Professional Documents
Culture Documents
Quando a farinha de trigo e os demais ingredientes da massa são misturados com água
para homogeneização mecânica, ocorre a hidratação das proteínas do trigo. Com isto, as
gliadinas e gluteninas formam um complexo protéico através de pontes de hidrogênio, ligações
de Van der Waals e pontes de enxofre (-S-S-) a que se denomina glúten. A glutenina confere a
extensibilidade, força e firmeza à massa, enquanto que a gliadina contribui para a coesão e
elasticidade da massa. O único cereal que contém as proteínas em quantidades e qualidades
necessárias e suficientes para formar o glúten em boa quantidade e com as características
necessárias para fabrico de massas usuais é o trigo.
Uma das possíveis causas do aumento das ligações -S-S- é a incorporação do ar à massa
durante a sua homogeneização mecânica ou, eventual adição de claras e lipídios batidos. O
oxigênio desse ar poderá oxidar grupos -S-H- que estejam suficientemente próximos para formar
a ligação dissulfetos. Já quando o glúten é formado em atmosfera de nitrogênio, ele apresenta
em sua estrutura um menor número de ligações -S-S-.
A formação das ligações -S-S-, de pontes de hidrogênio e as forças de Van der Waals são
os principais fatores que podem alterar as propriedades mecânicas do glúten. Porém, a estrutura
do glúten é também modificada através de reações de quebra e formação de novas pontes de
dissulfetos, possivelmente com a intervenção de redutores como glutationa ou ácido ascórbico
presentes na massa ou adicionados a ela. Tais reações permitem chegar a conformações
energeticamente mais estáveis, podendo contribuir para a melhoria das propriedades mecânicas
do glúten.
Com isto, pode-se concluir que as propriedades do glúten diferem muito das da proteína
original do endosperma do trigo, separada sem uso de água, indicando que o tratamento
mecânico usado no preparo do mesmo causa uma alteração estrutural na molécula protéica.
Porém, este fato não diminui a importância dos estudos do glúten, uma vez que sua manipulação
na presença de água é praticada em todo o mundo no preparo dos diversos tipos de massas
(duras e moles). No entanto, é naturalmente mais correto se falar do glúten como sendo um
produto formado pela manipulação da farinha acrescida de água do que como um constituinte
natural da farinha.
• Trigos Brandos: também conhecido como trigo de grãos farináceos, geralmente são
fracos (de pouca força de panificação), por apresentarem insuficiência de glúten em qualidade.
Normalmente são mesclados com trigos duros para reduzir a força destes, auxiliando ainda no
sabor e na cor. Os trigos brandos são adequados na fabricação de biscoitos.
Dependendo da variedade do trigo, ele pode ser classificado como:
• Comum: para bolachas, biscoitos, confeitarias, pizzas, massa tipo caseira fresca,
ração, mescla com trigos superiores ou melhoradores para panificação ou uso doméstico.
Uso Doméstico:
a) Farinha de trigo integral. Obtida a partir do cereal limpo e com teor máximo de cinzas de
2,0% na base seca;
c) Farinha de trigo comum; obtida a partir do cereal limpo, desgerminado com teor de
cinzas entre 0,66% e 1,35% na base seca. 98% do produto deverá passar através de peneira
com abertura de malha de 250µm.
Uso industrial
a) Farinha de trigo integral: obtida a partir do cereal limpo e com teor máximo de cinzas de
2.5% na base seca devendo obedecer aos requisitos específicos para cada segmento de
aplicação.
b) Farinha de trigo obtida a partir do cereal limpo, desgerminado e com teor máximo de
cinzas de 1.35% na base seca devendo obedecer aos requisitos específicos para cada
segmento de aplicação. 98% do produto deverá passar através de peneira com abertura de
malha de 250µm.
3) Qual o objetivo da operação unitária umidificação no processo de
moagem do trigo?(Júlia)
O trigo é levado à linha de moagem para separação do endosperma (em sua forma mais
pura) e do farelo (e germe). O trigo, com o auxilio de mecanismos de alimentação, passa por
moinhos de rolos, contendo rolos estriados (quebra) e rolos lisos (redução), que giram em
sentido contrário com diferentes velocidades. Na seção de quebra, os rolos têm efeito de corte
para abrir o grão de trigo e raspar o endosperma, com a mínima produção de pó e farelo; já na
redução, o objetivo é reduzir o tamanho do endosperma para se obter uma farinha com o mínimo
de amido danificado.
www.trigalia.com.br
SAL:
FERMENTO:
O fermento serve, durante a panificação, para tornar a massa leve, criando alvéolos
(espaços vazios) nela; ele também confere sabores e cores ao pão. O cozimento para que o ar
introduzido pelos amassamentos e o dióxido de carbono liberado pelo fermento se dilate;
simultaneamente, a água e o álcool evaporam, a atividade do fermento aumenta. Em
temperaturas superiores a 60°C, o fermento cessa toda a atividade em temperaturas superiores
a 90°C, a crosta começa a se formar. Em seguida, à temperatura de 100°C, o vapor se distribui
no pão; o amido se gelifica em gomas, passa de um estado semicristalino a um estado amorfo e
o miolo se forma. As proteínas do glúten são desnaturadas pelo calor, coagulam após terem
perdido sua água de hidratação e formam o esqueleto rígido do miolo. A água que se evapora só
abandona a massa pela superfície: esta seca e endurece; a crosta se forma.
