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Disciplina

Estrutura, Política e Gestão Educacional

Coordenador da Disciplina

Prof. Paulo Meireles Barguil


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escrito, dos autores.
Créditos desta disciplina
Coordenação
Coordenador do Curso
Profa. Dra. Vládia Maria Cabral Borges
Coordenador de Tutoria
Prof. Ms. João Tobias Lima Sales
Coordenador da Disciplina
Prof. Dr. Paulo Meireles Barguil
Conteúdo
Autor da Disciplina
Prof. Dr. Paulo Meireles Barguil
Colaborador
Profª. Gabrielle Silva Marinho
Profa. Dra. Maria Isabel Filgueiras Lima Ciasca
Núcleo de Tecnologia da Informação
Coordenação Geral
Prof. Henrique Sérgio

Centro de Produção I - (Material Didático)


Gerente: Nídia Maria Barone
Transição Didática Formatação Design, Impressão e Audiovisual
Equipe Pedagógica Allan Santos Modelagem 3D
Elicélia Gomes José Almir da S. Costa Filho Subgerente
José André Loureiro Subgerente Ismael Furtado
Karla Colares
Maria de Fátima Silva Tiago Lima Venâncio Márllon Lima
Equipe
Ofélia Pessoa Equipe Andrea Pinheiro
Rafaelli Monteiro
Publicação
Marcelo Goulart Afonsina Soares Otacílio Vieira
Andrei Bosco
Eduardo Ferreira
Fred Lima
Iranilson Pereira

Centro de Produção II - (Desenvolvimento)


Gerente: Wellington Wagner Sarmento
Programadores
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Bruno Neves George Gomes John Cordeiro Paulo André Lima
Cleber Sena Glaudiney Moreira Lucas Abreu Rafael Costa
Ricardo Palácio

Equipe de Suporte
Gerente: Paulo de Tarso Cavalcante
Equipe de Suporte
Alex Ramos Davi Linhares Hellânio Costa
Sumário
Aula 01: Tipos de Educação. História da Educação brasileira. ............................................................. 1 
Tópico 01: Tipos de Educação: formal, não-formal e informal ................................................................ 1 
Tópico 02: A Educação Brasileira na Colônia .......................................................................................... 5 
Tópico 03: A Educação Brasileira no Império ........................................................................................ 11 
Tópico 04: A Educação Brasileira na República (1889-1930)................................................................ 15 
Tópico 05: A Educação Brasileira na República (1889-1930)................................................................ 20 
Tópico 06: A Educação Brasileira na República (1964-2010)................................................................ 25 
Aula 02: Legislação educacional. Sistema educacional brasileiro. Níveis e modalidades de ensino.
Formação dos profissionais da Educação. .............................................................................................. 30 
Tópico 01: Legislação educacional ......................................................................................................... 30 
Tópico 02: O sistema de ensino brasileiro .............................................................................................. 38 
Tópico 03: Os níveis de ensino ............................................................................................................... 41 
Tópico 04: As modalidades de ensino..................................................................................................... 44 
Tópico 05: Formação dos profissionais da Educação ............................................................................. 46 
Aula 03: Política educacional. Gestão educacional. Financiamento da Educação. Avaliação do
sistema escolar brasileiro. ........................................................................................................................ 52 
Tópico 01: Políticas públicas educacionais ............................................................................................. 52 
Tópico 02: Gestão educacional ............................................................................................................... 62 
Tópico 03: Financiamento da Educação ................................................................................................. 66 
Tópico 04: Avaliação do sistema escolar brasileiro ................................................................................ 71
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Aula 01: Tipos de Educação. História da Educação brasileira.

Tópico 01: Tipos de Educação: formal, não-formal e informal


Para assistir o vídeo de apresentação do professor acesse o ambiente SOLAR

Cada espécie da natureza, que representa um elo de uma corrente, para sobreviver requer
certas condições indispensáveis. A ausência dessas põe em perigo a perpetuação da própria coletividade,
afinal o ecossistema é uma rede complexa.

A grande maioria dos filhotes de outras espécies é


capaz de interagir razoavelmente com a natureza logo após o
nascimento ou pouco tempo depois. O mesmo não ocorre com o
bebê humano, cuja dependência em relação aos seus pais e/ou
membros adultos da comunidade é notória, pois ele é incapaz de
sobreviver apenas com o instinto.

A forma como a espécie humana se relaciona com a


natureza é totalmente diversa do padrão de comportamento das
outras espécies, pois ela não se limita a repetir as ações, mas é
capaz de avaliá-las, de confrontá-las com a realidade mutante,
transformando-as para atingir resultados cada vez mais
satisfatórios, que considerem os seus sonhos, valores, sentimentos
e saberes.

O desenvolvimento das crianças, portanto, não é mera


maturação das funções biológicas, transmitidas hereditariamente,
resulta da combinação dessas com o meio ambiente no qual
aquelas vivem e interagem.

Na família (que é o grupo social mais primário propiciador dos cuidados básicos de
alimentação, higiene e proteção), os bebês humanos (e, posteriormente, as crianças) aprendem (ou não) as
primeiras lições sobre a importância da coletividade, as quais se somam aos conhecimentos biológicos.
Posteriormente, outros espaços desempenharão esse papel educador: a rua, a escola, a Igreja, o clube ...

É no mundo que cada pessoa se realiza, que transforma (ou não) o seu potencial em ação,
expandindo a sua percepção do mistério que é a vida, envolta em suaves e agudas charadas, capazes de
surpreendê-la incessantemente. O Homem, para afirmar e indagar, não pode prescindir do mundo, pois
está intimamente ligado a ele, conforme declara Coreth (1973, p. 62): “Não há para o homem auto-
realização sem realização do mundo, auto-experiência sem experiência do mundo, nem autocompreensão
sem compreensão do mundo. Faz parte da natureza do homem ser no mundo e ter um mundo”.

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Estrutura, Política e
Gestão Educacional
Para que esse processo de auto-realização seja o mais proveitoso possível para todas as
gerações, as mais adultas devem ter consciência da sua missão ontológica – cuidar com zelo das mais
novas – e também da necessidade de propiciar e fomentar o desenvolvimento da autonomia dessas, com o
objetivo de propiciar o acréscimo da sua autoconfiança. Não é fácil para as gerações mais experientes
aceitarem essa missão. Mais difícil ainda é vivenciá-la, uma vez que elas precisam decidir o momento e o
conteúdo que incentivam e impulsionam as demais. (BARGUIL, 2006, p. 99)

Em decorrência dessa imperiosa necessidade de conviver com seu semelhante, é


compreensível que toda pessoa tenha, diariamente, situações que demandam negociação, uma vez que na
maioria das vezes as partes envolvidas têm interesses diversos. Preocupante é quando elas não conseguem
reconhecer o direito do outro de desejar e de pensar diferente e querem impor a sua opção, manifestando,
assim, a vontade de controlar a vida alheia, inibindo a salutar e necessária troca de conhecimento, que
enriquece todos os envolvidos.

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Estrutura, Política e
Gestão Educacional

O Homem está sempre aprendendo e ensinando, porém, a depender da natureza dessas


situações, a Educação pode ser formal (sistemas formais de ensino oferecidos por instituições – escolas,
faculdades, universidades e outras – públicas e particulares, nos diferentes níveis), não-formal (atividade
organizada fora do sistema de ensino, com objetivos definidos) e informal (processo contínuo,
assistemático e não organizado, que contempla as vivências cotidianas do sujeito).

Essa distinção entre os tipos de Educação não significa que eles não se enriquecem
mutuamente, sobretudo quando se assiste, cada vez mais, ao crescimento de fontes (mídias) de
informação (jornal, rádio, tv, computador, internet), as quais podem e devem ser potencializadas pela
Educação formal.

O objetivo principal da disciplina Estrutura, Política e Gestão Educacional é analisar a


Educação formal no Brasil.

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Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Leitura Complementar

Entenda melhor sobre a diferença entre os tipos de Educação:

Educação Formal
(http://www.inep.gov.br/pesquisa/thesaurus/thesaurus.asp?te1=122175&te2=
122350&te3=37488).
Educação Não-Formal
(http://www.inep.gov.br/pesquisa/thesaurus/thesaurus.asp?te1=122175&te2=
122350&te3=37499).
Educação Informal
(http://www.inep.gov.br/pesquisa/thesaurus/thesaurus.asp?te1=122175&te2=
122350&te3=37527).
O que é Educação?
(http://www.planetaeducacao.com.br/novo/impressao.asp?artigo=781).
Função social da escola (Para baixar o arquivo acesse o ambiente SOLAR).

Olhando de Perto

Visite os seguintes endereços, para saber mais sobre:

Educação Formal e Não-Formal (Para baixar o arquivo acesse o ambiente SOLAR)


Educação Não-Formal
(http://www.kinderland.com.br/anexo%5C40920052337687.doc)

Referências
BARGUIL, Paulo Meireles. Reflexões sobre a relação professor-aluno a partir das pesquisas de Piaget e
Vygotsky. In: PASCUAL, Jesus Garcia; DIAS, Ana Maria Iorio (Orgs.). Construtivismo e Educação
contemporânea. Fortaleza: Brasil Tropical, 2006. p. 93-125.

CORETH, Emerich. Questões fundamentais de Hermenêutica. Tradução Carlos Lopes de Matos. São
Paulo: EPU, 1973.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de
Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1993.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 39. ed. São Paulo:
Paz e Terra, 2009.

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Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Aula 01: Tipos de Educação. História da Educação brasileira.

Tópico 02: A Educação Brasileira na Colônia

Reflexão

A Educação formal desenvolvida em qualquer tempo e espaço sempre é influenciada por


aspectos políticos, econômicos, sociais, epistemológicos, filosóficos e psicológicos. Para
entender a estrutura educacional vigente no Brasil é necessário se conhecer a sua
História, a qual está intimamente vinculada com o contexto geral.
Durante estas aulas, vocês serão convidados a responder as seguintes questões:
- Que acontecimentos são marcantes na Educação brasileira?
- Qual é o papel da legislação na melhoria da Educação?
- Como está estruturada a Educação brasileira?
- As políticas educacionais podem modificar o quadro educacional brasileiro? Por que?
- A gestão do processo educativo tem alguma relação com a sua qualidade?
- Quais são as fontes dos recursos financeiros investidos na Educação?
- Qual é a importância de avaliar o sistema educativo? Quais são os instrumentos
utilizados atualmente?
- Que tipo de formação docente é necessária para atender as demandas da sociedade
brasileira?

Os Jesuítas foram os primeiros responsáveis pelo estabelecimento de uma rede de ensino, de


alcance mundial, com a constituição de espaços específicos, cujos princípios pedagógicos tiveram amplas
divulgação e aplicação. Desde que chegaram ao Brasil, em 1549, com Manoel da Nóbrega e seus
companheiros, eles contribuíram para a inculcação de valores e crenças sob a perspectiva do colonizador.
Essa característica, infelizmente, parece que ainda permanece no imaginário da nossa Educação, apesar
da nacionalidade daquele ter mudado...

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Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Para saber mais sobre os jesuítas

Inácio Lopes de Loyola (1491-1556), militar espanhol, preocupado com o avanço das crenças
mulçumanas, criou a Companhia de Jesus em 1534, aprovada pelo papa Paulo III, em 1540, tendo como
ardor missionário divulgar a fé cristã, num momento em que a Igreja formulava a Contra-Reforma. Diante
da dificuldade de converter os adultos, os dirigentes da Congregação se dedicaram à educação das
crianças, de modo a renovar o mundo. Com a “descoberta” de novos mundos por espanhóis e
portugueses, os Jesuítas, desde a primeira hora, acompanharam as missões de colonização.

Em razão do sucesso da primeira escola, aberta em Messina (1548), o próximo destino foi
Roma (em 1551), que serviu de modelo para as que se seguiram. No primeiro momento, as escolas
atendiam somente aqueles que pretendiam seguir a carreira missionária. Posteriormente, as matrículas
foram abertas para todos os que assim pretendessem se submeter aos rígidos padrões estabelecidos.
Objetivando uniformizar a organização e funcionamento dos colégios, foi elaborada a Ratio Studiorum,
cuja primeira versão data de 1552. Após ter sido submetida a críticas e sugestões por quase meio século,
sua publicação definitiva ocorreu em 1599, contendo quatrocentos e sessenta e seis (466) regras, que
tratam de várias questões: formação dos professores, plano de estudos, metodologia de trabalho com os
alunos, regime de avaliação, regras administrativas e disciplinares etc.

Após cerca de cento e cinqüenta (150) anos de intenso prestígio em inúmeros países europeus,
os Jesuítas começaram a sofrer pesadas críticas, em virtude do intenso poder econômico que tinham
conquistado. Em pouco menos de dez (10) anos, eles são expulsos de Portugal e das colônias (1759), da
França (1764) e Espanha e colônias (1767). O golpe mais duro, porém, ainda estava por vir: a dissolução
da Companhia, em 1773, pelo papa Clemente XIV em todo o mundo, com exceção da Prússia e parte da
Rússia. Somente em 1814, pelas mãos do pontífice Pio VII, ela foi restaurada.
Extraído de Barguil (2006, p. 200-201).

Havia uma acentuada distinção entre a Educação destinada aos descendentes dos
colonizadores – com uma forte influência escolástica, com o fito de seguirem fielmente os preceitos da
Igreja e de formação da elite colonial – e aos nativos – reduzida a dois aspectos: religioso, para a
formação de novos adeptos do catolicismo, e econômico, para a docilização da mão-de-obra. Os negros,
quando chegaram, não receberam dos educadores qualquer atenção. Freire (1993, p. 32/40) declara que a
educação empreendida pelos Jesuítas era permeada por uma ideologia de interdição do corpo, tanto em
virtude das barreiras criadas para que mulheres, índios e negros pudessem participar da vida social através
das dificuldades de terem acesso à educação, como a proibição de que homens e mulheres manifestassem
a sua sexualidade.

A instituição das escolas de ler e escrever possibilitou aos Jesuítas um fácil, prático e eficiente
método de conversão das crianças indígenas para os idéarios defendidos por eles. Acrescente-se a isso o
fato de que os colégios eram construídos com a ajuda dos índios (FRANÇA, 1994, p. 65).

Após a promulgação da Ratio Studiorum (1599) – normas (burocráticas e pedagógicas) e


conteúdos a serem cumpridos por todas as escolas vinculadas à Companhaia de Jesus, visando à formação
uniforme dos seus estudantes – que se pautava na tríade estudar, repetir e competir, a Educação nacional
privilegiou os cursos de Filosofia, Teologia e Humanidades, estruturados sobre o latim e o grego,
relegando a 2º plano o ensino elementar, do qual a maioria da população necessitava. A educação na
Colônia era incipiente – em razão da pequena clientela atendida e do conteúdo lecionado – e isolada do
restante do mundo – vários países europeus procediam a reformas nos seus modelos educacionais,
enquanto Portugal se fechava às mudanças com a defesa dos valores medievais. Acrescente-se, ainda, a
distância da Colônia em relação à Metrópole e a necessidade de se deslocar daqui para lá para concluir os
estudos, tendo como destino, na maioria das vezes, a Universidade de Coimbra, dirigida também pelos
jesuítas.
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Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Multimídia

Educação na Colônia: Jesuítas (1/2)1


Educação na Colônia: Jesuítas (2/2)2

Se o quadro já não era muito positivo, imagine o que aconteceu quando, Sebastião José de
Carvalho e Melo (1699-1782), o marquês de Pombal, em 1759, determinou, mediante Alvará, a expulsão
dos Jesuítas de todas as colônias portuguesas. Ele desejava, inspirado pelos ideais iluministas, “(...) tirar
Portugal do atraso cultural e econômico em que este submergia desde o domínio espanhol, quase há dois
séculos, e dar um passo adiante para a modernização” (FREIRE, 1993, p. 46), formando um Estado forte,
independente da Igreja, tendo sob seu controle o poder econômico detido por aquela e formando
estudantes para servir primordialmente aos interesses do País e não os da religião.

O Alvará de 28 de junho de 17593 proibiu o ensino público ou particular que não contasse
com a autorização do diretor geral dos estudos; determinou a inspeção das escolas e dos professores e a
necessidade desses prestarem exames, o que representou um avanço; reestruturou o ensino médio em
aulas avulsas de Latim, Grego, Filosofia e Retórica, desmontando o curso regular instituído pelos
Jesuítas, o que foi um retrocesso.

Para saber mais sobre a reforma educacional empreendida por Pombal

As aulas régias eram autônomas e isoladas, com professor único e uma não se articulava com
as outras. Destarte, o novo sistema não impediu, a continuação do oferecimento de estudos nos
seminários e colégios das ordens religiosas que não a dos jesuítas (Oratorianos, Franciscanos e
Carmelitas, principalmente).

Em lugar de um sistema mais ou menos unificado, baseado na seriação dos estudos, o ensino
passou a ser disperso e fragmentado, baseado em aulas isoladas que eram ministradas por professores
leigos e mal preparados.

Com a implantação do subsídio literário, imposto colonial para custear o ensino, houve um
aumento no número de aulas régias, porém ainda muito precário devido à escassez de recursos, de
docentes preparados e da falta de um currículo regular. Ademais, vemos uma continuidade na
escolarização baseada na formação clássica, ornamental e europeizante dos jesuítas, isto porque a base da
pedagogia jesuítica permaneceu a mesma, pois os padres missionários, além de terem cuidado da
manutenção dos colégios destinados à formação dos seus sacerdotes, criaram seminários para um clero
secular, constituído por “tios-padres” e “capelães de engenho”, ou os chamados “padres-mestres”. Estes,
dando continuidade à sua ação pedagógica, mantiveram sua metodologia e seu programa de estudos, que
deixava de fora, além das ciências naturais, as línguas e literaturas modernas, em oposição ao que
acontecia na Metrópole, onde as principais inovações de Pombal no campo da educação como o ensino
das línguas modernas, o estudo das ciências e a formação profissional já se faziam presentes. Por isso, se
para Portugal as reformas no campo da educação, que levaram a laicização do ensino representou um
avanço, para o Brasil, tais reformas significaram um retrocesso na educação escolar com o
desmantelamento completo da educação brasileira oferecida pelo antigo sistema de educação jesuítica,
melhor estruturado do que as aulas régias puderam oferecer.
Extraído de Seco e Amaral (2007).

