas, bem como
– vazamentos de água, óleo, etc.; outras instituições que admitam trabalhadores
– obediência aos procedimentos de segu- como empregados.
rança e saúde; 5.3 – As disposições contidas nesta NR apli-
– aspectos ergonômicos; cam-se, no que couber, aos trabalhadores avul-
– temperaturas. sos e às entidades que lhes tomem serviços,
A presença do representante da CIPA nas observadas as disposições estabelecidas em
Inspeções de Segurança é sempre recomendá- Normas Regulamentadoras de setores econô-
vel, pois a assimilação de conhecimentos cada micos específicos.
vez mais amplos – sobre as questões de segu- 5.4 – A empresa que possuir em um mesmo
rança e saúde ocupacional – vai tornar mais
município dois ou mais estabelecimentos, de-
produtivo e mais complexo o trabalho educa-
verá garantir a integração das CIPA e dos de-
tivo que a comissão desenvolve.
signados, conforme o caso, com o objetivo de
harmonizar as políticas de segurança e saúde
Texto “A CIPA – Comissão interna de prevenção no trabalho.
de acidentes”
5.5 – As empresas instaladas em centro co-
Uma equipe de apoio das ações de elimi-
mercial ou industrial estabelecerão, através de
nação de risco e, portanto, de redução de aci-
membros de CIPA ou designados, mecanismos
dentes, é a Comissão Interna de Prevenção de
de integração com objetivo de promover o
Acidentes – CIPA.
desenvolvimento de ações de prevenção de aci-
A CIPA foi criada, oficialmente, pelo De-
dentes e doenças decorrentes do ambiente e ins-
creto-lei número 7036, de 10 de novembro de
1944, sem título definido. A obrigação para talações de uso coletivo, podendo contar com a
instalação das comissões nas fábricas só en- participação da administração do mesmo.
trou em vigor em 19 de junho de 1945, por
instrução da Portaria número 229 do então 1.8.3 Da organização
Departamento Nacional do Trabalho. 5.6 – A CIPA será composta de representantes
Desde os primórdios a CIPA propõe-se a do empregador e dos empregados, de acordo
executar tarefas, através de representantes dos com o dimensionamento previsto no Quadro I
trabalhadores e do empregador, com o "objeti- desta NR, ressalvadas as alterações discipli- 31
vo de observar e relatar condições de risco nos nadas em atos normativos para setores econô-
ambientes de trabalho e solicitar medidas para micos específicos.
reduzir até eliminar os riscos existentes e/ou 5.6.1 – Os representantes dos empregadores,
neutralizar os mesmos..." (conforme redação titulares e suplentes serão por eles designados.
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5.6.2 – Os representantes dos empregados, ti- 5.15 – Protocolizada na unidade descentrali-
tulares e suplentes, serão eleitos em escrutí- zada do Ministério do Trabalho e Emprego, a
nio secreto, do qual participem, independen- CIPA não poderá ter seu número de represen-
temente de filiação sindical, exclusivamente tantes reduzido, bem como não poderá ser
os empregados interessados. desativada pelo empregador, antes do término
5.6.3 – O número de membros titulares e su- do mandato de seus membros, ainda que haja
plentes da CIPA, considerando a ordem decres- redução do número de empregados da empre-
cente de votos recebidos, observará o dimen- sa, exceto no caso de encerramento das ativi-
sionamento previsto no Quadro I desta NR, dades do estabelecimento.
ressalvadas as alterações disciplinadas em atos
normativos de setores econômicos específicos. 1.8.4 Das atribuições
5.6.4 – Quando o estabelecimento não se en- 5.16 – A CIPA terá por atribuição:
quadrar no Quadro I, a empresa designará um a) identificar os riscos do processo de tra-
responsável pelo cumprimento dos objetivos balho, e elaborar o mapa de riscos, com
desta NR, podendo ser adotados mecanismos a participação do maior número de
de participação dos empregados, através de trabalhadores, com assessoria do SESMT,
negociação coletiva. onde houver;
b) elaborar plano de trabalho que possibili-
5.7 – O mandato dos membros eleitos da CIPA te a ação preventiva na solução de pro-
terá a duração de um ano, permitida uma ree- blemas de segurança e saúde no trabalho;
leição. c) participar da implementação e do con-
5.8 – É vedada a dispensa arbitrária ou sem trole da qualidade das medidas de pre-
justa causa do empregado eleito para cargo de venção necessárias, bem como da ava-
direção de Comissões Internas de Prevenção liação das prioridades de ação nos lo-
de Acidentes desde o registro de sua candida- cais de trabalho;
tura até um ano após o final de seu mandato. d) realizar, periodicamente, verificações
5.9 – Serão garantidas aos membros da CIPA nos ambientes e condições de trabalho,
condições que não descaracterizem suas ati- visando à identificação de situações que
vidades normais na empresa, sendo vedada a venham a trazer riscos para a seguran-
transferência para outro estabelecimento sem ça e saúde dos trabalhadores;
a sua anuência, ressalvado o disposto nos pa- e) realizar, a cada reunião, avaliação do
rágrafos primeiro e segundo do art. 469, da cumprimento das metas fixadas em seu
CLT. plano de trabalho e discutir as situações
5.10 – O empregador deverá garantir que seus de risco que foram identificadas;
indicados tenham a representação necessária f) divulgar aos trabalhadores informações
para a discussão e encaminhamento das solu- relativas à segurança e saúde no trabalho;
ções de questões de segurança e saúde no tra- g) participar, com o SESMT, onde hou-
balho analisadas na CIPA. ver, das discussões promovidas pelo
5.11 – O empregador designará entre seus re- empregador, para avaliar os impactos
presentantes o Presidente da CIPA, e os repre- de alterações no ambiente e processo
sentantes dos empregados escolherão entre os de trabalho relacionados à segurança e
titulares o vice-presidente. saúde dos trabalhadores;
h) requerer ao SESMT, quando houver, ou
5.12 – Os membros da CIPA, eleitos e desig-
ao empregador, a paralisação de máqui-
nados serão empossados no primeiro dia útil
na ou setor onde considere haver risco
após o término do mandato anterior.
grave e iminente à segurança e saúde
5.13 – Será indicado, de comum acordo com dos trabalhadores;
os membros da CIPA, um secretário e seu subs- i) colaborar no desenvolvimento e imple-
tituto, entre os componentes ou não da comis- mentação do PCMSO e PPRA e de
são, sendo neste caso necessária a concordân- outros programas relacionados à segu-
cia do empregador. rança e saúde no trabalho;
32 5.14 – Empossados os membros da CIPA, a j) divulgar e promover o cumprimento
empresa deverá protocolizar, em até dez dias, das Normas Regulamentadoras, bem
na unidade descentralizada do Ministério do como cláusulas de acordos e conven-
Trabalho, cópias das atas de eleição e de pos- ções coletivas de trabalho, relativas à
se e o calendário anual das reuniões ordinárias. segurança e saúde no trabalho;
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l) participar, em conjunto com o SESMT, a) cuidar para que a CIPA disponha de
onde houver, ou com o empregador da condições necessárias para o desenvol-
análise das causas das doenças e aci- vimento de seus trabalhos;
dentes de trabalho e propor medidas de b) coordenar e supervisionar as atividades
solução dos problemas identificados; da CIPA, zelando para que os objeti-
m) requisitar ao empregador e analisar as vos propostos sejam alcançados;
informações sobre questões que tenham c) delegar atribuições aos membros da
interferido na segurança e saúde dos tra- CIPA;
balhadores; d) promover o relacionamento da CIPA
n) requisitar à empresa as cópias das CAT com o SESMT, quando houver;
emitidas; e) divulgar as decisões da CIPA a todos
o) promover, anualmente, em conjunto os trabalhadores do estabelecimento;
com o SESMT, onde houver, a Sema-
f) encaminhar os pedidos de reconside-
na Interna de Prevenção de Acidentes
ração das decisões da CIPA;
do Trabalho – SIPAT;
p) participar, anualmente, em conjunto g) constituir a comissão eleitoral.
com a empresa, de Campanhas de Pre- 5.22 – O Secretário da CIPA terá por atribuição:
venção da AIDS. a. acompanhar as reuniões da CIPA, e re-
5.17 – Cabe ao empregador proporcionar aos digir as atas, apresentando-as para apro-
membros da CIPA os meios necessários ao vação e assinatura dos membros pre-
desempenho de suas atribuições, garantindo sentes;
tempo suficiente para a realização das tarefas b) preparar as correspondências; e
constantes do plano de trabalho. c) outras que lhe forem conferidas.
