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CRÔNICAS: originam-se lentamente e são progressivas, com perda gradual da função do rim.
GLOMERULONEFRITE:
GLOMERULONEFRITE AGUDA:
É a doença mais comum dos rins. Geralmente, o paciente se recupera sem danos ao rim.
Normalmente ocorre em crianças cerca de uma a quatro semanas após uma infecção
estreptocócica na garganta. Anticorpos formados em resposta a estes estreptococos fixam-se na
membrana glomerular (parte do néfron) danificando-a.
Em adultos a doença pode se tornar crônica, com diminuição gradual da quantidade de néfrons
funcionantes, levando à insuficiência renal crônica.
A síndrome nefrítica aguda pode estar associada ao desenvolvimento de hipertensão,
inflamação intersticial (inflamação de espaços intercelulares do tecido renal) e insuficiência renal
aguda.
GLOMERULONEFRITE CRÔNICA:
É uma doença que ocorre quando há destruição lenta e progressiva dos glomérulos renais, com
a perda progressiva da função renal. Alguns casos são causados por estímulos específicos ao sistema
imunológico, mas a causa precisa da maior parte dos casos é desconhecida. Esta doença é uma causa
da hipertensão e da insuficiência renal crônica.
O dano aos glomérulos compromete a eficiência da filtragem, permitindo que sangue e proteína
passem para a urina.
Aproximadamente 1/4 das pessoas acometidas por glomerulonefrite não apresentam história
prévia de doença renal e o distúrbio inicialmente aparece como uma insuficiência renal crônica.
As doenças glomerulares são consequências de uma ampla variedade de fatores:
• distúrbios imunológicos;
• doenças vasculares;
• doenças metabólicas;
• algumas entidades hereditárias.
As glomerulopatias que aparecem isoladamente são classificadas como primárias, e quando
estão associadas a doenças sistêmicas (Lupus, diabetes, etc.) são classificadas como secundárias.
Sintomas: A inflamação atrapalha o funcionamento dos glomérulos que resulta em urina escura,
acastanhada ou da cor da ferrugem (em virtude da presença de sangue na urina), urina espumosa,
perda de proteínas (quando há perda de proteínas da corrente sanguínea, ocorre edema (acúmulo de
líquidos nos tecidos do organismo) pois a proteína mantém o fluido dentro dos vasos sanguíneos.
Pielonefrite aguda: É uma inflamação da pelve renal e do tecido do rim por penetração de
germes que atinge um ou os dois rins.
O germe pode atingir o rim pelo sangue ou subindo da uretra para a bexiga e pelo ureter até o
rim. Quando existe alguma malformação do aparelho urinário ou urina que volta da bexiga para o rim
(refluxo vésico-uretral) ou pedra nos rins ou outro tipo de obstrução, a pielonefrite tem condições
favoráveis para se instalar.
Ocorre mais em mulheres grávidas e em homens com a próstata aumentada (a próstata
aumentada circunda a primeira parte da uretra nos homens).
Sintomas: O ínicio é abrupto, com dor na micção (disúria) e maior frequência e urgência,
inclusivamente acordando o doente à noite (noctúria). Como em qualquer infecção, há febre, suores,
mal-estar. Náuseas e vômitos acompanham o quadro.
Tratamento: Visa erradicar as bactérias, com a administração de antibióticos até que se
comprove o total desaparecimento da infecção, aliviar os sintomas, prevenir lesões renais
parenquimatosas e diminuir a possibilidade da infecção se disseminar.
Peça Rim-16. Pielonefrite crônica. Cicatrizes pielonefríticas. Os rins mostram depressões extensas, mas
não muito profundas, na superfície externa. Estas se devem a cicatrizes observadas na superfície de corte como
áreas esbranquiçadas. A origem é um processo inflamatório crônico de causa bacteriana. As pielonefrites crônicas
caracterizam-se pelo aspecto irregular da superfície externa do rim, conhecido como cicatrizes pielonefríticas.
HIDRONEFROSE:
É a distensão (dilatação) da pelve renal e dos cálices com acúmulo de líquido causado pela
obstrução do fluxo da urina.