1
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=ic28PaXiM14
2
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=HGr_MQMWPfY
3
Fonte: http://www.unicamp.br/iel/memoria/crono/acervo/tx12.html
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Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Multimídia

Educação na Colônia: Pombal (1/3)4


Educação na Colônia: Pombal (2/3)5
Educação na Colônia: Pombal (3/3)6

Com a vinda da corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, D. João VI criou a Impressão Régia,
a Biblioteca Pública, o Jardim Botânico e o Museu Nacional, tendo em vista a imperiosa necessidade de
dotar a Colônia de uma infra-estrutura mínima. Neste período, foram instaladas poucas unidades, nos
diferentes níveis, em vários locais do País, para atendimento das exigências dessa nova sociedade. Em
razão da defesa do território, são criadas a Academia Real da Marinha e a Academia Real Militar. A
demanda por médicos e cirurgiões possibilitou a instauração, no Rio de Janeiro, dos cursos de Cirurgia,
Anatomia e Medicina (RIBEIRO, 1989, p. 40). Registre-se, também, a instauração, na Bahia, dos cursos
de Cirurgia, Economia, Agricultura, Química e Desenho Técnico.

4
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=LLp6dcAaQes
5
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=D-7TcpO08Mo
6
http://www.youtube.com/watch?v=KfqFQtD4QE0
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Estrutura, Política e
Gestão Educacional

O ensino primário continuava restrito ao mero ler e escrever, representando ao mesmo tempo
um preparo para o ensino secundário e a possibilidade de ocupar pequenos cargos burocráticos. Enquanto
isso, o ensino secundário, ainda estruturado nas aulas régias, teve a implantação de outras modalidades:
Matemática, Desenho, História, Inglês e Francês.

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Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Leitura Complementar

Escolha algum tema para complementar seus estudos:


• A Educação no Período Jesuítico7
• Ratio Studiorum e a missão no Brasil (Acesse o SOLAR)
• A Educação no Período Pombalino 8
• A Educação no Período Joanino9
• Sistema de aulas régias instituído pela Reforma Pombalina 10

Olhando de Perto

• Hegemonia Jesuítica(Acesse o SOLAR)


• Reforma Pombalina(Acesse o SOLAR)
• Educação Brasileira no período pombalino(Acesse o SOLAR)

Referências
BARGUIL, Paulo Meireles. O Homem e a conquista dos espaços – o que os alunos e os professores
fazem, sentem e aprendem na escola. Fortaleza: Gráfica e Editora LCR, 2006.

FRANÇA, Lilian Cristina Monteiro. Caos – Espaço – Educação. São Paulo: Annablume, 1994.

FREIRE, Ana Maria Araújo. Analfabetismo no Brasil. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1993.

RIBEIRO, Maria Luisa Santos. História da Educação Brasileira – A organização escolar. 9. ed. São
Paulo: Cortez, 1989.

SECO, Ana Paula; AMARAL, Tania Conceição Iglesias do. Marquês de Pombal e a reforma
educacional brasileira. Disponível em: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/textos_
introdutorios_periodos/intr_%20periodo%20pombalino%20Ana%20Seco.doc. Acesso em: 26 set. 2007.

7
Fonte: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb02.htm
8
Fonte: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb03.htm
9
Fonte: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb04.htm
10
Fonte: http://coralx.ufsm.br/revce/revce/2005/02/a2.htm
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Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Aula 01: Tipos de Educação. História da Educação brasileira.

Tópico 03: A Educação Brasileira no Império

A Proclamação da Independência do Brasil, em 1822, não modificou o panorama da


Educação Nacional. O que se observa no cenário nacional, desde então, é a tentativa do Poder Público
(federal, estadual e municipal) de transformar a realidade através da lei, o que, via de regra, não trouxe os
resultados esperados em virtude da falta de suporte financeiro, que evidencia a falta de compromisso
político dos governantes para resolver os problemas educacionais estruturais seculares: falta de
professores, precariedade das escolas, falta de material didático adequado...

Deve ser destacado, desse período, o início da legislação nacional: o Decreto, de 1823, que
instituiu o Método Lancaster11, conhecido como ensino mútuo, no qual os estudantes com maior
aproveitamento (monitores ou decuriões) auxiliavam os demais, cada monitor/decurião orientava dez
colegas; a Constituição Brasileira12, outorgada em 1824, no seu art. 179, inciso XXXII, garante “A
Instrucção primaria e gratuita a todos os Cidadãos”, e a Lei da Instrução Pública13, de 15 de outubro de
1827, que estabelece, no seu art. 1º: “Em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos haverão as
escolas de primeiras letras que forem necessárias”.

O Ato Adicional de 183414, que instituiu a Regência Una, no seu art. 10, inciso II,
descentralizou o ensino, mantendo a competência da União para legislar sobre o ensino superior e
atribuindo às províncias a responsabilidade pela escola primária e secundária.

11
Fonte: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_metodo_lancaster.htm
12
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao24.htm
13
Fonte: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/fontes_escritas/3_Imperio/lei 15-10-1827 lei do ensino de primeiras
letras.htm
14
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ato_Adicional
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Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Leitura Complementar

Ato Adicional de 1834 15

Em 1837, na cidade do Rio de Janeiro, é fundado o Colégio Pedro II16, que, sob as bençãos da
Coroa, deveria ser o padrão de escola secundária. Tal intenção, porém, não se materializou, uma vez que
as suas condições de funcionamento eram bem melhores que as dos colégios das províncias, que
careciam, dentre outras coisas, de professores qualificados. Para diminuir tal deficiência, foram instaladas
as escolas normais em Niterói (1835), Bahia (1836), Ceará (1845) e São Paulo (1846), o que não atendia a
grande demanda. Na República, o Colégio Pedro II continuou a ser referência educacional a nível
secundário para ginásios estaduais e escolas particulares.

A partir de 1840, a economia do Império, antes baseada na produção açucareira do Nordeste,


encontra no café um novo produto de exportação, estabelecendo uma nova sociedade, pois as cidades
começaram a ocupar um papel de destaque na economia nacional, em substituição ao campo. A
acumulação de capitais deu início à industrialização, exigindo uma mão-de-obra apta a lidar com as
máquinas, responsabilidade atribuída à educação. A resposta estatal ocorreu, embora que timidamente: a
maior parte das medidas ficou circunscrita ao Município da Corte. A criação das escolas normais, apesar
de algumas dificuldades – os cursos eram noturnos, o que implicava a realização de poucas aulas práticas,
não havia garantia da profissionalização, além da má preparação dos professores – permitiu uma discreta
melhoria da qualidade do ensino primário, ainda restrito às aulas de leitura, escrita e cálculo.

A instrução secundária, cuja responsabilidade pela organização era das províncias, ainda era
marcada pelas aulas régias, o que contribuía para que fosse vista apenas como um passaporte para o
ensino superior, devendo preparar os estudantes aos exames de admissão. Quanto ao ensino superior, os
cursos se restringiam aos: jurídicos, em Olinda e São Paulo; médicos, na Bahia e Rio de Janeiro;
militares, no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Fortaleza; de minas, em Ouro Preto; de marinha e
ensino artístico, no Rio de Janeiro; e de ensino religioso, em 6 seminários.

Entre 1832 e 1850, vários relatórios foram escritos sobre a educação, tendo em comum os
seguintes pontos: quadro caótico da educação primária, insuficiência do método lancasteriano,
preocupação com a qualidade dos prédios escolares, necessidade de fiscalização das escolas, quadro
docente muitas vezes despreparado para desempenhar a contento a sua função.

A Reforma de Couto Ferraz, de 1854, revela a tentativa do Governo Federal de criar normas
que orientassem a educação nacional, ampliadas com o Decreto de Leôncio de Carvalho, de 1878, o qual
precisava da aprovação do Legislativo, motivo pelo qual Rui Barbosa (1849-1923)17 elaborou dois
pareceres, em 1882: um sobre o ensino secundário e superior e o outro sobre o ensino primário e
instituições complementares. A partir da relação estabelecida entre desenvolvimento econômico, político
e social de algumas nações, com o grau da instrução primária alcançado, o Parecer apontava a educação
como o caminho a ser trilhado na extinção da ignorância que assolava a nossa pátria, propondo a criação
de um Ministério da Instrução Pública. Uma novidade consistia na defesa da implantação, no Brasil, dos
jardins de infância, inspirados nos kindergartens propostos por Friedrich Fröbel (1782-1852) na década
de 30, destinados às crianças de 3 a 7 anos.

15
Fonte: http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=1033609
16
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Colégio_Pedro_II
17
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rui_Barbosa
12
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Leitura Complementar

Fröbel (Acesse o SOLAR)

A 2ª metade do século XIX foi marcada pela implantação de estabelecimentos de nível


secundário dedicados ao público feminino. Até então, somente uma pequena parcela da população
feminina recebia aulas de primeiras letras, prendas domésticas e boas maneiras, sendo que uma parcela
ainda mais reduzida é que tinha acesso ao estudo das línguas modernas, de ciências e disciplinas
pedagógicas.

Quanto mais o café gerava riqueza para os fazendeiros paulistas, mais decaía a importância do
açúcar na economia nacional. É interessante lembrar que essa aristocracia tradicional estava
profundamente ligada à Monarquia, enquanto a emergente aristocracia não tinha vínculos tão profundos
com tal regime, o que contribuiu para que paulatinamente essa desejasse maior participação nas decisões
do Governo, o que levou à fundação do Partido Republicano, em 1870.

É nesse contexto de mudança que as novas ideias ganham cada vez mais espaço, notadamente
as relacionadas ao Positivismo18, cujo maior expoente foi Augusto Comte (1798-1857). Refutando o
pensamento católico conservador, os republicanos defendiam a posição de que a Ciência deveria guiar os
passos da sociedade, imprimindo-lhe o progresso tão almejado em todos os recantos do País.

Estima-se que, em 1867, apenas 10% da população tinha acesso à escola primária. O
analfabetismo, em 1890, atingia a marca de 67,2%, revelando a falta de zelo do Poder Público nesse
período pela Educação (ARANHA, 2002, p. 154-155).

Assistiu-se, portanto, desde o final do século XVIII e boa parte do século XIX até a
proclamação da República, a uma série de medidas isoladas – instituição das aulas régias, criação das
escolas de primeiras letras e escolas normais, reformas educacionais... – as quais foram insuficientes para
elaborar um sistema educacional nacional.

18
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Positivismo
13
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Leitura Complementar

A Educação no Período Imperial19

O Império e as primeiras tentativas de Organização da Educação Nacional20

Multimídia

Educação no Império: Educação Secundária (1/3)21

Educação no Império: Educação Secundária (2/3)22

Educação no Império: Educação Secundária (3/3)23

Olhando de Perto

Crianças e escolas na passagem do Império para a República24

Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2002.

BARGUIL, Paulo Meireles. O Homem e a conquista dos espaços – o que os alunos e os professores
fazem, sentem e aprendem na escola. Fortaleza: Gráfica e Editora LCR, 2006.

BATISTA, Maria Aparecida Camargo. O primeiro “kindergarten” na província de São Paulo. 1996.
Dissertação (Mestrado em Educação). USP, São Paulo.

BENITO, Agustín Escolano. Tiempos y espacios para la escuela – Ensayos históricos. Madrid:
Biblioteca Nueva, 2000.

FRAGO, Antonio Viñao. Do Espaço escolar e da escola como lugar: propostas e questões. In: FRAGO,
Antonio Viñao; ESCOLANO, Agustín. Currículo, espaço e subjetividade: a arquitetura como
programa. Tradução Alfredo Veiga-Neto. Rio de Janeiro: DP&A, 1998. p. 59-139.

19
Fonte: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb05.htm
20
Fonte: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/periodo_imperial_intro.html
21
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=mNMvgOHkDPA
22
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=JFPSvYtmWXo
23
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=BzFj7Qx7OME
24
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-01881999000100004&script=sci_arttext&tlng=en
14
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Aula 01: Tipos de Educação. História da Educação brasileira.

Tópico 04: A Educação Brasileira na República (1889-1930)

Com a Proclamação da República, a situação mudou ... no discurso e, efetivamente, pouco no


concreto! Conforme Faria Filho (2000, p. 27-28), estima-se que, na primeira década do século passado,
cerca de 5% da população em idade escolar era atendida pela instrução pública, conforme estimativa do
próprio Estado. Isso, porém, não era o pior: a baixa qualidade da escola era denunciada por inúmeros
diagnósticos que relatavam a desorganização do sistema de instrução, o despreparo (para não dizer
incompetência) da maioria dos professores. A produtividade dessa escola era baixíssima: a frequência
estava perto de 50% dos matriculados e o aproveitamento oscilava entre 30 e 40% dos frequentes, quando
muito. Esses dados permitem-me concluir que apenas 1% da população nacional obtinha sucesso na
escola!

Multimídia

Educação na República: Alfabetizar... Ou Alfabetizar (1/2)25

Educação na República: Alfabetizar... Ou Alfabetizar (2/2)26

A escola isolada é uma resposta muito precária diante da necessidade de um espaço adequado
para fomentar a socialização das crianças. O processo era simples: um professor, ou quem as suas vezes
quisesse fazer, devia encontrar na sua região um número mínimo de crianças e, assim, requeria a criação
de uma cadeira de instrução primária no local. Essa costumava agregar estudantes de níveis diferentes. A
pressão social, manifestada via de regra por abaixo-assinados, contribuía para que a demanda fosse
atendida pelo governo, estabelecendo, dessa forma, uma proximidade da comunidade com o professor, o
qual precisaria, mediante uma conduta moral e pedagógica, fazer jus à confiança nele depositada. Ao
mesmo tempo, o professor vinculava-se ao Estado, numa relação de mão dupla: esse pagava o salário
daquele que se submetia à fiscalização empreendida pelo poder público, uma vez que as estatísticas
escolares efetuadas pelos próprios educadores, por vezes, eram eivadas de fraudes ... (FARIA FILHO,
2000, p. 28-29)

25
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=aLxB2vP8UN8
26
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=KGF26GUfAlo
15
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
Conforme os relatórios dos inspetores e das autoridades de ensino, esse panorama se
perpetuava em virtude de um precário sistema de inspeção do trabalho escolar e das péssimas condições
de trabalho: além do tradicional baixo salário, os inadequados locais e materiais didáticos, dentre outros.
Muitas dessas escolas funcionavam na casa do próprio professor, não apenas em salas, tendo caixotes
servindo como mesas e cadeiras, desprovidas, ainda, de um mínimo de higiene, ensejando críticas de que
essa educação pública jamais realizaria a tarefa salvacionista, própria do ideário republicano, pois pouco
contribuía para a “integração do povo à nação e ao mercado de trabalho assalariado”. Diante desse
quadro, é que surge um movimento para “refundar a escola pública”. (FARIA FILHO, 2000, p. 30).

É nesse contexto que a concepção do grupo escolar é adotada como a solução dos crônicos
problemas da Educação Nacional, possibilitando a transição “do arcaico para o moderno, do velho para o
novo, dos pardieiros aos palácios”. (FARIA FILHO, 2000, p. 21). Para tanto, ele deveria propiciar novos
ritos e símbolos escolares, elaborar outra identidade para os profissionais envolvidos na missão, o que
ocorreria dentro de uma mudança mais profunda que contemplava a organização do ensino, das suas
metodologias e conteúdos, a construção de espaço e tempo escolares, uma nova identidade, baseada numa
divisão racional do trabalho, além da possibilidade de maior controle dos atores pedagógicos (FARIA
FILHO, 2000, p. 31/34-35).

Parada Obrigatória

Prédios escolares no início da República(Acesse o SOLAR)

Os ideais positivistas, que inspiraram a proclamação da República, ganham espaço no cenário


nacional, inclusive na Educação. Em 1890, é colocada em prática a Reforma Benjamim Constant, que
tinha como princípios a liberdade e laicidade do ensino, além da gratuidade do ensino primário. Freire
(1993, p. 184/190) afirma que a Reforma de Benjamim Constant – que parece ter contemplado algumas
propostas do projeto de Rui Barbosa, apesar de conter alguns pontos que sugeriam revelar o esforço para
se descentralizar a Educação, bem como para empreender uma ampla alfabetização no Território
Nacional – está permeada de aspectos em favor da centralização e de uma concepção elitista de Educação.

A Constituição de 189127 determina a descentralização do ensino, cabendo à União legislar


sobre o ensino superior na Capital Federal, delegando aos estados a responsabilidade de organizar todo o
seu sistema escolar. A Educação na República é marcada desde o início por três características: i) a

27
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao91.htm
16
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
tendência de se querer modificar a realidade através da implantação de reformas, de leis – a de Epitácio
Pessoa (1901), a de Rivadávia Corrêa (1911), a de Carlos Maximiliano (1915) e a de Luís Alves/Rocha
Vaz (1925), que refletiam a tendência de ora valorizar mais o lado literário, ora o lado científico; ii) a
inconstância política do governo federal em assumi-la, expressa na oscilização entre centralização x
descentralização; iii) a preocupação com o analfabetismo.

Quando da Proclamação da República, para os nacionalistas, o Brasil tinha “(...) dois grandes
'inimigos': o externo, os estrangeiros que poderiam nos invadir contaminados pela prática das guerras na
Europa; e o interno, a 'chaga nacional', o analfabetismo” (FREIRE, 1993, p. 180). Assim, a alfabetização
deveria tanto formar os jovens para o serviço à Pátria, como para eliminar aquela praga que nos assolava.

Para saber mais sobre a Educação no início do século XX

Em 1915, foi criada no Clube Militar do Rio de Janeiro a Liga Brasileira Contra o
Analfabetismo, sendo seu principal objetivo dar de presente ao País no centenário da sua Independência a
erradicação do analfabetismo. Ela desejava conseguir a obrigatoriedade do ensino primário, encargo a ser
assumido pelo poder central. Através de jargões carregados para designar o analfabetismo – "muralhas do
obscurantismo", "praga negra", "maior inimigo do Brasil", "vergonha que não pode continuar", "mais
funesto de todos os males ", "cancro social da nossa Pátria" –, seus membros defendiam uma guerra para
tirar da escuridão todos aqueles que se encontravam presos nas suas garras, pois o País pagava um alto
preço.

Havia uma identificação pejorativa entre o analfabeto e o seu valor como pessoa. Por uma
série de razões históricas, durante séculos, o negro foi considerado como inferior, fosse do ponto de vista
moral, fosse devido à cor da sua pele. Agora, mais um fardo lhe é acrescentado, denegrindo a sua
imagem: o fato de ser analfabeto. O pior de tudo isso é o fato desse preconceito esconder as verdadeiras
raízes do problema: fatores econômicos e políticos (FREIRE, 1993, p. 201/206).