5.18 – Cabe aos empregados:
a) participar da eleição de seus represen- 1.8.5 Do funcionamento
tantes; 5.23 – A CIPA terá reuniões ordinárias men-
b) colaborar com a gestão da CIPA; sais, de acordo com o calendário preestabele-
c) indicar à CIPA, ao SESMT e ao em- cido.
pregador situações de riscos e apresen- 5.24 – As reuniões ordinárias da CIPA serão
tar sugestões para melhoria das condi- realizadas durante o expediente normal da
ções de trabalho; empresa e em local apropriado.
d) observar e aplicar no ambiente de tra- 5.25 – As reuniões da CIPA terão atas assina-
balho as recomendações quanto a pre- das pelos presentes com encaminhamento de
venção de acidentes e doenças decor- cópias para todos os membros.
rentes do trabalho. 5.26 – As atas ficarão no estabelecimento à
5.19 – Cabe ao Presidente da CIPA: disposição dos Agentes da Inspeção do Tra-
a) convocar os membros para as reuniões balho – AIT.
da CIPA; 5.27 – Reuniões extraordinárias deverão ser
b) coordenar as reuniões da CIPA, enca- realizadas quando:
minhando ao empregador e ao SESMT, a) houver denúncia de situação de risco
quando houver, as decisões da comissão; grave e iminente que determine aplica-
c) manter o empregador informado sobre ção de medidas corretivas de emergência;
os trabalhos da CIPA; b) ocorrer acidente do trabalho grave ou
d) coordenar e supervisionar as atividades fatal;
de secretaria; c) houver solicitação expressa de uma das
e) delegar atribuições ao Vice-Presidente; representações.
5.20 – Cabe ao Vice-Presidente: 5.28 – As decisões da CIPA serão, preferencial-
a) executar atribuições que lhe forem de- mente, por consenso.
legadas; 5.28.1 – Não havendo consenso, e frustradas
b) substituir o Presidente nos seus impe- as tentativas de negociação direta ou com me-
dimentos eventuais ou nos seus afasta- diação, será instalado processo de votação, 33
mentos temporários; registrando-se a ocorrência na ata da reunião.
5.21 – O Presidente e o Vice-Presidente da 5.29 – Das decisões da CIPA caberá pedido de
CIPA, em conjunto, terão as seguintes atri- reconsideração, mediante requerimento justi-
buições: ficado.
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5.29.1 – O pedido de reconsideração será apre- f) princípios gerais de higiene do traba-
sentado à CIPA até a próxima reunião ordiná- lho e de medidas de controle dos riscos;
ria, quando será analisado, devendo o Presi- g) organização da CIPA e outros assuntos
dente e o Vice-Presidente efetivar os encami- necessários ao exercício das atribuições
nhamentos necessários. da Comissão.
5.30 – O membro titular perderá o mandato, 5.34 – O treinamento terá carga horária de vinte
sendo substituído por suplente, quando faltar horas, distribuídas em no máximo oito horas
a mais de quatro reuniões ordinárias sem jus- diárias e será realizado durante o expediente
tificativa. normal da empresa.
5.31 – A vacância definitiva de cargo, ocorri- 5.35 – O treinamento poderá ser ministrado
da durante o mandato, será suprida por suplen- pelo SESMT da empresa, entidade patronal,
te, obedecida à ordem de colocação decrescen- entidade de trabalhadores ou por profissional
te registrada na ata de eleição, devendo o em- que possua conhecimentos sobre os temas
pregador comunicar à unidade descentraliza- ministrados.
da do Ministério do Trabalho e Emprego as
5.36 – A CIPA será ouvida sobre o treinamen-
alterações e justificar os motivos.
to a ser realizado, inclusive quanto à entidade
5.31.1 – No caso de afastamento definitivo do ou profissional que o ministrará, constando sua
presidente, o empregador indicará o substitu- manifestação em ata, cabendo à empresa es-
to, em dois dias úteis, preferencialmente, en- colher a entidade ou profissional que minis-
tre os membros da CIPA. trará o treinamento.
5.31.2 – No caso de afastamento definitivo do 5.37 – Quando comprovada a não observân-
Vice-Presidente, os membros titulares da repre- cia ao disposto nos itens relacionados ao trei-
sentação dos empregados, escolherão o substi- namento, a unidade descentralizada do Minis-
tuto, entre seus titulares, em dois dias úteis. tério do Trabalho e Emprego, determinará a
complementação ou a realização de outro, que
1.8.6 Do treinamento será efetuado no prazo máximo de trinta dias,
contados da data de ciência da empresa sobre
5.32 – A empresa deverá promover treinamen- a decisão.
to para os membros da CIPA, titulares e su-
plentes, antes da posse.
5.32.1 – O treinamento de CIPA em primeiro 1.8.7 Do processo eleitoral
mandato será realizado no prazo máximo de 5.38 – Compete ao empregador convocar elei-
trinta dias, contados a partir da data da posse. ções para escolha dos representantes dos em-
pregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (ses-
5.32.2 – As empresas, que não se enquadrem
senta) dias antes do término do mandato em
no Quadro I, promoverão, anualmente, treina-
curso.
mento para o designado responsável pelo cum-
primento do objetivo desta NR. 5.38.1 – A empresa estabelecerá mecanismos
para comunicar o início do processo eleitoral
5.33 – O treinamento para a CIPA deverá con-
ao sindicato da categoria profissional.
templar, no mínimo, os seguintes itens:
a) estudo do ambiente, das condições de 5.39 – O Presidente e o Vice-Presidente da
trabalho, bem como dos riscos origi- CIPA constituirão dentre seus membros, no
nados do processo produtivo; prazo mínimo de 55 (cinqüenta e cinco) dias
antes do término do mandato em curso, a Co-
b) metodologia de investigação e análise
missão Eleitoral – CE, que será a responsável
de acidentes e doenças do trabalho;
pela organização e acompanhamento do pro-
c) noções sobre acidentes e doenças do cesso eleitoral.
trabalho decorrentes de exposição aos
riscos existentes na empresa; 5.39.1 – Nos estabelecimentos onde não hou-
d) noções sobre a Síndrome da Imunode- ver CIPA, a Comissão Eleitoral será constituí-
34 ficiência Adquirida – AIDS, e medidas da pela empresa.
