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BELÉM-PA
2011
INDIRA CRISTIAN VENANCIO VULCÃO
BELÉM – PARÁ
2011
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 1
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................
4. REFERÊNCIAS.........................................................................................................
1. INTRODUÇÃO
O presente relatório é uma síntese das observações realizadas Escola Profº “Palmira
Soares Gabriel”, localizada na travessa Timbó, nº 681, bairro da Pedreira, entre a Rua Antonio
Eversdosa e a passagens Saldanha Marinho, com as turmas de educação física da professora
Giovangela, na educação infantil no turno da tarde.
A escola atua no sistema de ciclos por determinação da LDB, onde a avaliação deve
ser feita no dia-a-dia da aprendizagem, de diversas formas, incorporando-se à educação
formal a experiência de vida trazida pelo aluno do seu universo familiar e social. De acordo
com esse sistema, por exemplo, o ensino fundamental possui dois ciclos: um da primeira à
quarta série e outro da quinta à oitava, ou seja, no lugar das séries, que definem em um ano o
tempo no qual o aluno precisa aprender determinado conteúdo, entram os ciclos, com
períodos de três a quatro anos, nesse sistema deve-se respeitar o ritmo e a capacidade dos
alunos, ou grupo de alunos, ao longo de quatro anos.
O sistema de Ciclos mexeu com alguns professores, que receberam muito mal essa
inovação, que busca eliminar o caráter punitivo das avaliações, antes da implantação desse
sistema a idéia era a de que se estudava para passar de ano. Com essas inovações, a idéia
predominante passou a ser: estudar para aprender.
A proposta inicial era de que esse grupo de oito alunos fosse subdividido entre duas
escolas, Palmira Gabriel e Almerindo Trindade, entretanto fomos informados de que a o
acesso a escola Almerindo Trindade era um pouco mais “complicado” e, que a escola Palmira
Gabriel nos oferecia mais segurança por conta de sua localização. Levando em consideração
esses avisos, o grupo de oito alunos se dividiu nos dias de terça e quinta feira para realizar a
prática do estágio supervisionado, todos na escola Palmira Gabriel.
Os dias de observação do grupo em que estou inserida seriam as quintas nos dias 24, 31 de
Março e 7 de Abril no horário de 15 às 18 horas com as turmas da professora Giovangela no I e II
ciclo da educação infantil, dos três dias de observação estive ausente unicamente no dia 7 de abril por
motivos de saúde.
Como já foi citado anteriormente, a escola Palmira Gabriel está localizada em uma das
zonas de risco, uma área considerada violenta, localizada na periferia do bairro da Pedreira.
A escola apresenta uma “estrutura física melhor” que a encontrada na maioria das
escolas da rede pública, possui seis salas encontram-se em boas condições de limpeza , uma
sala para atividades com crianças especiais, laboratório de informática, banheiros, um pátio
interno coberto, corredores, uma quadra esportiva, biblioteca e uma cantina e, principalmente
a área utilizada pela educação física, a quadra é coberta, como todos sabem a capital paraense
é famosa pelo seu clima inconstante, quando o dia amanhece ensolarado muitas vezes termina
com uma chuva torrencial, ministrar aulas de educação física em uma quadra sem cobertura
dificulta o trabalho do professor.
A quadra da escola Palmira Gabriel está coberta é ampla, clara e ventilada, o material
do piso é semelhante ao material usado no piso do interior da escola, ele é escorregadio, as
marcações das áreas da quadra são praticamente imperceptíveis, não existe tela de proteção ao
redor da quadra e os muros são baixos. Na eventualidade de chuva, as aulas de educação
física não podem acontecer neste espaço, pois está encontra-se abaixo do nível da rua, ou seja,
a água escoa para dentro da quadra, que muitas vezes fica alagada, impossibilitando a sua
utilização. Quando isso acontece as aulas são transferidas para dentro de sala, todos os alunos
já estão cientes disso e, acostumados com as aulas de educação física dentro de sala. As aulas
têm duração de 45 minutos, com um intervalo para que os alunos possam beber água, durante
o período da tarde acompanhamos 3 turmas.
Outro fato que me atraiu atenção, os alunos que se excluem de participar das
atividades não são questionados pela professora sobre o porquê de não realizarem a atividade
ou mesmo encorajados a participar das mesmas.
Não tivemos acesso ao Projeto Político Pedagógico da escola, por isso não temos com
saber qual são as atividades planejadas e o objetivo das aulas, durante uma conversa com a
professora ela informou que procurar ao máximo trabalhar a interdisciplinaridade da educação
física, buscando sempre fazer uma relação com os conteúdos de sala de aula, geografia,
matemática e português, de forma que algumas de suas atividades são voltadas para
identificação de letras, formação de palavras, outras atividades do gênero. Uma situação
problemática, no dia 07 de abril, uma das professoras não pode comparecer, a sua turma foi
enviada para a educação física, para que os alunos não fossem mandados embora antes do
horário previsto. A turma que, naturalmente apresenta uma grande variação na faixa etária por
conseqüência do sistema de ciclos, ficou ainda mais heterogênea. Nesse mesmo dia, tive a
oportunidade de presencia uma reunião do conselho de ciclos, onde os professores se reúnem
para fazer uma avaliação do desempenho dos alunos em suas disciplinas, durante a minha
presença no conselho pude perceber que a evasão escolar preocupa os professores.
Quinta feira é o penúltimo dia da semana de trabalho para a maioria dos professores,
quinta feira à tarde, pode-se concluir que o professor esteve ministrando aulas durante o
período da manhã, uma tarefa cansativa. Inúmeras vezes a professora comentou que estava
cansada e com dores na garganta, contudo, ela manteve sua postura profissional ministrando
suas aulas o mais normalmente possível.
A maioria dos alunos mostrou grande interesse pelos novos “tios da educação física”,
alguns perguntam quem éramos e o que estávamos fazendo ali, quando respondíamos que
estávamos estudando para sermos professores de educação física eles se afastavam
desconfiados. Os alunos mais velhos permaneciam distantes, conversando aos sussurros sobre
a nossa presença na quadra.
Perderia muito tempo procurando um termo adequado para falar sobre a aparente
carência financeira da maioria dos alunos, a realidade socioeconômica do entorno da escola
está refletida nos alunos. Crianças com carência financeira sim, em situação de risco, mais
principalmente crianças carentes de atenção, de cuidados, crianças que precisam de pessoas
que se preocupem com elas, pessoas que estejam interessadas em oferecer uma escola que
seja mais atrativa que a rua.
Os alunos parecem estar acostumados com o tipo de aula ministrado pela professora
Giovangela, são poucos os que ainda pedem “tia borá jogar bola”.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4. BIBLIOGRAFIA
http://www.udemo.org.br/RevistaPP_01_05OSistemadeCiclos.htm Acessado em 18 de
Abril de 2011.