Um fato relevante desse período é o início da coleta de dados quantitativos, os quais nos
forneceram um quadro vexatório a que a educação nacional estava submetida, revelando a pouca eficácia
das políticas educacionais dos governos federais empreendidas até então. Por outro lado, eles instigaram
discussões políticas sobre a premência da alfabetização no Território Nacional, pois permitiram o
acompanhamento da evolução dessa realidade. Eles também denunciaram o progressivo aumento da
clientela escolar, bem como o incremento da quantidade de alunos aprovados, além da diminuição do
analfabetismo. A existência de classes conjugadas – um professor ensina ao mesmo tempo crianças de
diferentes séries – ainda é uma realidade! Os desafios atuais são a melhoria da qualidade do ensino, para o
que devem ser enfrentadas as seguintes questões: qualificação do corpo docente, currículo, material
didático, dentre outras.

Apesar da maior quantidade de alunos ingressando na faculdade, ainda em número reduzido,


se considerado o universo de pessoas que ingressam na escola, o título de doutor ainda tem um certo
status social, embora não seja garantia de emprego. Deve-se, ainda, alertar para a existência de uma forte
tendência literária, pois o conteúdo científico apresentado costuma ter o cunho enciclopédico, despido do
caráter investigativo. Há de se observar, ainda, a existência do ensino profissionalizante, destinado
primordialmente aos membros das camadas menos favorecidas, uma vez que o ensino literário objetivava
a formação das elites.

Extraído de Barguil (2000, p. 258-260).

17
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
As décadas de 10 e 20 foram marcadas por uma série de acontecimentos sociais: O
Anarquismo28 – tendo inclusive fundado algumas escolas, que em razão da falta de apoio oficial não
prosperaram (FREIRE, 1993, p. 207) – o Modernismo29 – caracteriza-se pela busca de imprimir às
diversas manifestações culturais um estilo nacional, cuja expressão maior se deu com a Semana de Arte
Moderna30 de São Paulo (1922) – o Tenentismo31 – representando a insatisfação de segmentos da classe
média e de militares de patente superior com as decisões políticas do governo central, notadamente no
que se refere ao apoio à oligarquia cafeeira, cujo marco foi O Levante do Forte de Copacabana, também
conhecido como os 18 do Forte, em 1922 - a Revolução Paulista de 192432 e a Coluna Prestes33, que
percorreu o interior do País de 1924 a 1927, propagando ideias contra o governo federal.

Os anos 20 assistiram a um fenômeno semelhante ao que havia ocorrido no final da


Monarquia – quando o poder dos produtores ligados ao açúcar foi transferido aos produtores de café –
pois esses, paulatinamente, em consequência das sucessivas crises do café no cenário internacional, foram
perdendo a sua força econômica, bem como a política, para os emergentes burgueses ligados à nascente
indústria nacional. Como decorrência direta, reformas educacionais foram implementadas no nível
primário em vários estados – Ceará (1922), Bahia (1925), Minas Gerais (1927) e Pernambuco (1928) –
bem como no Distrito Federal (1928), todas sob a influência da Escola Nova.34

Multimídia

Escola Nova35

A Educação na Primeira República é marcada por dois movimentos ideológicos: entusiasmo


da educação e otimismo pedagógico. Enquanto o primeiro tinha um caráter mais quantitativo, enfatizando
a expansão da rede escolar e a alfabetização do povo, o segundo, com uma perspectiva qualitativa, visava
à otimização do ensino, com a melhora das condições didáticas e pedagógicas da rede.

Do ponto de vista pedagógico, três correntes/concepções pedagógicas compuseram o cenário


da Educação, cada uma delas associada a um setor social: Tradicional, Nova e a Libertária. Nas décadas
seguintes, as ideias das duas primeiras continuaram a polarizar a discussão sobre os rumos da Educação
Nacional.

Multimídia

Educação na República: Alfabetizar ... para Votar (1/2)36

Educação na República: Alfabetizar ... para Votar (2/2)37

28
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Anarquismo
29
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernismo
30
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Semana_de_Arte_Moderna
31
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tenentismo
32
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_Paulista_de_1924
33
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Coluna_Prestes
34
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_Nova
35
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Lr5xe2LXoqs
36
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=YfLP164dQ1U
37
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=XNw-D_Rp7ts
18
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Leitura Complementar

A Educação na 1ª República38

Olhando de Perto

Visite os seguintes endereços, para saber mais sobre:

Educação e Sociedade na Primeira República(Acesse o SOLAR)

Primeira República: Educação e Iluminismo39

A Educação Libertária40

A Educação Anarquista no Brasil41

A Educação Anarquista em São Paulo42

A quem cabe educar?43

Referências
BARGUIL, Paulo Meireles. Há sempre algo novo! – Algumas considerações filosóficas e psicológicas
sobre a Avaliação Educacional. Fortaleza: ABC Fortaleza, 2000.

______. O Homem e a conquista dos espaços – o que os alunos e os professores fazem, sentem e
aprendem na escola. Fortaleza: Gráfica e Editora LCR, 2006.

FARIA FILHO, Luciano Mendes de. Dos Pardieiros aos palácios: cultura escolar e urbana em Belo
Horizonte na Primeira República. Passo Fundo: Universidade de Passo Fundo, 2000.

FREIRE, Ana Maria Araújo. Analfabetismo no Brasil. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1993.

WOLFF, Silvia Ferreira Santos. Espaço e Educação: os primeiros passos da arquitetura das escolas
públicas paulistas. 1992. Dissertação (Mestrado em Arquitetura). USP, São Paulo.

38
Fonte: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb06.htm
39
Fonte: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/textos_introdutorios_periodos/intr_primeira republica Jorge.doc
40
Fonte: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_frames/artigo_015.html
41
Fonte: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_frames/artigo_052.html
42
Fonte: 04_arquivos/Educacao_Anarquista.pdf
43
Fonte: 04_arquivos/A_Quem_Cabe_Educar.pdf
19
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Aula 01: Tipos de Educação. História da Educação brasileira.

Tópico 05: A Educação Brasileira na República (1889-1930)

Após a Revolução de 1930, Getúlio Vargas44 ascende ao poder, representando o setor ligado à
industrialização, voltada principalmente ao consumo interno, daí originando-se a sua ideologia –
nacional-desenvolvimentista – em oposição ao modelo anterior pautado na agricultura voltada ao
mercado externo. Nesse ano, é criado o Ministério da Educação e Saúde Pública. Em 1931, ocorreu a
reforma de Francisco Campos, destinada ao ensino superior, secundário e comercial.

Em 1932, é lançado o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova45, cujos educadores, por
entenderem que a Educação Tradicional incentivava o individualismo, próprio de uma concepção
burguesa, defendiam uma Escola Nova46 com os seguintes princípios: i) ensino laico, gratuito e
obrigatório; ii) escola única e comum, não atendendo a privilégios de uma minoria; e iii) professores com
formação universitária.

O Manifesto se constituiu, portanto, num marco da luta por melhores condições de ensino no
Brasil, aprofundando ainda mais a discussão de dois grupos de educadores sobre os rumos da educação
nacional. Por um lado, havia quem defendia a ideia de que a Educação deveria ser subordinada à doutrina
religiosa, em separado (no que se refere ao sexo dos estudantes), diferenciada para os sexos, particular e
atribuindo à família a responsabilidade pela atividade educacional. Do outro, defendia-se a laicidade, a
co-educação, a gratuidade e a responsabilidade pública pela Educação. Todos concordavam com a
extinção do monopólio do Estado sobre a Educação, para que essa ficasse livre das ideologias de esquerda
e de direita.

44
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Getúlio_Vargas
45
Fonte: http://turmaz.files.wordpress.com/2007/03/manifesto-dos-pioneiros.doc
46
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_Nova
20
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Multimídia

Os Pioneiros da Educação Nova (1/2)47

Os Pioneiros da Educação Nova (2/2)48

Parada Obrigatória

A Educação nos anos 1930.49

Gustavo Capanema50, que foi ministro da Educação e Saúde Pública, no período de 1934 a
1945, formulou várias Leis Orgânicas do Ensino51, que foram promulgadas a partir de 1942.

As Constituições de 193452, 193753, 194654, 196755 e 198856 dedicaram capítulos inteiros à


Educação, manifestando a crescente preocupação dos legisladores sobre o tema. Conforme veremos na
próxima aula, a Lei não tem força para transformar a realidade, embora permita que se lute pela sua
implementação. É importante, por exemplo, que exista um comando constitucional determinando um
limite mínimo para aplicação dos recursos dos municípios, dos estados e da União na Educação. A
gratuidade e a obrigatoriedade do ensino devem ser buscadas paralelamente à sua qualidade.

Um fato importante na Educação Nacional foi que a Constituição de 1946 determinou a


competência da União para elaborar a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB),
inaugurando uma fase de intensos debates sobre os caminhos educacionais. Nesse sentido, dois anos
depois, o Ministro da Educação e Saúde, Clemente Mariani, enviou ao Congresso Nacional um projeto de
lei, o qual só foi aprovado em 1961 (Lei nº 4.024). Em 1953, Getúlio Vargas cria o Ministério da
Educação e Cultura (MEC), separando-o da Saúde.

Os temas centrais dos debates que ocorreram durante a discussão desta LDB foram: a
centralização ou descentralização da Educação, os princípios da escola pública e da particular e o
financiamento. Dois grupos polarizaram o acirrado debate: estatista e liberalista. O primeiro defendia que
o Estado tem a responsabilidade de educar, formando o indivíduo (cidadão) para o bem da sociedade,
sendo a escola particular uma concessão do poder público. O segundo entendia que a Educação é um
dever da família (e não do Estado), a qual deve escolher entre as escolas particulares aquela que lhe
agrada, cabendo ao Estado conceder, a quem necessitasse, bolsas de estudo para permitir o acesso
àquelas. É importante destacar que esses grupos já vinham lutando pela implantação das suas ideias desde
o início dos anos 1930. Em 1959, um grupo de mais de 150 intelectuais lança um novo documento –
Manifesto dos Educadores: mais uma vez convocados57 – no qual, em prol de uma educação democrática,

47
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=f6LTmh7Vn04
48
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Ybp6pzgLyQ8
49
Fonte: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/textos_introdutorios_periodos/intr_governo vargas Azilde.doc
50
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Gustavo_Capanema
51
Fonte: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_leis_organicas_de_ensino_de_1942_e_1946.htm
52
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao34.htm
53
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao37.htm
54
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao46.htm
55
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao67.htm
56
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm
57
Fonte: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/doc2_22e.pdf
21
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
reafirmam os princípios do Manifesto de 1932: a igualdade de oportunidades para todos, a liberdade de
pensamento, a escola democrática e progressista.

No governo de Juscelino Kubitschek58, houve uma crescente participação do capital


estrangeiro na economia nacional, o que já havia sido uma das causas que levaram o presidente Getúlio
Vargas ao suicídio – pois ele defendia o fortalecimento da economia brasileira a partir de empresas
nacionais. Se por um lado a maior participação das divisas internacionais permitiu o enriquecimento do
País, inspirando um movimento conhecido como nacional-desenvolvimentismo, por outro manteve e
aprofundou certas estruturas sociais injustas, como, por exemplo, o isolamento da região nordestina e a
política agrária.

Parada Obrigatória

Nacional-desenvolvimentismo.(Acesse o SOLAR)

A Lei nº 4.024/61 organizou o ensino da seguinte forma:


Nível Duração
Ensino Primário 4 anos
Ciclo Ginasial do Ensino Médio 4 anos
Ciclo Colegial do Ensino Médio 3 anos
Ensino Superior variável
Devem ser citadas as seguintes características:
• A passagem do Primário para o Ensino Médio (ciclo Ginasial) era feita através de uma prova de
acesso: Exame de Admissão.
• No Ensino Médio, os ciclos Ginasial e Colegial eram divididos em: secundário, comercial, industrial,
agrícola, normal e outros.

Os anos 60 foram marcados por uma profunda inquietação social, merecendo destaque os
movimentos de educação popular: os centros populares de cultura (CPC), os movimentos de cultura
popular (MCP) e o Movimento de Educação de Base (MEB). A contribuição de Paulo Freire59 para esta
efervescência cultural, com forte preocupação social e política, é intensa, não somente por ter formulado
um método de alfabetização, num país com grande contingente de pessoas iletradas, mas devido à
concepção de conhecimento, de Educação a ela vinculada. Ler a palavra e ler a realidade, para
compreender e atuar no mundo, denunciando, desta forma, a educação bancária, a qual não percebe os
estudantes como sujeitos, que interpretam e criam significado, mas, tão-só, gavetas para guardar
informações que poderão ser úteis no futuro...

O sucessor de Juscelino foi Jânio Quadros, que renunciou ao governo em 25 de agosto de


1961. Os ministros militares impediram a posse do vice de Jânio, João Goulart (Jango)60, a qual só se
efetivou, após duas semanas, com a implantação do Parlamentarismo. Com a restauração do
Presidencialismo, no início de 1963, Jango propôs realizar as mudanças que julgava necessárias para
corrigir a economia nacional. O embate social a que se assistiu entre os que eram a favor e contrários a
essa proposta foi grande e culminou com o movimento militar de 1964.61

58
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Juscelino_Kubitschek
59
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Freire
60
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/João_Goulart
61
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_de_1964
22
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Leitura Complementar

A Educação na 2ª República62
A Educação no Estado Novo63
A Educação na Nova República64
O Manifesto dos Educadores (1959) à luz da História65
A “geração Capanema” contesta nos anos 6066

Multimídia

Educação na República: Democratização (1/2)67


Educação na República: Democratização (2/2)68

Olhando de Perto

Escolha um assunto de sua preferência:


A Educação e o Nacional-Desenvolvimentismo69
A efervescência cultural dos anos 196070
A formação do professor primário71
A ideia da ascensão social via Educação 72
As reformas educacionais e a formação de professores73
O público e o privado na Educação74
O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova(Acesse o SOLAR)
O Movimento de Educação de Base75
LDB de 1961: disputa entre escola pública e escola privada.76

62
Fonte: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb07.htm
63
Fonte: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb08.htm
64
Fonte: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb09.htm
65
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/es/v28n99/a13v2899.pdf
66
Fonte: http://www.rj.anpuh.org/resources/rj/Anais/1998/autor/Marilena Ramos Barboza.doc
67
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=YSbXYSdJ_2Q
68
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=YAGejbVm18Y
69
Fonte: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/textos_introdutorios_periodos/Intr_nacional-desenvolvimentismo
Nelito.doc
70
Fonte: 05_arquivos/efervescencia_cultural_1960.pdf
71
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_frames/artigo_055.html
72
Fonte: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_frames/artigo_023.html
73
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_frames/artigo_039.html
74
Fonte: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_frames/artigo_064.html
75
Fonte: http://www.alasru.org/cdalasru2006/08 GT Delma P. Neves.pdf
76
Fonte: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/art10_22.pdf
23
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Referências
ANDREOTTI, Azilde L. O Governo Vargas e o equilíbrio entre a Pedagogia Tradicional e a
Pedagogia Nova. Disponível em: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/textos_introdutorios
_periodos/intr_governo%20vargas%20Azilde.doc. Acesso em: 26 set. 2007.

NASCIMENTO, Manoel Nelito M. Educação e Nacional-Desenvolvimentismo no Brasil. Disponível


em: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/textos_introdutorios_periodos/Intr_nacional-desenvol
vimentismo%20Nelito.doc. Acesso em: 26 set. 2007.

24
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Aula 01: Tipos de Educação. História da Educação brasileira.

Tópico 06: A Educação Brasileira na República (1964-2010)


As reformas empreendidas, nos anos 1960 e 1970, no cenário educacional, expressavam o
momento nacional: desenvolvimento. O desafio do ensino, portanto, era formar o capital humano, o que
demandava uma estreita relação entre Educação e mercado de trabalho. Essas duas décadas sofreram
grande influência norte-americana, inclusive nos caminhos da Educação Nacional, explicitada pelos
acordos MEC/USAID, e que fundamentaram a orientação das leis editadas posteriormente.

Parada Obrigatória

Adequação do Brasil às demandas internacionais. (Acesse o SOLAR)

Conforme estudamos, o método de alfabetização formulado por Paulo Freire tinha uma forte
conotação política. Em virtude disso, o Governo Militar para enfrentar o problema do analfabetismo
aprovou, mediante a Lei nº 5.379/67, o Plano de Alfabetização Funcional e Educação Continuada de
Adolescentes e Adultos, cujo Órgão executor era o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL).

Embora mantivesse a estrutura das palavras geradoras, a metodologia adotada no MOBRAL


não valorizava a problematização da realidade e utilizava a mesma apostila em todo o Brasil.

Em 1985, o MOBRAL foi extinto e substituído pela Fundação EDUCAR, que durou até 1990,
quando foi extinta sem a proposição de qualquer instituição.

Em 1996, o governo federal apoiou a criação do Programa Alfabetização Solidária (PAS),


com atuação inclusive em países que falam o Português.

25
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Leitura Complementar

MOBRAL.77

A Lei nº 5.540/68 empreendeu reformas no ensino superior, tendo instituído o vestibular


classificatório, o ciclo básico, os departamentos e a matrícula por disciplina.

A Lei nº 5.692/7178 fixou diretrizes para o ensino de 1º e 2º graus, tendo organizado a


Educação Nacional da seguinte forma:

Nível Duração
Ensino de Primeiro Grau 8 anos
Ensino de Segundo Grau 3 a 4 anos
Ensino Superior variável

São características desta Lei:


• Com a fusão do Ensino Primário com o ciclo Ginasial do Ensino Médio, desapareceu o
Exame de Admissão.
• A duração normal do Ensino de 2º grau era de 3 anos. Esse prazo era ultrapassado no caso
de curso profissionalizante.
• Os Ensinos de 1º e 2º Graus tinham como limites mínimos: uma carga horária anual de 720
horas e o ano letivo de 180 dias (ou seja, 4 horas por dia).

Os anos 80 assistiram à consolidação da redemocratização, que foi coroada com a


Constituição de 1988, que obriga o Poder Público à aplicação de um percentual mínimo para a Educação.

A Educação nos anos 80


A derrocada da Ditadura Militar representou uma importante mudança no cenário político
brasileiro na década de 1980. A chamada “transição democrática” levou a termo o processo de abertura
“lenta, gradual e segura” iniciada pelo Governo Geisel (1974-9) e combatida pela chamada linha dura do
Exército brasileiro. A democratização consistia, de um lado, na destituição dos militares do poder após 21
anos; de outro lado, marcava a ascensão de importantes movimentos sociais organizados, que fizeram dos
80, não a “década perdida”, mas um período de intensa mobilização social e de conquistas importantes na
história da educação brasileira. Esta ascensão inaugurou, também, uma intensa participação social nos
processos decisórios do Poder Legislativo brasileiro, nunca antes testemunhado na história, cuja
culminância ocorreu no processo de elaboração da Constituição Federal de 1988.