de prevenção; 5.40 – O processo eleitoral observará as se-
e) noções sobre as legislações trabalhista guintes condições:
e previdenciária relativas à segurança a) publicação e divulgação de edital, em
e saúde no trabalho; locais de fácil acesso e visualização, no
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prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias 5.43 – Assumirão a condição de membros titu-
antes do término do mandato em curso; lares e suplentes, os candidatos mais votados.
b) inscrição e eleição individual (o perío- 5.44 – Em caso de empate, assumirá aquele
do mínimo para inscrição será de quin- que tiver maior tempo de serviço no estabele-
ze dias); cimento.
c) liberdade de inscrição para todos os 5.45 – Os candidatos votados e não eleitos se-
empregados do estabelecimento, inde- rão relacionados na ata de eleição e apuração,
pendentemente de setores ou locais de em ordem decrescente de votos, possibilitan-
trabalho, com fornecimento de compro- do nomeação posterior, em caso de vacância
vante; de suplentes.
d) garantia de emprego para todos os ins-
critos até a eleição;
e) realização da eleição no prazo mínimo
1.8.8 Das contratantes e contratadas
de 30 (trinta) dias antes do término do 5.46 – Quando se tratar de empreiteiras ou
mandato da CIPA, quando houver; empresas prestadoras de serviços, considera-
f) realização de eleição em dia normal de se estabelecimento, para fins de aplicação desta
trabalho, respeitando os horários de tur- NR, o local em que seus empregados estive-
nos e em horário que possibilite a parti- rem exercendo suas atividades.
cipação da maioria dos empregados; 5.47 – Sempre que duas ou mais empresas atua-
g) voto secreto; rem em um mesmo estabelecimento, a CIPA
h) apuração dos votos, em horário normal ou designado da empresa contratante deverá,
de trabalho, com acompanhamento de em conjunto com as das contratadas ou com
representante do empregador e dos os designados, definir mecanismos de integra-
empregados, em número a ser definido ção e de participação de todos os trabalhado-
pela comissão eleitoral; res em relação às decisões das CIPA existen-
tes no estabelecimento.
i) faculdade de eleição por meios eletrô-
nicos; 5.48 – A contratante e as contratadas, que atuem
j) guarda, pelo empregador, de todos os num mesmo estabelecimento, deverão imple-
documentos relativos à eleição, por um mentar, de forma integrada, medidas de pre-
período mínimo de cinco anos. venção de acidentes e doenças do trabalho,
5.41 – Havendo participação inferior a cinqüen- decorrentes da presente NR, de forma a ga-
ta por cento dos empregados na votação, não rantir o mesmo nível de proteção em matéria
haverá a apuração dos votos e a comissão elei- de segurança e saúde a todos os trabalhadores
toral deverá organizar outra votação que ocor- do estabelecimento.
rerá no prazo máximo de dez dias. 5.49 – A empresa contratante adotará medi-
5.42 – As denúncias sobre o processo eleitoral das necessárias para que as empresas contra-
deverão ser protocoladas na unidade descen- tadas, suas CIPA, os designados e os demais
tralizada do MTE, até trinta dias após a data trabalhadores lotados naquele estabelecimen-
da posse dos novos membros da CIPA. to recebam as informações sobre os riscos pre-
5.42.1 – Compete à unidade descentralizada sentes nos ambientes de trabalho, bem como
do Ministério do Trabalho e Emprego, confir- sobre as medidas de proteção adequadas.
madas irregularidades no processo eleitoral, 5.50 – A empresa contratante adotará as pro-
determinar a sua correção ou proceder à anu- vidências necessárias para acompanhar o
lação quando for o caso. cumprimento pelas empresas contratadas que
5.42.2 – Em caso de anulação a empresa con- atuam no seu estabelecimento, das medidas de
vocará nova eleição no prazo de cinco dias, a segurança e saúde no trabalho.
contar da data de ciência, garantidas as inscri-
ções anteriores. 35
5.42.3 – Quando a anulação se der antes da posse 1.8.9 Disposições finais
dos membros da CIPA, ficará assegurada a pror- 5.52 – Esta norma poderá ser aprimorada me-
rogação do mandato anterior, quando houver, diante negociação, nos termos de portaria es-
até a complementação do processo eleitoral. pecífica.
Segurança Industrial
QUADRO I – Dimensionamento de CIPA
*GRUPOS Nº de Empregados 0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 Acima de 10.000
no Estabelecimento a a a a a a a a a a a a a para cada grupo de
Nº de Membros da 19 29 50 80 100 120 140 300 500 1.000 2.500 5.000 10.000 2.500 acrescentar
CIPA
C-1 Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2
C-1A Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 5 8 9 12 2
C-2 Efetivos 1 1 2 2 3 4 4 5 6 7 10 11 2
Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 7 9 1
C-3 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 10 10 2
Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 8 8 2
C-3A Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
C-4 Efeitvos 1 1 1 1 1 2 2 2 3 5 6 1
Suplentes 1 1 1 1 1 2 2 2 3 4 4 1
C-5 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 4 6 9 9 11 2
Suplentes 1 1 2 3 3 3 4 4 5 7 7 9 2
C-5A Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 6 7 1
Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
C-6 Efetivos 1 1 2 3 3 4 5 5 6 8 10 12 2
Suplentes 1 1 2 3 3 3 4 4 4 6 8 10 2
C-7 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1
C-7A Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 8 9 10 2
Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 8 2
C-8 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 1
Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 4 5 6 8 1
C-9 Efetivos 1 1 1 2 2 2 3 5 6 7 1
Suplentes 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 1
C-10 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 4 5 8 9 10 2
Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 4 6 7 8 2
C-11 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 5 6 9 10 12 2
Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 4 7 8 10 2
C-12 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 5 7 8 9 10 2
Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 6 6 7 8 2
36
C-13 Efetivos 1 1 3 3 3 3 4 5 6 9 11 13 2
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 5 7 8 10 2
C-14 Efetivos 1 1 2 2 3 4 4 5 6 9 11 11 2
Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 9 9 2
Segurança Industrial
QUADRO I – Dimensionamento de CIPA
*GRUPOS Nº de Empregados 0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 Acima de 10.000
no Estabelecimento a a a a a a a a a a a a a para cada grupo de
Nº de Membros da 19 29 50 80 100 120 140 300 500 1.000 2.500 5.000 10.000 2.500 acrescentar
CIPA
C-14a Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1
C-15 Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 5 6 8 10 12 2
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 4 6 8 10 2
C-16 Efetivos 1 1 2 3 3 3 4 5 6 8 10 12 2
Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 4 6 7 9 2
C-17 Efetivos 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2
Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 10 2
C-18 Efetivos 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2
Suplentes 2 2 3 3 3 4 5 7 8 10 2
C-18a Efetivos 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
Suplentes 3 3 3 3 3 4 5 7 9 12 2
C-19 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1
C-20 Efetivos 1 1 3 3 3 3 4 5 5 6 8 2
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 4 5 6 1
C-21 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
Observação: "Nos grupos C-18 e C-18a constituir CIPA por estabelecimento a partir de 70 trabalhadores e quando o estabelecimento possuir
menos de 70 trabalhadores observar o dimensionamento descrito na NR 18- subitem 18.33.1." .
C-29 Efetivos 1 2 3 4 5 1
Suplentes 1 2 3 3 4 1
C-30 Efetivos 1 1 1 2 4 4 4 5 7 8 9 10 2
Suplentes 1 1 1 2 3 3 4 4 6 7 8 9 1
C-31 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
C-32 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
C-33 Efetivos 1 1 1 1 2 3 4 5 1
Suplentes 1 1 1 1 2 3 3 4 1
C-34 Efetivos 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2
Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 9 2
C-35 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1
46
Segurança Industrial
E também fica muito mais fácil determi- Foram tabulados 1.753.498 acidentes, em
nar as causas do acidente pela seqüência do 297 organizações, com 21 tipos diferentes de
dominó. empresas, totalizando 1.750.000 empregados
e 3 bilhões de homens-hora!