Normalmente, a urina sai dos rins a uma pressão extremamente baixa. Se o fluxo da urina for
obstruído, esta reflui dilatando o rim e exercendo pressão sobre os seus delicados tecidos. A pressão
causada por uma hidronefrose prolongada e grave lesa finalmente os rins de tal forma que se
interrompe gradualmente o funcionamento dos mesmos. Se a obstrução não for removida, o rim ficará
permanentemente danificado e pode terminar em insuficiência renal.
A hidronefrose é frequentemente causada por uma obstrução da união ureteropélvica (uma
obstrução localizada no ponto de conexão do ureter e da pelve renal). As causas são as seguintes:
• Anomalias estruturais, por exemplo, quando a união do ureter com a pelve é muito alta.
• Cálculos renais.
• Compressão do ureter por uma artéria ou veia localizada anormalmente ou por um tumor.
A hidronefrose também pode ser produzida por uma obstrução abaixo da união do ureter e da
pelve renal ou por refluxo da urina desde a bexiga. As causas compreendem as seguintes:
• Cálculo no ureter.
• Tumores no ureter ou perto do mesmo.
Em algumas ocasiões, a hidronefrose produz-se durante a gravidez se o útero aumentado
comprimir os ureteres. Este tipo de hidronefrose geralmente termina ao finalizar a gravidez, embora a
pelve renal e os ureteres possam ficar posteriormente um pouco dilatados.
Diagnóstico: A ecografia pode proporcionar boas imagens dos rins, dos ureteres e da bexiga e é
especialmente útil nas crianças. Por meio de uma urografia endovenosa (exame radiológico
contrastado) podem obter-se imagens com raios-x dos rins, da bexiga e da uretra. Estes exames
podem oferecer informação acerca do fluxo urinário através dos rins.
RINS POLICÍSTICOS:
Os cistos renais (que têm paredes celulares finas e estão cheios de um líquido semelhante ao
plasma) são dilatações de alguma porção do néfron.
Os cistos podem ocorrer em um ou nos dois rins e são, quase sempre, em pequeno número e
de tamanho menor que 3cm. Quando todo o rim é tomado por incontáveis cistos, de tamanhos
variáveis, chama-se rim policístico. As causas responsáveis pela formação dos cistos podem ser
hereditárias ou adquiridas.
A doença policística dos rins hereditária, com herança autossômica dominante (se um dos pais
transmitir o gene, 50% das crianças irão desenvolver o distúrbio) caracteriza-se pela presença de
múltiplos cistos formados nos rins. Desconhece-se o mecanismo exato que desencadeia a formação
dos cistos.
Nos estágios iniciais da doença, os cistos aumentam o tamanho do rim e interferem em sua
função, resultando em pressão sanguínea alta crônica, anemia e infecções renais. Estes cistos podem
também fazer com que os rins aumentem a produção de eritropoietina (hormônio que estimula a
produção dos glóbulos vermelhos na medula óssea) resultando em um aumento destes glóbulos, em
vez de produzir a anemia esperada. A hipertensão causada pelos rins policísticos pode ser de difícil
controle.
A doença avança vagarosamente até por fim resultar em insuficiência renal em estágio final.
Quando a doença policística dos rins aparece na infância, ela tende a ser bastante grave e progride
mais rapidamente, resultando em insuficiência renal em estágio final e morte na infância ou
adolescência.
A doença policística dos rins ocorre tanto em crianças como adultos, porém é muito mais
comum em adultos. De modo geral, os sintomas não se apresentam até a meia-idade. O distúrbio
pode não ser descoberto a menos que os procedimentos que mostram a doença sejam realizados por
outras razões.
Os riscos incluem uma história familiar ou pessoal de doença policística dos rins.
Sintomas:os sintomas podem ser: sangue na urina, dor no flanco em um ou ambos lados,
micção excessiva durante a noite.
Cistos adquiridos: Os responsáveis por 70% dos cistos adquiridos são cistos simples. Eles
ocorrem frequentemente após os 50 anos e aumentam de frequência com o avançar da idade e estão
presentes em mais de 50% das pessoas, após os 60 anos.