A abertura política do país, entretanto, não ocorreu como movimento histórico autônomo,
ainda que marcado por diversas contradições. Situava-se dentro de um contexto de mudanças nas relações
políticas internacionais, relacionadas ao processo de reestruturação capitalista que tem início nos
primeiros anos de 1970. A revolução tecnológica de base microeletrônica, geradora da tecnologia da
informática, criou novas bases materiais para a expansão do capital. O processo da globalização tornava
possível a ocupação de amplos espaços do globo terrestre, bem como de setores da produção e da

77
Fonte: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb10a.htm
78
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5692.htm
26
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
reprodução das relações sociais (como as políticas sociais, por exemplo) até então não determinados
inteiramente pela lógica do capital. As forças do capital encontravam-se progressivamente livres de suas
barreiras nacionais (territoriais) e de seus limites técnicos, o que abria possibilidades inéditas de
expansão/acumulação.

Os anos 90 foram marcados pela discussão das ideias de Piaget e Vygotsky, que possibilitou
uma reflexão mais intensa sobre o cotidiano escolar, vislumbrando novos horizontes para vários temas
importantes: currículo – o que ensejou que o MEC elaborasse os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN) (Acesse o SOLAR) – e a interdisciplinaridade. Ocorreu, ainda, a aprovação da nova LDB, a Lei nº
9.394/96 (que será analisada detalhadamente na próxima aula).

Leitura Complementar

PCN do Ensino Fundamental II79

PCN do Ensino Médio80

A Lei nº 9.394/96 organizou o ensino da seguinte forma:


Nível Duração
Educação Infantil Variável
Ensino Fundamental 9 anos*
Educação
Ensino Médio 3 anos
Básica
Educação Superior Variável

* A partir de 2007, passou de 8 para 9 anos, em virtude da Lei nº 11.274/06.

Devem ser citadas as seguintes características:


• Os níveis da Educação Escolar passam a ser dois: Básica e Superior (Art. 21).
• A Educação Profissional, a Educação de Jovens e Adultos, a Educação Especial, a
Educação Escolar Indígena e a Educação a Distância são modalidades de ensino.
• A Educação Básica tem como limites mínimos: uma carga horária anual de 800 horas e o
ano letivo de 200 dias (Art. 24, inciso I).

Parada Obrigatória

A Educação nos anos 90.(Acesse o SOLAR)

79
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12657%3Aparametros-curriculares-
nacionais-5o-a-8o-series&catid=195%3Aseb-educacao-basica&Itemid=859
80
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12598%3Apublicacoes&Itemid=859
27
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Multimídia

Educação na República: Ditadura (1/2)81


Educação na República: Ditadura (2/2)82

Leitura Complementar

A Educação no Período Militar83


A Educação na Redemocratização84

Olhando de Perto

Visite os seguintes endereços, para saber mais sobre:


O público e o privado na Educação Brasileira(Acesse o SOLAR)
O público e o privado na Educação Brasileira(Acesse o SOLAR)
A alfabetização de adultos85
Concepções pedagógicas na História da Educação Brasileira86

Atividade de Portfólio

Leia um artigo das seções Olhando de Perto desta aula e redija um texto com as seguintes
informações: i) O título e o(a) autor(a); ii) As principais ideias do documento; e iii) Sua
opinião (concorda ou discorda), com argumentos, sobre as ideias citadas no item anterior
e o que você aprendeu (e/ou as dúvidas que surgiram) com esta atividade. Coloque a sua
produção (Aula1_AP1.doc) no seu portfolio.

Fórum

Posicione-se (favoravelmente ou contrariamente), citando algumas contribuições


teóricas desta aula e situações do cotidiano, sobre a seguinte afirmação: “A História da
Educação Brasileira revela que ela não tem jeito: a escola pública nunca atenderá as
necessidades da grande maioria da sociedade!”. Comente, com argumentos e/ou
exemplos, a participação de um(a) colega.

81
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=YqDgaGNDads
82
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=C6m7EYMZ27A
83
Fonte: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb10.htm
84
Fonte: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb11.htm
85
Fonte: http://www.tvbrasil.org.br/saltoparaofuturo/entrevista.asp?cod_Entrevista=45
86
Fonte: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_frames/artigo_036.html
28
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Referências
MINTO, Lalo Watanabe. Globalização, Transição Democrática e Educação (Inter)Nacional
(1984....). Disponível em: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/periodo_transicao_democratica
_intro.html. Acesso em: 26 set. 2007.

SILVA, Romeu Adriano. Golpe Militar e Adequação Nacional à Internacionalização Capitalista


(1964-1984). Disponível em: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/textos_introdutorios
_periodos/intr_%20governo%20militar%20Romeu.doc. Acesso em: 26 set. 2007.

29
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Aula 02: Legislação educacional. Sistema educacional brasileiro.


Níveis e modalidades de ensino. Formação dos profissionais da
Educação.

Tópico 01: Legislação educacional

http://www.geocities.com/TheTropics/3416/congresso3.jpg

O conhecimento da legislação nacional, estadual e municipal que trata da Educação


(Constituição Federal, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Estatuto da Criança e do
Adolescente, Constituição do Estado do Ceará e Lei Orgânica do Município) é de fundamental
importância, pois as determinações legais obrigam o ente público a oferecer oportunidades educacionais,
que devem vir acompanhadas do direito à alimentação, ao material didático, à saúde e ao transporte.
Cabe, portanto, à sociedade civil a fiscalização da qualidade da Educação ministrada, objetivando o fiel
cumprimento dos ditames legais, denunciando, quando necessário for, o desrespeito a estes.

Antes de analisar as determinações vigentes sobre a Educação, é necessário conhecer alguns


elementos do universo das leis.

Uma lei é um instrumento normativo, elaborado pelo poder público, que determina, sob a
inspiração da justiça, normas (deveres e direitos) que devem ser seguidas por todos os cidadãos.

Para conhecer o ciclo de criação de uma lei


1. Iniciativa: alguém (ou um grupo de pessoas) propõe a regulamentação de um tema que deve ser
analisada pelo Poder Legislativo respectivo;
2. Discussão: o Poder Legislativo, composto pelos representantes do povo (senadores, deputados
federais e estaduais, e vereadores, de acordo com a esfera da lei), discute a matéria, que, muitas
vezes, é analisada (e votada) em diversas comissões específicas antes de ser votada no plenário;
3. Votação: o colegiado dos representantes vota pela sua aprovação ou não;
4. Sanção: o Poder Executivo ratifica, confirma (sanciona) a deliberação do Poder Legislativo, podendo,
todavia, apresentar vetos (com as pertinentes justificativas), os quais devem ser analisados pelo Poder
Legislativo;
5. Promulgação: o Poder Executivo determina a publicação da lei;
6. Publicação: a lei torna-se pública, com a veiculação no respectivo meio (Diário Oficial da União, do
Estado ou do Município, de acordo com a esfera da lei), e começa a entrar em vigor nesta data, salvo
expressa determinação em contrário;
7. Fiscalização: ao Poder Judiciário compete garantir a execução do diploma legal, bem como a
compatibilidade dele com a Constituição Federal e/ou Estadual.

30
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
Artigo I. Fluxo do Processo Legislativo

Multimídia

Ciclo de criação de uma lei no Congresso Nacional

http://www.youtube.com/watch?v=6eIA3KiNGfw

Uma lei é composta por artigos, que são grafados em números ordinais até o art. 9º, empós
adota a numeração cardinal: Art. 10. Os artigos têm uma cabeça (caput, em latim) e podem ser
subdivididos em parágrafos (cujo símbolo é ), que são grafados da mesma forma que os artigos; incisos,
grafados em algarismos romanos; e alíneas, grafadas em letras alfabéticas minúsculas, seguidas de
parêntese. Os artigos podem ser agrupados em Seções, Capítulos e Títulos.

No que se refere à hierarquia, a Constituição Federal87 (Texto atualizado), as suas emendas e


as respectivas Leis Complementares ocupam o topo da pirâmide, devendo todas as demais (Leis Federais
– ordinárias, delegadas, medidas provisórias e decretos legislativos – Constituição Estadual, suas
emendas e respectivas Leis Complementares, Leis Estaduais – ordinárias e decretos legislativos – e Leis
Municipais – ordinárias e decretos legislativos) respeitarem os seus ditames.

As determinações legais são uníssonas em afirmar que a Educação é um direito inalienável do


cidadão, sendo dever do Estado oferecê-lo.

O art. 6o, da Constituição Federal (CF), de 1988, inserto no Capítulo II (Dos Direitos Sociais)
do Título II (Dos Direitos e Garantias Individuais), assevera in verbis: “São direitos sociais a educação, a
saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”. (grifo nosso)

87
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm
31
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
O art. 205, da CF, inserto no Capítulo III (Da Educação, da Cultura e do Desporto) do Título
VIII (Da Ordem Social), afirma in verbis: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”. (grifo nosso)

Na mesma direção, é o art. 2o, da Lei nº 9.39488 (Texto atualizado), de 20 de dezembro de


1996, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), inserto no Título II (Dos
Princípios e Fins da Educação Nacional), in verbis: “A educação, dever da família e do Estado, inspirada
nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.”. (grifo nosso)

Por sua vez, a Lei no 8.06989 (Texto atualizado), de 13 de julho de 1990, conhecida como o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)*, declara no art. 4º, in verbis: “É dever da família, da
comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação
dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária.”. (grifo nosso)

88
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm
89
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm
32
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
Na Constituição Estadual 90(CE), o art. 15, inserto no Título III (Da Organização Estadual),
afirma que, in verbis, “É competência do Estado, da União e dos Municípios: ... V – proporcionar os
meios de acesso à cultura, à educação e à ciência”. (grifo nosso)

A Educação é tratada em Capítulos específicos nas Constituições Federal – Título VIII (Da
Ordem Social), Capítulo III (Da Educação, da Cultura e do Desporto), Seção I (Da Educação), os arts.
205 a 214 – e Estadual – Título VIII (Das Responsabilidades Culturais, Sociais e Econômicas), Capítulo
II (Da Educação), os arts. 215 a 232, e, em ambos os casos, também noutros artigos.

Leitura Complementar

Artigos da CF que tratam da temática educacional (Para baixar o arquivo acesse o


ambiente SOLAR).

LDB na íntegra (Para baixar o arquivo acesse o ambiente SOLAR).

Artigos da CE que tratam da temática educacional (Para baixar o arquivo acesse o


ambiente SOLAR).

Na CF, no Título III (Da Organização do Estado), é declarada, no Capítulo I, a competência


comum dos entes públicos dos diferentes níveis, tanto para oferecer Educação, quanto para legislar sobre
ela: no art. 23, in verbis, “É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios: (...) V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência” (grifo nosso), e no
art. 24, in verbis, “Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
(...) IX - educação, cultura, ensino e desporto” (grifo nosso).

O art. 30, por sua vez, no Capítulo II, do mesmo Título, determina, in verbis, que “Compete
aos Municípios: (...) VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas
de educação infantil e de ensino fundamental” (grifo nosso), que foi transcrita para o art. 28, inciso V, no
Título IV (Do Município), no Capítulo I (Disposições Gerais), da Constituição Estadual.

A Lei no 8.069/90, nos seus artigos 53 a 59, que compõem o Capítulo IV (Do Direito à
Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer), repete alguns dispositivos constitucionais, mas apresenta
inovações que merecem a nossa atenção, por constituírem avanços sociais.

De destacar, inicialmente, é a garantia do direito da criança e do adolescente de ter, in verbis,


“acesso a escola pública e gratuita próxima de sua residência” (inciso V, do art. 53). No artigo seguinte,
que trata do dever do Estado de assegurar à criança e o adolescente oportunidades educacionais
compatíveis com a sua idade, o 2o dispõe, in verbis, que “O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo
Poder Público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente”.

No art. 55, fica determinado ser obrigação dos pais e/ou responsáveis a matrícula de seus
filhos na rede regular de ensino. Finalmente, no art. 56, é estabelecido que os dirigentes das escolas de
Ensino Fundamental deverão comunicar ao Conselho Tutelar os casos de, in verbis, “I – maus-tratos
envolvendo seus alunos; II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos
escolares; III – elevados níveis de repetência”.

90
http://www.al.ce.gov.br/publicacoes/constituicaoestadual_56.pdf
33
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
Na mesma direção, o art. 10o, da Constituição Estadual (CE), inserto no Título II (Da
Participação Popular), afirma que, in verbis, “É direito de todos o ensino de 1o e 2o graus, devendo o
Estado e os Municípios dar condições ao setor educacional para o alcance desse objetivo” (grifo nosso).

http://3.bp.blogspot.com/_HQbvWtM1yjA/S7FXhHs_B-
I/AAAAAAAAANg/imDjYJArD1w/s1600/Crian%C3%A7a+na+Escola.jpg

Como se percebe, em todos esses diplomas legais, está resguardado, de forma clara e límpida,
o direito da população de ter acesso à Educação, bem como a determinação de que os entes públicos se
organizem e prestem apoio aos municípios para que estes ofereçam programas de Educação Infantil e
Ensino Fundamental.

Neste sentido, merece especial destaque o art. 208, da CF, o qual determina que, in verbis:

34
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Semelhante orientação tem o art. 5o, da LDB, in verbis: “O acesso ao ensino fundamental é
direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária,
organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público,
acionar o Poder Público para exigi-lo”.

Em caso de descumprimento, os parágrafos 3o e 4o, do mesmo artigo, determinam, in verbis,


respectivamente, que “Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem legitimidade para
peticionar no Poder Judiciário, na hipótese do 2º do art. 208 da Constituição Federal, sendo gratuita e de
rito sumário a ação judicial correspondente” e “Comprovada a negligência da autoridade competente para
garantir o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de responsabilidade”.

A CF, no seu art. 206, assevera que, in verbis:

35
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

36
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Com a promulgação, em novembro de 2009, da Emenda Constitucional (EC) nº 5991, o direito


à Educação, antes restrito na faixa de 6 a 14 anos de idade, é ampliado para de 4 a 17 anos de idade,
contemplando, portanto, a Educação Infantil e o Ensino Médio. Esta EC determina que este dispositivo
deverá ser implementado, progressivamente, até 2016, nos termos do Plano Nacional de Educação, com
apoio técnico e financeiro da União.

Percebe-se, portanto, que a legislação garante o direito tanto ao acesso à Educação quanto a
qualidade do ensino. O descaso do poder público em relação à Educação, a despeito desse aparato legal,
não deve ser motivo de desalento, mas inspirar a luta pela reversão do cenário. Para tanto, é necessário
compreender como está organizado o Sistema de Ensino no Brasil, assunto do próximo tópico.

http://www.entrekulturas.pt/Media/EParaAbanar/right%20to%20education.jpg

Leitura Complementar

Aprenda mais sobre a importância do direito à Educação:


O direito à Educação e a exclusão social
http://www.redebrasil.inf.br/0artigos/educacao.htm
O direito à Educação e o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5633
Por que a Educação tem tantas leis?
http://www.direitonet.com.br/artigos/x/58/44/584/

Olhando de Perto

Direito à Educação: direito à igualdade, direito à diferença


http://www.scielo.br/pdf/cp/n116/14405.pdf

91
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc59.htm
37
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Aula 02: Legislação educacional. Sistema educacional brasileiro.


Níveis e modalidades de ensino. Formação dos profissionais da
Educação.

Tópico 02: O sistema de ensino brasileiro


Sistema é um conjunto de elementos inter-ligados. No caso da Educação, os componentes
deste sistema são: fluxo de entrada (estudantes), processo de transformação (processo educacional/ação
docente), administração (Secretaria, escola, sala de aula), objetivos educacionais (saberes,
comportamentos, valores) e fluxo de saída (formandos). Com abrangências decrescentes, a Educação tem
os seguintes sistemas: Sistema Educacional (todos os agentes sociais que educam), Sistema de Ensino
(escolas, instituições e pessoas vinculadas ao ensino sistemático) e Sistema Escolar (rede de escolas e
sua estrutura).

O Sistema Escolar é um sistema aberto, uma vez que seus elementos não estão isolados, mas
interagem com o Sistema Social. A rede do Sistema Escolar tem duas dimensões: vertical (diferentes
níveis de ensino) e horizontal (diversas modalidades). A estrutura do Sistema Escolar é composta de
elementos não-materiais (disposições legais, metodologia de ensino e conteúdo), entidades mantenedoras
– públicas (federal, estadual e municipal) e privadas (particulares, comunitárias, confessionais e
filantrópicas) – e administração (órgãos).

O art. 211, da CF, dispõe que, in verbis:

38
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

O Sistema de Ensino no Brasil é composto, portanto, de três esferas (Federal, Estadual e


Municipal), as quais têm responsabilidades específicas, devendo, todavia, trabalharem de forma
colaborativa.

A LDB, nos artigos 8º a 20, que compõem o TÍTULO IV (Da Organização da Educação
Nacional), detalha esta determinação.

O art. 8º92, da LDB repete o artigo constitucional supra.

As atribuições da União, do Estado, dos Municípios, dos estabelecimentos de ensino e dos


docentes estão elencadas, respectivamente, nos artigos 9º, 10, 11, 12 e 13. O artigo 14 apresenta os
princípios que os sistemas de ensino devem observar quando definirem as normas da gestão democrática
do ensino público. A autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira das unidades escolares
públicas é garantida no artigo 15.

Conforme os artigos 16, 17 e 18, da LDB, cada sistema de ensino é composto por instituições
e órgãos de Educação, os quais têm a responsabilidade de administrar (Ministério e Secretarias de
Educação) e deliberar (Conselhos de Educação), com normas, as gestoras do sistema e as instituições-fim
(escolas) que compõem os respectivos sistemas.

Sistemas e suas instituições

 Esfera Federal
Instituições de ensino mantidas pela União
Instituições de Educação Superior criadas e mantidas pela iniciativa privada

 Esfera Estadual
Instituições de ensino mantidas pelo Poder Público estadual
Instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público municipal
Instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas pela iniciativa privada

 Esfera Municipal
Instituições de ensino fundamental, médio e de educação infantil mantidas pelo Poder Público municipal
Instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada

92
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em regime de colaboração, os respectivos
sistemas de ensino.
§ 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo
função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais.
§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos desta Lei.
39
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Sistemas e seus órgãos

 Esfera Federal
Ministério da Educação (MEC)
Conselho Nacional de Educação (CNE)

 Esfera Estadual
Secretaria Estadual de Educação (SEE)
Conselho Estadual de Educação (CEE)

 Esfera Municipal
Secretaria Municipal de Educação (SME)
Conselho Municipal de Educação (CME)

O artigo 19 divide as instituições de ensino em duas categorias: públicas – criadas ou


incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder Público – e privadas – mantidas e administradas por
pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.