1.11.3 A Importância da Análise do Incidente Os dados concluíram que para um aciden-
ou Quase Acidente – A Pirâmide de Segurança te com lesão grave, ocorrem 600 incidentes
de Frank Bird (quase acidentes). Pelo estudo apresentado, é
Hoje, entende-se que a ausência dos aci- muito importante analisar também os quase
dentes é um bom indicativo para medir ou ava- acidentes e os com danos à propriedade. A
liar um programa de prevenção. Porém, é im- importância real da análise detalhada de qual-
portante não se iludir pensando que o registro quer acidente ou incidente é a identificação de
de um número baixo de acidentes dá um qua- uma situação, que potencialmente poderia re-
dro verdadeiro do nível de segurança que se sultar em futuras lesões ou danos.
está implantando dentro de uma empresa. Este estudo demonstra que a maioria dos
Muitas vezes, mede-se a falta de segurança ao acidentes e incidentes não resultam em per-
invés da presença de segurança. das. Sabe-se que cada incidente, resultando ou
Em 1.966, Frank Bird. Jr. baseou sua teo- não em perda, nos dá uma excelente oportuni-
ria de “Controle de Danos” a partir de uma dade para obter informações capazes de pre-
análise de 90.000 acidentes ocorridos em uma venir ou controlar eventos parecidos no futu-
empresa metalúrgica americana (Lukens Steel ro. Estes eventos poderiam resultar em per-
Company), durante um período de 7 anos, che- das, já que as causas potenciais de um inci-
gando à seguinte conclusão: dente e um acidente com lesão são as mesmas.
Os programas de prevenção devem se ba-
sear nos dados conseguidos a partir dos aci-
Lesão incapacitante dentes sem lesão, sem perdas. Com isto, pro-
1
blemas estariam sendo eliminados ou contro-
lados, evitando acidentes, mais graves.
Lesões não Segue um exemplo de um quase-acidente
100 incapacitantes que pode resultar num acidente, caso não se-
jam analisados e sugeridas medidas de correção.
Exemplos:
Acidentes com
500
danos à propriedade 1. O empregado de uma determinada in-
dústria queria testar um equipamento
Ou seja, para cada lesão incapacitante ha- e verificou que faltava energia na li-
via 100 lesões menores e 500 acidentes com nha de montagem. Pediu então ao ope-
danos à propriedade. rador para ligar a chave elétrica no
Em 1969, a Insurance Company of North painel. O operador, ao chegar ao qua-
America analisou 1.753.498 casos, informa- dro elétrico, verificou que a chave es-
dos naquele ano por 297 empresas, que em- tava desligada. Como não tinha nenhu-
pregavam 1.750.000 trabalhadores, chegando ma etiqueta de aviso, resolveu religá-
a uma relação mais precisa que a de Bird, con- la. No instante em que ele ia acionar a
forme a figura a seguir: chave elétrica, lembrou-se da conver-
sa com um colega na hora do almoço:
seria trocado um motor no final da li-
Acidente com lesão nha de montagem. Se o operador tives-
grave
1 se ligado a chave elétrica teria causado
um acidente.
Acidentes com
10
lesão leve
2. Uma pessoa possui em sua residência
uma escada que apresenta um defeito
Acidentes com num degrau. Certo dia, chegou um pa-
30
danos à propriedade rente que, ao subir pela escada, escor- 47
regou e quase caiu; noutro dia, uma
Quase acidentes
visita também escorregou e quase caiu,
600
o mesmo aconteceu com ele próprio.
Porém, num determinado dia, seu filho
Segurança Industrial
de 8 anos escorregou, caiu, bateu a ca- Principais áreas de risco
beça e foi levado para o hospital, gra- – Produção
vemente ferido. – Manutenção elétrica
3. Em uma empresa, para se acessar de- – Manutenção mecânica
terminado equipamento, existe uma – Posturas
escada, que é atravessada próximo ao – Operação (motoristas)
seu topo por um pedaço de tubo; vários – Oficinas
funcionários já bateram a cabeça no A Pirâmide de Segurança é mais uma fer-
tubo, mas por talvez estarem de capa- ramenta de prevenção de acidentes e não subs-
cete, não relataram o quase-acidente. titui as que já existem:
Num determinado dia, um outro funcio- – Deve haver o comprometimento da
nário subiu às pressas a escada, sem Gerência;
capacete, bateu a cabeça no tubo e – Participação dos supervisores;
caiu, fraturando pernas e braços. – Foco na resolução dos problemas;
– Retorno da Informação aos funcio-
Esses casos se repetem no dia-a-dia e não nários;
são relatados. – Reconhecimento das boas idéias.
Tanto a escada como o tubo “estavam di- – Trocar premiação por confraternização.
zendo”: “– Conserte-me, repare-me, senão
QUEM É O RESPONSÁVEL PELA SEGURANÇA?
alguém vai se machucar com maior gravida-
de!!!”.
Não só o funcionário deve ser motivado a
relatar um quase-acidente, como supervisores
e gerentes – responsáveis pelo local – devem
tomar, imediatamente, as medidas necessárias
TODOS NÓS!!!
para eliminar a fonte de acidentes.
O "quase-acidente" é o acidente que – por
algum fator – não ocorreu; pode ser conside- 1.12 Acidente de trajeto e estabilidade
rado como uma dádiva, pois ele é o sinal de após o acidente de trabalho
que – se algo não for feito – um acidente ali O artigo 21 da Lei nº 8.213, de 24 de ju-
pode ocorrer! lho de 1991, diz que se equipara também ao
O supervisor deve estimular e motivar seu acidente do trabalho o ocorrido “no percurso
pessoal para que comuniquem todos os inci- da residência para o local de trabalho ou deste
dentes a fim de investigá-los e tomar medidas para aquela, qualquer que seja o meio de loco-
para evitar a sua repetição, o que poderia re- moção, inclusive veículo de propriedade do
sultar em acidente. segurado”. O mesmo artigo, em seu parágrafo
primeiro, acrescenta que "nos períodos desti-
O que é um incidente? nados a refeição e descanso, ou por ocasião da
É um evento indesejado, inesperado ou satisfação de outras necessidades fisiológicas.
não, e que sob circunstâncias ligeiramente di- No local do trabalho ou durante este, o empre-
ferentes poderia: gado é considerado no exercício da profissão."
– causar lesões ou perdas materiais; Ai está o que se chama de "aspecto legal do
– interromper o processo produtivo; acidente de trajeto no horário das refeições."
– afetar a qualidade do produto e dos ser- Verifica-se, portanto, que só não é equiparado
viços prestados. ao acidente do trabalho, quando houver des-
É uma situação potencial para a ocorrên- vio do percurso por conveniência do empre-
cia de um acidente. gado (o que é comum quando o empregado
sai fora do percurso para fazer compras, fre-
O que é um acidente? qüentar as aulas da escola etc.). Quanto ao
É um evento indesejado, inesperado ou carro particular, veja que a lei cobre essa cir-
48 não, e que pode: cunstância perfeitamente.