Podem ser solitários, múltiplos, uni ou bilaterais e, eventualmente, podem apresentar sintomas
clínicos de dor lombar, sangue na urina (14%), infecção urinária e hipertensão arterial (35%).
Dificilmente os cistos se infectam e formam abscessos. Pode ocorrer eventualmente ruptura e
surgir sangramento interno ou aparecer no exame de urina.
Tratamento: Atualmente, não existe tratamento que impeça a formação ou aumento dos cistos.
O tratamento tem por objetivo a redução dos sintomas e a prevenção de complicações. A hipertensão
pode ser de difícil controle, porém este controle é o aspecto mais importante do tratamento, que pode
incluir os medicamentos anti-hipertensivos e/ou medicamentos diuréticos, dieta com baixo teor de sal,
ou outros tratamentos. Se houver sintomas de anemia, esta pode ser tratada com ferro e outros
suplementos, administração de eritropoietina ou transfusão de sangue.
Pode haver a necessidade da remoção de um ou ambos os rins. O tratamento da doença renal
em estágio final pode incluir diálise ou transplante de rim.
INSUFICIÊNCIA RENAL:
Os rins são responsáveis por algumas funções: Remover as substâncias indesejáveis do nosso
corpo filtrando a uréia e ácido úrico, reabsorvendo a albumina e sais desejáveis como o sódio,
potássio, cálcio, excretar substâncias desnecessárias como o fósforo e o hidrogênio, secretar
hormônios para o controle do volume, da pressão arterial, do cálcio e fósforo e da formação de
hemácias.
A insuficiência renal é um diagnóstico que expressa uma perda maior ou menor da função renal.
Qualquer desvio funcional, de qualquer uma das funções renais, caracteriza um estado de insuficiência
renal. Mas, somente a análise dessas funções nos permite afirmar que há perda da capacidade renal e
estabelecer níveis de insuficiência renal. Nenhuma prova isolada é suficientemente exata ou fiel para
avaliar a função renal, por isso, devem ser feitas várias provas, analisando a filtração, a reabsorção, a
excreção e a secreção renal. A insuficiência renal pode ser aguda ou crônica.
O homem expele pela urina grandes quantidades de sais de cálcio, ácido úrico, fosfatos e
oxalatos. Em algumas condições a urina fica saturada desses cristais e como consequência formam-se
cálculos.
A doença é mais comum no adulto jovem, em torno da 3ª ou 4ª década de vida, predominando
na raça branca e não havendo diferença de sexo. A recorrência é mais comum no adulto jovem, 15%
em um ano, 40% em até 5 anos e 50% em até 10 anos. A população negra tem menos litíase renal
que a branca.
A formação de cálculos é um processo biológico complexo, ainda pouco conhecido, apesar dos
consideráveis avanços já realizados. Hoje, constata-se que mudanças nos regimes alimentares,
promovidas pela industrialização dos alimentos, mais ricos em proteínas, sal e hidratos de carbono,
aumentaram a formação de cálculos.
Todo o indivíduo produtor de cálculos tem envolvimento com um ou mais fatores geradores de
cálculo:
• Epidemiológicos (herança, idade, sexo, cor, ambiente, tipo de dieta);
• Anormalidades urinárias (saturada de sais, volume diminuído e alterações do pH);
• Alterações metabólicas (calcemia – cálcio no sangue, calciúria - cálcio na urina, uricemia - ácido
úrico no sangue, uricosúria – ácido úrico na urina, oxalúria – oxalato na urina, cistinúria –
aminoácido na urina, hipomagnesúria – baixo magnésio na urina);
• Alterações anatômicas e urodinâmicas;
• Infecções urinárias;
Normalmente os cálculos se formam na pelve renal, embora a bexiga urinária possa ser um
outro local de formação.
Os cálculos podem variar de tamanho, de grãos minúsculos parecidos com pedregulhos
pequenos até grandes massas que preenchem a pelve renal e estendem-se até os cálices (cálculos
coraliformes).