As instituições privadas de ensino, conforme o artigo 20, podem ser: particulares – instituídas
e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado que não apresentem as
características dos incisos abaixo – comunitárias – instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou
mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas de pais, professores e alunos que incluam na sua entidade
mantenedora representantes da comunidade – confessionais – instituídas por grupos de pessoas físicas ou
por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a orientação confessional e ideologia específicas e ao
disposto no inciso anterior – e filantrópicas – na forma da lei.

Parada Obrigatória

Artigos 8º a 20, da LDB (Para baixar o arquivo acesse o ambiente SOLAR).

Olhando de Perto

Visite os seguintes endereços, para saber mais sobre:


Criação dos sistemas municipais de ensino
http://www.scielo.br/pdf/es/v26n93/27285.pdf
O público e o privado na educação brasileira
http://www.direitonet.com.br/artigos/x/30/15/3015/
Gestão, avaliação e sucesso escolar: recortes da trajetória cearense.
http://www.scielo.br/pdf/ea/v21n60/a04v2160.pdf

40
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Aula 02: Legislação educacional. Sistema educacional brasileiro.


Níveis e modalidades de ensino. Formação dos profissionais da
Educação.

Tópico 03: Os níveis de ensino


Conforme vimos na aula anterior, o art. 21, da Lei 9.394/96, determina que a educação escolar
é composta da educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e educação
superior:

Nível Duração
Educação Infantil Variável
Ensino Fundamental 9 anos*
Educação
Ensino Médio 3 anos
Básica
Educação Superior Variável
* A partir de 2007, passou de 8 para 9 anos, em virtude da Lei nº 11.274/06.

A LDB, nos artigos 22 a 38, que compõem o TÍTULO V (Dos Níveis e das Modalidades de
Educação e Ensino), detalha a Educação Básica (EB), a qual, consoante o art. 22, objetiva, in verbis:
“desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e
fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.”

A organização da EB é detalhada nos artigos 23 (séries anuais, períodos semestrais, ciclos,


alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em
outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de
aprendizagem assim o recomendar) e 24 (no inciso I, são fixados os limites mínimos: uma carga horária
anual de 800 horas e o ano letivo de 200 dias).

O artigo 25 atribui a cada sistema de ensino a responsabilidade de alcançar a, in verbis,


“relação adequada entre o número de alunos e o professor, a carga horária e as condições materiais do
estabelecimento.”.

Os artigos 26 e 27 tratam da questão curricular, ou seja, dos conteúdos que devem ser
ensinados, e o art. 28 enfatiza que eles precisam ser adequados à peculiaridade de cada local.

A Educação Infantil (EI) é a primeira etapa da educação básica e visa ao desenvolvimento


integral da criança, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da
família e da comunidade (art. 29). A EI será oferecida, para crianças de até três anos, em creches, ou
entidades equivalentes, e para crianças de quatro a seis anos de idade, em pré-escolas (art. 30). A
avaliação da criança na EI se pautará no, in verbis, “acompanhamento e registro do seu desenvolvimento,
sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental” (art. 31).

O Ensino Fundamental (EF) obrigatório tem a duração de nove anos (conforme a Lei nº 11.
274/06), é gratuito na escola pública e inicia-se aos 6 (seis) anos de idade, tendo como objetivo a
formação básica do cidadão (art. 32). O ensino religioso, de matrícula facultativa, compõe a formação
básica do cidadão, devendo respeitar a diversidade cultural religiosa brasileira (art. 33). A jornada escolar
no EF é contemplada no art. 34.

O Ensino Médio (EM), etapa final da educação básica, tem a duração mínima de três anos,
com finalidades (art. 35) e diretrizes específicas (art. 36).

41
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
A Lei nº 11.741/08 incluiu a Seção IV-A, que trata da Educação Profissional Técnica de
Ensino Médio. Nos seus artigos, 36-A, 36-B, 36-C e 36-D, são contempladas: a possibilidade de o
educando ser preparado para o exercício de profissões técnicas, as possibilidades para a sua oferta e a
validade nacional dos diplomas, desde que registrados.

Os artigos 37 e 38 tratam da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que será abordada no


próximo tópico, em virtude de ser uma modalidade.

Parada Obrigatória

Artigos 21 a 38, da LDB (Para baixar o arquivo acesse o ambiente SOLAR).

A LDB, nos artigos 43 a 57, que compõem o TÍTULO V (Dos Níveis e das Modalidades de
Educação e Ensino), aborda a Educação Superior (ES): suas finalidades (art. 43), seus cursos e programas
(art. 44) e as instituições que o ministrará (art. 45).

O artigo 46 trata da autorização e reconhecimento de cursos e do credenciamento de


instituições de educação superior (IES). Consoante o artigo 47, na ES, o ano letivo regular deverá ter, no
mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo.

Os artigos 48, 49, 50 e 51 tratam, respectivamente, da validade dos diplomas de cursos


superiores reconhecidos; da transferência de alunos regulares; da abertura de matrículas a alunos não
regulares e da necessidade das universidades, ao fixar critérios e normas de seleção e admissão de
estudantes, levarem em conta as consequências dos critérios sobre a orientação do ensino médio.

As universidades, conforme o artigo 52, são instituições pluridisciplinares de formação


profissional a nível superior, sendo-lhes garantida a autonomia (art. 53), devendo, as que forem mantidas
pelo Poder Público, ter estatuto jurífico especial de acordo com suas peculiaridade (art. 54). A União deve
garantir os recursos suficientes para a manutenção e desenvolvimento das instituições de ensino superior
de seu sistema (art. 55), as quais deverão obedecer o princípio da gestão democrática (art. 56). Nestas
instituições, o professor deve ter pelo menos oito horas semanais de aulas (art. 57).

Multimídia

LDB – Educação Básica (1/2)93


LDB – Educação Básica (2/2)94

Parada Obrigatória

Artigos 43 a 57, da LDB (Para baixar o arquivo acesse o ambiente SOLAR).

93
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=hNZe6cC3K7E
94
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=RfOMFAl2vz4
42
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Olhando de Perto

Visite os seguintes endereços, para saber mais sobre:


Educação Básica:
A Educação Básica no Brasil95
Um salto para o presente: a educação básica no Brasil.96
Educação Infantil:
As crianças de 0 a 6 anos nas políticas educacionais no Brasil: educação infantil e/é
fundamental97
O referencial curricular nacional para a educação infantil no contexto das reformas98
Ensino Fundamental:
Ensino Fundamental de 9 anos: estamos preparados para implantá-lo?99
O Ensino Fundamental no Brasil: avanços, perplexidades e tendências100
Ensino Médio:
Ensaios de inovação no Ensino Médio101
Ensino Médio: função do estado ou da empresa?102
O Ensino Médio agora é para a vida: entre o pretendido, o dito e o feito103
Ensino Médio e Ensino Técnico na América Latina: Brasil, Argentina e Chile104
A escola média: um espaço sem consenso105
Os jovens do Ensino Médio e suas representações sociais106
A reforma do Ensino Médio: a nova formulação curricular e a realidade da escola
pública107
A reforma do Ensino Médio no Ceará e suas contradições108
Refundar o Ensino Médio? Alguns antecedentes e atuais desdobramentos das políticas
dos anos de 1990109
Educação Superior:
Do acesso à permanência no ensino superior: percursos de estudantes universitários de
camadas populares110
Ensino universitário, corporação e profissão: paradoxos e dilemas brasileiros111
O ensino superior brasileiro nos anos 90112

95
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/es/v23n80/12929.pdf
96
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/spp/v14n1/9798.pdf
97
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/es/v27n96/a09v2796.pdf
98
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/es/v23n80/12935.pdf
99
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v15n54/a05v1554.pdf
100
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/es/v26n92/v26n92a15.pdf
101
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/cp/n116/14404.pdf
102
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/es/v22n75/22n75a11.pdf
103
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/es/v21n70/a03v2170.pdf
104
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/cp/n111/n111a03.pdf
105
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/cp/n120/a10n120.pdf
106
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/cp/n112/16107.pdf
107
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/es/v21n70/a05v2170.pdf
108
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/cp/v35n124/a1035124.pdf
109
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/es/v26n92/v26n92a16.pdf
110
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v11n32/a03v11n32.pdf
111
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/soc/n17/a08n17.pdf
112
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/spp/v14n1/9801.pdf
43
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Aula 02: Legislação educacional. Sistema educacional brasileiro.


Níveis e modalidades de ensino. Formação dos profissionais da
Educação.

Tópico 04: As modalidades de ensino


Conforme a LDB, são cinco as modalidades do ensino: a Educação Profissional (EP), a
Educação de Jovens e Adultos (EJA), a Educação Especial (EE), a Educação Escolar Indígena (EEI) e a
Educação a Distância (EAD).

A EP é abordada nos artigos 39, 40, 41 e 42, os quais tratam, respectivamente, do objetivo de
desenvolver aptidões para a vida produtiva; da articulação da EP com o ensino e dos locais adequados; da
avaliação da EP; e do oferecimento de cursos especiais das escolas técnicas e profissionais à comunidade.
Conforme vimos no tópico anterior, a Lei nº 11.741/08 incluiu a Seção IV-A, com os artigos, 36-A, 36-B,
36-C e 36-D que tratam da Educação Profissional Técnica de Ensino Médio.

A EJA será destinada a quem não teve acesso ou continuidade à Educação Básica na idade
própria (art. 37), devendo os sistemas de ensino manterem cursos e exames supletivos, permitindo o
prosseguimento de estudos (art. 38).

A EE se refere ao atendimento, preferencialmente na rede regular de ensino, de educandos


portadores de necessidades especiais (art. 58), cujos direitos, que deverão ser assegurados pelos sistemas
de ensino, estão descritos no artigo 59. Instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas em
educação infantil, se atenderem critérios determinados por órgãos normativos dos sistemas de ensino,
poderão receber apoio técnico e financeiro do Poder Público (art. 60).

A EEI, que contemplará programas integrados de ensino e pesquisa, será ofertada mediante
educação escolar bilíngue e intercultural, cujo desenvolvimento caberá ao sistema de ensino da União
(art. 78), devendo essa apoiar, técnica e financeiramente, os sistemas de ensino que dela participarem (art.
79).

De 16 a 20 de novembro de 2009, foi realizada a 1ª Conferência Nacional de Educação


Escolar Indígena113, que debateu sobre a oferta da educação intercultural indígena, no fito de aperfeiçoar
as bases das políticas e a gestão de programas e ações para a abordagem adequada da sociodiversidade
indígena.

A EAD, em todos os níveis e modalidades de ensino, será incentivada pelo Poder Público (art.
80), sendo permitida a organização de cursos ou instituições de ensino experimentais, se respeitar esta Lei
(art. 81).

Parada Obrigatória

Artigos 36-A a D, 39 a 42 (EP), 37 e 38 (EJA), 58 a 60 (EE), 78 e 79 (EEI) e 80 e 81


(EAD), da LDB. (Para baixar o arquivo acesse o ambiente SOLAR)

113
http://coneei.mec.gov.br/
44
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Olhando de Perto

Visite os seguintes endereços, para saber mais sobre:

Educação Profissional:
Educação profissional numa sociedade sem empregos114
A divisão de tarefas na educação profissional brasileira115
Educação de Jovens e Adultos:
Expansão do Ensino Médio: temores sobre a Educação de Jovens e Adultos 116
Educação Especial:
A nova LDB e as necessidades educativas especiais117
Políticas para a educação especial e as formas organizativas do trabalho pedagógico118
Educação Escolar Indígena:
Educação escolar indígena: um modo próprio de recriar a escola nas aldeias Guarani119
Representações da Educação Karajá120
Projeto pedagógico xavante: tensões e rupturas na intensidade da construção
curricular121
Educação a Distância:
Desafios da educação à distância ao sistema de educação superior: novas reflexões
sobre o papel da avaliação122
Tecnologias na formação de professores123

114
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/cp/n109/n109a03.pdf
115
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/cp/n112/16108.pdf
116
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/cp/n119/n119a03.pdf
117
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32621998000300002&lng=pt&nrm=iso
118
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/rbee/v12n3/01.pdf
119
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622007000200006&lng=pt&nrm=iso
120
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/es/v22n75/22n75a09.pdf
121
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v23n61/a06v2361.pdf
122
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/er/n28/a11n28.pdf
123
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/ep/v29n2/a06v29n2.pdf
45
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Aula 02: Legislação educacional. Sistema educacional brasileiro.


Níveis e modalidades de ensino. Formação dos profissionais da
Educação.

Tópico 05: Formação dos profissionais da Educação


No Brasil, durante séculos, a Educação foi um privilégio de poucos, sendo recente o crescente
acesso de setores sociais a este direito social básico. Para atender uma clientela cada vez maior, é
necessário ampliar (e melhorar) a infra-estrutura material (escolas, livros e recursos didáticos...) e humana
(professores e demais profissionais da área).

Fonte:http://3.bp.blogspot.com/_1LcrRC3ExIA/S7M9-28-M-I/AAAAAAAAAOE/iMzzQLQ-z1Q/s1600/HPIM1191.jpg

No século passado, especialmente no Nordeste rural, convivemos com a figura do professor


leigo, um profissional que, muitas vezes, não tinha a formação necessária e percebia uma remuneração
indigna. Acrescente-se, ainda, a famigerada classe multiseriada, onde o docente precisava ministrar
conteúdos de várias séries no mesmo espaço-tempo!

Várias iniciativas foram desenvolvidas, nos anos 80 e 90, como o pró-docente rural, pela
UFC, no sentido de melhorar a qualificação destes profissionais, respeitando e valorizando a cultura local.

Ciente da importância da qualificação docente para incrementar os resultados educacionais, a


LDB, nos artigos 61 a 67, que compõem o TÍTULO VI (Dos Profissionais da Educação), aborda o perfil
do profissional da Educação, que, conforme o artigo 61, deve ter uma formação que contemple a
associação entre teoria e prática, além de aproveitar as experiências na área.

O docente para atuar na Educação Básica deve ter nível superior, mas se admite que o
profissional que atue na Educação Infantil e no Fundamental I (os cinco primeiros anos) tenha apenas o
nível médio, na modalidade Normal (art. 62).

O artigo 63 trata da competência dos institutos superiores, enquanto que no artigo 64 é


determinado que a formação de profissionais de educação para as funções além da docência
(administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica) seja
feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação.

46
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
A formação docente, exceto para a Educação Superior, terá prática de ensino com, pelo
menos, trezentas horas (art. 65). A qualificação do docente que leciona no Ensino Superior, conforme o
artigo 66, requer nível de Pós-Graduação, prioritariamente Mestrado e Doutorado.

Valorização do profissional da Educação na LDB


Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-
lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público:
I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para
esse fim;
III - piso salarial profissional;
IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho;
V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho;
VI - condições adequadas de trabalho.
§ 1o A experiência docente é pré-requisito para o exercício profissional de quaisquer outras funções de
magistério, nos termos das normas de cada sistema de ensino.
§ 2o Para os efeitos do disposto no § 5o do art. 40 e no § 8o do art. 201 da Constituição Federal, são
consideradas funções de magistério as exercidas por professores e especialistas em educação no
desempenho de atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação básica em seus
diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as de direção de unidade escolar
e as de coordenação e assessoramento pedagógico.

Parada Obrigatória

Artigos 61 a 67, da LDB (Para baixar o arquivo acesse o ambiente SOLAR).

Conforme o Censo Escolar da Educação Básica de 2006 – realizado pelo Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP)124 com a colaboração das secretarias
estaduais e municipais de educação e com a participação de todas as escolas públicas e privadas do País –
no Ensino Fundamental, o contingente de professores é de 1.705.840, sendo que a formação deles é:
9.056 (0,53%) com apenas o fundamental, 472.328 com nível médio (27,69%) e 1.224.456 com nível
superior (71,78%). No Ensino Médio, o contingente de professores é de 519.935, sendo que a formação
deles é: 22 (0,00%) com apenas o fundamental, 23.704 têm o nível médio (4,56%) e 496.209 com nível
superior (95,44%).

Em ambos os níveis, proporcionalmente, o cenário na zona rural é pior do que na zona


urbana.

No Ensino Fundamental, o contingente de professores na zona urbana é de 1.390.771, sendo


que a formação deles é: 3.120 (0,53%) com apenas o fundamental, 287.028 com nível médio (20,64%) e
1.100.623 com nível superior (79,14%). Na zona rural, o contingente de professores é de 315.069, sendo
que a formação deles é: 5.936 (1,88%) com apenas o fundamental, 185.300 com o nível médio (58,81%)
e 123.833 com nível superior (39,30%).

124
http://www.inep.gov.br/
47
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
No Ensino Médio, o contingente de professores na zona urbana é de 503.355, sendo que a
formação deles é: 15 (0,00%) com apenas o fundamental, 21.568 com o nível médio (4,28%) e 481.772
com nível superior (95,71%). Na zona rural, o contingente de professores é de 16.580, sendo que a
formação deles é: 7 (0,00%) com apenas o fundamental, 2.136 com o nível médio (12,88%) e 14.437 com
nível superior (87,07%).

Programas do MEC para valorização dos trabalhadores em Educação


Ciente destes números, o MEC desenvolve vários programas que visam à qualificação e valorização dos
trabalhadores em Educação:
1. Rede Nacional de Formação Continuada de Professores 125
2. Pró-Letramento 126
3. Pró-Licenciatura 127
4. Proinfantil 128
5. Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas 129
6. Profuncionário – Curso Técnico de Formação para os Funcionários da Educação 130

Leitura Complementar

Censo Escolar 131

Conforme estudaremos na próxima aula, o capítulo IV do PNE trata do Magistério da


Educação Básica, sendo dividido em três tópicos (Diagnóstico, Diretrizes e Objetivos e Metas) e
enfatizando a valorização do magistério, a qual contempla a formação profissional inicial, as condições de
trabalho, salário e carreira e a formação continuada.

Leitura Complementar

Capítulo IV da Lei nº 10.172/01 (Para baixar o arquivo acesse o ambiente SOLAR).

O MEC elaborou vários mapas com os números da Educação Básica, do Ensino Superior, da
Pós-Graduação e do Ensino Profissional, permitindo-nos conhecer melhor o complexo cenário
educacional brasileiro e a formulação de diversos programas/ações, os quais devem ser acompanhados e
fiscalizados pela população.