– causar lesões ou perdas materiais;
– interromper o processo produtivo; 1.12.1Estabilidade após acidente de trabalho
– afetar a qualidade do produto e dos ser- Trata-se do artigo 118 – Plano de Benefí-
viços prestados. cios da Previdência Social, Lei nº 8.213, de
Segurança Industrial
24 de julho de 1991, fixando que "o segurado recursos utilizados para o atendimento (medi-
que sofreu acidente de trabalho tem garantida, camentos, produtos cirúrgicos, instalações,
pelo prazo mínimo de 12 (doze) meses, a ma- ambulâncias, exames, etc.).
nutenção de seu contrato de trabalho na em-
presa, após a cessação do auxílio doença aci- 4. Custo da Quebra de Produção
dentário, independentemente da percepção do O período que o acidentado não produzir
auxílio-doença". Entende-se que a garantia de deverá ser calculado em termos monetários.
emprego de doze meses é assegurada aos aci- Normalmente este é o maior fator contributivo
dentados que retormam ao emprego após o dé- no custo total.
cimo sexto dia de afastamento (ou da alta mé-
dica), considerando que os primeiros quinze 5. Custo de Encargos Sociais
dias correm por conta do empregador. De ou- É o valor das despesas de encargos sociais
tra forma, pode-se dizer que esse tipo de esta- que a empresa tem com o acidentado.
bilidade só é cabível ao trabalhador cujo aci-
dente possa implicar num afastamento com 6. Custo de Reparação / Manutenção
prazo maior de quinze dias, desde a data do É o custo do conserto pela manutenção ou
acidente. terceiros, que o acidente gerou na empresa.
Prevenção de acidentes 7. Custo de Transporte / Hospital
Ante o vulto que podem assumir os aci- No caso de internamento em hospital, cal-
dentes em uma indústria, como já se disse, é cular o cujo com o mesmo mais o transporte.
perfeitamente justificável, e os industriais bem
o reconhecem, o investimento feito em pre- 8. Outros Custos
venção de acidentes. Todos os outros custos, que porventura
Prevenir acidentes consiste, pois, em evi- sejam detectados, poderão entrar neste item.
tar a ocorrência de atos e condições inseguras. Lembre-se de que o cálculo do Custo do
Este propósito é obtido através de: Acidente varia de empresa para empresa, sen-
Recursos de Prevenção do muito comum até não se calcular este cus-
– Treinamento to, pois os fatores intangíveis são elementos
– Adaptação do Trabalhador consideráveis e de difícil captação.
– Proteção Coletiva
– Normas de Segurança 1.12.3 Custo dos Acidentes no Brasil
– Equipamentos de Proteção Individual Com relação aos custos dos acidentes no
Brasil, eles dividem-se em diretos e indiretos.
1.12.2 Custo dos acidentes Custo Direto é o que se gasta com as despesas
A análise do custo do acidente, pode ser médico-hospitalares, como o auxílio doença.
uma ferramenta eficaz na segurança do traba- O Custo Indireto decorre dos prejuízos
lho. Os itens que podem ser incluídos no custo materiais, paralisação da produção, queda de
de um acidente variam de empresa para empre- produtividade geral, dias de trabalho perdidos
sa, porém alguns desses podem ser listados: (em 1980 houve 93.301 899 dias/homens per-
didos), custos sociais, etc.
1. Custo dos danos materiais Segundo a OIT, o custo indireto equivale
Indica o que foi danificado após o aciden- a 4 vezes o valor correspondente ao custo di-
te ocorrer, incluindo máquinas, equipamentos, reto. Segundo dados da Coordenadoria de
edificações, ferramentas, produtos, matérias- Informática da Secretaria de Planejamento do
primas, etc. INSS, em 1985, o total de despesas com os
acidentes "Registrados" correspondeu a um
2. Custo do Salário do Acidentado custo direto de US$ 138,87 milhões de dóla-
O período em que o acidentado não traba- res e um custo indireto de US$ 555,4 milhões
lhar, deverá ser computado em termos de ho- de dólares, com um total de USS 693,35 mi-
ras em relação ao custo destas horas. lhões de dólares de custo total. 49
Quando são estimados os acidentes não-re-
3. Custo do Atendimento Médico gistrados em 4 vezes o número dos registrados
Deverá ser incluído o custo do pessoal (estimativa modesta), esta cifra pula a 2,68 bilhões
médico (Médico, Enfermeiro, etc.) mais os de dólares de prejuízo imediatos à economia
Segurança Industrial
nacional. Com tal quantia, é possível imaginar o que poderia ser feito com relação à segurança e
higiene do trabalho, ou então em melhorias das condições sociais do país, como construção de
casas, geração de empregos, construção de escolas e hospitais, etc.
Uma proposta para convencer os empresários investirem em segurança e higiene do traba-
lho é a parte financeira, ou o retorno que se pode alcançar com um trabalho sério na área de
prevenção de acidentes.
CUSTOS DE UM ACIDENTE
$3 à 5
Custos variados
(sem seguro)
Decisão
Ferimento É causado Acidente de
ou por ou Errar
perda Incidente
Erro
Armadilhas
humano
Excesso
de
Trabalho
O modelo de Petersen sugere que qualquer tes perguntas que os profissionais da área de
ferimento ou outra perda na área de segurança segurança fazem diariamente:
e saúde para a companhia é resultado final de – a gerência tem uma declaração de po-
uso acidente ou incidente. Trabalhando da es- lítica sobre saúde e segurança?
querda para a direita através do gráfico, pode- – quem é o responsável e a que grau?
se ver que o acidente ou incidente é causado – quem tem que autoridade para fazer o
ou (1) por uma falha dos sistemas gerenciais e quê?
(2) por erro humano, ou alguma combinação – quem é responsável pela segurança e
dos dois. saúde? Como? 51
– como essas pessoas são medidas em
1.13.2 Falha dos Sistemas Gerenciais termos de desempenho?
Os elementos incluídos em uma falha dos – que sistemas são usados nas inspeções
sistemas dizem respeito a muitas das seguin- para verificar o que saiu errado?
Segurança Industrial
– quais os sistemas usados para corrigir Sobrecarga
erros encontrados? A sobrecarga pode ser física, fisiológica
– como são selecionados os novos em- ou psicológica. Para lidar com a sobrecarga
pregados? como causa de acidentes, é necessário exami-
– como é dada orientação aos novos em- nar a capacidade, carga de trabalho e o estado
pregados? ou condição motivacional atual do indivíduo.
Capacidade diz respeito às habilidades fí-
– recebem treinamento suficiente? sicas, fisiológicas e psicológicas da pessoa,
– quais são os procedimentos operacio- estado atual da mente, e nível atual de conhe-
nais padronizados? cimentos e habilidades do indivíduo para o tra-
– que padrões são usados? balho em questão. A capacidade do indivíduo
– como são reconhecidos, avaliados e eli- pode ser temporariamente reduzida pelo uso
minados ou controlados os riscos de de drogas ou álcool, tensão, fadiga, etc.
segurança e saúde? Carga refere-se à tarefa e o que é neces-
sário para realizá-la. Carga diz respeito, tam-
– que registros são utilizados e como são
bém, à quantidade de processamento de infor-
mantidos? mações que a pessoa deve fazer, ambiente de
– qual é o programa médico? trabalho, quantidade de preocupações, tensão
e outras pressões, e situação da vida total e
1.13.3 Por Que as Pessoas Erram (Falha privada da pessoa. Carga também se refere à
Humana)? situação de trabalho da pessoa e aos riscos que
Dan Petersen classifica os comportamen- esta enfrenta diariamente no trabalho.
tos perigosos em três categorias. Ele diz que o Estado ou condição refere-se ao nível de
erro humano se origina de: motivação, atitude, atenção e situação biorrít-
Decisão de Errar (Trabalhar em Condi- mica da pessoa.