Fonte: http://www.rossetti.eti.br/dicuser/detalhe.asp?
vini=16&vfim=16&vcodigo=1968
O conhecido "fermento biológico" nada mais é do que uma grande quantidade de células de
Saccharomyces cerevisiae, um grupo de leveduras muito utilizado na fabricação de bebidas
alcoólicas, pão, bolos, biscoitos. Este grupo faz parte dos fungos, e engloba organismos
unicelulares com nutrição heterotrófica por não possuírem pigmentos fotossintetizantes. De
todos os seres vivos, os fungos são os que possuem a mais rica coleção de enzimas. Esta
variedade de enzimas permite que eles "ataquem" praticamente qualquer tipo de material.
http://penta.ufrgs.br/~julio/pao/fermento.htm
ÁGUA:
As substâncias minerais dissolvidas na água representam somente uma pequena fração das
substâncias inorgânicas contidas nos produtos de padaria, mas no entanto, sua quantidade e
qualidade têm uma pequena influência sobre a facilidade de trabalhar a massa, sobre seu
aspecto e sobre a consistência dos produtos finais. Os sais que influem na fermentação são os
seguintes: óxido de cálcio, carbonato de cálcio, sulfato de cálcio, cloreto de magnésio, óxido de
magnésio e bicarbonato de sódio.
Uma água doce pode influir gerando uma massa pegajosa, mas este fenômeno pode ser
evitado adicionando um melhorador da massa ou uma quantidade maior de sal.
Através de provas experimentais, estabeleceu-se níveis ótimos que deve conter a água para
a panificação: carbonato de cálcio: 8 – 230 mg/L ; sulfato de cálcio: 10 – 300 mg/L ; cloreto de
magnésio: 2–100mg/L; bicarbonato de sódio: 4 – 250 mg/L.
Experimentos demonstraram que poucos sais se encontram na água em uma concentração
suficiente para provocar um efeito importante sobre a fermentação da massa.
Fonte:
http://www.pgie.ufrgs.br/portalead/unirede/tecvege/feira/prcerea/paolei/agua.html
Métodos de Panificação:
Existem dois métodos principais de panificação: o Bulk Fermentation Process, que é mais
comum em panificadoras de menor porte e o Chorleywood Bread Process, que é usado em
grandes plantas.
Farinha 100,0 kg
Fermento 1,5 kg
Sal 1,0 kg
Água 50,0 kg
Gordura Vegetal Hidrogenada 2,0 kg
O método Chorleywood Bread Process (CBP), também conhecido como método contínuo, foi
desenvolvido em 1961 pela Flour Milling and Baking Research Association em Chorleywood e foi
introduzida no mercado em 1965. É atualmente usada para a fabricação da maioria dos pães,
incluindo muitos pães orgânicos à venda no Reino Unido. Este método usa trigo de baixa
proteína (baixo teor de glúten),combinado com melhoradores químicos, medidores
automatizados de ingredientes em substituição à pesagem manual e trabalho mecânico intenso
sobre a massa usando misturadores de alta velocidade. A massa de pão desenvolve em poucos
minutos o crescimento em volume desejado, sem a necessidade de fermentação, o que reduziu
drasticamente o tempo de produção; agora o processo que normalmente levaria de 16 a 24
horas (algumas referências citam 5 a 6 horas) passou a levar de 2 a 3 horas. O desenvolvimento
de um método de panificação com tempo reduzido se fez necessário para controlar o trabalho
noturno. Este método não pode ser reproduzido em uma cozinha normal porque requere o
equipamento adequado (misturador de alta velocidade).Uma receita típica usando o método CBP
seria:
Farinha 100,0 kg
Fermento 2,0 kg
Sal 2,0 kg
Água 60,5 kg
Melhorador CBP 1,0 kg
Gordura Vegetal Hidrogenada 2,0 kg
Embora o método CBP tenha reduzido o tempo de produção de pão, a qualidade do produto
resultante, tem sido questionado por conter um coquetel de aditivos. Alega-se que muitos desses
aditivos não foram testados quanto aos efeitos na saúde dos consumidores, enquanto alguns
deles são conhecidos como não saudáveis. A utilização de gordura vegetal hidrogenada,
essencial para o processo CBP, aumenta o risco de doenças cardíacas. Alega-se também que
os fermentos modernamente usados são modificados ou produzidos usando engenharia
genética e suplementados com melhoradores de farinha geneticamente modificados. Defende-se
que os pães caseiros tradicionais são mais facilmente digeridos e mais saborosos.
Fonte:
http://www.angel.co.il/english.asp:
http://www.bakersfederation.org.uk/20th_century.aspx
http://www.guiadoscuriosos.com.br/lista.asp?id_cur=960&id_cur_sub=865
http://www.naturallaw.org.nz/genetics/HandBook/16.htm