125
Fonte: (http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=231&Itemid=332)
126
Fonte: (http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12346:pro-letramento-
apresentacao&catid=301:pro-letramento&Itemid=698)
127
Fonte: (http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12349:pro-licenciatura-
apresentacao&catid=303:pro-licenciatura&Itemid=708)
128
Fonte: (http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12321:proinfantil-
apresentacao&catid=288:proinfantil&Itemid=548)
129
Fonte: (http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12370:projeto-saude-e-prevencao-nas-
escolas-spe&catid=310:projeto-saude-e-prevencao-nas-escolas-spe&Itemid=578)
130
Fonte: (http://portal.mec.gov.br/index.php/?option=com_content&view=article&id=12365)
131
Fonte: (http://www.inep.gov.br/basica/censo/default.asp).
48
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
No caso da Educação Básica, são apresentados dados referentes a financiamento (Fundeb,
salário-educação, orçamento, Fundescola...), acesso e permanência (merenda escolar e transporte escolar),
qualidade (livros e equipamentos didáticos, formação de professores e ensino fundamental em nove anos),
gestão democrática (conselhos escolares, fortalecimento das secretarias municipais ...) e avaliação
(ENEM, SAEB e Prova Brasil).

Em maio de 2009, o MEC lançou o primeiro Plano Nacional de Formação dos Professores
da Educação Básica132, que tem como objetivo formar na graduação em que atuam, nos próximos cinco
anos, 330 mil professores, sem a qualificação respectiva (professores sem graduação, professores com
licenciatura em área diversa e bacharéis). Também serão ofertados cursos de formação continuada. O
governo federal deverá investir cerca de R$ 1 bilhão nesta política educacional.

No 2° semestre de 2009, através da Plataforma Paulo Freire133, as Universidades cadastradas


ofertaram, em vários municípios, cursos de formação inicial e continuada, presencial ou a distância, e os
professores interessados manifestaram sua preferência.

No Ceará, as seguintes instituições estão cadastradas: IFCE, UECE, UFC, URCA e UVA. A
SEDUC está ofertando vários cursos de formação continuada, na modalidade a distância, relacionados à
inclusão digital e ao uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).

Apesar do avanço verificado na qualificação docente, a rede municipal continua com os


piores índices, o que torna necessárias e urgentes políticas públicas para a mudança deste quadro. Neste
sentido, a APEOC consultou o Conselho de Educação do Ceará134 (CEC) sobre o uso de recursos do
FUNDEF para habilitar os professores leigos, o que ensejou o Parecer nº 867/98. O CEC, conforme o art.
230, da Constituição Estadual, é um órgão normativo, deliberativo e consultivo do Sistema de Ensino do
Estado. O CEC é dividido em duas Câmaras: da Educação Básica e da Educação Superior e da Educação
Profissional. A ele compete: i) definir normas para o Sistema Estadual e os municípios de ensino; ii)
interpretar a legislação do ensino; e iii) credenciar, acompanhar e avaliar o ensino (particular e oficial).

Nível de formação dos docentes do estado do Ceará


Conforme dados da SEDUC, de 2005, a rede estadual era composta por 23.982 profissionais em
exercício, dos quais 23.302 (97,16%) tinham nível superior. Na rede municipal, o cenário é bem diverso,
pois dos 77.901 profissionais em exercício, 41.802 (53,66%) têm nível. A rede particular tem 25.692
profissionais em exercício, dos quais 16.750 (65,20%) têm nível superior.
Em 2006, a rede estadual tinha 24.695 profissionais em exercício, sendo que 23.646 (95,75%) destes
tinham nível superior. Na rede municipal, o cenário é bem diverso, pois dos 79.955 profissionais em
exercício, 46.759 (58,48%) tinham nível superior. A rede particular tem 25.867 profissionais em
exercício, dos quais 17.209 (66,53%) têm nível superior.
Comparando-se os índices dos dois anos, percebe-se que houve uma significativa melhora no percentual
de professores com nível superior na rede municipal (de 53,66% a 58,48%), enquanto que nas redes
estadual e particular aconteceu uma leve oscilação negativa e positiva, respectivamente (de 97,16% para
95,75% e de 65,20% para 66,53%).

132
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13583&Itemid=971
133
http://freire.mec.gov.br/index/principal/
134
http://www.cec.ce.gov.br/
49
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Parada Obrigatória

Indicadores demográficos e educacionais de seu município 135

Olhando de Perto

Visite os seguintes endereços, para aprender mais sobre a Formação de Professores:

A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como


campo pedagógico.136
A Qualidade da Educação Infantil Brasileira: alguns resultados de pesquisa.137
Como e Onde Formar Professores: espaços em confronto.138
Docência: formação e prática139
Gestão pública, formação e identidade de profissionais de educação infantil.140
Política de formação profissional para a educação infantil: Pedagogia e Normal
Superior141

Atividade de Portfólio

Leia um artigo das seções Olhando de Perto desta aula e redija um texto com as
seguintes informações: i) O título e o(a) autor(a); ii) As principais ideias do documento;
e iii) Sua opinião (concorda ou discorda), com argumentos, sobre as ideias citadas no
item anterior e o que você aprendeu (e/ou as dúvidas que surgiram) com esta atividade.
Coloque a sua produção (Aula2_AP1.doc) no seu portfolio.

Fórum

1. Posicione-se (favoravelmente ou contrariamente), citando algumas contribuições


teóricas desta aula e situações do cotidiano, sobre a seguinte afirmação: “Para ser
um bom profissional, o licenciado, além de domínio de conteúdo, precisa conhecer
a Legislação Educacional Brasileira e lutar pela sua implementação”. Comente, com
argumentos e/ou exemplos, a participação de um(a) colega.
2. Posicione-se (favoravelmente ou contrariamente), citando algumas contribuições
teóricas desta aula e situações do cotidiano, sobre a seguinte afirmação: “O
licenciado, se tiver uma boa formação inicial, não precisa da formação continuada”.
Comente, com argumentos e/ou exemplos, a participação de um(a) colega.

135
Fonte: (http://portal.mec.gov.br/ide/).
136
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/es/v20n68/a10v2068.pdf
137
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/cp/v36n127/a0536127.pdf
138
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/es/v21n70/a08v2170.pdf
139
Fonte: (Para baixar o arquivo acesse o ambiente SOLAR)
140
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/cp/v37n131/a1037131.pdf
141
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/es/v20n68/a04v2068.pdf.
50
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm. Acesso em: 29 out. 2007.

______. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Disponível http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm. Acesso em: 29 out. 2007.

______. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação


nacional. Disponível http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em: 29 out. 2007.

______. Lei nº 10.172, de 09 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação. Disponível
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10172.htm. Acesso em: 20 nov. 2007.

CEARÁ. Constituição (1989). Constituição do Estado do Ceará. Disponível


http://www.al.ce.gov.br/publicacoes/constituicaoestadual_56.pdf. Acesso em: 29 out. 2007.

51
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Aula 03: Política educacional. Gestão educacional.


Financiamento da Educação. Avaliação do sistema escolar
brasileiro.

Tópico 01: Políticas públicas educacionais


Conforme vimos na aula passada, é obrigação do Estado atender a clientela que requer
Educação, para tanto os governos federal, estadual e municipal devem desenvolver políticas que,
articulando esforços e recursos (humanos, físicos, financeiros, didáticos ...), cumpram essa determinação
legal.

Brasil
O Ministério da Educação (MEC), órgão da administração direta do governo federal, é o
maior responsável pela proposição de políticas públicas, bem como de promover o fortalecimento dos
diversos órgãos encarregados pela Educação nas esferas Estadual e Municipal.

Fonte: http://portal.mec.gov.br

As áreas de competências do MEC são: i) política nacional de educação; ii) educação infantil;
iii) educação em geral, compreendendo ensino fundamental, ensino médio, educação superior, ensino
supletivo, educação tecnológica, educação de jovens e adultos, educação profissional, educação especial e
educação a distância, exceto ensino militar; iv) avaliação, informação e pesquisa educacional; v) pesquisa
e extensão universitárias; vi) magistério; e vii) coordenação de programas de atenção integral a crianças e
adolescentes.

No MEC, a Educação Básica é de competência da Secretaria de Educação Básica (SEB)142 e a


Educação Superior é atribuição da Secretaria de Educação Superior (SESU).143 Navegue nessa Secretarias
e conheça, dentre outras coisas, os programas e as ações desenvolvidos por elas.

No Brasil, em 2009, a Educação Básica tinha 52.580.452 estudantes, sendo 45.270.710


(86,10%) na rede pública e 7.309.742 (13,90%) na rede privada. Esse dados revelam quão grande é a rede
pública no Brasil e a importância que as políticas desenvolvidas pelo MEC tem na melhoria da Educação
nacional.

142
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=293&Itemid=810
143
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=287&Itemid=819
52
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
Conforme o Censo Escolar 2010, divulgado em 20 de dezembro de 2010, a Educação Básica
tinha 51.549.889 estudantes, sendo 43.989.507 (85,33%) na rede pública e 7.560.382 (14,67%) na rede
privada. No período de 2009-2010, aconteceu uma leve diminuição (0,02%) do quantitativo de matrículas
nesse nível, tendo a rede pública cedido 0,77% das matrículas para a rede privada.

Leitura Complementar

Censo da Educação Básica 2010144 (Informações principais)

Censo da Educação Básica 2010 145(Apresentação dos resultados)

Censo da Educação Básica 2010 146(Resumo Técnico)

Conforme a LDB, são cinco as modalidades do ensino: a Educação Profissional (EP), a


Educação de Jovens e Adultos (EJA), a Educação Especial (EE), a Educação Escolar Indígena (EEI) e a
Educação a Distância (EAD).

Programas e ações do MEC nas modalidades de ensino

As ações do MEC para a Educação Profissional (EP) são de competência da Secretaria de


Educação Profissional e Tecnológica (SETEC).147

O MEC desenvolve, mediante a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e


Diversidade (SECAD)148, vários programas que visam à melhoria da Educação de Jovens e Adultos
(EJA):

Brasil Alfabetizado
• Conexões de Saberes
• Diversidade na Universidade
• Escola Que Protege
• Projovem Campo – Saberes da Terra
• Mais Educação

Em 2005, o Governo Federal lançou a Política Nacional de Juventude, que, mediante a Lei nº
149
11.129/05 , se efetivou, com: i) a criação da Secretaria Nacional de Juventude e do Conselho Nacional
de Juventude; e ii) a instituição do Programa Nacional de Inclusão de Jovens: Educação,
Qualificação e Ação Comunitária (ProJovem).

Em virtude das demandas sociais históricas, em 2007, foi constituído o Grupo de Trabalho
Juventude (GT Juventude), com a participação de representantes da Secretaria-Geral da Presidência da
República, da Casa Civil e dos Ministérios da Educação, do Desenvolvimento Social, do Trabalho e
Emprego, da Cultura, do Esporte e do Planejamento.

144
Fonte: http://www.inep.gov.br/imprensa/noticias/censo/escolar/news10_04.htm
145
Fonte: http://www.inep.gov.br/download/censo/2010/apresentacao_divulgacao_censo_2010.pdf
146
Fonte: http://www.inep.gov.br/download/censo/2010/divulgacao_censo2010_201210.pdf
147
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=286&Itemid=799
148
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=290&Itemid=816
149
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11129.htm
53
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
O GT Juventude, articulando as noções de oportunidade para todos e direitos universalmente
assegurados, propôs o ProJovem Integrado, que contempla as seguintes modalidades (e responsáveis): o
ProJovem Adolescente150 (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome), ProJovem
Urbano151 (Secretaria Nacional de Juventude), ProJovem Campo – Saberes da Terra152 (Ministério da
Educação) e ProJovem Trabalhador153 (Ministério do Trabalho e Emprego). A Lei nº 11.692/08154
apresenta esta nova configuração do ProJovem.

Em 2007, foi instituído pela Portaria Interministerial nº 17/2007, o Programa Mais


155
Educação , que visa ao aumento do tempo que o estudante fica na escola pública, com a oferta de
atividades que contemplam acompanhamento pedagógico, meio ambiente, esporte e lazer, direitos
humanos, cultura e artes, cultura digital, prevenção e promoção da saúde, educomunicação, educação
científica e educação econômica.

O MEC desenvolve na área da Educação Especial (EE), mediante a Secretaria de Educação


Especial (SEESP)156, vários programas que visam à melhoria desta modalidade:
• Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade
• Apoio à Educação de Alunos com Deficiência Visual
• Apoio à Educação de Alunos com Surdez e Deficiência Auditiva
• Apoio à Educação Infantil
• Apoio à Educação Profissional
• Apoio Técnico e Pedagógico aos Sistemas de Ensino
• Projeto de Informática na Educação Especial - PROINESP
• Programa de Apoio à Educação Especial - PROESP
• Projeto Educar na Diversidade
• Edital Programa INCLUIR - Igualdade de oportunidades para estudantes com deficiências

O MEC desenvolve, mediante a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e


Diversidade (SECAD), diversas ações que objetivam ao incremento da Educação Escolar Indígena
(EEI)157:
• Formação inicial e continuada de professores indígenas em nível médio (Magistério
Indígena)
• Formação de Professores Indígenas em Nível Superior
• Produção de material didático específico em línguas indígenas, bilíngues ou em português
• Apoio político-pedagógico aos sistemas de ensino para a ampliação da oferta de educação
escolar em terras indígenas
• Promoção do Controle Social Indígena
• Apoio Financeiro à Construção, Reforma ou Ampliação de Escolas Indígenas

Objetivando estimular o desenvolvimento de projetos de cursos na área das Licenciaturas


Interculturais em instituições de ensino superior públicas federais e estaduais foi criado o Programa de
Formação Superior e Licenciaturas Indígena (Prolind)158. Na UFC, funcionam os cursos de Magistério
Indígena Tremembé Superior e Magistério Indígena Superior Intercultural dos Povos Pitaguary, Tapeba,
Kanindé, Jenipapo-Kanindé e Anacé.

150
Fonte: http://www.mds.gov.br/suas/guia_protecao/projovem
151
Fonte: http://www.projovemurbano.gov.br/site/interna.php?p=material&tipo=Conteudos&cod=11
152
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12306&Itemid=817
153
Fonte: http://www.mte.gov.br/projovem/default.asp
154
Fonte: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11692.htm
155
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12372&Itemid=817
156
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=288&Itemid=825
157
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12315&Itemid=817
158
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12258&Itemid=817
54
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
A Secretaria de Educação a Distância (SEED)159 é responsável por vários programas e
projetos que utilizam as novas tecnologias e a Educação a Distância (EAD) para melhorar a qualidade da
educação brasileira:
• Domínio Público
• DVD Escola
• E-Proinfo
• E-Tec Brasil
• Formação pela escola
• Mídias na Educação
• PAPED
• Proinfantil
• Proinfo
• Proformação
• Pró Letramento
• Pró Licenciatura
• Rádio Escola
• RIVED
• Salto para o Futuro
• Tv Escola
• UAB
• Webeduc

O Plano Nacional de Educação (PNE) foi aprovado mediante a Lei nº 10.172/01160,


constituindo-se em importante instrumento de política educacional, uma vez que orienta as ações
(políticas) do Poder Público nos três níveis (Federal, Estadual e Municipal). Sua vigência é de dez anos.
Em 2011, a partir das decisões do CONAE (apresentado no final desse tópico), um novo PNE será
elaborado.

O PNE está amparado na Constituição de 1988 e na LDB (arts. 9º, inciso I, e 87, 1º)161,
tendo sido aprovado após três anos de tramitação no Congresso Nacional. Infelizmente, a Lei não
contemplou muitas das expectativas da sociedade civil, notadamente no que se refere à ampliação da
obrigação do Estado com a oferta da Educação Básica e do Ensino Superior, as quais só podem ocorrer se
houver a respectiva dotação orçamentária, fruto de determinação política da União, a qual se fez ausente,
conforme os vetos apresentados pelo então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.

Este documento legal é divido em seis capítulos: I – Introdução; II – Níveis de Ensino; III –
Modalidades de Ensino; IV – Magistério da Educação Básica; V – Financiamento e Gestão e
Acompanhamento e VI – Avaliação do Plano.

O Capítulo I é divido em dois tópicos: Histórico e Objetivos e Prioridades. No Histórico, são


relatados alguns acontecimentos no cenário educacional na República, de modo a contextualizar a
elaboração do Plano Nacional de Educação.

Em Objetivos e Prioridades, são apresentados os quatro objetivos – a elevação global do nível


de escolaridade da população; a melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis; a redução das
desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação
pública; e democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos

159
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=289&Itemid=356
160
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10172.htm
161
Fonte: 01_arquivos/exemplo1.htm?keepThis=true&TB_iframe=true&height=160&width=470
55
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e
a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes – e as cinco
prioridades – 1. Garantia de ensino fundamental obrigatório de oito anos a todas as crianças de 7 a 14
anos, assegurando o seu ingresso e permanência na escola e a conclusão desse ensino; 2. Garantia de
ensino fundamental a todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria ou que não o concluíram;
3. Ampliação do atendimento nos demais níveis de ensino; 4. Valorização dos profissionais da educação;
e 5. Desenvolvimento de sistemas de informação e de avaliação em todos os níveis e modalidades de
ensino.

À luz destes objetivos e prioridades, o Plano estabelece: diretrizes para a gestão e o


financiamento da Educação (Capítulo V); diretrizes e metas para cada nível e modalidade de ensino
(Capítulos II e III); e, ainda, diretrizes e metas para a formação e valorização do magistério e demais
profissionais da educação (Capítulo IV).

Leitura Complementar

Capítulo I da Lei nº 10.172/01.(Acesse o SOLAR)

Avaliação do Plano Nacional de Educação.162

No que se refere às Instituições de Ensino Superior (IES), descatam-se como políticas


públicas federais o PROUNI e o REUNI. Antes de apresentá-los, é importante destacar o incremento de
matrículas que ocorreu, nas últimas duas décadas, neste nível. Em 1991, havia quase 1 milhão e 600 mil
estudantes matriculados. Em 2008, o montante saltou para um pouco mais de 5 milhões e 800 mil
estudantes. Esta expansão, na ordem de 271,11%, foi impulsionada, principalmente, pela rede privada:
• em 1995, do total de 1.759.703 estudantes matriculados nas IES, a rede pública tinha
700.540 estudantes (39,81%) e a rede particular tinha 1.059.163 estudantes (60,19%);
• em 2008, do total de 5.808.017 estudantes matriculados nas IES, a rede pública tinha
1.552.953 estudantes (26,74%) e a rede particular tinha 4.255.064 estudantes (73,26%).