ções Inseguras)
Em certas situações, parece lógico ao em- O Princípio de Causas Múltiplas
pregado preferir a ação insegura. As razões A maioria dos acidentes tem mais de uma
dessa decisão poderiam incluir: causa. Nossa tendência comum para simplifi-
– Pressão de colegas, exigências de pro- car, muitas vezes nos leva a identificar errada-
dutividade da gerência, aborrecimento, mente uma só causa. Na verdade, existe quase
falta de interesse, ou muitas outras. sempre uma série de causas em seqüência que
– Uma atitude mental que dê à pessoa uma provoca o acidente. A idéia das causas múlti-
razão inconsciente para se acidentar. plas afirma que muitos fatores se combinam
– Crença de que não possa sofrer um aci- ao acaso para provocar acidentes.
dente. Examine um acidente comum em termos
de causas múltiplas.
Armadilhas Um funcionário caiu de uma escada de-
Armadilhas, ou erros humanos causados feituosa
pelo sistema, são também uma razão básica – por que a escada defeituosa não foi des-
para que as pessoas errem. Neste caso, fala- coberta durante as inspeções de rotina?
se, principalmente, sobre fatores humanos. – por que o supervisor permitiu que fos-
se usada?
Uma dessas armadilhas é a incompatibilida-
– se o funcionário sabia que a escada es-
de. O funcionário pode ser forçado a atos in-
tava com defeito, por que a usou?
seguros porque a situação de trabalho é incom-
– o funcionário foi adequadamente trei-
patível com seu físico ou com as condições a
nado?
que está habituado. A segunda armadilha é o
– o funcionário foi lembrado sobre as prá-
layout do local de trabalho – certos layouts ticas seguras apropriadas?
levam a erro humano. Por exemplo, nas insta- – a escada estava corretamente marcada
lações de uma nova oficina, os empregados com avisos de segurança?
52 eram obrigados a estirar demais e forçar cer-
– o supervisor examinou o trabalho de
tos músculos no processo de movimentação antemão?
de material. Nesse caso, o local de trabalho As respostas a essas e outras perguntas
mal projetado transformava os empregados em poderiam conduzir aos seguintes tipos de cor-
vítimas de uma armadilha. reções:
Segurança Industrial
– melhor procedimento de inspeção; 3. Nível de habilidade
– melhor treinamento; As habilidades e informações não são as
– definição melhor das responsabilidades mesmas. Muitas habilidades exigem o uso das
de trabalho; mãos, dos olhos e de certos músculos de for-
– melhor planejamento prévio do traba- ma coordenada para se obter o resultado dese-
lho pelos supervisores. jado. Poucos têm habilidade e coordenação
Como em qualquer acidente, se for dese- naturais para dirigir um carro-guincho ou para
jado impedir repetição, precisa-se encontrar e atingir uma bola de golfe na primeira tacada.
remover as causas básicas. Citar exclusiva- Nem a maioria das pessoas consegue operar
mente o aio inseguro de "galgar uma escada um guindaste, uma locomotiva ou qualquer
defeituosa" e uma condição insegura, chama- outro equipamento industrial pesado sem uma
da de "escada defeituosa" não irá ajudar mui- soma considerável de treinamento e experiência.
to. Quando se examina, exclusivamente, o ato
e a condição, está se lidando com sintomas, e 4. Restrição de tempo
não com as causas.
Freqüentemente, encontram-se causas ar- Se o meio seguro for mais demorado do
raigadas no sistema de gerência. Essas causas que o inseguro, muitos funcionários irão pre-
podem decorrer de políticas e procedimentos, ferir o caminho mais curto, ganhando tempo.
supervisão e sua efetividade, treinamento etc. Quanto maior a vantagem de tempo oferecida
Causas arraigadas são aquelas que, se fossem pelo comportamento inseguro, maior a tenta-
corrigidas, teriam efeito permanente sobre re- ção de correr o risco e adotá-lo.
sultados positivos. Causas arraigadas são pon-
tos fracos que poderiam afetar não só o aci- 5. O meio mais fácil
dente sob investigação, mas também muitos Sempre que o comportamento seguro exi-
outros acidentes e problemas operacionais fu- gir mais esforço ou aplicação física, é possí-
turos. vel prever que alguns empregados prefiram o
meio mais fácil. Quanto maior a imposição de
Causas que os Funcionários se Arriscam esforço, maior a tentação.
Como já foi sugerido, os empregados po-
dem agir em condições inseguras porque não 6. Prevenção de desconforto
conhecem o meio seguro de fazê-lo ou, às ve- Quando o comportamento seguro envol-
zes, porque preferem deliberadamente o com- ver algum desconforto físico (como o uso de
portamento inseguro. Decidem adotar o com- equipamento de proteção individual) alguns
portamento inseguro porque algum outro fa- darão preferência para a alternativa mais con-
tor tem prioridade mais alta do que sua preo- fortável.
cupação com a própria segurança Nesses ca-
sos, o comportamento inseguro faz sentido
para eles, no momento. 7. Motivo de Atenção
Seguem-se algumas das razões para essa Algumas pessoas preferem enfrentar ris-
atitude: cos de vida apenas para ganhar aprovação do
grupo ou para atrair atenção de seus colegas.
1. Consciência do perigo
Muitos dos empregados agem de maneira 8. Ressentimento
perigosa porque simplesmente não reconhe- Alguns funcionários se ressentem e rea-
cem o perigo. gem à supervisão. Essas pessoas, às vezes,
seguem um comportamento perigoso para ex-
2. Falta de Informação pressar sua independência ou para “se desfor-
Às vezes, os empregados agem perigosa- rar” da supervisão por injustiça real ou imagi-
mente porque não conhecem a forma correta nária.
de realizar determinado trabalho, ou não sa-
bem como evitar um risco conhecido do tra- 9. Incapacidade física 53
balho. Não se pode esperar que um novo fun- Os funcionários podem ser induzidos aos
cionário limpe corretamente respingos de áci- comportamentos arriscados devido a intoxicação,
do, se ele não tiver recebido instruções ade- ressacas, uso de drogas, fadiga, pequenos
quadas. ferimentos ou outros tipos de incapacidade física.
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10. Condições mentais Havia ainda um outro grupo de motoris-
Raiva, frustração, aborrecimento, preocu- tas muito pressionado em termos de tempo que
pação, tensão por problemas familiares, tudo julgava impossível atender o programa exigi-
isso pode distrair o funcionário e interferir com do pelos chefes sem dirigir em alta velocidade
sua capacidade de concentração para realizar Os registros deste grupo melhoraram, assim
o trabalho em segurança. que os programas foram reformulados mais
realisticamente.
Exemplo de Causas Arraigadas de Comportamen- Na situação anterior, a gerência usou qua-
to Inseguro tro ações corretivas diferentes para melhorar
A seguinte estória ilustra a importância de o desempenho da frota na área de segurança,
se descobrir as raízes ou causas arraigadas sob procurando as causas arraigadas dos atos in-
atos inseguros, antes de se decidir sobre ação seguros dos motoristas.
corretiva.