Sintomas: A litíase pode ser assintomática, reconhecida somente em exames ocasionais. Na
maioria das vezes, a litíase se apresenta com manifestação de dor (cólica) e hematúria. Muitas vezes,
os cálculos podem obstruir a via urinária. A cólica renal é o sintoma agudo de dor severa, que pode
requerer tratamento com analgésicos potentes. Geralmente, a cólica está associada a náuseas,
vômitos, agitação. A cólica inicia quase sempre na região lombar, irradiando-se para a fossa ilíaca,
testículos e vagina. No sedimento urinário, pode-se observar hematúria que, com a dor em cólica, nos
permite pensar na passagem de um cálculo.
Diagnóstico: A investigação clínica, na fase aguda, inclui além do exame comum de urina, um
RX simples de abdome e uma ecografia abdominal.
PATOLOGIA DA BEXIGA
CISTITE:
É uma doença inflamatória e/ou infecciosa da bexiga. As cistites mais frequentes são causadas
por germes oriundos do nosso trato intestinal, uma delas é a bactéria conhecida por Escherichia coli,
que se encontra-se nas fezes. Em situações especiais, essa bactéria migra contaminando a região
perineal (área onde se localizam os órgãos genitais). Após um período de multiplicação, essa bactéria
pode invadir a uretra e se localizar na bexiga, causando uma cistite infecciosa. Essa situação é mais
fácil de acontecer nas mulheres, devido a uretra feminina ser mais curta.
Em pacientes imunodeprimidos (pacientes portadores do vírus HIV) ou sob quimioterapia, é
comum as cistites por fungos. Existem cistites não infecciosas, de causa inflamatória (ex: pacientes
que se submetem à radioterapia de órgãos pélvicos (útero, próstata) podem adquirir uma inflamação
vesical que é chamada de cistite rádica.
As cistites infecciosas são causadas por fatores anatômicos predisponentes, por fatores
constitucionais, por instrumentação do aparelho urinário (uso de sondas uretrais), por cirurgias sobre o
aparelho urinário, por doenças do aparelho urinário ("pedras"), pela atividade sexual, pela presença de
corrimento vaginal.
Tratamento: As cistites infecciosas são tratadas com antibióticos de acordo com o resultado da
urocultura. Se uma causa for encontrada, essa deverá ser eliminada (por exemplo, um cálculo renal).
As cistites não infecciosas são mais complexas no que tange ao seu tratamento. Analgésicos, anti-
inflamatórios, miorelaxantes, anti-espasmódicos, anestésicos locais são recursos muito utilizados.
INCONTINÊNCIA URINÁRIA:
A incontinência urinária é a perda incontrolável de urina que pode ocorrer em qualquer idade,
mas as suas causas tendem a ser diferentes entre as faixas etárias. A incidência global da
incontinência urinária aumenta progressivamente com a idade.
Aproximadamente um em cada três indivíduos idosos apresenta algum problema com o con-
trole da bexiga. A incontinência urinária também produz situações embaraçosas e é frustrante.
O processo completo de retenção e liberação da urina (micção) é complexo e a capacidade de
controlar a micção pode ser comprometida em diferentes etapas do processo devido a várias
anormalidades. O resultado dessas anormalidades é a incontinência urinária (perda de controle).
Os tipos de incontinência urinária são classificados de acordo com o modo e o momento do
início da incontinência: incontinência recente e repentina e incontinência de início gradual e
persistente.
A incontinência urinária de início súbito frequentemente indica um problema de bexiga. A cistite
é a causa mais comum. Outras causas incluem os efeitos colaterais de medicamentos, os distúrbios
que afetam a mobilidade ou causam confusão mental, o consumo excessivo de bebidas que contêm
cafeína ou de álcool e as condições que irritam a bexiga ou a uretra.
A incontinência urinária persistente (crônica) pode ser decorrente de alterações cerebrais,
alterações vesicais (bexiga) ou uretrais (uretra) ou problemas dos nervos que inervam a bexiga. Essas
alterações são particularmente comuns em idosos e mulheres na pós-menopausa.