Em 2008, o ensino presencial tinha 5.080.056 estudantes (87,47%) e a educação a distância


tinha 727.961 estudantes (12,53%). É interessante mencionar que, em 2002, apenas 40.174 estudantes
estavam matriculados em cursos a distância.

A Lei nº 11.096/05 institucionalizou o Programa Universidade para Todos (PROUNI)163, que


concede bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de graduação e sequenciais de formação
específica, em instituições privadas de educação superior, as quais recebem, em contrapartida, isenção de
alguns tributos.

O PROUNI164 contempla estudantes egressos do ensino médio da rede pública ou da rede


particular na condição de bolsistas integrais, com renda per capita familiar máxima de três salários
mínimos. A seleção é feita por um sistema informatizado e impessoal, utilizando como critério a nota
obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Nestes cinco anos de duração, já foram
contemplados cerca de 600 mil estudantes, sendo que cerca de 70% com bolsa de estudo integral.

162
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=234:pne-
apresentacao&catid=156:pne&Itemid=278
163
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11096.htm
164
Fonte: http://prouniportal.mec.gov.br/
56
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Multimídia

PROUNI165

No âmbito das universidades públicas federais, em 2007 foi instituído, mediante o Decreto nº
6.096/07166, o Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais
(REUNI)167, objetivando expandir as vagas destas instituições, dotando-as de recursos para ampliar o
acesso e a permanência dos estudantes.

Embora o PROUNI e o REUNI possibilitem a democratização de acesso às IES, os estudiosos


questionam notadamente: i) o fato de o governo federal utilizar, no PROUNI, o dinheiro público em
instituições privadas, quando deveria alocá-lo nas instituições públicas; e ii) a precarização do trabalho
docente, no REUNI, com o aumento de matrículas em cursos antigos e novos, sem a compatível
contratação de docentes e servidores técnico-administrativos, e o compromisso de melhorar o índice de
concluintes, que, em 2008, era 67% (a meta é 90%), o que pode ensejar a diminuição da qualidade do
ensino, uma vez que fatores externos à Universidade também influenciam a trajetória discente nela.

Leitura Complementar

PROUNI: democratização de acesso às IES?.(Acesse o SOLAR)

REUNI ou DESUNI?.168

Em abril de 2007, o presidente Lula lançou o Plano de Desenvolvimento da Educação


169
(PDE) , com a promessa de promover mudanças na estrutura educacional brasileira, que padece de
problemas de rendimento, frequência e permanência do estudante na escola.

Leitura Complementar

As quarenta e uma (41) as ações do PDE.170

Análise do PDE171.

Tendo em vista a realização, em abril de 2008, da Conferência Nacional de Educação


Básica172, os Estados promoveram Conferências Estaduais.

165
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=hNEaUH5Z1J0
166
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6096.htm
167
Fonte: http://reuni.mec.gov.br/
168
Fonte: http://oglobo.globo.com/opiniao/mat/2007/06/15/296303286.asp
169
Fonte: http://www.vdl.ufc.br/solar/aula_link/llpt/semestre06/epge/aula_03/01_arquivos/PDE.pdf
170
Fonte: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pde/default.html
171
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a2728100.pdf
172
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=8810
57
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
No Ceará, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação e do Conselho de
Educação, a Assembléia Legislativa e a UNDIME/APRECE (UNDIME: União Nacional dos Dirigentes
Municipais de Educação; APRECE: Associação dos Municípios e Prefeitos do Estado do Ceará)
promoveram a Conferência Estadual da Educação173, que contemplou Audiências Públicas, Conferências
Regionais, Encontros Temáticos e outras atividades, as quais culminaram na etapa final que ocorreu no
período de 07 a 09 de novembro de 2007.

Leitura Complementar

Conferência Nacional de Educação Básica.174

Em 16 de julho de 2008, mediante a Lei nº 11.738175, foi instituído o piso nacional do


professor do ensino básico. É importante ressaltar que essa lei regulamenta a alínea “e”, do inciso III, do
caput do art. 60, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, da Constituição Federal de 1988.
Somente após quase 20 anos, os professores foram contemplados por um direito previsto na Lei maior
nacional. O valor atual do piso é R$ 1.024,67.

Outra conquista importante oriunda dessa Lei é a garantia de que o professor deve ter no
máximo 2/3 da sua carga horária em sala de aula (§ 4º, do art. 2º), o que garante 1/3 para o planejamento.

Descata-se, ainda, o art. 6º, in verbis: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios deverão elaborar ou adequar seus Planos de Carreira e Remuneração do Magistério até 31 de
dezembro de 2009, tendo em vista o cumprimento do piso salarial profissional nacional para os
profissionais do magistério público da educação básica, conforme disposto no parágrafo único do art. 206
da Constituição Federal.176“

No período de 28 de março a 1º de abril de 2010, foi realizada a Conferência Nacional de


Educação (CONAE), com tema “Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação: O Plano
Nacional de Educação, Diretrizes e Estratégias de Ação”. Para tanto, o MEC organizou, em 2009,
conferências preparatórias: nos municípios (no 1° semestre) e nos Estados e no Distrito Federal (no 2°
semestre). As conferências estaduais tinham como objetivo consolidar e aprofundar o documento formado
a partir das conferências municipais.

173
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=8810
174
Fonte: http://portal.mec.gov.br/arquivos/conferencia/index.html
175
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11738.htm
176
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm#art206
58
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Fonte: http://www.infonet.com.br/sysinfonet/images/secretarias/educacao/grande-CONAE-2010.jpg

A CONAE177 é um espaço democrático, instituído pelo Poder Público, para que a sociedade
participe do desenvolvimento da educação nacional. Nas conferências estaduais, foram eleitos
representantes – gestores das diversas esferas, trabalhadores de escolas públicas e particulares, membros
dos conselhos de Educação, estudantes e pais de estudantes – da Educação Básica, da Educação
Profissional e da Educação Superior, conforme o seguinte quadro (Acesse o SOLAR)

Leitura Complementar

Documento-Referência da CONAE. (Acesse o SOLAR)

Em 15 de dezembro de 2010, o Presidente da República e o Ministro da Educação enviaram


ao Congresso Nacional o projeto de lei do Plano Nacional de Educação (PNE) do decênio 2011-2020. O
documento apresenta dez (10) diretrizes as quais se expressam em vinte (20) metas, com respectivas
estratégias.
Leitura Complementar

Principais pontos do projeto de lei do novo PNE.178


Projeto de Lei do Plano Nacional de Educação 2011-2020. (Acesse o SOLAR)
Tramitação do projeto de lei do PNE 2011-2020 (PL-8035/2010).179

No período de fevereiro a abril de 2009, o MEC promoveu encontros com os secretários


municipais de educação, visando à divulgação dos programas, projetos e ações da Educação Básica, troca
de informações e esclarecimento de dúvidas, ampliando, desta forma, o diálogo entre o MEC e os
municípios, tão necessário para o melhoramento da colaboração entre estas esferas, que se expressa na
proposição de políticas públicas.

177
Fonte: http://conae.mec.gov.br/
178
Fonte: http://conae.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=362:lula-envia-ao-congresso-nacional-pl-
com-as-metas-para-2011-2020&catid=102:destaque
179
Fonte: http://www.camara.gov.br/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=490116
59
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Leitura Complementar

Plano de Desenvolvimento da Educação180.

Ceará
A Secretaria de Educação Básica do Estado do Ceará (SEDUC) tem por “finalidade definir
diretrizes e prioridades educacionais e coordenar o sistema de educação básica em nível estadual,
garantindo a oferta de um ensino de qualidade e assegurando a concretização das políticas educacionais
adotadas, bem como, a manutenção e o funcionamento dos Estabelecimentos Oficiais de Ensino Público
do Estado”. (CEARÁ, slide 02)

Dica

Estrutura Organizacional da SEDUC181.

A SEDUC é composta de vinte e uma (21) Coordenadorias Regionais de Desenvolvimento da


Educação (CREDE), as quais têm a responsabilidade de coordenar as políticas educacionais junto às
setecentas e oitenta e duas (782) escolas estaduais e as Secretarias Municipais de Educação, de acordo
com a jurisdição.

Dica

Para conhecer as sedes das CREDEs e os municípios que as compõem (a 21ª


CREDE é em Fortaleza)

Em relação às Políticas Educacionais implantadas pela SEDUC-CE, devem ser citados: o


Programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC)182, que objetiva melhorar os índices de leitura e escrita
dos estudantes cearenses, uma vez que, na Prova Brasil de 2005, os nossos estudantes obtiveram o 8° pior
índice de proeficiência em Português, e o Primeiro Aprender!183, que pretende o desenvolvimento e a
consolidação de conceitos e competências dos estudantes do Ensino Médio nas diversas disciplinas, com
foco em compreensão de textos, raciocínio, articulação lógico-abstrata de conteúdos e resolução de
problemas.

180
Fonte: http://www.cenpec.org.br/modules/news/article.php?storyid=16
181
Fonte: http://download.seduc.ce.gov.br/documentos/powerpoint/estrutura_organizacional_da_seduc.ppt
182
Fonte: http://www.idadecerta.seduc.ce.gov.br/
183
Fonte: http://portal.seduc.ce.gov.br/images/arquivos/primeiro_aprender.pdf
60
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
As disciplinas são divididas em dois blocos (I – Língua Portuguesa, História, Língua Inglesa,
Filosofia, Educação Física e Arte; II – Matemática, Física, Biologia, Química e Geografia), cada um com
três apostilas/módulos.184

O desafio, portanto, é continuarmos lutando pela melhoria da Educação, em todos os níveis,


notadamente aquele que acontece nas instituições públicas, com práticas que valorizem a participação da
comunidade, que se manifesta, na sala de aula, no cuidado e no respeito com os saberes discentes e as
relações interpessoais.

Olhando de Perto

Informações Educacionais do Estado do Ceará.(Acesse o SOLAR)

A Reforma da Educação Básica no Ceará.185

184
Fonte: http://portal.seduc.ce.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=633:seduc-divulga-chamada-publica-
sobre-processo-de-escolha-de-diretor&catid=14:lista-de-noticias&Itemid=76
185
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/ea/v15n42/v15n42a06.pdf
61
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Aula 03: Política educacional. Gestão educacional.


Financiamento da Educação. Avaliação do sistema escolar
brasileiro.

Tópico 02: Gestão educacional


No art. 206, inciso VI, da CF, está resguardada, in verbis, “(..) gestão democrática do ensino
público, na forma desta Lei”, a qual se constitui num dos princípios que devem orientar o ensino. A LDB,
no seu art. 3º, inciso VIII, ampliou esta determinação, quando afirmou que o ensino será ministrado com
base na, in verbis: “a gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos
sistemas de ensino”.

Fonte: http://portal.mec.gov.br/seb/img/ce_roda.jpg

Estudamos na aula 2 que os artigos 14 e 15, da LDB, respectivamente, tratam da gestão do


ensino e da autonomia das escolas. Enquanto o artigo 14 apresenta os princípios que os sistemas de
ensino devem observar quando definirem as normas da gestão democrática do ensino público, o artigo 15
garante a autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira das unidades escolares públicas.

Artigos 14 e 15, da LDB


Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação
básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os
integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas
as normas gerais de direito financeiro público.

Brasil
O MEC, no caso da Educação Básica, desenvolve vários programas que visam ao
fortalecimento da gestão democrática:
• Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais de Educação - Pradime
• Programa Nacional de Capacitação dos Conselheiros Municipais de Educação
• Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares
• Programa de Fortalecimento Institucional das Secretarias Municipais de Educação do
Semi-Árido
• Escola de Gestores da Educação Básica
• PDE - Escola
62
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Leitura Complementar

Programas e ações do MEC na Educação Básica.186

Conforme o Censo Escolar de 2004, cerca de 30% dos gestores escolares tem apenas o nível
médio, motivo pelo qual o Governo Federal tem envidado esforços no sentido de melhorar a sua
qualificação, o que se percebe na Escola de Gestores187, que objetiva formar gestores escolares das
escolas públicas da Educação Básica numa perspectiva de gestão democrática e de efetivação do direito à
Educação.

O Conselho Escolar é composto por representantes da comunidade – escolar (direção,


representação dos professores, dos trabalhadores em educação não-docentes, dos estudantes e
pais/responsáveis pelos estudantes) e local – os quais têm a responsabilidade de deliberar sobre questões
político-pedagógicas, administrativas e financeiras da escola. Para tanto, o Conselho Escolar precisa
determinar as ações e o meios necessários para alcançar as finalidades desejadas, as quais deverão constar
do respectivo projeto político-pedagógico.

Mas, o que é o projeto político-pedagógico (PPP)(Acesse o SOLAR) de uma escola e qual é a


sua importância para a transformação da Educação?

O PPP, cuja elaboração compete ao Conselho Escolar, deve expressar os anseios da


comunidade – escolar e local – enunciando as prioridades e os objetivos de cada unidade acadêmica, bem
como os problemas que precisam ser superados e as estratégias (práticas) coletivas necessárias para
alcançar as metas estabelecidas.

Percebe-se, portanto, o quanto o Conselho Escolar constitui-se num importante e


indispensável instrumento para a democratização do cenário escolar, uma vez que ele propicia a
participação da comunidade em todos os momentos do cotidiano educacional (planejamento, execução e
avaliação), favorecendo o desenvolvimento de uma cultura democrática, cidadã, que contempla a maioria,
e afastando a cultura patrimonialista, segregacionista, que favorece apenas alguns, notadamente os
próximos dos “detentores” do poder escolar.

Quais são as funções do Conselho Escolar?


a) Deliberativas: quando decidem sobre o projeto político-pedagógico e outros assuntos da escola,
aprovam encaminhamentos de problemas, garantem a elaboração de normas internas e o cumprimento das
normas dos sistemas de ensino e decidem sobre a organização e o funcionamento geral das escolas,
propondo à direção as ações a serem desenvolvidas. Elaboram normas internas da escola sobre questões
referentes ao seu funcionamento nos aspectos pedagógico, administrativo ou financeiro.
b) Consultivas: quando têm um caráter de assessoramento, analisando as questões encaminhadas pelos
diversos segmentos da escola e apresentando sugestões ou soluções, que poderão ou não ser acatadas
pelas direções das unidades escolares.

186
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12492&Itemid=811
187
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12337:escola-de-gestores-da-educacao-
basica-apresentacao&catid=300:escola-de-gestores-da-educacao-basica&Itemid=693
63
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
c) Fiscais (acompanhamento e avaliação): quando acompanham a execução das ações pedagógicas,
administrativas e financeiras, avaliando e garantindo o cumprimento das normas das escolas e a qualidade
social do cotidiano escolar.
d) Mobilizadoras: quando promovem a participação, de forma integrada, dos segmentos representativos
da escola e da comunidade local em diversas atividades, contribuindo assim para a efetivação da
democracia participativa e para a melhoria da qualidade social da educação.
Extraído de:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad1.pdf

Leitura Complementar

Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares.188


Cadernos publicados pelo MEC sobre os Conselhos Escolares.189
Gestão Democrática e Conselho Escolar.(Acesse o SOLAR)

Ceará
É importante destacar as políticas desenvolvidas pela SEDUC no sentido de propiciar a gestão
democrática da educação, com a valorização da participação da comunidade, como se depreende, por
exemplo, nas eleições diretas para diretor (1995, 1998, 2001 e 2004), na constituição dos núcleos gestores
– Diretor, Coordenador Pedagógico, Coordenador Administrativo-Financeiro, Coordenador Escolar
(Gestão) e Secretário (composição no caso da escola ser de nível A, com mais de 1.500 estudantes) – e
dos conselhos escolares.

É claro que isso não basta para se ter uma gestão democrática no ambiente escolar, nem é a
garantia de que as decisões emanarão do coletivo, mas representa um avanço, tendo em vista o
clientelismo que campeou, durante décadas, em terras alencarinas (não somente!).

A Secretaria de Educação do Estado do Ceará (SEDUC) desenvolveu a Gestão Integrada da


Escola (GIDE), com o intuito de integrar os documentos de gestão – Projeto Político Pedagógico (PPP),
Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE) e Programa de Modernização e Melhoria da Educação
Básica (PMMEB) – e incrementar os resultados obtidos por eles.

188
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12384:conselhos-escolares-
apresentacao&catid=316:conselhos-escolares&Itemid=655
189
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12619%3Apublicacoes-dos-conselhos-
escolares&catid=195%3Aseb-educacao-basica&Itemid=859
64
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Leitura Complementar

Parecer do Conselho Estadual de Educação sobre a GIDE.(Acesse o SOLAR)

Como vimos neste tópico, a concepção vigente de gestão educacional rejeita a anterior em que
o poder se concentrava nas mãos apenas do secretário, diretor e/ou professor e privilegia as práticas que
incentivam a ampla participação dos demais agentes. No cenário escolar, o desafio assume tons mais
fortes, tendo em vista que, em virtude do tempo que passamos (profissionais da educação e estudantes)
nesta instituição, podemos (ou não) ter lições proveitosas sobre cidadania, cujo aprendizado nos habilitará
para a vida numa sociedade permeada de injustiça, a qual demanda um esforço coletivo para sua
transformação.

Multimídia

LDB – Gestão Democrática e Autonomia Pedagógica (1/2)190


LDB – Gestão Democrática e Autonomia Pedagógica (2/2)191

Olhando de Perto

Visite os seguintes endereços, para saber mais sobre:


Criação dos sistemas municipais de ensino192
Gestão educacional e as políticas federal e municipal193
A GIDE194

190
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=2jO9LMgS86E
191
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=jcyv7Uz8qdU
192
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/es/v26n93/27285.pdf
193
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-25551998000200003&lng=pt&nrm=iso
194
Fonte: http://www.seduc.ce.gov.br/gide.asp
65
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Aula 03: Política educacional. Gestão educacional.


Financiamento da Educação. Avaliação do sistema escolar
brasileiro.

Tópico 03: Financiamento da Educação


Para transformar as políticas públicas em realidade, é necessário, dentre outras coisas,
dinheiro ($)! Nesse tópico, estudaremos as fontes de financiamento da Educação.

Temos assistido, recentemente, a dois fenômenos interessantes. De um lado, uma progressiva


redistribuição de responsabilidades, notadamente no campo educacional, da União para Estados e
Municípios, o que pode permitir ações e gestões mais democráticas. Por outro lado, o incremento dos
percentuais legais dos recursos financeiros destinados à Educação.

Parada Obrigatória

Artigos da CF que tratam do Financiamento da Educação.