Depois de um registro na área de seguran- 1.14 Atos e condições inseguras
ça particularmente medíocre de um grupo de Todo acidente é causado, e não simples-
motoristas profissionais, o departamento de mente acontece, e por isso que toda vez que
segurança procedeu um estudo detalhado so- ocorre um acidente, por mais simples que pos-
bre o desempenho de segurança da frota. Cons- sa parecer, este é investigado e analisado, com
tatou-se que o equipamento mecânico estava a finalidade de encontrar causas e, em conse-
em ordem. qüência, as providências ou recomendações
Os erros dos motoristas eram, obviamen- necessárias, para evitar a repetição de aciden-
te, o problema. Mas que motoristas e que er- tes semelhantes.
ros? Outras análises realizadas mostraram que Atos e condições inseguras são fatores
um grande número de colisões era causado pela que, combinados ou não, desencadeiam os
distância que o motorista interpunha entre seu acidentes de trabalho. São portanto, as causas
carro e o da frente. A experiência indicava que diretas dos acidentes. Assim, pode-se enten-
os avisos normais do Departamento de Segu- der que prevenir acidentes do trabalho, em sín-
rança sobre manter uma distância segura ti- tese, é corrigir condições inseguras existentes
nham pouco efeito, não evitando a freqüência nos locais de trabalho, não permitir que outras
dos acidentes. sejam criadas e evitar a prática de atos insegu-
Fez-se, então, um estudo profundo sobre ros por parte das pessoas.
os acidentes recentes e motoristas envolvidos – Tanto as condições, como os atos insegu-
estudo esse destinado a descobrir porque os ros têm origem mais remotas, em causas indi-
motoristas não se desempenhavam de acordo retas. Esses fatores indiretos, porém, podem
com as expectativas – que mostrou resultados ser atenuados ou eliminados, de modo a evitar
surpreendentes. que os últimos elos da cadeia, atos e condi-
A evidência do estudo indicava que um ções inseguras, venham a propiciar a ocorrên-
grupo de motoristas – aquele com os piores cia de acidentes ou pelo menos que essas ocor-
registros de acidentes – simplesmente não es- rências se tornem cada vez mais raras.
tava dirigindo tão bem quanto sabia. Esses Levantamentos realizados por diversos
motoristas tinham problemas de disposição de órgão e institutos, mostraram que a proporção das
ânimo e apresentavam comportamento descui- causas dos acidentes é de aproximadamente:
dado na direção. O remédio, no caso, foi um
programa de contatos mais freqüentes por par- Atos inseguros 80%
te dos supervisores e retorno positivo, quan- Condições inseguras 20%
do os resultados melhoraram.
O segundo grupo de motoristas não esta-
va convencido de que a pequena distância en- 1.14.1 Ato inseguro
tre o seu e o carro da frente oferecia perigo. É a maneira como as pessoas se expõem,
Para estes, foi necessário mais treinamento em consciente ou inconscientemente, a riscos de
direção defensiva. acidentes. São esses os atos responsáveis por
54 O terceiro grupo era composto de moto- muitos dos acidentes de trabalho e que estão
ristas com problemas de visão, que dificulta- presentes na maioria dos casos em que há al-
va o cálculo exato das distâncias. Para estes fo- guém ferido.
ram indicados exames oftalmológicos e lentes Nota-se nas investigações de acidentes,
corretivas. que alguns atos inseguros se sobressaem entre
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os catalogados como mais freqüentes, embora – falta de Equipamento de Proteção In-
essa maior evidência varie de empresa para dividual (EPI);
empresa. Cabe ressaltar que um funcionário – nível de ruído elevado;
sem treinamento ou que não saiba os riscos – sistemas de alarmes inadequados;
inerentes a uma determinada atividade, não
deve ser classificado como Ato Inseguro, mas – proteções Inadequadas ou defeituosas;
sim como Condição lnsegura. – má arrumação/falta de limpeza;
A seguir, tem-se alguns dos atos insegu- – defeitos nas edificações;
ros mais conhecidos: – iluminação inadequada;
– ficar junto ou sob cargas suspensas; – piso danificado (esburacados);
– usar máquinas sem habilitação ou per-
– risco de fogo ou explosão.
missão;
– lubrificar, ajustar e limpar máquina em
movimento;
1.14.3 Análise dos acidentes
Todo acidente traz informações úteis para
– inutilização dos dispositivos de segu-
quem se dedica a sua prevenção. Um acidente
rança;
não comum, raro, pode revelar a existência de
– uso de roupa inadequada;
causas ainda não conhecidas ou de causas que
– transportar ou empilhar inseguramente;
permaneciam ocultas, não notadas pelos en-
– tentativa de ganhar tempo;
carregados da segurança.
– colocar parte do corpo em lugar peri-
Um acidente comum, se for a repetição de
goso;
um infortúnio já ocorrido, pode revelar possí-
– imprimir excesso de velocidade;
veis falhas das medidas de prevenção de aci-
– improviso ou mau emprego de ferra-
dentes que, por alguma razão determinada, são
mentas manuais;
responsáveis por essa repetição.
– não usar proteções individuais – E.P.I.;
A cuidadosa investigação de um acidente
– manipulação insegura de produtos quí-
oferece elementos valiosos para a análise a ser
micos;
feita. Além disso, as conseqüências dos aci-
– fumar em local proibido; etc.
dentes provocam uma série de providências
administrativas, técnicas, médicas, psicológi-
1.14.2 Condicão insegura
Condições inseguras nos locais de traba- cas, educacionais, dentro da empresa, que re-
lho são aquelas que comprometem a seguran- percutem também na área da Previdência So-
ça do trabalhador. São as falhas, os defeitos, cial, amparando de muitas formas o acidenta-
irregularidades técnicas e carência de disposi- do. A CIPA deve participar dos vários aspec-
tivos de segurança que põem em risco a inte- tos do estudo relacionado com os acidentes
gridade física e/ou a saúde das pessoas e a pró- preocupando-se em analisá-los e elaborando
pria segurança das instalações e equipamentos. relatórios, registros, comunicações e sugestões,
Convém ter em mente que estas não de- entre outras providencias, conforme o deter-
vem ser confundidas com os riscos inerentes a minado no item 5. 16, item "l" da Portaria 3214
estas operações industriais. Por exemplo: a de 8 de junho de 1978, do Ministério do Tra-
corrente elétrica é um risco inerente aos traba- balho (... l) participar, em conjunto com o
lhos que envolvam eletricidade, aparelhos ou SESMT, onde houver, ou com o empregador
instalações elétricas; a eletricidade não pode da análise das causas das doenças e acidentes
ser considerada uma condição insegura por ser de trabalho e propor medidas de solução dos
perigosa. Instalações mal feitas, ou improvi- problemas identificados...). A análise do aci-
sadas, fios expostos, etc., são condições inse- dente corresponde a uma visão geral da ocor-
guras, a energia eIétrica em si não. rência.
Algumas das condições inseguras mais Além dos registros relacionados à empre-
freqüentes, catalogadas pelos estudos de se- sa e aos dados pessoais do acidentado, cuida-
gurança do trabalho: se de estabelecer a ocupação – a tarefa – de-
– falta de proteção em máquinas e equi- senvolvida pelo trabalhador, o departamento
pamentos; e seção em que cumpre suas atividades. Só es- 55
– deficiência de maquinário e ferramental; ses dados já permitem que se faça um estudo
– passagens perigosas; da ocorrência de acidentes em certos departa-
– instalações elétricas inadequadas ou de- mentos, da freqüência, ou seja, do número de
feituosas; vezes que tais acidentes acontecem.
