POSSIBILIDADES TERAPÊUTICAS E ASPECTOS ÉTICOS-LEGAIS EQUIPE: DANIELE JANIELE JULIANA LUCILENE SUELEN VILMA O CUIDAR!
• O ser humano é dotado em sua essência de sentimentos e
emoções, o que o torna sensível ao sofrimento alheio. • E o “ser enfermeiro” sente-se ainda mais desafiado, porque é ele que estará no papel de cuidador da pessoa que sofre. • O ato de cuidador do outro envolve atenção, responsabilidade, respeito, limite e até mesmo o medo; é a compreensão do outro em sua totalidade. • O cuidar envolve desafios que abordam parâmetros pessoais, profissionais e institucionais. Enfrentá-los significa envolver-se e importar-se com os resultados das ações realizadas. DEFINIÇÃO DE UM PACIENTE FPT:
• Envolve fatores clínicos, éticos e pessoais (do profissional e do
paciente) • Considera um paciente FPT como sendo aquele “cuja condição é irreversível”, independentemente de ser tratado ou não, ou seja, todo seu organismo está em fase terminal, não havendo medicamentos, cirurgias ou qualquer outra forma de tratamento que restabeleça sua saúde, tendo apenas como apoio, cuidados físicos, psicológicos e espirituais, por parte da equipe de enfermagem, na tentativa de amenizar seus sofrimentos. A BIOÉTICA:
• Diante dos pacientes FPT, a bioética é bastante atuante, pois
ela engloba questões desde o início ao término da nossa vida. É nesta ótica que devemos considerar a situação destes pacientes e respeitar a “trindade da bioética”. • Uma avaliação sistemática das implicações éticas da assistência à saúde requer consideração de quatro dos princípios básicos da bioética: - Beneficência/Não Maleficência - Autonomia - Preservação da vida - Justiça Distributiva A BIOÉTICA:
• Beneficência (fazer o bem)/Não Maleficência (não fazer o mal): Fazer
o bem ao paciente é agir em seu melhor interesse. É considerar a relação entre riscos e benefícios fundamentada em estimativas de resultado para a opção de tratamento em consideração, lembrando que o resultado de interesse é a sobrevivência e não somente a melhora de algum parâmetro fisiológico. • Autonomia: Confere aos seres humanos o direito de escolher livremente seu próprio destino e é garantido pela Lei 10.241 no Estado de São Paulo. Deve haver sempre uma relação de confiança, boa comunicação e respeito mútuo entre o médico e o paciente e seu responsáveis (pais, na maioria das vezes). A BIOÉTICA:
• Preservação da Vida: Prevalecerá sobre qualquer outro princípio.
Em situações nas quais determinados procedimentos só estão postergando a morte, o princípio do alívio do sofrimento preponderá e, agir no melhor interesse do paciente, poderá exigir a não indicação ou não manutenção de um procedimento agressivo. • Justiça Distributiva: Pretende garantir equidade de benefícios, ou seja, que cada um receba segundo suas necessidades. Os custos do tratamento devem beneficiar somente o paciente. Procurar o apoio em dados científicos fidedignos na busca dos conhecimentos baseados nas melhores evidências disponíveis é uma importante forma de respeito ao paciente e a profissão médica. CUIDADOS PALIATIVOS: • Os cuidados paliativos entram como uma alternativa para que não seja realizada a tão temida eutanásia nem a distanásia. • A dor, o sofrimento e a espiritualidade são tratados pelos cuidados paliativos, que buscam atender o ser humano na sua globalidade de ser na fase final de vida. Sua ênfase está em um trabalho multidisciplinar com atitudes de cuidados frente à realidade da finitude humana. • Os cuidados paliativos se tratar de uma filosofia de cuidados aplicáveis em todas as instituições, bem como em domicílio. • O Conselho da Europa, na sua recomendação nº.24 do Comitê de Ministros para os estados membros, tem como princípios fundamentais de cuidados paliativos: a manutenção de um nível ótimo de dor e administração dos sintomas; afirmam a vida e encaram o morrer como um processo normal, não apressam, nem adiam a morte. CUIDADOS PALIATIVOS: • Os cuidados paliativos são de responsabilidade de uma equipe multidisciplinar e não de um só profissional. Essa equipe deve ter preparo para lidar com os medos, angustias e sofrimentos do paciente e sua família, tendo sempre em mente agir com respeito frente à realidade