A LDB, nos artigos 68 a 77, que compõem o TÍTULO VII (Dos Recursos Financeiros),
contempla o financiamento da Educação.

O artigo 68 apresenta as fontes dos recursos públicos destinados à Educação, enquanto o


artigo 69 determina os percentuais mínimos de aplicação na manutenção e desenvolvimento do ensino
público, da receita resultante de impostos, da União (18%) e dos Estados, Distrito Federal e Municípios
(25%), nos termos do art. 212 da CF. A fiscalização dos órgãos competentes quanto aos recursos públicos
priorizará os percentuais supra (art. 73).

As despesas consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino são detalhadas


no artigo 70, enquanto o artigo seguinte especifica as que não se enquadram.

Objetivando à transparência das origem e destinação destes recursos, o artigo 72 determina


que as receitas e despesas com manutenção e desenvolvimento do ensino serão apuradas e publicadas nos
balanços do Poder Público.

O regime de colaboração entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios quanto ao


padrão mínimo de oportunidades educacionais para o ensino fundamental é celebrado no artigo 74.

Os artigos 75 e 76 tratam, respectivamente, da ação supletiva e redistributiva da União e dos


Estados com vista a corrigir as disparidades de acesso e garantir o padrão mínimo de qualidade de ensino,
sendo condicionado todavia ao cumprimento, por parte dos entes federados, do disposto nesta Lei.

Recursos públicos podem ser utilizados por escolas comunitárias, confessionais ou


filantrópicas, que atenderem os requisitos elencados no artigo 77.

66
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Parada Obrigatória

Artigos 68 a 77, da LDB. (Acesse o SOLAR)

Origem dos recursos orçamentários para a Educação

O sistema de financiamento da educação no Brasil está estruturado em um conjunto de


preceitos constitucionais que regem o gasto das receitas gerais, um certo número de fontes vinculadas à
educação e uma variedade de instituições criadas para cumprir objetivos educacionais específicos. Em
geral, a prioridade declarada tem sido colocada como sendo a educação básica, mas nem sempre, na
prática, a redistribuição tem refletido essa prioridade (Xavier; Marques, 1994).

No caso da União, os recursos orçamentários provêm de fontes ordinárias e de recursos


orçamentários vinculados, entre os quais se destacam:
a) 1/3 dos recursos do Salário-educação; b) 18%, no mínimo da receita resultante
de impostos; c) operações de créditos, como os financiamentos do Banco
Mundial; e d) créditos internos, como parte da receita do antigo Fundo de Apoio
ao Desenvolvimento Social (FAZ) e Crédito Educativo.

Os Estados têm obrigação constitucional de alocar para o ensino fundamental: 2/3 dos
recursos do Salário-educação arrecadados no próprio Estado; 25%, no mínimo, dos recursos da receita
própria de impostos, decorrentes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS),
Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores e
taxas diversas; 25%, no mínimo, dos recursos transferidos pela União, entre eles os do Fundo de
Participação dos Estados (FPE); e outros recursos, provenientes de cotas adicionais do Salário-educação
sob a responsabilidade da União e outras transferências.

Nos municípios, a Educação é financiada por 25%, no mínimo, dos recursos da receita própria
de impostos municipais, inclusive o Imposto Predial e Territorial Urbano, Imposto sobre Serviços de
Qualquer Natureza e Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos; por 25%, no
mínimo, dos recursos transferidos pela União, entre eles os do Fundo de Participação dos Municípios
(FPM); por 25%, no mínimo, dos recursos transferidos pelo Estado; e por outros recursos provenientes da
União os dos Estados, como cotas do Salário-educação ou transferências.

Durante a Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada, em 1990, na cidade de
Jomtien, na Tailândia, que foi promovida pela Unesco, Unicef, PNUD e Banco Mundial, foi aprovada
uma resolução, assinada pelo Brasil, em defesa da melhoria da educação básica, propiciando a todos o
direito de terem acesso aos conhecimentos básicos necessários à vida digna, marca inalienável de uma
sociedade justa.

Em virtude deste compromisso, o Brasil elaborou, em 1993, o Plano Decenal de Educação


para Todos, cuja meta principal era assegurar, no período de 1993 a 2003, a crianças e adolescentes em
idade escolar o acesso aos conteúdos mínimos em matéria de aprendizagem que respondam às
necessidades elementares da vida contemporânea, que se expressaria na universalização da educação
fundamental e na erradicação do analfabetismo.

67
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
Estes acontecimentos ensejaram a criação, em 1998, do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), mediante a Lei nº
9.424/96 (texto original).

Os estudiosos do FUNDEF reconhecem a importância de garantir o financiamento do Ensino


Fundamental e de propiciar a descentralização financeira. Destacam, ainda, a determinação legal de
destinar pelo menos 60% dos recursos do FUNDEF ao pagamento de todos os profissionais do magistério
em exercício, incluindo os professores em sala de aula, os profissionais em atividades pedagógicas e a
habilitação dos leigos, o que propiciou o financiamento da educação em regiões mais pobres do País.

Por outro lado, eles criticam o fato de que parte dos recursos alocados neste nível provêm de
outros níveis, ou seja, como se diz popularmente, “cobrindo um santo e descobrindo outro”. Outra
ressalva refere-se ao valor aluno-ano pago pela União, uma vez que ele está defasado, obrigando, assim,
Estados e Municípios a arcarem com o déficit contábil.

Nos anos 90, foram aprovadas, pelo Congresso Nacional, duas normas que diminuíram, de
forma substancial, os recursos destinados à Educação: a DRU e a Lei Kandir.

Em 1994, entrou em vigor a Desvinculação de Receitas da União (DRU), que permite que
20% da receita da União seja aplicada como ela desejar, o que implicava na redução do percentual da
Educação de 18% para 13,4%. Em novembro de 2009, foi promulgada a Emenda Constitucional n° 59,
que determina que as verbas da Educação não sejam mais retidas pela DRU. Em 2009, a retenção será de
12,5%, em 2010, o percentual cairá para 5% e em 2011, será zerada, ou seja, a Educação receberá
integralmente os recursos financeiros que têm direito, conforme a Constituição.

Em termos de cifras, o MEC estima que, neste período, a Educação deixou de receber cerca
de R$ 100 bilhões. Com o fim da DRU na Educação, o governo liberará ao MEC, já em 2009, cerca de
R$ 4 bilhões, e em 2010, cerca de R$ 7 bilhões.

A Lei Kandir, de 1996, determinou a desoneração das exportações do ICMS, que incide sobre
produtos e serviços. Se por um lado, esta medida incrementa a Economia, por outro lado, reduz o
montante arrecadado deste imposto, o qual é, proporcionalmente, repassado a Estados e Municípios.

Objetivando ampliar a sua atuação no cenário educacional, o governo federal propôs e o


Congresso Nacional aprovou a substituição do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF) pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), mediante a Lei nº
11.494/07.

68
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Leitura Complementar

FUNDEB (MEC).195

FUNDEB (FNDE).196

Parada Obrigatória

Recursos do FUNDEB: origem, utilização e fiscalização.(Acesse o SOLAR)

Uma das contribuições sociais mais importantes para a Educação pública é o salário-educação
(art. 212, § 5º, da CF), que é recolhido pelas empresas contribuintes no percentual de 2,5% sobre o total
de remunerações pagas ou creditadas aos segurados e repassado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação (FNDE), uma autarquia do MEC, que tem como missão prover recursos e executar ações
que incrementem a Educação.

Leitura Complementar

Salário-educação.197

Ações mais significativas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

O FNDE204 também financia projetos destinados à Educação de Jovens e Adultos (EJA),


Educação Especial (EE), Educação Escolar Indígena (EEI), dentre outros.

195
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12407&Itemid=725
196
Fonte: http://www.fnde.gov.br/index.php/financ-fundeb
197
Fonte: http://www.fnde.gov.br/index.php/financ-salarioeducacao
198
Fonte: http://www.fnde.gov.br/index.php/programas-alimentacao-escolar
199
Fonte: http://www.fnde.gov.br/index.php/programas-dinheiro-direto-na-escola
200
Fonte: http://www.fnde.gov.br/index.php/programas-concluidos-fundescola
201
Fonte: http://www.fnde.gov.br/index.php/programas-livro-didatico
202
Fonte: http://www.fnde.gov.br/index.php/programas-concluidos-promed
203
Fonte: http://www.fnde.gov.br/index.php/programas-transporte-escolar
204
Fonte: http://www.fnde.gov.br/
69
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Multimídia

Políticas públicas - FUNDEB (1/2)205

Políticas públicas - FUNDEB (2/2) 206

Olhando de Perto

Visite os seguintes endereços, para saber mais sobre:


A Conferência de Jomtien207
O Banco Mundial e a Educação208
Financiamento da Educação e Políticas Públicas209
Financiamento da educação infantil(Acesse o SOLAR)
Financiamento do ensino médio210
Política de Fundos e o financiamento da educação211

205
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=5KeNVR_4IKo
206
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=EexWLi4JurU
207
Fonte: http://www.educacaoonline.pro.br/index.php?option=com_content&view=article&id=22:a-conferencia-de-jomtien-
e-a-educacao-para-todos-no-brasil-dos-anos-1990&catid=4:educacao&Itemid=15
208
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-25551998000100004&lng=pt&nrm=iso
209
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v21n55/5540.pdf
210
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v15n55/a04v1555.pdf
211
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a1228100.pdf
70
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Aula 03: Política educacional. Gestão educacional.


Financiamento da Educação. Avaliação do sistema escolar
brasileiro.

Tópico 04: Avaliação do sistema escolar brasileiro


No contexto educacional, compreende-se, cada vez mais, que a avaliação não está apenas no
final do processo, mas deve estar presente em todos os momentos. Para planejar uma política o gestor
precisa conhecer a realidade, ou seja: elaborar um diagnóstico.

Brasil
Desde o final dos anos 90, o MEC tem criado diversos instrumentos para avaliar a qualidade
da Educação Brasileira. Na sua prática docente, é importante que o licenciado conheça-os, motivo pelo
qual os apresentamos a seguir.

Com as informações colhidas, o MEC e as Secretarias estaduais e municipais de Educação


identificam as áreas que demandam ações para aprimorar a qualidade da Educação e reduzir as
desigualdades.

O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e a Prova Brasil avaliam a


qualidade do ensino oferecido pelo sistema educacional brasileiro. As provas, elaboradas pelo INEP, são
de Português (com foco em leitura) e Matemática (com foco na resolução de problemas). É também
respondido um questionário socioeconômico. A Prova Brasil, que é censitária, abrange estudantes do 5º e
9º anos do Ensino Fundamental, matriculados em escolas públicas urbanas e rurais com pelo menos 20
estudantes. O Saeb, que é amostral, contempla estudantes do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental, das
redes pública (urbano e rural) e particular, e do 3º ano do Ensino Médio das redes pública (urbana) e
particular.

Leitura Complementar

SAEB e a Prova Brasil.212

Semelhanças e diferenças entre o SAEB e a Prova Brasil.(Acesse o SOLAR)

O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) foi criado em 1998 para avaliar o desempenho
do estudante ao final da Educação Básica. Com caráter facultativo, o ENEM era utilizado para selecionar
estudantes interessados em receber bolsa do Programa Universidade para Todos (PROUNI).

Em 2009, o MEC propôs a reformulação do ENEM, com a sua utilização como forma de
seleção unificada nos processos seletivos das universidades públicas federais. Para saber mais sobre o
ENEM, visite o MEC213 e o INEP214. A partir de 2010, o ENEM tornou-se obrigatório para todos os
estudantes do ensino médio público, permitindo, desta forma, a certificação dos cursos. Em virtude da
organização de conteúdos (Linguagens e códigos, Matemática, Ciências da natureza e Ciências humanas)
e das características das questões, o novo formato do ENEM tem propiciado um debate sobre a reforma
do currículo do ensino médio, com a crescente integração entre as disciplinas que compõem cada área.

212
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=210&Itemid=324
213
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13318&Itemid=310
214
Fonte: http://www.enem.inep.gov.br/index.php
71
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Multimídia

Novo ENEM215

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) foi criado em 2007 e é calculado com base no
desempenho do estudante em avaliações do INEP e em taxas de aprovação. Para que o IDEB (varia de 0 a
10) de uma escola ou rede cresça é preciso que o aluno aprenda, não repita o ano e frequente a sala de
aula. Para conhecer o IDEB, clique aqui.

Os resultados do IDEB em 2005, 2007 e 2009 revelam, dentre outras coisas:


• a melhoria mais significativa ocorreu nos anos iniciais do ensino fundamental;
• nos anos finais do ensino fundamental, o acréscimo foi modesto, embora consistente;
• no ensino médio, houve apenas uma leve mudança positiva;
• a diferença entre a escola pública e a escola privada é muito grande;
• a maioria das metas para 2009 foram atingidas;
• a Educação ainda está muito longe das metas de 2021, embora seja significativa a caminhada
registrada por esses índices.

Multimídia

IDEB

A Provinha Brasil diagnostica o nível da alfabetização e do letramento, no início e no final


do ano letivo, dos estudantes matriculados no segundo ano do ensino fundamental, permitindo que os
professores e os gestores escolares acompanhem, avaliem e melhorem a Educação ofertada a esta
clientela, com vistas a atingir uma das metas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE): todas as
crianças devem saber ler e escrever até os oito anos de idade. Para saber mais sobre a Provinha Brasil216

A Educação Superior também tem seus instrumentos de avaliação – das instituições, dos
cursos e do desempenho dos estudantes – que compõem o Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Superior (SINAES)217, que foi criado pela Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004.

Os dados obtidos no SINAES permitem que as Instituições de Educação Superior (IES)


avaliem a sua qualidade, que os órgãos públicos planejem políticas educacionais e que a sociedade oriente
as suas escolhas considerando a realidade dos cursos e das IES.

A Avaliação Institucional contempla a auto-avaliação (coordenada pela Comissão Própria de


Avaliação – CPA – de cada instituição) e a avaliação externa (realizada por comissões designadas pelo
INEP).

Conforme o SINAES, os cursos de Graduação precisam ser avaliados periodicamente,


passando por 3 momentos: autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento. A Avaliação dos

215
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=W3gXZnW_Nv8
216
Fonte: http://provinhabrasil.inep.gov.br/
217
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php/?option=com_content&view=article&id=12303
72
Estrutura, Política e
Gestão Educacional
cursos de Graduação gera, dentre outras informações, o Índice Geral de Cursos (IGC) e o Conceito IDD
(Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado).

O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), também conhecido como


Provão, avalia, com o mesmo instrumento, estudantes ingressantes (no início do curso – entre 7% e 22%
da carga horária total) e concluintes (no final do curso – a partir de 80% da carga horária total),
permitindo avaliar o “(...) valor agregado em relação às competências e habilidades, aos conhecimentos
gerais e conteúdos profissionais específicos durante a sua formação, orientando as instituições sobre a
necessidade ou não de fazer ajustes ou revisões curriculares.”
(http://www.inep.gov.br/superior/enade/perguntas_frequentes.htm). No período de 1996 a 2003, os cursos
de graduação eram avaliados apenas pelo Exame Nacional de Cursos.218

Leitura Complementar

Quer saber mais sobre o SINAES?


Avaliação das Instituições de Educação Superior219
Avaliação dos cursos de Graduação220
Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE)221

Olhando de Perto

Possíveis impactos das políticas de avaliação no currículo escolar.(Acesse o SOLAR)

Ceará
A SEDUC implantou, em 1992, o Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do
Ceará (SPAECE)222, que fornece informações da qualidade da Educação disponibilizada na rede pública,
as quais são ponto de partida para a formulação e acompanhamento das políticas educacionais.

O SPAECE tem três focos: a alfabetização (2° ano do Ensino Fundamental), o ensino
fundamental (5° e 9° anos) e o ensino médio (1ª, 2ª e 3ª séries). Nestes dois últimos, as provas avaliam as
competências e habilidades nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática.

218
Fonte: http://www.inep.gov.br/superior/provao/
219
Fonte: http://www.inep.gov.br/superior/avaliacao_institucional/
220
Fonte: http://www.inep.gov.br/superior/condicoesdeensino/
221
Fonte: http://www.inep.gov.br/superior/enade/
222
Fonte: http://www.spaece.caedufjf.net/spaece-inst/
73
Estrutura, Política e
Gestão Educacional

Atividade de Portfólio

1. Leia um artigo das seções Olhando de Perto desta aula e redija um texto com as
seguintes informações: i) O título e o(a) autor(a); ii) As principais ideias do documento; e
iii) Sua opinião (concorda ou discorda), com argumentos, sobre as ideias citadas no item
anterior e o que você aprendeu (e/ou as dúvidas que surgiram) com esta atividade.
Coloque a sua produção (Aula3_AP1.doc) no seu portfolio.

2. Objetivando consolidar o que estudamos ao longo desta disciplina, vocês vão realizar,
individual ou coletivamente (até quatro estudantes por equipe), uma pesquisa de campo
numa escola pública, conforme o roteiro anexo(Acesse o SOLAR). Coloque o resultado
(Aula3_AP2.doc) nos Portfólios individual e do grupo.

Fórum

Posicione-se (favoravelmente ou contrariamente), citando algumas contribuições teóricas


desta aula e situações do cotidiano, sobre a seguinte afirmação: “A Sociedade civil é
corresponsável pelo sucesso (e fracasso) das políticas educacionais”. Comente, com
argumentos e/ou exemplos, a participação de um(a) colega.

Referências
BRASIL. MEC. Secretaria de Educação Básica. Caderno 1: Conselhos Escolares: democratização da
escola e construção da cidadania. Disponível aqui223. Acesso em: 14 nov. 2007.

______. MEC. Secretaria de Educação Básica. Caderno 5: Conselho Escolar, gestão democrática de
educação e escolha do diretor. Disponível aqui224. Acesso em: 14 nov. 2007.

______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação


nacional. Disponível aqui225. Acesso em: 29 out. 2007.

______. Lei no 10.172, de 09 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação. Disponível
aqui226. Acesso em: 14 nov. 2007.

CEARÁ. Estrutura organizacional da SEDUC. Disponível aqui227. Acesso em: 29 out. 2007.

FRANÇA, Magna. Financiamento da educação: política, mobilização de recursos e programas para


o ensino fundamental. In: CABRAL NETO, Antônio (Org.). Política educacional: desafio e tendências.
Porto Alegre: Sulina, 2004. p. 67-96.

223
Fonte: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad1.pdf
224
Fonte: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad5.pdf
225
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm
226
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10172.htm
227
Fonte: http://download.seduc.ce.gov.br/documentos/powerpoint/estrutura_organizacional_da_seduc.ppt
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