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Não se trata, portanto, de registros buro- grave que necessite tratamento médico
cráticos. São elementos de estudo. A descri- ou quando ocorram danos materiais sé-
ção do acidente deve ser feita com os porme- rios;
nores possíveis: deve ser mencionada a parte – a maioria dos acidentes é evitável;
do corpo atingida e devem ser incluídas as in-
– o esforço de prevenção está diretamente
formações do encarregado, descrições de cen-
relacionado à magnitude da perda; ou
so se desenvolveram os fatos relacionados ao
acidente e a causa, ou causas, que lhe deram – o esforço de prevenção só é necessário
origem. Esta investigação tem a participação porque o acidente foi suficientemente
de membros da CIPA. A CIPA deve concluir, grave para constar de relatório.
ainda, sobre a causa do acidente, as possíveis Nesse caso, os escopos dos esforços de
responsabilidades (principalmente atos inse- prevenção estarão muito comprometidos.
guros) e propor medidas quem devem ser to- É necessário que todos os acidentes de-
madas para evitar que continuem presentes os vam ser investigados. A investigação envolve:
riscos ou que eles se repitam – estabelecer todos os fatos e opiniões re-
Convém ressaltar que o estudo de aciden- levantes de como e porque o acidente
tes não deve limitar-se àqueles considerados ocorreu, de modo que...
graves. Pequenos acidentes podem revelar-se – seja possível tirar conclusões sobre o
riscos grandes. Por outro lado, acidentes sem que deve ser feito para impedir sua re-
lesão devem ser estudados. Perceber riscos em petição.
fatos que parecem não ter gravidade, mas que Isto significa que qualquer ocorrência de
em ocasião futura se revelarão fontes de aci- doença ou ferimento ocupacional, dano de
dentes graves, é capacidade que os membros equipamento, edifício ou produto, perda finan-
da CIPA devem desenvolver. Disso depende- ceira, ou acidente frustrado, estando a pessoa
rá, em grande parte, a redução ou a solução responsável pelas investigações consciente do
definitiva de muitos problemas na área da se- incidente, este deve ser investigado. Se a in-
gurança do trabalho. vestigação deve ou não ser registrada, isto de-
A análise dos acidentes que ocorrem na pende das imposições legais e procedimentos
empresa vai fornecendo dados que se acumu- locais. Os procedimentos e técnicas usadas no
lam e que possibilitam uma visão mais corre- processo de investigação são, basicamente, os
ta nessa área de estudo, com indicações sobre mesmos, independente da gravidade do feri-
os tipos de acidentes mais comuns, sobre as mento ou de outras perdas.
causas mais atuantes dando a medida da gra- A política de informação de acidentes deve
vidade das conseqüências e revelando os se- dispor que todas as doenças e ferimentos ocu-
tores da empresa que necessitam de atenção pacionais, bem como avarias de equipamen-
maior da CIPA e dos Serviços Especiais, quan- to, propriedade e produto, devem ser informa-
do existirem. Muitas outras indicações impor- das ao supervisor do indivíduo e, em seguida,
tantes são também extraídas desses dados. investigados. Os empregados também devem
Uma investigação de acidente corretamen- informar sobre acidentes frustrados, de modo
te conduzida requer: que sejam tomadas ações corretivas antes que
– habilidades Investigativas; as causas do acidente possam resultar em
– habilidades Analíticas; ferimentos ou outras perdas.
– habilidades de Confrontação; A justificativa da necessidade de tais re-
– habilidades Administrativas; latórios baseia-se na pesquisa realizada sobre
– atitude Correta. causas de acidentes, conforme indicado ante-
A atitude do investigador na investigação riormente, e na própria experiência passada nas
de acidentes pode ser o fator mais importante. empresa em investigação de acidentes. Com
As investigações são importantes, mas tomam estes conhecimentos, sabe-se que:
tempo e podem gerar posições antagônicas. Da – As causas de acidentes frustrados ou
mesma forma, se a estrutura de referência ou acidentes menos graves são potencial-
56 atitude mental do investigador estiver no todo mente as mesmas dos acidentes gra-
ou parcialmente de acordo os seguintes con- ves ou fatais. Em alguns casos, a dife-
ceitos: rença entre acidente grave e não ocor-
– o acidente só é acidente quando provo- rência de acidente é apenas uma ques-
ca perda de dias de trabalho, ferimento tão de tempo ou distância.
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– Todos os acidentes resultam de múl- Entre esses índices, podem ser citadas a Taxa
tiplas causas. A habilidade do investi- de Frequência de Acidentados com Afasta-
gador é testada em termos de quão pro- mento (TFCA) e a Taxa de Gravidade (TG),
funda é a investigação para identificar ambas de acompanhamento mensal.
suas múltiplas causas. Somente após A TFCA, calculada pela fórmula a seguir,
identificar todos os fatores que contri- é o número de acidentes com afastamento, no
buíram para o acidente é que investi- período considerado, por milhão de horas-ho-
gador pode começar a fazer perguntas mem de exposição ao risco. Ela nos dá uma
duras sobre o "porquê" dos fatos; ex.: idéia da maior ou menor incidência de aciden-
por que o operador estava trabalhando tados num determinado grupo de trabalho e
com equipamento defeituoso, por que num determinado período.
os procedimentos sobre derrames de
TFCA = Taxa de Freqüência de Acidenta-
líquidos ficaram fora da Análise de NCA x 106 dos com Afastamento (acidentes
Segurança e Higiene do Trabalhador. TFCA = típicos)
HHER NCA = Número de Acidentes Típicos com
Afastamento
(FRENTE) (VERSO)
65
Segurança Industrial
MODELO DE PERMISSÃO PARA TRABALHO TEMPORÁRIA (PTT)
Comunicamos que após inspeção realizada pelos Supervisores do (Setor Responsável pelo Equipamento ou Área,
Setor de Manutenção e SMS), nas condições descritas a seguir, autorizamos a execução de:
1. TRABALHO A EXECUTAR:
Equipamento ou Área:
Localização:
Permissão emitida para (Setor ou Equipe de Trabalho):
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) exigidos:
Recomendações de segurança:
4. O trabalho deve ser suspenso na ocorrência de alteração no ambiente ou nas áreas adjacentes ao local de trabalho.
Operação
Fiscal do Contrato
SMS
Representante Empreiteira( se necessário)
Atenciosamente,
Comunicamos que esta Superintendência, atendendo solicitação da MI, resolveu adotar o regime de ÁREA LIBERA-
DA, para a área situada entre as coordenadas _______, conforme croqui anexo, para a realização de trabalhos de:
66
Atenciosamente.
Anexo: Croqui
c.c.: SMS
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DESCUMPRIMENTO DE NORMAS DE SEGURANÇA
AO:
DO:
Assim, informamos que a empresa descumpriu as Normas de Segurança da REPAR, no que diz respeito a:
– (relacionar itens)
–
–
Solicitamos as providências cabíveis, uma vez que o descumprimento das Normas de Segurança caracteriza infra-
ção ao contido no Contrato firmado entre a REPAR e a prestadora dos serviços.
Lembramos que o Art. 157 da CLT estabelece que cabe à empresa cumprir e fazer cumprir as Normas de Segu-
rança e Medicina do Trabalho. Principalmente as constantes na Portaria 3214 do Ministério do Trabalho (Normas
Regulamentadoras - NR's).
Por outro lado, a lei 611 de 21 de julho de 1992, no Art. 173 estabelece que constitui Contravenção Penal a
empresa deixar de cumprir as Normas de Segurança e Higiene do Trabalho.
Atenciosamente.
C/C: SMS, MI, PMS, Gerente e Fiscal do contrato, chefe do setor envolvido.
Anotações
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