da finitude humana e às necessidades do paciente. • A atuação da equipe multidisciplinar deve ocorrer de forma individualizada e focada na dignidade do paciente. O ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE FPT: • A função do enfermeiro perante o paciente é de cuidado e atenção buscando um ambiente tranquilo. • Baseado em atitudes éticas, o cuidar do paciente oncológico exige a presença do enfermeiro com um olhar direcionado e atento, incluindo zelo e cuidados especiais. • Na relação paciente e profissional é essencial saber ouvir, esclarecer e acompanhar decisões de forma ética, favorecendo um tratamento de qualidade. • É essencial que o enfermeiro reexamine sua atuação diante da morte e do morrer para estar disposto e aberto para tratar com tranquilidade e acolhimento a família em suas necessidades. • A interação com o paciente torna o enfermeiro capaz de entender o que o paciente quer ou não dizer. O ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE FPT: • A linguagem desempenha uma função característica de grande valor, alem do que diz o paciente, a entonação de voz, sua expressão facial, gestos, todos estas são constituintes de sua fala. Essa composição é intencional, mas fundamental para a compreensão do enfermeiro. • O enfermeiro além de possuir um conhecimento técnico – científico, ele necessita de compreender o paciente com um ser holístico, avaliando não somente a patologia com também seu aspecto psíquico. • É de extrema importância que os profissionais procurem meios para minimizar seus sofrimentos, buscando principalmente o apoio psicológico para uma melhor qualidade de vida. A VISÃO DO PACIENTE ALÉM DAS POSSIBILIDADES TERAPÊUTICAS: • O paciente, mesmo aquele além de possibilidades terapêuticas, continua um Ser Humano que merece ser respeitado em sua individualidade e em sua vontade e, principalmente, merece acesso a um serviço de saúde com qualidade, com profissionais especializados e comprometidos com a profissão que visam sanar ou diminuir as dificuldades enfrentadas por pacientes que se deparam com o limite entre a vida e a morte. • “ Meu diagnostico é Sarcoma Alveolar...não tem mais tratamento, só...ajuda assim...Ela explicou que se aplicasse a quimioterapia em mim eu iria morrer...Eu vim cinco vezes na oncologia e nunca me falaram nada, e ficava assim..., praticamente perdida a consulta.” A VISÃO DO PACIENTE ALÉM DAS POSSIBILIDADES TERAPÊUTICAS: • “Eu tinha câncer, né. Eu tinha no colo do útero, eles fizeram radioterapia, isso aí há quantos anos atrás...Ele fazia dilatação, fez biópsia e disse que não tinha câncer na bexiga. A não ser que agora tenha. Eles não falam nada pra mim...Eu pergunto, mas eles dizem que não tem...” O QUE PODE SER FEITO: • É possível melhorar nosso atendimento reconhecendo que o paciente, mesmo debilitado, é portador de direitos e deveres, deve opinar, contribuir e participar ativamente do seu processo de tratamento. Melhorar a qualidade de vida é proporcionar aquilo que o paciente mais precisa, muitas vezes é somente oferecer informação, carinho, atenção e apoio. • Se faz necessário a realização de curso de humanização, cuidados paliativos e bioética sejam inseridos como disciplina fundamental durante a graduação, pós-graduação e treinamento desses profissionais. • É necessário cada vez mais á promoção de reflexões bioéticas que auxiliam os profissionais nas tomadas de decisão e em seus comportamentos frente aos cuidados de pacientes FPT. REFERÊNCIAS • Júlio CBS, Ana Cristina VC. Cuidados Paliativos aos pacientes terminais: percepção da equipe de Enfermagem. Centro Universitário São Camilo. 2009;3(1):77-86. • Jacqueline CC, Kassandra Lopes. O Enfermeiro frente ao paciente fora de possibilidades terapêuticancológicas: uma revisão bibliográfica. Vita et Sanitas, trindade/Go, v.2, n.02,2008. UNIP. • Karina Dias GM, Leo Pessini e William Saad H. A formação em cuidados paliativos da equipe que atua em unidade de terapia intensiva: um olhar da bioética. Centro Universitário São Camilo. 2007;1(1): 34-42. • Luisa Alcântara AG e Maria Angela SP. Cuidados Paliativos: a visão de pacientes além de possibilidades terapêuticas. site: www.ssresvista.uel.br/c_v6n2_luiza.htm