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Resinas compostas

A utilização de resina composta para a reabilitação do sorriso, tanto para

dentes posteriores como para dentes anteriores, é uma prática cada vez mais

comum entre os cirurgiões-dentistas, entretanto, o sucesso clínico depende de

uma tríade inseparável, constituída por conhecimento técnico, dedicação

durante o ato operatório e determinação em alcançar o objetivo almejado e

alguns desses três requisitos podem fazer falta no dia-a-dia do consultório

(Worschech, 2006).

A resina composta foi desenvolvida e patenteada por Bowen, em 1962, e

é constituída pela mistura de dois ou mais materiais diferentes quimicamente

entre si. Cada um desses constituintes contribui especificamente com a sua

propriedade. Dessa forma, o material resultante apresenta propriedades físicas

superiores em relação aos componentes individuais (Cardoso, 2002). As

resinas compostas atuais são muito melhores do que as desenvolvidas por

Bowen, em 1962, embora sua composição tenha variado pouco. Na década de

60, as resinas compostas já eram constituídas por uma fase orgânica à BIS-

GMA e UDMA, unida através do silano às partículas inorgânicas de quartzo

(Narciso et al., 2003).

A história das resinas compostas está intimamente ligada à sua

composição e forma de ativação. Um dos setores da Dentística que mais

evoluíram no final da década de 90 foi o sistema de ativação das resinas

compostas, apresentando procedimentos que podem interferir na velocidade da

contração de polimerização das resinas compostas (Narciso et al., 2003).


Segundo Narciso et al. (2003), a resina composta é formada por três

componentes principais: a matriz orgânica, partículas inorgânicas e o agente de

união. Entre os monômeros-base utilizados nos compósitos comerciais estão

incluídos o Bis-GMA e UDMA. De acordo com Cardoso (2002), o Bis-GMA é

um derivado da reação entre o bisfenol-A e o glicidilmetacrilato, e o uretano

dimetacrilato ou modificações destes monômeros.

Embora a fase orgânica tenha sido responsável pelas propriedades

negativas das resinas compostas, como contração de polimerização, sorção de

água, alto coeficiente e expansão térmica linear e desgaste, só recentemente

ela vem sendo modificada. O BIS-GMA tem quase meio século de existência e

continua a ser usado apesar de vários inconvenientes. Sua molécula apresenta

um centro rígido pela presença de dois anéis benzênicos ou aromáticos que

impedem o livre movimento dos dois grupos acrílicos existentes nas

extremidades da cadeia. Essa rigidez tem duas conseqüências: a resina é

muito viscosa para ser utilizada, e requer um comonômero, geralmente o

trietilenoglicoldimetacrilado (TEG DMA) para ajustar a viscosidade; a molécula

fica incapaz de sofrer rotação e, portanto, participar efetivamente durante a

polimerização. Esses dois anéis (benzênicos e aromáticos) não são

encontrados no reino animal ou vegetal, levando a uma falta de

biocompatibilidade. Quanto maior a quantidade de monômeros livres, maior a

toxidez. É por esse motivo que os monômeros não devem entrar em contato

com a polpa. Geralmente, a escolha pela resina composta tem se baseado na

excelente qualidade e na igualdade das cores em relação à estrutura dental.

Entretanto, tem sido a potencialidade e concreta efetividade na união entre a

resina composta e as estruturas mineralizadas do dente, somadas à


característica similar do seu módulo de elasticidade e resiliência, as

propriedades responsáveis pela possibilidade de, além de restaurar o dente,

também reforçar o tecido dental remanescente (Cardoso, 2002). De acordo

com Worschech (2006), existem grandes vantagens em se restaurar dentes

posteriores e anteriores com resina composta e uma delas é a possibilidade de

se conservar tecido dentário sadio, durante a confecção do preparo cavitário.

Esse texto faz parte do meu trabalho de monografia: “Critérios Utilizados por

Cirurgiões-dentistas no processo de seleção de cores de Resinas Compostas”.

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